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III CONVIBRA 24 a 26 de novembro de 2006

SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL: Conceito e Indicadores Geraldino Carneiro de Arajo (Mestrando em Agronegcios UFMS) Miriam Pinheiro Bueno (Mestranda em Agronegcios UFMS) Adriana Alvarenga de Sousa (Mestranda em Agronegcios UFMS) Paulo Srgio Miranda Mendona (Doutor em Administrao, Docente - UFMS) Resumo: Este artigo se prope a apresentar as primeiras definies sobre desenvolvimento sustentvel, difundido primeiramente como ecodesenvolvimento; relata as conferncias mundiais (Conferncia de Estocolmo e Rio-92) e os relatrios gerados (Relatrio de Brundtland e Agenda 21); e alguns pontos de vista sobre o significado de desenvolvimento sustentvel. Este artigo ainda levanta a discusso sobre a definio de desenvolvimento sustentvel e sustentabilidade e com o intuito de expor a conceituao da sustentabilidade empresarial. O objetivo apresentar o conceito de sustentabilidade empresarial e os principais indicadores de sustentabilidade das empresas brasileiras. Para tanto a estrutura do trabalho parte da apresentao do termo desenvolvimento sustentvel e das abordagens existentes para ento expor dados da sustentabilidade empresarial brasileira. A pesquisa se caracteriza como descritiva e qualitativa. Utilizou-se a anlise de dados secundrios para a pesquisa. Com base no relatrio do Conselho Empresarial Brasileiro de Desenvolvimento Sustentvel (CEBDS) realizou-se o levantamento dos indicadores de sustentabilidade empresarial das organizaes brasileiras. Palavras-chave: desenvolvimento sustentvel; sustentabilidade empresarial; indicadores. Abstract: This article proposes to present the first definitions on sustainable development, spread out first as ecodevelopment; it tells about the world-wide conferences (Conference of Estocolmo and River) and the generated reports (The Brundtland Report and Agenda 21); and some points of view on the meaning of sustainable development. This article still raises the quarrel on the definition of sustainable development and sustainability and with intention to display the conceptualization of the enterprise sustainability. The objective is to present the concept of enterprise sustainability and the main pointers of sustainability of the Brazilian companies. For this, the structure of the work starts on the presentation of the term on sustainable development and the existing boardings for then displaying data of the Brazilian enterprise sustainability. The research is characterized as descriptive and qualitative. Used analysis of secondary data for the research. On the basis of the report of the Conselho Empresarial Brasileiro de Desenvolvimento Sustentvel (CEBDS) became fulfilled the survey of the pointers of enterprise sustainability of the Brazilian organizations Key words: sustainable development; enterprise sustainability; pointers

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1. INTRODUO
Com os avanos tecnolgicos advindos aps a revoluo industrial e o crescente aumento da populao a atividade humana passou a causar mais impacto negativo ao meio ambiente, e o que durante muito tempo foi visto como fonte inexaurvel de recursos disponveis para servir s necessidades do homem agora passa a ser uma inquietao, porquanto os recursos so limitados. O ciclo produtivo da sociedade capitalista extrai do meio ambiente os insumos necessrios para a produo de alimentos e bens de consumo, entretanto, o processo produtivo retorna resduos slidos, efluentes lquidos e emite gases nocivos e poluentes em grandes quantidades, acarretando poluio ambiental e esgotamento dos recursos naturais. Outra preocupao que emerge que uma volumosa camada da populao mundial que sofre com a pobreza, fome e excluso social. As empresas procuram resultados financeiros, ampliao de fatias de mercado e sobrevivncia e manuteno de sua competitividade. A globalizao da economia e o acirramento da competio mundial elevam a escala de produo, com a conseqente busca da reduo dos custos. Diante deste panorama as empresas passam a se reestruturar para se adequarem a esta nova percepo. As presses sociais e restries impostas fazem com que as empresas sejam foradas a buscar formas de reduzir seu impacto ambiental e a melhorar sua imagem frente a sua responsabilidade social. Neste sentido, muito tem sido feito para a sustentabilidade do setor produtivo (CORAL, 2002). O objetivo deste artigo apresentar o conceito de sustentabilidade empresarial e os principais indicadores de sustentabilidade das empresas brasileiras. Parte-se de uma evoluo histrica sobre o pensamento do desenvolvimento sustentvel para ento se definir sustentabilidade empresarial e apresentar os indicadores sustentveis promovidos pelas as organizaes.

2. CRESCIMENTO E PROGRESSO VERSUS ECODESENVOLVIMENTO


O crescimento inevitvel, preciso criar uma estrutura para suport-lo, supri-lo; de maneira a produzir mais, reciclar mais, conscientizar mais, e consumir menos. A populao tem que agir menos agressivamente em relao ao meio ambiente, pois os recursos naturais so limitados. Para a CIMA Comisso Interministerial para Preservao da Conferncia das Naes Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (BRASIL, 1991) a tica populacional implica em dois fatores, o primeiro constitudo pela concentrao progressiva da populao em cidades, adensando o meio urbano e produzindo, em conseqncia, problemas ambientais; o segundo reflete a distribuio desigual do espao, tanto no que diz respeito aos recursos naturais como nas atividades econmicas. A superposio destes dois fatores implica em nveis diferentes de intensidade dos problemas ambientais (alm dos econmicos e sociais). Produzir degradando menos de forma mais limpa e reduzindo o consumo so fatores a serem mais disseminados e realizados. No entanto, se depara com as desigualdades sociais; e mesmo assim, sob essas condies o pas cresce, sem controle, a populao

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aumenta e conseqentemente avoluma-se os problemas sociais, polticos, econmicos, e em especial os relacionados ao meio ambiente, fazendo com que os recursos naturais fiquem escassos mais rapidamente. Os seres humanos tm um futuro comum, o que afeta uma sociedade afeta todo o mundo. O modelo atual de desenvolvimento econmico vem gerando enormes desequilbrios sociais. Em outras palavras, nunca houve tanto crescimento, riqueza e fartura ao lado de tanta misria, degradao ambiental e a poluio, e neste cenrio que se encaixa o desenvolvimento sustentvel, como uma maneira de equilibrar e dar continuidade a atividades essenciais a qualidade de vida. neste cenrio que surgem os ideais sobre o desenvolvimento sustentvel.
O conceito de desenvolvimento sustentvel surgiu pela primeira vez, com o nome de ecodesenvolvimento, no incio da dcada de 70. Foi uma resposta polarizao, exacerbada pela publicao do relatrio do Clube de Roma, que opunha partidrio de duas vises sobre as relaes entre crescimento econmico e meio ambiente: de um lado, aqueles, genericamente classificados de possibilistas culturais (ou tecno-centricos radicais), para os quais os limites ambientais ao crescimento econmico so mais que relativos diante da capacidade inventiva da humanidade, considerando o processo de crescimento econmico como uma fora positiva capaz de eliminar por si s as disparidades sociais, com um custo ecolgico to inevitvel quo irrelevante diante dos benefcios obtidos; de outro lado, aqueles outros, deterministas geogrficos (ou eco-centricos radicais), para os quais o meio ambiente apresenta limites absolutos ao crescimento econmico, sendo que a humanidade estaria prxima da catstrofe. Mantidas as taxas observadas de expanso de recursos naturais (esgotamento) e de utilizao da capacidade de assimilao do meio (poluio) (ROMEIRO, 1999, p. 2-3).

O autor afirma ainda que neste contexto, que surge o ecodesenvolvimento como uma proposio conciliadora, que reconhece que o crescimento efetivamente relativo aos limites ambientais, porm no os elimina; o crescimento econmico condio necessria, mas no suficiente para a erradicao da pobreza e das disparidades sociais. Desta forma necessrio e possvel interveno e o direcionamento do desenvolvimento econmico para conciliar a eficincia econmica, desejabilidade social e prudncia ecolgica (uma aceitao generalizada).

3. DISCUSSES SOBRE O DESENVOLVIMENTO SUSTENTVEL


As primeiras discusses sobre ecodesenvolvimento foram engendradas pelo Clube de Roma, organizao formada em 1968 por iniciativa do industrial italiano Aurelio Peccei, com o objetivo de examinar o complexo de problemas que desafiavam a humanidade: a pobreza em meio riqueza; a degradao do meio ambiente; a perda de confiana nas instituies; o crescimento urbano descontrolado; a insegurana no emprego; a alienao da juventude; a rejeio de valores tradicionais; e a inflao e outras rupturas econmicas e monetrias. Pressupunham que era possvel entender o mundo como um sistema e analis-

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lo como um todo (viso sistmica). O Clube reunia cientistas, pedagogos, economistas, humanistas, industriais e funcionrios pblicos, com o objetivo de debater a crise atual e futura da humanidade (KRGER, 2001). O resultado foi um relatrio publicado pela primeira vez em 1972, The limits to growth (Os limites do crescimento), que defendia a necessidade de se conquistar um equilbrio global baseado em limites ao crescimento da populao, no desenvolvimento econmico dos pases menos desenvolvidos e em uma ateno aos problemas ambientais. Tal relatrio causou enorme impacto entre a comunidade cientfica, por apresentar cenrios catastrficos de como seria o planeta, caso persistisse o padro de desenvolvimento vigente na poca. A partir da, outros relatrios alertavam com freqncia para a necessidade de se mudar o padro de desenvolvimento vigente (MARGOLIN, 1998).
O ecodesenvolvimento pode ser visto como uma perspectiva sistmica de anlise e interveno, aberta harmonizao dos aspectos simultaneamente ambientais, sociais, econmicos, culturais e polticos da dinmica dos sistemas sociais (FERREIRA, 2003, p. 35).

Em 1987 emerge o conceito de desenvolvimento sustentvel na Comisso Mundial de Meio Ambiente e Desenvolvimento (criada em 1983), dirigido pela ex-primeira ministra norueguesa Gro Harlem Brundtland, produziu, sob o patrocnio da ONU Organizao das Naes Unidas, o relatrio Our common future (Nosso futuro comum tambm conhecido como Relatrio de Brundtland), em que so detalhados os desafios e os esforos comuns, incluindo a administrao de reas comuns; paz, segurana, desenvolvimento e o meio ambiente; propostas de mudana institucional e legal. Constitui-se em um trabalho que visa:
[...] propor estratgias ambientais de longo prazo para obter um desenvolvimento sustentvel por volta do ano 2000 e da em diante; recomendar maneiras para que a preocupao com o meio ambiente se traduza em maior cooperao entre os pases em desenvolvimento e entre pases em estgios diferentes de desenvolvimento econmico e social e leve consecuo de objetivos comuns e interligados que considerem as inter-relaes de pessoas, recursos, meio ambiente e desenvolvimento; considerar meios e maneiras pelos quais a comunidade internacional possa lidar mais eficientemente com as preocupaes de cunho ambiental ; ajudar a definir noes comuns relativas a questes ambientais de longo prazo e os esforos necessrios para tratar com xito os problemas da proteo e da melhoria do meio ambiente, uma agenda de longo prazo para ser posta em prtica nos prximos decnios, e os objetivos a que aspira a comunidade mundial (COMISSO MUNDIAL SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO, 1991, p. xi).

A Conferncia de Estocolmo foi designada na poca como abordagem do ecodesenvolvimento e, posteriormente, renomeado desenvolvimento sustentvel (SACHS, 1993). Apesar da significativa similaridade de desenvolvimento sustentvel com os preceitos do ecodesenvolvimento:
[...] o fator diferenciador entre ecodesenvolvimento e desenvolvimento sustentvel reside a favor deste ltimo quanto sua dimenso, globalizante, tanto desde o lado do questionamento dos problemas ambientais como a tica das reaes e solues que formuladas pela sociedade. Ele no se refere especificamente ao problema limitado de adequaes ecolgicas de um processo social, mas a uma estratgia para sociedade que deve levar em conta tanto

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viabilidade econmica quanto a ecolgica. Num sentido abrangente, a noo de que a sustentabilidade leva necessria redefinio das relaes sociedades humanas/natureza, portanto uma mudana substancial do prprio processo civilizatrio, introduzindo o desafio de pensar a passagem do conceito para ao (OLIVEIRA FILHO, 2004, p. 8).

Por ocasio do vigsimo aniversrio da Conferncia de Estocolmo, em junho de 1992, foi realizada no Rio de Janeiro a conferncia mundial sobre Gesto Ambiental e Desenvolvimento Sustentvel, denominada Eco 92 ou Rio 92. Este acabou considerado como marco global das discusses sobre o assunto, pois teve a participao de representantes governamentais de todo o mundo; seus principais resultados foram dois grandes documentos: A Carta da Terra (rebatizada de Declarao do Rio) e a Agenda 21.
A Agenda 21 dedica-se aos problemas da atualidade e almeja preparar o mundo para os desafios do sculo XXI. Ela reflete o consenso global e compromisso poltico em seu mais alto nvel, objetivando o desenvolvimento e o compromisso ambiental. A Declarao do Rio visa estabelecer acordos internacionais que respeitem os interesses de todos e proteja a integridade do sistema global de ecologia e desenvolvimento. A partir desse momento, comea a existir de maneira globalizada uma preocupao no que diz respeito Gesto Ambiental e o Desenvolvimento Sustentvel tanto por parte das entidades governamentais das organizaes pblicas e privadas como dos consumidores deste mercado global (OLIVEIRA FILHO, 2004, p. 6)

A Agenda 21 se trata de documento contendo uma srie de compromissos acordados pelos 170 pases presentes, que assumiram o desafio de incorporar, em suas polticas pblicas, princpios do desenvolvimento sustentvel. No ano de 2002, aconteceu em Joanesburgo, na frica do Sul, a maior conferncia mundial sobre o tema Gesto Ambiental e Desenvolvimento Sustentvel, denominada Rio+10, nesse encontro foi elaborado um documento chamado Protocolo de Kioto onde se firma um compromisso em que pases com maior nvel de industrializao, conseqentemente maiores utilizadores de recursos naturais geradores de resduos poluentes devem ser tributados e responsabilizados de maneira maior no que diz respeito s responsabilidades da no preservao do planeta para geraes futuras. Num esforo gigantesco de compreenso e de sntese, a Cpula Mundial do Desenvolvimento Sustentvel, a Rio+10, conseguiu encontrar um caminho ao dizer que o Desenvolvimento Sustentvel tem uma base formada por trs pilares - o econmico, o social e o ambiental (triple-bottom line) - e um objetivo fundamental que a erradicao da pobreza (OLIVEIRA FILHO, 2004).
1968 Clube de Roma 1972 Conferncia das Naes Unidas sobre Meio Ambiente Humano, em Estocolmo, a primeira do gnero. 1983 Criao da Comisso Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento

1987 Relatrio Brundtland, na ONU, difundindo a expresso desenvolvimento sustentvel.

1992 2002 Conferncia das Naes Unidas Rio+10 sobre Meio Ambiente e Protocolo de Kyoto Desenvolvimento, no Rio de Janeiro, Rio-92.

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Figura 1: Linha do tempo: pensamento sustentvel


Fonte: Elaborado pelo autor.

A figura 1 sintetiza o pensamento sobre o desenvolvimento sustentvel, destacando as Conferncias Mundiais e os Documentos elaborados.

4. CONCEITOS E DIMENSES DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTVEL DS


Conforme o documento Nosso Futuro Comum (Relatrio de Brundtland), desenvolvido pela Comisso Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento em 1991, o desenvolvimento sustentvel aquele que atende as necessidades presentes sem comprometer a capacidade das geraes futuras atenderem tambm as suas necessidades. Para o desenvolvimento sustentvel, Philippi (2001, p. 303) levanta dois pontos chaves: o conceito das necessidades faz com que as necessidades dos pobres recebam maior prioridade, e a noo dos limites que existem da tecnologia e da organizao social imposta ao meio ambiente, impedindo-o de atender s necessidades presentes e futuras. Ou seja, se por um lado o desenvolvimento sustentvel tenta priorizar os mais pobres, por outro lado h limites ao que diz respeito ao meio ambiente, o que faz com que as necessidades no sejam supridas. o que se pode perceber sob a viso econmica, que a de atender demandas e no as necessidades, fazendo surgir o carter frgil do conceito.
Satisfazer as necessidades e as aspiraes humanas o principal objetivo do desenvolvimento. Nos pases em desenvolvimento, as necessidades bsicas de grande nmero de pessoas alimento, roupas, habitao, emprego no esto sendo atendidas. Alm dessas necessidades bsicas, as pessoas tambm aspiram legitimamente a uma melhor qualidade de vida. Para que haja um desenvolvimento sustentvel, preciso que todos tenham atendido as suas necessidades bsicas e lhes sejam proporcionadas oportunidades de concretizar suas aspiraes a uma vida melhor (PHILIPPI, 2001, p. 304).

No conceito de desenvolvimento sustentvel parecem caber diversos significados, pois tratado como sinnimo de sociedade racional, de indstrias limpas, de crescimento econmico, de utopias romnticas; tudo nele parece pertencer. O que abrange ainda a satisfao das necessidades do presente, o atendimento das necessidades dos pobres e manuteno da capacidade das geraes futuras em satisfazer suas necessidades. O crescimento global o grande desafio para se construir um desenvolvimento sustentvel, que valorize os recursos naturais e humanos, visando a melhoria da qualidade e a edificao de uma sociedade sustentvel capaz de superar os problemas atuais e utilizar as potencialidades existentes no pas. preciso soluo uma srie de problemas, alm de estabelecer mudanas, como por exemplifica Mininni-Medina (2001): Agricultura sustentvel: transformaes no modelo de desenvolvimento e nas polticas de ocupao do solo, de produo, de novos modelos e prioridades para comercializao, investimentos em crdito rural;

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Sustentabilidade nas cidades: transformar os espaos urbanos em lugares adequados para o desenvolvimento das atividades humanas, com boas condies de moradia, de transporte e lazer, entre muitas outras; Infra-estrutura sustentvel: transformar a matriz energtica brasileira eficiente e no desperdiadora, investir tambm na aplicao de novos recursos e tecnologias para a gerao de energias limpas e alternativas; Reduo de desigualdades: diminuio da pobreza extrema, acesso aos recursos (incluso social), diminuio do consumo desenfreado das camadas privilegiadas, so as condies bsicas para a construo de um desenvolvimento sustentvel; Cincia e tecnologia: o desenvolvimento sustentvel econmico, social e ambiental exige forte investimentos na cincia e na tecnologia, para tanto se necessita de mais investimento em educao e pesquisa. O conceito mais amplo de desenvolvimento sustentvel apia-se na integrao de questes sociais, ambientais e econmicas, constituindo o trip conhecido como triplebottom line (Figura 2).

Progresso Social

Scioeconmico

Crescimento Econmico

DS
ScioDignidade Humana Direitos humanos Direitos dos trabalhadores Envolvimento com a comunidade Transparncia Postura tica Ecoeficincia Prosperidade Resultado econmico Direitos dos acionistas Competitividade Relao entre clientes e fornecedores

ambiental

Preservao Ambiental

Cuidados com o Planeta - Proteo ambiental - Recursos renovveis Gesto de resduos - Gesto dos riscos

Figura 2: As trs dimenses do desenvolvimento sustentvel DS


Fonte: Baseado em Kraemer (2003); ICN-REN (2005).

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Para Carvalho e Viana (1998) o desenvolvimento sustentvel apresenta trs grandes dimenses principais: crescimento econmico, eqidade social e equilbrio ecolgico, em outras palavras o desenvolvimento sustentvel equilibra as dimenses econmica, social e ambiental (triple-bottom line). O autor continua afirmando que o estabelecimento de uma civilizao na qual ocorra uma distribuio mais eqitativa das riquezas o principal objetivo da sustentabilidade social. Uma melhor alocao dos recursos e uma melhor gesto possibilitariam a sustentabilidade econmica. O equilbrio social visto como medida da eficincia econmica, e no a lucratividade empresarial. A sustentabilidade ambiental seria alavancada pela limitao no uso dos recursos esgotveis e sua substituio pelos renovveis, pela limitao no consumo, pela gerao de tecnologias limpas, alm da criao e consolidao de mecanismos administrativos de proteo ambiental.
H uma inequvoca sinalizao, para polticos, empresrios, profissionais, ativistas e para a populao em geral, de que s haver desenvolvimentos slidos, permanentes e sustentveis se os trs pilares puderem ser articulados, tornando-se interdependentes. Superar a velha tradio do trabalho isolado, por segmentos, certamente no tarefa das mais fceis. Afinal, enquanto proliferam especialistas em meio ambiente formando um campo prprio de interesses, ecologistas de variados matizes esforaram-se por criar uma no muito ntida onda verde de proteo, economistas continuaram ditando as cartas na poltica como se tudo dependesse do PIB e da taxa de inflao e defensores do social permaneceram restritos a suas especialidades (sade, educao, nutrio, previdncia, etc.). Avanamos bastante nas reas especficas, mas pouco fizemos para que elas se tornassem mais solidrias. freqente ver os especialistas acusando-se mutuamente, quando deveriam concentrar seus esforos no encontro e no estmulo de ponto que possam levar a um relacionamento crescente (ASSAD; ALMEIDA, 2002, p 64).

As suas dimenses vm sendo ampliadas, tendo sido propostas, recentemente, oito delas. A harmonizao de objetivos sociais, ambientais e econmicos (aos quais se associam cultural, ecolgico, territorial, poltico nacional e internacional) postulada pelo ecodesenvolvimento e referenciada por Sachs (2000).

5. SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL
Primeiramente preciso expor que hoje h uma discusso sobre o conceito de desenvolvimento sustentvel e sustentabilidade, apresentam-se a seguir as duas vises: 1. Quando se menciona desenvolvimento sustentvel, uma vez que muitos utilizam o termo para designar a expectativa de que o pas entre numa fase de crescimento que se mantenha ao longo do tempo, faz com que tal forma de desenvolvimento pressuponha a expanso econmica permanente, gerando melhoria nos indicadores sociais, alm da preservao ambiental (ALTENFELDER, 2004).

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2. Sustentabilidade a capacidade de se auto-sustentar, de se auto-manter. Uma atividade sustentvel qualquer aquela que pode ser mantida por um longo perodo indeterminado de tempo, ou seja, para sempre, de forma a no se esgotar nunca, apesar dos imprevistos que podem vir a ocorrer durante este perodo. Pode-se ampliar o conceito de sustentabilidade, em se tratando de uma sociedade sustentvel, que no coloca em risco os recursos naturais como o ar, a gua, o solo e a vida vegetal e animal dos quais a vida (da sociedade) depende (PHILIPPI, 2001). Apesar de apresentarem similaridades torna-se comum relacionar desenvolvimento sustentvel a polticas pblicas e sustentabilidade as demais aes. A partir desta explanao o termo a ser utilizado neste trabalho ser sustentabilidade, pois relaciona o termo com as empresas e organizaes. Na rea empresarial a preocupao com a sustentabilidade tem se generalizado, e um grupo mais envolvido com esta inquietao criou uma entidade voltada a sustentabilidade empresarial, ligada ao movimento internacional de empresrios com este foco (ALTENFELDER, 2004). O objetivo fundamental de qualquer organizao obter o maior retorno possvel sobre o capital investido. Para tanto, utiliza-se de ferramentas disponveis para estar frente dos concorrentes, obtendo maiores margens e fatias de mercado. No entanto, com as mudanas em sentido global, alm dos fatores econmicos e estruturais, outros comeam a fazer parte da responsabilidade das empresas, que so as questes do meio ambiente natural e as questes sociais. Para que as organizaes possam contribuir para a sustentabilidade devem modificar seus processos produtivos, quando for necessrio, para se tornarem ecologicamente sustentveis. Isto implica em construir sistemas de produo que no causem impactos negativos e mesmo estejam contribuindo para a recuperao de reas degradadas ou oferecendo produtos e servios que contribuam para a melhoria da performance ambiental dos consumidores e clientes de uma indstria (CORAL, 2002). A autora apresenta um modelo de sustentabilidade a ser aplicado pelas empresas (Figura 3).

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SUSTENTABILIDADE

Sustentabilidade Econmica

Sustentabilidade Ambiental

Sustentabilidade Social

Vantagem competitiva Qualidade e custo Foco Mercado Resultado Estratgias de negcios

Tecnologias limpas Reciclagem Utilizao sustentvel de


recursos naturais

Assumir responsabilidade
social

Suporte no crescimento
da comunidade

Atendimento a legislao Tratamento de efluentes e


resduos corretos

Compromisso com o desenvolvimento dos RH Promoo e participao


em projetos de cunho social

Produtos ecologicamente Impactos ambientais

Figura 3: Modelo de sustentabilidade empresarial


Fonte: Coral, 2002, p. 129.

O conceito do trip da sustentabilidade tornou-se amplamente conhecido entre as empresas e os pesquisadores, sendo uma ferramenta conceitual til para interpretar as interaes extra-empresariais e especialmente para ilustrar a importncia de uma viso da sustentabilidade mais ampla, alm de uma mera sustentabilidade econmica. importante salientar que dentro dos princpios de sustentabilidade, no se podem separar as questes sociais das questes ambientais. Por isso, quando uma organizao ecologicamente sustentvel, ela tambm estar atuando de forma socialmente responsvel, de forma a atender os interesses de todos os stakeholders que afetam ou so afetados por suas atividades.

6. METODOLOGIA
Tipo de Pesquisa: descritivo e qualitativo. As pesquisas do tipo descritivas tm como objetivo primordial descrio das caractersticas de determinando fenmeno ou o estabelecimento de relaes entre as variveis (GIL, 1999).

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O trabalho se caracteriza como pesquisa qualitativa, Godoy, (1995) recomenda que uma pesquisa qualitativa deve apresentar as seguintes caractersticas: considerar o ambiente como fonte direta dos dados e o pesquisador como instrumento chave; no requerer o uso de tcnicas e mtodos estatsticos; ter como preocupao maior a interpretao de fenmenos e a atribuio de resultados; o processo deve ser o foco principal de abordagem e no o resultado ou o produto; a anlise dos dados deve ser realizada de forma intuitiva e indutivamente pelo pesquisador. Mtodo de Pesquisa: fenomenolgico. Entende-se que sustentabilidade se configura como o fenmeno estudado. O mtodo fenomenolgico no dedutivo nem emprico, consiste em mostrar o que dado e em esclarec-lo. No explica mediante leis nem deduz a partir de princpios, mas considera imediatamente o que est presente conscincia, o objeto. A fenomenologia ressalta a idia de que o mundo criado pela conscincia, o que implica no reconhecimento da importncia do sujeito em todo o processo da construo do conhecimento (GIL, 1999). Mtodo de Procedimento: utiliza-se a tcnica de comparao como mtodo de procedimento com base em estudo de casos. Tal mtodo considera o estudo de semelhanas e diferenas entre diversos tipos de grupos, sociedades e fenmenos, ocupando-se da explicao de fenmenos, o mtodo comparativo permite analisar o dado concreto, deduzindo do mesmo os elementos constantes, abstratos e gerais (LAKATOS, MARCONI, 2001). O presente estudo compara o relatrio de sustentabilidade com as dimenses do desenvolvimento sustentvel. O mtodo de estudos de casos visa investigar fenmenos contemporneos e reais, priorizando a compreenso de fatos em detrimento anlise dos mesmos. A definio do nmero de casos a serem analisados depende do grau de certeza que se pretende obter com os resultados da pesquisa. Considera-se que o uso de mltiplos casos possibilita a observao de evidncias em diferentes contextos, proporcionando mais corpo ao estudo (YIN, 2005).

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Mtodo de Coleta de Dados: para o levantamento de dados e de informaes relevantes investigao e compreenso das questes propostas, sero utilizadas tcnicas de documentao indireta. A documentao indireta divide-se em pesquisa documental (fontes primrias) e pesquisa bibliogrfica (fontes secundrias). A fonte de coleta de dados da pesquisa bibliogrfica ou de fontes secundrias abrange toda bibliografia j publicada tanto na comunicao escrita quanto na oral (CAMPEO, 2004). Este estudo faz uso de fontes secundrias, mais especificamente no relatrio do Conselho Empresarial Brasileiro de Desenvolvimento Sustentvel (CEBDS, 2004).

7. ANLISE DOS RESULTADOS


O Quadro 1 apresenta os indicadores empresariais de sustentabilidade nas dimenses ambiental, econmica e social:
Empresas 3M do Brasil Dimenses Ambiental Educao ambiental Efluentes e resduos Materiais Preservao Reciclagem Alcoa gua e energia Biodiversidade Efluentes e resduos Materiais Reciclagem Faturamento Impactos econmicos Inovao tecnolgica Lucro Retorno do investimento Tributos Amanco gua e energia Exportaes Diversidade Gesto participativa Prticas trabalhistas Segurana e sade Sociedade Treinamento Responsabilidade Econmico Faturamento Fora de trabalho Investimentos Social Diversidade Profissionalizao Responsabilidade Segurana e sade Sociedade

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Conformidade Ecoeficincia Efluentes e resduos Gesto ambiental Ambev gua e energia Conformidade Efluentes e resduos Investimentos

Faturamento Folha de pagamento Produo Tributos Receita Tributos

Sociedade

Prticas trabalhistas Responsabilidade Segurana e sade Sociedade Treinamento

Aracruz

gua e energia Biodiversidade Conformidade Efluentes e resduos Fornecedores Materiais

Exportaes Faturamento Tributos

Direitos humanos Prticas trabalhistas Responsabilidade Segurana e sade Sociedade Treinamento

Bayer

gua e energia Biodiversidade Conformidade Efluentes e resduos Fornecedores Materiais Preservao Reciclagem

Faturamento Folha de pagamento Tributos

Direitos humanos Prticas trabalhistas Responsabilidade Segurana e sade Sociedade

Braskem

gua e energia Efluentes e resduos

Exportaes Faturamento Lucro Tecnologia Faturamento Folha de pagamento

Segurana e sade Sociedade Treinamento Direitos humanos Prticas trabalhistas

Companhia Sidergica de Tubaro

gua e energia Biodiversidade Conformidade

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Efluentes e resduos Fornecedores Materiais Copesul gua e energia Biodiversidade Conformidade Efluentes e resduos Fornecedores Materiais Cosipa Efluentes e resduos Gesto ambiental

Tributos

Responsabilidade Sociedade

Faturamento Folha de pagamento Tributos

Direitos humanos Prticas trabalhistas Segurana e sade Sociedade

Faturamento Investimentos Receita

Segurana e sade Sociedade Treinamento continua...

... continuao Eletronuclear gua e energia Conformidade Efluentes e resduos Faturamento Folha de pagamento Tributos Prticas trabalhistas Segurana e sade Sociedade Treinamento Furnas gua e energia Preservao Lucro Receita Fora de trabalho Responsabilidade Sociedade Treinamento Gerdau gua e energia Educao ambiental Gesto ambiental Preservao Reciclagem Natura gua e energia Efluentes e resduos Custo Investimentos Lucro Responsabilidade Satisfao Sociedade Faturamento Investimentos Lucro Receita Tributos Remunerao por resultados Sociedade Treinamento

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Fornecedores Nestl gua e energia Ecoeficincia Efluentes e resduos

Renda Gesto ergonmica Remunerao Responsabilidade Segurana e sade Sociedade Treinamento

Petrobrs

gua e energia Biodiversidade Conformidade Efluentes e resduos Fornecedores Materiais

Compras Doaes Folha de pagamento Mercados

Direitos humanos Diversidade Prticas trabalhistas Responsabilidade Segurana e sade Treinamento

Siemens

Educao ambiental Efluentes e resduos Reciclagem

Exportaes Faturamento Investimentos Lucro

Diversidade Prticas trabalhistas Responsabilidade Segurana e sade Sociedade Treinamento

Usiminas

gua e energia Efluentes e resduos Fornecedores

Folha de pagamento Lucro Margem Receita Tributos

Sociedade Treinamento

VCP (Votorantim)

Certificao Efluentes e resduos Preservao

Exportaes Receita Tributos

Responsabilidade Segurana e sade Sociedade Treinamento

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White Martins

gua e energia Impactos ambientais

Faturamento Folha de pagamento Investimentos Lucro Tributos

Responsabilidade Segurana e sade

Quadro 1: Aes das empresas em relao a sustentabilidade


Fonte: elaborado pelo autor com base no relatrio do Conselho Empresarial Brasileiro de Desenvolvimento Sustentvel (CEBDS, 2004).

A partir dos dados do quadro 1 possvel relacionar os indicadores que aparecem com mais freqncia (Quadro 2): Ambiental Emisses, efluentes e resduos gua e energia Conformidade ambiental Fornecedores Materiais Biodiversidade Reciclagem Preservao Econmica Faturamento Tributos Folha de pagamento Lucro Receita Investimentos Exportaes Social Sociedade Segurana e sade Responsabilidade social Treinamento Prticas trabalhistas Direitos humanos Diversidade

Quadro 2: Principais indicadores empresariais em relao a sustentabilidade


Fonte: Elaborado pelo autor.

Para melhor compreenso faz-se necessrio a definio dos termos utilizados no Quadro 2: gua e energia: uso racional das fontes renovveis e eficincia energtica e hdrica. Biodiversidade: investimentos para a manuteno de um habitat natural. Conformidade ambiental: autuaes por violaes das normas de proteo ambiental Emisses, efluentes e resduos: controle/tratamento das emisses de gases, efluentes lquidos e resduos slidos.

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Fornecedores: os contratos de fornecedores tm clusulas contratuais que envolvem questes ambientais e sociais. Os fornecedores tambm devem cumprir integralmente a legislao trabalhista. Materiais: aquisio de matrias-primas ambientalmente corretas, uso racional das matrias-primas. Reciclagem: reaproveitamento do material j utilizado na produo. Exportaes: valor monetrio dos produtos vendidos para o mercado externo. Faturamento: valor total das vendas em um determinado perodo de tempo. Folha de pagamento: intimamente ligado ao conceito de fora de trabalho (citado abaixo). Investimentos: aplicao em dinheiro com o propsito de se obter lucro. Lucro: ganho, benefcio ou vantagem que se obtm com alguma atividade. Receita: quantia recebida, rendimento, renda. Tributos: impostos, taxas e contribuies pagas ao governo. Direitos humanos: seguridade dos direitos bsicos das pessoas. Diversidade: contratao de pessoas levando em considerao a diversidade cultural. Prticas trabalhistas: cumprimento dos direitos e deveres dos funcionrios. Responsabilidade social: aes que promovem o desenvolvimento social. Segurana e sade: segurana do trabalho e sade ocupacional Sociedade: promoo de programas que desenvolvam a sociedade. Treinamento: tornar os funcionrios aptos para desenvolverem suas atividades. O indicador fora de trabalho, no aparece explcito, no entanto tal indicador est relacionado com duas dimenses: o nmero de trabalhadores na dimenso econmica; gerao de empregos na dimenso social. importante ressaltar que tais dados se originam de fontes secundrias, ou seja, de relatrios empresariais sobre sustentabilidade, isto implica que os fatores levantados foram apontados no relatrio, no entanto as empresas podem possuir mais aes que visem a sustentabilidade.

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8. CONCLUSO
A evoluo do pensamento sustentvel, que parte da esfera pblica, cabendo a cada nao promover o desenvolvimento sustentvel em seu territrio, chega s organizaes privadas e os clientes passam a serem mais exigentes, demandando uma posio mais responsvel por parte das empresas. Neste enredo emerge o conceito de sustentabilidade empresarial. A sustentabilidade empresarial composta de as aes que as organizaes realizam, tais aes procuram visar reduo de impactos ambientais; a promoo de programas sociais e se mantm economicamente vivel no mercado. Como se percebe o conceito est intimamente ligado s trs dimenses ambiental, econmica e social. Diante deste contexto as empresas brasileiras tm investido em sustentabilidade empresarial e com bases nestas aes definem-se os principais indicadores sustentveis: Dimenso Ambiental: Reduo das Emisses de gases nocivos, de efluentes lquidos e de resduos slidos; Consumo consciente dos recursos gua e energia; Conformidade com as normas ambientais; Exigncia de um posicionamento scioambiental dos fornecedores; Uso racional dos materiais utilizados na produo; Investimentos na biodiversidade; Programa de reciclagem e Preservao do meio ambiente. Dimenso Econmica: Aumento ou estabilidade do faturamento; Tributos pagos ao governo; Folha de pagamento; Maior lucratividade; Receita organizacional; Investimentos ; Aumento das exportaes (relacionamento com o mercado externo). Dimenso Social: Desenvolvimento da comunidade/sociedade; Segurana do trabalho e sade ocupacional; Responsabilidade social; Treinamento; Cumprimento das prticas trabalhistas; Seguridade dos direitos humanos; Diversidade cultural. importante ressaltar que se uma empresa investe em aes ambientais to somente ela possui uma boa gesto ambiental, se uma empresa est voltada para o social, gesto social, se mescla aes voltadas para o meio ambiente e para o social, gesto scioambiental. Para ser considerado sustentabilidade empresarial necessrio apresentar aes voltadas para as trs dimenses bsicas.

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