Cuentos 2015 PDF
Cuentos 2015 PDF
Cuentos 2015 PDF
Colombia
O C TAV O
CONCURSO
NACIONAL
DE CUENTO
HOMENAJE A
LVA R O C E P E D A S A M U D I O
RCN
MINISTERIO
DE EDUCACIN
NACIONAL
C U E N T O S
GANADORES
2014
cuenta
L bei rtad
y Od
r en
OCTAVO CONCURSO
NACIONAL DE CUENTO
28 215
9 069
13 850
3 407
1 889
16 408
11 807
participantes
estudiantes hasta
sptimo grado
estudiantes de octavo
a undcimo grado
estudiantes
universitarios
docentes
mujeres (escritoras)
hombres (escritores)
32
municipios
4 505
instituciones de
educacin superior
290
jurados
35
departamentos
860
instituciones
educativas
287
evaluadores
5
ganadores
B O G O T 233
M A R T H A PAT R I C I A
A R VA LO P E A
ORLANDO MARN
HERRERA
B O G O T 227
P O PAY N 221
HELMER HERNNDEZ
ROSALES
B A R R A N C A B E R M E J A 215
FREDDY ALBERTO
GIRALDO
F L O R I D A B L A N C A 209
149
155
159
165
MEDELLN
169
LUISA FERNANDA
OCHOA CARDONA
FLORIDABLANC A
LAILA ALEJANDRA
C A R V A J A L PA L A C I O S
IBAGU
JAIRO HERNN
B E LT R N R O M E R O
BARRANQUILLA
JORGE ELICER
SALAZAR VERGARA
C C U TA
87
91
M E D E L L N 109
MANUELA
HERRERA ARANGO
R I O N E G R O 103
FRANCY JULIET
S E R N A A L Z AT E
B A R R A N C A B E R M E J A 97
D AYA N N A F E R N A N D A
P I E R O S M O N T O YA
MONTELBANO
DELIA ISABEL
MONTIEL RODRGUEZ
B O G O T
JULIN FRANCISCO
GONZLEZ ACUA
29
49
MEDELLN
55
J U A N I TA PA R R A
A C O S TA
SALENTO
SANTIAGO
C A S TA O R A M R E Z
C A L I 41
GABRIELA
GRANJA SOLS
V A L L E D U PA R 35
H A R I D D AYA N A
BUENO OSUNA
B O G O T
A L I C I A A C O S TA
BENTEZ
DOCENTES
MARA ALEJANDRA
RODRGUEZ GUTIRREZ
C AT E G O R A
LEONARDO
RAL BRITO
C AT E G O R A
C AT E G O R A
E S T U D I A N T E S D E O C TAV O H A S TA U N D C I M O G R A D O
C AT E G O R A
1
2
3
4
E S T U D I A N T E S H A S TA S P T I M O G R A D O
S T E F FA N Y S E N Z
ARCIA
SAHAGN
S H A K N M A Z AYA
M O R E N O FA J A R D O
V A L L E D U PA R 121
K E L LY J O H A N A
MNDEZ CARRANZA
B O G O T 127
RUBN FELIPE
RIVERA OTERO
B U C A R A M A N G A 135
MARA JOS
P L ATA F L R E Z
B O G O T 141
C A L I 181
JHANS ESPITIA
B O G O T 187
JORGE ALEJANDRO
ARBELEZ HENAO
S A N V I C E N T E F E R R E R 193
JUAN FELIPE
FORERO PULIDO
B O G O T 199
71
75
MEDELLN
81
LAURA BERENA
ROBLES MARTNEZ
B O G O T
J U A N PA B L O
ROSERO BRICEO
PUERTO GUZMN
EINER JHOAN
C A B R E R A S A N TA C R U Z
65
61
SANTIAGO BLANDN
ESCOBAR
JAMUND
E N V I G A D O 115
D U I TA M A 175
DIEGO ARMANDO
VELASCO
ELIZABETH MARN
CASTELLANOS
JOS INOCENCIO
BECERRA LAGOS
GANADORES
2014
G I N A P A R O DY DE C H E O N A
P AT R I C I A E S C A L L N D E A R D I L A
COMIT TCNICO
M I NI ST ER IO DE EDU C AC I N NAC IONA L
L U I S E. G A R C A D E B R I G A R D
L AU R A B A R R AG N M O N TA A
SONIA VALLEJO RODRGUEZ
ILBA JANNETH CRDENAS FONSECA
N AT H A LY S O L A N O H OYO S
JOHANSSON CRUZ LOPERA
R CN R A D I O Y T E LE V I S I N
CRDITOS EDITORIALES
C S A R C A M I LO R A M R E Z
C O N S TA N Z A P A D I L L A R A M O S
R O C O D U Q U E S A N TO S
C A M I L A C E S A R I N O C O S TA
BETUEL BONILLA
AMALIA LOW
JOHN JOVEN
C A R LO S R I A O
JORGE LEWIS
Direccin editorial
Edicin
Direccin de arte
Diseo de cartula y pginas interiores
Correccin de textos
Ilustraciones de la Categora 1
Ilustraciones de la Categora 2
Ilustraciones de la Categora 3
Ilustraciones de la Categora 4
ISBN: 978-958-773-454-6
IMPRESO
I NFORMAC I N D EL CO NCU R S O
N ACION A L DE C U EN TO R C NMIN IST ERIO D E EDU C ACI N E N:
http://www.colombiaaprende.edu.co/concursodecuento
http://www.canalrcnmsn.com
http://www.rcnradio.com
C AT E G O R A
ESTUDIANTES
D E O C TAV O
H A S TA U N D C I M O
GRADO
p. 8 4
C AT E G O R A
ESTUDIANTES
DE EDUCACIN
SUPERIOR
p. 1 4 6
C AT E G O R A
DOCENTES
p. 2 0 6
1
2
3
4
Los adioses
La chapa de mi abuela
Infierno personal
Esguerra
A travs de la ventana
Faustino Castillo
Lluvia de ranas en Puerto Azul
Ni de pelo largo, ni de pelo corto
Un largo camino a casa
Zara, la zanahoriactriz
11
15
19
23
29
35
41
49
55
61
65
71
75
81
El psiquiatra
Amor en silencio
24 horas
Amor ilegal
Alas de papel
Cincuenta
El abrazo del destino
El fantasma de su sonrisa
El escaramujo blanco
Sonidos que no desean ser escuchados
87
91
97
103
109
115
121
127
135
141
Alba
Trnsito de muerte
Anatoma de un amante
Estado civil: viuda
La cobija blanca
Mircoles
Fiestas municipales
Polvo (Ghostwriter)
Qu tal tu noche, amorcito?
Todos mis amigos estn muertos
149
155
159
165
169
175
181
187
193
199
209
215
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227
233
238
MINISTERIO DE EDUCACIN
MINISTERIO DE EDUCACIN
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evaluacin para consolidarse y mejorar: en 2009 se cre la categora de docentes y directivos docentes, que vino a sumarse a las tres
que ya existan: estudiantes hasta sptimo grado, estudiantes de
octavo a undcimo grado y estudiantes universitarios. Cada ao se
publican los cuentos ganadores en el libro Colombia cuenta, gracias
al apoyo de la Fundacin SM, que se distribuye gratuitamente en
bibliotecas pblicas, instituciones educativas y ferias y fiestas del
libro en todo el pas; hasta el momento se han distribuido 83 000
ejemplares.
La participacin en el CNC es netamente virtual, la inscripcin
y evaluacin de cada uno de los cuentos se realiza a travs de un
micrositio alojado en el portal educativo del Ministerio de Educacin: Colombia Aprende (www.colombiaaprende.edu.co/concursodecuento). Sin duda, este ha sido un reto interesante para el
CNC, pues no solo debe superar las dificultades de conectividad
propias del territorio nacional, sino tambin disear contenidos
que sean aprovechados por la comunidad educativa de cada una
de las regiones del pas. Hasta la fecha se han recibido ms de
249 000 cuentos, desde ms de 900 municipios.
Adicionalmente, todo el proceso ha estado acompaado, desde
el inicio, de un componente de formacin dirigido a estudiantes y
docentes, lo que ha impactando a ms de 33 000 personas en todas
las regiones del territorio nacional.
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C O L O M B I A C U E N TA
RCN
MINISTERIO DE EDUCACIN
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C O L O M B I A C U E N TA
Estimados lectores
G I N A PA R O D Y D E C H E O N A
M i n i s t ra d e E d u c a c i n
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C O L O M B I A C U E N TA
G I N A PA R O D Y D E C H E O N A
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C O L O M B I A C U E N TA
G A B R I E L R E YE S CO P E L LO
Pre s i d e n te R C N Te l e v i s i n
19
dos al HAY Festival de Cartagena escritores mundialmente reconocidos los jurados encargados de evaluar a los ltimos cien finalistas de cada versin del Concurso y seleccionar a los ganadores.
A lo largo del camino, los funcionarios del Ministerio de Educacin han demostrado gran compromiso y dedicacin. Ao tras ao
han perfeccionado las herramientas de la convocatoria a travs del
Portal Colombia Aprende y han agregado nuevos recursos pedaggicos para promover y fortalecer las capacidades de maestros y
directivos docentes en materia de escritura creativa. Durante la octava versin del Concurso, ms de 800 profesores y cerca de 1800
estudiantes hicieron parte de los talleres ofrecidos en diferentes
regiones del pas por el Ministerio, con el apoyo de la Asociacin
Colombiana de Universidades, ASCUN.
Esta ltima institucin ha sido tambin un fabuloso compaero
en esta travesa. Gracias a su apoyo, estudiantes de los ltimos semestres de pregrado y posgrado, as como docentes universitarios,
se han vinculado a la lectura de los cuentos participantes. Gracias
a su trabajo cuidadoso, quienes superan las primeras etapas del
proceso de evaluacin han recibido una valiosa retroalimentacin
sobre sus textos y cuentan as con elementos que les permitirn
enriquecer su talento.
Al final de cada etapa del trayecto, la Fundacin SM nos ha
brindado su respaldo a travs de la publicacin de las ediciones
de Colombia cuenta, el maravilloso libro que recoge el esfuerzo,
la perseverancia y la inspiracin de los 35 ganadores de nuestro
Concurso.
Con un especial reconocimiento por nuestros aliados y compaeros de excursin y una gran admiracin por quienes, como dira
Truman Capote, han encontrado placer en la msica que hacen
las palabras, presentamos este ejemplar de Colombia cuenta.
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C O L O M B I A C U E N TA
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C O L O M B I A C U E N TA
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C O L O M B I A C U E N TA
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Esguerra
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CALI
GABRIELA GRANJA SOLS
C AT E G O R A
SALENTO
S A N T I A G O C A S TA O R A M R E Z
B O G O T
A L I C I A A C O S TA B E N T E Z
Los adioses
29
VA L L E D U PA R
H A R I D D AYA N A B U E N O O S U N A
La chapa de mi abuela
35
Infierno personal
41
E S T U D I A N T E S H A S TA S P T I M O G R A D O
SAHAGN
S T E F FA N Y S E N Z A R C I A
JAMUND
DIEGO ARMANDO
VELASCO
Faustino Castillo
61
Lluvia de ranas
en Puerto Azul
65
MEDELLN
LAURA BERENA ROBLES MAR TNEZ
Zara, la zanahoriactriz
81
B O G O T
J U A N PA B L O
ROSERO BRICEO
A travs de la ventana
55
PUERTO GUZMN
EINER JHOAN CABRERA
S A N TA C R U Z
Ni de pelo largo,
ni de pelo corto
71
Los adioses
A L I C I A A C O S TA B E N T E Z
B O G O T
No es necesario que me
detenga en detalles banales e
insignificantes para definirme.
Lo nico que soy, lo soy a travs
del arte, y mi existencia no se
remonta fuera de sus lmites.
Aquel pequeo y grisceo mundo
que habitaba cobr vida desde
el momento en el que los libros
comenzaron a teirlo con el color
Grado sptimo
Colegio Anglo Americano,
Bogot
29
Los adioses
A L I C I A A C O S TA B E N T E Z
30
C O L O M B I A C U E N TA
retorno. Sherlock se llamaba esa serie de la cual estbamos hablando y que se haba vuelto un medio de acercarnos ms. Dije que
te parecas a John, que por fuera se mostraba fuerte y alegre, pero
libraba en su interior una batalla de la que no poda escapar. A lo
que replicaste, divertida, que me asemejaba a Sherlock, apoyando
siempre a John desde que le haba ayudado a dejar atrs el bastn. Desde ese momento empezamos a llamarnos por esos nombres. Jugbamos con nuestras identidades dobles todas las noches,
cuando chatebamos sin falta entre las nueve y las once. Dejabas
de ser Violeta para convertirte en mi fiel e incondicional amigo,
y yo en tu magnfico genio. As comenz el mayor esplendor de
nuestro tiempo juntas.
Suena en mi cabeza Your Song, de Elton John, esa cancin que
empez a ser algo as como el himno secreto de nuestra amistad. Aquella meloda creca en el vaco, cuando nuestros violines
y nuestros seres convergan, fusionndose en uno, creando una
armona sublime y absoluta. Las notas seguan suspendidas en el
aire luego de haber levantado los arcos y parado de rasgar las sollozantes cuerdas. Solo entonces logr comprender en su totalidad
el inocente alcance de mi cario y el significado que tenas en mi
vida. Con una sonrisa pronunci las siguientes palabras: Sin ti
solo soy un Holmes sin su Watson, una luna fra desprovista de
sol que la caliente, la oscuridad sin ninguna luz que le d un final.
Solo te pido que no te vayas, que nunca te alejes de m. Mirndome intensamente a los ojos, con una expresin de agradecimiento
y sosteniendo mi plida mano, respondiste: No me voy, estoy
aqu contigo. No pudiste cumplir esa promesa.
La tristeza lleg con el invierno. Trat de abrir los ojos, pero
mis prpados se sintieron tan pesados que abandon todo intento
al instante. No me qued ms opcin que seguir maltratando mi
A L I C I A A C O S TA B E N T E Z
31
cordura mientras el fro araaba mi alma y me tentaba a sucumbir ante los placeres de la inconciencia. Cada noche, as como
antes, sola esperar frente al computador a la hora de siempre y
tu irremediable ausencia apagaba paulatinamente la esperanza de
que volvieras.
El verano vino trayndome una nueva vida. Sostuve en mis
manos la carta que nunca quise entregarte, pues estaba decidida
a dejarte ir. Saqu el encendedor, contempl la llama azulada y
pens que nuestra amistad haba sido igual a las estaciones cclicas
y eternas. A veces viva y ardiente, otras cruda e insensible, quiz
tierna como la primavera o melanclica como el otoo. Antes de
proseguir con mi descabellada tarea, mir por ltima vez ese escrito en el que se lea:
Solo quiero olvidarte, dejarte olvidarme, prefiero padecer una
sombra amnesia a someterme al dolor incesante de mi fatigado corazn. Evocarte me trae nostlgicos y malgastados recuerdos que
pueblan de ausencias mi alma solitaria. El cielo despejado me hace
sentir que no me encuentro en la realidad, pues es todo lo opuesto
a la guerra que se libra agitadamente en lo ms profundo de mi ser.
Los adioses vienen y van destruyendo amores y promesas, desenhebrando la amistad y confirmando nuestra absurda pequeez en
este mundo donde no somos ms que un par de piezas acomodadas estratgicamente en un despiadado juego de ajedrez.
El mensaje comienza a quemarse lentamente frente a mis ojos,
al mismo tiempo que un efmero soplo de viento se lleva las cenizas, reflejando en su perfeccin lo que fue nuestra historia, sin que
ya no quede nadie que la recuerde.
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C O L O M B I A C U E N TA
A L I C I A A C O S TA B E N T E Z
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La chapa de
mi abuela
H A R I D D AYA N A B U E N O O S U N A
VA L L E D U PA R
Grado sptimo
Colegio Comfacesar,
Valledupar, Cesar
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La chapa de mi abuela
H A R I D D AYA N A B U E N O O S U N A
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C O L O M B I A C U E N TA
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C O L O M B I A C U E N TA
Por culpa de la chapa y por su comportamiento, a nuestra mascota la mandaron para la finca de la vecina. La mujer siempre quiso
que le regalaran el animal y pensaron que all estara mejor porque
tendra ms espacio para jugar y nuevos amigos. Mis padres nos
convencieron, prometindonos que un da la iramos a visitar, pero
eso nunca ocurri. Siempre que la vecina vena de la finca nos traa
razn de Linda. Nos conformbamos con saber que estaba bien y
que era feliz.
Una maana, el nieto de la vecina nos dijo que Linda haba
muerto. Llor mucho por mi perrita. El nio nos cont que la haban encontrado en el corredor de la finca y a su lado, enrollada,
una culebra cascabel. Seguro Linda pens que con esa culebra se
poda jugar, ya que para ella todos los animales eran amigos y todo
era juego y felicidad.
Hoy en da, recordando la ancdota de la chapa, nos queda claro que nunca se supo cmo fue que se perdi ni dnde la encontr
Linda, porque ese secreto se lo llev a la tumba y el misterio no se
pudo ni se podr descifrar. Lo que nos queda claro es que la recordaremos siempre.
H A R I D D AY A N A B U E N O O S U N A
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Infierno
personal
GABRIELA GRANJA SOLS
CALI
Grado sptimo
Institucin Educativa Manuel
Mara Mallarino,
Cali, Valle del Cauca
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Infierno personal
GABRIELA GRANJA SOLS
urete!
Sabes que con gusto lo hara Me tiembla la voz. Pdrete!
Cllate, obesa!
Cierra la boca! le respondo, cubriendo mis labios para
reprimir los incesantes sollozos. Me lastimas
No seas estpida, no te he tocado. Nunca debiste haber nacido!
Lo s, lo s contesto con una mano en la frente, intentando
recordar cmo mantenerme en pie y respirar. Despus de un
momento libero el nico sentimiento que tengo hacia ella:
Te odio, te odio, te odio. Detesto todo de ti. Todo. No puedo
soportarlo ms.
Me retiro del espejo y s que mi reflejo me imita.
Me despierto empapada en sudor.
Esa es mi vida, tan montona y apagada como siempre Hasta que la veo: mi tormento hecho pesadilla. La chica del espejo,
quien demanda ser yo, pero sencillamente NO puede ser. Ella es
tan... esculida, plida como una servilleta, con ms huesos protuberantes en su piel de los que podra contar, con ojos verdes
apagados, siempre llorosos, pero no lo suficiente como para que
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C O L O M B I A C U E N TA
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C O L O M B I A C U E N TA
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Esguerra
S A N T I A G O C A S TA O R A M R E Z
SALENTO
Grado sptimo
Gimnasio Ingls,
Salento, Quindo
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Esguerra
S A N T I A G O C A S TA O R A M R E Z
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C O L O M B I A C U E N TA
de limpiar sus pecados. Su vida, llena de opulencia y comodidades, haba sido una distraccin alimentada por el deseo de poder
y dinero, avaricia y ambicin. Su nombre era Albeiro Esguerra
Oviedo, como deca en la respetada y temida placa en la puerta
de su oficina.
En la esquina izquierda de su escritorio, detrs del computador,
haba datos y nombres de informantes y aliados de sus andanzas
secretas. Archivos en estantes muy organizados contenan material
preciado, desde nombres de personas que incurran en lavado de
activos, en los que se poda o no confiar, hasta la lista de los no
deseados, la lista negra o la lista para las desapariciones sistemticas. Era uno de los congresistas ms poderoso y corrupto de todo
el pas.
Era hijo de un tahr que en las noches, bajo una luz mortecina,
jugaba a las cartas, batindose a duelo con sus contrincantes, esbirros de los peces gordos, y a los que siempre les ganaba mediante
triquiuelas. En las madrugadas volva a su apartamento, borracho
y con gruesos billetes arrugados en los bolsillos del pantaln. Esto
se repeta una y otra vez. Su infancia, llena de perturbaciones y
altibajos, sera el detonante de su vida y de las decisiones que a
futuro tomara.
Estaba dotado de una gran capacidad para calcular, organizar
y manipular, en otras palabras, era un magnfico estratega en las
artes maquiavlicas del engao.
Empez como estafeta de un magistrado reconocido, quien ms
tarde sera su mentor. Le ense todo lo que saba: las leyes, los
delitos y sus consecuencias. Los pormenores de la corrupcin, que
aprendi al dedillo, sobre todo para satisfacer sus intereses.
Sus orientaciones ideolgicas lo convirtieron en protagonista
de las noticias, que lo tenan como una persona con gran visin,
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C O L O M B I A C U E N TA
S A N T I A G O C A S TA O R A M R E Z
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A travs de
la ventana
J U A N I TA PA R R A A C O S TA
MEDELLN
A lo largo de mi vida he
encontrado las cosas que me
hacen feliz: la msica, el ftbol y la
literatura. Siempre he deseado un
mundo mejor, donde las historias,
por ms tristes que sean, tengan
un buen final; este mundo lo creo a
travs de la literatura.
Grado quinto
Colegio San Jos de la Salle,
Medelln, Antioquia
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A travs de la ventana
J U A N I TA PA R R A A C O S TA
ace muchos aos Marta me adopt, me cont que me haba encontrado en la calle, llorando dentro de una sucia caja de
cartn. Al verme, decidi que yo iba a ser el hijo que ella jams
pudo tener; decidi que mi nombre sera Daniel y me llev a su
casa. Era un sitio pequeo, de un piso, en un barrio pobre, pero
supongo que no pude haber vivido mejor.
Hace unos meses cumpl doce, ya tengo suficiente edad para
empezar a trabajar, ganar dinero y darnos una mejor vida a Marta
y a m.
Jorge es un buen hombre; fue amigo de Marta desde su juventud. Trabaja en obras, arregla jardines y reparara techos. l fue
quien me ofreci trabajo.
A diario salimos a trabajar en distintas casas. El ltimo trabajo
que tuvimos fue en Cabo Verde. Convertimos un pastizal en un
hermoso jardn. All conoc a Celeste, una bella nia que me dej
sin aliento. Sus ojos azules me encantan y su cabello rubio me
atrapa y me enamora.
Cuando llegamos a Cabo Verde me qued atnito al ver la majestuosidad de la casa. Entramos y nos dispusimos a trabajar. Primero, Jorge pod el csped y luego yo comenc a hacer el hoyo
donde bamos a instalar la fuente de centro. Cuando termin mi
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C O L O M B I A C U E N TA
tarea me sent en una pila de adoquines con los que Jorge estaba
haciendo un sendero. Entonces la vi. Estaba en su cuarto, sentada
en su silla de ruedas, llorando desconsoladamente; fui a su encuentro para tratar de calmar su llanto. Golpe en la ventana para
que me abriera. Subi la cabeza y pude ver su hermoso rostro,
sus mejillas con incontables pecas por las que corran cataratas de
lgrimas que salan de sus ojos azules. Al igual que yo, ella se qued mirndome. Seguramente observaba la cicatriz que atraviesa
mi ojo izquierdo. Me abri la ventana y, luego de unos minutos,
me present. Le cont que esa cicatriz me la haba hecho jugando
ftbol en el barrio. Ella me dijo que haba tenido un accidente de
trnsito y por eso estaba en silla de ruedas. Tambin me dijo que
le encantaba el ftbol y que sola jugarlo con sus amigos cuando
poda caminar.
Me desped porque deba seguir trabajando.
Cuando bamos de regreso al barrio, fui a despedirme de Celeste, pero no la encontr. Tuve que esperarla porque no quera irme
sin decirle adis. Me asom por la ventana que daba a su cuarto, la
vi y golpe en el vidrio. Ella abri y me pude despedir.
Fue en la camioneta donde me acord que no le pregunte por
qu lloraba.
Al da siguiente, al llegar a Cabo Verde, me asom a la ventana
de su cuarto y le pregunt. Me sorprendi su respuesta. Me dijo
que ya no importaba, que ahora estaba feliz. Conversamos un rato,
nos remos, tenamos tanto en comn. Finalmente me fui a trabajar y fue raro porque no dejaba de pensar en ella.
As pasaron muchos das. Iba y la saludaba, conversbamos un rato,
me despeda y volva a trabajar. Nos hicimos muy buenos amigos.
El da que Jorge llev la fuente para instalarla decid proponerle que fuera mi novia. Fui a la ventana, la esper unos minutos.
J U A N I T A PA R R A A C O S T A
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C O L O M B I A C U E N TA
J U A N I T A PA R R A A C O S T A
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Faustino
Castillo
DIEGO ARMANDO VEL ASCO
JAMUND
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Faustino Castillo
l nieto de Diosa, Faustino Castillo, sali de su casa esa noche, muy pintoso y muy majo, su gorra de lado, camiseta estampada, pantalones cados y sus botas de moda. Muchacho no salgas!, le grita la abuela, pero l la mira de lado y nada, palante se
va. Trep a su moto, motores prendi, aceler a fondo y el polvero
dej. En el camino, a Alejo encontr, y le dijo: Viejo Tino, el parche es donde Mafer, la Negra, tambin van a estar Dany, Elvira y
la bella de Sara. Faustino, como todo joven, le dijo: Hgale pues,
de una, nos vamos pall.
De esta manera, el Tino y Alejo buscaron viche, tumbacatre y
ron. A sus buenas pintas le sumaron ceds. Al llegar a casa de Mafer, el Tino la gorra se arregl, dio varios golpes. Quin es?, preguntaron. Nosotros, vieja Mafer, que venimos a poner el sabor.
Una vez adentro se form la rumba ms brava. Salsa, choque, bachata, merengue y hasta un poco de son. Y fue as como bailaron
a ms no poder.
Mi amigo el de gafas, dijo el Tino, ya siente calor, psenle
un trago de viche, hganme el favor, y despus de unas horas
de rumba y sabor, pidi un espacio y la guitarra de Mafer puso a
sonar. Los asistentes cantaron y cantaron, pedan y pedan hasta
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C O L O M B I A C U E N TA
63
Lluvia de ranas
en Puerto Azul
S T E F FA N Y S E N Z A R C I A
SAHAGN
Grado sexto
Institucin Educativa
La Carrasquilla,
Sahagn, Crdoba
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C O L O M B I A C U E N TA
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68
C O L O M B I A C U E N TA
S T E F FA N Y S E N Z A R C I A
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Ni de pelo
largo, ni de
pelo corto
E I N E R J H O A N C A B R E R A S A N TA C R U Z
PUERTO GUZMN
Grado sptimo
Instituto Amaznico
de Puerto Guzmn,
Puerto Guzmn, Putumayo
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C O L O M B I A C U E N TA
73
Un largo
camino a casa
J U A N PA B L O R O S E R O B R I C E O
B O G O T
Grado quinto
Colegio Hogar de Nazareth,
Bogot
75
76
C O L O M B I A C U E N TA
En la escuela, alumnos y profesor haban notado que se aproximaba la tormenta, pero este ltimo intentaba mantener a los
muchachos distrados en sus tareas. Aunque muchos de ellos tenan sus caballos y sus trineos en la escuela, tenan por norma que
mientras hubiese tormenta no podan salir del colegio hasta tanto
sus padres no los recogieran.
Los hijos de Tommy, Sarah, de quince aos; Nicole, de once y
Tommy Jr., de ocho, vieron cuando su padre entr a la escuela.
Sarah pens que desafortunadamente nadie crea que ellos fueran
capaces de ir solos en trineo a su casa. Su padre sonri y les dijo:
Pnganse rpidamente sus abrigos. Sarah, ayuda a tu hermana a
alistarse para salir.
Sarah tom a su hermana de la mano y la llev hasta el trineo.
Alistaron la carpa para el viaje, para protegerse de la fuerte tormenta. Tommy puso a los dos nios pequeos en el piso del trineo y
los cubri muy bien con unos abrigos de piel.
Sarah se sent en el trineo mientras su padre amarraba el caballo. Sarah!, grit su padre, qudate aqu mientras localizo
el camino que nos llevar de vuelta a casa. El caballo estaba listo
para viajar. Sarah saba que era un animal muy obediente y fcil
de llevar. De repente, un fuerte ruido los sorprendi y el caballo,
asustado, sali del colegio en la direccin equivocada. Sin embargo, Sarah pudo notarlo. Ella les dijo a sus hermanos que no se
asustaran: Llegaremos a casa primero que pap, estoy segura de
que el caballo conoce el camino.
Intent controlar al animal, pero no lo logr, hasta que finalmente el caballo se detuvo. Nicole pregunt: Ya estamos en casa?
Pap lleg antes que nosotros?. Sarah se baj del trineo y trat
de ver dnde se encontraban, pero la fuerte tormenta y la densa
nieve no se lo permitan. Todo a su alrededor estaba recubierto de
una nieve blanqusima, era imposible caminar.
J U A N PA B L O R O S E R O B R I C E O
77
El caballo inici nuevamente su marcha. Le costaba mucho trabajo andar entre esa densa nieve, halando el trineo. Sarah difcilmente poda ver hacia el frente, los lados o hacia atrs. Mientras
el caballo caminaba con dificultad sucedi algo terrible, la nieve
haba cubierto un pozo de agua y el caballo cay en l. La nia
hizo todo lo posible por ayudarlo a salir.
En el intento, la ropa de Sarah termin totalmente mojada. Pens que la nica solucin era encontrar un lugar en el cual permanecer mientras cesaba la tormenta. Nicole sali del trineo a ver qu
estaba haciendo su hermana. Entre las dos trataron de romper el
hielo que se haba formado sobre la cabeza del caballo. Intentaron
de muchas maneras buscar el camino a casa, pero era una tarea
imposible debido a la nevada.
Finalmente no lograron hallar la forma de ubicarse y volvieron
al trineo donde estaba su hermano. El caballo consigui salir y
hal fuertemente el trineo, pero un objeto impeda que se moviera.
Al golpear el trineo, los nios fueron sacudidos y la carpa se sali, haciendo que Sarah y Nicole cayeran. Se levantaron y trataron
nuevamente de mover el trineo, pero era muy pesado para ellas.
Lo nico que podan hacer era permanecer all hasta que alguien
las buscara y las rescatara.
Ya haba cado la tarde. Sin poder ver el sol, en la oscuridad,
Sarah pensaba que, por ser la hermana mayor, debera hacer algo
para salvar a sus hermanos. Cariosamente acarici la cara de Nicole y le dijo: No te preocupes, pronto vendrn a ayudarnos.
Con la carpa logr hacer una tienda en la que entraron los tres
hermanos y se cubrieron con los abrigos de piel y con todo lo que
estaba al alcance. En medio de la oscuridad, Sarah hizo unos colchones con algunas carpas y todos se acostaron y se abrazaron para
mantenerse calientes.
78
C O L O M B I A C U E N TA
J U A N PA B L O R O S E R O B R I C E O
79
Zara, la
zanahoriactriz
L AU R A B E R E N A RO B L E S MA R T N E Z
MEDELLN
Grado sptimo
Gimnasio Cantabria,
Medelln, Antioquia
81
Zara, la zanahoriactriz
L AU R A B E R E N A RO B L E S MA R T N E Z
82
C O L O M B I A C U E N TA
Al terminar la escuela se convirti en la ms famosa zanahoriactriz de la isla. Todos la queran contratar para pelculas y programas. Zara haba logrado cumplir su sueo y, como no fue fcil,
decidi viajar por el mundo actuando y dndole esperanza a todos
los cominios, ensendoles que todos los sueos se pueden lograr si se trabaja con constancia, venciendo los obstculos.
L A U R A B E R E N A R O B L E S M A RT N E Z
83
RIONEGRO
F R A N C Y J U L I E T S E R N A A L Z AT E
Amor ilegal
103
BARRANCABERMEJA
D AYA N N A F E R N A N D A P I E R O S M O N T O YA
24 horas
97
C AT E G O R A
B O G O T
JULIN FRANCISCO
GONZLEZ ACUA
El psiquiatra
87
MONTELBANO
DELIA ISABEL MONTIEL RODRGUEZ
Amor en silencio
91
E S T U D I A N T E S D E O C TAV O H A S TA N D E C I M O G R A D O
VA L L E D U PA R
S H A K N M A Z AYA
M O R E N O FA J A R D O
ENVIGADO
ELIZABETH MARN
CASTELLANOS
Cincuenta
115
B O G O T
M A R A J O S P L ATA F L R E Z
BUCARAMANGA
RUBN FELIPE
RIVERA OTERO
El escaramujo blanco
135
MEDELLN
MANUELA HERRERA ARANGO
Alas de papel
109
B O G O T
K E L LY J O H A N A
MNDEZ CARRANZA
El fantasma de su sonrisa
127
El psiquiatra
Grado noveno
Instituto Alberto Merani,
Bogot
87
El psiquiatra
espiertas. Es otro da de arduo trabajo en el hospital psiquitrico. Te ests hospedando en una humilde habitacin, una
exactamente igual a la de los internos. Tienes que ir de consulta
en consulta, de terapia en terapia, recorriendo los mismos pasillos
una y otra vez. Las blancas paredes, las lmpidas baldosas, el olor
a desinfectante y los gritos de los pacientes son tu pan de cada
da. Al fin de cuentas, eres un psiquiatra. Frecuentemente te encuentras absorto en la monotona de tu oficio y pasas largas horas
pretendiendo que escuchas a todos tus pacientes, a pesar de que
realmente andas obnubilado, anonadado; sientes que ya no aguantas ms y entonces, exhausto, vuelves a tu habitacin.
Es de noche y no puedes conciliar el sueo. Las patologas de
todos los pacientes que visitas a diario son tan familiares que de
vez en cuando te sientes en el lugar de ellos y aunque te esfuerzas
por creer que nada de lo que haces repercute de manera directa en
tu salud mental, muy en el fondo sabes que algo se est adueando
de ti. Es de madrugada y pasan apenas unos segundos antes de que
te levantes agobiado por el insomnio y abras la puerta de tu habitacin para avanzar determinante y a la vez sigiloso. Ahora caminas
cabizbajo, susurrando una que otra palabra, y entonces te tropiezas con el filo de una puerta. Bramas de dolor. De inmediato, todos
88
C O L O M B I A C U E N TA
89
Amor en
silencio
DELIA ISABEL MONTIEL RODRGUEZ
MONTELBANO
Grado dcimo
Fundacin Educativa
de Montelbano,
Montelbano, Crdoba
91
Amor en silencio
92
C O L O M B I A C U E N TA
93
94
C O L O M B I A C U E N TA
95
24 horas
D AYA N N A F E R N A N D A P I E R O S M O N T O YA
BARRANCABERMEJA
97
24 horas
D AYA N N A F E R N A N D A P I E R O S M O N T O YA
C O L O M B I A C U E N TA
99
100
C O L O M B I A C U E N TA
D AY A N N A F E R N A N D A P I E R O S M O N T O Y A
101
Amor ilegal
F R A N C Y J U L I E T S E R N A A L Z AT E
RIONEGRO
103
Amor ilegal
F R A N C Y J U L I E T S E R N A A L Z AT E
stoy cansada de tener el ceo fruncido, de llorar en mi habitacin, sola. En esas cuatro paredes sombras solo hay desorden.
Me levanto, voy a la cocina, tomo un vaso de agua. Hace cunto no
como nada? Abro la nevera: vaca. Salir a la calle? No quiero. Vacilo un momento. Salgo. Trato de organizarme un poco el cabello.
Llego a la tienda, compro un helado y regreso a mi apartamento.
Me siento en ese mueble viejo, gastado. Me siento incmoda,
me levanto, me miro al espejo: doy asco. Decido ir a la ducha, dejo
que el agua fra corra por mi cuerpo, lavo mi cabello. Al salir, me
peino, me pongo un vestido, me miro al espejo: tengo ojeras. Me
maquillo un poco, quedo mucho mejor, me siento guapa. Organizo mi apartamento un poco y salgo.
Llego al parque. Est lleno de nios. Te recuerdo. Miro el cielo,
una nube, me distraigo.
Puedo sentarme?
Quin es? Volteo la cabeza y veo a un hombre alto, se ve
interesante, est ordenado, nada mal...
S, claro. Sintate le respondo mientras l sonre, sus dientes son muy bonitos y, sin saber por qu, me fijo en sus labios
rosados.
104
C O L O M B I A C U E N TA
105
Para ti. Las extiende haca m. Noto una expresin de cario, me mira con un sentimiento diferente, como si me contemplara, como si me acariciara el cabello y el rostro con su mirada.
Son mis flores favoritas, sabas? respondo al recibirlas.
Esa tarde hablamos sobre m, me pregunta qu hago, qu me
gusta hacer, cul era mi deporte favorito y otras cosas.
Y tus padres? me pregunta.
Pasan por mi cabeza miles de imgenes y recuerdos.
Murieron respondo.
Hay un momento de silencio incmodo.
Me tengo que ir, tengo un compromiso miento. Hasta
pronto.
l se ofrece a llevarme y yo declino su propuesta.
Llego a mi casa, estoy deprimida. Por qu me pregunt sobre
mis padres? En realidad le ment. Mi madre s haba muerto, pero
mi padre nos abandon. Cuando yo era pequea, l le pegaba a
mam, era un borracho, adicto a las drogas. Yo era pequea y no
entenda por qu todos los paps de mis amigas eran lindos con
sus madres y el mo no.
Bah! Una lgrima corre por mi mejilla. Qu difcil es recordar!
Veo los claveles y eso me entristece ms. Pap le daba unos
iguales a mam despus de pelear. Mejor no pienso en eso, pero
quin es ese hombre? Por qu me miraba con tanta ternura?
Mi madre muri hace tres semanas, me hace falta, era mi nico
apoyo, lloro.
Ahora debo conseguir un trabajo, el dinero que me dej no durar para siempre, adems, debo distraerme. Maana lo buscar,
estoy cansada, intentar dormir.
Otro da ms de vida! No tengo nimos, pero debo buscarlos.
Veo el peridico, todos los empleos exigen experiencia, hay
uno que no la requiere, un supermercado. No suena mal. Llamo,
106
C O L O M B I A C U E N TA
F R A N C Y J U L I E T S E R N A A L Z AT E
107
Alas de
papel
MANUELA HERRERA ARANGO
MEDELLN
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Alas de papel
110
C O L O M B I A C U E N TA
111
112
C O L O M B I A C U E N TA
113
Cincuenta
Grado undcimo
Colegio San Jos de la Salle,
Envigado, Antioquia
115
Cincuenta
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C O L O M B I A C U E N TA
117
118
C O L O M B I A C U E N TA
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El abrazo
del destino
S H A K N M A Z AYA M O R E N O FA J A R D O
VA L L E D U PA R
de Castellano, especialmente
a Edgardo, por motivarme a
participar, y a mis directores de
colegio, Pedro y Bere.
Gracias por su apoyo incondicional.
Grado noveno
Colegio Gimnasio del Norte,
Valledupar, Cesar
121
S H A K N M A Z AYA M O R E N O FA J A R D O
C O L O M B I A C U E N TA
123
C O L O M B I A C U E N TA
ms remedio que guardase todo para s misma, como lo haba hecho siempre, leer el final de aquel documento y disfrutar cada momento que viva junto a Thomas y Allison. Aunque ya saba qu
iba a pasar, prefiri hacerse la desentendida.
S H A K N M A Z AY A M O R E N O F A J A R D O
125
El fantasma
de su
sonrisa
K E L LY J O H A N A M N D E Z C A R R A N Z A
B O G O T
Grado undcimo
Colegio El Carmen Teresiano,
Bogot
127
El fantasma de su sonrisa
K E L LY J O H A N A M N D E Z C A R R A N Z A
C O L O M B I A C U E N TA
129
La noche en que la noticia lleg a casa, l no haba ido a tranquilizarla. Natalia supo por qu cuando se levant de mal humor
y fue a despertarlo. Su hermano no reaccionaba.
S.
Est bien Ambos se sentaron en el suelo. rase una vez
una princesa llamada Natalia
No. Sabes que odio a las princesas.
l dej escapar un bufido y code su costado.
Nunca me dejas hacer los cuentos a mi modo, pero en esta
ocasin lo dejar pasar. Entonces, en qu iba? Ah! rase una vez
una bruja llamada Natalia, que no fue invitada a la celebracin por
el nacimiento de la hija del rey.
Conozco ese. Lo s de memoria.
Haba olvidado lo exigente que eras Natalia sinti sus ojos
enlagunarse por ese comentario. Es broma, Nata. No podra olvidarte. Qu quieres que pase en el cuento?
Ella respir antes de responder:
Quiero que la bruja haga una pocin para que nadie cercano
a ella muera. Es ms: para que nadie muera en absoluto.
Eso no es posible.
S, s lo es. Es nuestro cuento, yo soy la bruja replic, enojada. Yo puedo hacer la pocin que quiera, y a la primera persona a la que se la dara a beber seras t!
Hubo un pequeo silencio, interrumpido por sus sollozos. Natalia saba que eso no poda hacerse, pero estaba harta de la realidad.
Yo no la bebera asegur su hermano. Vivir es ms complejo que morir, Natalia, y en realidad siempre habr una parte de
m contigo.
Conmigo?
130
C O L O M B I A C U E N TA
131
Natalia despert y camin hasta el bao. En su mente se reprodujo el sueo y le entr gran curiosidad por saber a qu se
refera su hermano con la parte que quedaba de l en ella. Tena
que tratarse de algo notorio. Examin su reflejo detalladamente. El
cabello de Natalia era casi rojizo y su piel varios tonos ms clara
que la de l. Sus ojos eran de un color distinto tambin. Ni siquiera
parecan llevar la misma sangre. De hecho, una de sus profesoras
no la dej irse con l cuando fue a recogerla porque no poda creer
que fuese su hermano. Recordando cmo se burlaban de la expresin de la sorprendida mujer, Natalia sonri.
Y fue en ese instante cuando entendi que el azar de la gentica
haba puesto en ella la misma sonrisa. Esa que ella siempre vea
tras superar sus pesadillas y lograr dormir. As que cada vez que
Natalia sonriera, sera como si su hermano estuviese sonriendo a
travs de ella.
Lo que haba quedado de l era el fantasma de su sonrisa.
132
C O L O M B I A C U E N TA
K E L LY J O H A N A M N D E Z C A R R A N Z A
133
El escaramujo
blanco
RUBN FELIPE RIVER A OTERO
BUCARAMANGA
A mi familia.
A Sofa, por lo sentimental
de aquel escrito.
Grado octavo
Fundacin Colegio UIS,
Bucaramanga, Santander
135
El escaramujo blanco
RUBN FELIPE RIVER A OTERO
136
C O L O M B I A C U E N TA
vir. Seguro que sera mejor que verla fra y plida, recostada en un
forraje, sangrando, sin poder hablar. Pues a pesar de todo duele,
tortura y escarmienta el hecho de que yo hice esto, y que lo hice
sin haberlo hecho.
Los eventos que recuerdo hasta el momento en el que agarr
esta hoja de papel para palpar el suceso son pocos; sin embargo,
tratar de esforzarme por los lectores y de ambientarla lo mejor
que pueda. Le sorprendera a usted saber lo contradictorio que
puedo ser, no me culpo, incluso a veces lo hago a propsito me
produce una sensacin inenarrable el poder confundir y como
en este momento el medio es mo, me aprovechar un poco, de
paso lo usar para llenar espacios en mi remembranza.
Tengo dudas, pero me parece que fue un fin de semana, quiz
el ltimo da de esta, algn da en el calendario que se olvida fcilmente debido a la poca importancia que tiene para m; no obstante, soy consciente de que los das no dejan de pasar porque no los
mires, y aunque los mires.
Continuando con mi descripcin, empiezo por contar un poco
de mi cotidianidad. Siempre he vivido en una zona rural, en lo
ms profundo de la naturaleza, en la verdadera naturaleza, no la
naturaleza que conoces, sino el triple de pura, donde la sociedad
no alcanza a llegar; tampoco la tecnologa y menos la libertad
que esta representa. Con excepcin de un poblado que se encuentra a unos pocos minutos de aqu, no hay nada ms en kilmetros.
Como dije, un sitio abandonado.
Esto produce cierta calma (aunque nunca estoy calmado). Un
paraso en el congelado infierno que la gente llama cielo, con
un clima templado que para un demonio es ms que helado. Con
muy poca fauna, exceso de flora y un aroma muy embrollado como
para detallarlo.
RUBN FELIPE RIVERA OTERO
137
C O L O M B I A C U E N TA
139
Sonidos que
no desean ser
escuchados
M A R A J O S P L ATA F L R E Z
B O G O T
Grado undcimo
Colegio Santa Francisca Romana,
Bogot
141
C O L O M B I A C U E N TA
143
C O L O M B I A C U E N TA
nes haban dejado. Fue ese da que mam mand a cortar el arbolito, diciendo que era un nido de ratas. Tuve pena de mi monstruo
peludo, ya no vendra porque no tendra cmo esconderse. Pero
dio igual que lo cortaran porque los das en los que el rbol an
estaba en pie el monstruo no regres. No volv a ver sus greas ni
sus ojos oscuros, ni escuch la tapa plateada del yogur.
La casa se recuperaba, yo tuve una tele nueva, mi hermano otra
consola y pap se coste otro computador. Mam no quiso joyas
y se content con haberse llevado el anillo de compromiso y de
matrimonio al viaje. Unas semanas despus me atrev a contarles
la historia del monstruo a mis padres. Primero se miraron el uno
al otro, aterrados, queriendo creer que era una mentira. Pap fue
el primero en creerme, lo s porque me abraz y me dio muchos
besos diciendo: Mi hijita, menos mal ese hombre malo no te hizo
nada. Mam lleg despus con sus caricias en el pelo y sus lgrimas de adulta.
Mam y pap llegaron a la conclusin de que dormira en el
estudio y pap trabajara donde antes haba sido mi pieza. Casi
nunca tratamos el tema, pero cuando lo hacemos mis paps siempre hablan de ese tipo o ese hombre. Aunque alguna vez le
escuch a pap decir: Bueno, tampoco podemos ser tan severos.
La gente que se dedica a esas cosas por lo general lo hace porque
no tiene de otra.
Yo sigo pensando que era un monstruo. Tal vez haba sido un
hombre que no tuvo de otra ms que dejar que lo convirtieran en
una bola de greas con ojos. Mam dice que hay que ser mayor
para comprender estas cosas, pero yo s que si puedes dejar unos
cuentos en el suelo y llevarte unas cadenitas de primera comunin
entonces a ti tambin te han robado algo. Algo que vale ms que
una consola y un computador que ronronea como un gato grande
y peludo.
M A R A J O S P L ATA F L R E Z
145
LAILA ALEJANDRA
C A R VA J A L PA L A C I O S
C AT E G O R A
F LO R I DA B L A N C A
IBAGU
JAIRO HERNN
B E LT R N R O M E R O
Anatoma de un amante
159
C C U TA
MARA ALEJANDRA
RODRGUEZ GUTIRREZ
Alba
149
BARRANQUILLA
JORGE ELICER SALAZAR VERGARA
Trnsito de muerte
155
Fiestas municipales
181
BECERRA LAGOS
Mircoles
175
B O G O T
JUAN FELIPE FORER O PULIDO
Qu tal tu noche,
amorcito?
193
MEDELLN
LU I S A F E R N A N DA O C H OA C A R D O N A
La cobija blanca
169
B O G O T
JHANS ESPITIA
Polvo (Ghostwriter)
187
Alba
Universidad Libre,
Ccuta, Norte de Santander
149
Alba
e dije, Alba, que la comida nunca estara lista, que si llegabas a casa con esos ojos de fingir ceguera no obtendras alimento.
Debiste haber callado, haber seguido el principio de guardar silencio, sobre todo cuando hay dolor en lo que no se dice. Debiste seguir cantando lo que te peda el pblico, tomarte las pastillas que
te recet el psiquiatra y pedir perdn cada vez que alguien dudaba
de la verdad de tu acusado.
Tenas que haber inventado una mejor excusa, seguir venerando al victimario, permitirle que te pagara el silencio. Pero si t
nunca hablaste ms que para recitar oraciones marianas, nunca
levantaste las manos ms que para experimentar con agujas y solo
viajaste al infierno cuando era diariamente impuesto! Te pareci
poco? No importa, vida ma, t no sembraste las murallas y los
vacos, no abriste la puerta de una habitacin para princesas afligidas, la cerraste, la limitaste, la atascaste, perdiste la partida porque
nadie escucha a las pequeas que fantasean en voz alta, por eso los
monstruos siempre la invaden.
Has regado tu propio olvido y la desidia de tus cercanos. Incineraste todos tus vestidos, destrozaste todas las hojas de tu diario,
te sumergiste en la baera por ms de un minuto sin lograr tu cometido. Eras la cantora ms linda del barrio hasta que decidieron
150
C O L O M B I A C U E N TA
exiliarte todos: tus hermanas, tu madre, tu padre, tu abuela. Abandonaste la zona de la masacre con tan solo trece aos en la piel
y cinco meses de vientre, con la mochilita de colores y el cabello
sin peinar, con los brazos y las piernas amoratadas y miradas que
raspaban tu espalda.
Alba, Albita, el alma se te fue desde la primera sacudida, la vida
te confirmaba que las historias que leas jams llegaran a tu tropa
de realidades, que los sueos se quedaran en una isla blanca donde solo entran los poderosos. El espritu te doli desde la primera
entrada, el empalamiento de la luna, la traicin a la sangre, tu progenitor dentro de ti.
Alba, Albita, llegar el tiempo de la verdad. Has sabido tener
paciencia, has sabido tener amnesia, has sabido guardar la ira.
Vendrn los pjaros azules a traerte los trozos del malvado, vendrn todos los poetas a dedicarte antologas enteras, a retratarte
como protagonista de sus historias, pero con nombres distintos
y ordinarios. Quiz seas Silvia o Carmen, si acaso Victoria, para
jugar con las palabras y la realidad. Estars tambin en la lista de
los revictimizados si intentas la justicia. Estars tan desnuda como
siempre, sers un nmero ms para los archivos y una lgrima ms
para las pantallas.
Sabas que el seor tiempo no sana a los abatidos, que no hay
segundo ms curativo que el de la accin, que la pasividad acompasada en tus brazos no traera flores para mi nacimiento. Ya no
dibujas flores en los pupitres, no alimentas a los perros de los parques, no memorizas las citas de los libros para acallar a tus maestros; ya no hay utopas en tus manos que hagan creer a cualquiera
en un sueo an no soado, no hay cartas annimas para tu nico
amor, un nio silencioso y pintor voraz que te ense con su andar que el hogar podra ser el camino.
MARA ALEJANDRA RODRGUEZ GUTIRREZ
151
C O L O M B I A C U E N TA
gue bailando ese blues sin miedo, sigue llenndome las noches de
historias. Todo el futuro que temimos nos abrazar. Lo busqu y
lo encontr, a mi padre, tu padre, lo conoc y le di muerte. Alba,
Albita, el monstruo se ha ido.
153
Trnsito
de muerte
JORGE ELICER SALAZAR VERGARA
BARRANQUILLA
Universidad Libre,
Barranquilla, Atlntico
155
Trnsito de muerte
156
C O L O M B I A C U E N TA
157
Anatoma
de un
amante
J A I R O H E R N N B E LT R N R O M E R O
IBAGU
Universidad Cooperativa
de Colombia,
Ibagu, Tolima
159
Anatoma de un amante
J A I R O H E R N N B E LT R N R O M E R O
160
C O L O M B I A C U E N TA
161
C O L O M B I A C U E N TA
163
Estado civil:
viuda
L A I L A A L E J A N D R A C A R VA J A L PA L A C I O S
F LO R I DA B L A N C A
Universidad Industrial de
Santander, Floridablanca,
Santander
165
L A I L A A L E J A N D R A C A R VA J A L PA L A C I O S
C O L O M B I A C U E N TA
L A I L A A L E J A N D R A C A R V A J A L PA L A C I O S
167
La cobija
blanca
LUISA FERNANDA OCHOA C ARDONA
MEDELLN
Universidad de Antioquia,
Medelln, Antioquia
169
La cobija blanca
n da, mientras lavaba ropa, la ta Carmen me pidi permiso para lavar sus cobijas, que ya tenan mucho polvo. Eran tres cobijas muy bonitas, casi nuevas. Una de ellas, la blanca, me pareca
muy hermosa y en tono de charla le dije que cuando no la usara
ms, me la diera a m. Mi ta me cont que la cobija haba pertenecido a mi abuelo Jos Manuel, al que solo alcanc a conocer por fotos, pero que fue el padre querido de toda mi familia materna. Jos
Manuel le regal la cobija a la abuela Julia, quien la guard por
treinta y cinco aos, empaquetada en una funda plstica que no
pudo salvarla del olor particular que adquieren los objetos guardados por largos periodos, hasta el da en que la ta Carmen tuvo que
someterse a una ciruga delicada y estuvo varios das en el hospital.
Solo entonces la abuela decidi sacar la cobija del empaque y drsela a la ta para que se abrigara durante su convalecencia. Mi ta, a
diferencia de la abuela Julia, no guardaba nada, permanentemente
sacuda sus cajones y regalaba todo lo que no necesitaba.
Despus de esta pequea charla me qued pensando en mi difunta abuela, ella haba vivido en la casa que ahora era ma. La que
era su habitacin luca totalmente distinta, no haba vestigios de
papeles y colgandejos, calendarios viejos, medicamentos vencidos,
estampitas religiosas, camndulas, flores artificiales, cuadernos de
170
C O L O M B I A C U E N TA
171
C O L O M B I A C U E N TA
ltimo fue Jos Manuel. Mara, la mayor, es hija del difunto Augusto Marn; ngela es hija del capataz de la finca donde trabaj
la abuela, nunca supe el nombre; el resto de los doce hijos son de
Jos Manuel, solo que l ya estaba casado antes de conocer a la
abuela, as que ella no pudo tener el lugar de esposa que siempre
anhel y se senta bastante avergonzada, tanto que al entrar a la
iglesia se esconda detrs una columna porque la gente del pueblo
la sealaba como pecadora. Tal vez por eso siempre les insisti a
las mujeres de la casa para que se casaran, pero qu sufrimiento el
que le dieron todas, mams jvenes y solteras, menos yo, que me
qued de ta.
Cuando la ta Carmen termin de contar la historia, le pregunt
por qu solo hasta ahora nos enterbamos del asunto y ella me
dijo que por respeto a la abuela no se comentaba nada de eso en
la familia, era un secreto ms bien guardado que todas sus cosas y
por ms de cincuenta aos.
Ese da por la noche, tendida en mi cama, no pude conciliar el
sueo, me senta triste y no sala una sola lgrima que me aliviara. Pensaba en todo el dolor que la abuela guard, tan silenciosa,
tan ausente. Y ahora ya no estaba. Fue esa noche de insomnio, en
el silencio de mi habitacin, que pude sentir lo mismo que sinti Carmen el da que se abrig por primera vez con la preciada
cobija blanca.
173
Mircoles
A mi familia.
Tengo dieciocho aos. Admito
que eleg el camino menos fcil
para sobrevivir: el arte, en su
personificacin ms enigmtica, la
literatura; pero le atribuyo no sin
alegra a esa innata preferencia,
mi felicidad. Voy a escribir y a leer
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Mircoles
o se ba. Se puso las botas de goma, el pantaln de siempre y el abrigo rojo. Abri el diccionario: adjetivo; la palabra era
imprvido. Mir su reflejo. Compuso su barba. Como todos los
mircoles, no desayun. Tendi la cama, se lav los dientes y sali
a la calle. Su objetivo era inconcebible: quera matar al hombre
menos prescindible del pueblo.
Dedic toda la maana a imaginar el crimen, a elegir a la vctima y las circunstancias de su muerte. Le dispar a un maniqu azul
para entrenar.
Prepar la pistola, la bala correcta... sonaron dos balazos. Sonri. Mat al alcalde. Crey haber asesinado al elemento ms imprescindible del pueblo: consum el exterminio del lder. Los habitantes se enteraron. Hicieron una fiesta larga y muy alegre. El
que haba sido elegido perpetuamente ya no gobernara, volvera
su orfandad libertina.
El hombre se acost temprano. Tres balas en vano, pens.
Estaba insatisfecho, no haba sido un delito perfecto. Para tomar mejores decisiones le pidi a Cronos su dios que le diera
la oportunidad de reiniciar el da...
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C O L O M B I A C U E N TA
II
Solo se lav el rostro. Se puso las sandalias grises, el pantaln de
siempre y el abrigo negro. Abri el diccionario: sustantivo; la palabra era esperanto. Mir su reflejo. No movi su barba. Como
todos los mircoles, no desayun, no tendi la cama. Se lav los
dientes y sali a la calle. Su objetivo era inconcebible: quera matar
al hombre menos prescindible del pueblo.
Dedic toda la maana a imaginar el crimen, a elegir a la vctima y las circunstancias de su muerte. Persuadi a un perro para
entrenar.
Prepar el brebaje, la gota correcta... La fluidez del veneno no
se oy. Sonri. Mat al mdico. Crey haber asesinado al elemento
ms imprescindible del pueblo: consum el exterminio de la salud. Los habitantes se enteraron. Hicieron una fiesta larga y muy
alegre, ya no protegeran su infinitud, volvera la peste natural.
El hombre se acost tarde. Dos infusiones en vano, pens.
Estaba insatisfecho, no haba sido un delito perfecto. Para tomar mejores decisiones le pidi a Cronos su dios que le diera
la oportunidad de reiniciar el da...
III
Tard mucho tiempo en la ducha. Se puso las botas de goma, el
pantaln de siempre y la chaqueta verde. Abri el diccionario: verbo; la palabra era restar. Ignor su reflejo. Solo palp su barba.
Como todos los mircoles, no desayun. Tendi a medias la cama,
lami la crema dental y sali a la calle. Su objetivo era inconcebible: quera matar al hombre menos prescindible del pueblo.
Dedic toda la maana a imaginar el crimen, a elegir a la vctima y las circunstancias de su muerte. Apual a dos gallinas para
entrenar.
JOS INOCENCIO BECERRA LAGOS
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IV
Se dio un rpido duchazo. Se qued en medias, en calzoncillos y
desabrigado. No abri el diccionario. Rompi el espejo. Se afeit.
Era mircoles. Desayun. Lav las cobijas, extravi el cepillo y no
sali a la calle. Su objetivo era inconcebible: quera matar al hombre menos prescindible del pueblo.
Dedic toda la maana a imaginar el crimen, a elegir a la vctima y las circunstancias de su muerte. Se amarr los zapatos para
entrenar.
Prepar la soga, el nudo correcto... oyeron caer una butaca.
Sonri. Se haba suicidado. Crey haber asesinado al elemento ms
imprescindible del pueblo: consum el exterminio de la muerte.
Los habitantes se enteraron. Hicieron un velorio largo y bien llorado, la infinitud regresara, nadie los matara.
El hombre durmi profundamente. Tres peticiones en vano,
pens.
Estaba satisfecho, haba sido un delito perfecto. No le hizo ninguna otra peticin a Cronos su dios.
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C O L O M B I A C U E N TA
V
La polica resolvi el enigma, pero el victimario se suicid minutos antes de que lo encontraran. Estaba semidesnudo. Impunes
quedaron la muerte de un alcalde, un mdico, un sacerdote, dos
gallinas y un perro, la destruccin de un maniqu y el robo de unos
zapatos de amarrar.
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Fiestas
municipales
SANTIAGO BL ANDN ESCOBAR
CALI
A mi padre, el principal
responsable de mi adiccin a los
relatos, no solo porque me regal
mi primer libro de cuentos, sino
porque es un gran narrador de
historias. El presente cuento se
inspir en una de sus ancdotas.
Que lo disfruten.
Universidad de Cartagena,
Cartagena
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Fiestas municipales
SANTIAGO BL ANDN ESCOBAR
C O L O M B I A C U E N TA
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C O L O M B I A C U E N TA
pero era demasiado tarde. Jairo Lagaas, uno de nuestros compaeros ms resueltos, dispar al aire, con tan mala suerte que la
bala se astill al salir y una de las esquirlas cay en la frente de don
Jess Escobar. Un hilo de sangre le empap la cara. En la plaza
pblica se escuch un grito de muchas voces: Hirieron a don
Chucho, hirieron a don Chucho!.
Un hombre sali corriendo del Cafegn el principal billar del
pueblo. Desde donde estaba no me cost reconocerlo: era uno
de los campesinos reunidos en el monte esa tarde con Milln y Medio. El objeto que empuaba me result ms difcil de distinguir,
pero por la forma en que lo traa supuse que se trataba de un revlver. Se abri paso entre la muchedumbre atnita y ni los cmplices
secretos de la comparsa, ni nosotros, ni siquiera el mismo Jairo
Lagaas pudo moverse del lugar donde estaba sembrado por el
terror, pues el campesino corra hacia l con una violencia que impeda cualquier reaccin. Confieso que en el momento del disparo
no pude evitar cerrar los ojos, pero la explosin del revlver casi
me revienta los tmpanos. Levant la mirada y me cost distinguir
cualquier cosa entre la muchedumbre en desbandada, hasta que al
fin pude enfocar el lugar donde yaca Jairo Lagaas, plido y sin
capucha, mientras peda a gritos que le llevaran a su mam.
Cuando llegu a socorrerlo, lo encontr lvido, desvanecido.
No me fij en la sangre que me haba empapado hasta los pantalones, ni en el crter humeante que se abra en su pecho, sino
en la expresin de inasible tristeza con la que remat sus ltimos
minutos. Los cmplices secretos de la comparsa acudieron para
aclarar a gritos que todo haca parte de la puesta en escena.
Era demasiado tarde: Jairo Lagaas haba muerto.
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Polvo
(Ghostwriter)
JHANS ESPITIA
B O G O T
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Polvo (Ghostwriter)
JHANS ESPITIA
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C O L O M B I A C U E N TA
voy de paso. Cada vez que miro ese reloj, recuerdo que tengo que
mover su pndulo y darle vida; ms tarde lo har.
Ya qued limpia la mesa, pero voy dos minutos tarde para empezar a escribir, tengo una idea pensada, es clara. Comenc con la
frase: Es un da gris, un da que presagia la muerte.
Observo las letras escritas, me quedo quieto, absorto en ellas.
Recuerdo el trapo, voy hasta la cocina, el caf est en la estufa,
hirviendo, lo sirvo en el pocillo y llego con la resonancia de mis
pasos al estudio, limpio este polvo que rodea todo. El caf descansa sobre la mesa, sorbo un poco; son las diez y an no he llevado
la ropa hmeda al patio.
La frase escrita me gusta, aunque me parece triste; pienso en los
dos personajes de esta historia.
Sorbo caf, despus de tanto tiempo permanece caliente y eterno. Sobre la mesa escucho ruidos en la cocina. Ella est lavando la
loza, lo s, tambin s que preparar el almuerzo. Me gusta pensar
qu ser esta vez.
Pienso en la blancura del arroz y en el olor de la carne con cebolla y la seca humedad de unas papas saladas. Todos estos olores
llegan hasta el estudio, de seguro el alimento ya est listo, de seguro ella acab, tal vez ya se marchar.
Voy hasta la cocina. El eco de mis pasos me recuerda la soledad. Observo el reloj de la entrada, con una hora perdida en el
tiempo. Faltan tres minutos para la madrugada (tengo que mover
su pndulo ms tarde). Llego a la cocina, el olor a comida lo ha
invadido todo. Me acerco a la estufa an tibia. Sobre ella reposa
una olla, miro en su interior, caf caliente, saco un pocillo, antes de
servir recuerdo limpiarlo. Aqu todo se llena de polvo fcilmente.
Me sirvo caf y sorbo, debe faltar poco tiempo para las diez, debo
sentarme a terminar la historia.
JHANS ESPITIA
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C O L O M B I A C U E N TA
JHANS ESPITIA
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Qu tal
tu noche,
amorcito?
JORGE ALE JANDRO ARBELEZ HENAO
SAN VICENTE FERRER
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Todos mis
amigos estn
muertos
JUAN FELIPE FORERO PULIDO
B O G O T
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ah, de pie, y ni siquiera sabe por qu. Solo se quiere morir, pero
no puede. Ya est muerto. Literalmente, muerto.
Pobre tipo. Se dio cuenta de que no se puede matar afirma
el ahorcado.
Solo se puede morir una vez digo mirndolo de reojo.
Va a hacerlo otra vez afirma el ahorcado, viendo cmo el
extrao vuelve al interior del edificio.
Quiz vaya a saltar toda la tarde. Varios lo hacen por das.
Saltan una y otra vez hasta que se sienten algo estpidos y empiezan a fingir que tienen una vida, como el resto de nosotros.
Cuando yo llegu, todava se poda ver a Virginia Woolf saltando
de los edificios, pero ya no le comento al ahorcado, mirndolo
de nuevo a los ojos.
Virginia Woolf est aqu? me pregunta.
Todos los que acabamos con nuestra propia vida estamos
aqu, mi amigo. No importa qu tan famosos o importantes sean.
Qu tal Ernest Hemingway?
Claro.
Vaya.
Y se le puede pedir un autgrafo?
No hay papel ni lpiz aqu. En fin, al maestro Hemingway no
le gustan los extraos. Solo se junta con otros escritores famosos
como Sylvia Plath, Vladimir Mayakovsky, David Foster Wallace.
Quin es David Foster Wallace? pregunta el ahorcado.
Un escritor ms. Se colg porque la fenelzina dej de opacar
su depresin. Es un buen tipo cuando no est con su grupo de
escritores suicidas, que por cierto, ya no pueden escribir lo digo
como si fuera un chiste, pero el ahorcado no se re.
Hay unas cuantas personas esta tarde aqu en la plaza. Permanecen de pie, estticos o sentados, con sus caras impvidas, pre202
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C AT E G O R A
4
F LO R I DA B L A N C A
LEONARDO RAL BRITO
BARRANCABERMEJA
FREDDY ALBER TO GIRALDO
Cuesta abajo
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DOCENTES
B O G O T
ORLANDO MARN HERRERA
La muerte me rasgu
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P O PAY N
HELMER HERNNDEZ ROSALES
Dilogo de ciegos
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B O G O T
M A R T H A PAT R I C I A
A R VA L O P E A
Te hago regresar
o me voy contigo
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Los ptalos,
amarillos;
el polen, rojo
L E O N A R D O R A L B R I TO
F LO R I DA B L A N C A
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ba por El Encanto. Yo le contaba las historias que inventaba cuando me castigaban en el rincn. Ella se rea con mis ocurrencias.
Deca que las iba a escribir en un cuaderno. Despus me pona
planas para que aprendiera a escribir. Aprend, pero la profesora
nunca lo supo. Me gustaba quedarme en el rincn, perderme por
los orificios que invadan de luz el saln y escribir en mi cabeza los
cuentos que imaginaba para la nia de los ojos cafs.
Los ptalos los colorean de amarillo; el polen, rojo; el tallo,
verde; la hojita, tambin verde y las races, marrones insista la
profesora.
Tom la hoja con la flor para colorear e hice un dibujo al respaldo. Mi flor era blanca y el centro rosado, como las mejillas de
Mariana. A su lado estaba un nio con una capa azul, adornada
con pjaros volando entre las nubes. En una de sus manos, el nio
sostena una regadera de la que sala un montn de letras que hacan sonrer a la pequea flor.
Era un regalo para Mariana. Cuando fui a entregrselo, la profesora me detuvo. Me vigilaba desde haca un rato. Me arrebat el
dibujo, rasgando una de las esquinas de la hoja. Le grit que me lo
entregara. Lo arrug hasta volverlo una bola de papel y lo tir al
piso. Me tom del brazo y me apret con fuerza, mientras me regaaba por no cumplir con mis deberes. Quise deshacerme de ella
lanzndole varias patadas, pero fall en mis intentos. Me sac del
saln. Entre lgrimas cog el camino del ro y descargu mi rabia
tirndole piedras al agua.
Mam y la profesora decidieron que no volvera a la escuela. A
los burros hay que tenerlos corticos, mientras se acostumbran al
peso de la carga, repeta mam. Quizs esa era la respuesta. Me
mand montaa arriba a trabajar con unos tos.
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La noche antes de partir fui a la casa de Mariana. Entre sus libros guardaba la hoja arrugada con el dibujo. En l ya no estaba la
flor. Le dije que era suyo. Un regalo. Los pasos de su madre marcaron nuestra despedida. Un adis en la oscuridad.
Despus de varios aos regres a El Encanto. Pregunt por ella.
Segn me dijeron, ayudaba al profesor de la vereda vecina. Viva
con l. En la escuela, una nueva profesora se ocupaba de los nios.
Las mismas paredes desteidas. Los orificios en el techo. El rincn,
ahora, vaco.
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Cuesta
abajo
F R E D DY A L B E R TO G I R A L D O
BARRANCABERMEJA
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Cuesta abajo
F R E D DY A L B E R TO G I R A L D O
avid quiso saltar antes de que la zorra detuviera su marcha, pero saba que recibira un regao de su padre. Salud al
perro callejero que husmeaba entre las bolsas de basura sobre la
acera. Inmediatamente tuvo que evitar que Arenoso, el caballo que
halaba la carreta, introdujera su trompa en las bolsas de basura, lo
que agradeci en silencio el famlico can.
Mientras su padre ataba a Arenoso a una seal de trnsito, David le indicaba a Clarita que deba permanecer en la carreta cuidando a Arenoso, tarea que la pequea, de grandes ojos negros,
asuma con orgullo porque, como le haba dicho su padre, era el
trabajo ms importante en el negocio de la familia. Padre e hijo
iniciaron el recorrido por la empinada calle.
Puedes darme el dinero que me guardaste?
Claro, muchacho. Solo recuerda comprar ese pan cuando
terminemos de recolectar.
No es un pan anot el pequeo, es un roscn especial
de arequipe. Es el ms grande y sabroso de todos los roscones del
mundo.
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Dilogo
de ciegos
HELMER HERNNDEZ ROSALES
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Dilogo de ciegos
unto a la puerta del banco encontr al ciego. Lo salud y le expliqu, con palabras que no lastimaran su sensibilidad de animal
herido por las tinieblas, que la maana estaba brillante y se anunciaba un da fatigoso. Escuch agazapado en su sonrisa de muerto
y esper a que yo terminara el saludo para decir que me haba estado esperando porque quera hablarme sobre un asunto muy grave.
Sonre, desconcertado, porque nunca haba pensado que un ciego
pudiera hablar de cosas serias. Es en serio lo que digo, insisti.
Y despus de un silencio que debi parecerle un siglo, le respond
que estaba bien, que podamos hablar, que tena unos cuantos minutos antes de empezar mi rutina de cajero en el banco. Se anim
a decirme que no era el lugar ms indicado, necesitaba privacidad.
Estuve de acuerdo y le propuse ir a la cafetera de enfrente. Atravesamos una calle silenciosa y sin aroma, como una mujer recin
baada. Algunas personas que esperaban que el banco abriera protestaron. Solo son un par de minutos, les respond.
Al bajar el andn le tend mi mano y not toda la tensin del
mundo acumulada en su brazo izquierdo. La cafetera estaba desierta y una empleada obesa y soolienta desempolvaba las mesas,
aprestndose para la jornada. Pedimos caf. Empec hablando de
cualquier cosa y cuando ya estbamos cmodos, el ciego carraspe
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Mir el reloj. An me quedaban dos minutos. Debe tener algn indicio, le suger sintindome feliz de que no pudiera verme
la cara plida. As es, el tipo usa una colonia muy parecida a la
suya, dijo al tiempo que meti la mano en el bolsillo del pantaln. Esta vez sac un revlver. Sent la misma zozobra de antes.
Pens que quizs el ciego estaba usando conmigo una depurada
estrategia de destruccin y simplemente estaba tomndose un
tiempo para ejecutar su maniobra perversa. Sent rabia. No estaba
dispuesto a entrar en su juego de misterios y de verdades a medias.
Quin era l para amedrentarme de esa manera? Estuve dispuesto
a corroborar sus sospechas y a asumir las consecuencias. De pronto, pregunt: Y ella, qu ha dicho?.
Se detuvo en seco. Las lgrimas volvieron a aparecer por debajo
de las gafas oscuras. Algo absurdo Por eso quiero saber quin
es de verdad el desgraciado. Una mujer y dos nios se acomodaron en una mesa cercana. Agradec al cielo y le dije: Hay nios
aqu, por favor, guarde el arma. El ciego obedeci. Agregu dos
o tres frases que no recuerdo. Estaba en silencio, como a la espera
de una sentencia. Har lo posible, dije y le apret el brazo, en
seal de compromiso. Hora de irnos, agregu, y me puse en pie.
Me quedo un rato ms, me respondi. Me desped y sal. Por
un instante pens que iba a dispararme por la espalda. Al abrirme
paso entre las personas que se aglomeraban a la entrada del banco percib que un hombre joven que haca fila exhalaba el mismo
olor a colonia de la que haba hablado el ciego. Lo mir por un
momento. Pareci sonrer. En ese instante sent como si alguien
me hubiera eximido de una culpa terrible. Un segundo despus, el
ruido seco de un disparo que provena de la cafetera enmudeci
los murmullos de la gente.
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La muerte
me rasgu
ORLANDO MARN HERRERA
B O G O T
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La muerte me rasgu
ORLANDO MARN HERRERA
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acaso es que soy poeta. Sencillo: iba una vez a la semana al colegio, en la tarde, porque estudiaba en la tarde, pero en la maana
haca algo que aprend desde nio, lea. Extrao, cierto? As es la
vida. Me aburra hacer tareas, en cambio me gustaba leer para m,
no quera leerle a nadie, solo leer. Y lea de todo, desde Condorito
y Mafalda hasta los libros de Fernando Vallejo. Cmo me gust La
virgen de los sicarios. Claro que no consegua los textos en las libreras; a veces compraba algunos en las casetas del centro, a veces me
los prestaban y a veces me los robaba de la biblioteca del colegio.
Sala de la casa a eso de las ocho, iba por las calles y respiraba un
buen rato ese aire limpio que baja de la montaa. Me senta lo ms
de bien, con ganas de hacer vida, de hacer historia, de hacer patria.
No saba lo que me esperaba
Pero hombre, parcerito, deje el afn. Usted tiene cuarenta aos
y yo diecisiete, a m me quedan aqu seis meses, a usted ocho.
Cul es la prisa? Por qu no les hizo caso a su mam y a su pap?
Alguien le prohibi que aprendiera a leer y a escribir?... Bueno,
no se alebreste, le voy a resumir la historia que le he contado tantas
veces, pero aprenda a leer, con eso se divierte un buen rato por las
noches, que buena falta le hace. Pngase a estudiar aqu, saque la
primaria adelante. Por mi parte, ya se lo he dicho, voy a ser abogado. Que le quede claro que quiero es hablarle de mi barrio.
Sin saber cmo, el camino me condujo finalmente hasta el club
Mi boho. Saba que algo iba a ocurrir, lo presenta. Entr y al primero que vi fue al Gato, el ex novio de Claudia. Me la tena sentenciada, me lo haban dicho mis amigos y por eso siempre buscaba la
forma de evadirlo. Se acerc y me dijo que por qu era tan alevoso,
que por qu era tan picado, que era un hijueputa. Pude aceptarle
todo, menos que tratara mal a mi mam, con mi madrecita nadie
se mete, as que us el pual una sola vez, hasta el fondo, y desde
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Te hago
regresar o me
voy contigo
M A R T H A PAT R I C I A A R VA L O P E A
B O G O T
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oc, toc.
Quin es? pregunt Carmen.
Yo, Gernimo.
En verdad eres t, Gero?
S, Carmen, breme la puerta que est lloviendo.
Entonces, dime la contrasea.
Cul contrasea?, no hay ninguna contrasea.
La olvidaste, cierto? Entonces contstame, de qu edad
muri mi bisabuela?
Carmen, otra vez lo mismo Doa Esther falleci el da que
cumpla noventa y nueve aos.
Una y otra vez se repeta la historia. Carmen tena momentos de
mucha lucidez, eran pocos, pero suficientes para creer que no deba rendirme. No haba muchas palabras, pero s una mirada que
peda a gritos: No me dejes, te necesito! Luego, otra vez, viajes a
lugares desconocidos en los que imaginaba historias improbables,
conoca personajes quimricos, y yo intentando traerla de regreso
a este mundo que tanto desconcierto le produca. Era evidente que
ella prefera quedarse donde estaba. Yo tema perderla, que no regresara nunca, por eso luchaba incansablemente para que volviera.
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Son el telfono.
Abre la puerta, estoy frente a tu casa, he timbrado muchas
veces y pens que no haba nadie dijo una voz familiar.
Quin habla? pregunt.
Soy yo, Gilma, tu mam.
En verdad eres t?
S, hijito, estaba muy preocupada, ests bien?
Pues si realmente eres t, dime la contrasea.
Hijo, de qu hablas?, cul contrasea?
La olvidaste otra vez, verdad? Entonces contstame, hace
cunto muri Carmen, mi bella Carmen?
M A R T H A PA T R I C I A A R V A L O P E A
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O C TAV O C O N C U R S O N A C I O N A L D E C U E N T O
RCN-MINISTERIO DE EDUCACIN NACIONAL,
H O M E N A J E A LVA R O C E P E D A S A M U D I O
os integrantes del jurado de la octava edicin del Concurso Nacional de Cuento RCN- Ministerio de Educacin Nacional
recibimos cada uno 105 cuentos finalistas que llegaron hasta esta
etapa de la seleccin a partir de un grupo de 28 215 relatos que
fueron evaluados en tres instancias previas. De estos 105 cuentos
surgieron los 35 ganadores de las 4 categoras: estudiantes de educacin bsica, media y superior (10 por categora) y docentes (5).
En la primera categora abundan la construccin de realidades
fantasmagricas, los relatos futuristas y las fbulas tradicionales.
Encontramos una buena dosis de temas como la naturaleza, los
animales y se destaca la presencia de personajes que enfrentan circunstancias extraordinarias. A pesar de la corta edad de los estudiantes de esta categora sobresalen all narraciones sobre el mundo realista en el cual los pequeos se mueven.
En la segunda categora aparecen la soledad, el miedo, la violencia, el amor y la locura. Una gran dosis de crtica, de imaginacin y ms bien poca ternura. La manera de ver el mundo se torna
un poco oscura, con la presencia de tragedias cotidianas y males
de nuestra sociedad.
En la tercera categora llama la atencin el inters de varios jvenes escritores por las ms diversas psicopatas, como si consideraran la literatura una va natural de expresin de las enfermedades del alma. Otros temas recurrentes son las relaciones humanas,
el amor, la muerte, el suicidio, la incomprensin y los sueos. La
ternura y el humor tienen mayor presencia. Los talentosos jvenes
escritores de estos cuentos demuestran originalidad, imaginacin
y muy buena tcnica para manejar el suspenso.
En la cuarta categora encontramos relatos bien redactados
que tienden a reflejar las contradicciones del mundo contemporneo: la guerra, la pobreza, la violencia y la desigualdad. El misterio y la melancola se hacen presentes en historias construidas
con gran fuerza.
Muchos de estos relatos representan el deseo de dar testimonio escrito del conflicto colombiano en el mundo rural. Todos son
cuentos construidos con imaginacin, creatividad, pasin e historias vividas que reflejan la sensibilidad y visin de jvenes que
narran con mucho acierto lo que sienten, imaginan y viven.
CARTAGENA DE INDIAS, COLOMBIA, 29 DE ENERO DE 2015
FIRMADA POR LOS JURADOS: PATRICIA ENGEL, MARGARITA GARCA ROBAYO,
IGNACIO MARTNEZ DE PISN, ALONSO CUETO, SANTIAGO GAMBOA
O C TAV O C O N C U R S O N A C I O N A L D E C U E N T O
RCN-MINISTERIO DE EDUCACIN NACIONAL,
H O M E N A J E A LVA R O C E P E D A S A M U D I O
CUENTOS
GANADORES
2014