Processo Penal - Casos Práticos
Processo Penal - Casos Práticos
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A direco do inqurito cabe ao MP e s a ele compete decidir quais os actos que entende dever levar a cabo para realizar as finalidades do inqurito: para a prtica de algum desses actos pode necessitar da interveno do juiz, quer para os consentir quer mesmo para os praticar, mas s por sua promoo podem ter lugar, a menos que se trate de actos necessrios salvaguarda de direitos fundamentais dos requerentes. No obstante, os actos de inqurito, em sentido estrito, que a lei reserva competncia do juiz de instruo, no lhe cabe apenas apreciar a admissibilidade desses actos, mas tambm da sua oportunidade e convenincia. reservada competncia do juiz de instruo a prtica dos actos de investigao, ainda que na fase processual do inqurito, que se prendam com os direitos fundamentais.
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Em suma, quanto ao juiz de instruo necessrio atender a duas normas essenciais: art. 268 (actos a praticar obrigatoriamente pelo juiz de instruo) e art. 269 (actos que tm de ser ordenados ou autorizados. Ao juiz de instruo cabe a prtica de actos que afectam direitos fundamentais do arguido por imposio da norma constitucional consagrada no art. 32/4 CRP. 5. Qual o contedo do inqurito? Da conjugao do art. 267 com o art. 262 resulta que o MP poder adoptar as diligncias que considerar necessrias para a realizao da finalidade do inqurito (acusao ou arquivamento). O nico acto obrigatrio da fase do inqurito o primeiro interrogatrio nos termos do art. 272, sob pena de se no o realizar estarmos face a uma nulidade dependente de arguio nos termos do art. 120/2 al. d) primeira parte. Quando se realiza este interrogatrio obrigatrio interrog-la como arguido. O interrogatrio visa que o arguido possa exercer o seu direito de defesa.
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SUMARSSIMO: tal sucede em casos pouco graves art. 292 - nomeadamente em casos de multa. o MP que apresenta este requerimento (verdadeira aquisio): pretende-se que a pena seja acordada entre o MP, o juiz e o arguido, mas no existe negociao quem faz a proposta o MP. Se o juiz no aceitar, o processo remtido para a forma comum o arguido no pode voltar a fazer outra oferta. O MP tem de propor a sano concreta. O arguido, para aceitar, tem de saber o que est a aceitar. b. SUSPENSO PROVISRIA DO PROCESSO ART. 281: pretende-se que
dentro do prazo o arguido cumpra as injunes e regras de conduta que lhe forem aplicadas. Se cumpre, o processo arquivado. necessrio um acordo: o MP toma a iniciativa e o juiz e o arguido tem de concordar. c. ARQUIVAMENTO EM CASO DE DISPENSA DE PENA ART. 280: o processo
logo arquivado. Nem se exige o consentimento do arguido. Isto discutivel nos casos em que o arguido seja inocente e no se contente com a falta de indicios. O arguido no cumpre nada. H acordo entre o juiz e o MP. Nestes trs casos existem indicios suficientes da prtica do crime, mas h que fazer um juzo de prognose: estes meios so suficientes, como meio de preveno preventiva?
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preciso ter muito cuidado em matria de integrao analgica: s h lugar a integrao quando exista lacuna e esta s exista quando haja uma situao que necessrio regular e o no , isto , para a qual a lei no d directamente soluo. PREENCHIMENTO DE LACUNAS NO PROCESSO PENAL art. 4 i. ANALOGIA No direito penal substantivo (art. 1/3) no h analogia para qualificar o facto como crime PRINCPIO DA TIPICIDADE. O Direito Penal a Magna Carta do criminoso, no podendo existir crimes desconhecidos. Admite-se a analogia no processo penal, porque este no tem permisso para definir quais os factos que so crimes. Este serve para regulamentar a forma como o Direito Penal vai ser aplicado ao caso concreto. A notcia do crime uma dvida. H que perguntar se realmente houve crime e, se houve, quem o praticou. Tem-se em vista a descoberta da verdade material, mas sempre com respeito pelos direitos do arguido. Apesar das diferenas entre o Direito Penal e o Processo Penal existe uma grande identidade entre elas que assenta no facto se s ser aplicado atravs das sentenas proferidas pelo tribunal. O contrrio sucede na relao entre o Processo Civil e o Direito Civil: na grande maioria dos casos o Direito Civil aplica-se sem recorrer ao tribunal, apenas atraves da vontade das partes. ii. NORMAS DE PROCESSO CIVIL: sempre que estejam em harmonia com o Processo Penal PRINCPIOS GERAIS DO PROCESSO PENAL
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Antes o CPP era um conjunto de regras especiais que afastavam as regras do processo civil. Actualmente, no se pode dizer que o CPP um cdigo imperfeito: os princpios fundamentais do processo penal podem no se adequar com as solues consagras no processo civil, ao contrrio do que sucede por exemplo no Contencioso Administrativo em que o CPTA remete directamente para o CPC. 2. RESOLUO DO CASO No Processo Penal no existe qualquer nus de impugnao especificada, sendo que para proteger o arguido o facto no se d por confessado. Mesmo que o arguido tivesse confessado todos os factos na contestao, tal no teria valor, pois todos os factos tm de ser provados em audincia de julgamento.
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No caso no existe qualuqer lacuna: o arguido no tem de tomar posio sobre todos os factos, tendo direito ao silncio e no existindo auto incriminao.No se poderiam considerar provados os factos para o pedido de indemnizao: por isso que as indemnizaes civis so conhecidas no processo criminal, ou seja visa-se que no existam contradies PRINCPIO DA ADESO (art. 71): existem duas aces, uma penal e uma civil, sendo ambas julgadas no mesmo processo (o pedido de indemnizao civil fundado na prtica de um crime deduzido no processo penal respectivo, s podendo ser deduzido em separado, perante o tribunal civil, nos casos previstos na lei) Por exemplo, no famoso caso americano O.J. Simpson, o arguido no foi condenado por matar uma vez que tal se deu como no provado. Ele foi condenado a pagar uma indemnizao, porque se deu como provado que tinha morto a ex mulher. IV Duarte condenado a 5 anos de priso pela prtica de um crime de burla qualificada. Inconformado com a sentena, invocando que a prova testemunhal produzida no julgamento demonstra claramente a sua inocncia, ao contrrio do decidido pelo tribunal. Sucede que, nos termos do Cdigo de Processo Civil, quando o recurso tem por objecto a prova gravada acrescem dez dias ao prazo respectivo, mas no Cdigo de Processo Penal nada se diz a este respeito. Poder Duarte beneficiar do acrscimo do prazo, por aplicao subsidiria do preceito respectivo do Cdigo de Processo Civil? (Acrdo do S.T.J. n. 9/2005) A situao no caso assenta em Duarte exigir que lhe seja aplicado um prazo extrea de 10 dias, como feito no Processo Civil, quando se trata de recurso tendo como objecto prova gravada. Este prazo de + 10 dias no Processo Civil justifica-se pelo tempo que ser gasto a transcrever-se a gravao. No CPP nada nos dito quando a esta situao.Quando exista uma lacuna, o que diferente de uma situao de silncio da lei, s se poder recorrer s normas de Processo Civil havendo uma verdadeira lacuna. No se pode aplicar subsidiariamente o Processo Civil. Antes da Reforma de 98 no existia recurso tendo como objecto a reapreciao da prova gravada. O STJ recusou a pretenso de Duarte e o recurso no foi apreciado. Em 2007, no art. 411/4 o prazo regra era de 30 dias (igual ao que sucedia em Processo Civil) e retirou-se o acrscimo de 10 dias. Esta norma, actualmente, encontra-se revogada.
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NOTA: excepo da al. a) pode justificar-se por (1) aplicao do princpio jurdico constitucional da legalidade em matria penal art. 29/1 CRP; (2) aplicao do art. 32/1 CRP quando da aplicao imediata da nova lei resultar, no caso concreto, diminuio do direito de defesa do arguido, frustando as expectativas da defesa relativamente admissibilidade de certos actos de defesa que ficariam prejudicados pela aplicao imediata da nova lei. No Direito Penal Substantivo vigora o Princpio da Irretroactividade. No Direito Processual Penal, nos termos do art. 5/1, o Princpio o da Aplicao Imediata da nova lei, ocorrendo neste caso a aplicao retroactiva da lei a processos pendentes. Tal deve-se ao facto que se a nova lei piorar a situao do arguido tal no se ir aplicar devido excepo constante no art. 5/2 al. a). O Princpio da Segurana Jurdica faz sentido no Direito Penal Substantivo, mas como o Processo Penal no tem como misso qualificar um facto como crime j no se entende que este princpio aqui vigore. Em ambos os casos entende-se que as novas leis so mais perfeitas, mas no caso do Direito Penal Substantivo o Princpio da Segurana Jurdica sobrepe-se-
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2) Diminuiu para metade os prazos estabelecidos no artigo 215 do CPP. Que consequncias tem esse facto na situao de Diogo Vaz, que, de acordo com a antiga lei s teria de ser libertado dentro de 6 meses, muito embora, de acordo com a nova lei, devesse ser libertado hoje? O art. 215 respeita a uma norma processual material? Tendo em considerao que as normas de direito material tm d einterferir na qualificao de um facto como crime, assim sendo o art. 215 no o , sendo portanto uma norma processual, mas que afecta direitos fundamentais. O critrio entre normas processuais e normas materiais assenta em saber se interferem na qualificao de um facto como crime. No caso seria aplicvel o art. 5/1, ou seja aplica-se imediatamente a nova lei pelo que Diogo Vaz deveria ser libertado hoje. VI A reviso do Cdigo de Processo Penal, introduzida pela Lei n 48/2007, de 29 de Agosto, introduziu, entre outras, as seguintes alteraes A que processos se aplicam estas alteraes? 1) O princpio da publicidade foi estendido fase de inqurito (arts. 86 ss.); Na redaco inicial do Cdigo do Processo Penal, o segredo de justia era obrigatrio, sem excepes, durante a fase do inqurito. O segredo de justia visava garantir a eficcia da prpria investigao e recolha de prova. Tal significou que os arguidos passaram a poder consultar o processo art. 89/1- , porque se aplicava a nova lei? Tendo em considerao a regra geral do art. 5/1 Aplicao Imediata da Nova Lei na situao em quase seria necessrio atender excepo constante no art. 5/2 al. b) e a nova lei no seria aplicada.
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O problema no foi grande, porque como exigido requerimento, nos termos do art. 89/1, o MP pode deferir se o processo estar ou no sujeito a segredo de justia. O art. 7/1 I parte consubstancia uma norma de Direito Penal Transitrio, podendo o MP escolher quando a norma entra em vigor. Tal difere do que sucede no Direito Penal em que quando as novas leis so mais favorveis ao arguido tm mesmo de se aplicar. 2) A priso preventiva, salvo em caso de criminalidade violenta ou altamente organizada, passou a s poder ser decretada em caso de existirem fortes indcios da prtica de crime doloso a que corresponda pena de priso de mximo superior a 5 anos, e no 3 anos como era antes (art. 202); Neste caso ocorre a aplicao da regra geral constante do art. 5/1 e a nova lei aplicada imediatamente. VII Na sequncia de uma denncia apresentada por Antnio, por crime de furto qualificado, instaurado o competente inqurito, no dia 5 de Setembro de 1998. Iniciadas as investigaes surgem indcios de que o agente do crime ser Bento. 1. Ser obrigatrio o interrogatrio de Bento durante o inqurito, sabendo-se que na redaco do C.P.P. anterior Lei n. 59/98, de 25 de Agosto, no existia qualquer preceito com o mesmo contedo do art. 272. do mesmo diploma, na redaco introduzida pela mesma Lei? TEMA: VALIDADE PROCESSUAL DA LEI PROCESSUAL PENAL Em primeiro lugar ser necessrio atender ao momento em que a Lei n59/98 entrou em vigor, sendo para tal necessrio recorrer ao seu art. 10. Artigo 10. 1 O presente diploma entra em vigor em 1 de Janeiro de 1999.
2 - Exceptuam-se do disposto no nmero anterior os artigos 57., 58., 59., 61., 62., 64., 66., 75., 76., 77., 82.-A, 196., 254., 272., 312., 332., 333., 334., 335., 336., 337., 380.-A, 381., 382., 386., 387., 389. e 390. do Cdigo de Processo Penal, na redaco introduzida pelo presente diploma, bem como o artigo 6., n. 3, do presente diploma, os quais entram em vigor no dia 15 de Setembro de 1998.
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1 - As alteraes ao Cdigo de Processo Penal introduzidas pelo presente diploma so aplicveis aos processos pendentes na data da sua entrada em vigor. 2 - Exceptuam-se do disposto no nmero anterior os processos em que tenha sido interposto recurso da sentena, nos termos do artigo 411., n. 3, do Cdigo de Processo Penal, os quais continuaro a reger-se pelas disposies anteriormente vigentes.
Atendendo ao art. 6/2 da Lei 59/98, de 25 de Agosto tal consubstncia uma norma de direito transitrio e determina que os processos em que tenha sido interposto recurso continuam-se a reger pelas disposies anteriores entrada em vigor desta nova lei, pelo que no so aplicveis ao julgamento de recuso as alteraes introduzidas por esta lei. A opo por esta soluo relaciona-se com a harmonia e unidade do sistema processual e, mesmo que no existisse esta norma de direito transitrio, estas alteraes no seriam na mesma de aplicao imediata, uma vez que tal situao enquadra-se na al. b) do art. 5/2, excepo regra geral de aplicao imediata constante no art. 5/1. VIII Na sequncia da apresentao de denncia contra Carlos, em que lhe imputada a prtica de um crime de furto qualificado (art. 204., n. 1, do C.P.), o M.P. instaura o competente inqurito no dia 2 de Julho de 2012. Obtida fundada suspeita da prtica deste crime, Carlos interrogado na qualidade de arguido pelo M.P. no dia 4 de Maro de 2013 e confessa todos os factos que lhe foram imputados. Responda s seguintes questes: 1. Se Carlos no comparecer na audincia de julgamento as suas declaraes podem ser lidas, nos termos do art. 357., n. 1, al. b), do CPP? Lei n 20/2013, de 21 de Fevereiro: entra em vigor a 21 de Maro de 2013 art. 4 A questo sobre que incide o caso assenta em saber se as declaraes proferidas pelo arguido tem valor de prova em audincia de julgamento.
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CASO EM QUE NOVA LEI CONVERTE O CRIME PBLICO EM SEMIPBLICO OU PARTICULAR (O PROCEDIMENTO PASSA A FICAR DEPENDENTE DE QUEIXA) ESTANDO O PROCESSO J INSTAURADO - JURISPRUDNCIA: tendo a queixa natureza processual as respectivas normas so de aplicao imediata, mas no retroactiva, ou seja, o processo mantmse vlido. Nenhuma nova lei processual pode afectar a validade dos actos processuais validamente praticados segundo a lei da poca em que o foram. PROF. GERMANO MARQUES DA SILVA: esta situao no se resolve pela simples qualificao da queixa como condio de procedibilidade e natureza processual, pois quando as leis processuais tenham efeitos substantivos o regime destas leis que se deve aplicar, no que favorece ao arguido. necessrio distinguir a fase em que o processo se encontra: i. FASE DO INQURITO: o MP no poder deduzir acusao sem prvia queixa, uma vez que a legitimidade no imutvel, havendo de se aferir a cada momento do processo, em relao a cada acto que se v praticando, em funo das disposies legais aplicveis. FASE DA INSTRUO OU DO JULGAMENTO: passando o crime pblico a ser semipblico ou particular, tal alterao no tem efeitos no que respeita validade da acusao, mas a nova natureza do crime tem implicaes, nomeadamente no que respeita ao direito de extino do procedimento pela via da desistncia da queixa (melhor, de renncia ao procedimento)
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Em qualquer dos casos passa a existir a possibilidade de desistncia de queiza (passa a ser relevante), pelo que a soluo era idntica quer aplicassemos um ou outro preceito. O processo mantm-se. O tribunal de 1 Instncia foi mais longe e afirmou que seria necessria queixa, apesar de o procedimento j ter sido iniciado. A soluo no compatvel com o art. 5 porque os efeitos da nova lei s se produzem para o futuro. Do ponto de vista formal,a instncia tem alguma razo, porque se aplicvel retroactivamente, ento, tem de ser necessria a apresentao de queixa.
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dos juzes e tribunais, o que importa essencialmente no a competncia individualizada de um determinado tribunal para o caso concreto, proibindo-se que a causa venha a ser submetida a tribunais diferentes dos que para ela eram competentes ao tempo da prtica do facto que constitui o objecto do processo, mas apenas em razo daquela causa ou de categorias de causas a que ela pertence sejam criados post factum tribunais de excepo, ou a definio individual da competncia, ou do desaforamento descricionrio de uma certa causa, ou por qualquer outra forma descricionria que ponha em perigo o direito dos cidados a uma justia penal independente e imparcial. 2. RESOLUO DO CASO Quanto ao Tribunal Central de Instruo Criminal o critrio de que o crime tenha ocorrido em vrios distritos, sendo competente, nesse caso, aquele nico juiz. A lei estabece critrios gerais para a competncia deste tribunal. O problema que como s existe um juiz, isto aumenta as tentativas de manipulao. Uma soluo a esta situao poderia passar pela criar de um tribunal para crimes econmicos e financeiros, mas o art. 209/4 no permite tal: existe a proibio de criao de tribunais especificos, a fim de evitar que se criem tribunais para crimes polticos, como no Estado Novo. No Processo Casa Pia provou-se que houve manipulao quanto escolha do juiz de instruo. A importncia de um juz de instruo assenta no facto de ele proceder ao primeiro interrogatrio do arguido e de nomeadamente a priso colectiva. poder aplicar medidas cautelares,
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Tradicionalmente, a competncia material analisada em funo da repartio dos feitos penais pelas diferentes espcies de tribunais penais de 1 instncia e a competncia funcional em ateno ao desenvolvimento do processo nas suas diferentes fases ou competncia de diferentes rgos judiciais dentro da mesma fase.
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A competncia funcional abarca a competncia em funo da hierarquia (art. 23 LOFTJ) e a distribuio da competncia entre tribunais do mesmo grau nas diferentes fas CRITRIOS PARA DETERMINAO DO TRIBUNAL COMPETENTE EM 1 INSTNCIA COMPETNCIA MATERIAL A competncia material, sobretudo para o julgamento em 1 instncia, determina-se geralmente em funo da natureza ou da gravidade do crime. Critrio quantitativo: atende gravidade da pena aplicvel ao crime; Critrio qualitativo:atende espcie do crime ou natureza de algum dos seus elementos Arts. 14 e 16 CPP: aplicam os 2 critrios. Arts.14/1 e 2, a) + 16/2, a): critrio qualitativo. Arts. 14/2, b) + 16/2, b): critrio quantitativo.
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Os tribunais de instruo criminal so tribunais de 1 instncia de competncia especializada e singulares. Porque singulares indiferente que se refiram a tribunais ou a juzes: a LOFTJ refere-se aos juzos de instruo criminal (art. 111 a 113) e o CPP a juiz de instruo (art. 17).
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O tribunal singular tanto pode ser tribunal de competncia genrica (tribunal de comarca) como tribunal de competncia especializada (juzos de media e pequena instncia) - arts. 132 e 133 LOFTJ. Os tribunais singulares de competncia genrica e os juzos de mdia e pequena instncia tm a mesma competncia em matria criminal, competindo-lhes nos termos do art.16 CPP, julgar os processos que respeitem a crimes: a) Que no couberem na competncia de tribunais de outra espcie (critrio meramente residual; cabem na competncia do tribunal singular todos os crimes que no caibam na competncia de tribunais de outras espcies); b) Previstos no captulo II do ttulo V, do livro II do CP (adopta-se o critrio qualitativo, em ateno a que apreenso da prova no oferece grande dificuldade, um critrio perigoso, pois no possvel estabelecer a priori quais os crimes relativamente aos quais a apreenso de prova no oferece grande dificuldade; os crimes contra a autoridade pblica que podem ser punveis isoladamente com penas de mximo superior a 5 anos e em concurso com penas at 25 anos) c) Cuja pena mxima, abstractamente aplicvel, for igual ou inferior a 5 anos de priso; d) Que devam ser julgados em processo sumrio e) Os crimes de competncia normal do tribunal colectivo ou do jri, em razo da pena aplicvel, quando o MP entender que no deve ser aplicada, em concreto, mesmo em caso de concurso, pena de priso superior a 5 anos. COMPETNCIA DO TRIBUNAL COLECTIVO
O tribunal colectivo de 1 instncia tanto pode ser tribunal de competncia genrica (tribunal de comarca) como tribunal de competncia especializada (tribunal criminal) e de competncia especfica (varas criminais). Competem-lhe julgar os processos que (art. 14):
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O tribunal do jri s intervm quando a sua interveno for requerida pelo MP, pelo assistente ou pelo arguido (art. 13). O requerimento para interveno do tribunal do jri irretratvel (art. 13/5) e deve ter lugar no prazo para a deduo da acusao, quando for do MP ou do assistente, e no prazo para requerimento da instruo, quando for do arguido. Havendo instruo, o requerimento do assistente que no tenha deduzido acusao e do arguido devem ter lugar no prazo de 8 dias a contar da notificao da pronncia (art. 13/3). Compete ao tribunal do jri julgar os processos que respeitem a crimes: a) Contra a paz e a humanidade, contra a segurana do Estado e previstos na Lei Penal Relativa Violao do Direito Internacional Humanitrio (art. 13/1); b) Cuja pena mxima, abstractamente aplicvel, for superior a 8 anos de priso, desde que no devam ser julgados pelo tribunal singular (art. 13/2).
Exceptuam-se da competncia do tribunal de jri os crimes de terrorismo e os que se refiram a criminalidade altamente organizada art. 111 LOFTJ
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Os juzos de pequena instncia criminal so tribunais de competncia especializada que tm por competncia preparar e julgar as causas a que corresponda a forma de processo sumrio, abreviado e sumarssimo. COMPETNCIA DAS RELAES
O plenrio das Relaes (art. 12/1) tem a competncia que lhe atribuda por lei (art. 55 LOFTJ). necessrio analisar cuidadosamente o art. 12. COMPETNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTIA
O plenrio do STJ (art. 11/1) tem a competncia que lhe atribuda por lei (art. 41 LOFTJ): julgar os recursos de decises proferidas pelo pleno das seces e exercer as demais competncias conferidas por lei. ncessrio analisar cuidadosamente o art. 11. FIXAO DA COMPETNCIA PELO MTODO DA DETERMINAO CONCRETA ART. 16/3 Nos termos do art. 16/3 o MP pode sujeitar a julgamento em tribunal singular os
arguidos em processo a que corresponderia, em abstracto, pena mxima superior a 5 anos de priso, mesmo em caso de concurso de infraces (art. 14/2, b)), se entender que no deve ser aplicada em concreto pena de priso superior a 5 anos. No projecto, o nmero correspondente ao actual n4 do art. 16 previa que se o tribunal obtivesse, em qualquer momento, a convico fundada de que, no caso, devia ser aplicada pena superior prevista no n3 (3anos), assim o declararia em despacho fundamento, ordenando a remessa dos autos ao tribunal colectivo competente para o julgamento. A lei n43/86 estabeleceu a possibilidade de fazr julgar pelo tribunal singular os crimes que no fossem, na ptima do MP, passveis em concreto de pena de priso ou medida de segurana de duraco superior estabelecida no art. 16/3 e o Governo interpretou esta autorizao no sentido de conceder ao MP a possibilidade de fixar definitivamente a competncia do tribunal singular quando na sua ptica no deva ser aplicada, em concreto, pena de priso superior a 5 anos.
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COMPETNCIA: compete aos tribunais o exerccio do poder jurisdicional (um dos poderes soberanos do Estado). Havendo vrios tribunais, a lei atribui a cada um uma parcela de jurisdio. A instruo, sendo uma fase facultativa, tem apenas lugar se for requerida pelo arguido ou pelo assistente.
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A competncia territorial respeita rea de jurisdio. No processo civil no se coloca qualquer problema de competncia funcional, porque at sentena, sempre o mesmo juiz que decide, mas no processo penal no assim: como h vrias fases, pode haver diferentes tribunais competentes para cada uma das fases, nos termos do art. 17 (ex: o juiz que profere o despacho de pronncia no pode julgar o resto do processo visa-se a imparcialidade). Imaginando que est em causa um crime praticado pelo Presidente da Repblica, directamente relacionado com as suas funes, o tribunal competente para julgar o STJ, nos termos do art. 11/3 al. a), mas o tribunal competente na fase da instruo e o seu funcionamento encontra-se consagrado no art. 11/7. A competncia funcional varia em funo do crime. No caso em anlise, o juiz de instruo, quando condena, viola as regras de competncia funcional, porque est a exercer uma funo que no lhe compete. Neste caso, estamos face a uma nulidade insanvel (nulidade que no depende de arguio art. 119 al. c). Os efeitos da declao de incompetncia encontram-se consagrados no art. 33/1. A competncia do juiz de instruo encontra-se consagrada no art. 17, no podendo ele proferir decises condenatrias. Note-se que a expresso nulidades insanveis no correcta, uma vez que elas sanam-se com o trnsito em julgado da sentena. No caso, o processo ir seguir para julgamento. NOTA: Quando se fala em tribunais competentes para recursos tal refere-se competncia funcional ( recurso), mas se se trata de saber se o recurso para o Tribunal da Relao ou para o STJ j estamos face a competncia em razo da matria.
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A regra geral para a determinao da competncia do tribunal territorialmente competente para conhecer de um crime o da rea onde se tiver verificado a consumao - art. 19/1. A razo tradicionalmente apresentada a da mais fcil recolha de prova e da exemplaridade que se consegue pela reafirmao do direito no prprio lugar em que se verificou a leso do bem jurdico tutelado. Sucede, porm, que frequentemente a consumao do crime ocorre em lugar muito diverso e distante do local em que os actos de execuo foram praticados (ex: num crime de homicidio a vitima vem a morrer no hospital situado em lugar distante daquele onde os actos de execuo foram praticados) Se o conceito de consumao implica a realizao do facto incriminado, nem sempre esse momento corresponde ao da realizao do resultado da aco do agente, donde a distino clssica entre crimes formais e crimes materiais: a competncia ser definida, para os crimes materiais, no lugar em que ocorreu o comportamento tpico, e para os segundos no lugar em que ocorreu o evento.
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Se o crime no tiver chegado a consumar-se, competente para dele conhecer o tribunal em cuja rea se tiver praticado o ultimo acto de execuo, ou, em caso de punibilidade dos actos preparatrios, o ultimo acto de preparao - art. 19/4 No chega a consumar-se o crime quando, sendo punvel a forma de tentativa, foram praticados actos de execuo do crime; neste caso, para a determinao da competncia territorial atende-se ao ltimo acto de execuo. Se nem foram praticados actos de execuo, mas actos preparatrios punveis (art. 21 CP), o tribunal territorialmente competente o da rea onde o ltimo preparatrio foi praticado.
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Se pode determinar-se que o elemento relevante se localize em 2 ou mais circunscries territoriais, mas no se sabe em qual delas, competente o tribunal de qualquer dessas circunscries onde primeiro tiver havido notcia do crime Se totalmente desconhecida a localizao do elemento relevante, competente o tribunal onde primeiro tiver havido notcia do crime
deste resulta que: Em regra, competente o tribunal da rea onde o agente tiver sido encontrado em Portugal; Se o agente no tiver sido encontrado em Portugal, competente o tribunal da rea do seu domiclio; Se ainda assim no for possvel determinar a competncia, competente o tribunal da rea onde primeiro tiver havido notcia do crime (deve ser conjugado com o art. 21). Crime cometido parte em Portugal e parte no estrangeiro:
competente para dele conhecer o tribunal portugus da rea onde tiver sido praticado o ultimo acto relevante, art. 23/2. Do art. 7 CP, resulta que um facto cuja execuo se tenha verificado totalmente no estrangeiro, mas que se tenha consumado em Portugal, se deve considerar praticado em Portugal para efeitos da lei penal portuguesa, art.4, b) CP. O tribunal territorialmente
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comparticipao abrange a autoria e a cumplicidade no mesmo crime. d) vrios agentes tiverem cometido diversos crimes em comparticipao, na mesma ocasio ou lugar, sendo uns causa ou efeito de outros, ou destinando-se uns a ocultar outros. No basta a prtica de vrios crimes, cada um praticado em comparticipao. ainda necessrio
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Mesmo que preenchidos os pressupostos dos arts. 24/1 e 25, a conexo no opera entre processos que sejam e processos que no sejam da competncia de tribunais menores (art. 26). Existem tambm na legislao extravagante outros casos em que a conexo no opera. A conexo tambm s opera relativamente aos processos que se encontrem simultaneamente na fase de inqurito, de instruo ou de julgamento, art. 24/2, por razes de celeridade processual. ii. SEPARAO DE PODERES
Para todos os crimes determinantes de conexo processual, se j tiverem sido instaurados processos distintos, procede-se apensao de todos quele que respeite ao crime determinante de competncia por conexo art. 29 No obstante a existncia de conexo e ainda que tenha sido organizado j um s processo, o tribunal faz cessar a conexo dos processos e ordena a separao de algum ou alguns, sempre que - art. 30/1: a) Houver na separao um interesse ponderoso e atendvel de qualquer arguido, nomeadamente no no prolongamento da priso preventiva
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Compreendem-se as razes para a separao de processos: se cada crime mantm a autonomia, se da juno resultar maior dano que beneficio, cada processo deve seguir em separado. Determinada a competncia do tribunal em razo da conexo, a separao de processos no faz cessar a competncia do tribunal competente em razo da conexo (art. 31, b)). Afasta-se o risco da discricionariedade da escolha do tribunal e a eventual violao do juiz natural. Pode ainda ter lugar a separao dos processos conexos quando algum ou alguns dos arguidos tiverem requerido a interveno do tribunal de jri, desde que a separao seja requerida por outro ou outros arguidos nos 8 dias posteriores notificao do despacho que tiver admitido a interveno do tribunal de jri (art. 30/2 e 3). A razo de ser da possibilidade de separao reside em a interveno do tribunal do jri s ter lugar a requerimento do MP, do assistente e do arguido (art. 13) pelo que quando essa interveno requerida apenas por algum ou alguns dos co-arguidos, seria algum ou alguns dos co-arguidos a impor aos demais a interveno daquele tribunal. Seria de colocar a questo de saber se isto tambm acontece quando o assistente a requerer a interveno do tribunal de jri, relativamente apenas a um dos processos em conexo, aquele relativamente ao crime para o qual o assistente tem legitimidade para se constituir assistente. No entanto, parece-nos que os casos em que admitida a separao de processos taxativa.
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Nos termos do art. 27 dispe-se que se os processos conexos devessem ser da competncia de tribunais de diferente hierarquia ou espcie, competente para todos, o tribunal de hierarquia ou espcie mais elevada. A mais elevada espcie de tribunal define-se em funo da sua estrutura e que em regra se reflecte na competncia em razo da pena aplicvel ao crime. Assim, deve entender-se que o tribunal colectivo e o tribunal de jri so de espcie mais elevada do que o tribunal singular, mas j entre o tribunal colectivo e o tribunal de jri, embora de espcie diferente, so paritrios, no h entre eles qualquer grau de elevao. Assim, se os processos conexos devessem ser da competncia uns do tribunal colectivo e uns do tribunal de jri, competente o tribunal de jri, no por fora do disposto no art. 27 mas do art. 30/2. ii. COMPETNCIA TERRITORIAL E REGRAS SUBSIDIRIAS
Se as regras sobre competncia por conexo estabelecidas no art. 27 no forem suficientes para determinar a competncia de tribunais com jurisdio em diferentes reas ou com sede na mesma comarca, competente para conhecer de todos os processos: a) O tribunal competente para conhecer do crime a que couber pena mais grave; b) Em caso de crimes de igual gravidade, o tribunal a cuja ordem o arguido estiver preso ou, havendo vrios arguidos presos, quele ordem do qual estiver preso o maior nmero; c) Se no houver arguidos presos ou se o nmero for igual, o tribunal da rea onde primeiro tiver havido noticia de qualquer dos crimes.
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Definido o tribunal competente em razo da conexo, ainda que a responsabilidade por algum dos crimes em conexo venha a ser resolvida independentemente e antes dos demais, a competncia definida anteriormente mantm-se. Do mesmo modo quando o tribunal procede separao de processos, nos termos do art. 30/1. Tratando-se de separao de processos por fora do art. 30/2, o tribunal competente no pode ser o mesmo, pois a razo de ser da separao precisamente a atribuio de algum ou alguns processos inicialmente conexos ao tribunal de jri. Parece-nos que o tribunal competente ser agora o tribunal colectivo que integra o jri. A conexo determina a competncia de um determinado tribunal, que ser o material, funcional e territorialmente competente. Como no processo podem intervir diversos tribunais, a regra do art. 31 refere-se apenas a cada um dos tribunais determinados competentes em razo da conexo. A regra do art. 31 aplica-se a cada fase do processo, na qual o tribunal seria competente, ainda que se verifica alguma das situaes previstas naquele artigo. Assim, se por efeito da conexo for fixada a competncia de um determinado tribunal de instruo criminal ser este o competente para todos os crimes at ao fim da fase de instruo, mas a competncia do tribunal de instruo no determina por si a competncia do tribunal do julgamento. 1) Qual o tribunal ou tribunais competentes para o conhecimento destes crimes? Est em causa mais do que um crime. No processo penal a regra a de que em cada processo deve ser conhecido apenas um crime. Contudo, sucede que, por razes de economia e convenincia processual, muitas vezes, justificavel o conhecimento de vrios crimes no mesmo processo.
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Neste caso haveria tambem conexo subjectiva, mas aplicava-se antes o art. 25, pelo que os crimes poderiam ser julgados pelo mesmo tribunal no mesmo processo, sendo o tribunal competente o juizo criminal de Lisboa. So conhecidos em conjunto. Existindo dois crimes de furto qualificado art. 204 CP a soma do limite mximo da pena em abstracto de 10 anos e, nesse caso, de acordo com o art. 14/2 al. b) ser competente o tribunal colectivo. Assim sendo, para efeitos de determinao abstracta da competncia temos em conta o limite mximo das penas aplicveis, mas nestes casos o MP pode utilizar da faculdade do art. 16/3. Existindo dois crimes de furto simples tendo em ateno cada crime em separado a competncia do tribunal singular (pena inferior a 3anos). Na pior das hipoteses (art. 77 CP) ser-lhe- aplicada uma pena de 6 anos: a pena unica e o limite minimo de 3 anos e o maximo de 6anos. Mas a competencia do tribunal singular at 5anos. Contudo, considerando a pena em abstracto e, mesmo j agora em concreto, ultrapassa-se esse limite (art. 14/2 al. b)): soma-se o limite mximo das penas aplicadas para determinar a competncia. seria competente o tribunal colectivo de lisboa (LOFTJ varas criminais de Lisboa): usa-se o metodo de calculo da pena concreta.
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Acrdo do STJ: a falta de interrogatrio como arguido no inqurito () constitui a nulidade prevista no art. 120/2 al. d)
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O problema que existe aqui uma apreensao e uma interferencia na correspondecia que depois tiveram na base um acto que no h razao para dizer que ilegal. O problema de contaminaao: ate que ponto aquela inicial proibiao/nulidade da prova se contamina a actos que considerados sozinhos eram legais. Segundo o acrdo 198/2004 segundo a teoria da arvore venenosa, a inicial nulidade da prova evenena a arvore e todos os frutos estao envenenados. A nulidade expande-se aos actos subsequentes. Segundo o acordao tal assume-se isto como principio de soluo enquadrando no art. 122/1 esta disposiao tem um pensamento que pode ser transposto para as nulidades de prova e que vai dar o mesmo. A nulidade inicial abrange os actos subsequentes. Mas admitem-se excepes e limitaoes, nomeadamente o da fonte independente: se o meio de prova em causa, ainda que tivesse existido uma violao no inicio, viesse a ser praticado por um acto legal independente tal seria possvel. O tribunal alude a esta excepo, dizendo que tal no consubstanciava um fruto envenenado. Deve-se colocar na situao em que se estaria se no tivesse ocorrido a invalidade do meio de prova. XXXII Antnio e Bento, agentes da P.S.P., que actuavam paisana, perguntam a Carlos se este tem disponvel algum haxixe para venda. Carlos responde negativamente, mas Antnio e Bento insistem, dizendo que tambm pode ser herona. Carlos afirma ento que conhece algum que lhes pode arranjar a droga. Dirigem-se ento os trs a casa de Eduardo, que confirma que lhes pode vender a herona. Para a obter, Eduardo dirige-se a casa de Francisco, onde a adquire. Encontram-se todos em casa de Carlos, onde Eduardo entrega a droga a Antnio e Bento. Antnio e Bento detm, de imediato, Eduardo.
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O PROF. HENRIQUE SALINAS defende que se devia poder resolver estas questes antes do julgamento, porque se depois h algum problema, o processo tem de ser anulado e volta para a fase de instruo. Assim no se garante a economia processual!
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O TC vem dizer que so duas coisas diferentes e por isso tm de seguir regimes diferentes. O STJ dizia que o arguido se defende de factos e no de qualificaes. Hoje no se pode dizer que a qualificao seja inferente para a defesa.
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Se no houver acordo do arguido e outros sujeitos processuais o que poder fazer o juiz na sentena final? O tribunal apenas poder condenar por furto simples se os factos forem dados como provados. No pode colocar o valor da coisa na sentena, seno nula, nos termos do 279 CPP.
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