Xadrez - Fundamentos de Tatica
Xadrez - Fundamentos de Tatica
Xadrez - Fundamentos de Tatica
Com muita satisfação apresentamos aos nossos visitantes o prefácio e o primeiro capítulo do
livro Fundamentos de tática, de autoria do mestre internacional Alexandru Segal.
Conforme contato com o renomado mestre, que nos autorizou a publicação na íntegra de sua
excelente obra, decidimos então levar ao leitor amigo um pouco de seu vasto conhecimento
sobre tática, que veio a consagrá-lo nacional e internacionalmente. Segal tem uma grande
afinidade com essa difícil arte que é o mundo mágico das combinações e suas partidas são
exemplos constantes da melhor maneira de explorá-las.
A cada mês publicaremos um novo capítulo e em breve teremos todo o livro disponível. A obra
tem 15 capítulos, 66 páginas e foi editada no ano de 1982.
Prefácio
A tática constitui, sem dúvida, um dos mais importantes elementos do xadrez. Sua aplicação
causa, além de um resultado concreto e objetivo, uma impressão harmoniosa, onde todos os
componentes participam de uma verdadeira “revolução” em determinado instante da partida.
No seu desenvolvimento se aprecia, geralmente, o xadrez como verdadeira obra de arte.
Quais os fatores pertinentes à tática? Como, quando e por que ela existe? Qual sua relação
com a estratégia? Como aplicar os elementos táticos e como reconhecê-los?
Para essas perguntas acreditamos ter encontrado respostas satisfatórias aos estudantes do
xadrez. Baseados na experiência própria e em diversos exemplos extraídos do cotidiano
enxadrístico, temos a certeza de podermos prestar aos leitores um cabedal de informações que
propiciará uma aprendizado correto.
O presente trabalho contém quinze capítulos. Os quatro primeiros são dedicados às definições
e exemplos da tática. Os dez capítulos subseqüentes tratam, em separado, com exemplos
elucidativos, cada um dos elementos que compõem as combinações básicas. O último capítulo
apresenta uma recapitulação através de uma “bateria de vinte exemplos” sobre a matéria
apresentada, com respostas à parte para que os enxadristas possam verificar seu
aproveitamento. Nas páginas que se seguem, procuramos colocar os amantes do xadrez
dentro do fantástico mundo da combinação. Longe da idéia de esgotar este tema, queremos
que os nossos leitores compreendam a essência das combinações e seus elementos básicos.
Isto acontecendo, o autor sentir-se-á realmente recompensado.
Capítulo I
Definições
O objetivo final que um enxadrista persegue quando joga uma partida é dar mate ao rei
adversário. Este objetivo é claro e preciso, por isso não é de estranhar que a primeira
tendência de qualquer jogador principiante é de decorar algumas ciladas elementares, com a
ajuda das quais (e também com a contribuição do adversário) pode dar mate em poucos
lances.
No tempo da juventude do xadrez moderno (séculos XVI e XVII) os mestres Paolo Boi,
Gioachino Greco (italianos) e Ruy Lopez (espanhol) eram jogadores impetuosos de ataque,
seguindo sempre em suas partidas um caminho rápido para mate. Os poucos livros de xadrez
que existiam eram cheios sobretudo de ciladas de aberturas, mas sobre o jogo posicional não
se sabia quase nada.
Evidentemente que dar mate ao rei adversário todos sabem, mas o caminho para atingir este
objetivo não é fácil de ser encontrado. Na época do xadrez moderno se procurava ataque direto
ao rei adversário, indiferente da posição. Essa concepção de jogo se manteve por muito tempo
pois as partidas jogadas permitiam combinações com espetaculares sacrifícios.
Partindo dessa constatação, Steinitz sublinhou que o objetivo final da partida – o mate – não
pode ser alcançado de uma só vez. Os ataques rápidos no começo do jogo são possíveis
somente como conseqüência de erros do oponente, mas frente a uma defesa correta eles são
inadequados.
Em decorrência disso, antes de alcançar o objetivo final – o xeque-mate – têm que ser criadas
as bases necessárias para que o ataque tenha sucesso e estas bases só podem ser adquiridas
através de planos estratégicos elaborados com apreciação objetiva da posição. Essa idéia de
acumulação de pequenas vantagens posicionais para decidir partidas, seja através de uma
vantagem posicional decisiva ou da criação das condições necessárias para um ataque
vitorioso, constitui a base da estrutura moderna do xadrez.
Estabelecer um plano adequado em uma partida, é muito importante, mas apenas isso não
resolve o problema. É necessário que este plano seja posto em prática, traduzido em lances.
Parece que isso é muito fácil, no momento em que se estabelece um plano: colocar o cavalo
numa casa central por exemplo. Mas nesse ponto começam a se complicar as coisas, pois o
adversário prevê a nossa idéia e tenta impedi-la. Ele possui o seu próprio plano e quer realizá-
lo. Cada uma das partes vai tentar impor o seu plano e ao mesmo dificultar o do oponente.
Dessa maneira nasce a luta tática que mostra claramente a capacidade de cada jogador de
transformar as idéias em lances que contribuam o melhor possível à realização do plano
proposto. Aqui entra em jogo a habilidade do enxadrista de combinar e calcular uma série de
lances (variantes). Devem-se analisar com profundidade os movimentos subseqüentes e as
conseqüências decorrentes de uma jogada.
Podemos estabelecer que no xadrez a estratégia consta da elaboração dos planos de menor
ou maior envergadura baseados na apreciação objetiva da posição. A tática significa um modo
de alcançar esses planos. Daqui resulta logicamente que a estratégia é abstrata e a tática
concreta.
Devemos notar que o equilíbrio entre estratégia e tática nunca é estável. Depende da
capacidade e preferências de cada jogador e da realidade objetiva do tabuleiro. Há indivíduos
que gostam mais do caminho estratégico e outros que se baseiam quase que exclusivamente
nos golpes táticos.
O fato de que os golpes táticos têm seqüências imediatas fazem com que a tática apresente
uma importância maior que a estratégia.
Por isso todos os grandes jogadores da história do xadrez, independentemente do seu nível, do
ponto de vista estratégico, sempre foram excelentes táticos.
Fundamentos de tática: capítulo II - MI Alexandru Segal
Veja o capítulo I
Capítulo II
Partida Modelo
Como exemplo prático apresentamos uma partida "clássica" que reflete a luta estratégica e
tática em todas as fases e que representa após mais de quarenta anos, um modelo
maravilhoso.
R.Fine P.Keres
Torneio A .V.R.O.
Amsterdã - 1938
1.e4 e5
2.Cf3 Cc6
3.Bb5 a6
4.Ba4 Cf6
5.O-O Be7
6.De2 b5
7.Bb3 d6
8.a4 ...
Atualmente esta variante (de abertura) é pouco encontrada em torneios magistrais. Na época
era considerada como a melhor variante especialmente porque Fine havia conseguido
expressivas vitórias com essa linha. A intenção das brancas é criar algumas dificuldades de
desenvolvimento para as pretas em ligação com o ataque sobre o b7.
Esse plano estratégico estaria correto se as pretas fossem obrigadas a defender o peão, mas
como vamos ver, esse plano pode ser combatido de forma tática.
Considerando-se que o objetivo dessa primeira fase da partida é o desenvolvimento rápido das
peças, Keres utiliza um método tático bastante usual nas abertura, sacrifica o peão atacado
para ganhar tempos tornando suas peças mais dinâmicas, compensando a desvantagem
material.
8 ... Bg4
9.c3 O-O
10.a4xb5 a6xb5
11.Txa8 Dxa8
12.Dxb5 ...
As brancas decidem respeitar seu plano e tomam o peão. Baseado na experiência desta
partida a teoria recomenda o plano mais tranqüilo com 12.d3.
12 ... Ca7!
A idéia tática das pretas começa a se definir. Elas liberam a diagonal a8-h1, obtendo com
tempo contra-jogo com ataque sobre e4. A principal variante que Keres teria que calcular seria
13.Da5 Dxe4 14.Dxa7 Bxf3 15.gxf3 Dxb1 16.Dxc7 Dg6+ 17.Rh1 Dd3! 18.Rg1 Ch5 19.Dxe7
Cf4! e as pretas ganham por causa da ameaça de Dg6+ seguido de mate e se 20. Dg5 Ch3+ e
ganham, seguido de Ce2+ ou Dg1++. (Se Dh4) ... Dxf3.
13.De2 Dxe4!
14.Dxe4 Cxe4
A fase de abertura terminou com sucesso para as pretas que conseguiram primeiro
desenvolver suas peças e obterão agora por causa de uma ameaça tática, o enfraquecimento
da posição dos peões brancos. Por exemplo: as brancas não podem defender
satisfatoriamente Bxf3 com 15)Bd1 pois nesse caso seguiria 15...Cc5! e a penetração do
cavalo na casa d3 seria desvantajosa para as brancas.
15.d4 Bxf3
16.gxf3 Cg5
Agora a partida entra numa nova fase, a posição nesse momento é favorável às pretas que
mantêm a vantagem de desenvolvimento e têm uma estrutura de peões algo melhor. A única
compensação das brancas consta no par de bispos, mas a iniciativa está com as pretas que
utilizam para seu plano estratégico inicial: procurar enfraquecer ainda mais a estrutura de
peões das brancas impedindo ao mesmo tempo a abertura da posição (nesse caso o par de
bispos se tornaria perigoso) e assegurar para seus cavalos casas bem defendidas no centro
(princípio posicional de Steinitz). As pretas se baseiam também no fato que não seria bom para
seu adversário a troca 17.Bxg5, pois nesse caso desapareceria completamente qualquer contra
- chance das brancas e mesmo com bispos de cores opostas guardariam boas especialmente
por causa da fraqueza dos peões na ala do rei das brancas.
17.Rg2 Tb8
18.Bc4 exd4
19.cxd4 Ce6
Atacando o peão isolado de d4 as pretas forçam seu avanço, liberando a casa c5 para um dos
seus cavalos.
20.d5 Cc5
21.Cc3 Cc8
O segundo cavalo se prepara para entrar no jogo via b6 exercendo pressão sobre o peão fraco
de d5.
22.Te1 Rf8
23.Te2 f5?
Uma imprecisão tática, as pretas desejam instalar o seu bispo em f6 sem permitir a resposta
Ce4, mas o lance da partida enfraquece a casa e6 dando boas contra-chances às brancas.
Keres poderia aumentar sua vantagem posicional da seguinte maneira 23...Tb4; 24.Bb5 Ca7
25.Bc6 Cxc6 26.dxc6 Tc4 e o peão branco deveria cair.
24.Cb5 Cb6
25.b3 Cxd5
Esta continuação é praticamente forçada para as pretas porque senão as brancas jogariam
Cd4 com jogo excelente. A tentativa tática 25...c6? seria refutada com 26.dxc6 d5 27.c7! Tc8
28.b4 com bom jogo.
26.Cd4?!
É interessante observar como o plano estratégico influência o pensamento de Fine, ele segue a
partida baseado na utilização da casa e6 para contra-jogo e prefere esse lance. Mas, com a
apreciação mais objetiva da posição seria melhor para as brancas procurar salvação no final
em que se entraria com 26.Cxd6 Bxd6 27.Bxd5 Cxb3 28.Tb2 Ba3 29.Txb3 Txb3 30.Bxb3 Bxc1
31.Bc2 com boas chances de empate.
26 ... Cb4
27.Bd2? ...
Desta vez as brancas erram decisivamente de maneira tática, jogando 27.Cxf5 Bf6 28.Bf4 elas
obteriam boas chances de defesa. Essa continuação aponta outro defeito do lance preto 26...f5
especialmente a fraqueza em si do próprio peão.
27 ... d5!
Keres começa com esta jogada uma bonita continuação, sacrificando a qualidade para obter
dois peões passados e unidos na ala da dama. A seqüência que segue é praticamente forçada.
28.Bxb4 Txb4
29.Cc6 dxc4
30.Cxb4 cxb3
31.Cd5 Cd3
Novamente um golpe tático, embora o bispo esteja atacado duas vezes ele de fato não pode
ser capturado, pois se 32.Cxe7 Cf4+ 33.Rf1 Cxe2 e ganham. E se 32.Txe7 b2 33.Cc3 Rxe7 e a
posição e facilmente ganha para as pretas.
32.Td2 b2
33.Td1 c5?!
Seguindo sua idéia de unir os peões as pretas realizam um lance natural, mas não o melhor. A
continuação do jogo tático preciso seria 33...Cc1 34.Cc3 Bb4 35.Cb1 Bc5 e a futura entrada do
rei combinada com o avanço do peão de c7 decidiria rapidamente a partida.
34.Tb1 c4
35.Rf1 Bc5
36.Re2 Bxf2!
37.Ce3 c3!
<BR
38.Cc2 Ce1!
Os golpes táticos se sucedem sem interrupção, as duas peças pretas estão "en prise", mas
nenhuma pode ser tomada, pois se 39.Cxd1 Bxd1(se ameaça c2) 40.Rd3 Bd2 e ganham.
39.Ca3 Bc5
Após uma série de lances muito finos de novo as pretas cometem uma imprecisão. A jogada
natural 39...Bh4 colocariam as brancas em "zugzwang" pois o único lance possível 40.Rd1 a
resposta Cxf3 decide rapidamente. Agora as brancas têm de novo chances de defesa.
40.Rxe1 Bxa3
41.Rd1 Bd6
42.Rc2 ....
As brancas não tinham tempo de jogar 42.h3 por causa da manobra Bc5-g1 que seria
ganhadora.
42 ... Bxh2
43.Th1 Be5?!
Mais fácil seria 43...Bf4 44.Txh7 Rf7 45.Th1 Bd2 mas também a continuação escolhida é
suficiente para a vitória.
44.Txh7 Rf7
45.Th1 g5
46.Te1 Rf6
47.Tg1 Rg6
48.Te1 Bf6
49.Tg1 g4!
50.fxg4 f4
51.g5 Bd4
52.Td1 Be3!
53.Rxc3 Bc1
54.Td6+ ...
54 ... Rxg5
55.Tb6 f3
56.Rd3 Rf4
57.Tb8 Rg3
As brancas abandonam.
Não se poderia fazer mais nada contra o avanço combinado dos dois peões. Por exemplo:
58.Tg8+ Rf2 59.Tb8 Re1 60.Rc2 f2 61.Te8+ Rf1 62.Tf8 Re2 63.Te8+ Rf3 64.Tf8+ Bf4 e
ganham.
Lances 1 - 16: Fase de Abertura. Com um golpe tático engenhoso as pretas obtêm vantagem
posicional e iniciativa.
Lances 16 - 27: Fase de Meio Jogo. As duas partes manobram seguindo objetivos estratégicos
diferentes. As brancas tentam obter o desenvolvimento e também uma posição harmoniosa de
peças( as pretas tentam impedir isso e enfraquecer mais ainda a estrutura de peões brancos o
que elas conseguem) e colocar seus cavalos nas fortes casas centrais. As pretas também
desejam pressionar o peão de b2 branco trazendo o bispo para f6. Na realização dessa última
idéia cometem uma imprecisão que da muitas chances para as brancas.
Lances 27 - 31: Um erro de cálculo das brancas permite às pretas resolver taticamente o
problema da concretização de sua vantagem. Após a combinação efetuada chega-se a um final
que necessita de uma nova apreciação estratégica.
Lances 32 - 57: Fase decisiva. A apreciação estratégica da posição após a combinação das
pretas mostra uma vantagem decisiva. A realização dessa vantagem pode ser feita somente
após um jogo tático muito bom com pequenas combinações características. Teremos que
ressaltar que as ligeiras imprecisões das pretas nesta fase da partida somente vieram
prolongar a luta sem dar em momento algum chances reais de salvação para as brancas.
Veja o capítulo II
A maioria dos trabalhos que se ocupam com o aspecto tático do xadrez, são consagrados a
combinação, que, sem dúvida, constitui o elemento mais importante da tática e ao mesmo
tempo o mais interessante. Somente nos últimos tempos foram abordados outros aspectos da
tática fazendo-se uma diferença sobre a combinação propriamente dita e a manobra tática.
A resposta a essa pergunta não é muito simples de ser dada, pois vários grandes jogadores e
analistas do xadrez estudando esse problema chegaram a conclusões parecidas, porém não
idênticas, sobre o tema. resumiremos algumas delas.
Em seu trabalho “Manual de Xadrez”, Manuel Lasker, campeão mundial , entre 1894 e 1921,
aborda este tema explicando que “em certas posições existam certos lances, chamados
forçantes, que criam ameaças inesperadas e fortes, por exemplo: ameaças de mate, de
tomada de peça ou coroação de um peão. O objetivo desses lances é trocar todos os valores
naturais. Para contra-atacar esses lances forçantes o adversário tem à disposição lances de
defesa igualmente forçantes. Deste jeito o ataque, o contra-ataque, a defesa formam uma
seqüência, as vezes simples, as vezes mais complexas, chamada variante. Quando essas
seqüências se ramificam, por exemplo quando existem dois ou mais meios de defesa se pode
falar em cadeias de variantes”. Depois dessa definição de variante Lasker passa a definir
combinação da seguinte maneira: “se um grupo de variantes contém em si o resultado concreto
que merece atenção então a totalidade dessas variantes se chama combinação”.
Uma opinião não tão “catedrática” mas eloqüente citou o conhecido grande mestre Tartakower
que com seu habitual humor definiu a combinação como “uma faísca divina que encontra-se
fora do jogo de xadrez e que de fato, despreza aqueles princípios sobre tempo, espaço,
material e lógica que gostariam de conduzir o jogo exclusivamente...” ( publicado em Berlim,
1928, no livro “Schachmethodik”).
Podemos perceber que o elemento estético é também um fator importante nas combinações. A
maioria das combinações, se caracterizam por um elemento que lhes é comum, isto é, o
sacrifício. Sacrifício representa o rompimento temporário do equilíbrio quantitativo com o
objetivo de obter vantagem material e posicional ou uma definição imediata da partida (mate,
xeque perpétuo, afogado, etc).
A manobra tática significa exatamente este caso onde temos um objetivo claro realizado
através de lances forçados, mas onde não se produz o sacrifício. Essa manobre tática se
encontra freqüentemente na terminologia enxadrística sobre o nome de seqüência forçada.
Resumindo podemos dizer que combinação é um elemento principal da tática na qual a parte
ativa obtém uma vantagem objetiva, com a ajuda de uma série de lances forçados (com ou
sem sacrifícios) que na totalidade possui uma impressão estética.
O primeiro exemplo apresenta a clássica combinação efetuada por Botwinnik em sua partida
contra Capablanca no torneio internacional de Amsterdã em 1938 e o segundo exemplo vem a
ser uma manobra forçada numa partida disputada entre Capablanca e Yates. Nos dois
exemplos temos um objetivo claro, porém falta ao segundo o sacrifício.
Fazendo uma análise de qualquer combinação conhecida, podemos constatar que a realização
desta tem que passar, do ponto de vista analítico, pelas seguintes fases:
Estas etapas resumem o processo de pensamento efetuado por um jogador que faz uma
combinação. Durante uma partida é claro que estas etapas se sobrepõem, e o esforço recai
especialmente sobre os dois últimos tópicos (cálculo e apreciação). Os bons jogadores táticos
conseguem, devido ao talento e experiência, perceber quase instintivamente, a presença das
combinações em diversas posições, especialmente se elas decorrem logicamente do
desenvolvimento normal do plano estratégico.
Já no segundo grupo temos combinações muito mais difusas. O nome “ao acaso” não tem nem
de longe a intenção de diminuí-las, pois estas combinações podem aparecer em qualquer
momento devido às infinitas opções táticas que contém o xadrez. Na base de uma partida
qualquer descuido, qualquer erro, qualquer cálculo descuidado ou superficial das variantes
podem dar chance ao adversário de realizar um golpe tático inesperado.
Pachman,L – Bronstein,D
Match – Moscou x Praga (1946)
1.d4 Cf6 2.c4 d6 3.Cc3 e5 4.Cf3 Cbd7 5.g3 g6 6.Bg2 Bg7 7.0–0 0–0 8.b3 Te8 9.e4 exd4
10.Cxd4 Cc5 11.Te1 a5 12.Bb2 a4 13.Tc1 c6 14.Ba1 axb3 15.axb3 Db6 a fase de abertura
terminou já com algum sucesso para as negras na realização do seu plano. Ao preço de uma
só fraqueza (d6) suas peças ocupam posições favoráveis exercendo pressão sobre as casas
pretas, especialmente d4. A coluna a está em seu poder e o peão de b3 das brancas é fraco.
Para obter contrajogo as brancas teriam que conseguir o avanço f4, porém isso é irrealizável.
Na continuação as pretas aumentarão a pressão exercida pelo bispo de g7 16.h3 Cfd7 17.Tb1
Cf8 18.Rh2 h5! o começo de um plano de ataque muito original. As pretas obtiveram uma
melhor posição de peças do ponto de vista de seu plano estratégico. O objetivo desse corajoso
avanço é criar uma nova fraqueza na ala do rei branca, obtendo desta maneira, eventuais
possibilidades de concretizar sua vantagem posicional através do caminho tático 19.Te2 h4
20.Td2 parece que as brancas têm defendidas todas suas fraquezas. Mas como acontece
freqüentemente em posições nas quais a pressão posicional de uma das partes atingiu uma
grande intensidade, é exatamente agora que aparece a possibilidade de as pretas efetuarem
uma combinação bastante bonita. Esta combinação é conseqüência lógica do jogo posicional
das pretas que criou as premissas para a existência dessa combinação: as forças das brancas
estão mobilizadas na defesa das fraquezas na ala da dama e no centro ao tempo que as peças
pretas estão colocadas de tal modo que podem começar uma ação combinada nas quais serão
usadas todas as vantagens posicionais e o golpe principal será desferido na ala do rei
20...Txa1!! as pretas calcularam uma série de variantes que as leva à vitória mesmo contra a
melhor defesa das brancas. Essas variantes se baseiam na seguinte idéia combinativa: as
pretas "viram" que depois de uma série de lances forçados a dama preta penetra em f2 com
mate decisivo. Portanto, o tema dessa combinação é o ataque de mate contra a posição
enfraquecida do roque das brancas 21.Txa1 Bxd4 22.Txd4 Cxb3 23.Txd6 Dxf2 este é o lance
sutil em que se baseia toda a combinação das pretas. Agora as brancas não podem jogar
24.Dxb3 por causa da bonita variante 24...hxg3+ 25.Rh1 Bxh3 26.Tg1 Bxg2+ 27.Txg2 Df1+
28.Tg1 Dh3++. Por isso as brancas não têm outra defesa a não ser a que tentaram na partida
24.Ta2 Dxg3+ 25.Rh1 Dxc3 a combinação das pretas terminou, elas obtiveram duas peças por
torre e guardaram o ataque decisivo, que de fato ganhou a
partida em alguns lances 26.Ta3 (seria incorreto 26.Td3 por
causa de 26...Dc1) 26...Bxh3 27.Txb3 Bxg2+ 28.Rxg2
Dxc4 29.Td4 De6 agora a posição das brancas desmorona
em dois lances porque seu rei está exposto em demasia
30.Txb7 Ta8 31.De2 h3+ e as brancas abandonaram.
Veja o capítulo IV
Peças sobrecarregadas.
“Zugzwang”.
Por cravada se define uma situação em que uma peça não pode se movimentar porque, ao
fazê-lo, abre linhas de ação de uma peça própria, criando, dessa maneira, uma desvantagem.
Na prática encontramos a cravada sob duas formas:
a. Cravada absoluta – quando a peça cravada não pode se movimentar em hipótese alguma,
pois deixaria o rei em xeque.
b. Cravada relativa – quando, através do movimento da peça cravada, se deixa no “ar” uma
peça de valor superior a peça que deu causa à cravada.
Portanto, podemos resumir que a cravada, diminui a liberdade de uma peça em grande grau
(quando relativa) ou completamente (quando absoluta).
Por isso, a possibilidade de uma cravada constitui, muitas vezes, a premissa de uma
combinação possível.
Neste exemplo, com seu último lance Tfe8 as pretas cravaram de maneira absoluta a dama e
parece que obrigam as brancas a abandonar em seguida, mas a combinação existe! 1.Bxf7+
Rxf7 2.Tf1+ Rg8 3.Tf8+ Txf8 4.Dg7++.
Veja o capítulo V
O mecanismo das combinações que se baseiam numa peça sobrecarregada é simples: a peça
é forçada a deixar a defesa de uma casa ou de uma peça. Isso se realiza através de sacrifícios,
troca ou de forte ameaça.
Exemplos práticos:
A posição do diagrama merece uma análise atenta. A primeira
vista parece que o ataque das brancas não pode prosseguir de
imediato. Na realidade, as brancas têm uma linha forçada que se
baseia exatamente na peça sobrecarregada. No caso, essa peça é
o cavalo de f6 das pretas que defende, simultaneamente, o peão
de h7, o bispo de d7 e o peão de d5. O mestre internacional
Friydman, que jogava de brancas contra o Dr. Vidmar no
Torneio Internacional de Budapest em 1934, percebeu o detalhe
citado acima e começou sua combinação com 1.Cxd5! (abre a
diagonal sobre o bispo de d7. Se agora 1...exd5 2.Cxd7 Dxd7 3.Bxh7+! Rh8 4. Bf5+
desc. ganhando a dama). Podemos observar na análise dada acima que o cavalo de f6
não pode tomar nem em d5 nem em d7 por causa de Dxh7++. Percebemos
perfeitamente o mecanismo de ataque contra a peça sobrecarregada. As pretas
calcularam essa variante na partida, mas como não havia salvação perderam
rapidamente após 1...g6 2.Cxe7+ Dxe7 3. Bxc4 Txc4 4. Txc4
bxc4 5.Bg5 com posição ganhadora.
Veja o capítulo VI
Este tipo de combinação é muito usada no xadrez artístico (de composição), onde encontramos
os mais bonitos exemplos, mas aparece muitas vezes também no jogo prático.
Na sua forma mais elegante a combinação constitui-se em sacrificar uma peça numa
determinada casa onde convergem duas linhas de ação de peças adversárias distintas.
Qualquer uma dessas peças, tomando a peça sacrificada, interrompe a linha de ação de
defesa sobre outro ponto do tabuleiro.
O ataque duplo é uma arma tática utilizada várias vezes, tanto isolada quanto elemento
componente de combinações mais complexas. Podemos afirmar que o ataque duplo
representa a forma mais comum de elementos táticos na partida de xadrez. Não existem,
quase, partidas - desde as de principiantes e até as de grandes mestres - onde não
encontramos pelo menos uma ameaça de xeque-duplo. A forma mais simples do ataque duplo
é o assim chamado “garfo”, isto é, quando um peão ataca simultaneamente duas peças. Quem
não sofreu em suas partidas um garfo?
Outro ataque-duplo muito comum é o xeque atacando ao mesmo tempo outra peça,
normalmente de valor superior. Nesse sentido o xeque de cavalo é sempre o mais perigoso
pela sua mobilidade e elasticidade.
Sem dúvida, as outras peças (dama, torre e bispo) podem também ser a causa de ataques
duplos e xeques duplos. Até o rei pode vir a dar xeque duplo, mas neste caso é também
chamado de xeque-descoberto. Por exemplo na seguinte posição: brancas – Rg3 e Tg1; pretas
- Rg7, Be7 e Ce3. As brancas jogam 1.Rf2+ e ganham uma peça.
O último lance das pretas, nesta posição, (Te2+) foi uma jogada
natural mas constitui um erro que permite às brancas uma
combinação de problema transformando essa partida, disputada entre
Schreiner e Spiess em 1938, no Campeonato de Munique, num dos
mais bonitos exemplos de ataque duplo, pois nela encontramos vários
elementos em apenas 5 movimentos: 1.Dxe2 (sacrifício de dama)
1...fxe2 2.Ta5+ Ce5 3.Txe5+!! (as brancas sacrificaram também a
torre para colocar o rei negro em posição de “garfo” 3...Rxe5 4.f4+
(apareceu o “garfo” que, neste caso, não é o elemento decisivo, mas
preparatório para o xeque duplo de cavalo) 4...Rxf4 (se 4...Dxf4
5.Cg6+ duplo) 5.Ce6+ (o xeque duplo de cavalo é decisivo, pois após a retomada da dama as
brancas não tem dificuldades para ganhar o final).
O “moinho”, que vimos neste último exemplo, representa uma poderosa arma quando se
consegue obtê-lo, pois produz grandes prejuízos materiais normalmente “limpando” toda uma
ala.
Este tipo de combinação encontra-se freqüentemente na prática enxadrística. Tal fato é devido
a que normalmente a defesa tenta fechar as linhas de ataque das peças do adversário para
limitar suas atividades. É lógico então, que a reabertura dessas linhas constitui um objetivo
tático do atacante que tentará aproveitar qualquer oportunidade para realizar combinações
sobre este tema.
Este exemplo reflete de maneira simples e concisa o tema de liberação de casas. Assistimos
em apenas quatro lances uma dupla liberação vertical-horizontal para chegar-se ao efeito
desejado, no caso o mate.
Como o leitor pode perceber, este capítulo não é outra coisa senão o inverso do capítulo VII,
onde foi estudado a interferência das linhas de ação do adversário. Entretanto, do ponto de
vista prático, encontramos muito mais exemplos de liberação de casa
do que de interferência, sendo que este último tema é geralmente
mais encontrado em finais artísticos.
Como observação, salientamos ainda, que todos os lances das brancas têm que ser forçados
através de xeque, pois elas não podem dar nenhuma “trégua” para as pretas que ameaçam
mate em um lance com ...Dxc2.
Foi jogado: 1.Df6+ Rg8 2.Dg7+! (a dama sacrifica-se para abrir a coluna) 2...Txg7 3.Cf6+ Rh8
4.hxg7+ duplo, 4...Rxg7 5.Th7++.
1.Bxe5!! fxe5 (se 1...Tb6 2.Txg7+ Rxg7 3.Dc7+ Tf7 4.Tg1+ Rh8
5.Dxf7, com mate indefensável) 2.Txg7+! as pretas abandonaram.
A abertura completa da coluna decidiu a luta. É interessante que após
1...fxe5 abriu-se uma nova linha de ataque para as brancas, ou seja,
o caminho da dama de c6 para g6 que permite após: 2...Rxg7 3.Dg6+
Rh8 4.Dh7++.
Veja o capítulo IX
Provavelmente não existe jogador que não perdeu sequer uma vez uma partida por causa da
fraqueza na última linha. A falta de uma “janelinha” por onde o rei pode sair em caso de um
xeque inesperado na última fileira se mostra inúmeras vezes fatal.
Veja o capítulo X
A posição de “zug” surge especialmente no final da partida quando o número das peças
diminuem na mesma proporção que as possibilidades de fazer bons lances.
Isso explica porque o “zug” é utilizado com muita habilidade pelos compositores de finais
artísticos nos quais a sua imaginação fecunda cria, muitas vezes, posições maravilhosas onde
a obrigação de jogar chega a ser uma calamidade!
O “zug” é um elemento tático que deve ser considerado mormente em finais simples de reis e
peões (veja exemplo 1) e em geral nas posições de poucas peças.
Igualmente, a liberação de uma casa é necessária para tornar possível a ocupação da mesma
por uma outra peça. Na continuação esta peça utiliza a casa liberada para começar ou
continuar um ataque.
Como outros tipos de combinação, também estes se encontram tanto em bonitas realizações
de compositores como na prática.
Outro exemplo - que desta vez surgiu na prática - apesar de ser fácil a solução (mate em dois
lances), mostra perfeitamente o conceito ora estudado. Se as brancas jogassem Cb6+, as
pretas teriam uma única casa de fuga em "c7". Portanto, a solução é 1.Dc7+ Cxc7 (bloqueando
a única casa de fuga) 2.Cb6++.
Com este exemplo encerramos este capítulo, mostrando a bonita combinação efetuada por
Pawelchak. 1.Txe6! Txe6 2.Dg6+ Txg6 3.hxg6+ Rh8 4.Cf7++.
Para atingir este objetivo são utilizadas na prática enxadrística inúmeras combinações,
numerosas ciladas contendo uma gama muito larga de idéias. Na verdade encontramos desde
a tomada imediata da peça defensora até a expulsão ou desvio através dos meios mais sutis.
Analisando a posição do diagrama 40 podemos perceber que qualquer xeque na coluna "h"
seria decisivo embora as brancas possam defendê-lo com Ch3 ou Th3. Mas uma só dessas
defesas são insuficientes por causa da possibilidade de um sacrifício em "h3" que abriria
decisivamente a diagonal do bispo de b7. Esta constatação leva a idéia da combinação que
segue. 1...Dxg5! (uma das peças que defende o ponto h3 deve ser eliminada) 2.fxg5 Th8+
3.Th3 Txh3+ 4.gxh3 c5+ 5.De4 Bxe4++.
Além do tema de mate, o ganho de material é assunto habitual no mundo das combinações.
Qualquer combinação, começando com a mais simples cravada e terminando com as forças
mais complexas pode ter como objetivo apenas o ganho de um peão. Normalmente, as várias
combinações estão ligadas a idéia de ganho de material. Às vezes, este tema aparece de
modo independente, mas mesmo assim, utiliza-se para sua realização elementos básicos
(ataque duplo, desvio de peça defensora, etc).
Nosso capítulo trata de uma forma especial, o ganho de material, normalmente naqueles casos
em que a captura de peça do adversário é precedida de uma combinação típica de
imobilização ou bloqueio da mesma.
Este último tipo apresentado encerra os 10 tópicos que formam a base dos elementos táticos
que se encontram na prática enxadrística e que estão encaixados em todas as combinações,
sejam elas simples ou complexas.
Seu objetivo foi apresentar rapidamente os dez tipos de combinações elementares para que os
amadores do xadrez tenham uma sistematização básica da tática do jogo.
Nossa visão não é, sem dúvida, a mais completa possível. Para objetivos práticos evitamos
uma divisão demasiada dos tipos de combinações porque isso leva a um fracionamento muito
grande do material, dificultando sua sistematização. Uma classificação mais simples é também
mais fácil de ser absorvida, e, em conseqüência, mais útil do ponto de vista prático.
Capítulo XI - "Zugzwang".
Soluções
Onesciuc - Gama
Diagrama 43 - Exercício 1, 1955
1.Cxf3! exf3 2.Dg7+!! Txg7 3.Te8+ Tg8 4.Txg8+ Rxg8 5.gxh4+- 1-0
Gendel - Schuchkevic
Diagrama 44 - Exercício 2, 1956
Alatortzev - Konstantinopolski
Diagrama 45 - Exercício 3, 1937
Reti - Fahrni
Diagrama 46 - Exercício 4, 1914 1.Txc8 Dxc8 2.Dg6! Tf8 [2...Dd7 3.Dxh6#] 3.Dxg7# 1-0
Nenarokov - Gligoriev
Diagrama 47 - Exercício 5, 1923
Broer - Laurentius
Diagrama 48 - Exercício 6, 1936
Bakulin - Cistiakow
Diagrama 49 - Exercício 7, 1959
1...Df1! 2.Cxf1 Txg2+ 3.Rh1 Txf2+ 4.Rg1 Tg2+ 5.Rh1 Txc2+ 6.Rg1 Cf3+ 7.Rh1 Cg5+ 8.Rg1
Cxh3# 0-1
N. N. - Blendinger
Diagrama 50 - Exercício 8, 1939
N. N. - Richter
Diagrama 51 - Exercício 9
1...Tf2!! 2.Bxf4 [2.Rxf2 Ch3#; 2.Txf2 Te1+ 3.Tf1 Ch3#] 2...Tg2+ 3.Rh1 Txg3+ 4.Tf3 Bxf3# 0-1
Kolich - Loyd
Diagrama 52 - Exercício 10, 1867
Lowizky - Lartakower
Diagrama 53 - Exercício 11, 1937
1...Db6+ 2.Rh1 Db5 3.Rg1 Dc5+ 4.Rh1 Dc4 5.Rg1 Dd4+ 6.Rh1 De4! 7.Dc1 Dd3 8.Rg1 Dd4+
9.Rh1 Dd2! 10.Dg1 [10.Dxd2 Tf1#; 10.h4 Dxc1+] 10...Dxg5+- 0-1
Bernstein - Kotov
Diagrama 54 - Exercício 12, 1946
Bolbochan - German
Diagrama 55 - Exercício 13, 1960
1.Tc8! a5 2.Tc7!! Bd8 3.Tc5+ Rxe4 4.Txc4+ Td4 5.Txd4+ Rf5 6.Txd8+- 1-0
John - Saemisch
Diagrama 56 - Exercício 14
1...Rg7!! 2.De7 [2.De2 hxg3 3.Dg2 Dxg2+ 4.Rxg2 gxh2 5.Bxh2 Ce3+ 6.Rf3 Cc2+-] 2...Cf2+!
3.Bxf2 Df1+ 4.Bg1 Df3# 0-1
Dinamarca - 1948
Diagrama 57 - Exercício 15, 1948
1.Cf6+! gxf6 2.Dh3 Tfe8 ou qualquer outro lance - seguido de mate 3.Dh8# 1-0
Sokolski - Hovener
Diagrama 58 - Exercício 16, 1936
Bulah - Petrov
Diagrama 59 - Exercício 17, 1951
Opocenski - Hromadka
Diagrama 60 - Exercício 18, 1918
Freymann - Rabinovith
Diagrama 61 - Exercício 19, 1934
1.Ca4 Dd8 2.Cb6 Dxb6 [2...axb6 3.Dxa8±] 3.Ba5 Dxa5+ 4.Dxa5+- 1-0
Zahodiakin,G - Composição
Diagrama 62 - Exercício 20, 1951
1.Th7+ Re6 [1...Rg6 2.Th6+ Rxh6 3.Bf6=] 2.Th1 Cc3+ 3.Ra6!! Cb1 4.Te1+ Rf7 5.Bd6! a1D
6.Te7+ Rg6 7.Te6+ Rf5 8.Te5+ Rf6 9.Txa5= Dc3 10.Be5+ Dxe5 11.Txe5= ½-½
Fim