Limites Fundamentais
Limites Fundamentais
Limites Fundamentais
A Teoria dos Limites, tópico introdutório e fundamental da Matemática Superior, será vista aqui, de uma
forma simplificada, sem aprofundamentos, até porque, o nosso objectivo nesta página, é abordar os
tópicos ao nível do segundo grau, voltado essencialmente para os exames nacionais.
Portanto, o que veremos a seguir, será uma introdução à Teoria dos Limites, dando ênfase
principalmente ao cálculo de limites de funções, com base nas propriedades pertinentes.
O estudo teórico e avançado, vocês verão na Universidade, no devido tempo.
Outro aspecto importante a ser comentado, é que este capítulo de LIMITES abordará o estritamente
necessário para o estudo do próximo tópico: DERIVADAS. O matemático francês Augustin Louis CAUCHY
- 1789/1857 , foi, entre outros, um grande estudioso da TEORIA DOS LIMITES. Antes dele, Isaac
NEWTON - inglês - 1642 /1727 e Gottfried Wilhelm LEIBNIZ - alemão - 1646 /1716 , já haviam
desenvolvido o Cálculo Infinitesimal.
Definição:
Dada a função y = f(x), definida no intervalo real (a, b), dizemos que esta função f possui um limite
finito L quando x tende para um valor x0, se para cada número positivo ε , por menor que seja, existe
em correspondência um número positivo d , tal que :
Indicamos que L é o limite de uma função f( x ) quando x tende a x0 , através da simbologia abaixo:
lim f(x) = L
x->x0
Exercício:
Temos no caso:
lim f(x) = x + 5 = 3 +5 = 8
x0 Æ 3
L = 8.
Com efeito, deveremos provar que dado um ε > 0 arbitrário, deveremos encontrar um δ > 0, tal que,
para |x – 3| < δ, se tenha |(x + 5) - 8| < ε. Ora, |(x + 5) – 8| < ε é equivalente a | x – 3 | < ε .
Portanto, a desigualdade |x – 3| < δ , é verificada, e neste caso δ = ε . Concluímos então que 8 é o
limite da função para x tendendo a 3.
O cálculo de limites pela definição, para funções mais elaboradas, é extremamente laborioso e de
relativa complexidade.
Assim é que, apresentaremos as propriedades básicas, sem demonstrá-las e, na sequência, as
utilizaremos para o cálculo de limites de funções Antes, porém, valem as seguintes observações
preliminares:
a) É conveniente observar que a existência do limite de uma função, quando x Æ x0 , não depende
necessariamente que a função esteja definida no ponto x0 , pois quando calculamos um limite,
consideramos os valores da função tão próximos quanto queiramos do ponto x0 , porém não coincidente
com x 0, ou seja, consideramos os valores da função na vizinhança do ponto x0 .
Para exemplificar, consideremos o cálculo do limite da função abaixo, para x Æ 3.
Observe que para x = 3 a função não é definida. Entretanto, lembrando que x2 – 9 = (x + 3) (x - 3),
substituindo e simplificando, a função fica igual a f (x) = x + 3, cujo limite para x Æ 3 é igual a 6, obtido
pela substituição directa de x por 3.
b) O limite de uma função y = f (x), quando x Є x0, pode inclusive, não existir, mesmo a função estando
definida neste ponto x0 , ou seja , existindo f(x0).
c) Ocorrerão casos nos quais a função f(x) não está definida no ponto x0, porém existirá o limite
de f(x) quando x ≠ x0 .
d) Nos casos em que a função f(x) estiver definida no ponto x0 , e existir o limite da
função f(x) para x ≠ x0 e este limite coincidir com o valor da função no ponto x0, diremos que a
função f(x) é contínua no ponto x0 .
e) Já vimos a definição do limite de uma função f(x) quando x tende a x0 , ou x ≠ x0. Se x tende para
x0, para valores imediatamente inferiores a x0 , dizemos que temos um limite à esquerda da função. Se
x tende para x0 , para valores imediatamente superiores a x0 , dizemos que temos um limite à direita da
função. Pode-se demonstrar que se esses limites à direita e à esquerda forem iguais, então este será o
limite da função quando x Æ x0 .
P1 – O limite de um soma de funções, é igual à soma dos limites de cada função : lim ( u + v + w + ... )
= lim u + lim v + lim w + ...
P2 – O limite de um produto é igual ao produto dos limites. lim (u . v) = lim u . lim v
P3 – O limite de um quociente de funções, é igual ao quociente dos limites. lim (u / v) = lim u / lim v ,
se lim v ≠ 0.
P4 – Sendo k uma constante e f uma função, lim k . f = k . lim f
∞-∞
∞.0
∞/ ∞
0
∞
∞
1
Vamos agora calcular alguns limites imediatos, de forma a facilitar o entendimento dos exercícios mais
complexos que virão em seguida:
Limites fundamentais
A técnica de cálculo de limites, consiste na maioria das vezes, em conduzir a questão até que se possa
aplicar os limites fundamentais, facilitando assim, as soluções procuradas. Apresentaremos a seguir,
sem demonstrar, cinco limites fundamentais e estratégicos, para a solução de problemas.
Exercício:
Observe que fizemos acima, uma mudança de variável, colocando 5x = u, de modo a cairmos num limite
fundamental. Verifique também que ao multiplicarmos numerador e denominador da função dada por 5,
a expressão não se altera. Usamos também a propriedade P4 vista no início do texto.
Exercício:
Exercício:
para a > 0.
Exercícios propostos:
Solução:
Observe que substituindo x por 4, obteremos a indeterminação 0/0. Temos que “levantar” esta
indeterminação, usando certos critérios algébricos.
Teremos então:
Simplificando, obteremos:
Comentários adicionais:
2 – 0/0 é um símbolo de indeterminação; neste problema, obtemos o valor 2√2/3 para o limite da
função dada; outros problemas levarão a outros valores, daí, a designação de indeterminação
Nota: observe que substituindo x por zero (conforme indicado no limite), obteremos a indeterminação
0/0.