A princesa e o milionário
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Sobre este e-book
Sigiloso e perigoso como um felino, um dos traços característicos de Luc Garnier era a sua capacidade de conseguir o impossível.
A princesa Gabrielle não tinha preço. Ainda assim, Luc tinha desafiado as probabilidades e conseguido um contrato matrimonial. Em primeiro lugar, seria uma união no papel, em segundo uma união carnal e depois....
Contudo, Gabrielle era a mesma em privado e em público: educada, com modos impecáveis e uma garantia para o seu país. Luc estava decidido a encontrar a libertina que de certeza havia por trás da sua fachada...
Caitlin Crews
USA Today bestselling, RITA-nominated, and critically-acclaimed author Caitlin Crews has written more than 150 books and counting. She has a Masters and Ph.D. in English Literature, thinks everyone should read more category romance, and is always available to discuss her beloved alpha heroes. Just ask. She lives in the Pacific Northwest with her comic book artist husband, is always planning her next trip, and will never, ever, read all the books in her to-be-read pile. Thank goodness.
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A princesa e o milionário - Caitlin Crews
Editado por Harlequin Ibérica.
Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.
Núñez de Balboa, 56
28001 Madrid
© 2009 Caitlin Crews
© 2018 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.
A princesa e o milionário, n.º 1297 - maio 2018
Título original: Pure Princess, Bartered Bride
Publicado originalmente por Mills & Boon®, Ltd., Londres.
Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial.
Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.
Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.
® Harlequin, Sabrina e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.
® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença.
As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.
Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited. Todos os direitos estão reservados.
I.S.B.N.: 978-84-9188-298-5
Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.
Sumário
Página de título
Créditos
Sumário
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
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Prólogo
Luc Garnier não acreditava no amor. O amor era uma loucura. Era agonia, desespero e baixelas atiradas contra a parede. Luc acreditava nos factos. Nas provas. Em contratos blindados e na certeza indisputável do dinheiro. Fora implacável durante toda a sua vida e desfrutara de um enorme sucesso. Não acreditava que fosse sorte ou acaso. A emoção não tinha nada a ver.
E, pelas mesmas razões, a emoção não teria nada a ver com a escolha da sua futura esposa.
A Costa Azul brilhava sob o sol da tarde enquanto passeava por Nice em direcção a Promenade des Anglais, onde se erigia o famoso Hotel Negresco entre as águas azuis do Baie des Anges e com o Mediterrâneo ao fundo. Era um dos seus hotéis favoritos em França, tanto por causa do serviço como por causa das obras de arte que albergava, mas o motivo que o levava àquele lugar naquele dia era outro muito diferente.
Chegara naquela manhã de avião de Paris, decidido a verificar por si próprio se a última candidata a esposa era tão bonita como parecia na fotografia.
O problema era que todas pareciam óptimas, já que um dos requisitos para fazerem parte da sua lista era que proviessem da nobreza. A última parecera-lhe perfeita, mas alguns dias com lady Emma em Londres tinham revelado uma afeição exagerada à vida nocturna e aos homens.
Não o preocupava que a sua esposa tivesse um passado, mas preferia que esse passado não incluísse pessoas que pudessem ser objectivo da imprensa.
– As raparigas de hoje em dia são assim – sentenciara o seu braço direito, Alessandro, depois de que Luc descobrir a última farra nocturna de lady Emma.
– As mulheres modernas podem ir às festas que quiserem – declarara, – mas a minha esposa não. Peço demasiado?
– Se fosse só isso! – Alessandro dera uma gargalhada. – Deve ser nobre, pelo menos aristocrata para honrar a tua ascendência. Deve ser pura. Não pode ter sido jovem nem estúpida, para que não se tenha vido envolvida em nenhum escândalo. Não penso que exista.
– Talvez não – admitira Luc, enquanto fechava, com um ar de desagrado, o dossiê recolhido sobre lady Emma. – A minha mãe ensinou-me que, com frequência, a beleza só serve para esconder a desonra e a traição. Só podemos confiar numa reputação irrepreensível – ele sorrira para Alessandro. – Se existir, encontrá-la-ei.
– E se essa maravilha não desejar casar-se contigo?
– Por favor! – Luc dera uma gargalhada. – Isso é pouco provável, não achas? Que mulher não gostaria de se tornar minha esposa? O que é que uma mulher pode desejar que eu não possa oferecer-lhe? Porei todo o meu dinheiro e poder à sua inteira disposição.
– Às mulheres gostam de romantismo – Alessandro suspirara. A sua alma romântica italiana rebelava-se. – Não querem ser tratadas como uma proposta de negócios.
– As coisas são assim – Luc encolhera os ombros. – E ela deverá compreendê-lo.
– Receio, meu amigo, que vais passar muito tempo a procurar – Alessandro abanara a cabeça.
Mas Luc não tinha medo do trabalho árduo e, aparentemente, inútil. E era nisso que estava a pensar ao virar a esquina e encontrar-se à frente da entrada do hotel. Os seus famosos pais tinham falecido quando ele tinha apenas vinte e três anos e tivera de abrir caminho sozinho. Mesmo antes da sua morte num acidente de barco, já estivera mais ou menos por sua conta. Os seus pais sempre se tinham interessado mais pela relação como casal, com as suas complicações permanentes, do que pelo seu próprio filho.
No entanto, não lamentava a maneira como o tinham criado, por muito que algumas pessoas insistissem que reflectia alguma carência, coisa que ninguém se atrevia a dizer-lhe na cara há bastante tempo. Crescer num ambiente tão carregado de paixão, ciúmes e traição libertara-o das necessidades que pareciam governar os outros homens. Também lhe permitira ter mais sucesso e isso era a única coisa que importava, porque, o que mais havia na vida? Não queria saber do amor nem das emoções. O que desejava era uma esposa no sentido mais tradicional da palavra, pelos motivos mais tradicionais. Estava prestes a fazer quarenta anos e já era hora de constituir uma família que desse continuídade ao seu legado e ao sangue italiano aristocrático da sua mãe. A esposa que escolhesse teria de ter o mesmo sangue, de uma nobreza que datasse de séculos, pelo menos, equivalente à da sua própria família. Era a tradição. Era o seu dever.
Precisava de uma esposa que conhecesse o seu dever.
Entrou no hotel antigo e elegante e passou à frente dos porteiros com luvas brancas. Atravessou o Salon Royal com a cúpula desenhada por Gustave Eiffel e os candelabros de Baccarat que iluminavam alguns dos maiores filantropos do mundo. Mas ele não fez caso enquanto procurava a mulher que fora conhecer. Finalmente, viu-a, a princesa Gabrielle de Miravakia.
Agradou-o verificar que se destacava entre a multidão com naturalidade. Não tentava atrair a atenção sobre ela. Não se insinuava de maneira indecorosa nem se aproximava dos homens que competiam pela sua atenção. Mantinha-se tranquila e elegante, refinada e régia.
Era muito bonita, logicamente. Era uma princesa real, a herdeira ao trono do seu país. Luc ignorou o seu aspecto e concentrou-se na sua maneira de se comportar, totalmente impecável.
Tinha o cabelo preso num coque elegante à altura da nuca e vestia um vestido leve. As suas únicas jóias eram uns brincos e uma pulseira. Era apenas sofisticação e elegância enquanto presidia um dos múltiplos bailes de beneficência que a tinham feito famosa. Era a princesa perfeita em todos os sentidos.
Mas não podia confiar apenas no seu aspecto. Seria realmente tão impecável como parecia?
Luc pediu uma bebida ao empregado e afastou-se das pessoas para poder observá-la sem ser visto. Descobrira que a princesa estaria em Nice durante toda a semana e tinha alguns eventos públicos programados, coisa que não lhe interessava tanto como saber o que faria nos seus tempos livres.
Estava convencido de que, tal como lady Emma, a princesa Gabrielle acabaria por se mostrar tal como era. Só tinha de ter paciência e esperar.
No entanto, permitiu-se alguns segundos de optimismo.
Se fosse tão perfeita como parecia, conseguira. Finalmente, encontrara a sua esposa.
Capítulo 1
– Cumpre com o teu dever! – ordenara o seu pai, instantes antes de o órgão da catedral ganhar vida. – Faz com que me sinta orgulhoso de ti.
As palavras ecoavam na mente da princesa Gabrielle cujo passo era desacelerado pelo peso do vestido de noiva. A longa cauda fluía atrás dela, estendendo-se quase três metros como correspondia a uma princesa no dia do seu casamento. Mas ela só sabia que lhe custava andar, embora mantivesse as costas direitas e a cabeça erguida… Como sempre.
Felizmente, o véu que lhe cobria o rosto escondia a expressão que, pela primeira vez nos seus vinte e cinco anos, receava não conseguir controlar, assim como as lágrimas que enchiam os seus olhos.
Não podia chorar. Ali não. Não naquele momento.
Não enquanto avançava pelo corredor da catedral do seu reino, de braço dado com o seu pai, o rei de Miravakia. O homem que tentara, sem sucesso, agradar durante toda a sua vida.
Até na universidade estivera tão obcecada com ganhar a aprovação paterna que estudara a todas as horas. Enquanto os seus companheiros iam a festas em Londres, Gabrielle perdera-se entre livros. Ao acabar os estudos, apesar de ter um diploma de Economia, entregara-se às obras de beneficência, tal como o seu pai esperava que uma princesa de Miravakia fizesse.
Tudo para ganhar o seu favor. Isso era o mais importante da sua vida.
Até o casamento com um perfeito estranho que ele escolhera.
Porque o aguentava? O dela não era um reino feudal, nem ela era um bem consumível. No entanto, não sabia como contradizer o seu pai sem receber a sua fúria.
– Aceitei uma proposta de casamento – dissera o rei Josef uma manhã, há três meses.
Gabrielle dera um salto. O seu pai nem sequer levantara o olhar do pequeno-almoço. Surpreendia-a que tivesse falado. Normalmente, tomava o pequeno-almoço em silêncio enquanto lia o jornal, embora insistisse sempre que ela o acompanhasse.
– Uma proposta de casamento? – ela surpreendera-se. O seu pai não mostrara o menor interesse em voltar a casar desde a morte da sua mãe quando ela tinha cinco anos.
– Uma mistura de sangue real e riqueza quase ilimitada que me pareceu muito atraente – dissera o rei. – E, certamente, reforçaria o estatuto do trono de Miravakia.
Era como discutir a compra de um carro. A mente de Gabrielle começara a vaguear. Ia ter uma nova mãe? A ideia quase lhe pareceu divertida. Por muito que amasse o seu pai, não era fácil viver com ele.
– Não haverá um noivado tedioso e prolongado – continuara o seu pai, enquanto esfregava os lábios finos. – Não tenho paciência para essas coisas.
– Claro – assentira ela.
Quem é que o seu pai encontrara que cumprisse os requisitos para ser a sua esposa? Regra geral, costumava ter uma péssima opinião de qualquer mulher e, como rei de Miravakia, a noiva só poderia pertencer a uma lista selecta de membros da realeza.
– Espero que te comportes como é devido – continuara ele. – Não quero nenhuma cena histérica tão habitual como as que costumas ter quando se fala de casamento.
Gabrielle evitara responder-lhe.
– Espero que organizes tudo rápida e eficazmente.
– Claro, pai – respondera ela, imediatamente. Nunca planeara um casamento, mas não poderia ser muito diferente dos actos de Estado que organizara. Dispunha de uma equipa óptima, capaz de qualquer milagre. Além disso, talvez uma nova esposa conseguisse fazer aflorar um aspecto mais terno do seu pai rígido.
Perdida nos seus pensamentos, assustara-lhe