Os astros e o amor
De Liz Greene
5/5
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Avaliações de Os astros e o amor
4 avaliações1 avaliação
- Nota: 4 de 5 estrelas4/5Para conhecer um pouco mais a fundo os signos solares e suas formas de amar e se relacionar com o outro. Uma boa leitura para quem ainda não tem nenhum ou pouco conhecimento sobre astrologia.
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Os astros e o amor - Liz Greene
Título do original: Astrology for Lovers.
Copyright © 1980, 1986 Liz Greene.
Copyright da edição brasileira © 2021 Editora Pensamento-Cultrix Ltda.
2ª edição 2021.
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida ou usada de qualquer forma ou por qualquer meio, eletrônico ou mecânico, inclusive fotocópias, gravações ou sistema de armazenamento em banco de dados, sem permissão por escrito, exceto nos casos de trechos curtos citados em resenhas críticas ou artigos de revista.
A Editora Pensamento não se responsabiliza por eventuais mudanças ocorridas nos endereços convencionais ou eletrônicos citados neste livro.
Editor: Adilson Silva Ramachandra
Gerente editorial: Roseli de S. Ferraz
Preparação de originais: Maria Fernanda F. da Rosa Neves
Gerente de produção editorial: Indiara Faria Kayo
Editoração eletrônica: Join Bureau
Revisão: Luciana Soares da Silva
Produção de ebook: S2 Books
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Grenne, Liz
Os astros e o amor: um guia astrológico completo sobre relacionamentos / Liz Grenne; tradução Mônica Joseph. – 2. ed. – São Paulo: Editora Pensamento Cultrix, 2021.
Título original: Astrology for Lovers
ISBN 978-85-31521-69-0
1. Amor 2. Autoconhecimento 3. Astrologia 4. Esoterismo 5. Relacionamentos I. Título.
21-56575
CDD-133.5
Índices para catálogo sistemático:
1. Astrologia 133.5
Aline Graziele Benitez – Bibliotecária – CRB-1/3129
1ª Edição digital 2021
eISBN:
Direitos de tradução para a língua portuguesa adquiridos com exclusividade pela
EDITORA PENSAMENTO-CULTRIX LTDA., que se reserva a
propriedade literária desta tradução.
Rua Dr. Mário Vicente, 368 – 04270-000 – São Paulo – SP – Fone: (11) 2066-9000
http://www.editorapensamento.com.br
E-mail: [email protected]
Foi feito o depósito legal.
As ilustrações deste livro foram reproduzidas dos livros Poeticon Astronomicon, de C. J. Hyginus (Veneza, 1485), e De Magnis Coniunctionibus, de Albumasar (Augsburgo, 1489), e foram reproduzidas por gentileza do Victoria and Albert Museum.
Sumário
Capa
Folha de rosto
Créditos
Prefácio à Edição Brasileira
Primeira parte: Os Signos Solares
1. Os signos solares
2. O que um horóscopo pode revelar (ou não)
3. Sobre espelhos
4. O Sol, o Ascendente e outras coisas
Tabela de Ascendentes
Segunda parte: Os elementos Fogo e Terra – Imaginação versus Realidade
5. O elemento Fogo
Áries
Leão
Sagitário
6. O elemento Terra
Touro
Virgem
Capricórnio
7. Algumas palavrinhas a mais
Terceira parte: Os elementos Ar e Água – Verdade versus Harmonia
8. O elemento Ar
Gêmeos
Libra
Aquário
9. O elemento Água
Câncer
Escorpião
Peixes
10. Outras palavrinhas a mais
11. Conclusão
PREFÁCIO À EDIÇÃO BRASILEIRA
Foi uma alegria participar do processo de reedição deste clássico de Liz Greene. Num momento em que o mundo vive incertezas e polarizações, agravado por situações mundiais extremas, que exigem de nós um grande senso de colaboração e capacidade para o diálogo, ter novamente acesso ao conteúdo deste livro é muito significativo, uma vez que ele se propõe a apontar caminhos para o autoconhecimento que, por sua vez, reflete externamente na harmonização dos relacionamentos.
Os Astros e o Amor é bem mais que um livro sobre compatibilidade entre namorados e relacionamentos amorosos em geral. Antes disso, é um guia bem detalhado sobre as características particulares que compõem cada um dos doze signos do zodíaco, em seus aspectos conscientes e inconscientes, com exemplos práticos, em linguagem simples e direta, que podem ser rapidamente compreendidos mesmo pelo leitor sem conhecimento prévio de astrologia.
Encontrar-se nas descrições que a autora faz dos signos é uma experiência muito curiosa. Lembro-me da primeira vez que li este livro e fui diretamente à indicação do meu signo natal: como era possível me ver tão nitidamente naquela descrição? Parecia que a autora me conhecia muito mais do que eu mesma!
A cada explicação, ia me dando conta de que eu tinha aquelas características atribuídas ao signo solar e que, nos relacionamentos, eu realmente agia da forma que Liz descrevia. Ainda que eu quisesse manter um comportamento diferente, mais próximo do socialmente aprendido (e, sobretudo, mais próximo do esperado para uma mulher), eu não conseguia sustentar essas posturas por muito tempo e acabava me decepcionando ou sofrendo.
Entender a engrenagem dos astros que nos torna únicos e, portanto, com comportamentos e percepções tão diversas enriquece a visão que temos de nós mesmos, abre caminho para aceitações importantes e gera mudanças – que são verdadeiros resgates da nossa própria natureza.
É maravilhoso sentir-se bem em sua própria pele. E compreender mais a fundo como funcionamos permite nos apropriarmos dos traços pessoais com lealdade ao si mesmo e a sua essência. Para mim, foi importante encontrar no livro de forma nomeada aquilo que eu apenas pressentia, mas que ainda não tinha linguagem para traduzir nem compreender, de maneira que o livro trouxe uma enorme contribuição.
Seguramente isso aconteceu com outras pessoas também, e talvez seja esse o motivo de o livro ser um best-seller mundial, traduzido para muitos idiomas, e ainda hoje ser um estudo atemporal. É verdade que hoje avançamos nas questões de igualdade de gênero, problematizamos mais os desequilíbrios nas convivências e talvez, diante de alguns exemplos práticos que a autora faz, tenhamos que nos relembrar que esta é uma obra originalmente publicada nos anos 1980, período no qual não tínhamos o entendimento que temos hoje sobre as relações em contextos mais amplos. E, mesmo assim, as análises oferecidas pela autora de forma alguma invalidam o soberbo estudo astrológico desta que é uma obra de referência em seu gênero. Portanto, não importa a cultura, a socialização ou o momento histórico, a astrologia ilustra precisamente como a natureza humana opera em qualquer contexto relacional e pode nos dar pistas valiosas para desenvolvermos convivências mais harmoniosas.
Uma bela surpresa desta obra é sua proximidade com a teoria dos tipos psicológicos de C. G. Jung. É perfeitamente possível estabelecer essa correspondência ao ler a distribuição dos signos por seus elementos. Os signos de fogo são descritos junto aos signos de terra, acompanhando a interação entre os tipos psicológicos Intuição e Sensação, e os signos de ar junto aos de água, equivalendo aos tipos Pensamento e Sentimento, sugerindo uma relação de complementariedade nesse agrupamento.
De fato, no encadeamento da ordem do zodíaco, existe uma sequência alternada de signos masculinos e femininos (fogo-terra-ar-água, e assim sucessivamente), e aquilo que excede em um signo é logo corrigido no signo seguinte, confirmando a lógica da união do cinturão zodiacal pela ação dos contrários.
Da mesma forma, Jung organiza os tipos psicológicos por sua atração pelos contrários, e em cada dupla um tipo representa a sombra do outro. Todo o potencial contido na sombra só é passível de realização de forma indireta, por meio da projeção em outra pessoa, e é essa a mágica
da atração inconsciente que nos direciona àquela determinada pessoa dentre tantas outras.
O potencial oculto e não desenvolvido, por estar inacessível nas profundezas do inconsciente, é estimulado a se apresentar quando nos deparamos com o contraponto que a complementariedade oferece. Por exemplo, uma pessoa do signo de Ar pode ser emocionalmente distante, precisar de momentos de criatividade sozinha e talvez se ocupe com várias atividades interessantes ao mesmo tempo; ao se relacionar com uma pessoa de água, começa a perceber o valor da presença, do foco em assuntos importantes e na expressão das emoções, podendo desenvolver intencionalmente, a partir do relacionamento, esses atributos que não estavam disponíveis à consciência num primeiro momento.
Pode ser também que essas características opostas gerem tensões por serem tão diferentes, mas o afeto que se estabelece torna possível o exercício da alteridade. E é assim, reconhecendo que a natureza produz pessoas tão diversas, que podemos aceitar que o outro tenha suas próprias características e seus pontos de vista sem que isso represente uma ameaça para nós. Ao contrário, as diferenças são bem-vindas pois complementam um ao outro oferecendo aquilo que individualmente não possuem, favorecendo a expressão integral de cada um ao mesmo tempo que cria uma sinergia de produtividade e realização.
Um exemplo para ilustrar essa lógica seria o casal Brad Pitt (Sagitário) e Angelina Jolie (Gêmeos) que não reúne os elementos necessários para gerar a tensão e a alteridade. De fato, apesar de apaixonados, não permaneceram juntos. Outro exemplo seria o casal Barack (Leão) e Michelle Obama (Capricórnio), que são extremamente realizadores de modo individual, além de muito potentes juntos.
Essa dinâmica também se justifica nos princípios da equivalência e da constância da energia, aplicadas à autorregulação psíquica. Jung diz no livro Psicologia do Inconsciente (in Obras Completas, vol. VII/1):
Estou mais do que convencido de que o caminho da vida só continua onde está o fluxo natural. Mas nenhuma energia é produzida onde não houver tensão entre contrários; por isso, é preciso encontrar o oposto da atitude consciente. (...) Visto do ponto de vista unilateral da atitude consciente, a sombra é uma parte inferior da personalidade. Por isso, é reprimida; e devido a uma intensa resistência. Mas o que é reprimido tem que se tornar consciente para que se produza a tensão entre os contrários, sem o que a continuação do movimento é impossível. A consciência está em cima, digamos assim, e a sombra embaixo. E como o que está em cima sempre tende para baixo, e o quente para o frio, assim todo consciente procura, talvez sem perceber, o seu oposto inconsciente, sem o qual está condenado à estagnação, à obstrução ou à petrificação. É no oposto que se acende a chama da vida.
Se o mapa natal é um microcosmo que se relaciona com a mecânica celeste do macrocosmo, e se o Universo está em constante expansão, considerar as relações como fonte de expansão individual e coletiva é especialmente restaurador. E esse é o mérito de Liz Greene nesta obra. Afinal, é olhando para o céu que o homem vem se orientando desde tempos imemoriais, pois são as estrelas da noite que inspiram a continuidade das jornadas e que nos apontam novos caminhos a seguir.
Que este estudo traga a você um lugar de reconhecimento a partir da sua carta astrológica e lhe permita alcançar as estrelas mais inspiradoras ao amor.
Verbenna Yin, verão de 2021
Primeira Parte
Os Signos Solares
1
os signos solares
Por que nos preocupamos tanto com coisas tão complicadas, tortuosas e problemáticas como relacionamentos? Por que nos esforçamos tanto para aprender algo sobre cuidar de
, dar a
, tirar de
, proteger, brigar com
e amar seres humanos? Esses são questionamentos que o cineasta Woody Allen faz no filme Annie Hall e que ele mesmo responde com uma anedota:
– Meu irmão enlouqueceu. Ele pensa que é uma galinha.
– Por que você não o interna?
– Ora, porque eu preciso dos ovos.
Relacionamentos se parecem muito com isso.
Ainda hoje, é moda em alguns círculos sociais abandonar os antigos valores que nossos pais e avós nos legaram. Isso porque, para essas pessoas, é óbvio que esses valores não funcionaram – os casamentos de antigamente não eram melhores do que os de agora. Sem dúvida, havia menos divórcios, com duas pessoas vivendo sob o mesmo teto e interpretando seus papéis em silêncio até que a morte as separe
. Porém, carregadas de inimizade e veneno, acabavam provocando conflitos psicológicos em seus filhos. Mesmo que você não acredite
em psicologia, é uma triste evidência que a família moderna esteja necessitada de um novo alento se quiser continuar a existir. É só dar uma olhada nas estatísticas de divórcios.
Hoje, além de enfrentarmos a crise econômica, os perigos de uma destruição nuclear, a crise de energia, a superpopulação e a desvalorização do planeta Terra, o perigo que correm os animais (e os humanos) e todos os pesadelos desse tipo que pesavam sobre o fim do século XX e o início do que a astrologia chama de Era de Aquário, temos de acrescentar o grande problema das relações humanas.
Isso pode ter motivos variados, dependendo do ponto de vista de cada um. Uns dizem que é falta de moral, outros, que falta a velha disciplina dos nossos pais e avós, ou que não se acredita mais em Deus e na Igreja Católica. Os problemas de relacionamento também são atribuídos à repressão sexual, ao capitalismo, ao comunismo ou a qualquer outro bode expiatório ao qual se possa creditar a responsabilidade por nossos próprios insucessos. Em uma época de tecnologia avançada, em que, pela primeira vez, milhões de pessoas podem se dar ao luxo do lazer, outras estão desesperadas para entender por que tudo é tão sem sentido e por que se sentem tão sozinhas que acabam se voltando para ensinamentos e crenças antigos sem nem conseguir chegar às suas origens.
Aos poucos, mas cada vez mais, aquilo que era guardado cuidadosamente pela cúpula da religião ortodoxa hoje nos é revelado pelo que conhecemos como estudos esotéricos. A palavra esotérico
significa o que está dentro
, no interior de
. Esotérico
pode referir-se a uma série de coisas: do Maharishi e da Meditação Transcendental até as Crianças do Templo de Deus, na Guiana. Estudos esotéricos englobam desde o ridículo até o sublime. Podem trilhar os caminhos dos sábios da Antiguidade e o que já foi ensinado em matéria de alquimia, magia, filosofia hermética e cabala. Podem explorar mistérios do Triângulo das Bermudas, fenômenos parapsicológicos, sonhos, visões e diferentes estados da consciência, mas também sonhos pré-cognitivos, sincronicidade, telepatia, clarividência e, em psicologia profunda, o estudo da alma humana. E podem versar sobre astrologia.
Pode a astrologia – conhecida de todos nós pelas tolas mas irresistíveis colunas diárias no jornal em que Madame Fulana de Tal diz que a quarta-feira vai ser um péssimo dia – contribuir de alguma maneira para o dilema humano de viver em um planeta superpovoado no qual temos que nos acotovelar todos os dias com estranhos (e suas almas)?
Ainda hoje, tem havido muitos clamores contra a astrologia, principalmente vindos das universidades e daqueles que se dedicam a estudos científicos, talvez assustados com a sua popularidade (afinal, se existe algum mistério sobre a vida que a ciência oficial não pode explicar, que mundo é esse em que vivemos?). Mas não importa com que força se proclame que a astrologia é um amontoado de superstições medievais sem sentido, o número de seus seguidores aumenta a cada dia.
Houve um tempo em que todo mundo lia diariamente sua coluninha de horóscopo no jornal, mordendo os lábios e receando, no íntimo, que a quarta-feira fosse mesmo um péssimo dia, e suspirando de alívio ao constatar que nada de mau acontecera na tal quarta-feira. (Irresistível essa droga. Afinal, toca fundo em todo ser humano – é seu passatempo preferido – ler sobre si mesmo.) Mas ninguém ousaria admitir, especialmente uma pessoa racional como você, que possa existir algo por trás disso. Ainda bem que houve alguns homens respeitáveis, como Sir Isaac Newton e o professor Carl Jung, que se aprofundaram nela. Mas a maioria das pessoas, caso leia um livro de astrologia, logo coloca nele uma capa marrom, para não ser considerado um excêntrico. É melhor ser apanhado lendo a revista Playboy!
Então, um francês persistente chamado Michel Gauquelin apareceu e decidiu que iria acabar de uma vez por todas com as ridículas pretensões da astrologia. Lançou-se em um enorme projeto, com estatísticas baseadas em milhares de horóscopos de pessoas de diversas profissões, para ver se o resultado mostraria alguma correlação entre os corpos celestes que orbitam o espaço e as nossas miseráveis vidas humanas. Assim, horrorizado e perplexo, o sr. Gauquelin, em vez de constatar a vacuidade da astrologia, provou que ela funcionava de verdade.
Depois das descobertas do sr. Gauquelin (devidamente publicadas em vários livros muito impressionantes) a astrologia passou a merecer algum respeito por parte dos quadros acadêmicos. Começou a se infiltrar em lugares onde nunca se poderia imaginá-la, tais como universidades e consultórios psiquiátricos. Também foi usada pelos governos americano e israelense, e talvez por outros mais, nas indústrias e no comércio, para empregar pessoal categorizado; e por médicos para auxiliar nos diagnósticos. Por fim, a astrologia vem sendo usada para o verdadeiro propósito pelo qual existe: para que cada um aprenda a se conhecer e não atribua seus próprios problemas e dificuldades aos outros.
Na entrada do templo do Oráculo de Delfos, havia duas inscrições: Nada em excesso
e Conhece-te a ti mesmo
. A primeira sentença é bem mais sutil do que parece. Ela não propõe somente refrear um comportamento excessivo. Significa igualmente não ser unilateral, isto é, não enfatizar em demasia determinada maneira de encarar a vida e as pessoas – uma tendência que todos compartilhamos. E a astrologia tem muito a dizer sobre isso, pois, conhecendo seu próprio perfil astrológico, você pode rapidamente constatar até que ponto sua visão de realidade é distorcida.
A segunda sentença é fácil de compreender, porém mais difícil de ser apreendida. Para qualquer viagem, seja ao interior ou ao exterior, temos necessidade de mapas. Há diversos mapas para viagens ao exterior. Para dentro, não. A astrologia é um mapa para o nosso interior.
Se você pensa realmente que a solução dos problemas de relacionamento estão lá fora
, na sociedade, olhe mais uma vez. Ela pode estar dentro de nós, na maneira de lidarmos com nossa perspectiva e com nossa falta de conhecimento sobre nós mesmos. Como podemos esperar um bom relacionamento com o outro se nem sequer sabemos quem somos?
E, se você acha que a astrologia é um meio muito obscuro de tentar mergulhar no comportamento e nas motivações das pessoas, continue lendo.
2
O Que um Horóscopo Pode Revelar (ou Não)
Comecemos do princípio. Por favor, esqueça a coluna de horóscopo do jornal ou aquele post genérico sobre signos. Já sei que era isso que você imaginava que a astrologia fosse. Só que isso significaria afirmar que todo o mundo da música, desde Beethoven até a Música das esferas de Pitágoras, pode ser enquadrado num jingle publicitário de dez notas. Para compreender a astrologia, primeiro temos de conhecer suas raízes e seu significado.
O simbolismo da astrologia é uma tentativa de fotografar – de forma mais pictórica que conceitual – as energias básicas da vida e dos seres humanos, e isso é muito antigo. Tão antigo que nem conhecemos suas origens. Sabemos que os antigos egípcios, os babilônios, os sumérios, os caldeus, os indianos e os chineses praticaram alguma forma de astrologia. Pesquisas revelaram que existem semelhanças entre o estudo das estrelas
em todas as civilizações antigas, mesmo não havendo nenhuma ligação entre elas. E sabemos que essa incrivelmente antiga fotografia das forças da vida ainda está tão viva e fascinante como há cinco mil anos.
Mas por que usar uma linguagem pictórica? Essa é uma boa pergunta, uma vez que vivemos em uma era científica na qual somos ensinados a ser racionais e a dar respostas conceituais a qualquer enigma da vida. Mas a ciência está mal equipada para explicar muitos dos mistérios da vida, exatamente porque esses mistérios não são racionais. Eles podem ser compreendidos, sentidos, intuídos, imaginados, entrevistos através da linguagem das imagens, da metáfora, da parábola, do símbolo e do mito. Mas tentar defini-los em sentenças simples, como em um questionário com respostas de múltipla escolha num teste de QI, é terrivelmente ridículo.
Será que depois de todas as explicações sobre o processo biológico de concepção e de nascimento sabemos mais a respeito da origem da vida? Conseguimos captar o mistério da morte? E o que sabemos sobre a eletricidade, dominada para nosso conforto e conveniência? O que é ela? Na verdade, nem sabemos o que é matéria
. Na Física Quântica, uma das disciplinas científicas mais sofisticadas do século XX, começou-se a observar que, em toda experiência científica com partículas subatômicas, tanto o cientista quanto o experimento são afetados pela experiência. Isso significa que – por mais espantoso que possa parecer – a objetividade
da matéria é relativa, uma vez que se liga intimamente à psique do cientista. No final das contas, a matéria é tão misteriosa quanto o espírito. Talvez seja uma boa ideia ter um pouco de humildade nesta era tão arrogante e reconhecer que não sabemos muita coisa a respeito do universo em que vivemos. A natureza é muito ciumenta com seus mistérios. Quando achamos que conseguimos explicá-los, ela produz algo que desorienta o intelecto mais sofisticado. Como a astrologia.
A astrologia nos faz perder o rumo porque funciona. Mas o que é, de fato, um horóscopo?
O que ele não é, na verdade, é uma simples adivinhação do futuro, por exemplo, se o encontro com aquele moreno alto na próxima semana vai acontecer. Vamos começar com algumas definições. Um mapa ou horóscopo de nascimento é um mapa do céu – mais precisamente do sistema solar – em um exato momento e local. É um mapa puro e simples, que mostra as posições dos oito planetas conhecidos, do Sol e da Lua em relação ao horizonte e ao meridiano da Terra. Do ponto de vista astronômico, o cálculo do horóscopo requer noções precisas de astronomia, e isso não pode ser refutado.
O zodíaco é um círculo ou uma faixa por onde o Sol faz sua trajetória aparente ao redor da Terra. Sim, nós sabemos perfeitamente que o Sol não gira em torno da Terra. Mas a esse movimento aparente e à sua trajetória chamamos eclíptica. A astrologia divide esse círculo, a eclíptica, em doze fatias iguais. O ano astrológico começa por volta de 20 de março, na ocorrência do equinócio vernal ou da primavera.[ 01 ] Aí começa o signo solar de Áries. Seu signo de nascimento ou signo solar é a parte do zodíaco na qual o sol está passando durante os trinta dias do seu signo.
E aí terminam as colunas do horóscopo de jornal. Se você nasceu em 18 de abril, é de Áries. Se nasceu no dia 4 de setembro, é de Virgem. Mas isso é só o começo. Nós esquecemos a Lua e os oito planetas. Eles também são muito importantes e fazem parte do horóscopo. Então o astrólogo calcula a posição desses corpos celestes em relação à faixa do zodíaco. Por fim, ele precisa saber a hora do nascimento para calcular qual signo zodiacal está se elevando (ou ascendendo) no horizonte leste naquele exato momento. Pronto, temos o horóscopo. Mas o que ele pode nos dizer?
Muitas coisas. Em poucas palavras, o horóscopo é um mapa da psique do indivíduo. É uma espécie de esboço, um modelo das energias e dos potenciais que constituem uma pessoa. Calculado precisamente segundo a hora e o local de nascimento, é um desenho único, ao contrário do horóscopo de jornal. Até gêmeos idênticos, que nascem com uma diferença mínima de tempo, têm mapas diferentes, já que de quatro em quatro minutos o arranjo celeste se altera de maneira significativa.
É interessante notar que antigamente poucas pessoas sabiam a hora exata de seu nascimento. Ela não era anotada. Muitas vezes, quando o astrólogo perguntava ao cliente a hora de seu nascimento, recebia como resposta: Deve ter sido por volta da hora do almoço
ou O carteiro tinha acabado de passar
. Hoje, isso deixou de ser uma realidade, uma vez que os hospitais, bem como os registros de nascimento, mantêm um registro da hora exata dos nascimentos.
O horóscopo mapeia os potenciais do indivíduo. A palavra-chave é potencial
. É potencial da mesma maneira que uma semente de maçã vai produzir potencialmente uma macieira. A semente contém um ciclo completo dentro dela: semente, muda, planta pequena, árvore, flor, fruta, semente. Mas, se você a colocar na palma da mão, ela será apenas uma semente. Muita coisa pode acontecer a uma semente: nutrida, fertilizada, regada constantemente e com luz solar suficiente, ela se tornará uma árvore esplêndida; negligenciada, pode produzir nada ou quase nada. É aí que entra em ação o livre-arbítrio. Todos somos contemplados com certos potenciais
. O que fazemos com eles é problema nosso. Temos a opção de nos tornar uma bela árvore florida ou então um péssimo exemplar que nunca frutificará. E o jardineiro não é ninguém senão nós mesmos.
Muitas pessoas temem a astrologia, pois acreditam que ela pretende predizer o futuro, o destino. Em tempos idos, durante a Idade Média e a Renascença, ela fazia exatamente isso. Mas, assim como a medicina, a astrologia evoluiu. Ao contrário dos orientais, nós do Ocidente não gostamos de admitir a existência de algum outro fator moldando nossa vida além de nós mesmos. As ciências sociais admitem que existe certa influência do ambiente. A psicologia acha que é a infância que nos forma. Mas, no geral, nós queremos acreditar que somos livres para fazer nossas escolhas e tomar nossas decisões. Só admitimos restrições à nossa liberdade pessoal se ela ocorrer de maneira reconhecidamente aceitável, como o mau tempo ou um desastre natural
, conforme é descrito nas apólices de seguro. Nós chamamos isso de acidentes. E, caso aconteça alguma coisa que foge ao nosso controle, reclamamos muito, sobretudo quando se trata de uma outra pessoa: a criança que cresce fugindo dos nossos planos originais, o marido que nos abandona, a mulher que decide não ser mais submissa e adorável, a mãe que se intromete em nossos assuntos, o chefe que não gosta do nosso trabalho. Não vemos essas desagradáveis intromissões como destino; as vemos apenas como chateações creditadas à estupidez dos outros – e fazemos o possível para eliminar sua causa, que naturalmente é culpa de outra pessoa.
Mas será mesmo culpa de outra pessoa? E nossa liberdade, onde fica? A astrologia faz uma pequena sugestão. E muitos poetas, filósofos e psicólogos, em diversas línguas ao longo dos séculos, deram o mesmo conselho. Nas palavras de Rainer Maria Rilke:
O que está em nós está à nossa volta.
Lembre-se dessa frase. Ela é essencial para entender não só a astrologia, mas também os relacionamentos. Na verdade, podemos ir mais longe e afirmar que ela é essencial para entender a vida. A trama interior que constitui uma pessoa – emoções, comportamentos, desejos, fantasias, sonhos, conflitos, amores, ódios, talentos – é como um ímã ou um diapasão, que ressoa na tonalidade em que é tocado, atraindo para si objetos que são constituídos da mesma espécie de substância. Carl Jung formula esse pensamento de outra maneira. Ele diz:
A vida de um homem é um aspecto do si-mesmo.
Ou seja, o que acontece em sua vida pessoal – desconsiderando eventos coletivos envolvendo raças e nações – é de alguma forma um reflexo, uma fotografia simbólica de algo que está dentro de você.
Agora você entende por que os gregos gravaram o Conhece-te a ti mesmo
no templo de Delfos. Muita gente acha esse aforismo muito incômodo. Ele significa que temos de nos responsabilizar por tudo aquilo que nos acontece, que temos de ser cocriadores na criação de nossos mundos. Mas é tão mais fácil e gostoso culpar os outros pelo que acontece de negativo e nos gabar dos acontecimentos positivos...
Somente uma criança pode esperar que a vida seja tão fácil. Uma pessoa sábia aceita o que lhe é dado e faz com que o resto se torne aquilo que ela deseja.
O horóscopo (ou mapa astral) descreve a natureza interior de uma pessoa. E a vida transcorre de acordo com esse mágico processo de atração mútua (não se assuste com essa palavra – a lei da atração universal também é um dos princípios básicos da magia; toda a vida é mágica). Quanto menos conhecemos nossa trama interior, mais reféns nos tornamos dela. Continuaremos atraindo coisas para nossa vida, para o bem ou para o mal, tendo conhecimento disso ou não. Quanto mais atentos (ou conscientes) formos, mais escolha teremos. Talvez não consigamos mudar nossa substância básica. Lembremo-nos da semente da maçã. Ela não pode, de repente, decidir ser lentilha quando crescer. Mas as macieiras podem produzir uma variação incrível de maçãs.
Esse é o significado de destino em astrologia. Não se trata de nenhum Velhinho
nas nuvens punindo pecadores e recompensando justos. Nada de demônios escondidos nas trevas aguardando para dar o veredicto, como as Três Parcas na antiga mitologia grega, que decidiam o tempo de vida de uma pessoa na Terra pelo tamanho do fio que fiavam. Só nós mesmos – nosso Eu, nosso mais profundo e interior ser – é quem ditamos nosso Destino. Quanto de nosso Eu nós realmente conhecemos e quanto ainda nos permanece desconhecido, oculto, inconsciente?
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Sobre Espelhos...
Quem já acompanhou um julgamento polêmico, no qual algumas pessoas prestam depoimento sobre um determinado fato, saberá que, se pedirmos a doze testemunhas para descreverem um acidente em uma estrada, elas irão descrever doze acidentes diferentes. Elas não estão mentindo ou exagerando deliberadamente. Isso mostra apenas que cada ponto de vista é subjetivo. A objetividade de uma pessoa racional é também subjetiva, pois ela deixa de enxergar aspectos não racionais que a deixariam perplexa se tivesse de reconhecê-los. Enfim, nós vemos a vida e as outras pessoas através de nossos próprios olhos, e estes, como um prisma, veem tudo do ponto de vista de nossas personalidades.
Isso parece muito simples. Mas é surpreendente como pessoas se tornam reativas quando são confrontadas com essa realidade tão básica e fundamental: O quê? Falta de objetividade? Meu ponto de vista é objetivo. Eu sei que é. Eu sei que ele é certo porque é meu!
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É fácil achar graça na visão distorcida da vida, da realidade e dos relacionamentos que os outros sustentam. Mas não é nada engraçado quando temos que questionar nossa objetividade. Será que estou enxergando de forma correta? Será que meu marido está me escondendo alguma coisa quando não me dá carinho? Será que minha namorada quer mesmo me acorrentar e me possuir? Será que o mundo não está reconhecendo meus talentos?
Voltemos à astrologia. A carta ou o mapa natal é um mapa do indivíduo. O mapa descreve o temperamento, o perfil psicológico, a paisagem interior do nativo. É vivendo que se adquire a experiência, mas a vida que conhecemos se desenrola com base nas cores da nossa própria natureza, dos nossos impulsos, necessidades e valores. Mas você pode argumentar que o ponto de vista de uma pessoa está baseado em sua experiência de vida, não o contrário. Dizer o contrário incomoda muito, pois implica dizer que somos responsáveis por nossa vida. Sim, em certo sentido é assim, ou pelo menos somos responsáveis pela compreensão do que acontece, do que acontece a mim e não a você. Porque, se tomamos como base a astrologia, o horóscopo do nascimento postula um temperamento inerente, uma natureza subjetiva a priori. Nascemos assim. Ninguém nos fez como somos. E nós criamos nossa realidade ou a interpretamos de acordo com esse ponto de vista apriorístico.
Exemplo: tive uma vez um cliente capricorniano que exibia todas as características típicas desse signo complexo e difícil de ser compreendido. Isso porque ele não era um simples Capricórnio; seu Ascendente também era Capricórnio, o que tornava esse signo particularmente forte nele. Na primeira meia hora da consulta, ele se queixou com amargor de como a vida o tratava mal. Isso veio em resposta ao meu comentário de que Capricórnio tem uma tendência a ser cauteloso e desconfiado demais nas relações humanas.
Mas
, disse ele, tenho boas razões para não confiar em ninguém. As pessoas sempre acabam te deixando na mão. Sempre estão querendo se aproveitar de você. Sou apenas mais esperto atacando primeiro, tirando vantagem antes que outro filho da mãe possa me usar.
Você alguma vez tentou uma outra forma de aproximação?
, perguntei educadamente. Digamos, esperando que a melhor parte da outra pessoa se mostre? Digamos, confiando? Confiança faz milagres, você sabe. Se você aceita de fato uma pessoa, muitas vezes misteriosamente trará à tona o que há de mais confiável nela.
Ridículo!
, respondeu o cético e pragmático Capricórnio. Eu via meu pai abusar e tirar proveito de minha mãe. Todo mundo é igual.
Você já pode imaginar o que acontecia. Meu cliente, sempre tomando atitudes pouco amistosas com as pessoas, acabava irritando-as. Ninguém gosta de ser considerado um grande filho da mãe antes de ter a chance de abrir a boca. Ele irritava tanto as pessoas que elas decidiram lhe dar um pouco do seu próprio remédio. Já que ele só pensava em usá-las, elas achavam que ele também só prestava mesmo para ser usado. Assim elas o usaram, ele se revoltou com essa frustrante experiência e acusou outras pessoas e a vida por algo que havia presenciado em sua infância e, como muitos de nós, achou que, assim, definia a verdadeira natureza da vida. Esse é um trágico exemplo, bastante comum, de como nossas atitudes podem influir no tratamento que os outros nos dão, de acordo com nossa maneira de ver as coisas.
As pessoas se perguntam por que os sagitarianos têm tanta sorte. Trata-se do mesmo fenômeno. Sagitário é um signo de fogo, e os signos de fogo têm uma espécie de confiança inata na vida. Eles são como crianças já crescidas que ainda brincam num parquinho infantil e, se alguma coisa vai mal, ora, no fim vai dar tudo certo. Alguma coisa vai acontecer para me tirar disso. A vida não vai me derrubar. Tem de haver uma lição nisso, um significado. Resultado?
Algo inevitável acontece e tira o sagitariano da sinuca. Não que ele tenha recebido um presente dos deuses, mas algo inato brotou dele: ele acredita na vida, e a vida lhe retribui. Pelo fato de ele achar que está numa grande sorveteria, sempre aparece alguém para lhe oferecer um sorvete. E se o sorvete cai no chão, ele não acha que foi por causa dos maus pensamentos das outras pessoas que isso aconteceu. Acha que foi só má sorte e que ela vai passar. O que você diz em relação a isso?
Esses dois exemplos ilustram um ponto profundamente importante. O ponto central da astrologia é aprender algo sobre o que você é, pois, se você não tem uma ideia do que está se passando dentro de si, vai continuar usando amuletos para (dizem) atrair pessoas e situações com a mesma ressonância que você. Mas se você se conhece, talvez tenha algo a dizer a esse respeito. Senão, você está fadado ao pior, não por culpa das estrelas, mas por si mesmo. Lembre-se de Shakespeare, que em uma de suas peças diz: A culpa, querido Brutus, não está nas estrelas, mas em nós mesmos
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Vamos pegar qualquer configuração astral, qualquer signo. Existem facetas de cada signo que podem ser entrevistas como se estivessem numa vitrine. Podemos ler a respeito de suas qualidades em qualquer jornal. Qualquer pessoa familiarizada com essa espécie de astrologia reconhece, por exemplo, um típico Leão, que é caloroso, confiante, magnânimo, gosta de receber e de estar no centro das atenções. Ou então alguém de Virgem, tão limpinho, ordeiro, organizado, eficiente, que nunca é pego desprevenido. Ou o típico Câncer, sensível, imaginativo, instável, flexível, mutável como a Lua, enfim, um caleidoscópio, alguém sempre em busca de segurança. Ou o agressivo, efervescente Áries, sempre pronto para um desafio, louco por uma disputa.
Mas por trás de todo signo existe também um segredo. Tudo o que projeta luz projeta sombra. E raramente se fala sobre esse lado obscuro de cada signo, porque ele é muito embaraçoso. Mas, se você ficar fazendo de conta de que não percebe a força desse lado sombrio, tal como a correnteza das marés, ele poderá levá-lo para alto-mar. De repente você fica de mau humor ou se relaciona com pessoas que nada têm a ver com você, isso porque seu comportamento inconsciente o levou a agir assim, provocando uma série de reações além do seu controle. É bom querer saber algo a respeito dessa sombra que o segue sempre, especialmente se você acha que possui muita luz.
Passemos rapidamente pelo zodíaco e falemos a respeito do lado sombra de cada signo. Falaremos mais detalhadamente sobre eles quando chegarmos a cada signo e seus elementos. Mas aqui vão alguns pontos básicos.
Você se lembra do decidido, agressivo e bravo Áries? Quem diria que por trás da fachada luminosa, confiante e impetuosa se esconde uma natureza indecisa e uma terrível capacidade de perceber se as pessoas gostam dele? Não é absolutamente a imagem que ele gosta de projetar de si mesmo, mas isso o prende, como uma sombra atada a seus pés. Algumas vezes podemos vê-lo supercompensando isso, pois essa indecisão e essa dependência da aprovação dos outros o incomodam e o deixam muito sem jeito. Então, o líder Áries pode se tornar um comandado, porque ele não responde por si quando as trombetas soam e a luta se inicia.
E o estável, calmo e confiável Touro? Ele é o tal, sempre razoável e paciente, o burro de carga que tira o peso das costas dos outros para carregá-lo sem reclamar. Gentil, pacífico, vai levando a vida. Quem poderia adivinhar que existe no Touro um lado apaixonado, desarrazoado, exigente, possessivo, que secretamente provoca as crises que ele tanto detesta e o impelem para mudanças e crises caóticas, que ele gostaria de evitar a qualquer custo? O Touro adora a estabilidade e detesta as mudanças, mas seu lado secreto, destrutivo e teatral continua tentando levar a peça a um clímax violento. Essa sensação de forças contrárias dentro dele o deixa tão mal consigo mesmo que muitas vezes ele exagera na paciência e larga tudo, só para evitá-la. Sabe de quem ele gosta menos? Das pessoas que tumultuam demais os conflitos emocionais e complicam terrivelmente as coisas; porém, justamente essas pessoas de quem ele não gosta é que vivem dentro dele.
Vejamos Gêmeos: racional, esperto, inteligente, intelectual, calculista, cerebral. Você nunca irá flagrá-lo acreditando cegamente em nada. O geminiano gosta de conceitos claros e estruturas lógicas. Pode ser abstrato, mas é racional. Interlocutor brilhante, crítico acirrado, jornalista bem-dotado, mantém-se de maneira escrupulosa dentro da lógica da situação. Mas por trás desse brilhante intelecto existe um ser ingênuo, crédulo e tão confuso, que acredita em qualquer coisa, que distorce a verdade para provar sua intuição, que exagera os fatos para ilustrar de forma dramática suas conexões. Preste atenção em um geminiano quando ele conta uma história. No começo, ele se atém estritamente aos fatos. Depois, começa a exagerá-los um pouco aqui outro tanto ali. Logo, você percebe que ele está querendo acreditar em alguma coisa,