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História do homem: Nosso lugar no Universo
História do homem: Nosso lugar no Universo
História do homem: Nosso lugar no Universo
E-book259 páginas5 horas

História do homem: Nosso lugar no Universo

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Sobre este e-book

Durante milênios, desde os gregos antigos e, até mesmo antes disso, a humanidade vem procurando uma resposta para a indagação: "Como surgiu o Universo?", "Como surgiu a vida?", "Como surgiu o homem?". Foi em busca das respostas para esses mistérios que o autor percorreu, durante anos, as melhores bibliotecas, livros e artigos científicos sobre o assunto. E o resultado dessa busca é o que o leitor encontrará nesta obra. A conclusão que o autor partilha com o leitor ao longo dessa instigante travessia é a de que, em pleno alvorecer do século XXI, a ciência já dispõe de algumas respostas para todo esse mistério.
IdiomaPortuguês
Editorae-galáxia
Data de lançamento17 de abr. de 2018
ISBN9788584742165
História do homem: Nosso lugar no Universo

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    Pré-visualização do livro

    História do homem - Edmac Trigueiro

    Sumário

    Introdução

    PARTE I – O UNIVERSO E O HOMEM

    Das trevas à luz

    Um olho desumano

    Um Universo do nada

    Um Universo (im)perfeito

    Um Universo ao acaso

    Entreato: entre o Universo e a Vida

    PARTE II – A VIDA E O HOMEM

    A linda história da vida na Terra

    Evolução

    Genética: o complemento da evolução

    Epigenética: nova revolução na Biologia Evolutiva?

    Vida

    Vivo, mas nem tanto

    Ora perto, ora longe

    Amor não correspondido

    A vida é maravilhosa

    A vida como ela é

    Luva

    Os filhos de Luva

    PARTE III – O HOMEM

    Super-homem

    O melhor amigo do homem

    Homens, moscas e ratos

    Assembleia de macacos: o destino de um líder que se torna arrogante demais

    A escalada do ser humano

    Os mais remotos ancestrais humanos: os pré-australopitecíneos de 7 a 4,5 milhões de anos atrás

    Os ancestrais australopitecíneos

    Os astralopitecíneos gráceis

    Aquele que derrubou uma teoria

    A grande mãe da humanidade

    O homem veio mesmo da África!

    Os australopitecíneos robustos

    Macacos pensantes

    Adeus África

    Primeiros hominídeos que chegaram à Europa

    Homo heidelbergensi

    Homo erectus

    O paradoxo da Fórmula 1

    O homem de Neandertal

    Menino do Lapedo. O Neandertal português?

    A mulher X

    Humanos modernos

    Epílogo

    Bibliografia

    Sobre o autor

    Luzes serão lançadas sobre a origem do homem e sua história.

    Darwin

    Dedico este livro a meu pai, Machidovel Trigueiro de Oliveira, eterna saudade e fonte de inspiração. Ele me deixou duas semanas após a conclusão do livro. À minha mãe Edirthes, pelo amor incondicional e dedicação. Ao irmão Machidovel Filho. À esposa Lana. O acaso nos ligou e o amor não nos deixa desligar. A meus filhos, Pedro Henrique, Eduardo e Giovana. A nossa casa, com vocês, sempre será uma festa.

    Somos apenas viajantes do espaço, perdidos num Universo infinito.

    Introdução

    Inúmeras áreas importantes da natureza – a cosmologia, a geologia e a evolução, entre elas – precisam ser estudadas com ferramentas proporcionadas pela história. Os métodos apropriados concentram-se na narrativa, e não nos experimentos, tal como em geral os concebemos.

    Stephen Jay Gould

    Os comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica estavam reunidos em uma sala secreta. A pauta da reunião: o destino da presidenta Dilma Rousseff. Diante dos acontecimentos, discutiam um golpe para derrubar a presidenta. O desfecho seria selado por uma votação, após cada um expor seus pontos de vista e tentar convencer um ao outro de suas posições. A votação estava empatada. O comandante da Marinha optou pelo golpe, enquanto o da Aeronáutica se posicionou contrariamente. O Exército teria a palavra final. Naquele momento, o telefone tocou aqui em casa. Era o comandante do Exército. Conheci-o há muito tempo. Fizemos amizade e acabamos tornando-nos grandes amigos. Confiava muito em mim, achava-me uma pessoa estudiosa e equilibrada. Segundo sempre me dizia, gostava de ouvir minha opinião, porque me considerava pessoa de bom senso. Contou-me o que estava acontecendo e pediu meu conselho, porque tinha que decidir o destino da nação imediatamente. Fiz várias ponderações do que achava sobre tudo isso e, no final, posicionei-me pela preservação do mandato da presidenta. O comandante votou. Não houve o golpe.¹ Por quê?

    Um asteroide relativamente grande se desviou de sua rota natural. Apesar de a Nasa ter identificado a trajetória em direção à Terra, não haveria mais tempo para detê-lo. Ele caiu na Terra e matou noventa por cento das espécies que moravam aqui. Uma delas muito especial, nós, a espécie humana. Ao longo do tempo, a evolução pela seleção natural darwiniana havia construído a espécie mais bem-dotada, a melhor adaptada, dentre todas, a viver e a dominar o planeta, mas, mesmo assim, todos esses dotes não foram suficientes para nos preservar da extinção. O que deu errado?

    Este livro trata da História do Homem e do lugar que ocupa no Universo. Ao concluir a leitura, você saberá a resposta para os dois casos citados acima.

    No passado, existiram várias espécies² de hominídeos e não apenas uma, como a que conhecemos hoje. É a história de todas essas espécies que será contada aqui. Com este, encerra-se a trilogia, iniciada em 2011, com a publicação da História do Universo, seguida pela História da Vida, em 2015. O que se pretendeu com a série foi apresentar a versão predominante da ciência acerca da origem do Universo, da Vida e do Homem, em uma linguagem de divulgação científica e sempre procurando historicizar a temática. Neste último volume, o leitor irá se deparar com a saga da espécie humana desde quando se separou dos macacos, em algum lugar da África, algo em torno de sete milhões de anos atrás, até o alvorecer do mundo moderno, com a chegada de levas de Homo sapiens ao continente americano há cerca de quinze mil anos.

    A árvore genealógica que representa o cenário atual foi construída ao longo do século XX, um quebra-cabeça que causou e ainda causa discussões acaloradas entre paleoantropólogos. Um exemplo é a teoria, capitaneada por Yves Coppens, no sentido de que os hominídeos tivessem evoluído a partir do leste do vale do Rift, na África. A descoberta dos fósseis de Abel (1995) e Toumai (2002), por Michel Brunet, sepultou tal tese, pois os dois hominídeos foram encontrados no lado oeste do Rift. O cenário paleoantropológico também mudou bastante nos últimos trinta anos. Nos anos setenta, os Australopithecus afarensis eram os que constituíam os mais remotos ancestrais humanos. A partir dos anos dois mil, Toumai vai assumir o posto, tomando de Lucy o lugar de representante mais antigo da espécie humana e, com isso, dobrando a idade em que se acreditava haver vivido o ancestral comum entre o homem e o macaco, de três milhões e meio para sete milhões de anos.

    Hoje dispomos de um quadro aceitável do que de fato ocorreu desde o início da espécie humana, até a versão mais moderna, o Homo sapiens, quando a humanidade saiu da África para tomar conta do mundo e dominar todas as outras espécies humanas que existiam, tanto na Ásia, quanto na Europa.

    Para quem acha que a Terra foi criada por causa de nós, não se sabe porque se esperou tanto tempo e por qual razão existiram tantos tipos diferentes de humanos. Afinal de contas, nove bilhões de anos se passaram desde o surgimento do Universo até o aparecimento de nosso planeta. E daí mais espera. A Terra aguardou mais de 4,5 bilhões de anos para nos dar o homem, na forma de nosso ancestral mais primitivo, meio homem/meio macaco. Não era assim que sonhava a humanidade desde tempos imemoriais. Até hoje, em qualquer religião do mundo, apregoam-se momentos quase que instantâneos ou sucessivos na criação do Universo, da Terra, da Vida e do Homem. Todavia, a ciência parece demonstrar o contrário. Com efeito, a idade e a forma da luz, das rochas e dos ossos hoje são fatos científicos que comprovam o momento do surgimento dos eventos mais importantes na história da humanidade. O descobrimento da evolução, o desenvolvimento da genética e o encontro de ossadas antigas provaram que existiram várias espécies de hominídeos antes do sapiens e que todos eles compartilharam um ancestral comum com os chimpanzés, ou seja, não somos o motivo, nem a finalidade da existência do Universo e da Vida. Difícil de aceitar, porque nos damos importância demais, porém talvez sejamos apenas fruto do acaso.

    Na verdade, o Universo não nos dá a mínima. Prova disso são as explosões de estrelas que estão a ocorrer nos cantos mais remotos do cosmos. É sorte nossa estarmos a milhares de anos-luz desse local, senão morreríamos instantaneamente. Muitas dessas megaexplosões catastróficas são flagradas por máquinas que construímos. Os eventos de extinção em massa pelos quais a Terra já passou nos últimos milhões de anos representam mais um exemplo do descaso do Universo conosco. Eles provocaram a destruição indiscriminada de quase todas as espécies que tinham a Terra como habitat. Não nos extinguimos por pura sorte, simplesmente porque não existíamos na época.

    Todas essas reflexões nos conduzem a reconhecer como é imperioso o estudo da história natural. Outrora era a matéria mais importante do conhecimento humano, hoje relegada ao esquecimento. Basta conferir as prateleiras das livrarias, recheadas de romances e livros de autoajuda. A própria história carece de livros deste tipo, como se a História do Universo, da Vida e do Homem não fizesse parte da disciplina. Os bestsellers da área são livros que tratam de histórias dos acontecimentos políticos, militares e biográficos. Até experiências das intimidades e do cotidiano se sobrepõem, de maneira injustificada, à história natural. Este livro representa, então, o ponto fora da curva dessa trajetória editorial. Não é muito, mas, ao mesmo tempo, é tudo, porque aqui está o que mais propriamente nos diz respeito. Afinal de contas, esta é nossa história mais íntima - a história de nossos ancestrais e sua conexão com o cosmos.

    Por fim, gostaria que o leitor fizesse a leitura deste livro como possibilidades e aproximações e não como verdades absolutas. Isto porque:

    1 Há muita incerteza sobre um passado tão longínquo;

    2 Estamos calejados o suficiente para sabermos que o percurso traçado pela História da Ciência é repleto de erros e reviravoltas;

    3 Não devemos apostar todas as fichas no que cientistas e autores assinam, por mais laureados que sejam.

    Apesar de tudo isso, cremos que a ciência é o que de mais próximo e seguro temos da verdade do que se registrou no passado, pois é, dentre as que dispomos, a ferramenta que possui um grau mais elevado de confiabilidade.


    1 Posteriormente, diante da frustração pelo fracasso do golpe militar, líderes políticos da oposição, analisando a conjuntura política do país, avaliando o cenário econômico (e resguardando seus próprios interesses), decidiram, apoiados pelo grande capital, pela grande mídia e por parcela expressiva da sociedade, que era chegada a hora de remover a presidenta. A via eleita seria dupla: a política, através do impeachment e; a jurídica, através do Tribunal Superior Eleitoral. Por um dos caminhos escolhidos, haveriam de lograr êxito em apear a presidenta do cargo. O acaso, que foi determinante para o desfecho do primeiro caso (golpe), não teve papel a desempenhar nos outros dois.

    2 Define-se espécie como uma população de indivíduos capazes de cruzar entre si e gerar descendentes férteis. Esse conceito, entretanto, não se aplica a organismos que se reproduzem assexuadamente, porque eles não se cruzam. Eles fazem filhos sozinhos, clones de si mesmos.

    PARTE I

    O UNIVERSO E O HOMEM

    Das trevas à luz

    No transcorrer dos séculos, o ingênuo amor-próprio dos homens teve de submeter-se a dois grandes golpes desferidos pela ciência. O primeiro foi quando souberam que a nossa Terra não era o centro do Universo, mas o diminuto fragmento de um sistema cósmico de uma vastidão que mal se pode imaginar. O segundo golpe foi dado quando a investigação biológica destruiu o lugar supostamente privilegiado do homem na criação e provou sua descendência do reino animal e sua inextirpável natureza animal.

    Sigmund Freud

    O modelo heliocêntrico do Sistema Solar, de Nicolau Copérnico, é considerado a primeira demonstração científica convincente de que nós, seres humanos, não somos o ponto focal do cosmos.

    Brian Greene

    Talvez as duas perguntas mais importantes de toda a história humana sejam estas. Por que existimos? O que estamos fazendo aqui? A mitologia, a filosofia e a religião têm procurado, sem êxito, dar respostas a essas duas indagações fundamentais. No fundo, a falta dessas respostas pode ser a razão para boa parte do mais íntimo sentimento de orfandade, que repercute em clínicas psicanalíticas que se ocupam com o tratamento da melancolia e da depressão.

    Nem a prosperidade, nem a sólida relação, nem os filhos, nem a religião, nem o sucesso profissional fazem eliminar este sentimento, porque talvez saibamos que as explicações que nos transmitiram ao longo da história são provavelmente falsas. Parece que carregamos, dentro de nós mesmos, a profunda desconfiança de que fomos traídos. A consciência de que permanecemos enganados durante tanto tempo nos deixa profundamente ressentidos e magoados.

    A explicação mais satisfatória para o surgimento do homem e o propósito de sua existência são fornecidos pela ciência.¹ E ela tem cumprido esse papel ao longo do tempo. Até a Idade Média, talvez fôssemos mais felizes, porque nos concebíamos como aquilo que de mais importante havia no Universo. Éramos a razão de tudo, o epicentro de um projeto divino. Coube à ciência demonstrar que não era bem assim. E isso nos tem deixado desolados.

    A teoria que prediz que a Terra é o centro do Universo se firmou com o grego Ptolomeu, a partir do ano 150 de nossa era. Ele escreveu um volumoso tratado, o Almagesto, em que, por uma complicada teoria de epiciclos, provou que a Terra ficava parada no centro do Universo e o Sol girava em torno dela. Demorou muito tempo para essa teoria soçobrar. Foi preciso esperar o Renascimento e a genialidade de alguns cientistas para que essas ideias naufragassem. O problema (um problemão, nós diríamos) era que a Igreja, a mais poderosa instituição da Idade Média, havia caído no conto de fadas ptolomaico e não estava disposta a recuar.

    No final da Idade Média, a Igreja começou a sofrer os primeiros ataques mais consistentes e ela, como uma onça acuada, reagiu. Uma onda mais severa de crítica partiu de um elemento do interior de sua própria estrutura. A cutucada na onça ocorreu com Lutero, um padre dissidente.² Ao revelar segredos inconfessáveis da Igreja, talvez sem consciência disso, acabou por incitar o imaginário popular. Mudanças no plano do simbólico provocam consequências mais duradouras ao processo histórico do que aquelas que operam na esfera material. Revirar o simbólico é perigoso, produz inquietações, pode acarretar consequências imprevisíveis e, até mesmo, despertar revoluções. Se não foi propriamente uma revolução que a reforma luterana estimulou, o fato é que, na dimensão espiritual, produziu uma nova religião e fez a Igreja Católica procurar reinventar-se. Mas talvez o mais importante tenha sido o abalo que provocou na crença da santidade da Igreja, conduzindo a sociedade, de uma maneira geral, a questionar a visão de alguns de seus membros. Sendo terrena e não divina, estaria sujeita a todo tipo de falhas e pecados.

    A Reforma luterana abalou os alicerces da Igreja Católica. Para conseguir manter fiel o rebanho, teve de adaptar-se aos novos tempos. Fez parte do projeto a expansão da pregação pelo Novo Mundo, uma janela que se abria. Era necessária a conquista de almas puras, antes que o demônio delas se apossasse. Para construir uma nova Igreja, uma legião de missionários foi enviada a terras de continentes recém-conquistados.

    O ataque de Lutero à Igreja serviu como incentivo para que outros tivessem a coragem de lhe seguir o exemplo. Com efeito, no final da Idade Média, despontaram condições histórico-culturais aptas a ensejarem uma contestação ao poder até então absoluto da Igreja. No campo da ciência, o modelo apregoado por Aristóteles e sustentado por Ptolomeu não conseguiu resistir. A teoria de Copérnico enfraqueceu a pregação que supervalorizava nosso lugar no cosmos. Como diz Dava Sobel, por causa dela a humanidade perdeu seu lugar no centro do Universo.

    Assim como Lutero, Copérnico, mesmo sem ter o propósito, com suas novas ideias, ousou desafiar a Igreja, porém em outro flanco. Enquanto Lutero lutava por um ideal, apostando na transformação da Igreja, naquilo que ela apresentava de mais majestoso, a espiritualidade, os sacramentos, os dogmas, os ritos, Copérnico encarnava a luta da razão contra as trevas. Novas ideias para um mundo em ebulição, um mundo que se renovava e renascia. O geocentrismo espatifou-se com Copérnico. Ficou muito difícil para a Igreja refazer-se do golpe após a publicação de Sobre as revoluções das esferas celestes, sua obra principal, em 1543, em que explicava, de forma bela e magistral, a órbita circular da Terra em torno do Sol. Não que a explicação de Ptolomeu houvesse sido inútil. Até que funcionou satisfatoriamente por mais de um milênio, todavia estava errada. O Sol não orbitava a Terra, era justamente o contrário o que ocorria.

    O livro de Copérnico ficara pronto quase uma década antes da publicação, no entanto, ele relutou em publicá-lo com medo de críticas e perseguição. A dedicatória que propusera ao papa Paulo III expressa esse temor: Seguramente bem posso, Santíssimo Padre, ter a certeza de que certas pessoas, ao ouvirem dizer que eu atribuo determinados movimentos ao globo terrestre, nestes meus livros escritos acerca das revoluções das esferas do Universo, imediatamente hão de gritar a necessidade de eu ser condenado juntamente com tal opinião.³

    Hesitação e cautela faziam sentido àquela época. Tempos depois, a obra foi incluída no catálogo de livros proibidos pela Igreja. No caso dele, até que fosse devidamente corrigido, adequando-se às Escrituras, tendo permanecido proscrito, porém, por mais de dois séculos. Isso ocorreu, contudo, apenas em 1616, quando um grupo de onze teólogos reunidos concluiu que a teoria copernicana era falsa

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