Vencendo as tentações financeiras: Como a vitória de Jesus contra as tentações impacta sua vida financeira
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Sobre este e-book
Deus em nossa vida é o dinheiro. Não é intrigante, que dentre todas as coisas que poderiam ser apontadas como "concorrentes" do senhorio de Deus em nossa vida, como o pecado, as vãs filosofias, o mundo ou a idolatria, Jesus tenha falado de dinheiro?
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Pré-visualização do livro
Vencendo as tentações financeiras - Thiago Becker Modesto Silva
Thiago Becker Modesto Silva
Vencendo as tentações financeiras
Como a vitória de Jesus sobre as tentações impacta sua vida financeira
Coordenação editorial: Claudio Beckert Jr.
Revisão: Maurício Avoletta Júnior e Josiane Zanon Moreschi
Capa: Endrik Silva
Diagramação: Kelly de Britto Pilarski
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Sueli Costa - Bibliotecária - CRB-8/5213
(SC Assessoria Editorial, SP, Brasil)
Índices para catálogo sistemático:
1. Finanças pessoais : Cristianismo 261.85
Salvo indicação, as citações bíblicas foram extraídas da Bíblia na versão Nova Almeida Atualizada © Sociedade Bíblica do Brasil, 2017.
Todos os direitos reservados.
É proibida a reprodução total e parcial sem permissão escrita dos editores.
Editora Evangélica Esperança
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Fone: (41) 3022-3390
www.editoraesperanca.com.br
Que linda exposição! Gostei muito da maneira como Thiago Becker comparou as três áreas em que o inimigo tentou Jesus com as nossas tentações na área financeira. Podemos usar a espada do Espírito, a Palavra de Deus, e vencer como Jesus venceu. O apóstolo Paulo escreveu, ‘O amor ao dinheiro é o raiz de todos os males’. O autor mostra como Satanás nos seduz e ensina sugestões práticas em como resistir a essas seduções. Muito obrigado, Thiago.
Jaime Kemp
Ministério Lar Cristão
Encontramos neste livro uma bela e realística comparação sobre como conduzir a vida financeira a partir do exemplo que Jesus nos ensinou quando, no deserto, foi tentado. Uma demonstração de que vencer as tentações financeiras é algo possível!
Iara Suckow Barbosa
Psicóloga, escritora e pastora
"Vencendo as tentações financeiras revela a prática de uma espiritualidade saudável tendo por base a experiência de Jesus na tentação sofrida no deserto."
Pastor Ilson Fernandes Barbosa
Ministério Evangélico Vida Abundante
Abordando um tema extremamente relevante e atual, o autor parte da tentação matricial de Jesus e constrói toda uma argumentação bíblica de modo simples e profundo e com dinâmicas de aplicação prática. Com certeza o leitor será conduzido por um ensino seguro que mostra um caminho de como lidar com o tema das finanças de modo a glorificar a Deus e adornar o Evangelho da graça de Cristo"
Mário Sérgio de Góis
Secretário Executivo do Instituto SARA
Sumário
Sumário
Introdução
1ª tentação: Tudo é necessidade!
Mostra o teu talento
Vai no impulso
Soluções rápidas x soluções corretas
Exemplo de integridade
Não vai dar
A resposta
Aplicação pessoal
Perguntas
Tempo de oração
2ª tentação: Jogue-se! Deus proverá
Meio versículo
Vai e pula
Sem chão
O dano
Abra o olho
Jeitinho
Prejudicar os outros
Desobediência
Inveja
Desonestidade
A resposta
Aplicação pessoal
Perguntas
Tempo de oração
3ª tentação: Quanto mais melhor!
O brilho
Apressando etapas
Mudando os planos
O flash
O poder em suas mãos
O caminho da ganância
Retirar Deus
Aplicação pessoal
Perguntas
Tempo de oração
Vencendo as tentações financeiras
Elimine a preguiça
Desenvolver o seu dom
O segredo do contentamento
Seja generoso
Coloque Deus no time
A última resposta
Aplicação pessoal
Perguntas
Tempo de oração
Conclusão
Tempo de oração
Introdução
Otema das finanças está mais presente na vida do ser humano do que se pode imaginar. Esse assunto, mesmo sem percebermos, acompanha o nosso cotidiano e faz parte das nossas atividades. Já estamos superacostumados com verbos como gastar, poupar, comprar, vender, endividar, economizar. Só de lermos alguns substantivos específicos, já sentimos um arrepio em nossa alma, tais como: falência, dívida, juros, contas, c rise, escassez.
A verdade é que todas decisões financeiras que tomamos causam impacto em nossa vida. Impactos que podem ser quase insignificantes ou que podem mudar completamente nossa trajetória. A forma como lidamos com o dinheiro vai além de apenas resolver alguma situação do dia a dia, ela interfere em nossas emoções e nas pessoas ao nosso redor.
O dinheiro, embora seja apenas um pequeno pedaço de papel, tem uma grande influência sobre nós. É lamentável saber que por causa de conflitos envolvendo o dinheiro casais se separam; por causa de dívidas filhos não conversam com seus pais; uma herança mal resolvida faz com que irmãos de sangue se odeiem; por causa de uma má gestão financeira muitas pessoas tiram a própria vida. Infelizmente, situações como essas que acabei de citar não são casos isolados. Sim, o dinheiro é pequeno apenas no seu tamanho, porque lidando com ele de forma errada, o transtorno pode ser gigantesco.
Uma coisa, porém, não podemos negar: é fato que precisamos do dinheiro. Ter dinheiro é necessário para vivermos em sociedade — com raríssimas exceções de pessoas ou grupos que vivem completamente isolados. Não importa como ele é adquirido, se por meio de doações, ofertas ou por esforço do trabalho, a verdade é que moradia, alimentação, vestuário, transporte, saúde, educação e quase tudo ao nosso redor tem algum custo financeiro.
Todavia, é necessário entender: Para que serve o dinheiro? Por que buscamos ter mais dinheiro? Por acaso, algum dia, você já se fez esses questionamentos? Antes de prosseguir com a leitura, caso nunca as tenha feito, responda a essas perguntas, pois definir a função do dinheiro, em sua vida é crucial.
O dinheiro deve ser apenas uma ferramenta para adquirimos produtos, bens e serviços. O dinheiro não possui e nunca possuirá o poder de solucionar nossas questões emocionais. Ou seja, se na sua resposta, tiver algo como: ser feliz
, mudar minha vida
, acabar com os meu problemas
, então, você precisa redefinir sua compreenção sobre o que é dinheiro, pois ela está errada.
O dinheiro não deveria estar associado aos nossos sentimentos. Ou seja, nossa alegria, tristeza, amor, paz, segurança, medo, ansiedade, esperança, não deveriam estar associados à variação de nossa conta bancária, pois não podem ser classificados como produtos, bens ou serviços.
É nesse ponto que erramos. Nós colocamos mais expectativa e projetamos mais funções ao dinheiro do que realmente ele tem. Acreditamos no mito de que mais dinheiro é igual a menos problemas. E se colocarmos esse mito como lema de nossas vidas, com certeza haverá frustração. O que ocorre é que se temos muito dinheiro nos decepcionamos ao ver que isso não resolve nossos problemas mais íntimos e profundos, nem nos transforma em pessoas melhores. Da mesma forma, se não temos muito dinheiro nos decepcionamos, pois achamos que estamos incompletos, que nos falta algo para termos a alegria plena.
É por causa da definição errada que temos do dinheiro que achamos que a compra de um presente pode ocupar o vazio físico deixado pelos pais, ou que um objeto novo adquirido pode substituir o afeto. Um namorado pensa que apenas comprando chocolates e flores pode conseguir o perdão de sua amada, pensamos que uma viagem cara pode retirar a ansiedade do nosso coração ou que um dia de compras no shopping trará a paz e tirará o estresse. Tentamos substituir o emocional pelo material. Na verdade, se o dinheiro fosse a solução de todos os nossos problemas, ganhadores da loteria, milionários ou pessoas muito ricas, não teriam problema algum, seriam plenamente felizes, entretanto sabemos que não é isso que acontece.
Refletir sobre essas coisas me fez pensar, em uma metáfora: um colchão de ar furado
. Podemos conseguir encher o colchão de ar furado de maneira rápida com o auxílio de um equipamento, ou enchermos lentamente com o nosso próprio sopro. O fato é que, após cheio, ele se manterá assim apenas por um momento, mas amanhecerá murcho. O mesmo acontece com nossas emoções e sentimentos. Podemos até acreditar que estaremos plenos a partir de um ganho financeiro ou a partir de um patamar atingido (quer este seja conquistado rapidamente ou com o tempo). Na realidade até conseguimos desfrutar de alegria momentaneamente, porém ao amanhecer estaremos murchos como o colchão de ar, pois o furo está lá e não foi remendado.
Você pode repetir a operação diversas vezes e sempre o colchão irá murchar. Isso ocorre porque o ar não pode ser o remendo do furo do colchão. O ar não pode fazer uma função de reparo. Para mantê-lo em seu estado funcional de origem, é preciso consertar e estancar o furo com o remendo correto. Existem centenas de livros de finanças e especialistas
que nos ensinam como encher o nosso colchão, mas poucos que ensinam como fazer corretamente o remendo. Você pode perceber que os livros e os ensinamentos desses supostos especialistas nos motivam por pouco tempo, mas as mudanças não chegam e logo nos esquecemos dos ensinamentos e continuamos na mesma situação.
Para que a situação esteja normalizada é necessário que, antes de qualquer coisa, um remendo externo seja inserido. Somente assim o furo pode ser solucionado. Dessa mesma maneira é conosco: o furo do nosso colchão da vida
, das nossas emoções, nossas falhas, da nossa essência de ser humano que precisa ser preenchido não pode ser remendado com o dinheiro. Se confiarmos em nossas riquezas como garantia de mudança estaremos perdidos. E quanto maior o furo, mais rápido ocorre o esvaziamento. A verdade é que o nosso remendo não está no dinheiro e nem em qualquer coisa, mas em uma pessoa: Jesus. Somente a partir disso podemos manter a nossa vida conforme o propósito e a funcionalidade para os quais Deus nos fez.
Quem confia nas suas riquezas cairá, mas os justos reverdecerão como as folhagens. (Provérbios 11.28)
Deus sabe desde o princípio que o ser humano poderia facilmente confundir as áreas de atuação do dinheiro. É por isso que Deus fala tanto sobre dinheiro em sua palavra, a Bíblia. Fiquei surpreso quando li o ótimo livro O seu dinheiro, de Howard Dayton. Nele o autor relata que fez um estudo da Bíblia e encontrou mais de 2350 versículos sobre dinheiro e posses.¹ O próprio autor verificou que ٤٢٪ (١٦ de ٣٨) das parábolas de Jesus tratam sobre dinheiro e posses e escreve que: Na verdade Jesus Cristo falou mais sobre dinheiro do que sobre quase todos os outros assuntos
.²
Não é incrível que Jesus, no seu curto período de ministério, tenha dedicado tanto tempo falando sobre dinheiro? E por qual motivo será que não dedicamos tempo para aprender corretamente com ele sobre como nos relacionamos com o dinheiro? Será que somos tão autossuficientes? A verdade é que Jesus quer nos libertar por completo, inclusive em nossa vida financeira.
Andarei em liberdade, pois tenho buscado os teus preceitos. (Salmos 119.45)
Deus nos fala tanto sobre finanças porque sabe que problemas relacionados a dinheiro podem atrapalhar a caminhada dos seus filhos. Isso é tão claro que no Sermão do Monte, logo após Jesus nos ensinar como devemos orar, ele nos advertiu sobre os tesouros na terra, os tesouros no céu e as preocupações da vida. E deixa bem claro que a única concorrência
ao senhorio de Deus em nossa vida é o dinheiro. Não é intrigante, que dentre todas as coisas que poderiam ser apontadas como concorrentes
do senhorio de Deus em nossa vida, como o pecado, as vãs filosofias, o mundo ou a idolatria, Jesus tenha falado de dinheiro?
— Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou irá odiar um e amar o outro, ou irá se dedicar a um e desprezar o outro. Vocês não podem servir a Deus e às riquezas. (Mateus 6.24)
Após compreender essa dualidade que paira em nosso coração, fui buscar me aprofundar mais em relação ao tema das finanças. Assim, resolvi analisar o que o nosso Senhor Jesus Cristo, passou e nos ensinou sobre esse tema. Ao ler a Bíblia, percebi que antes que Jesus iniciasse o seu ministério foi necessário, primeiramente, vencer as tentações do diabo. O que me chamou a atenção é que nas três tentações é possível encontrar uma grande relação com a área das finanças, e que o tentador continua usando dessas mesmas artimanhas conosco.
Então, inspirado pelo Espírito Santo resolvi escrever este livro, mostrando as tentações que Jesus enfrentou e como as ciladas oferecidas a ele são semelhantes àquelas que passamos. E assim como ele venceu, também podemos ter êxito contra as tentações do diabo. Ao término de cada capítulo, farei uma aplicação pessoal, na qual você poderá separar um tempo para meditar nas verdades que Deus tem para a sua vida financeira e como o Senhor quer transformar a maneira como lidamos e pensamos sobre o dinheiro, libertando-nos de costumes e conceitos que já estão enraizados em nossos corações.
Oro para que o Senhor renove sua vida por meio desta leitura e que a cada dia seu coração seja mais de um servo de Cristo e não de um servo do dinheiro.
Quanto à maneira antiga de viver, vocês foram instruídos a deixar de lado a velha natureza, que se corrompe segundo desejos enganosos, a se deixar renovar no espírito do entendimento de vocês, e a se revestir da nova natureza, criada segundo Deus, em justiça e retidão procedentes da verdade. (Efésios 4.22-24)
Thiago Becker Modesto Silva
Dezembro 2020
1 Só para efeito comparativo, sobre oração o autor encontrou 500 versículos e sobre fé menos de 500 versículos.
2 DAYTON, Howard. O seu dinheiro. (São Paulo: Editora Universidade da Família, 2002): 8.
1
1ª tentação:
Tudo é necessidade!
— Se você é o Filho de Deus, mande que estas pedras se transformem em pães. (Mateus 4.3)
As três tentações do diabo contra Jesus, estão narradas nos Evangelhos de Mateus (Mt 4), Marcos (Mc 1) e Lucas (Lc 4). Aqui tratarei principalmente sobre a que foi descrita no Evangelho de Mateus, mas antes de aprofundarmos o tema, precisamos entender alguns pontos-chave do acontecimento.
O primeiro ponto importante de análise diz respeito ao momento em que elas ocorreram. O fato aconteceu em uma situação de extrema importância na vida de Jesus Cristo, pois ocorreu logo após seu batismo no rio Jordão e precede o início do seu ministério.
O segundo ponto diz respeito ao local, o começo das tentações feitas pelo diabo foi em uma área remota, no deserto, longe da civilização e de forma particular.
Em terceiro lugar, Jesus nos mostra que, dependendo de nossas atitudes e respostas, é possível vencer as ciladas do diabo. Ele foi verdadeiro Deus e verdadeiro homem, em tudo semelhante a nós, inclusive passando pela sensação fisiológica da fome.
Então qual era o intuito do diabo ao tentar Jesus? O objetivo era que Cristo deixasse de cumprir o seu propósito estabelecido por Deus, era que ele deixasse de ouvir e ter um relacionamento com o Pai. Ao tentar persuadi-lo, o diabo buscou apenas uma oportunidade de vacilo de Jesus, assim como ocorreu com Adão, para que o seu relacionamento pleno com Deus fosse rompido. Essa prova, permitida pelo Senhor, é necessária em nossa vida, como descreve o renomado teólogo Willian Barclay, em seu livro The Gospel of Mathew.
Assim como o metal deve ser provado antes de usar-se na confecção de uma ferramenta, para ver se será capaz de suportar as tensões e esforços que deverá resistir, o ser humano deve ser posto à prova antes que Deus possa usá-lo para o cumprimento de seus propósitos.³
Tendo esclarecido esses conceitos pré-tentação, vamos analisar como foi essa primeira proposta tentadora do diabo a Jesus.
A seguir, Jesus foi levado pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo. E, depois de jejuar quarenta dias e quarenta noites, teve fome. Então o tentador, aproximando-se, disse a Jesus: — Se você é o Filho de Deus, mande que estas pedras se transformem em pães. Jesus, porém, respondeu: — Está escrito: O ser humano não viverá só de pão, mas de toda palavra que procede da boca de Deus
. (Mateus 4.1-4)
Mostra o teu talento
O diabo começa a tentação, buscando atacar Jesus em dois pontos: primeiro ele questiona a sua identidade e depois o intimida. Observe a primeira fala: Se você é [caso seja] o Filho de Deus...
Compare com a afirmação que o próprio Deus havia feito a Jesus após o seu batismo:
E eis que uma voz dos céus dizia: — Este é o meu Filho amado, em quem me agrado (Mateus 3.17 — ênfase acrescentada)
O diabo, de maneira astuta e quase imperceptível, quis colocar uma dúvida sobre a identidade de Cristo. Ele questionou se Jesus era realmente o Filho de Deus e logo na sequência sugeriu que Jesus provasse sua filiação divina. De igual forma, o diabo quer que desacreditemos das promessas de