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E-book169 páginas31 minutos

Unbloguedê!

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Sobre este e-book

O autor paranaense Alexandre Artiga neste seu novo livro de poesias nos leva na busca da palavra certa. Um devaneio fácil apenas na aparência, mas que se constrói como no poema (IN)DEFINIÇÃO: "Escolho/ aos poucos/ a palavra certa./ Aquela que,/ como dardo/ (sem ser essa),/ dá palavras finais/ à ventura das entrelinhas,/ incerto alvo/ dum poema./ Com dardo, /jogo longe do centro/ o fim de qualquer ideia."
IdiomaPortuguês
Data de lançamento7 de out. de 2016
ISBN9788575491034
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    Unbloguedê! - Alexandre Artigas

    UNBLOGUEDÊ!

    Alexandre Artigas

    UNBLOGUEDÊ!

    Copyright: Alexandre Artigas

    Copyright da presente edição: Editora Max Limonad

    Capa: Ana Beatriz Artigas

    ISBN: 978-85-7549-103-4

    Editora Max Limonad

    www.maxlimonad.com.br

    [email protected]

    2016

    Sapientia

    :

    nul pouvoir

    un peu de savoir

    un peu de sagesse

    et le plus de saveur possible

    Roland Barthes

    domingo, 15 de abril de 2012

    (IN)DEFINIÇÃO

    Escolho

    aos poucos

    a palavra certa.

    Aquela que,

    como dardo

    (sem ser essa),

    dá palavras finais

    à ventura das entrelinhas,

    incerto alvo

    dum poema.

    Com dardo,

    jogo longe do centro

    o fim de qualquer ideia.

    Sem ser a pantera rilkeana,

    a tal palavra, felina,

    esvai-se

    entre os ares rarefeitos

    de luz da noite

    da arte poética.

    Tentativa total

    sem definição

    e tal incompleta,

    deriva e tange,

    das palavras,

    as palavras.

    Matemática,

    às avessas da soma,

    limita a cada letra

    a possibilidade

    do arremate.

    Dentro de ti,

    poema,

    cabes a ti mesmo.

    Define-te!

    segunda-feira, 16 de abril de 2012

    TAREFA DE CASA

    Há um furo

    no patamar da soleira

    e meus pés

    descalços

    sentem sem eira

    na beira

    da casa

    o relevo dum buraco.

    Desentendido,

    quieto e cabisbaixo,

    na pressão do conserto

    que adio,

    comprimo o tempo

    em nódoa de preguiça

    e lampejo

    do esgueirar-se.

    Ah, um dia consertarei

    na base da massa corrida

    em pressa

    de automóvel

    em pista de mão única.

    Mas os contratempos me adiam.

    É um poema que não termino.

    É um poema que não começo.

    E esta canção que me martela

    e espera

    o tapume da palavra.

    CADERNO QUADRICULADO

    Apura o senso circense

    [

    as cinco vogais já

    (não tenho nada para falar)

    na página

    ]

    esse palhaço

    que vos diz

    :

    talvez a matemática

    [

    de tanto estudada

    (todo dia, ao treinar suas jogadas)

    com afinco

    ]

    possa enfim

    dar uma risada

    talvez um símbolo.

    quinta-feira, 19 de abril de 2012

    A MANHÃ

    Queria o poema

    transpassado pelos filtros Musa,

    apanhado pelas canetas Poeta,

    em papéis Sublime. 

    Mas a marca de minha pena apagou-se

    e o hálito de minha boca exala

    o resto de café da térmica.

    A poesia que me apanha

    retirou-se do etéreo

    e traz à redoma

    coisas desta mesa.

    Repousa ainda na manhã 

    o primeiro poema desperto

    com o galo.

    Ele abriu os olhos

    e escreveu no teto

    a palavra dia,

    com o lápis de remela

    e sono.

    Batida a batida,

    a manhã foi ouvindo do coração

    a passagem das horas,

    cheias de melancolia

    e atraso – 

    depois viriam as palavras.

    Passado o café

    a cabo de minutos e chaleira,

    a manhã restante esperou o

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