Bons contrastes
UMA DAS REGRAS DA harmonização de vinho e comida postula que elementos contrastantes podem criar sensações maravilhosas. A ideia parece simples. Doce versus salgado. Combina? Sim, essa é uma harmonização bastante comum. Mas esses “opostos” não precisam ser apenas doces ou salgados. Gordura e acidez, por exemplo, podem criar uma dualidade interessante.
Pensar em contrastes é realmente tentador, no entanto, é preciso atenção. Se a contraposição entre doce e salgado raramente dá errado, tentativas que envolvem especiarias e doçura precisam ser bem pensadas para não tornar a experiência ruim. Aqui, por exemplo, é necessário considerar a estrutura e a acidez do vinho e do prato. Por outro lado, contrastes de texturas também tendem funcionar, basta pensar no frescor de um espumante diante de uma comida cremosa.
Sendo assim, quando pensamos em opostos, devemos – quase sempre – tentar buscar as maiores distâncias, pois, em algumas situações, as pequenas congruências podem atrapalhar. Por exemplo, vinhos com bastante acidez e leve dulçor podem ficar entediantes ao lado de comidas também adocicadas, mesmo que suas texturas sejam opostas. Esse tipo de situação, às vezes, ocorre quando há molhos frutados que se sobrepõem aos sabores de um assado.
No entanto, a busca pelos contrastes é sempre uma forma interessante de criar harmonizações de grande impacto entre vinho e comida. A
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