Nome de ponta da animação contemporânea, a Aardman é responsável por uma safra de histórias espirituosas, capazes de entreter adultos e crianças, como “A fuga das galinhas” (2000) e os personagens da série “Wallace e Gromit”. Cada novo lançamento do estúdio britânico, conhecido por trabalhar com técnicas de animação de massa de modelar e stop motion, é aguardado com ansiedade por seus admiradores. É por isso que, comparado com produções anteriores, algumas premiadas pelo Oscar, “O homem das cavernas” talvez pareça um dos menos imaginativos e ambiciosos de sua longa lista de contribuições ao gênero.
A trama, desenvolvida por Mark Burton e James Higginson e dirigida pelo craque Nick Park, empilha licenças históricas para descrever a rivalidade entre duas tribos de homo sapiens de diferentes estágios da evolução convivendo em um mesmo espaço e período de tempo, que é resolvida numa partida de futebol — em sua versão mais primitiva. A premissa põe homens da Idade da Pedra contra os da Idade do Bronze para falar sobre opressores e oprimidos e sugerir que a união faz a força, em narrativa menos empolgante que uma pelada, que apenas recicla o humor, o visual e o carisma dos personagens da fábrica Aardman.