Liderando juntos: um novo olhar para a gestão das gerações atuais
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Sobre este e-book
A obra deixa claro que a liderança é principalmente uma questão de remover barreiras para que as pessoas possam agir com liberdade e independência, incentivando e estimulando a ação de profissionais, inovando-os nas atividades de planejamento e tomada de decisão. O leitor poderá compreender que uma boa liderança é essencial para a vida pessoal, para os negócios, para o governo e aos numerosos grupos e organizações que moldam a maneira como vivemos, trabalhamos e nos entretemos.
Um dos autores do livro, por exemplo, retrata em seu capítulo sobre liderança transformacional, que visa ajudar não apenas os preocupados e envolvidos no processo, como também auxilia todos os membros do grupo a ter sucesso. Em outro capítulo, o leitor poderá aprender sobre a sutil arte de transformar diferentes perfis e gerações em talentos complementares, no momento em que vivemos em um mundo onde a tecnologia reflete em nosso dia a dia constantemente e, nesse contexto, se faz necessário que os líderes estejam cada vez mais preparados, tanto tecnicamente quanto emocionalmente.
Publicada pela Editora Literare Books, a obra é uma bússola para os que buscam o caminho para o sucesso, desenvolvendo suas habilidades de liderança. Com currículos de escritores como: administradores de empresas, analista em perfil comportamental, cientista econômica, economista, especialista em contabilidade e finanças, especialista em planejamento estratégico e gestão de pessoas, practitioner em PNL, entre outros, Liderando juntos cria um alicerce para o leitor compreender a arte de liderar sob novas perspectivas.
Marcelo Simonato
Quem é Marcelo Simonato? O executivo que virou escritor, o escritor que se tornou referência como palestrante em liderança do país. Começou a trabalhar aos 14 anos de idade, filho de um mecânico e neto de zelador. Graduou-se em Administração de Empresas pela Universidade Paulista. É pós-graduado em Finanças Empresariais pela Fundação Getulio Vargas (FGV) e fez MBA em Gestão Empresarial pela Lassale University na Philadelphia-USA. Possui uma trajetória profissional de mais de 25 anos de experiência no mundo corporativo, atuando em empresas nacionais e multinacionais, ocupando cargos de liderança e tendo chegado ao topo da carreira como Diretor (C-Level) ainda aos 37 anos.
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Liderando juntos - Marcelo Simonato
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Prefácio
Tenho estudado o tema liderança há mais de 20 anos. Minha biblioteca está repleta de livros sobre esse tema e já participei de inúmeros seminários, palestras, conferências e imersões em liderança. Obtive também uma certificação de palestrante, coach e treinador com o Dr. John C. Maxwell, considerado a maior autoridade do mundo em liderança.
Neste livro, você vai aprender princípios, experiências e histórias de líderes extraordinários, de várias áreas de atuação. Todos, porém, abordarão a importância de trabalhar e vencer por meio de uma liderança compartilhada, em diversos níveis.
O Brasil precisa de novos líderes, dispostos a empreender negócios diferentes e gerir empresas mais tradicionais com uma outra mentalidade. Precisamos trocar o jeitinho brasileiro
pelo jeito correto, honesto e justo, que beneficia a todos, e não somente uma pequena elite.
O verdadeiro líder aprende com o passado, vive o presente e olha para o futuro!
(Mário K. Simões)
A liderança pode ser aprendida
Como um líder pode aprender com o passado? Aprendendo com os seus próprios erros, bem como com os dos demais. Em outras palavras, uma pessoa pode aprender a arte de liderar com outros líderes.
A liderança é aprendida por meio da leitura de livros (como este), de cursos e seminários, e também pela observação de outros líderes em ação. Muitas vezes, antes de alguém tornar-se um bom líder, ele foi um ótimo liderado. Luke Skywalker aprendeu com o mestre Ioda, Josué aprendeu com seu líder Moisés, e Salomão aprendeu com seu pai, Davi.
A liderança deve ser compartilhada
Um bom líder é aquele que acredita nas pessoas e procura desenvolver suas habilidades de liderança. Ele sempre delega e compartilha as tarefas necessárias para a realização das metas e objetivos da organização.
Seja no trabalho, na igreja, em casa ou na família, liderar junto é um dos segredos do sucesso e crescimento daquele grupo de pessoas que vive e trabalha em comunidade.
É necessário criar uma cultura de valorização mútua e constante, que colabore para que todos se sintam motivados e valorizados pelo trabalho que estão realizando. Essa valorização pode se dar por intermédio de reconhecimento, elogios, agradecimento, promoção e compensação.
A liderança deve ser multiplicada
Alguém disse que a maior evidência de um bom líder não está na quantidade de seguidores que ele tem, mas, sim, no número de líderes que ele formou.
O maior desejo de um líder é trabalhar com líderes que foram desenvolvidos e formados sob sua liderança, liderando juntos. Para que isso aconteça, o líder precisa ser intencional, para preparar novos líderes.
Isso requer investimento: de tempo, em recursos, treinamentos; desenvolvimento pessoal, delegação de responsabilidades; avaliação, correção, motivação, inspiração, risco, fé e paciência.
Meu desejo é que as histórias, princípios e experiências que você irá ler nos próximos capítulos sejam de instrução e inspiração para sua vida e liderança.
Lembre-se, alguém ajudou você a tornar-se um líder. Agora é a sua vez.
Vamos avante… liderando juntos!
Mário K. Simões,
Empresário, escritor e palestrante internacional.
www.mariosimoes.com
Telefone/WhatsApp: (11) 95267-1236
Desafios da liderança em um ambiente de transformação
Por Alexandre Gomiero
Introdução
O conceito liderança transformacional
foi proposto por James MacGregor Burns em sua obra Leadership (1978), na qual os líderes se concentram nas crenças, necessidades e valores de seus seguidores e inspiram moralmente os membros da equipe, estimulando o comprometimento com valores e interesses coletivos. No presente capítulo, assumo a definição de tal autor:
Liderança transformacional ocorre quando uma ou mais pessoas se envolvem uns com os outros, de tal maneira que os líderes e seguidores motivam uns aos outros a níveis mais elevados de motivação e moralidade. (BURNS, 1978, p. 27)
Ainda segundo Burns (1978), existem quatro componentes na liderança transformacional: influência idealizada – o líder serve como um modelo ideal para os seguidores; motivação inspirada – o líder tem a capacidade de inspirar e motivar os seguidores; consideração individualizada (IC) – o líder demonstra uma preocupação real pelas necessidades e sentimentos dos seguidores e os ajuda a se autorrealizarem; estimulação intelectual (SI) – o líder desafia os seguidores a serem inovadores e criativos, incentiva seus seguidores a se desafiarem.
Bass (1985) afirma que o líder transformacional consegue estimular os liderados a realizar mais do que fariam sem seu apoio em uma relação transacional. Complementando tal ideia, Vizeu (2011) destaca que:
Os limites dessa perspectiva residem especialmente na tentativa de revigorar a visão de um líder herói e onipotente, que representa a única fonte de sucesso da liderança. Em grande parte, isso é culpa da orientação dada aos estudos dessa abordagem, que priorizam o levantamento de traços
do líder transformacional (especialmente a corrente de Bass e seus seguidores), algo perigoso quando instrumentalizado para atender aos interesses das grandes corporações, que, diante dessa possibilidade, desejam construir mecanismos e ferramentas objetivas para a seleção de superlíderes
, tal qual foi pretendido pelos estudos de liderança que predominaram no início do século XX. (VIZEU, 2011, p. 73)
O impacto positivo da liderança transformacional nos resultados organizacionais (como indicadores de desempenho, satisfação individual e coletiva da equipe) tem se destacado na literatura (Fuller, Patterson, Hester & Stringer, 1996; Judge & Piccolo, 2004).
Tais autores enfatizam que o processo de colaboração na equipe fortalece o reconhecimento mútuo e o sentimento de pertencimento aos objetivos. Naturalmente, a liderança transformacional é uma quebra de paradigma dentro das corporações. Concordamos com Vizeu (2011) sobre a necessidade de desestimular artifícios transacionais que, no âmbito da burocracia, são os mecanismos de controle atribuídos ao cargo formal.
Dessa forma, em minha perspectiva, apesar dos desafios, é fundamental desenvolver a liderança transformacional na construção de processos colaborativos, com o objetivo de engajamento em um ambiente de mudanças no universo corporativo, como a que é foco do presente capítulo.
Partindo-se do cenário apresentado anteriormente, o presente capítulo tem como objetivos: relatar uma experiência de desenvolvimento de equipe voltada a colaborar com o processo de transformação após a implementação de um sistema integrado de gestão empresarial em uma empresa multinacional na área de agronegócio; refletir sobre os desafios enfrentados pelo líder de uma equipe imersa em um ambiente de transformação.
Contexto do desenvolvimento da equipe
No final de 2014, uma empresa voltada à armazenagem, logística e exportação de commodities agrícolas, tais como soja e milho, que será aqui identificada com o nome fictício PoliAgro, finalizava a implantação de um sistema de gestão empresarial integrado. O objetivo dos acionistas era que a PoliAgro otimizasse seus custos e rentabilidade, tornando-se um grande player no mercado de agronegócio. Eficiência operacional por meio da melhoria de processos.
O cenário econômico nacional havia mudado, entrando em forte recessão a partir do segundo trimestre de 2014. Essa conjuntura foi acompanhada por uma intensa crise política, que resultou no afastamento definitivo de Dilma Rousseff do cargo de presidente da República, com a conclusão de um processo de impeachment em agosto de 2016. O ambiente de transformação interno na Poliagro intensificou-se com a demissão de muitos colaboradores.
Após gerenciar a implantação do sistema de gestão empresarial, fui convidado para desenvolver e liderar uma equipe para suportar a transformação nos processos da PoliAgro.
Definição da Equipe
Início
Durante a implantação do sistema integrado, tivemos um acompanhamento muito próximo das atividades e as fases iniciais transcorreram sem desvios ou problemas, dentro do tempo e escopo. Entretanto, na fase final de testes integrados, os problemas relacionados à construção dos processos de negócios surgiram. Algumas correções e um esforço adicional da equipe foram necessários para a finalização do projeto.
Após o término de tal projeto, viajei para o país no qual se localiza a matriz da PoliAgro, visando apresentar os resultados obtidos. Após uma maratona de apresentações, foi recomendado o desenvolvimento de um departamento de BPM (Business Process Management) para suportar o processo de transformação da empresa no Brasil e, também, manter um sistema de Controle Interno (JSOX – Lei Sarbanes-Oxley Japonesa) sem deficiências. O departamento de BPM seria um projeto de dois a três anos, até que o processo de transformação se estabilizasse.
As principais responsabilidades do novo departamento:
Reforçar a implementação de novos processos;
Revisar e publicar políticas e procedimentos;
Desenvolver documentação de controle interno (J-SOX);
Melhoria de processos de negócios;
Apoio no treinamento ao novo sistema.
Estrutura da equipe
O processo de montagem do departamento de BPM foi um desafio junto ao departamento de RH. Necessitávamos de colaboradores com conhecimento dos negócios da Poliagro, pois o setor de Agronegócios tem características muito particulares. Mas precisávamos também de colaboradores que dominassem a metodologia de mapeamento de processos e controle interno. Além disso, todos os colaboradores seriam recolocados em outros departamentos após o término do BPM.
A solução foi uma equipe híbrida, com colaboradores que haviam participado do projeto de implantação do sistema de gestão integrado e novos colaboradores contratados no mercado com experiência em melhoria de processos. Realizei um acompanhamento próximo com cada colaborador, integrando-os à equipe.
Dinâmica de trabalho
Com o aval do C-Level, elaboramos um mapa de governança da empresa, com a identificação de um dono de processo, que era um diretor ou gerente sênior e um ponto focal por área. Na equipe de BPM, designamos um integrante responsável por área, que tinha como responsabilidade organizar semanalmente as reuniões com os donos de processos e pontos focais.
Nem sempre tínhamos a colaboração de todos os diretores, que demandavam outras atividades, bem como tinham outras prioridades. Os trabalhos de comunicação e apoio da alta gestão eram fundamentais para realinhar as atividades.
Manter a execução dos processos em conformidade e ter flexibilidade para apoiar os negócios da empresa são sempre grandes desafios. No entanto, quando há uma equipe qualificada, motivada e, acima de tudo, trabalhando em total colaboração mútua, o resultado é gratificante e positivo.
Resultados
A equipe de BPM obteve excelente resultados no período de suas atividades:
Apoio à área de Tecnologia de Informação no suporte ao usuário no Pós-Go Live do sistema integrado de gestão empresarial;
Mapeamento e identificação de melhorias de processos de negócios;
Sistema de Controle Interno (J-Sox) auditado por uma das Big Four sem deficiências no período;
Todas as políticas e normativos revisados anualmente;
Desenvolvimento de um programa de multiplicação de conhecimento das novas rotinas do novo sistema integrado de gestão empresarial.
Após o término do departamento, os colaboradores foram realocados para outras áreas. Um departamento de Controle Interno foi mantido para suportar as áreas em relação ao J-Sox e à manutenção de normativos.
Refletindo sobre a liderança
Liderar uma equipe atuando como um agente de transformação é um desafio enorme. Além disso, como explicitado anteriormente, o momento econômico do país era muito desfavorável e impactava negativamente o ambiente, culminando em muitas demissões de colaboradores e diminuição das atividades da empresa.
Nesse cenário, a estrutura de silos
se reforça dentro da corporação.
As principais lições aprendidas durante o processo de liderança em um ambiente de transformação, aqui descrito, foram: engajar e manter muito próximos todos os gestores; comunicar, comunicar e comunicar; manter a flexibilidade como ferramenta principal de negociação com as áreas de negócio.
Conclusões
O presente capítulo atingiu seu objetivo, na medida em que descreveu e refletiu sobre os desafios da liderança em um ambiente de transformação, bem como o desenvolvimento de uma equipe com processo colaborativo. Ressalto a importância da alta gestão na condução e apoio ao desenvolvimento do projeto. Porém, saliento que a atuação da totalidade da equipe fez a diferença na experiência vivenciada. Os resultados positivos foram obtidos a partir de trabalho fundamentado na dedicação e colaboração mútua.
Pessoalmente, o desenvolvimento e liderança transformacional dessa equipe acrescentaram muito em minha experiência profissional, principalmente evidenciando habilidades importantes para superar dificuldades contundentes. Espero que as reflexões ajudem os profissionais interessados em suas futuras experiências.
Referências
BASS, B. M. Leadership and performance beyond expectations. New York: Free Pres, 1985.
BURNS, J. M. Leadership. New York: Perenium, 1978.
FULLER, J. B.; Patterson, C. E. P.; Hester, K.; Stringer, S. Y. A quantitative review of research on charismatic leadership. Psychological Reports, 78, pp.271-287, 1996.
JUDGE, T. A.; Piccolo, R. F. Transformational and transactional leadership: A meta-analytic test of their relative validity. Journal of Applied Psychology, 89, pp.755-768, 2004.
VIZEU, F. Uma aproximação entre liderança transformacional e teoria da ação comunicativa. Revista de Administração Mackenzie, v.12, n.1, pp.53-81, 2011.
Alexandre Gomiero
Sócio-diretor da consultoria LexGo Solução e Inovação Digital. Economista pós-graduado em Comércio Exterior pela Universidade Mackenzie. Possui 25 anos de experiência como executivo em empresas multinacionais de agronegócio, com competências nas áreas financeira, tecnologia de informação, planejamento corporativo e melhoria de processos de negócios. Liderou projetos de implantação de SAP, CSC (Centro de Serviços Compartilhados) e condução de planejamento estratégico de inovações tecnológicas. Atuou em empresas de grande porte como Louis Dreyfus, Noble, Ecom Trading e Multigrain.
Contatos
www.lexgobr.com.br
[email protected]
LinkedIn: linkedin.com/in/agomiero
(11) 99195-7337
Líder mentor: de gestor a líder inspirador
Por Amad Bucar
O que justifica uma renovação na liderança?
Muitas empresas passam atualmente por uma incômoda situação, muitas vezes, de forma silenciosa: a sensação de não dispor de líderes capazes de garantir sua evolução e crescimento sustentável. Em vários casos, essa desagradável impressão se estende inclusive ao dono ou fundador.
Na pior das hipóteses, uma crise de liderança. Na melhor, uma liderança que precisa urgentemente ser desenvolvida, atualizada e preparada para o atual ambiente empresarial.
Entre as possíveis causas dessa situação, podemos citar as mudanças tecnológicas e na sociedade, educação, falta de estratégias, hábitos obsoletos de gestão, chegando até a eventual omissão dos líderes.
Para esse ensaio, tentar explicar ou aprofundar essas causas não vai fazer muita diferença. Meu objetivo aqui é identificar e mostrar soluções, possibilidades e alternativas, e não maximizar ou dramatizar o problema.
Usando uma analogia simples para ilustrar, é como se as nossas empresas estivessem de algum modo convenientemente condicionadas aos líderes que decoravam a tabuada
, e agora essas empresas acordaram para a necessidade de líderes totalmente diferentes, que saibam escrever redação
.
E não apenas uma, mas uma série contínua de excelentes redações!
Essa pequena analogia traz à tona um termo forte quando se trata de gestão e liderança, conveniência. Um termo inocente e até mesmo inconsciente, na maioria das vezes, mas responsável por uma série de efeitos nocivos para as empresas, em tamanhos e consequências variáveis.
Pela definição dos dicionários, conveniências são aquelas coisas que parecem ser apropriadas, oportunas, favoráveis, que podem trazer vantagens, que descomplicam, encurtam ou aceleram caminhos ou, ainda, que têm alguma utilidade no presente ou no futuro.
Mas o que temos de encarar nesses novos tempos, o que realmente importa, e a razão para pensar em novas formas de liderar é, de certa forma, simples: daqui para frente os líderes vão precisar entender mais de inconveniências do que de conveniências.
Afinal, caberá a eles identificar, definir, compreender e agir sobre o que não convém – para si, para suas empresas e seus liderados – sobre o que não é apropriado, oportuno, favorável, sobre o que não traz vantagens, que complica, encarece, retarda ou não tem utilidade.
Novo líder, novo repertório de habilidades
O quadro é claro: as empresas vivem tempos de mudanças profundas, de aumento da complexidade, da velocidade e dos riscos, além dos novos desafios tecnológicos. Isso induz a uma renovação nas formas de liderar e, como consequência, novos padrões para a formação, atualização e atuação dos líderes.
Afinal, a liderança agora acontece nas novas fronteiras da gestão, pressupondo um aumento efetivo nos níveis de cognição dos líderes para possibilitar a evolução da empresa e suas equipes.
Falei dos líderes que decoravam a tabuada, eles agiam de forma assertiva, e isso era o suficiente para o passado. Agora, é a hora dos líderes que fazem excelentes redações, esses agem de forma cognitiva, conseguem entender o contexto da complexidade em que suas empresas estão inseridas e gerar rumos e soluções eficazes.
Sai de cena o antigo foco na autoridade, hierarquia e prescrição do o que pensar
para dar lugar à inovação compartilhada, integração horizontal, consciência e estímulo ao como pensar
.
Surge, então, uma neogestão
, uma forma totalmente nova de gerir e liderar, com desdobramentos difíceis de prever e definir com clareza. Emergem novas funções para os líderes, desde saber lidar com a transformação digital até empreender dentro de um empreendimento.
Estamos na Thinking Era (era do pensar), em que se destacam metodologias como Design Thinking, Lean Thinking e Visual Thinking, realçando a importância do pensar e do agir em novas bases. Parece clara a necessidade de uma outra pauta de desenvolvimento para os líderes, com novos repertórios de habilidades mais adequadas.
Pela tabela comparativa a seguir, dá para visualizar esse novo momento da liderança a partir das características e principais diferenças entre a gestão tradicional e a neogestão:
Creio que essa tabela deixa óbvio que existe um caminho a trilhar, entre o ponto onde as empresas se encontram e o ponto em que seus líderes estarão de fato capacitados para suprir os requisitos desse novo padrão de liderança. Essas empresas precisam, então, o mais rápido possível, facilitar para elas a construção de um novo repertório de habilidades.
Como um trecho, uma parte desse caminho, existe um novo e bem específico papel para essa nova liderança, que inclui responsabilidades até agora inéditas. Estamos falando do líder mentor e há muita coisa a ser dita a respeito, coisas que vão surpreendê-lo.
Um novo papel para o líder: tornar-se mentor
Quando falamos de mentoria, não estamos abordando uma novidade. Essa é uma prática de mais de 2.500 anos, eternizada pela célebre relação entre Aristóteles, o sábio grego, e Alexandre da Macedônia, o maior conquistador de todos os tempos. Até hoje, essa dupla responde pela fama de maior mentor e maior mentorado da história. A novidade é a adoção massiva da mentoria por empresas.
No sentido clássico do termo é uma relação de apoio proporcionada por uma pessoa experiente, capacitada e/ou proficiente em área de conhecimento ou atuação prática, chamada mentor(a), para uma ou mais pessoas que necessitem de orientação em determinado desafio, problema ou lacunas de desenvolvimento, chamadas mentorados.
No ambiente empresarial, utilizo o conceito moderno de líder mentor para designar a pessoa que atua como agente de apoio, e fica responsável por lançar um olhar objetivo sobre um determinado assunto, validado como importante pela empresa, com o propósito de estruturar esforços integrados, coerentes e práticos, melhorando resultados e/ou solucionando situações adversas.
Entre os grupos de assuntos mais importantes, destaco: execução da estratégia; gestão do desempenho; processos e projetos; treinamento e desenvolvimento; competências dos liderados e eventuais lacunas; sucessão, diversidade, atração e retenção de talentos; relacionamento com clientes, fornecedores e concorrência.
Como dá para concluir, líderes mentores são pessoas que dão apoio singular e personalizado, em desafios específicos e, muitas vezes, complexos, por meio da construção de relacionamentos profundos.
Consciência em Y, um modelo para direcionar a atuação do líder mentor
Tornar-se líder mentor requer aumentar a percepção sobre a empresa enquanto sistema que depende de outros sistemas, sobre quais são seus componentes e como estão integrados e, principalmente, sobre a importância de uma nova mentalidade. Para facilitar a compreensão desses três pontos fundamentais, criei um modelo que chamo de Consciência em Y.
O primeiro dos três pontos da Consciência em Y, um dos braços
da letra, é um alerta sobre o negócio, a percepção e interpretação do mentor sobre a forma como a sua empresa olha para fora, para o mercado, os clientes, a concorrência, os serviços atuais e sua atratividade.
O segundo ponto, o outro braço da letra Y, é um alerta sobre a gestão, a percepção e interpretação do mentor sobre a forma como a sua empresa olha para dentro, para como está organizada, como os outros líderes gerenciam seus subordinados, como enfrentam seus desafios, estabelecem e atualizam seu "software" operacional.
O terceiro ponto, o tronco
da letra Y, é a percepção e interpretação do mentor sobre a mentalidade atual das pessoas que participam da empresa, seus subordinados e superiores, valores, crenças, cultura e comportamento organizacional, dentre outros elementos.
Além do aumento