Trabalho Subestação
Trabalho Subestação
Trabalho Subestação
FABIANO DE SOUSA
VITRIA ES NOVEMBRO/2007
FABIANO DE SOUSA
Parte manuscrita do Projeto de Graduao do aluno Fabiano de Sousa, apresentado ao Departamento de Engenharia Eltrica do Centro Tecnolgico da Universidade Federal do Esprito Santo, para obteno do grau de Engenheiro Eletricista.
VITRIA ES NOVEMBRO/2007
FABIANO DE SOUSA
COMISSO EXAMINADORA:
DEDICATRIA
Dedico este projeto aos meus pais, Jos Luiz e Ozlia e meu irmo Vincius, sem os quais nada teria sido possvel.
AGRADECIMENTOS Agradeo aos meus mestres, que me estimularam a buscar o conhecimento necessrio minha formao, aos projetistas da empresa Petra Engenharia que muito me ensinaram sobre subestaes eltricas, em especial ao supervisor Waldomiro Tuzi, que sempre esteve disposto a me ensinar, aos meus amigos que sempre me apoiaram e incentivaram, tornando possvel o desenvolvimento deste trabalho, e esta universidade que me acolheu nos ltimos cinco anos e fez de mim um profissional.
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LISTA DE FIGURAS Figura 1 Subestao 500kV Furnas Ibina, SP ..................................................11 Figura 2 Subestao Elevadora da Usina Termoeltrica de Piratininga...................11 Figura 3 Exemplos de Barramentos Simples............................................................13 Figura 4 Exemplo de Barramentos Principal e Trasnferncia ..................................14 Figura 5 Exemplo de Barramento Duplo com uso de Disjuntor de Interligao .....14 Figura 6 Exemplo de Barramento em Anel Contnuo ..............................................15 Figura 7 Exemplo de Barramento em Anel Seccionado...........................................15 Figura 8 Exemplo de Barramento em Anel Modificado ..........................................15 Figura 9 Transformador 500kVA .............................................................................17 Figura 10 Enrolamentos de Transformador..............................................................17 Figura 11 Bucha de Transformador..........................................................................20 Figura 12 Bucha Capacitiva......................................................................................20 Figura 13 Distribuio de tenso da bucha capacitiva .............................................20 Figura 14 Transformadores de Corrente...................................................................22 Figura 15 Transformadores de Potencial..................................................................23 Figura 16 Pra-Raios ................................................................................................24 Figura 17 Chaves Secionadoras................................................................................25 Figura 18 Disjuntores de 138kV...............................................................................28 Figura 19 Disjuntores de SF6 at 800kV..................................................................29 Figura 20 Unidade Capacitiva ..................................................................................30 Figura 21 Esquemtico de uma unidade capacitiva com fusvel externo (A) e com fusvel interno (B)........................................................................................................30 Figura 22 Banco de Capacitores ...............................................................................31 Figura 23 Banco de Capacitores Srie da SE So Joo do Piau..............................32 Figura 24 Diagrama de Blocos de um Rel Digital..................................................39 Figura 25 Amostras de Sinais Analgicos................................................................40 Figura 26 Alternativas de amostragem e converso analgico-digital de um rel digital ...........................................................................................................................41 iii
Figura 27 Estrutura de um sistema digital integrado de proteo, controle e medio ........................................................................................................................42 Figura 28 Rel Siemens 7SA522..............................................................................44 Figura 29 Rel ABB da srie IED670 ......................................................................44 Figura 30 Rels da linha L90 da GE.........................................................................45 Figura 31 Rede de comunicao simplificada ..........................................................48 Figura 32 Entradas de 138kV ...................................................................................53 Figura 33 Ligao a quatro chaves ...........................................................................54 Figura 34 Ligao dos Transformadores ..................................................................54 Figura 35 Ligao barra de 69kV ao transformador e s linhas alimentadoras.....55 Figura 36 Painel de proteo da Entrada 1 ...............................................................56 Figura 37 Painel de proteo do Transformador T1.................................................56 Figura 38 Painel de proteo das Sadas 1 e 2..........................................................57 Figura 39 Detalhe da caixa de juno 1L1CXTC1 do TC de medio ....................59 Figura 40 Detalhe da caixa de juno do TP ............................................................60 Figura 41 Borne Conector modelo OTTA-6 ............................................................60 Figura 42 Chave Teste ..............................................................................................61 Figura 43 Esquemtico de uma Chave Teste............................................................62 Figura 44 Rel 7SA6115 ..........................................................................................63 Figura 45 Rel 7SA6475 ..........................................................................................63 Figura 46 Sadas Digitais BO1, BO2 e BO3 ............................................................65 Figura 47 Vista superior de um painel......................................................................69 Figura 48 Bloco de Atraso de Tempo.......................................................................72 Figura 49 Exempo de aplicao do Bloco de Atraso de Tempo ..............................73 Figura 50 Bloco Set-Reset ........................................................................................74 Figura 51 Exemplo de aplicao do Bloco Set-Reset...............................................75
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LISTA DE TABELA Tabela 1 Tabela ANSI ..............................................................................................34 Tabela 2 Comparao entre Rels Convencionais e Digitais ...................................38 Tabela 3 Caractersticas principais dos rels utilizados no exemplo de caso...........52
SUMRIO DEDICATRIA........................................................................................................... I AGRADECIMENTOS ...............................................................................................II LISTA DE FIGURAS............................................................................................... III LISTA DE TABELA ..................................................................................................V SUMRIO ................................................................................................................. VI RESUMO................................................................................................................ VIII 1 2 INTRODUO: ...............................................................................................9 SUBESTAES:............................................................................................11 2.1 Definio:..........................................................................................................11 2.2 Classificao: ....................................................................................................12 2.3 Barramentos: .....................................................................................................13 2.4 Principais Equipamentos de uma SE: ...............................................................16 2.4.1 Transformadores:.....................................................................................16 2.4.2 Reatores em Derivao:...........................................................................17 2.4.3 Buchas: ....................................................................................................18 2.4.4 Transformadores de Corrente:.................................................................21 2.4.5 Transformadores de Potencial:................................................................22 2.4.6 Pra-Raios: ..............................................................................................23 2.4.7 Chaves: ....................................................................................................24 2.4.8 Disjuntores: .............................................................................................26 2.4.9 Capacitores em Derivao:......................................................................29 2.4.10 Capacitores Srie:..................................................................................31 3 PROTEO DE SISTEMAS ELTRICOS:..............................................33 3.1 Rels:.................................................................................................................33 3.2 Arquitetura de um rel digital:..........................................................................38 3.2.1 Entradas Analgicas:...............................................................................39 3.2.2 Entradas Discretas: ..................................................................................39 3.2.3 Interface analgico-digital:......................................................................39 3.2.4 Processador digital: .................................................................................41 vi
3.2.5 Portas seriais e paralelas:.........................................................................42 3.2.6 Fonte de alimentao:..............................................................................42 3.3 Sistemas digitais integrados:.............................................................................42 3.4 Exemplos de Rels Digitais: .............................................................................43 3.4.1 Siemens: ..................................................................................................43 3.4.2 ASEA BROWN BOVERI ABB: .........................................................44 3.4.3 General Electric:......................................................................................45 4 5 AUTOMAO E PROJETO: ......................................................................46 PROJETO ELTRICO DE UMA SE:.........................................................51 5.1 Diagrama Unifilar: ............................................................................................53 5.2 Diagrama Trifilar: .............................................................................................58 5.3 Diagrama Funcional:.........................................................................................64 5.4 Desenhos Construtivos: ....................................................................................69 5.5 Diagramas de Fiao e de Interligao: ............................................................70 5.6 Lista de Cabos:..................................................................................................71 5.7 Diagramas Lgicos: ..........................................................................................71 6 CONCLUSES: .............................................................................................76
ANEXO I DIAGRAMA UNIFILAR.....................................................................77 ANEXO II DIAGRAMA ESQUEMTICO ........................................................79 ANEXO III DIAGRAMA CONSTRUTIVO .....................................................113 ANEXO IV DIAGRAMA DE FIAO .............................................................121 ANEXO V DIAGRAMA DE INTERLIGAO...............................................123 ANEXO VI LISTA DE CABOS ..........................................................................125 ANEXO VII DIAGRAMA LGICO..................................................................127 ANEXO VIII PROJETO ARQUITETNICO .................................................129 7 REFERNCIAS: ..........................................................................................131
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RESUMO Neste Projeto de Graduao ser apresentado o que uma subestao, seus principais equipamentos, informaes sobre rels digitais e por fim ser explicado com um exemplo de caso de estudo que o projeto eltrico de uma subestao, fazendo uso de conhecimento adquirido pelo estudante durante o curso, em pesquisas e no estgio.
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INTRODUO:
Um sistema eltrico de potncia necessita de grandes unidades geradoras para
suprir uma grande quantidade de consumidores (residncias, lojas, indstrias, etc.). No entanto, estas unidades geradoras geralmente no se localizam prximas aos centros consumidores, sendo necessria a utilizao de linhas de transmisso para conduzir a energia gerada at eles e, muitas vezes, fazer a interligao com outras unidades geradoras. Alm disso, os nveis de tenso ideais para gerao, transmisso e distribuio so diferentes um dos outros. As subestaes eltricas, ou SEs, so parte importante no sistema eltrico, pois so nelas que comeam e/ou terminam as linhas e ainda convertem os nveis de tenso para os ideais, tcnica e economicamente, atravs do uso de transformadores. So nelas tambm que so instalados os equipamentos para proteo das linhas bem como os equipamentos para manobras, que aumentam a confiabilidade do sistema. Apesar de sua importncia, no Brasil, as SEs no receberam grandes investimentos at meados da dcada de noventa. A partir da, as concessionrias comearam a investir intensamente na melhoria e automao de suas subestaes, com o objetivo de aumentar a confiabilidade do sistema, reduzir custos operacionais, melhorar a qualidade das previses de investimentos e melhorar os ndices de qualidade. O projeto de uma subestao dividido em quatro partes: Projeto Civil, Projeto Eletromecnico, Projeto Eltrico e Projeto Arquitetnico. Este trabalho tem como objetivo estudar sobre o Projeto Eltrico, que trata de toda parte de proteo e controle da subestao, e uma das partes de um projeto de SEs que mais sofreram mais mudanas com a automao. Nas demais partes dificilmente se encontra algo especfico, mas pode-se encontrar distribudo em literaturas sobre outros assuntos, como por exemplo, dimensionamento de equipamentos eltricos, dimensionamento de malha de aterramento, clculos de estruturas etc. Este trabalho abordar, no Captulo 2, o conceito de subestao e suas classificaes. No Captulo 3, sero vistos de forma sucinta os principais
10 equipamentos que formam uma SE. No Captulo 4, falaremos sobre proteo focando no rel que o principal equipamento com esta finalidade e o rel digital utilizados na automao de uma SE. No Captulo 5, ser abordado o assunto de automao de SEs, sendo que no Captulo 6 ser apresentado o Projeto Eltrico de uma SE.
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SUBESTAES:
2.1 Definio: Uma Subestao, tambm chamada de SE, formada por um conjunto de mquinas, aparelhos e circuitos que tm a finalidade de adequar os parmetros de tenso e corrente das linhas e sistemas as quais est ligada, a nveis econmica e tecnicamente viveis bem como a de permitir a distribuio de energia nas mesmas. Na figura 1 temos uma foto de uma subestao de 500kV de furnas localizada no municpio de Ibina em So Paulo, e na figura 2 temos uma foto da subestao da Elevadora da Usina Termoeltrica de Piratininga.
12 2.2 Classificao: As SEs podem ser classificadas com base em diversos parmetros, como veremos a seguir: Quanto funo que devem exercer: Elevadoras: localizam-se na sada das usinas e elevam a tenso para nveis compatveis com o transporte econmico; Abaixadoras: ficam na periferia das cidades e destinam-se a diminuir os nveis de tenso, evitando os inconvenientes da alta tenso, para a populao, como rdio-interferncia, campos magnticos intensos, faixa de passagem larga, etc.; Distribuio: abaixam o nvel de tenso para que fique compatvel com a distribuio de energia urbana. Elas podem pertencer s concessionrias ou aos consumidores; Manobras: fazem chaveamentos de linhas de transmisso; Conversoras: associadas a sistemas de transmisso de corrente contnua (Retificadoras e Inversoras). Quanto ao nvel de tenso de operao: Alta Tenso (AT): tenso nominal abaixo de 230kV; Extra Alta Tenso (EAT): tenso nominal igual ou acima de 230kV. Quanto ao tipo de instalao: Cu Aberto: so construdas em locais amplos, ao ar livre, e requerem o emprego de aparelhos e mquinas prprias para funcionamento em condies atmosfricas diversas; Em Interiores: os equipamentos so colocados no interior de construes, e no esto sujeitos a intempries; Blindadas: os equipamentos so completamente protegidos, e o espao necessrio pode ser reduzido, chegando a at 10% do espao de uma SE convencional. So normalmente usadas em reas urbanas, densamente povoadas, onde o preo do terreno seja muito alto e de difcil aquisio. Podem ser isoladas em leo, com material slido, ou em gs (SF6 Hexafluoreto de Enxofre). As principais vantagens so a baixa manuteno e a segurana da manuteno. Em contrapartida, necessita de um treinamento de pessoal diferenciado e as operaes de chaveamento de equipamentos no podem ser visualizadas, mas apenas supervisionadas por indicadores. Quanto forma de operao:
13 Com operador: exige alto nvel de treinamento de pessoal. Quanto ao uso de computadores na superviso e operao local, em geral, a sua viabilidade s se justifica para instalaes de maior porte. Atualmente este tipo j est praticamente em desuso; Semi-automtica: com computadores locais ou intertravamentos eletromecnicos que impedem operaes indevidas por parte do operador local; Automatizada: com superviso distncia por intermdio de computadores. Atualmente as concessionrias tm todas ou quase todas as subestaes j automatizadas. 2.3 Barramentos: A configurao dos barramentos de uma SE influi de forma decisiva na flexibilidade, tanto da sua operao quanto da sua manuteno. A possibilidade de se atender a todos os consumidores, mesmo durante um defeito, uma caracterstica bastante desejvel em uma SE. Os barramentos podem ser classificados quanto sua continuidade e quanto ao arranjo. Quanto continuidade: Barramentos Contnuos: no existem chaves ou disjuntores particionando ou interrompendo o barramento; Barramentos Seccionados: o barramento constitudo por duas ou mais sees interligadas por chaves ou disjuntores, onde cada seo pode atender a um ou mais consumidores. Quanto ao arranjo: Barramentos Simples: a SE possui uma s barra de AT e/ou BT. S so usados em pequenas SEs (figura 3);
Barramentos Principal e de Transferncia: este o tipo de arranjo utilizado na maioria das SEs, pois oferece um bom plano de manuteno,
14 principalmente devido existncia do disjuntor de interligao de barras, que pode substituir qualquer outro. Por ter dois barramentos, existe a possibilidade de manuteno de um deles, mantendo-se as cargas em outro, ainda que com limitaes. A figura 4 apresenta um exemplo deste tipo de barramento;
Barramento Duplo: utiliza-se da possibilidade de separao das LTs em dois barramentos distintos (figura 5). Normalmente, o disjuntor de interligao de barras tambm utilizado. Este esquema impede, assim, a retirada das duas LTs devido a algum defeito em um dos barramentos. Consequentemente, a confiabilidade do sistema aumenta e o risco de perda da estabilidade do mesmo diminui;
Barramento em Anel: nesta configurao h uma boa flexibilidade para manuteno dos disjuntores, sem interrupo do fornecimento de energia. Os tipos contnuos (figura 6) so normalmente contidos em cabines, at 34,5kV, com disjuntores removveis, porque qualquer defeito no barramento tiraria toda SE de servio. J os tipos seccionados (figura 7), oferecem a possibilidade de manuteno em qualquer trecho dos mesmos. Neste caso, para isolamento de um defeito, haver sempre a necessidade de se acionar
15 dois disjuntores simultaneamente. Isto, teoricamente, aumenta o risco de falhas. Um caso particular do barramento em anel o chamado Anel Modificado (figura 8). Neste caso, dependendo da posio da linha, at trs disjuntores precisam ser acionados para isolamento do defeito.
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2.4 Principais Equipamentos de uma SE: Como dito anteriormente uma SE formada por um conjunto de mquinas e equipamentos. Os principais so transformador, reatores em derivao, buchas, transformadores de corrente, transformadores de potencial, pra-raios, chaves, disjuntores, capacitores em derivao e capacitores srie. A seguir ser descrito cada um de forma resumida.
2.4.1 Transformadores: Um sistema de corrente alternada opera, em cada uma de suas partes, com a tenso mais conveniente, tanto do ponto de vista tcnico quanto do econmico. Esta flexibilidade obtida atravs dos transformadores, tambm chamados de trafos. Sendo o transformador um componente que transfere energia (potncia) de um circuito eltrico para outro, o transformador toma parte nos sistemas de potncia para ajustar a tenso de sada de um estgio do sistema tenso de entrada do seguinte. O transformador poder tambm assumir outras funes, como isolar eletricamente circuitos entre si, ajustar a impedncia do estgio seguinte do anterior, ou todas estas finalidades citadas ao mesmo tempo. A classificao dos transformadores de potncia pode ser feita segundo o nmero de fases e quanto aos seus enrolamentos. Quanto ao nmero de fases, eles podem ser: Monofsicos; Trifsicos. A escolha entre transformadores trifsicos ou bancos trifsicos depende de estudos tcnico-econmicos, que devem considerar os fatores: custos de investimento e de energia no fornecida, confiabilidade (necessidade de unidades de reserva), limitaes de transporte e de capacidade de fabricao. Quanto aos enrolamentos temos: Transformadores de dois ou mais enrolamentos: possuem dois ou mais enrolamentos isolados eletricamente uns dos outros (primrio, secundrio tercirio);
17 Autotransformadores: possui apenas um enrolamento, com ramificaes para obter outros nveis de tenso. A figura 9 apresenta um transformador trifsico, enquanto a Figura 10 mostra os enrolamentos.
2.4.2 Reatores em Derivao: Em sistemas de potncia, os reatores em derivao so empregados para controlar as tenses nos barramentos, em regime permanente, compensando a capacitncia das linhas de transmisso no perodo de carga leve, e para a reduo das
18 sobrecorrentes, nos surtos de manobra. Para atender estas funes, a caracterstica tenso x corrente deve ser linear at um determinado valor de tenso. Isto conseguido com reatores com ncleo de ar ou reatores com ncleo de ferro e entreferros, sendo estes ltimos os de maior utilizao em sistemas de potncia. Os reatores em derivao podem ser de ligao permanente ou manobrveis, atravs de disjuntores, e eles podem ser classificados de acordo com a sua localizao, quanto ao nmero de fases e segundo o tipo de ncleo. Quanto sua localizao, temos: Reatores de linha: instalados diretamente nas linhas de transmisso; Reatores de barra: instalados na barra da subestao; Reatores de tercirio: instalados no tercirio de transformadores. Quanto ao nmero de fases, podem ser classificados em: Monofsicos; Trifsicos. A escolha entre reatores trifsicos e bancos trifsicos depende de estudos tcnico-econmicos, que devem considerar os seguintes fatores: Custos de investimento; Confiabilidade (necessidade de unidade reserva); Limitaes de transporte (peso e altura mxima); Limitaes de capacidade de fabricao. Em geral, nos sistemas brasileiros, os reatores de alta tenso so formados por bancos trifsicos em estrela aterrada. Os reatores de tercirio so trifsicos, em estrela no aterrada. Com relao ao tipo de ncleo, estes podem ser: Ncleo de ar; Ncleo de ferro. 2.4.3 Buchas: As buchas so empregadas para a passagem de um condutor de alta tenso atravs de uma superfcie aterrada, como o tanque de um transformador ou de um reator.
19 As buchas devem ser capazes de transportar as correntes dos equipamentos em regime normal de operao e de sobrecarga, de manter o isolamento, tanto para a tenso nominal quanto para as sobretenses, e de resistir a esforos mecnicos. As buchas, de acordo com suas funes, podem ser classificadas em: Buchas de terminais de linha; Buchas de terminais de neutro; Buchas de tercirio. As buchas para transformadores e reatores, figura 11, so do tipo para exteriorimersa, ou seja, uma extremidade destinada a exposio s intempries e a outra imerso no leo isolante. As buchas de terminais de linha so, em geral, de papel impregnado com leo, com repartio capacitiva, providas de derivao de ensaio e, eventualmente de derivao de tenso. Nas buchas capacitivas (figura 12) so colocados cilindros condutores concntricos na direo axial, para formarem superfcies equipotenciais e melhorar a distribuio de tenso (figura 13). A derivao de ensaio uma conexo feita a uma das ltimas camadas condutoras, conforme aparece na figura 12, que permite medies do isolamento e serve como capacitor de acoplamento, para medies de descargas parciais, sendo acessvel externamente e quando no est sendo utilizada aterrada. A derivao de tenso uma conexo feita a uma das camadas condutoras, que se constituem em uma fonte de tenso quando a bucha se acha em funcionamento, acessvel externamente e quando no est sendo utilizada aterrada. As buchas de tercirios e de neutro podem ser de papel impregnado com resina, papel aglutinado com resina, de cermica, etc., com ou sem repartio capacitiva.
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21 2.4.4 Transformadores de Corrente: Os medidores e rels de proteo do tipo corrente alternada so atuados por correntes e tenses supridas por transformadores de corrente e de potencial. Estes transformadores proporcionam isolamento contra a alta tenso do circuito de potncia. Eles so chamados de transformadores de instrumentos e suprem os rels e medidores com quantidades proporcionais aos circuitos de potncia, mas suficientemente reduzidas, de forma que estes instrumentos podem ser fabricados relativamente pequenos, do ponto de vista de isolamento. Os transformadores de corrente (figura 14), tambm chamados de TCs, tm seu enrolamento primrio ligado em srie com o circuito de alta tenso. A impedncia do transformador de corrente, vista do lado do enrolamento primrio, desprezvel, comparada com a do sistema ao qual estar instalado, mesmo que se leve em conta a carga que se coloca em seu secundrio. Desta forma, a corrente que circular no primrio dos transformadores de corrente ditada pelo circuito de potncia, chamado de circuito primrio. Quanto funo, os TCs dividem-se em dois grupos: TCs para servio de medio: possuem maior preciso e possuem um ncleo dimensionado de tal forma que ele sature no permitindo que a corrente no secundrio ultrapasse o valor nominal e assim protege os equipamentos de medio; TCs para servio de proteo: possuem uma menor preciso, e o secundrio pode ultrapassar o valor nominal, quando numa situao de falta, para o sistema de proteo atuar instantaneamente ou depois de alguns instantes dependendo da intensidade e durao da falta. Os TCs para servio de proteo subdividem-se em duas classes: Classe A: possui alta impedncia interna, isto , aquele cuja reatncia de disperso do enrolamento secundrio possui valor aprecivel; Classe B: possui baixa impedncia interna, isto , aquele cuja reatncia de disperso do enrolamento secundrio possui valor desprezvel. Os TCs so tambm classificados de acordo com a sua construo: Tipo enrolado: TC cujo enrolamento primrio constitudo de uma ou mais espiras e envolve mecanicamente o ncleo do transformador;
22 Tipo barra: TC cujo enrolamento primrio constitudo por uma barra montada permanentemente atravs do ncleo do transformador; Tipo janela: TC sem primrio prprio, construdo com uma abertura atravs do ncleo por onde passa um condutor formando o circuito primrio; Tipo bucha: TC tipo janela projetado para ser instalado sobre uma bucha de um equipamento eltrico; Tipo com ncleo dividido: TC tipo janela em que parte do ncleo separvel ou basculante, para facilitar o enlaamento do condutor primrio; Tipo com vrios enrolamentos primrios: TC com vrios enrolamentos primrios distintos e isolados separadamente; Tipo de vrios ncleos: TC com vrios enrolamentos secundrios isolados separadamente e montados cada um em seu prprio ncleo, formando um conjunto com um nico enrolamento primrio, cujas espiras, ou espira, enlaam todos os secundrios.
2.4.5 Transformadores de Potencial: Normalmente em sistemas acima de 600V, as medies de tenso no so feitas diretamente da rede primria, mas sim, atravs de equipamentos denominados transformadores de potencial, ou TPs, figura 15. Estes equipamentos tm como finalidades isolar o circuito de baixa tenso (secundrio) do circuito de alta tenso (primrio) e de reproduzir os efeitos transitrios e de regime permanente aplicados ao circuito de alta-tenso, o mais fielmente possvel, no circuito de baixa tenso. Quanto ao tipo, os TPs podem ser: Transformadores indutivos (TPI): como um transformador de fora conectado a uma pequena carga;
23 Transformadores capacitivos (TPC) ou Divisores capacitivos: so constitudos basicamente de dois capacitores cujas funes so o de divisor de tenso e de acoplar a comunicao via carrier ao sistema de potncia; Divisores resistivos: so como os capacitivos, mas usando resistores; Divisores mistos (capacitivo e resistivo): como o prprio nome diz, so um misto de dos dois anteriores. Os divisores resistivos e mistos, normalmente, no so utilizados em sistemas de potncia, sendo sua aplicao nos circuitos de ensaio e pesquisa em laboratrio. Para tenses entre 600V 69kV, os transformadores indutivos so dominantes, para tenses entre 69kV e 138kV no existe preferncia e para tenses superiores a 138kV os capacitivos so dominantes.
2.4.6 Pra-Raios: Os pra-raios so equipamentos responsveis por funes de grande importncia nos sistemas eltricos de potncia, contribuindo decisivamente para a sua finalidade, economia e continuidade de operao. Os equipamentos de uma subestao podem ser solicitados por sobretenses provenientes de ocorrncias no sistema ou de descargas atmosfricas. Com o objetivo de impedir que estes equipamentos sejam danificados, necessria a instalao de dispositivos de proteo contra sobretenses, sendo os pra-raios os equipamentos mais adequados para esta finalidade. Atuam como limitadores de tenso, impedindo
24 que valores acima de um determinado nvel pr-estabelecido possam alcanar os equipamentos para os quais fornecem proteo. De uma forma geral, pode-se afirmar que se trata de um equipamento bastante simples do ponto de vista construtivo. Um pra-raios constitudo de um elemento resistivo no-linear associado ou no a um centelhador em srie. Em operao normal, o pra-raios semelhante a um circuito aberto. Quando ocorre uma sobretenso, o centelhador dispara e uma corrente circula pelo resistor no-linear impedindo que a tenso nos seus terminais ultrapasse um determinado valor. possvel a eliminao do centelhador, utilizando-se somente o resistor no-linear se o material no-linear apresentar uma caracterstica suficientemente adequada para esta finalidade. Os elementos utilizados no componente no-linear so o carboneto de Silcio (SiC) e o xido de zinco (ZnO). Na figura 16, vemos exemplos de pra-raios.
Figura 16 Pra-Raios
2.4.7 Chaves: As chaves, figura 17, podem desempenhar diversas funes nas subestaes, sendo a mais comum, a de secionamento de circuitos por necessidade operativa, ou por necessidade de isolar componentes do sistema (equipamentos ou linhas) para a realizao de manuteno nos mesmos. Neste ltimo caso, as chaves abertas, que isolam o componente em manuteno, devem ter uma suportabilidade entre terminais s solicitaes dieltricas de forma que o pessoal de campo possa executar o servio de manuteno em condies adequadas de segurana.
25 As chaves podem ser classificadas da seguinte maneira, de acordo com as funes que desempenham em SEs de alta tenso: Secionadoras ou Seccionadoras: Funcionar como By-pass de equipamentos: disjuntores e capacitores srie para a execuo de manuteno ou por necessidade operativa; Isolar equipamentos: disjuntores, capacitores, barramentos, transformadores, reatores, geradores ou linhas para a execuo de manuteno; Manobrar circuitos: transferncia de circuitos entre os barramentos de uma subestao. Os secionadores somente podem operar quando houver uma variao de tenso insignificante entre seus terminais ou nos casos de restabelecimento ou interrupo de correntes insignificantes. Chaves de terra: Aterrar componentes do sistema em manuteno: linhas de transmisso, barramentos ou bancos de capacitores em derivao. Chaves de operao em carga: Abrir e/ou fechar determinados circuitos em carga: reatores, capacitores, geradores e circuitos de distribuio. Chaves de aterramento rpido: Aterrar componentes energizados do sistema no caso de defeitos em reatores no manobrveis ligados a linhas de transmisso sem esquemas de proteo com transferncia de disparo, ou no caso de linhas terminadas por transformador sem disjuntor no outro terminal da linha e para proteo de geradores contra sobretenses e auto-excitao. Estas chaves necessitam de tempos de operao extremamente rpidos, exigindo, acionamento com explosivos. Este tipo de chave raramente aplicado nas redes.
26 2.4.8 Disjuntores: O disjuntor, figuras 18 e 19, um dispositivo que pode interromper um circuito mesmo em condies anormais de tenso ou corrente. Vemos, por sua definio, que um equipamento complexo, sendo ele a alma da proteo dos sistemas eltricos, pois sobre o mesmo atua todo o esquema de releamento de proteo assegurando assim a continuidade do fornecimento de energia. A principal funo dos disjuntores a interrupo de correntes de falta to rapidamente quanto possvel, de forma a limitar a um mnimo os possveis danos aos equipamentos pelos curtos-circuitos. Alm das correntes de falta, o disjuntor deve ser capaz de interromper correntes normais de carga, correntes de magnetizao de transformadores e reatores e as correntes capacitivas de bancos de capacitores e linhas em vazio. O disjuntor deve ser capaz tambm de fechar circuitos eltricos, no s durante condies normais de carga, como na presena de curtos-circuitos, o que pode ocorrer no caso de religamento. Algumas falhas podem ser temporrias, como por exemplo, um galho de rvore que cai sobre a linha de distribuio, fecha curto-circuito e cai no cho retirando o curto, e por este motivo feito tentativas de religar o sistema algumas vezes, mas caso o defeito persista feito o desligamento definitivamente. As funes mais frequentemente desempenhadas pelos disjuntores so, em primeiro lugar, a conduo de correntes de carga na posio fechada, seguindo-se o isolamento entre duas partes de um sistema eltrico. Os disjuntores so, em geral, chamados a mudar de uma condio para outra ocasionalmente, e a desempenhar a funo de abrir faltas ou fechar circuitos sob falta apenas muito raramente. Os disjuntores devem ser mecanicamente capazes de abrir correntes de 20 a 50 vezes a sua corrente nominal, em tempos to curtos quanto 2 ciclos (aproximadamente 33,3 ms), aps terem permanecido na posio fechada por vrios meses. Esta exigncia impe cuidados especiais no projeto do equipamento, no sentido de reduzir a um mnimo as massas das partes mveis e de garantir a mobilidade das vlvulas, ligaes mecnicas, etc.
27 Os disjuntores podem ser classificados conforme a construo dos plos (entende-se por plo de um disjuntor, o conjunto de dispositivos de abertura e fechamento associado a cada fase do circuito), dos meios de interrupo do arco e do mecanismo de acionamento. Quanto construo o disjuntor pode-se ter: Plos Juntos: uma s carcaa abriga os trs plos. geralmente encontrado em disjuntores a seco ou grande volume de leo; Plos Separados: com uma carcaa para cada plo, encontrado em qualquer tipo. Possui vantagem de maior facilidade de transporte, caracterstica importante em EAT. Quanto aos meios de interrupo do arco, tem-se: Disjuntores a leo: h dois tipos bsicos, a saber: os disjuntores a grande volume de leo e de pequeno volume de leo. No primeiro tipo, os contatos ficam no centro de um grande tanque contendo leo, que usado tanto para a interrupo das correntes quanto para prover um isolamento para a terra. No disjuntor de pequeno volume de leo, o leo serve principalmente para a extino do arco, e no necessariamente para a isolao entre as partes vivas e a terra. Disjuntores a Ar Comprimido: a extino do arco obtida a partir da admisso nas cmaras de ar comprimido que, soprando sobre a regio entre os contatos, determina o resfriamento do arco e sua compresso. A reignio do arco em seguida ocorrncia de um zero de corrente prevenida pela exausto dos produtos ionizados do arco da regio entre os contatos pelo sopro de ar comprimido. A intensidade e a rapidez do sopro de ar garantem o sucesso do disjuntor nas corridas enrgicas (liberao x absoro de energia) e dieltrica (tenso de restabelecimento x suportabilidade dieltrica). Disjuntores a Gs SF6: o SF6, hexafluoreto de enxofre, um dos gases mais pesados conhecidos, e presso atmosfrica apresenta uma rigidez dieltrica 2,5 vezes superior do ar, mas aumenta rapidamente com o aumento da presso. Os primeiros disjuntores a SF6 eram do tipo dupla presso baseado no funcionamento dos disjuntores de ar comprimido. Estes foram substitudos pelos disjuntores do tipo puffer (ou impulso) tambm denominados de presso nica, porque o SF6 permanece no disjuntor, durante a maior parte do tempo, a uma presso de 3 a 6 bars, servindo ao isolamento entre as partes com potenciais diferentes. Os disjuntores a SF6 tm sido largamente utilizados devido sua confiabilidade e baixa manuteno. Disjuntores a Vcuo: nestes disjuntores, o arco que se forma entre os contatos bastante diferente dos arcos em outros tipos de disjuntor, sendo basicamente mantido por ons de material metlico vaporizado proveniente dos contatos. A intensidade da formao desses vapores metlicos diretamente proporcional intensidade de corrente e, consequentemente, o plasma diminui quando esta
28 decresce e se aproxima de zero. Atingido o zero de corrente, o intervalo entre os contatos rapidamente desionizado pela condensao dos vapores metlicos sobre os eletrodos. A ausncia de ons aps a interrupo d aos disjuntores a vcuo caractersticas quase ideais de suportabilidade dieltrica. Seco (Sopro Magntico): encontram sua maior utilizao em cubculos blindados, sendo, normalmente, do tipo extravel. Quanto ao mtodo de extino do arco voltaico, no momento que o disjuntor abre, o arco formado empurrado na direo dos contatos de umas bobinas laterais, sob ao do sopro provocado por um mbolo empurrado dentro de um cilindro. As bobinas, ao se energizarem pela ao do prprio arco, criam um campo magntico que repulsa as partculas ionizadas do arco para dentro de barreiras isolantes, secionando o mesmo. A interrupo , portanto, por alongamento e secionamento do arco. Quanto ao mecanismo de acionamento, tem-se: Mecanismo Manual; Mecanismo de Acionamento Distncia; Solenide; Motor e Mola; Pneumtico; Hidrulico.
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2.4.9 Capacitores em Derivao: O planejamento do sistema eltrico brasileiro tem optado pela instalao de grandes blocos de compensao reativa capacitiva, com o objetivo de se diminuir os custos e otimizar o desempenho do sistema. O objetivo bsico de uma compensao reativa capacitiva de compensar o fator de potncia das cargas, refletindo-se, principalmente, nos seguintes pontos: Aumenta a tenso nos terminais da carga; Melhora a regulao de tenso; Reduz as perdas na transmisso; Reduz o custo do sistema. Uma unidade capacitiva, demonstrada na figura 20, o conjunto formado por associao srie/paralelo de capacitores individuais, figura 21. Estas unidades possuem um resistor interno de descarga que tem por objetivo reduzir a tenso nominal do sistema at 50V ou menos, num determinado tempo (normalmente 5 minutos), aps o capacitor ter sido desligado da fonte de tenso. Outro ponto de relevante importncia quanto localizao dos fusveis, internos (figura 21A) ou externos (figura 21B), nas unidades. Existe hoje em dia uma forte tendncia para a utilizao de unidades capacitivas com fusveis internos em decorrncia dos seguintes argumentos:
30 Com o uso de fusveis internos cada capacitor individual que forma a unidade capacitiva possui seu prprio fusvel, dessa forma quando um capacitor individual se danifica, o seu respectivo fusvel queima, e a unidade ainda pode continuar operando, sem grande desequilbrio de fase. Para que uma unidade no exploda, considera-se como limitao a utilizao de no mximo 3100kVAr em paralelo. Este tipo de problema pode ser contornado usando-se fusveis limitadores de corrente (custo elevado) ou fusveis internos. Um banco econmico para uma classe de tenso se deve ao nmero mnimo de unidades que se pode colocar em paralelo. Este nmero dado pela limitao, que na sada de uma unidade no poder causar uma sobrelevao de tenso superior a 10%. Desta forma, para se obter um banco com MVAr baixo, teria que se usar latas com um valor menor de kVAr, ficando assim a instalao mais cara. Este problema tambm atenuado utilizando-se fusveis internos. A principal vantagem do fusvel externo a facilidade visual de localizao do elemento defeituoso, sendo a sua troca feita com relativa simplicidade. A figura 22 mostra um banco de capacitores em derivao.
Figura 21 Esquemtico de uma unidade capacitiva com fusvel externo (A) e com fusvel interno (B)
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2.4.10 Capacitores Srie: Os capacitores srie so utilizados em sistemas de transmisso para diminuir a reatncia srie das linhas e, por conseguinte, a distncia eltrica entre as barras terminais. A utilizao de capacitores srie apresenta as seguintes vantagens: Aumento da capacidade de transmisso de potncia da linha; Aumento da estabilidade do sistema; Diminuio das necessidades de controle da tenso, pois propicia menor queda de tenso ao longo da linha; Melhor diviso de potncia entre linhas, reduzindo as perdas globais do sistema; Economia nos custos, quando comparados com alternativas tecnicamente possveis. Como equipamento eltrico, o capacitor srie apresenta a peculiaridade de ser, na realidade, um sistema composto por diversos outros equipamentos que tm a funo exclusiva de proteger as unidades capacitivas contra sobretenses. Na figura 23 temos uma foto de um banco de capacitores srie.
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equipamentos, sendo o principal o rel, que tem por finalidade proteger o sistema de falhas internas ou externas, evitando ou minimizando danos a este. A proteo deve considerar os seguintes aspectos: Operao normal: Inexistncia de falhas do equipamento; Inexistncia de erros do pessoal de operao; Inexistncia de incidentes (tempestades, raios, terremoto, furaco, etc.); Proteo contra falhas eltricas: Isolamento adequado; Coordenao do isolamento; Uso de cabos pra-raios; Instrues de operao e manuteno; A limitao dos defeitos devidos s falhas: Limitao da corrente de curto-circuito; Projeto capaz de suportar efeitos mecnicos e trmicos da corrente de defeito; Existncia de circuitos mltiplos e geradores de emergncia; Existncia de releamento e disjuntores; Aumento do fluxo de carga e reajuste de rels; Mudana na operao. O uso da proteo minimiza o custo de reparao de estragos, a probabilidade de o defeito propagar-se, o tempo que o equipamento fica inativo e a perda de renda. Os equipamentos da proteo devem obedecer a dois princpios gerais, que so o de no atuar se o defeito no existe e o de atuar de acordo com o defeito, considerando-se a forma, a intensidade e a localizao deste.
3.1 Rels: O rel de proteo um dispositivo destinado a detectar anormalidades no sistema eltrico, atuando diretamente sobre um equipamento ou um sistema, retirando de operao os equipamentos ou componentes envolvidos com a anormalidade e/ou
34 acionando circuitos de alarme, quando necessrio. Por outro lado, tambm pode ser o elemento que, satisfeitas certas condies de normalidade, ir dar a permisso para a energizao de um equipamento ou de um sistema. As funes do rel de proteo so a de medir grandezas do sistema, comparar os valores medidos com os valores dos ajustes aplicados, operar (ou no) em funo do resultado dessa comparao, acionar a operao de disjuntores ou de rels auxiliares e de sinalizar sua atuao via indicador de operao visual e/ou sonoro. Inicialmente, os rels utilizados eram os chamados rels eletromecnicos e constituem-se basicamente de partes mecnicas, circuitos magnticos e circuitos eltricos. Eles possuem basicamente um elemento de operao (bobina) e um jogo de contatos. O elemento de operao capta a informao de corrente e/ou tenso atravs dos Transdutores primrios (TPs/TCs), analisa a grandeza medida e transforma o resultado num movimento dos contatos se necessrio. Existem os mais variados tipos de rels eletromecnicos sendo que cada tipo realiza uma funo. Estas funes de proteo dos rels so representadas por nmeros, que so definidos pela nomenclatura da ANSI (American National Standards Institute) e apresentada na tabela 1.
Tabela 1 Tabela ANSI Nmero 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 Descrio Elemento Principal Rel de Partida ou Fechamento Temporizado Rel de Verificao ou Interbloqueio Contator Principal Dispositivo de Interrupo Disjuntor de Partida Disjuntor de Anodo Dispositivo de Desconexo da Energia de Controle Dispositivo de Reverso Chave de Sequncia das Unidades Reservada para Futura Aplicao Dispositivo de Sobrevelocidade Dispositivo de Rotao Sncrona Dispositivo de Subvelocidade Dispositivo de Ajuste ou Comparao de Velocidade ou Frequncia Reservada para Futura Aplicao Chave de Derivao ou de Descarga Dispositivo de Acelerao ou Desacelerao Contator de Transio Partida-Marcha Vlvula Operada Eletricamente
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21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 Rel de Distncia Disjuntor Equalizador Dispostivo de Controle de Temperatura Reservada para Futura Aplicao Dispositivo de Sincronizao ou de Conferncia de Sincronismo Dispositivo Trmico do Equipamento Rel de Subtenso Reservada para Futura Aplicao Contator de Isolamento Rel Anunciador Dispositivo de Excitao em Separado Rel Direcional de Potncia Chave de Posicionamento Chave de Sequncia, Operada por Motor Dispositivo para Operao das Escovas ou para Curtocircuitar Anis Coletores Dispositivo de Polaridade Rel de Subcorrente ou Subpotncia Dispositivo de Proteo de Mancal Reservada para Futura Aplicao Rel de Campo Disjuntor ou Chave de Campo Disjuntor ou Chave de Operao Normal Dispositivo ou Seletor de Transferncia Manual Rel de Sequncia de Partida das Unidades Reservada para Futura Aplicao Rel de Reverso ou Balanceamento de Corrente de Fase Rel de Sequncia de Fase de Tenso Rel de Sequncia Incompleta Rel Trmico para Mquina ou Transformador Rel de Sobrecorrente Instantneo Rel de Sobrecorrente de Tempo Disjuntor de Corrente Alternada Rel para Excitatriz ou Gerador CC Disjuntor de Corrente Contnua, Alta Velocidade Rel de Fator de Potncia Rel de Aplicao de Campo Dispositivo para Aterramento ou Curto Circuito Rel de Falha de Retificao Rel de Sobretenso Rel de Balano de Tenso Rel de Balano de Corrente Rel de Interrupo ou Abertura Temporizada Rel de Presso de Nvel ou de Fluxo, de Lquido ou Gs Rel de Proteo de Terra Regulador (Governador) Dispositivo de Intercalao ou Escapamento de Operao Rel Direcional de Sobrecorrente CA Rel de Bloqueio Dispositivo de Controle Permissivo Reostato Eletricamente Operado Reservada para Futura Aplicao
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72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 a 99 Disjuntor de Corrente Contnua Contator de Resistncia de Carga Rel de Alarme Mecanismo de Mudana de Posio Rel de Sobrecorrente CC Transmissor de Impulsos Rel de Medio de ngulo de Fase, ou de Proteo Contra Falta de Sincronismo Rel de Religamento CA Reservada para Futura Aplicao Rel de Subfrequncia Rel de Religamento CC Rel de Seleo de Controle ou de Transferncia Automtica Mecanismo de Operao Rel Receptor de Onda Portadora ou Fio-Piloto Rel de Bloqueio Rel de Proteo Diferencial Motor Auxiliar ou Motor Gerador Chave Secionadora Dispositivo de Regulao Rel Direcional de Tenso Rel Direcional de Tenso e Potncia Contator de Variao de Campo Rel de Desligamento, ou de Disparo Livre Usados para Aplicaes Especficas, no Cobertos pelos Nmeros Anteriores
Os rels mais utilizados na proteo de uma SE so: Sobrecorrente instantneo (50): opera (em poucos ciclos) quando o valor de corrente excede certo limite; Sobrecorrente temporizado e instantneo (51/50): pode operar pelo elemento temporizado e instantneo. O elemento instntaneo opera quando a corrente atinge valores muito altos; Sobretenso (59): opera quando a tenso excede determinado limite; Subtenso (27): opera quando a tenso cai abaixo de certo valor; Diferencial de transformador, gerador e barra (87): opera por comparao de corrente; Direcional (67): opera quando os valores de correntes e tenses se modificam acentuadamente, um em relao ao outro; Rel de Religamento (79): opera para comandar o religamento de um disjuntor; Rel de presso (63): opera para defeitos internos do transformador e para baixos nveis de presso em equipamentos encapsulados (SF6); Rel de distncia (21): opera para defeitos em linhas de transmisso de alta tenso; Rel de subfrequncia (81): opera quando a freqncia cai abaixo de determinado valor ajustado no rel; Rel de sincronismo (25): permite o fechamento do disjuntor caso as tenses em seus plos possuam aproximadamente o mesmo mdulo, fase e freqncia.
37 Atualmente estes rels so usados em SEs antigas onde ainda no foi necessria sua substituio. Subestaes novas ou que foram automatizadas utilizam os rels digitais. Os primeiros trabalhos na rea digital surgiram nos anos 60, quando os computadores comearam a substituir ferramentas tradicionais na anlise dos sistemas de potncia. Resolvidos os problemas de clculo de curto-circuito, fluxo de potncia e estabilidade, as atenes voltaram-se para os rels de proteo. Mas logo ficou claro que o desenvolvimento tecnolgico dos computadores desta poca ainda no podia atender s necessidades das funes de proteo, nem era economicamente atraente. O interesse sobre o assunto ficou ento restrito rea acadmica, onde os pesquisadores mantiveram o desenvolvimento dos algoritmos de proteo. Com a evoluo rpida dos computadores, a sofisticada demanda dos programas de proteo pde ser atendida com velocidade e economia pelos atuais microcomputadores. A tecnologia digital tem se tornado base da maioria dos sistemas de uma subestao, atuando nas funes de medio, comunicao, proteo e controle. Desta forma, alm das funes de proteo, o rel digital pode ser programado para desempenhar outras tarefas, como por exemplo, medir correntes e tenses dos circuitos. Outra importante funo deste tipo de rel o autodiagnstico, ou auto-teste. Esta funo faz com que o rel realize uma superviso contnua de seu hardware e software, detectando grande parte das anormalidades que possam surgir, podendo ser reparado antes que opere incorretamente ou deixe de faz-lo na ocasio certa. Os rels digitais apresentam, ainda, as seguintes vantagens: Oscilografia e anlise de seqncia de eventos: a habilidade dos sistemas de proteo em armazenar amostras de quantidades analgicas e o status de contatos em um intervalo de tempo possibilita a anlise de perturbaes. Localizao de defeitos: o principal benefcio obtido a reduo do nmero de faltas permanentes, atravs da manuteno corretiva em pontos indicados pela reincidncia de faltas transitrias, tais como as causadas por queimadas, descargas atmosfricas ou isoladores danificados. Deteco de defeitos incipientes em transformadores: a maioria dos defeitos internos em transformadores comea com descargas parciais que podem ser detectadas atravs da monitorao do espectro de freqncia de TCs ligados nestes transformadores.
38 Monitorao de disjuntores: o tempo de abertura e fechamento de um disjuntor tambm pode ser monitorado atravs dos rels usados para disparo e religamento. Existem vrios fabricantes de rels digitais, sendo alguns deles: GENERAL ELECTRIC (GE), SIEMENS, ASEA BROWN BOVERI (ABB), ALSTON, MERLIN GERIN e AEG. Quanto tecnologia os rels digitais apresentam as seguintes vantagens em relao convencional.
Tabela 2 Comparao entre Rels Convencionais e Digitais
TECNOLOGIA CONVENCIONAL Menor confiabilidade Implementao individualizada No integrvel Testes no campo Estagnada
TECNOLOGIA DIGITAL Maior confiabilidade Implementao integrada Integrvel Testes na bancada Em evoluo
3.2 Arquitetura de um rel digital: Na Figura 24 apresentamos o diagrama de blocos de um rel digital. No rel se aplicam sinais analgicos provenientes dos transdutores primrios de corrente e potencial (TPs e TCs), e sinais discretos, que refletem o estado de disjuntores, chaves e outros rels. Estes sinais recebem um processamento nos subsistemas correspondentes antes de sua aplicao ao microcomputador, que constitui o elemento principal do rel. Os sinais analgicos passam adicionalmente por um conversor analgico-digital antes de entrar na unidade central de processamento (CPU). Os sinais discretos de sada do rel recebem processamento no subsistema de sadas discretas, que geralmente inclui rels eletromecnicos auxiliares para prov-lo de sadas tipo contato. O rel realiza tambm a funo de sinalizao de sua operao (bandeirolas) e de seu estado funcional mediante dispositivos de sinalizao (geralmente tipo luminoso) visveis no exterior. A maioria dos rels digitais dispe tambm de capacidade de comunicao com outros equipamentos digitais, mediante portas seriais e paralelas.
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3.2.1 Entradas Analgicas: Funes do subsistema de entradas analgicas: Condicionar os sinais de tenso e corrente, provenientes dos transdutores primrios, a valores adequados para converso analgica digital; Isolar eletricamente os circuitos eletrnicos do rel dos circuitos de entrada; Proteger o rel contra sobretenses transitrias; Fazer a filtragem dos sinais analgicos de entrada. Este filtro necessrio para limitar o espectro de freqncia desses sinais a uma freqncia no maior do que a metade da freqncia de amostragem a ser utilizada no rel. 3.2.2 Entradas Discretas: Funes do subsistema de entradas discretas: Condicionar os sinais para sua aplicao ao processador (o que pode incluir uma fonte de alimentao auxiliar para verificar o estado dos contatos); Prover o isolamento eltrico necessrio entre as entradas e os circuitos eletrnicos, e proteger o rel contra sobretenses transitrias. 3.2.3 Interface analgico-digital: Na interface analgico-digital se levam em conta os processos de amostragem e converso analgico-digital dos sinais analgicos. O relgio de amostragem gera pulsos de curta durao e de certa freqncia, que marcam os instantes de amostragem. Em cada um deles se faz a converso do valor instantneo do sinal analgico para uma palavra digital, que ser aplicada ao processador.
40 Existem diferentes formas para amostragem de sinais analgicos. Nos rels digitais, a mais utilizada consiste em tomar amostras com espaamentos uniformes durante todo o ciclo do sinal (Figura 25). A freqncia de amostragem (fm=1/t) , da ordem de 240Hz a 2kHz.
Neste tipo de amostragem existem duas alternativas: uniforme no tempo ou no ngulo. Na amostragem uniforme no tempo, o intervalo de tempo (t) entre amostras constante, isto , a freqncia de amostragem fm constante. tambm conhecida como amostragem assncrona. No momento, a mais utilizada. No caso da amostragem uniforme em ngulo, o ngulo constante e dado por: =wo*t, onde wo a freqncia angular do sinal. Este tipo de amostragem conhecida como sncrona, pois sincronizada com o cruzamento do zero pelo sinal amostrado. Se wo variar, necessrio variar o valor de t e, portanto o valor de fm. Este inconveniente prtico reduz a aplicao desta alternativa. Na realidade se faz necessria mais de uma converso em cada instante de amostragem, pois o rel tem vrios sinais analgicos de entrada. As alternativas para resolver este problema, so: Multiplexar os sinais de entrada e aplic-los seqencialmente ao conversor AD (Figura 26-a); Amostrar cada sinal separadamente, de forma simultnea, e reter os valores das amostras para sua converso e transmisso ao processador (Figura 26-b); Utilizar conversores AD independentes nos distintos canais de entrada (Figura 26-c).
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(a)
(b)
(c)
Figura 26 Alternativas de amostragem e converso analgico-digital de um rel digital
3.2.4 Processador digital: O processador do rel digital encarregado de executar os programas de proteo, controlar diversas funes de tempo e realizar tarefas de autodiagnsticos e de comunicao com os perifricos. Possui as seguintes memrias: RAM (Memria de Acesso Aleatrio): necessria como buffer para armazenar temporariamente os valores das amostras de entrada, para acumular resultados intermedirios dos programas de proteo e para armazenar dados que sero guardados posteriormente em memria no voltil; ROM (Memria Somente de Leitura, tipo no programvel) ou PROM (Memria somente de Leitura, tipo Programvel): so usadas para guardar os programas do rel. Estes programas so executados diretamente nestas memrias (excepcionalmente), ou so carregados nas memrias RAM para posterior execuo; EPROM (PROM apagvel) ou EEPROM (PROM apagvel eletricamente): so memrias usadas para armazenar os parmetros de ajuste do rel e outros dados
42 importantes que no variam com grande freqncia. Uma alternativa a este tipo de memria pode ser uma RAM alimentada por bateria. 3.2.5 Portas seriais e paralelas: Portas Seriais: permitem o intercmbio de informaes remotas, como ajustes dos parmetros do rel distncia; Portas Paralelas: so usadas para intercmbio de informao em tempo real. O subsistema de sadas discretas processa a informao (palavra digital) de uma porta paralela de sada do processador. Cada bit da palavra pode ser utilizado para definir o estado de um contato de sada. Deve haver acoplamento tico entre esta porta e o rel auxiliar ou tiristor de sada do rel. 3.2.6 Fonte de alimentao: O rel deve contar com uma fonte de alimentao independente, geralmente do tipo comutvel, para poder se conectar ao sistema de baterias da subestao. 3.3 Sistemas digitais integrados: A tendncia atual a integrao das funes de proteo, controle e medio em todos os nveis de um sistema eltrico de potncia. A Figura 27 representa uma possvel estrutura hierrquica com trs nveis:
Nvel I: Onde esto os processadores digitais encarregados das seguintes funes: Proteo, controle e medio;
43 Receber informaes dos equipamentos da subestao e enviar a estes os comandos de controle; Realizar diagnsticos; Fazer a comunicao com o nvel superior (Nvel II). Nvel II: Corresponde ao computador da subestao, com as funes a seguir: Retaguarda aos processadores do Nvel I; Receber as informaes provenientes dos processadores do nvel I, processar e armazenar dados; Realizar anlises de seqncia de eventos; Desenvolver as comunicaes com os nveis I e III. Nvel III: Neste nvel est o computador central, de onde so originadas as aes abaixo: Controle de nveis do sistema; Coleta e processamento de dados; Anlise de seqncia de eventos e outros; Registros oscilogrficos; Elaborao de relatrios; Organizao das comunicaes com o nvel inferior; Execuo da maior parte das funes de proteo adaptativa. A seguir sero apresentados alguns exemplos de rels digitais de alguns fabricantes. 3.4 Exemplos de Rels Digitais: 3.4.1 Siemens: Uma das linhas de rels digitais para SEs da Siemens chamada de SIROTEC 4. O modelo 7SA522, figura 28, capaz de implementar as funes de proteo de distncia, de direcionalidade, de sobrecorrentes temporizada e instantnea, de receptor de onda portadora, de bloqueio, de sobretenso, de subtenso, rel freqncia, rel de religamento, de sincronismo, alarme, localizao de falta, autosuperviso, medio, registro de eventos e de faltas e oscilografia. Possui entradas analgicas para 1A ou 5A [1] e utiliza protocolos de rede PROFIBUS, Ethernet e DNP 3.0 [2].
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3.4.2 ASEA BROWN BOVERI ABB: A srie IED670 da ABB, figura 29, pode ser aplicada na proteo de linhas, barras, transformadores, transformadores defasadores e grupos gerador transformador. Tomando como exemplo o modelo RET670, constata-se que este possui as funes de proteo diferencial, proteo diferencial de falta terra, proteo de sobrecorrente instantnea, quatro estgios para sobrecorrente temporizada (usado para curvas de seletividade), proteo de sobrefreqncia, proteo de subfrequncia, proteo de sobretenso, proteo de subtenso, religamento automtico, verificao de sincronismo, oscilgrafo e registros de medies e de eventos [3].
45 3.4.3 General Electric: A srie L90 da General Electric (GE), figura 30, consiste de rels para proteo de linhas de transmisso e engloba dentro de si as funes de proteo diferencial de corrente, proteo direcional, proteo de sobrecorrente negativa, religamento automtico, verificao de sincronismo, proteo de sobretenso, proteo de subtenso, medio integrada, relatrio de eventos, oscilografia e localizao de falhas. Para comunicao estes rels usam redes com protocolos ModBus e DNP 3.0 [4].
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AUTOMAO E PROJETO:
A estabilidade econmica a partir da segunda metade dos anos 90 trouxe como
conseqncia uma significativa mudana no padro de consumo brasileiro. Para atender crescente demanda com uma energia eltrica de qualidade, aliada a uma indispensvel gesto empresarial com prticas de reduo de custos, as concessionrias de energia eltrica tm direcionado os seus investimentos automao de sistemas eltricos. Em contrapartida, a evoluo tecnolgica de hardware e software tornou os sistemas de automao cada vez mais confiveis, a preos mais acessveis, permitindo a utilizao de tecnologia de ponta nos processos operacionais de energia eltrica. Sintonizadas nessa nova realidade e buscando sempre a melhoria do seu nvel de competitividade, as concessionrias tm, estrategicamente, investido na modernizao de todos os seus segmentos, com prioridade para a automao das subestaes e redes de distribuio. O rel digital, discutido anteriormente, o principal equipamento que permitiu a automao, uma vez que alm de realizar as funes de proteo ele supervisiona as chaves e disjuntores e ainda transmite as informaes para os computadores atravs de uma rede de dados. Alm das funes de proteo ele pode comunicar-se com um computador dentro da sala de comando que, por sua vez, comunica-se com uma sala central de operao. Desta forma, a SE pode ser operada e supervisionada distncia, no sendo necessrio um operador local, o que reduz os custos de operao. O rel, em conjunto com o computador, capaz de operar rapidamente em situao de falta sem que seja necessria a interveno humana, tornando assim o sistema mais rpido e confivel. O projeto de uma SE pode ser dividido basicamente em quatro partes: Projeto Civil; Projeto Eletromecnico; Projeto Eltrico; Projeto Arquitetnico.
47 O Projeto Civil trata da estrutura civil da casa de controle (onde se localizam os rels, computadores e equipamentos de baixa tenso): muros, refrigerao da sala, sistema hidrulico e demais estruturas de carter da engenharia civil. O Projeto Eletromecnico trata da elaborao dos circuitos de potncia, dimensionamento dos equipamentos eltricos (disjuntor, secionadoras, transformador, etc.), dimensionamento da malha de terra, das estruturas de sustentao destas e lanamento de canaletas, eletrocalhas, etc. O Projeto Eltrico trata de toda parte de proteo e controle da subestao. Esta etapa sofreu grandes mudanas com a vinda da automao. Antes, havia um circuito de comando localizado em um painel e/ou mesa(s) de comando, e outro circuito de proteo, cujos elementos principais eram os rels. Com a automao, estes circuitos se tornaram um s, sendo concentrados em um nico painel. O Projeto Arquitetnico trata da rede lgica de comunicao dos rels digitais entre si, com o(s) computador(es) e com a sala central de computadores. Sendo assim, este tipo de projeto surgiu com a automao, j que antes no havia tal integrao. Atualmente, este projeto elaborado pelos fabricantes dos rels, uma vez que se tenha definido a quantidade destes e o mtodo de transmisso de informao (rede telefnica, fibra tica, etc.). A figura 31 so representaes simples de uma rede de uma subestao e no Anexo VIII temos um exemplo de projeto arquitetnico. Na automao das subestaes e na superviso e controle dos equipamentos telecomandados na rede de distribuio, so implantadas diferentes solues de configurao do sistema, visando a um melhor aproveitamento da estrutura de telecomunicaes disponveis nas concessionrias. As solues de configurao contam com equipamentos como a Unidade Terminal Remota (UTR) ou a Unidade de Controle de Subestao (UCS). Cada configurao montada a partir de um equipamento ou de uma combinao entre equipamentos, de forma a atender as necessidades do sistema de transmisso e/ou distribuio.
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49 A UTR possui vrias entradas analgicas e digitais, responsveis pela coleta de dados, de medio e de eventos. Da mesma forma, a UTR possui vrias sadas digitais. Essas sadas so conectadas aos circuitos de controle dos equipamentos de manobra. A comunicao da UTR com os rels e contatos dos equipamentos no campo, geralmente se d por meio de cabos de cobre. Esta ligao fsica faz com que a troca de informaes entre equipamentos e UTR seja restrita apenas presena ou ausncia de sinais eltricos nas interfaces de entrada e sada. A UCS possui filosofia similar da UTR. A diferena bsica entre as duas instalaes consiste no fato da UCS interagir atravs de protocolo de comunicao com os rels, o que a distingue das interligaes por cabos de cobre presentes nas configuraes com UTRs. Alm das funes desenvolvidas pelas UTRs, as configuraes com UCSs possuem as seguintes caractersticas adicionais: Links de fibra ptica ao invs do modo de interligao convencional por cabos eltricos, permitindo a troca e transferncia de todos os tipos de informao, comandos, sinais digitais e analgicos, arquivos, sincronizao de tempo, etc.; Substancial simplificao de projetos eltricos, instalao, cabeamento e testes; Instalao totalmente modular, o que garante uma maior confiabilidade, pois apesar de integradas, as funes de controle e proteo funcionam de maneira independente uma da outra; Utilizao de protocolo de comunicao entre os elementos do sistema, rels e a unidade de controle de subestaes, possibilitando um maior nmero de informaes subsidiando um controle operativo e anlise de ocorrncias muito mais eficientes; Funes de proteo com oscilografia e registro de eventos, localizadores de falta e monitorizao da qualidade de energia, que podem ser integradas a cada mdulo de controle, sem a necessidade dos sistemas tradicionais como protees de retaguarda ou sistemas de controle para essas funes; Alterao remota de configurao e ajustes das unidades de proteo.
50 Os rels se comunicam com os computadores, chamados de IHM (Interface Homem Mquina). Estes IHMs so utilizados para controle local da SE. Pode ainda ser usado outro para enviar informaes para o Centro de Anlise de Proteo (CAP). Em casos onde a SE possui medio para faturamento h tambm comunicao com o Centro de Anlise de Qualidade de Energia (CAQ). Para que os equipamentos possuam relgios exatamente iguais, a rede faz uso de um GPS, ou mais se for necessrio, para sincronismo de tempo dos rels e demais equipamentos da rede. Pode haver ainda um sinal que venha do CAP e v direto para os rels para permitir a parametrizao do rel distncia.
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e os documentos que o compem, utilizando um exemplo de caso como estudo. Para o projeto eltrico de uma SE, partimos de algumas informaes j definidas no projeto eletromecnico ou pelo cliente contratante do projeto. Fazem parte destas informaes o Diagrama Unifilar da SE (parte de potncia), definio das protees que atuaro em cada bay e especificao dos equipamentos principais, tais como, disjuntores, secionadoras, transformadores, religadores, reguladores, etc. Em alguns casos, o cliente define tambm qual o modelo de rel digital, contator, cabo e equipamentos internos ao painel utilizado, considerando seus padres prprios ou outros modelos j existentes em outras SEs de sua propriedade. No havendo porm, esta definio prvia, a escolha destes fica a cargo do projetista. Deve-se observar que, apesar do Diagrama Unifilar e das protees j estarem previamente definidas, o projetista tem liberdade de fazer modificaes conforme observe a necessidade durante a realizao do projeto. Nos casos em que o projetista deve definir qual rel digital ser utilizado, deve-se observar alguns pontos no seu dimensionamento: Funes de Proteo: o rel deve ser capaz de realizar todas as funes de proteo planejadas; Entradas Analgicas: o rel deve possuir entradas analgicas de tenso e corrente em quantidade suficiente para receber todos os sinais necessrios e com o mesmo valor nominal do secundrio dos TPs e TCs. Por exemplo, podem haver TCs com valor nominal do secundrio de 1A ou 5A. O rel deve possuir entradas analgicas de corrente no valor nominal de 1A ou 5A; Quantidade de entradas e sadas digitais: o rel deve possuir entradas e sadas digitais suficientes para receber todos os sinais e operar todos os equipamentos do campo; Alimentao: a alimentao de um rel digital feita em corrente contnua, e deve ser do mesmo valor nominal da alimentao do painel, geralmente 125V;
52 Fabricante: essencial que se use em um projeto rels do mesmo fabricante para que no haja problemas de comunicao entre eles. Deve ser observado se a concessionria possui algum padro na escolha do fabricante de seus rels. Esta uma prtica comum, pois a central de operao comunica-se com vrias SEs e, com o uso de rels do mesmo fabricante, facilita-se a comunicao entre os equipamentos. Outro motivo para se adotar sempre o mesmo fabricante que isso reduz o custo de treinamento do pessoal da operao, que s precisa conhecer como comandar os rels de um nico fabricante e no de vrios. Para o exemplo de caso os rels escolhidos so os modelos 7SA6115, 7SA6325, 7SJ6475, 7UT6135 e 7UT6335 da Siemens com tenso de alimentao de 125Vcc. As caractersticas destes rels que determinaram suas escolhas esto descritos na tabela 3:
Tabela 3 Caractersticas principais dos rels utilizados no exemplo de caso Rel 7SA6115 7SA6325 Funes Entradas de Tenso Entradas de Corrente 4 de 5A 4 de 5A Entradas Digitais 20 29 Sadas Digitais 12 32
21, 25, 27, 50, 51, 59, 67, 77, 4 de 115V 79, 81, 85 e 87 4 de 115V 14, 21, 25, 27, 37, 38, 46, 47, 48, 49, 50, 51, 59, 64, 66, 67, 4 de 115V 79, 81 e 87 0 de 115V 50, 51 e 87 4 de 115V
7SJ6475
4 de 5A
48
29
7UT6135 7UT6335
8 de 5A 12 de 5A
5 21
8 24
Os principais documentos que compem um Projeto Eltrico de uma SE so: Diagrama Unifilar (parte da proteo, que pode ser alterada pela necessidade); Diagrama Trifilar; Diagrama Funcional; Diagrama de Fiao; Diagrama de Interligao; Lista de Cabos; Diagramas Lgicos; Desenhos Construtivos dos Painis;
53 Em muitos casos, o Diagrama Trifilar e o Diagrama Funcional so reunidos em um nico documento chamado de Diagrama Esquemtico. A seguir sero apresentados os documentos que compe o projeto de uma SE.
5.1 Diagrama Unifilar: No Diagrama Unifilar, ou simplesmente Unifilar, tem-se as informaes bsicas da parte de potncia e da proteo da subestao. Conforme dito anteriormente, a parte de potncia j definida previamente no projeto eletromecnico. Muitas vezes, o cliente j sugere a parte de proteo na qual o projetista pode se basear e modificar, caso seja necessrio. O Diagrama Unifilar do exemplo de caso deste trabalho apresentado no Anexo I. A partir das informaes nele contidas, pode-se verificar que a SE em estudo possui duas entradas de 138kV e previso para uma terceira entrada conforme mostrado na figura 32. As estradas so ligadas a um barramento duplo, atravs de uma ligao a quatro chaves conforme mostrado na figura 33. Neste barramento ligado o primrio de dois transformadores de trs enrolamentos, dos quais apenas dois esto sendo utilizados, o enrolamento de 138kV e o de 69kV, conforme figura 34. Estes transformadores possuem ligao estrela aterrada nos dois enrolamentos utilizados. Os secundrios dos transformadores so ligados a dois barramentos em configurao de Barra Principal e de Transferncia, das quais saem quatro linhas alimentadoras atravs de uma configurao a trs chaves, figura 35. Estas informaes sero necessrias para o projeto eltrico no momento de criar os diagramas lgicos e os intertravamentos eltricos.
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Da parte de proteo vemos que cada entrada possui um painel de proteo, sendo eles chamados de P1 e P2, conforme a figura 36 Cada painel possui trs rels digitais. Alm dos comando de manobra, estes rels tm as seguintes finalidades: 1L1MF1 e 2L1MF1: Fazem a funo de proteo principal, que aquela que atuar caso alguma de suas protees sejam sensibilizadas. Estes rels tero ativas as funes de proteo 21P, 21N, 67, 67N, 50, 51, 50N, 51N, 85, 77, 79 e 25, alm de funcionar como oscilgrafo e registrador de eventos. 1L1MF2 e 2L1MF2: Fazem a proteo de retaguarda. Estes tm as mesmas funes de proteo dos anteriores, mas s atuaro no caso de falha da proteo principal. A utilizao de proteo principal e de retaguarda foi escolhida por se tratar de um setor de grande importncia para o sistema e assim poder minimizar os danos no caso de haver falha na proteo principal. 1L1MF3 e 2L1MF3: Estes tm o objetivo de realizar as medies da linha como tenso, freqncia, e energia (kWh e VArh), e coordenar os demais rels de seus painis.
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J os transformadores, possuem um painel cada, P3 e P4, figura 37 Cada painel possui dois rels sendo responsveis pela proteo de sobrecorrente (50 e 51) e proteo diferencial (87), sendo que um deles tambm faz a funo de conferncia de sincronismo (25), alm de fazerem as funes de manobra nas chaves dos transformadores T1 e T2.
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No caso das linhas de sada, temos um painel para cada duas linhas sendo eles P5 e P6. Cada painel possui dois rels, um para cada uma das linhas A figura 38 mostra o detalhe do painel P5 das Sadas 1 e 2. As protees usadas aqui so as mesmas das entradas.
Cada barramento (138kV e 69 kV) possui um painel (PB138kV e PB69kV) com um rel cada, fazendo a proteo das barras. As protees utilizadas para as barras so de sobrecorrente (50 e 51) e diferencial (87). Vale observar que as regras para a criar o cdigo de identificao de cada equipamento varia de concessionria para concessionria, pois cada uma possui suas prprias regras. As informaes obtidas atravs do Diagrama Unifilar serviro de base para a elaborao dos passos seguintes.
58 5.2 Diagrama Trifilar: O Diagrama Trifilar, ou simplesmente Trifilar, demonstra o circuito de potncia do projeto (linhas, barras, TPs, TCs, transformadores, etc.) e a parte de potncia de qualquer outro equipamento existente na subestao. A diferena entre o Unifilar e o Trifilar, que o ltimo traz um detalhamento por fase e uma quantidade maior de detalhes que no primeiro. Como dito anteriormente, muito comum unir o Diagrama Trifilar com o Funcional e cham-los de Diagrama Esquemtico (ou apenas Esquemtico). O Diagrama Esquemtico do exemplo de caso, apresentado no Anexo II, refere-se ao painel P1 e Entrada 1. Os demais painis no so apresentados, pois so semelhantes, no sendo necessrio analisar um por um. O Esquemtico dividido em cadernos, um para cada painel, os quais so chamados de: DE-001: Para o painel P1 e Entrada 1; DE-002: Para o painel P2 e Entrada 2; DE-003: Para o painel P3 e Transformador T1; DE-004: Para o painel P4 e Transformador T2; DE-005: Para o painel P5 e Sadas 01 e 02; DE-006: Para o painel P6 e Sadas 03 e 04; DE-007: Para o painel PB138kV e Barramento de 138kV; DE-008: Para o painel PB69kV e Barramento de 69kV. O Trifilar em estudo comea na folha quatro do caderno do Esquemtico (folha 80 do Anexo II) onde se encontram as barras, chaves secionadoras, o TC e a caixa de ligao de TC da Entrada 1. Pode-se ver, como no Unifilar, que o TC possui quatro enrolamentos, e que o de maior classe de preciso chega a uma caixa de juno separada. Isto ocorre porque este enrolamento seria para medio de faturamento, que no ser usado neste exemplo, mas fica previsto para futura utilizao (ver figura 39), e a norma brasileira exige que assim o seja [5]. Depois da caixa partem os cabos que vo para os rels digitais. Em proteo todos os circuitos que partem de TCs so chamados de circuitos de corrente. Note-se que necessrio identificar os bornes de
59 ligao dos equipamentos e esta informao obtida no manual do equipamento. Isto ser necessrio em todas as folhas do Diagrama Esquemtico.
Na folha cinco do caderno do Esquemtico (folha 81 do Anexo II), v-se a chegada da linha, com a representao dos pra-raios, TP e suas caixas de ligao. O TP possui trs enrolamentos e os contatos do enrolamento de maior preciso chegam a uma caixa de juno separada pelo mesmo motivo que o do TC. Em proteo todos os circuitos que partem de TPs so chamados de circuitos de tenso. H tambm na caixa de juno, contatos das chaves Q1, Q2 e Q3 que sero utilizados no Diagrama Unifilar para indicar que o circuito do TP foi desligado (ver figura 40).
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A folha seis do caderno do Esquemtico (folha 82 do Anexo II), j comea a demonstrar a chegada no painel. Observe que nenhum circuito entra ou sai do painel sem passar por um borne. Estes bornes so como os da figura 41, cada ponto eltrico possui dois contatos, um em cada lado, sendo que em cada um destes contatos s pode haver no mximo dois cabos a fim de diminuir os riscos de mau contato.
Ainda com relao aos bornes, pode-se ver que alguns so chamados de XA e outros de XB, seguido do seu nmero. Os bornes XA so aqueles pertencentes aos circuitos de corrente e os XB, aos de tenso. Vale observar que esta uma regra vlida apenas para este projeto em estudo, pois a nomenclatura pode variar de acordo com o projetista ou o padro da empresa dona do projeto. Em alguns casos, possvel at que
61 no haja diferena de nomenclatura entre os bornes destes dois tipos de circuito (tenso e corrente). Ainda na folha seis do caderno do Esquemtico h dois circuitos de tenso que chegam dos TPs das barras, que vm do desenho DE-007, e aps passar pelos bornes, chegam a um rel auxiliar com o cdigo de 43TPX, que tem funo de realizar a transferncia de potencial. Em situao normal, as duas barras so energizadas com o mesmo potencial, j que so interligadas pelo disjuntor AC1K4, e o rel recebe sinal do TP da Barra 1, mas em uma situao atpica pode ser necessrio retirar a Barra 1 de funcionamento e operar apenas com a Barra 2. Neste caso necessrio que o rel receba sinal do TP da Barra 2. O rel 43TPX faz essa funo e sua ativao ser vista no Diagrama Funcional. Tanto os circuitos de corrente como os de tenso passam por chaves antes de irem para os rels digitais do painel. Estas chaves, que receberam o cdigo de 1L1CT1 e 1L1CT2 na folha seis do caderno do Esquemtico, so chamadas de Chave de Teste ou Chave de Aferio (figuras 42 e 43), e, quando operadas manualmente, abrem os contatos dos circuitos de tenso e curto-circuitam os contatos dos circuitos de corrente. Elas so usadas em situaes em que se necessite realizar algum tipo de interrupo no circuito dentro do painel, evitando o risco de se abrirem os circuitos de corrente ou curto-circuitar acidentalmente os circuitos de tenso.
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Depois de passar pelas Chaves de Teste, os circuitos de tenso e de corrente chegam ao rel digital 1L1MF1. Os rels digitais devem ser definidos nesta etapa, ou anteriormente, para que seus contatos de tenso e corrente sejam aqui representados. A escolha do rel deve levar em conta se o mesmo capaz de realizar todas as funes desejadas, se possui entradas de tenso e corrente suficientes, bem como a quantidade de entradas e sadas digitais. Com relao a este ltimo item, devem-se deixar sempre alguns contatos livres como reserva pensando numa possvel ampliao ou acrscimos feitos por parte do contratante. No painel P1 do exemplo de caso, foram escolhidos os rels da SIEMENS modelo 7SA6115, demonstrado na figura 44, para funo de proteo principal e retaguarda (1L1MF1 e 1L1MF2) e o modelo 7SJ6475, demonstrado na figura 45, para a funo de medio e controle.
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Na folha sete do caderno do Esquemtico (folha 83 do Anexo II), apresentamos o mesmo procedimento descrito anteriormente aplicado ao rel 1L1MF2. O sinal do TP da barra j vem do 43TPX no sendo necessrio represent-lo novamente. Este rel tambm dever receber sinais do mesmo TP e do TC da entrada,
64 porm de enrolamentos diferentes, pois, como foi dito anteriormente, ele opera como proteo de retaguarda para o caso do rel principal falhar. Na folha oito do caderno do Esquemtico (folha 84 do Anexo II), no exemplo de caso de estudo, temos a chegada dos sinais de tenso e de corrente do rel 1L1MF3, que so os mesmos que chegam ao rel 1L1MF1, s que sem o sinal de tenso da barra, uma vez que a funo do rel 1l1MF3 apenas de medio e operao do sistema que o painel engloba.
5.3 Diagrama Funcional: O Diagrama Funcional, ou simplesmente Funcional, o principal desenho do projeto eltrico. Nele, demonstramos toda lgica dos contatos e os intertravamentos eltricos. Para a sua elaborao, necessita-se dos desenhos do fabricante dos equipamentos envolvidos. No Funcional, temos basicamente trs tipos de circuitos que entram e saem do painel, o de alimentao ou de fora, os de controle e os de comando. Os circuitos de alimentao so aqueles que levam alimentao para o painel, seja ela CA ou CC, e que, no exemplo de caso, passam pelos bornes chamados de XE. Os circuitos de comando so aqueles que saem do painel para agir sobre o sistema, e que, no exemplo de caso, passam pelos bornes XC. J os circuitos de controle so aqueles que chegam ao painel trazendo informaes do campo ou de outros painis e, passam pelos bornes XD. No exemplo de caso, o funcional comea na folha dez do caderno do Esquemtico (folha 85 do Anexo II). Nesta folha e na seguinte temos a chegada da alimentao CC ao painel P1, vinda do painel chamado de QDCC. Aps passar pelos bornes as alimentaes seguem diretamente para os disjuntores de onde sairo para suas respectivas cargas, similar ao que acontece em instalaes eltricas de residncias, prdios e indstrias. Note que h dois circuitos trazendo alimentao para o painel, um para alimentar os circuitos principais e outro para os circuitos de emergncia.
65 Na folha 12 do caderno do Esquemtico (folha 87 do Anexo II), temos uma representao das sadas digitais do rel 1L1MF1, contatos atravs dos quais este age sobre o sistema, e o endereamento da folha onde estes contatos esto sendo usados. Esta representao no obrigatria, mas pode ajudar em uma anlise posterior do documento e, ainda, auxiliar o projetista, para que no se engane e utilize o mesmo contato em mais de um circuito. Observe que, a partir da folha mencionada, tem-se uma barra com a funo do circuito abaixo dela. Por exemplo, pode-se ver que a chave BO1, figura 46, est sendo utilizada para TRIP (desligamento) por proteo.
Nas folhas treze e quatorze do caderno do Esquemtico (folhas 88 e 89 do Anexo II), temos a alimentao do rel nos contatos F1 e F2 e a representao das entradas digitais do rel 1L1MF1, contatos atravs dos quais este recebe a informao externa, e os circuitos que nelas sinalizam. Nas entradas BI1, BI2, BI3 e BI4, o rel recebe a sinalizao referente ao disjuntor 1L1K4, se est aberto, fechado, se permitido o religamento, e o comando para o fechamento. As entradas BI5 e BI6 recebem o estado atual da proteo, se normal ou transferida (situao em que o disjuntor AC1K4 substitui o 1L1K4 por defeito ou manuteno neste e etc.). A entrada BI7 deixada como reserva para utilizao futura assim como a BI20. A entrada BI8 recebe o sinal de Q2 que est na caixa de juno, para informar que o disjuntor do
66 secundrio do TP est desligado, como foi referido no item do Diagrama Trifilar. As entradas BI9 a BI14 recebem a informao da situao das secionadoras 1L1K1, 1L1K2 e 1L1K6, se abertas ou fechadas. A entrada BI15 recebe um sinal do rel 1L1MF2 de bloqueio de religamento. As entradas BI16 a BI19 recebem informao do painel de proteo das barras, PB138kV, do estado do disjuntor AC1K4 e de falha deste disjuntor. Na folha quinze do caderno do Esquemtico (folha 90 do Anexo II), temos a bobina de acionamento dos rels auxiliares da proteo principal, 94PX1 e 94PX2, que podem ser acionadas pelo rel digital, por motivo de proteo ou falha no disjuntor. Nesta folha tambm encontramos uma bobina de rel ligada diretamente alimentao. Este rel, 27CC4, tem a funo de sinalizar quando h falta de alimentao neste circuito e deve ficar sempre no final deste. Toda alimentao ter no final de seu circuito um rel 27CC. Da folha 17 a 20 do caderno do Esquemtico (folhas 91 a 94 do Anexo II), se repete para o rel 1L1MF2 o que foi feito para o rel 1L1MF1, uma vez que ambos realizam a mesma funo, sendo um o principal e outro, o de retaguarda. Nas folhas 22 e 23 do caderno do Esquemtico (folhas 95 e 96 do Anexo II), temos as sadas do rel 1L1MF3. Este rel, como foi dito anteriormente, tem a funo de realizar a medio e coordenar os outros rels do painel P1. Por este motivo, possui mais entradas e sadas digitais que os anteriores. Nas folhas 24 a 27 do caderno do Esquemtico (folha 97 a 100 do Anexo II), encontramos as entradas digitais do rel 1L1MF3. Este rel recebe nas suas entradas BI1 a BI6 os sinais vindos diretamente do disjuntor 1L1K4, que indicam: disjuntor aberto, fechado, perda de SF6, bloqueio por falta de SF6, mola descarregada e posio da chave local como local ou remota. As entradas BI8 a BI11 recebem o sinal referente superviso das bobinas de abertura do disjuntor, feita pelos rels SB1 e SB2, e o sinal de superviso de alimentao nestes circuitos. Nas entradas BI13 a BI 22, temos a sinalizao do estado das secionadoras 1L1K1, 1L1K2, 1L1K5, 1L1K6 e 1L1K7 (abertas ou fechadas). Nas entradas BI25 a BI38, temos as mesmas sinalizaes do disjuntor 1L1K4 e das secionadoras s que referente ao disjuntor
67 AC1K4 e as secionadoras AC1K1 e AC1K2. Estes sinais vm do painel PB138kV, que o painel responsvel pela proteo destes equipamentos. Depois, nas entradas BI39 e BI40 temos uma sinalizao da proteo como normal ou transferida, mas apenas para verificao, uma vez que este mesmo rel que gera o sinal. Por fim, nas entradas BI46 a BI48 temos uma sinalizao de falha nos rels da outra linha de entrada. O rels digitais possuem contatos especiais, que neste caso so chamados de LSC, que ficam abertos enquanto o rel est funcionando. Se ele pra de funcionar por algum motivo, este contato fecha sinalizando defeito. interessante observar que os contatos de sinalizao das secionadoras e do disjuntor so classificados como tipo a ou b, e no NA ou NF, como no caso de contatores. Nos contatores seus contatos so classificados com normalmente abertos ou fechados conforme o estado que tomam quando sua bobina no est energizada, mas isto no ocorre com as secionadoras e com os disjuntores, quando estes equipamentos so desenergizados eles mantm seu ltimo estado. Dessa forma, a classificao adotada de: contatos do tipo a, que so aqueles que esto abertos quando os contatos principais esto abertos e fechados quando os contatos principais esto fechados; e contatos do tipo b, que so aqueles que esto abertos quando os contatos principais esto fechados e fechados quando os contatos principais esto abertos. Nas folhas 28 a 30 do caderno do Esquemtico (folha 101 a 103 do Anexo II), temos os rels auxiliares, cuja funo multiplicar os contatos de sinalizao ou de operao, de modo a no sobrecarregar um nico contato do rel ou do equipamento, ou ter que se utilizar mais de um contato para a mesma funo. Na folha 28 do caderno Esquemtico temos o rel auxiliar 25X que pode ser acionado pelo rel principal ou pelo rel de retaguarda para sinalizar sincronismo. O rel auxiliar 79AC1K4 que s opera na situao de proteo transferida, transmitindo o sinal de religamento do disjuntor AC1K4. O rel auxiliar 1L1K4AX que opera a abertura do disjuntor principal por comando do rel 1L1MF3. O rel auxiliar 1L1K4FX que opera o fechamento do disjuntor principal por comando do rel 1L1MF1 ou do rel 1L1MF2 caso a proteo esteja em normal, ou ainda pelo rel 1L1MF3 se o sincronismo
68 permitir. O rel auxiliar 1L1K4FX2 que utilizado para sinalizar para os demais rels que o rel 1L1MF3 est emitindo comando de fechamento do disjuntor. Encontramos aqui tambm a bobina do rel 43TPX comentado no item de Diagrama Trifilar. Nas folhas 29 do caderno do Esquemtico (folha 102 do Anexo II), encontramos o acionamento dos rels 43X1 e 43X2 que auxiliam no chaveamento de situao da proteo (normal ou transferida), dos rels auxiliares para multiplicar os contatos de sinalizao de aberto ou fechado do disjuntor 1L1K4 e das secionadoras (1L1K1, 1L1K2 e 1L1K6) e do rel auxiliar 68X que multiplica os contatos deste disjuntor que sinaliza sua permisso para religamento. Nas folhas 31, 32 e 33 do caderno do Esquemtico (folha 104,105 e 106 do Anexo II), vemos o acionamento do disjuntor 1L1K4. Na folha 31 do caderno do Esquemtico temos o sinal para fechamento deste disjuntor, que feito pelos contatos do rel auxiliar 1L1K4FX com a permisso do painel de proteo das barras que poder impedir o fechamento do disjuntor atravs dos contatos do rel auxiliar 86B. Vemos tambm a ligao em srie dos contatos b das secionadoras 1L1K1, 1L1K2 e 1L1K5. Analisando o desenho de fabricante do disjuntor vemos que quando as trs secionadoras estiverem abertas elas acionaro o dispositivo anti-bombeamento do equipamento, que impede que o disjuntor seja fechado enquanto o dispositivo estiver acionado. Nas duas folhas seguintes temos os circuitos de Abertura 1 e de Abertura 2. Os disjuntores de potncia possuem duas bobinas de abertura, por questes de segurana, denominadas de Abertura 1 e Abertura 2. As bobinas de abertura podem ser acionada por sinal remoto, contatos do rel auxiliar 1L1K4AX, ou pelas protees principal ou de retaguarda quando, operando em proteo normal. Nas folhas 34 a 37 do caderno do Esquemtico (folha 107 a 110 do Anexo II), temos o comando das quatro secionadoras feito diretamente pelo rel 1L1MF3. Na folha 38 do caderno do Esquemtico (folha 111 do Anexo II), temos os arranjos responsveis pela sinalizao em outros painis e o endereamento das pginas e cadernos onde so utilizados. Esta folha, assim como a de sadas digitais do rel, no essencial no projeto, mas auxilia na localizao e anlise posterior do projeto.
69 Na folha 41 do caderno do Esquemtico (folha 112 do Anexo II), tem-se o circuito CA de iluminao e aquecimento do painel, acionados pelas chaves fim de curso (iluminao) e pelo termostato (aquecimento), e a tomada para usos gerais.
5.4 Desenhos Construtivos: Os Desenhos Construtivos, apresentados no Anexo III, so aqueles que mostram a disposio dos equipamentos dentro do painel. So relativamente simples de serem montados uma vez que o fabricante do painel fornece todos os seus desenhos e vistas (como por exemplo o desenho que aparece na figura 47), sendo necessrio ao projetista apenas listar os equipamentos que aparecem nos Diagramas Trifilar e Funcional, escolher um painel que os comporte, distribu-los e discriminar a lista de material. bvio que se devem seguir critrios para distribuio destes equipamentos.
70 No exemplo de caso, a distribuio nos painis foi feita da seguinte forma: No painel mvel os rels digitais e as chaves teste; Na chapa posterior ao painel mvel, foram colocados os rels biestveis na parte superior Logo abaixo dos rels biestveis foram colocados os disjuntores e os demais rels auxiliares. Na parte de trs do painel foram colocadas as rguas de bornes. O Desenho Construtivo utilizado para montagem do painel e criao do diagrama de fiao permitindo que se escolha o melhor traado.
5.5 Diagramas de Fiao e de Interligao: Os Diagramas de Fiao e Interligao so documentos gerados apenas para facilitar a montagem da SE, uma vez que quem faz a montagem no tem tempo para analisar e entender o projeto, sendo sua elaborao relativamente simples. O Diagrama de Fiao apresentado no Anexo IV e mostra todas as ligaes internas ao painel. O Anexo V, por sua vez, apresenta o Diagrama de Interligao, mostrando as ligaes entre um painel e outro painel, cubculo, caixa de ligao ou equipamento na rea. Existem vrias formas de representar o Diagrama de Fiao, mas o mais comum na forma de tabela, onde as duas primeiras colunas so do equipamento e seus terminais e as seguintes indicam a qual(is) terminal(is) est ligado. No caso de um mesmo ponto eltrico que se liga a vrios equipamentos, deve-se fazer uma ordem de ligao que deixe o painel mais organizado e que tente economizar cabo, interconectando os equipamentos mais prximos, lembrando que as bobinas dos rels de superviso de tenso devem ficar no final do circuito eltrico para sinalizar qualquer falta de alimentao neste. Para a montagem do Diagrama de Interligao, levanta-se todos os cabos e depois se agrupa os que ligarem os mesmos equipamentos e tiverem a mesma funo (corrente, tenso, controle, comando, alimentao). O agrupamento pode ser em cabos de 2, 3, 4 ou mais veias (cabos que compes o cabo principal), mas geralmente se
71 padroniza dois, trs ou quatro tipos de cabos para evitar a necessidade de comprar pedaos de cabos diferentes e facilitar a compra. comum em alguns cabos deixar algumas veias reservas para uso futuro.
5.6 Lista de Cabos: A Lista de Cabos apresentada no Anexo VI e um documento gerado a partir da Interligao. Neste documento listam-se todos os cabos que aparecem na interligao bem como seus pontos de origem e destino, funo, suas metragens e seus tipos. Estas informaes podem variar de projeto para projeto dependendo do padro do cliente. A Lista de Cabos utilizada para compra de cabos, mas principalmente para o lanamento destes. Na montagem da SE o tcnico utiliza esta lista junto com a rota criada no projeto eletromecnico para fazer o lanamento. A prpria rota de cabos criada com base neste documento, apesar do projetista experiente j ter uma idia de quais sero as principais rotas.
5.7 Diagramas Lgicos: Os rels digitais podem realizar operaes conforme a programao que recebam. Os Diagramas Lgicos so a forma de reapresentar esta programao, fazendo uso de lgica digital que utiliza as informaes das entradas, variveis internas criadas pelo programador e comandos vindos do IHM para operar equipamentos ou bloquear a operao quando a situao no permitir. No Anexo VII encontra-se um exemplo deste diagrama para abertura de um disjuntor. A representao feita com o uso de portas lgicas digitais (E, OU, NO, XOU, etc.) e algumas funes especiais. Entre estas funes especiais est o bloco de atraso de tempo, representado na figura 48. Este bloco indica que quando sua entrada muda para nvel lgico 1 a sada s muda aps algum tempo que indicado na parte superior do bloco, e quando a entrada muda para nvel lgico 0 a sada muda instantaneamente. Ele utilizado para se evitar falsas sinalizaes de defeito ou erro durante algumas operaes onde se esperam que elas possam ocorrer. Por exemplo, em
72 uma chave utilizado um contato do tipo a para sinalizar que a chave est aberta e um contato do tio b para sinalizar que ela est fechada. Caso as duas chaves enviem um sinal com mesmo nvel lgico ocorre o que chamado de Discordncia de Posio ou Posio Indefinida, ou seja, h indicao de que a chave est fechada e aberta ao mesmo tempo ou que no est nem fechada nem aberta. A primeira situao pode ocorrer por falha nos contatos de sinalizao, enquanto a segunda pode ocorrer por falha nos contatos ou porque a chave no abriu completamente. De qualquer modo, um defeito que deve ser sinalizado, mas quando a chave est abrindo ou fechando existe um momento em que os dois tipos de contato esto abertos. Esta situao transitria ir se repetir todas as vezes que uma chave for operada, mas no um defeito. Nesta situao usado o bloco de atraso de tempo com um intervalo de tempo igual ao tempo de abertura da chave mais um intervalo de segurana para se ter certeza que no haver nenhuma sinalizao de defeito neste momento.
A figura 49 mostra a aplicao deste bloco em um como o que acabou de ser descrito, mas para o disjuntor 1L1K4. Esta imagem pode ser mais bem visualizada no Anexo VII. Quando as sinalizaes de aberto e fechado possurem nveis lgicos diferentes a porta XOU sinaliza que o disjuntor est em operao normal. Se o disjuntor est em operao normal E est sendo sinalizado disjuntor aberto ento sinaliza disjuntor aberto. O mesmo ocorre para o disjuntor fechado. Caso as sinalizaes de aberto e fechado sejam iguais a sinalizao de disjuntor em operao normal vai para 0. Este sinal invertido pela porta NO e se permanecer por algum tempo, que neste caso 1 segundo, ento sinalizado posio indefinido.
73
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Outro bloco utilizado o Set-Reset, representado na figura 50. Este bloco similar ao flip-flop tipo SR e auxilia a elaborao da lgica em alguns casos, permitindo que ela seja minimizada. Quando recebe nvel lgico 1 no pino Set ento a sada vai para 1, quando o Reset recebe 1 a sada vai para 0. Quando as duas entradas esto em zero, a sada permanece no nvel lgico que estava e quando as duas entradas esto em 1 ento a prioridade para o Reset (Sada em 0).
Um exemplo de aplicao do bloco Set-Reset visto na figura 48 que tambm est no Anexo VII. Todos os comandos e sinalizaes referem-se ao disjuntor 1L1K4. A lgica pode ser colocada da seguinte forma: [(se o IHM ordenar o fechamento do disjuntor E a chave do rel 1L1MF3 no estiver em operao local) OU (se a chave do rel 1L1MF3 estiver em operao local e houver um comando manual para fechamento)] E (a chave do disjuntor no estiver em local E o disjuntor no estiver com algum sinal de falha acionado E a Secionadora 1L1K7 estiver aberta secionadora de aterramento da linha) ento o bloco setado e a ordem do disjuntor fechar dada. Se o disjuntor estiver fechado OU houver falha no comando do disjuntor 1L1K4 OU o inverso de (a chave do disjuntor no estiverem local E o disjuntor no estiver com algum sinal de falha acionado E a Secionadora 1L1K7 estiver aberta) o bloco resetado e sai o comando de fechamento. A ordem de fechamento dada com um pulso de tenso e possvel observar que se dado o comando de fechamento do disjuntor nos terminais do rel ele permanece at que o disjuntor abra, sendo assim o comando de fechamento ser apenas um pulso de tenso. O comando de abertura idntico ao comando de fechamento. O sinal de falha do
75 comando gerado caso o comando de abertura ou o de fechamento fique acionado por algum tempo.
76
CONCLUSES:
Neste trabalho, foi apresentado um estudo breve sobre subestaes, seus
principais equipamentos e arranjos de barramento comumente utilizados. Tambm foi apresentado um resumo sobre proteo de uma SE e sobre o rel digital que, desde que alcanou um nvel maior de confiabilidade e de viabilidade econmica, tornou-se pea chave na automao de subestaes por permitir a unificao da proteo, comando e medio, bem como a comunicao com um computador atravs de um protocolo de rede. Foram definidas as partes que compem o projeto de uma SE automatizada, dentre as quais, destaca-se o Projeto Eltrico (objeto de estudo deste projeto), bem como os documentos que o compem. A fim de facilitar a sua compreenso, foi realizado o projeto eltrico bsico de uma SE como exemplo de caso. importante ressaltar que, durante a realizao deste projeto, no foram abordados tpicos de proteo tais como seletividade, uma vez que, na prtica, as concessionrias de energia j apresentam este estudo pronto quando da contratao do projeto da SE. comum, que as concessionrias repassem tais informaes diretamente aos fabricantes dos rels para que estes faam a sua devida parametrizao a fim de atender coordenao de seletividade definida no estudo. No entanto, comea a surgir uma forte tendncia para que este estudo passe a ser feito pelo responsvel pela elaborao do projeto eltrico. Sugere-se como temas para futuros trabalhos, o estudo e a elaborao dos projetos eletromecnico e arquitetnico de uma SE, bem como, os estudos relativos definio das protees e da seletividade da mesma.
DE Equip. 1L1MF1 1L1MF1 1L1MF1 1L1MF1 1L1MF1 1L1MF1 1L1MF1 1L1MF1 1L1MF1 1L1MF1 1L1MF1 1L1MF1 1L1MF1 1L1MF1 1L1MF1 1L1MF1 1L1MF1 1L1MF1 1L1MF1 1L1MF1 1L1MF1 1L1MF1 1L1MF1 1L1MF1 1L1MF1 1L1MF1 1L1MF1 1L1MF1 1L1MF1 1L1MF1 1L1MF1 1L1MF1 1L1MF1 1L1MF1 1L1MF1 1L1MF1 1L1MF1 1L1MF1 1L1MF1 1L1MF1 1L1MF1 1L1MF1 1L1MF1 1L1MF1 1L1MF1 1L1MF1 1L1MF1 1L1MF1 1L1MF1 1L1MF1 1L1MF1 1L1MF1 1L1MF1 1L1MF1 1L1MF1 1L1MF1 1L1MF1 1L1MF1 1L1MF1 1L1MF1 1L1MF1 1L1MF1 1L1MF1 1L1MF1 1L1MF1 1L1MF2 1L1MF2 1L1MF2 1L1MF2 1L1MF2 1L1MF2 1L1MF2 1L1MF2 1L1MF2 1L1MF2 1L1MF2 Term. Q1 Q2 Q3 Q4 Q5 Q6 Q7 Q8 R13 R14 R15 R16 R17 R18 F1 F2 F3 F4 F5 F6 F7 F8 F9 F10 J1 J2 J3 J4 J7 J8 J9 J10 J11 J12 K1 K2 K3 K4 K5 K6 K7 K8 K9 K10 K11 K12 K13 K14 K15 K16 K17 K18 R1 R2 R3 R4 R5 R6 R7 R8 R9 R10 R11 R12 Terra Q1 Q2 Q3 Q4 Q5 Q6 Q7 Q8 R13 R14 R15
PAINEL P1 - LINHA 1L1 - 138kV - FIAO PARA Equip. Term. Anilha Equip. 1L1CT1 1L1CT1 1L1CT1 1L1CT1 1L1CT1 1L1CT1 1L1CT1 1L1CT1 1L1CT2 1L1CT2 1L1CT2 1L1CT2 1L1CT2 1L1CT2 1L1MF2 72.4 XD XD 1L1K4Y 1L1K4X D1 1L1K4FX2 43X2 1L1MF1 1 3 5 7 9 11 13 15 9 11 1 7 3 5 J11 4 91 92 14 14 K 14 61 F2 1L1CT1-1 1L1CT1-3 1L1CT1-5 1L1CT1-7 1L1CT1-9 1L1CT1-11 1L1CT1-13 1L1CT1-15 1L1CT2-9 1L1CT2-11 1L1CT2-1 1L1CT2-7 1L1CT2-3 1L1CT2-5 1L1MF2-J11 72.4-4 XD-91 XD-92 1L1K4Y-14 1L1K4X-14 D1-K 1L1K4FX2-14 43X2-61 1L1MF1-F2
FI-001 PARA Term. Anilha Seo mm2 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 Cor CZ CZ CZ CZ CZ CZ CZ CZ CZ CZ CZ CZ CZ CZ CZ CZ CZ CZ CZ CZ CZ CZ CZ CZ
FL. do esq.
R4 F10 F3
1L1MF1
R10
1L1MF1-R10
6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 13 13 38 38 13 13 13 13 13 13
XC XC XC XD 1L1MF1 XD 1L1K1Y 1L1K1X 1L1K2Y 1L1MF1 1L1K2X 1L1K6Y 1L1K6X 1L1MF2 XD XD XD XD 1L1MF1 XD 1L1MF1
XC-72 XC-71 XC-73 XD-33 1L1MF1-K9 XD-14 1L1K1Y-14 1L1K1X-14 1L1K2Y-14 1L1MF1-R12 1L1K2X-14 1L1K6Y-14 1L1K6X-14 1L1MF2-J12 XD-6 XD-7 XD-9 XD-10 1L1MF1-K5 XD-12 1L1MF1-K14 1L1MF2 F1 1L1MF2-F1
1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5
CZ CZ CZ CZ CZ CZ CZ CZ CZ CZ CZ CZ CZ CZ CZ CZ CZ CZ CZ CZ CZ
38 38 38 19 19 13 13 13 14 13 14 14 14 14 14 14 14 14 14 14 14
1L1MF1
K14
1L1MF1-K14
1L1MF1 94PX1
K16 A2
1L1MF1-K16 94PX1-A2
94PX1 1L1MF1 1L1MF1 1L1MF1 XD 1L1MF2 1L1MF1 1L1MF2 43X1 1L1MF1 1L1MF1 BG 1L1CT3 1L1CT3 1L1CT3 1L1CT3 1L1CT3 1L1CT3 1L1CT3 1L1CT3 1L1CT4 1L1CT4 1L1CT4
A1 R1 R2 F1 87 R6 R5 R8 61 F10 R10 2 1 3 5 7 9 11 13 15 9 11 1
94PX1-A1 1L1MF1-R1 1L1MF1-R2 1L1MF1-F1 XD-87 1L1MF2-R6 1L1MF1-R5 1L1MF2-R8 43X1-61 1L1MF1-F10 1L1MF1-R10 BG-2 1L1CT3-1 1L1CT3-3 1L1CT3-5 1L1CT3-7 1L1CT3-9 1L1CT3-11 1L1CT3-13 1L1CT3-15 1L1CT4-9 1L1CT4-11 1L1CT4-1
R2 R3 A1 R7 R5
1L1MF1 1L1MF1
R12 K5
1L1MF1-R12 1L1MF1-K5
1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 1,5 1,5 1,5
CZ CZ CZ CZ CZ CZ CZ CZ CZ CZ CZ VD CZ CZ CZ CZ CZ CZ CZ CZ CZ CZ CZ
15 15 15 15 28 28 28 28 13 13 13
7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7
131
REFERNCIAS:
[1]SIEMENS, SIPROTEC 47SA522, Manual do fabricante [2]https://www.easy-line.siemens.com/irj/portal/ptddss/public/en/global-
04/home [3]ABB, Proteo e controle para redes de transmisso Guia de seleo IED670 [4]GE, Catlogo Rel diferencial de rede L90 [5]Procedimentos de Rede, Mdulo 12: Medio para Faturamento Operador Nacional do Sistema (ONS) [6]Subestaes Eltricas, Centro Federal de Educao Tecnolgica do ES [7]Equipamentos Eltricos Especificao e Aplicao em Subestaes de Corrente Alternada, Furnas/UFF, 1995 [8]Proteo de Sistemas Eltricos, Ligth, Editora Intercincia, 2002 [9]Apostila de Proteo, Captulo 8, disponvel no endereo eletrnico http://www.dee.ufrn.br/~marcos/arquivos/Prote%E7%E3o/Apost.%20prot.%20%2099 %20-%20Cap.%208%20-%20dig..pdf [10] Automao e Digitalizao de Usinas, Subestaes e Redes de Distribuio, Chesf Companhia Hidro Eltrica do So Francisco.