Encontre milhões de e-books, audiobooks e muito mais com um período de teste gratuito

Apenas $11.99/mês após o término do seu período de teste gratuito. Cancele a qualquer momento.

Relacionamentos: Uma confusão que vale a pena
Relacionamentos: Uma confusão que vale a pena
Relacionamentos: Uma confusão que vale a pena
E-book258 páginas5 horas

Relacionamentos: Uma confusão que vale a pena

Nota: 5 de 5 estrelas

5/5

()

Ler a amostra

Sobre este e-book

"Relacionamentos criam confusão, mas não precisam continuar assim. Neste livro, Lane e Tripp nos fornecem ajuda valiosa para desembaraçar essas complicações. Evitando lugares comuns ou técnicas complicadas vistas em outros livros do gênero, esses talentosos autores nos lembram de que um coração transformado é a chave para relacionamentos saudáveis." (Robert Jeffress)
IdiomaPortuguês
Data de lançamento21 de out. de 2019
ISBN9788576229209
Relacionamentos: Uma confusão que vale a pena

Leia mais títulos de Paul Tripp

Autores relacionados

Relacionado a Relacionamentos

Ebooks relacionados

Cristianismo para você

Visualizar mais

Artigos relacionados

Avaliações de Relacionamentos

Nota: 5 de 5 estrelas
5/5

2 avaliações0 avaliação

O que você achou?

Toque para dar uma nota

A avaliação deve ter pelo menos 10 palavras

    Pré-visualização do livro

    Relacionamentos - Paul Tripp

    2006

     Quem se põe a escrever um livro embarca numa viagem cheia de inesperadas mudanças de rumo. Mesmo que você planeje cada etapa do seu trajeto, nunca chegará exatamente ao destino visado. Este capítulo é um desses imprevistos. Quando terminamos de escrever este livro, percebemos que devíamos explicar a você como fora escrito. Você está prestes a ler um livro sobre relacionamentos, escrito em um relacionamento. Quando escrevemos How People Change, dividimos os capítulos e os redigimos separadamente. Este livro, porém, decidimos escrever juntos. Trabalhamos na casa de Tim – ele sentado ao computador e Paul andando para lá e para cá o tempo todo. Discutimos frases, parágrafos, páginas e capítulos. Depois de terminado o livro, ambos julgamos que esse processo fora uma das experiências mais especiais e agradáveis do nosso ministério.

    O resultado da nossa colaboração não é apenas uma investigação, é um exemplo atual de pessoas arruinadas em comunidades fragmentadas que vivenciaram a graça reconciliadora de Deus. Escrevemos o livro como pessoas imperfeitas num relacionamento próximo que experimentaram a graça de Deus em seu cotidiano e em seu ministério. Não o escrevemos partindo da sabedoria do sucesso, mas sim da sabedoria do empenho. Uma breve história do nosso relacionamento servirá como ilustração para esse ponto.

    Uns cinco anos atrás, Paul estava trabalhando para a Christian Counseling & Educational Foundation onde era chefe do departamento de treinamento baseado em igrejas locais. O corpo docente da CCEF veio a entender que essa tarefa era grande demais para uma pessoa só e decidiu contratar um pastor experiente para ajudar o Paul. Chegaram à conclusão de que Tim era a pessoa ideal para preencher esse papel. Com empolgação e apreço recíproco, nós nos dedicamos ao nosso novo trabalho. Os problemas começaram a surgir quando nós, dois líderes que até então haviam se conhecido apenas a uma distância segura, decidimos trabalhar na mesma sala. Apesar de compartilharmos a mesma visão, tornou-se evidente que tínhamos personalidades e dons bem diferentes. Não demorou para que o pecado, a fraqueza e o fracasso mostrassem suas garras. Pequenas ofensas e grandes mal-entendidos começaram a turvar nosso apreço recíproco – e a obra para qual Deus nos reunira para fazer.

    Esse momento era crucial. Sucumbiríamos à desilusão e ao desânimo ou nos dedicaríamos a fazer o que ensinávamos aos outros? Chegamos à conclusão de que a nossa única opção era fazer aquilo que pedíamos dos outros, ou seja, confiar em Cristo e dar-lhe a chance de operar em nós para que ele pudesse operar por nosso intermédio.

    Somos os primeiros a confessar que não somos heróis de relacionamentos. Muito pelo contrário. Desejamos que este livro o ajude a olhar por meio do vidro quebrado do nosso pecado para ver a glória de um Redentor que está sempre presente, trabalhando para nos salvar e transformar. Queremos que saiba que os autores deste livro são iguais a você, tanto em suas lutas quanto em seu potencial. Somos pecadores capazes de causar enormes danos a nós mesmos e aos nossos relacionamentos. Necessitamos da graça de Deus para nos salvar de nós mesmos. Mas também somos filhos de Deus, providos de grande esperança e potencial – uma esperança baseada não em nossos dons, experiência ou histórico, mas em Cristo. Porque ele está em nós e nós estamos nele, podemos afirmar que o nosso potencial é Cristo.

    Temos plena consciência de que estamos no meio do processo de santificação de Deus. E, assim sendo, voltaremos a ter dificuldades. Egoísmo, orgulho, um espírito irreconciliável, irritação e impaciência retornarão com certeza. Mas não estamos com medo, nem sem esperança. Nós já vivenciamos o que Deus pode operar em meio a essa confusão. Antes de chegarmos ao céu, relacionamentos e ministério serão sempre forjados no fogo da batalha. Nenhum de nós tem o privilégio de se relacionar com pessoas perfeitas, tampouco de evitar os efeitos da queda na obra que tentamos realizar. Mesmo assim, em meio a essa confusão toda, encontramos nos relacionamentos e no ministério as mais sublimes alegrias.

    Queremos assegurar-lhe que aquilo que você encontrará neste livro é verdade. Sabemos que é verdade, não só porque examinamos a teologia do livro e nos certificamos de que é ortodoxa, mas também porque pusemos o Deus deste livro à prova e vivenciamos sua fidelidade uma e outra vez. O que o livro lhe oferece não é a sabedoria de dois homens que alcançaram seu destino, mas a devoção de dois homens necessitados que querem conduzir você aos incomensuráveis e acessíveis recursos daquele Deus que tem estado conosco e que está com você. Ele está ao seu lado, com você e em você. Isso significa que há esperança para você, mesmo naqueles relacionamentos que o deixam confuso e decepcionado.

    Desejamos que você possa experimentar a sua graça da mesma forma que a vivenciamos todos os dias.

    Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?

    Por que se acham longe de minha salvação as palavras de meu bramido?

    Deus meu, clamo de dia, e não me respondes; também de noite, porém não tenho sossego.

    Salmo 22.1-2

     Eu esperava tanto da nossa amizade. O que deu errado? Pensei que finalmente tinha encontrado alguém em quem podia confiar.

    Eu não acredito que você esteja questionando minha integridade depois de tudo que fiz por você. Não sou o único que falhou neste relacionamento. Você também me machucou.

    Veja só, você sempre faz isso. Eu venho até você e você vira o jogo contra mim. Você é mestre em fazer outras pessoas se sentirem culpadas pelos seus próprios fracassos! Seu problema é que você é muito melhor em reconhecer as falhas nos outros do que em você mesmo. Você não faz a menor ideia do quanto me machucou. Você traiu a minha confiança ao contar para eles o que eu te contei.

    Você nunca me disse que eu não deveria falar sobre o que compartilhou comigo. Eu não sabia que você era tão sensível a esse respeito.

    Eu achava que você me conhecia o suficiente para não ter que lhe pedir que não falasse para ninguém! Eu acreditava que o nosso relacionamento era tão importante para você quanto é para mim.

    Está aí o problema. Você sempre age como se você se dedicasse mais a nosso relacionamento do que eu. Você fica me observando como um falcão e, ao menor sinal de falha, crava suas garras em mim.

    Por que sempre chegamos a esse ponto? Nós não conseguimos nem falar sobre o clima sem que a conversa acabe em acusações.

    ISSO LHE SOA FAMILIAR?

    Ao acompanhar esse diálogo, ele lhe soou familiar? Você pode não ter usado essas exatas palavras, mas provavelmente já se sentiu igual em algum momento de sua vida. Talvez, essas palavras o lembrem de um relacionamento específico ou de uma pessoa em particular. Você já sentiu a dor da mágoa e da decepção. Sabe que você também já decepcionou alguém. Você já deve estar consciente de que a realidade de um relacionamento nunca corresponde às suas expectativas. A sua imaginação entra em conflito com a realidade, e a realidade dói.

    ***

    Eu não acredito que você fez algo assim por mim! Não ter que passar por essa experiência sozinho foi um grande encorajamento para mim.

    Recebi tanto em troca quanto dei. Sua amizade tem sido uma fonte constante de incentivo.

    Realmente. Sabe, quando nos conhecemos, não tínhamos a menor ideia do que Deus faria por meio da nossa amizade.

    O que eu tanto aprecio é que, apesar de nem sempre ter sido fácil, você sempre procurou tratar os nossos problemas e diferenças de opinião de forma construtiva. A sua honestidade é reanimadora.

    E você, mesmo em momentos difíceis, sempre demonstrou paciência e disposição para me ouvir. Deus usou você na minha vida para me ajudar a ser sincero e piedoso ao mesmo tempo.

    Eu desconfio que nem sempre será tão fácil, mas é encorajador saber que estamos comprometidos a enfrentar futuros problemas desta maneira.

    PALAVRAS FAMILIARES?

    Essas podem, também, não ter sido as suas exatas palavras, mas esperamos que você possa se identificar com essa experiência de amizade e encorajamento recíproco. Deus colocou outras pessoas em sua vida e colocou você na vida delas. Olhando para trás, você pode reconhecer a marca deixada por elas em seu caráter. Houve tempos em que você era grato por não ter que andar sozinho. Mesmo após um fracasso, foi acolhido com paciência e graça. E você, também, esteve disposto a perdoar e experimentou as bênçãos que essa atitude lhe proporcionou.

    DOIS MUNDOS

    Elise sentia muita gratidão pelo círculo de amigos que Deus lhe dera. Durante os primeiros meses após sua mudança para outro estado, para assumir um novo emprego, ela sentiu uma enorme solidão. Antes de se mudar, ela nunca imaginara o quanto ela sentiria falta de sua igreja e de seus amigos. A sua única esperança era a promessa de Kurt de segui-la, para que pudessem dar continuidade a seu relacionamento e casar-se num futuro não tão distante.

    Não demorou e Elise começou a conhecer outras pessoas numa boa igreja. Ela fez amizades com Amanda e Marta em particular. Ela era grata a Deus por tê-las colocado em sua vida. As coisas pareciam andar bem: ela tinha amigas por perto, e em breve Kurt estaria com ela.

    Então, as coisas começaram a mudar. Primeiro, as mensagens de texto que Kurt costumava lhe mandar diariamente deixaram de vir todos os dias. Depois, os e-mails semanais pararam de chegar. Elise começou a entrar em pânico quando, numa sexta-feira à noite, estava esperando pela sua chamada (o ponto alto da sua semana) e o telefone não tocou. No sábado, ela ligou para Kurt a fim de saber se tudo estava em ordem. Ele disse que estava bem, mas era óbvio que não estava dizendo a verdade. Durante a semana seguinte, houve menos contato ainda - só algumas curtas mensagens de texto. Então, na outra segunda-feira, veio um longo e-mail, mas não era o que Elise desejava receber. Kurt lhe escreveu que tinha mudado de opinião. Ele não se mudaria mais para a cidade dela, e escreveu que achava que cada um deveria seguir em frente. O mundo de Elise desabou. Kurt não só encerrara o seu relacionamento, mas o fizera por e-mail.

    Nos dias que se seguiram, Elise procurou a companhia de amigos, já que não parava de chorar quando estava sozinha. Por meio de seu amor e apoio, ela obteve forças para não desistir. De um lado, Amanda e Marta tinham demonstrado bondade e compreensão incríveis. Mas de outro, ela se sentia traída por Kurt. Ela achava que nunca conseguiria superar aquilo. E se perguntava se valia a pena correr o risco de sofrer tanta dor por causa de um relacionamento.

    Todos nós, de uma forma ou de outra, vivemos nesses dois mundos. Algumas das nossas mais sublimes alegrias e das mais profundas dores foram por causa de relacionamentos. Há momentos em que queríamos poder viver sozinhos, e há outros em que somos gratos pela companhia. O fato, na verdade, é que relacionamentos cheios tanto de tristeza como de alegria tiveram uma influência significativa em nossa formação.

    Tire um tempinho para pensar sobre os relacionamentos da sua vida. Tente lembrar-se dos relacionamentos familiares na sua infância. Quais eram as regras das quais não se falavam, mas eram obedecidas pela sua família? Como vocês lidavam com conflitos? Qual era o método típico empregado para resolver problemas? Existia o hábito de perdoar um ao outro? Você chegou a ver um membro da família pedir e receber perdão? Normalmente, quais eram os modos de comunicação? Quem costumava ter a primeira palavra? Você cresceu numa família silenciosa ou barulhenta? Como era a conversa à mesa de jantar? Existiam assuntos tabus, ou era permitido falar sobre tudo e todos? Como vocês expressavam raiva? Existia um jeito de lidar com ela de forma construtiva? Na correria do dia a dia, quanto esforço se investia na manutenção da saúde dos relacionamentos? A motivação se dava por meio de incentivos ou de ameaças e culpa? A sua casa era um lugar onde você podia relaxar ou parecia um campo minado? A sua família ensinava e estimulava o serviço mútuo? Qual era o relacionamento da sua família com a comunidade em que vivia?

    A resposta a essas perguntas básicas revela a influência da sua família na maneira como você se relaciona com os outros. Os valores da sua família se tornaram os seus também? As dificuldades da sua família são as mesmas que você enfrenta hoje? A nossa família biológica é apenas uma das muitas influências que definem a nossa maneira de encarar relacionamentos. Você não se tornou o que é sozinho, e é por isso que relacionamentos são tão importantes. É impossível escapar deles, e eles exercem uma influência poderosa sobre nós. O que os torna tão difíceis é que pecado e graça coexistem em todos eles. O pecado obstrui o potencial da graça, enquanto a graça cura os efeitos do pecado. Nossos relacionamentos refletem vividamente essa mistura dinâmica de ouro e escória.

    AH, NÃO! OUTRO LIVRO SOBRE RELACIONAMENTOS?

    As livrarias já estão entulhadas de livros e revistas sobre relacionamentos, para que, então, dar-se ao trabalho de ler o nosso? O que podemos oferecer de interessante tanto aos mais ingênuos quanto aos que já estão saturados? Queremos ressaltar as incríveis lentes exclusivas que Deus oferece aos seus filhos para analisar suas próprias vidas. Estas lentes o ajudarão a discernir entre pecado e graça nos seus relacionamentos. Sem elas, você permanecerá ingênuo ou se tornará cínico. Ao enfrentar problemas, você poderá contar apenas com a sabedoria e técnicas humanas que oferecem soluções a curto prazo, mas que não podem prometer mudanças pessoais e interpessoais duradouras. O erro fatal da sabedoria humana é a sua promessa de que você pode mudar seus relacionamentos sem ter que mudar a si mesmo. Quando essa perspectiva prevalece, você acaba se contentando com muito menos do que Deus deseja para a sua vida e suas amizades. Como observou o autor cristão C. S. Lewis:

    Nosso Senhor considera nossos desejos não demasiadamente fortes, mas demasiadamente fracos. Somos criaturas perdidas, correndo atrás de álcool, sexo e ambições, desprezando a alegria infinita que se nos oferece, como uma criança ignorante que prefere continuar fazendo seus bolinhos de areia numa favela porque não consegue imaginar o que significa um convite para passar as férias na praia. Contentamo-nos com muito pouco.¹

    Em nossa sabedoria humana, nós nos contentaríamos com uma diminuição das tensões em nossos relacionamentos, mas Deus quer nos levar aos nossos limites para que possamos reconhecer a nossa necessidade de um relacionamento com ele e com os outros. Cada sofrimento que experimentamos em um relacionamento tem o propósito de nos lembrar da nossa necessidade dele. E cada alegria que vivenciamos tem o propósito de servir como metáfora para aquilo que podemos encontrar apenas nele. Citando C. S. Lewis mais uma vez, esse relacionamento vertical primário é o fundamento para tudo que a Bíblia fala sobre relacionamentos:

    Quando eu aprender a amar a Deus mais do que meus entes queridos, eu amarei meus entes queridos mais do que os amo agora. Mas se eu aprender a amar meus entes queridos em detrimento de Deus ou em vez dele, me aproximarei do ponto em que não terei amor nenhum pelos meus entes queridos. Quando colocamos o mais importante em primeiro lugar, aquilo que vem em segundo, não é reprimido, mas aumentado.²

    É bem provável que isto que Lewis descreve nem sempre seja evidente em sua vida. Tampouco é sempre evidente em nossa própria vida. Existem muitos indícios que revelam a nossa inclinação para reverter a ordem das nossas prioridades e colocar em primeiro lugar o que deveria vir em segundo. Essa é a razão pela qual - achamos difícil abrir mão de uma experiência de sofrimento:

    - ficamos com raiva dos nossos filhos adolescentes que complicam a nossa vida

    - assumimos uma atitude de defesa quando somos desafiados

    - evitamos encarar conflitos por medo

    - ostentamos uma atitude exageradamente política no trabalho

    - nos contentamos com relacionamentos danificados que poderiam ser restaurados

    - fofocamos sobre outras pessoas

    - mentimos com medo da reação dos colegas

    - traímos nossas convicções a fim de agradar aos outros

    - procuramos relacionamentos confortáveis e evitamos relacionamentos difíceis

    - duvidamos de Deus quando nossos relacionamentos se tornam confusos

    - invejamos os outros pelos seus relacionamentos

    - tentamos controlar os relacionamentos para satisfazer nosso desejo de segurança

    - explodimos de raiva quando alguém atrapalha os nossos planos

    - diante da decepção, vivemos em amargo isolamento.

    É por isso que o tema deste livro é tão importante. Todos nós precisamos entender com mais clareza o que significa colocar o mais importante em primeiro lugar e a maneira de como Jesus nos capacita a fazê-lo. Também precisamos entender as mudanças práticas, necessárias para criar uma nova agenda para nossos relacionamentos, e conhecer as medidas concretas que devemos adotar a fim de agradar a Deus.

    A PERSPECTIVA BÍBLICA SOBRE RELACIONAMENTOS

    Já que esse assunto é tão abrangente e tanto já foi escrito sobre ele, queremos começar com oito fatos bíblicos que resumem a forma como Deus quer que vejamos nossos relacionamentos. Esses fatos determinarão a forma como abordaremos tudo neste livro. Não os discutiremos separadamente em cada capítulo, mas eles servirão de base para o nosso modelo de um relacionamento saudável e sagrado.

    VOCÊ FOI CRIADO PARA RELACIONAMENTOS

    Esse fato nos remete ao início. Ele faz as perguntas básicas: Quem somos, e qual é a importância de nossos relacionamentos? Em Gênesis 2.18, Deus diz que não é bom que o homem esteja . Essa afirmação tem mais a ver com o plano de Deus para a humanidade do que com a necessidade de Adão. Deus nos criou como seres relacionais porque ele é um Deus social. Dentro da Trindade, Deus vive em comunhão com o Pai, o Filho e o Espírito Santo, e ele criou a humanidade à sua imagem. Gênesis 2 não se refere primordialmente à solidão de Adão, mas revela a natureza com a qual Deus o criou. E porque Deus criou um ser social – projetado para viver em relacionamentos – a criação permanece incompleta sem um companheiro adequado. Apesar de Gênesis 2 tratar da questão de como homem e mulher se completam, suas implicações são mais amplas e abrangem todos os relacionamentos humanos. Além disso, a palavra auxiliadora, usada aqui para Eva, fala, em toda a Bíblia, da natureza complementária de todos os relacionamentos humanos. A palavra auxiliador é empregada em primeiro lugar para descrever um companheiro, e não um colega de trabalho.

    Sabemos que isso é verdade porque a palavra auxiliador é, muitas vezes, usada para descrever a relação de Deus com o seu povo. Quando utilizada dessa forma, ela nunca se refere a Deus como nosso colega de trabalho ou empregado, mas sim a Deus como nosso supremo companheiro que acrescenta qualidades ao relacionamento que nós mesmos não podemos suprir (Sl 27.9; 33.20-22). Assim sendo, Deus não está se referindo à carga de

    Está gostando da amostra?
    Página 1 de 1