Apgar Familiar
Apgar Familiar
Millenium,40:185199.
Abstract
The significant growth of population aging appears
to be very timely topic in the social sciences, literature
reporting that family support, along with the health status and
situational context of the elderly is an important pillar in the
promotion of Quality of Life (QOL) of the elderly. In this
context, we conducted a correlational analytical study, in order
to evaluate the Quality of Life of the elderly and examine the
influence of socio-demographic variables and family
background in Quality of Life. Objective: To evaluate the
quality of life of the elderly and analyze the influence of
socio-demographic variables and family background with the
variability in quality of life of the elderly. Methodology:
Cross-sectional study on a sample of 210 elderly in the county
of Tondela, with ages between 60 and 95 years (M = 72.91,
SD = 6.095); Results: Quality of life is higher in the elderly
with lower age (r = -0.192, p = 0.005) and better family
functioning (r = 0.297, p = 0.000); Conclusion: Given the
investigative evidence presented, we infer that the studied
variables, including age and family functioning influence
QOL, being fundamental to consider them when planning
actions to promote the Quality of Life of the Elderly.
Keywords: family functioning, aging, family, quality of life.
Introduo
O aumento da longevidade constitui um novo desafio para as sociedades, os
pesquisadores, os gestores de sade e para a prpria populao que envelhece em todo o
mundo. Viver mais um desejo e torna-se importante desde que se consiga agregar
qualidade e significado aos anos adicionais de vida (Lima-Costa & Veras, 2003). Esta
preocupao encarada pelos investigadores como uma questo interessante e
pertinente para os estudos a realizar sobre este fenmeno do envelhecimento, uma vez
que as tendncias demogrficas apontam para a manuteno e at crescimento desta
realidade.
A Organizao das Naes Unidas (ONU) considera o perodo de 1975 a 2025
a Era do Envelhecimento. Esta Organizao destaca ainda que, nos pases em
desenvolvimento, o envelhecimento populacional foi significativo e acelerado. No
perodo de 1970 a 2000, o crescimento observado nestes pases atingiu os 123%,
enquanto nas naes desenvolvidas este crescimento foi de 54%.
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A reforma que auferem tem um valor mensal estimado entre 200 - 350
(51,9%) e , para a maioria, por limite de idade (64,3%), sendo que manifestam
insatisfao com o valor da reforma 73,3%.
Quadro 1 Caractersticas gerais da amostra
Masculino Feminino TOTAL
Sexo
Variveis
N % N % N %
Grupo etrio
68 anos 21 25,6 34 26,6 55 26,2
69 71 anos 17 20,7 27 21,1 44 21,0
72 77 anos 29 35,4 31 24,2 60 28,6
78 anos 15 18,3 36 28,1 51 24,3
Estado civil
Casado 64 78,0 61 47,7 125 59,5
Solteiro 1 1,2 15 11,7 16 7,6
Divorciado 5 6,1 2 1,6 7 3,3
Vivo 12 14,6 50 39,1 62 29,5
Escolaridade
Analfabeto 8 9,8 28 21,9 36 17,1
Ler e escrever 25 30,5 38 29,7 63 30,0
Instruo primria 44 53,7 51 39,8 95 45,2
Curso mdio 4 4,9 7 5,5 11 5,2
Curso superior 1 1,2 4 3,1 5 2,4
Tipo de reforma
Limite idade 64 78,0 71 55,5 135 64,3
Penso social 14 17,1 29 22,7 43 20,5
Penso cnjuge 2 2,4 11 8,6 13 6,2
Invalidez 1 1,2 8 6,3 9 4,3
P. social + P. cnj - 0,0 2 1,6 2 1,0
Li. idade + P. cnj 1 1,2 4 3,1 5 2,4
Li. Idade + P. soc. - 0,0 3 2,3 3 1,4
Total 82 100,0 128 100,0 210 100,0
O idoso vive habitualmente com o cnjuge/companheiro (59,5%). Quando vive
sozinho, quem o visita so, maioritariamente, os filhos (20,5%). Tm 3 ou mais filhos
(33,8%) e estes vivem na mesma localidade que os pais (53,3%).
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Concluses
Das caractersticas scio-demogrficas, apenas a idade que influencia a
percepo da qualidade de vida, nomeadamente, quanto mais elevado o grupo etrio
pior a qualidade de vida dos idosos.
Quando se estudam pessoas com idades mais avanadas constata-se que as
mesmas apresentam maiores problemas de sade, perdas e deficincias a vrios nveis,
influenciando a sua qualidade de vida.
Martins (2004) refere que quanto mais elevada for a idade, menor o padro
de qualidade de vida.
Leinonen et al. (2001) realizaram um estudo com idosos e inferiram que a
sade, a capacidade fsica e o desempenho funcional declinam com a idade. Inferiram
ainda que os idosos mais velhos evidenciavam maior pontuao na escala aplicada, o
que significa pior Qualidade de vida.
Estudos realizados revelaram que a ausncia de sade e a incapacidade
aumentam com a idade. Concluram ainda que a maioria das pessoas com mais de 65
anos tem pelo menos uma doena crnica, sendo frequente que tenha duas ou mais.
No que concerne varivel de contexto familiar, a funcionalidade familiar
revelou-se preditora da qualidade de vida dos idosos, contribuindo para explicar 5,1%
da sua variabilidade.
O APGAR familiar um instrumento de avaliao destinado a reflectir a
satisfao de cada membro, e os diferentes scores devem ser comparados para se avaliar
a funcionalidade familiar (Rocha, Nascimento & Lima, 2002).
Viver mais tempo uma ambio natural e continuamente se desenvolvem
esforos para prolongar a vida humana. No entanto, torna-se fundamental oferecer no
s anos de vida, mas tambm condies adequadas aos idosos para que estes possuam
uma ptima qualidade de vida e de bem-estar (Martins, 2004).
Tanto a famlia como os profissionais de sade evidenciam-se como as fontes
determinantes para a qualidade de vida. Adicionalmente, os profissionais de sade
devem considerar formas de supervisionar a funcionalidade familiar.
H anos, a Organizao Mundial de Sade propunha como objectivo aumentar
a esperana de vida, hoje considera como desafio aumentar a expectativa de vida activa
dos idosos, impondo-se dar a todos os idosos uma melhor qualidade de vida que passa
por mant-los activos (Arroteia e Cardoso, 2006).
Os resultados do estudo documentam que as variveis estudadas devem ser
consideradas quando se repensam respostas e polticas para idosos, de forma a aumentar
a sua qualidade e satisfao com a vida.
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