Evaporadores p2

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Fig. 2.1 Processos de separacao numa refinaria de petréleo. © furfural, um liquido organico proveniente de cascas de carvalho, issolve seletivamente os componentes indeselavels presentes hum éleo lubrificante. No processo figurado na gravura, 0 6leo lubrificante passa pelo tubo de grande didmetro que entra, pela ‘esquerda, na coluna de extracao, situada entre as duas colunas {e destlacdo mais altas, a esquerda do centro. O furtural éInje- tado no topo da coluna e sal pela base, com os componentes, indesejaveis. 0 leo lubnticante purificade al polo topo. As ‘colunas restantes que aparecem destinam-se a destlacao e & ‘extragio para a recuperagao co solvente, e para a punficagao mals apurada do produto (Cortesia da Foster Wheelor Energy Corp.) ser relacionada diretamente & pressao de vapor dos com- Ponentes puros. Nas solugdes nao-ideais (por exemplo, uma mistura de etanol e Agua), nao existe uma relagao simples. Discutiremos esta questao, com maior ampli- tude, no Cap. 3. A destilacao é amplamente usada para separar as misturas liquidas em componentes mais ou ‘menos puros. Em virtude de a destilagao envolver a vapo- rizagéo e a condensagdo da mistura, so necessérias grandes quantidades de energia. Uma grande vantagem da destilagao esta em que nao se precisa adicionar nenhuma substancia para efetivar a separagdo. Conforme se vera na discussao que vem a seguir, muitos outros processos de separacao requerem a adigao de outro componente que deverd ser removido, uma etapa posterior do processo separativo. A tempe- ratura e o volume dos materiais em ebuligao dependem da ressao. As press6es clevadas podem ser usadas para diminuir 0s volumes ou aumentar as temperaturas a fim de facilitar a condensacao; pode ser que se precisem de press6es baixas para abaixar o ponto de ebulicao além do Ponto de decomposicao térmica ‘As aplicagdes da destilacdo tém a mais ampla diversi- dade. 0 oxigénio puro, usado na fabricacao do ago, nos foguetese nas aplicacdes médicas, 6 produzido pela des- tilagao do ar que foi previamente liqueteito. O petréleo cru 6 separado inicialmente em diversas fracdes (como os gases leves, a nafta, a gasolina, 0 querosene, os 6leos combustiveis, os 6leos lubrificantes e o asfalto) em gran- des colunas de destilacao. Estas fragGes sao processadas posteriormente em produtos acabados e a destilacéo & freqientemente utilizada nas etapas intermediérias da ‘obtengao destes produtos finais. ‘A destilagao, muitas vezes, 6 realizada em equipa- mento multiestagio; também se utiliza equipamento a contato continuo. Absorcao e dessorcao de gas ‘A absorco de gas envolve a transferéncia de um componente solivel de uma fase gasosa para um absor- vente liquido relativamente nao-volatil. A dessorgao € 0 processo inverso, 0 da remogao de um componente de lum liquido pelo contato com uma fase gasosa, Nos casos mais simples de absorgao de gas, o absor- vente liquido nao se vaporiza, @ 0 gas contém apenas um onstituinte soluvel. Por exemplo, a aménia é absorvida de uma mistura de are aménia pelo contato do gas coma gua liquida na temperatura ambiente. A aménia é solivel nna égua, mas o ar 6 quase insolivel. A 4gua, por sua vez, ‘quase nao se vaporiza na temperatura ambiente. Porisso, Unica transferéncia de massa 6 da aménia da fase ga- ‘sosa para o liquido. A medida que a aménia passa para o liquido, a sua concentragao aumenta até que a aménia dissolvida fica em equilibrio com a que esta na fase ga- 08a. Atingido 0 equilibrio, nao ha mais transferéncia efe- tiva de massa. Nos casos mais complicados da absorcao ¢ possivel {que varios componentes sejam absorvidos ¢ que parte do absorvente se vaporize. Alguns destes casos séo aborda- dos no Cap. 8. No equipamento de absorcao, 0 absorvente liquido esta abaixo do seu ponto de bolha e a fase gasosa esta muita acima do seu ponto de orvalho. Uma outra dife- renga entre a destilagéo e a absorgéo de gas: as fases liquida e gasosa no contém todas os mesmos compo- entes. Os efeitos térmicos na absorcao s8o devidos 20 Calor de solugéo do gas absorvido, em contraste com os calores de vaporizacao e de condensagao que participam da destilagao. ‘A absorcao envolve a adicao de um componente a0 sistema (isto 6, do absorvente iquido). Em muitos casos, 0 soluto deve ser removido do absorvente. Esta remocao pode ser feita numa coluna de destilagao, ou num equi- amento de dessorgéo, ou mediante outro proceso se- Parativo. A dessorgao, ou extragéo, é a operacéo oposta da absorgao. Neste caso, 0 gas solivel 6 transferido do li- quido para a fase gasosa em virtude de a concentracao no liquido ser maior que a concentragao de equilibrio como ‘98s, Por exemplo, pode-se extrair a aménia de uma solu- a0 aquosa mediante 0 borbulhamento de ar através da solugdo. O arna entrada nao contém aménia, enquanto 0 ido a contém; ha entao uma transferéncia do liquido para 0 gés. Aabsorcao e a extracao sto amplamente adotadas na \distria quimica. O acido cloridrico ¢ produzido pela absorgao do cloreto de hidrogénio gasoso em:4gua. A fermentagao aerdbia dos lodos de esgoto exige’a absor- a0 de ar. A carbonatacao das bebidas refrigerantes en- Volve a absorcao de diéxido de carbono; ocorre umacerta dessorgao quando se abre a garrafa e a pressao é redu- 2ida. ‘A absorgao e a extracao sao realizadas em equipa- mento a varios estagios e, em medida menor, em equipa- mento a contato continuo. Extragao liquido-liquido Uma mistura liquida pode, as vezes, ser separada pelo contato com um segundo solvente liquido. Os componen- tes da mistura sao soluveis, em diferentes graus, no sol- vente. No caso ideal, o componente a ser extraido é solii- vel no solvente, e os outros componentes sao insoluveis, Entdo 0 soluto ¢ 0 nico componente transferido da mis- tura inicial para a fase do solvente. A mistura inicial torna-se orefinado a medida que dela se extrai o soluto. A {fase solvente transforma-se noextrato & medida que aco- lhe 0 soluto. Na pratica, todos os componentes sao, pos- sivelmente, soluveis num certo grau uns nos outros, e a separagao 36 ¢ viével quando as solubilidades sao sufi- cientomente diferentes. Em qualquer caso, o componente ‘nao extraido (inerte) deve ser suficientemente insoluvel ara se formarem duas fases que possam ser extraidas ‘Aeextragao liquido-liquido também é denominadaex- tragao por solvente. Os principios sao ilustrados nos capi- tulos seguintes mediante sisternas com trés componen- tes: um soluto, um solvente e um segundo solvente. A apresentacao supersimplificada destes principios ¢ feita ‘agora, com proveito, para ser posteriormente esclarecida, ‘A separacao de um componente de uma solucao homo- génea se faz pela adigao de um outro constituinte, ingoluvel, o solvente, no qual o componente desejado da s0lugao, 0 soluto, 6 preferencialmente solivel; neste sol- vente o solute difunde-se com uma velocidade caracteris- tica até que sejam atingidas as concentracoes de equill- brio em cada uma das fases. Por exemplo, 0 solute acido acético pode ser separado de uma solugéo aquosa pelo contato com o solvente éter isopropilico. Embora a agua seja ligeiramente solivel no éter, ela tem o papel do reti- ‘nado, praticamente insolivel ‘A extracao por solvente 6 usada para remover com- ponentes indesejaveis dos dleos lubrificantes e de outras fragdes do petréleo cru, para separar 0 nidbio do tantalo, para produzir &cido fosférico concentrado, e em muitas outras aplicagoes. Emprega-se nao s6 equipamento em estagios, mas também equipamento de contato continuo. Na maior parte dos casos, 6 necessério separar, nos seus componentes, o extrato resultante, Extragao sélido-liquido ‘Os componentes de uma fase sélida podem ser sepa- rados pela dissolugdo seletiva da parte solivel do sélido or meio de um solvente apropriado. Esta operagao tam- bbém é denominada lixiviagéo ou lavagem. O sélido deve estar finamente cominuido, de modo qué o solvente li- Quido entre em contato com todo ele. Usualmente o com- Ponente desejavel é solivel, ¢ 0 restante do sélido é inso- Tuvel. O soluto deve entéo ser recuperado da solugéo do extrato, numa outra etapa de separacao. Um exemplo quotidiano da extracao sélido-liquido & © da feitura do café. Neste caso, os constituintes soliveis do café moido 840 separados dos finos insoluveis pola solubilizagao em Agua quente. Se o café for fervido du- rante um tempo muito longo, a solugao atingira o equill- brio com os sélidos restantes. A solugao é separada, no coador, dos finos residuais. ‘A extracao s6lido-liquido também 6 usada indus- trialmente na tabricagao do caté soldvel, para recuperaro café solivel da borra. Outras aplicagées industriais in- cluem a extragao do dleo de soja, usando-se hexano como solvente e a recuperagao do uranio de minérios de baixo teor pela extragao com solugées de acido sulfurico ‘ou de carbonato de sédio. Em virtude de uma das ases ser sélida, que nao flui como um fluido, 6 necessério usar tipos especiais de equipamento para a extracao sélido- liquide. Adsorgao ‘A adsorgao envolve a transferéncia de um consti- tuinte de um fluido para a superficie de uma fase sdlida. Para completar a soparacao, 0 constituinte adsorvido deve entao ser removido do sélido. A fase fluida pode ser ou um gas ou um liquido. Se diversos constituintes s80 adsorvidos em graus diferentes, 6 possivel, muitas vezes, separd-los em estados relativamente puros. Muitos séo os adsorventes sélidos que se usam. Fa- lando de forma definida, 0 conceito de adsorvente apli- ca-se usualmente a um s6lido que mantém osolutona sua superficie pela agao de forgas fisicas. Como exemplo, temos a adsorgao de vapores organicos pelo carvao. Se- ara-se industrialmente a fracao mais leve do gas natural Mediante um leito mével de adsorvente. A maioria dos outros processos industrials usa leitos fixos e processos descontinuos ou ciclicos em lugar de equipamento com varios estégios, pois é dificil movimentar 0 sélido. ‘As peneiras moleculares* constituem-se por adsor- ventes sintéticos especiais que podem ser usados para soparar as misturas por diferencas das dimensées mole- culares, ou da polaridade ou da saturagao de ligag carbénicas. Por exemplo, as moléculas de agua sao rel livamente pequenas ¢ muito polares, de modo que so preferencialmente adsorvidas pelas peneiras moleculares. adsorventes. Assim, estes adsorventes sao uteis na seca- gom dos gases e dos liquidos. As peneiras moleculares estéo sendo empregadas para separar as parafinas nor- mais contidas nas correntes de hidrocarbonetos, nas ret. narias de petréleo, para utilizé-las na manufatura de de- tergontes biodegradavels. Bastante aparentados com a adsorgao sao 0s proces- 08 separativos que retém os solutos nos sélidos por meio de diversas agoes. Um destes processos 6 a roca iénica, ‘na qual o soluto fica retido por uma reacao quimica com uma resina sélida trocadora de fons." * Conforme esta implicito no nome, os ions em solugdo podem ser removi- dos por este processo, que ¢ amplamente adotado para produzir agua ultrapura. Outras aplicagdes incluem a re- ‘cuperagao de antibiéticos de mostos fermentados © a separacao das terras raras. ‘Aclatratagao @ um fendmeno fisico que tem encon- trado aplicagdes na separagao de misturas, com base na forma das moléculas. 0 clatrato sélido atrai e retém molé- culas com uma forma particular. Por exemplo, um pro- ‘cesso industrial separa o paraxileno do metaxileno pela captura do primeiro num clatrato. Estes dois. compostos 18m propriedades fisicas e quimicas quase idénticas, de modo que os processos convencionais de separacao no podem ser utilizados. O clatrato pode ser considerado um tipo especial de adsorvente, As resinas trocadoras de ions, as peneiras molecula- res @ 05 clatratos sao relativamente caros em compara- {ga0 com os adsorventes convencionais — carvao e silica gel, por exemplo. Por isso, os adsorventes especiais $40 usados em separagdes que néo podem ser realizadas por meios mais convencionais. Estes processos de separacao especiais sdo efetuados em processos descontinuos, com leitos fixos do adsorvente, preferentemente aos proces- 808 que operam com equipamento em varios estagios ou a fluxo continuo. ‘As operagdes de transteréncia de massa que envol- vematransferéncia de uma fase sblida sao denominadas, algumas vezes, processos de soreao, incluindo-se ai todos 0s tipos de forcas atrativas sélida ‘Uma mistura de varios solutes adsorviveis pode ser separada por meio do um leito fixo de adsorvente. Inicial- ‘mento, injeta-se um pequeno volume da mistura no leito, onde ela 6 completamente adsorvida junto a entrada, De- Pols passa-se um fluxo continuo do solvente através do leito. Parte da mistura do soluto 6 dessorvida e arrastada com o solvente. A velocidade com que cada soluto passa pelo leito depende do seu equilibrio de adsorgao com 0 solido. Se um componente for fortemente adsorvido pelo sélido, a sua passagem através do leito é lenta, enquanto {que um componente fracamente adsorvido movimenta-se rapidamente através do leito até abandoné-lo. Por isso, 08 ‘componentes saem do leito om instantes diferentes e po- dem, assim, ser separados. Este processo de separacao ¢ @ cromatografia.* A separagao cromatografica é um mé- todo amplamente usado na analise quimica de pequenas amostras. As aplicagées industriais em larga escala sao limitadas. A separacao das terras raras, com resinas tro- cadoras, que mencionamos anteriormente, é um exemplo de separagao cromatografica ‘Separagées por membran: Alguns processos de separa¢ao envolvem a transfe- réncia de massa através de uma delgada membrana plas- tica.’ Embora estas operagbes tenham aplicagées relat vamente limitadas, tém vantagens em potencial para pro- blemas especiais de separacao. A teoria da separacao por membrana nao esté completamente desenvolvida, mas ‘como primeira aproximacao a separacao pode ser consi- derada como uma questéo de tamanho molecular. AS moléculas pequenas passam, com maior facilidade, atra- vés dos pequenos poros da membrana. Por isso, se hou- ver uma forga motriz “empurrando” as moléculas através da membrana, as menores sao seletivamente separadas. Algumas moléculas maiores também passam, de modo que a separacao nao 6 perfeita AA didlise um processo de separacao no qual se transfere massa através de uma membrana gracas a forca motriz proveniente de um gradiente de concentragao."™ Na aplicacao industrial de maior vulto, separa-se o hidré- xido de sédio de uma solugao aquosa com hemicelulose, na fabricagao do raiom viscose. A soluco escoa por um lado da membrana enquanto a agua pura escoa pelo ou- tro. O hidréxido de sédio ¢ impelido através da membrana em virtude da diferenca de concentragao entre a solucao @ a agua pura, mas a hemicelulose, que esté em suspen- so coloidal na solugao, 6 de dimensdes muito grandes para passar através dos poros da membrana. A dialise também 6 usada para recuperar 0 acido sulfurico, nos liquidos de rejeito das refinarias de cobree na purificagao do sangue no rim artificial A cletrodiélise utiliza uma diterenca de potencial elé- trico como forca motriz para os fons nas solugées.* Os fons positivos passam através de uma membrana apro- Priada @ medida que sao atraidos para o terminal nega- tivo, @ os fons negativos passam na posigéo oposta atra- vés da membrana, para o terminal positivo. Desta form: podem ser removidos nao $6 ions positives, mas também negativos. A eletrodidlise tem uso moderno na recuperagao de ‘ejeitos acidos e na remocao do sal da agua salobra de ogo. Pode também ser util na purificagao da 4gua do mar, na hipétese de os custos da membrana, e do dispén- dio de poténcia, poderem ser reduzidos. A dialise e a eletrodislise envolvem a transferéncia de ‘massa através de uma membrana, de uma fase para uma outra fase. As duas fases sao completamente misciveis, de ‘modo que a membrana também serve para impedir a mis- turagao das duas. Um processo de separacao por membrana, desenvol- vido recentemente, utiliza uma diferenca de pressao para forgar as moléculas do solvente através da membrana, enquanto as moléculas do soluto ficam retidas. Este pro ‘cesso nao envolve a transferéncia de massa entre as fa- ses. E mais semelhante a filtragéo, em que as particulas sélidas suspensas sao separadas de um liquido por meio da passagem forcada da mistura através de um meio trante poroso, de modo que o liquido passa mas 0 s6lido permanece retido. O uso de uma membrana possibilita uma “filtragéo” andloga de solugdes homogéneas que nao podem ser separadas por um filtro comum. Por esta azo 0 proceso & denominado ultraliltragao. A pressao aplicada deve ser maior que a pressao osmética; 0 pro ‘e880, por isso, é as vezes denominado osmose inver- tia."® ‘Com 0 uso de membranas iénicas apropriadas tam- ‘bem ¢ possivel separar sais idnicos de baixa massa mole- cular além de moléculas de grandes dimensdes, Entao a carga da membrana serve para impedir a passagem dos. fons carregados, de modo que somente osolvente 6 capaz de passar. A osmose invertida esta sendo usada como Proceso de remogao da agua pura contida na agua do mar, em operagoes de grande escala. ‘A gifusao em fase gasosa 6 um proceso de separé go que tem uma semelhanga superficial com a ultrafil tragdo, embora 0 seu mecanismo fisico seja diferente. Na difusao em fase gasosa uma mistura de gases ¢ forgada através de uma barreira metalica porosa? 0 componente {gasoso com massa molecular mais baixa passa mais rapi- damente através da barreira, de modo que o gas difundido fica mais rico neste componente. Somente se passa pela barreira uma fracao do gas. O restante, que ficou parcial- mente empobrecido no componente mais leve, 6 remo- vido para um processamento posterior. A compressao do gas implica grandes custos de poténcia, de modo que a difusdo em fase gasosa sé tem uma dnica aplicagao in- dustrial importante: a separagao do uranio-235 do urdnio-238. As usinas de difuséo em fa valor de bilhdes de délares — operam pai separagéo e obter 0 U** necessério para o uso como combustivel nuclear. Outros processos de separacao Algumas operagdes unitarias importantes envolvem a separacao dos componentes de uma mistura, mas as ope- ragées nao so, habitualmente, agrupadas com 0s pro- cessos usuais de separagao, ‘Aevaporacéo, acristalizagao easecagem envolvema transferéncia simultanea de calor e de massa. Na evapo- ragao, uma solucdo liquida ¢ concentrada pela vaporiza- Gao de uma parte do solvente. As exigéncias térmicas s40 grandes em virtude de 0 calor latente de vaporizagao do solvente ter que sor fornecido ao sistema. A evaporagio tem muitas aplicagées industrials, sempre que se tenha que concentrar quaisquer solugées. O que se denomina correntemente de destilacdo da agua do mar é, na reali- dade, um processo evaporative para recuperar a agua potavel Quando uma solugao ¢ evaporada até que fica satu- rada pelo soluto, 0 prosseguimento da evaporacao, ou 0 resfriamento, leva & precipitagao dos cristals sélldos. Esta éabase fisica dacristalizagao, uma operagao unitéria que se usa para separar os solutos da solugao. A cristalizacao @ usada industrialmente na fabricacdo de muitos sais inorganicos. Pode ser também usada para separar mistu- ras de sais pela cristalizacao fracionada. A evaporacaoe a ‘ristalizagao estao discutidas, detalhadamente, no Cap. 19. ‘Asecagem separa um liquido de um sélido pela vapo- rizagéo do liquido. Esta importante operacao unitaria esta coberta no Cap. 18 ‘A desumiditicagao separa um componente, na tase vapor, de uma fase gasosa, mediante o resfriamento do ‘98s até que o vapor se condense. Esta operagao de trans- feréncia de massa 6 a base do condicionamento de ar; esta abordada no Cap. 17. ‘As misturas multitésicas podem ser separadas em duas ou mais fragdes por varias oporagées. Neste caso, a mistura de fases deve ser heterogénea; isto 6, as fases devem ser fisicamente diferentes uma da outra, mesmo que possam estar finamente divididas e intimamente mis- turadas. As misturas de particulas sélidas podem ser se- Paradas em diferentes tamanhos pelo peneiramento, pela elutriagao, pelo peneiramento em fase liquida (mediante Jigs), ou pela classiticacao. As particulas sélidas podem ser Separadas de liquidos por fltragdo, por centritugagao ou porsedimentagdo. As fases liquidas imisciveis também podem ser separadas por centrifugagao, como no sepa- rador de creme de leite tipico. Os s6lidos podem ser separados dos gases ou dos liquidos, e os liquidos dos ‘gases, nos ciclones separadores. Estas operagoes de se- arago nao envolvem a transferéncia de massa, no con- ceito habitual que se adota; por isso nao so operagoes de transferéncia de massa. Os componentes ja sao fisica- mente diferentes, de modo que um procedimento meca- nico e néo uma transferéncia de massa é 0 que se deseja para separd-los. As operacdes de separagao mecanica '8a0 mencionadas aqui para acentuar a grande variedade de principios fisicos sobre os quais estéo baseadas as separacoes. Parte delas esta discutida no Cap. 22 Esta segao apresentou resumidamente as operagbes Unitarias que separam os componentes de uma mistura, ‘As separagées que podem ser descritas pelo modelo fi- sico de um estagio de equilibrio estéo discutidas nos diversos capitulos seguintes. Muitos dos outros proces- 808 de separacao estao discutidos na Parte Ill deste livro. O conceito de estagio Um estagio pode ser definido como uma unidade de ‘equipamento onde entram em contato intimo duas fases. diferentes, que sAo depols separadas mecanicamentte. Durante 0 contato, diversos componentes difusiveis da mistura se redistribuem entre as fases. As duas fases re- sultantes aproximaram-se do equilibrio e, portanto, tém composigées diferentes das composig6es iniciais das fa- ses. Por meio dos contatos e separagoes sucessivos das tases diferentes (operacao em varios estagios), so possi- veis grandes modificagées nas composicées das fases. Num estagio de equillbrio as duas tases ficam bem mistu- radas durante um intervalo de tempo suficiente para que se estabeleca 0 equilibrio termodinamico entre as fases que efluem do estagio. No equilibrio, néo mais é possivel qualquer modificacae global da composi¢ao das tases, uma vez fixadas as condigdes de operagao. No equips mento industrial real, nao em geral pratico esperar um tempo suficiente para que a mistura das tases atinja 0 ‘equilibrio. Por isso, 0 estagio real nao efetua uma moditi- cago de composicao téo grande quanto a modificago do estagio de equillbrio. Aeficiéncla de estagio ¢ detinida como a razao entre a modificagao de composigéo num estagio real ea modificagao de composi¢ao no estagio de equilibrio. As eficiéncias de estagio, no equipamento in- dustrial, variam de alguns poucos por cento até cerca de 100%. Em virtude de 0 estagio de equilibrio proporcionar a maior modificagao possivel da composicao, para um dado conjunto de condig6es operacionais, ele é também denominado estagio ideal ou tedrico. Mesmo que as con- digdes de equilibrio sejam raramente atingidas no equi- pamento real, o estagio de equilibrio é um modelo fisico Util para andlise das operagbes em estagios. Conforme é freqdentemente 0 caso na engenharia quimica, o modelo fisico é uma verso idealizada de uma unidade real do equipamento. Ocalcuto das caracteristicas do equipamento para as. operagoes industriais em varios estégios envolve a de- terminacao do némero de estagios de equillbrio seguido pela utilizagao da eficiéncia de estagio para se ter 0 nd- mero real de estagios necessérios. A eficiéncia de estagio 6 um “fator de corregao” para transformar 0 modelo tisico do estagio de equilibrio numa aplicagao pratica de esta- gos reais de um equipamento industrial. Aseficiéncias de estdgio dependem dataxa de transteréncia demassa, e do tempo e da area de contato num inico estagio. Estes fatores sao fung6es complicadas da geometria do estagio @ das taxas de escoamento das fases. No Cap. 16 discuti- Femos a estimativa das eficiéncias de estagios. Equipamento para operacées em estagios © equipamento para as operacdes em estégios tem grande diversidade de dimensoes e de detalhes de cons- trugdo, mas apresenta também grandes semelhancas. Em Geral cada estagio do equipamento mistura completa- de mente as duas fases afluentes, de maneira complet modo que o material possa ser transferido tao rapit mente quanto possivel de uma para a outra fase. Cada estagio deve entao soparar as duas fases resultantes, da forma mais completa nas dadas circunstncias, e trans- portd-las para os estagios adjacentes. Aiguns equipamen- tos industriais podem ser constituidos por um Unico esté- gio; empregam-se, porém, mais habitualmente, unidades ‘em varios estagios, com escoamento em contracorrente. ‘entre as duas fases. A operacéo em estagios miltiplos ossibilita maiores variagdes na composic&o das duas fases do que as variagdes que se podem obter em um s6 estagio. (O equipamento para a misturagao e a separacao das fases depende das caracteristicas fisicas das pro- fases. A fase L pode ser um liquido ou um sélido finamente dividido; a fase V pode ser um gés, um vapor ou um liquido, dependendo do processo de separacao. Os {gases @ 0s liquidos escoam com facilidade de um estagio para outro, mas os sélidos sa0 mais dificeis de transfer. Poresta razao, as operacdesem estagios, em que osélido ‘se movimenta em contracorrente a uma fase liquida, s40 menos comuns. Os sdlidos finamente divididos podem escoar como fluidos, e por isto esta técnica é usada para movimentar s6lidos. Em outros casos, sélido tem que ‘sermecanicamente transportado de estagio paraestagio. Em virtude de raz6es econémicas, 09 estagios devem etetuar, da forma mais simples possivel, 0 contato e a separagao. Por exemplo, a forca gravitacional @ usada para separar as fases.e promover 0 escoamento, em todas as circunstancias possiveis, para evitar a necessidade de equipamento dispendioso como bombas e centritugado- figura, fice soldado & © passa pela campanula, saindo elas fendas verticals, quando entao édispersado natase liquida. Estacobreasfendasda campanulaGoborbulhador (Valean Mig. 0.) res. Por outro lado, onde a separagdo é dificil, pode ser inevitével 0 uso de equipamento caro. Contato gas-liquido A grande diferengadedensidade entre os gasese os - quidosfazcomqueaseparagdodastasessejarelativamen- te facil. As duas fases podem ser misturadas pelo borbu- thamento ascendente do gas no liquido. As bolhas de gas ‘Separam-se do liquido, formando uma fase continua ga- sosa, quando atingem a superficie da fase liquida. Os estagios so construidos em coluna vertical, de modo que sa Go pat superior kK \voredoe cE cine Stee Esccaento do gs Fig. 2.3 Prato com borbulhadores, a fluxo cruzado, para o con- talo de duas fases fluidas, O eecoamento do gas eta Indicado os canais do gas. Fig. 2.4 Prato com borbulhadores ¢ fluxo cruzado. Os verte- dotes-metdlicos, ao longo dos lados dire e esquerdo do prato, ‘mantém o liquide num nivel suficientomente alto para cobrir as fendas nas campanvias dos borbulnadores. O liquido escorre pela placa, vindo do prato situado acima do que esta na folo, @ Sobre este, para aesquerda, Dopois, escorre por cima dovertedor ‘transversal do prato na direcdo do vertedor e da tomada descen- ‘ante no lado dieito. O vertedor de entrada mantém um nivel de liquide que cobre a parte mais baixa da tomada descendente, de modo que o gas nao pode cortar camino atraves desta tomaaa. 0 prato que aparece tem seis pés (1,8 m) de didmetro e é cons- truldo em cobre para uso numa coluna de destilagao de 20 pratos rruma destilaria Ge bebidas. (Cortesia de Vulean Mg. Co.) oliquido possa fluirdescendentemente, por gravidade, de estagio para estagio. O gas escoa para cimaem virtude da diferenga de pressao mantida por um compressor ou por um soprador ou por um refervedor. Os estagios reais numa coluna vertical s4o denominados pratos ou bande- jas. Sugeriram-se diversos tipos de pratos; considerare- ‘mos aqui apenas alguns. Durante muitos anos os pratos Fig. 2.5 Bandeja perturada com fluxo cruzado, Vé-se a parte Inferior da bande, com 0 vertedor descendente no Tundo. Os encaixes que correm do topo para baixo destinam-se adar resis- {énoia estrutural A montagem, assim como os tirantes de Suporte que correm horizontalmente no prato. (Cortesia da Vulcan Mig. 0) ‘com borbulhadores foram os mais usados nas colunas de destilagao e de absorgao.O borbulhador (Fig. 2.2) é proje- tado de modo a dispersar afase gasosa em bolhasfinasno seio do liquido. Ele também impede que o liquide desca pelas passagens do gas quando este flui a velocidade baixa. Os borbulhadores so construidos em muitas for- mas e tamanhos diversos. Na Fig. 2.3 aparece uma configuragao de fluxo tipica ‘numa coluna com borbulhadores. 0 liquido escoa trans~ versalmente nos pratos e passa, pela tomada descen- dente, para o prato inferior. O gas flui ascendentemente através do borbulhador, em contato com o liquido. A Fig. stato prat supoor Verwtor Atsotene Escoament io iuio scoamens 0 gs Fig. 2.6 Bandejas com prato perturado e vertedor ci ular parao ccontato de duas fases fluicas, As setas finas indicam 0 escoa- mento do gas @ as cheias, 0 do liquido, O gas dispersa-se no Tiquido sobre cada bandeja pela passagem através de pequenos conifcios no prato. 23 @ uma representacao simpliticada esquematica de uma coluna com borbulhadores. Na Fig. 2.4 aparece um prato com borbulhadores. As colunas com borbulhadores podem ser operadas num amplo intervalo de velocidades de escoamento, com ele- vadas eficiéncias de estagio. A quantidade de liquido que tlui pelas passagens do gas 6 pequena, e pode-se manter ‘num nivel desejado a altura do liquido em cada prato. Por isso, 0 contato gas-liquido 6 bom, numa ampla faixa de taxas de escoamento e mantém-se relativamente cons- @ o Fig. 2.7 Opérculos de valvula; aparecem dois tipos. Quando 0 fluxo do gas ciminul, os opérouloe descom sobre a superficie da tante as eficiéncias de estagio. Em virtude de serem relati- vamente caros, os pratos com borbulhadores cederam lugar a tipos mais modernos de bandeja, que sao descri- tos a seguir. Nos anos recentes, os pratos porfurados tornaram-se muito populares gragas.a simplicidade ¢ ao baixo custo. O tipo mais comum desta pega de equipamento 6 abandeja perlurada, conforme o exemplo a fluxo cruzado que apa- rece na Fig. 2.5. Outro tipo, com outra configuragao de fluxo, 6 0 que esté na Fig. 2.6. De acordo como nome, a 1M a abertura, impedindo o escoamento do liquido. (a) Modelo A-t. (b) Modelo V-1. (Cortesia da Giitsch, Inc.)

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