Vários Textos Sobre o Autor
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1. Teatro
2. Literatura
Literatura engajada: A maior parte dessas peas tem acentuada tendncia
poltica. No escrito "Qu est-ce que la littrature?" (1948; "Que a literatura?"),
depois includo no segundo volume de Situations (1948), Sartre criou o conceito
da literatura engajada, que discute os atuais problemas polticos e sociais: seria
essa a nica literatura possvel e til em nosso tempo. A esse conceito
subordinou Sartre trs romances, dos quatro projetados de um ciclo a que deu o
nome bem existencialista de Les Chemins de la libert (Os Caminhos da
liberdade), discutindo a situao do intelectual francs imediatamente antes da
guerra e o desastre da Frana em 1940. Saram : Lge de raison 1945; A Idade
da razo); Le Sursis (1945; O Prazo concedido); La Mort dans lme (1949; A
Morte na lama). O ciclo ficou incompleto.
Crtica literria: J antes da guerra e, depois, na revista Les Temps Modernes,
publicou Sartre numerosos artigos de crtica literria, que foram depois reunidos
nos seis volumes de Situations (1947-1965; Situaes). Introduziu na Frana o
moderno romance norte-americano, sobretudo o de Dos Passos da primeira fase.
Mas o mtodo crtico de Sartre principalmente de natureza biogrfica: quer
compreender as atitudes de escritores e artistas pelo esclarecimentos dos seus
projetos em face de decises existenciais; serve-se da psicanlise. Caracterstico
o ensaio "Le Prisonnier de Venise" ("O Prisioneiro de Veneza") publicado em
Les Temps Modernes, novembro de 1957, depois em Situations , v. 5, sobre
Tintoretto. Baudelaire (1947), procura desenterrar psicanaliticamente as razes
de sua poesia. Saint Genet, comdien et martyr (1952; So Genet, comediante e
mrtir) examina, no exemplo de Jean Genet, as relaes entre a arte e o
imoralismo.
Ainda incompleto LIdiot de la famile (1971; O Idiota da famlia) primeiro
volume de um grande estudo sobre Flaubert, Sartre tambm aplicou o mtodo a
si prprio, no belo livro autobiogrfico Les Mots (1963; As palavras). Dos
numerosos artigos de crtica literria, muitos tm naturalmente tendncia poltica.
Sobretudo de importncia o ataque violento contra Albert Camus (Les Temps
Modernes, agosto de 1952), amigo com quem rompeu por causa da tendncia
anticomunista do livro LHomme rvolt (O Homem revoltado).
3. Comunismo
Imediatamente depois da liberdade da Frana, Sartre colaborou com comunistas,
mas logo se separou deles, travando polmicas violentas contra o partido. Mas
com o tempo modificou-se sua opinio sobre a literatura engajada, que deve
combater a injustia onde quer que ela aparea. Reconhecendo a impotncia
poltica da palavra escrita, Sartre voltou a cooperar com os comunistas embora
sem entrar no partido.
Depois da guerra argelina tornou-se mesmo mais radical que o comunismo
oficial, exigindo a violncia e a ao direta. Numa grande obra terica, Critique
de la raison dialectique (1960; Crtica da razo dialtica), tentou reunir marxismo
e existencialismo, introduzindo tambm elementos da psicanlise para substituir a
reflexologia de Pavlov. O documento principal de sua teoria da violncia o
prefcio do livro Les Damnes de la terre (1961; Os Condenados da terra), de
Frantz Fanon (depois includo em Situations, v.5, 1964), condenao da
civilizao europia em face dos sofrimentos do Terceiro Mundo.
Jean-Paul Sartre
Filsofo, romancista e dramaturgo francs (1905-1980). Um dos maiores nomes da
Filosofia no sculo XX, funda o existencialismo, que prega a liberdade
individual do ser humano. Em 1964, ganha o Prmio Nobel de Literatura, mas
recusa-se a receb-lo. Ingressa em 1924 na Escola Normal Superior, em Paris,
onde conhece Simone de Beauvoir , com quem estabelece uma relao afetiva que
dura toda a vida. De 1931 a 1945, professor secundrio nas cidades de Havre,
Laon e Paris. Entra para a Resistncia durante a 2 Guerra Mundial (1939-1945) e
funda o movimento Socialismo e Liberdade. Depois da guerra, aproxima-se dos
comunistas. Funda em 1945, com outros intelectuais, a revista Les Temps
Modernes. o primeiro diretor do jornal esquerdista Libration . Aps a entrada
de tanques soviticos em Budapeste (1956), rompe com os comunistas. Escreve
vrias peas, como Entre Quatro Paredes (1944) e O Diabo e o Bom Deus (1951).
Entre seus livros esto O Ser e o Nada (1943) e Crtica da Razo Dialtica
(1960).
***
Texto 2
Sartre - Alguns conceitos e alguns temas
1. O Existencialismo Bsico
Muitas pessoas fazem uma ligao entre a falta de f ou crenas com ideais
existenciais. O existencialismo pouco tem a ver com f. Segundo Walter
Kauffmann, "Certamente, o existencialismo no uma escola de pensamentos.
Os trs escritores que sempre aparecem em toda lista de existencialistas Jaspers, Heidegger e Sartre - no concordam em sua essncia. Considerando
Rilke, Kafka e Camus, fica claro que a caracterstica essencial compartilhada por
todos o seu individualismo exagerado."
Para entender o significado de existencialismo, preciso entender que a viso
americana do existencialismo derivou das obras de trs ativistas polticos, no
puristas intelectuais. A Amrica aprendeu o termo existencialismo depois da II
Guerra. O termo foi criado por Jean-Paul Sartre para descrever suas prprias
filosofias. At 1950, o termo era aplicado a vrias escolas divergentes de
pensamento.
Apesar das variaes filosficas, religiosas e ideologias polticas, os conceitos do
existencialismo so simples:
A espcie humana tem tem livre arbtrio;
A vida uma srie de escolhas, criando stress;
Poucas decises no tm nenhuma conseqncia negativa;
Algumas coisas so absurdas ou irracionais, sem explicao;
Se voc toma uma deciso, deve lev-la at o fim.
Alm dessa curta lista de conceitos, o termo existencialismo aplicado
amplamente. At esses conceitos no so universais dentro das obras
existencialistas. Blaise Pascal, por exemplo, passou os ltimos anos da sua vida
escrevendo em apoio da predeterminao. Os homens acham que tm livre
arbtrio apenas quando tomam uma deciso.
tradio insistindo que o mais alto bem par o indivduo achar a sua
prpria vocao. Como ele escreveu em seu artigo, "Eu preciso
encontrar a verdade que verdadeira para mim... a idia pela qual eu
vivo ou morro." Outros existencialistas tm repetido a tese de
Kierkegaard que diz que cada um precisa escolher seu prprio caminho
sem o auxlio de padres universais.
Contra a viso tradicional de que a escolha envolve um julgamento
objetivo do certo e errado, os existencialistas tm argumentado que
nenhuma base racional ou objetiva pode ser encontrada nas decises
morais. No sculo XIX, o filsofo alemo Nietzsche afirmou que o
indivduo precisa decidir que situaes incluir como situaes morais.
Subjetividade - Todos os existencialistas tm seguido Kierkegaard em
enfatizar a importncia da ao individual em decidir questes de
moralidade e verdade. Eles tm insistido, conseqentemente, que a
experincia individual e a ao de acordo com as suas prprias
convices so essenciais para se chegar verdade. Assim, a
compreenso da situao por algum envolvido nessa situao
superior de um observador imparcial. Essa nfase na perspectiva do
indivduo tambm tem feito com que os existencialistas suspeitem do
raciocnio sistemtico.
Kierkegaard, Nietzsche e outros existencialistas tm sido
deliberadamente anti-sistemticos quando expem suas filosofias,
preferindo expressar-se em dilogos, parbolas e outras formas
literrias. Ao invs da sua posio anti-racionalista, no entanto, a
maioria dos existencialistas no podem ser considerados como
irracionalistas no sentido de negar toda a validade do pensamento
racional. Eles tm afirmado que a claridade racional desejvel onde
quer que seja, mas a mais importante questo na vida no acessvel
razo ou cincia. Alm disso, eles tm argumentado que at a cincia
no to racional como se supe. Nietzsche, por exemplo, afirmou que
a suposio cientfica de um universo ordenado , na maior parte, uma
fico til.
Escolha e compromisso - Talvez o principal tema no existencialismo
seja a escolha. A principal distino da humanidade, no ponto de vista
dos existencialistas, a liberdade de escolha. Os pensadores tm
afirmado que os seres humanos no tm uma natureza, ou essncia,
fixa, como os outros animais e plantas; cada ser humano toma decises
que criam sua prpria natureza. Para Sartre, a existncia precede a
essncia. A escolha , portanto, o centro da existncia humana,
inevitvel; at a recusa da escolha uma escolha. A liberdade de
escolha acarreta no compromisso e na responsabilidade. Porque as
pessoas so livres para escolher seus prprios caminhos, os
existencialistas tm argumentado que eles precisam aceitar o risco e a
responsabilidade de seguir seu compromisso, aonde quer que ele leve.
Horror e angstia - Kierkegaard afirmou que espiritualmente crucial
3. Definindo o impreciso
Com muitas das instncias quando tentamos agrupar indivduos, falhamos
quando definimos quem os existencialistas eram. A filosofia desses homens e
mulheres so freqentemente contraditrias. No apenas os pensadores se
contradizem uns aos outros, mas cada um tende a contradizer suas prprias
definies, tanto em livros como em aes.
Tendo estabelecido que o existencialismo um termo aplicado livremente em
uma variedade de filosofias, existem temas que so comuns em todos as obras.
Dicionrios e textos de filosofias oferecem definies simples de existencialismo:
"A doutrina que diz que a existncia precede a essncia e que o homem
totalmente livre e responsvel pelos seus atos. A responsabilidade a fonte do
medo e da angstia persegue a espcie humana." - Websters New World
Dictionary, Second College Edition; William Collins Publishers, inc.;
Cleveland, Ohio, 1979.
"A filosofia que enfatiza a unicidade e o isolamento da experincia individual em
um universo hostil e indiferente, considera a existncia humana como
inexplicvel e fora a liberdade de escolha e responsabilidade pelas
conseqncias de nossos atos." - American Heritage Dictionary of the English
Language, Third Edition 1992 by Houghton Mifflin Complany.
No h uma ou duas frases que resumem o que mais de uma dzia de pessoas
famosas ou no ponderaram. A nica coisa comum parece ser a discrdia.
A grade que acompanha, ilustra a quantidade de ideais expressados pelos
maiores existencialistas. Nem todos os pensadores seguem uma linha perfeita na
grade. Particularmente, suas linhas polticas so mais variadas que as trs
categorias listadas.
Religioso
Predeterminao
Etilista
Moralista
Intenes
Agnstico
Chance
Comunista
Relativista
Aes
Ateu
Livre Arbtrio
Anarquista
Amoralista
Resultados
A primeira linha pode representar a obra de Blaise Pascal, especialmente no
final da sua vida quando ele tentou defender suas crenas religiosas
desesperadamente, incluindo suas contradies inerentes. A ltima linha
representa Jean-Paul Sartre, se no suas prprias idias.
Como definido previamente, unificando esses homens e mulheres nessa matriz
de conceitos desanimador. Seus pensamentos so ligados pela crena de que
a vida uma luta praticamente intil contra foras alinhadas em oposio ao
indivduo.
4. F e Existencialismo
Como mencionado anteriormente, o existencialismo no uma simples escola
de pensamento, livre de qualquer e toda forma de f. Ajuda a entender que
6. Os Existencialistas
As pessoas listadas representam os maiores pensadores existencialistas. Este
grfico est em ordem filosfica, no na de publicao ou vida.
Nome
Filosofia/F
Contribuio
Soren Kierkegaard
Existencialista,
Protestante
Considerado o primeiro
existencialista, seu trabalho foi
popularizado por Heidegger
Friedrich Nietzsche
Darwinista, AntiCristo
Suas idias influenciaram Heidegger
e Sartre
Edmundo Husserl
Fenomenologista
Desenvolveu os conceitos de essncia
e existncia
Martin Heidegger
Fenomenologista,
Existencialista
Assistente de Husserl, tradutor de
Kierkegaard
Franz Kafka
Absurdista, Judeu
Semelhante a Camus, Sartre, na
representao do destino cruel
Jean-Paul Sartre
Existencialista,
Ateu
Estudante de Heidegger, colega e
amante de Beauvoir
Simone de Beauvoir
Existencialista,
Feminista
Amante de Sartre, amiga de Camus,
Merleau-Ponty
Maurice MerleauPonty
Fenomenologista,
Existencialista
Amigo de Sartre, Camus. Partidrio
da Fenomenologia Hursseliana
Albert Camus
Existencialista,
Absurdista, Ateu
Membro da Resistncia Francesa
durante a II Guerra com Sartre,
Merleau-Ponty, de Beauvoir
Karl Jaspers
Existencialista
Contemporneo de Sartre, Camus.
7. Histria
O existencialismo um movimento filosfico e literrio distinto pertencente
aos sculos XIX e XX, mas os seus elementos podem ser encontrados no
pensamento (e vida) de Scrates, na Bblia e no trabalho de muitos
filsofos e escritores pr-modernos.
Culturalmente, h dois grupos principais de existencialistas: AlemoDinamarqus e Anglo-Francs. Alm desses, as culturas judaica e o russa
tambm contriburam com a filosofia. O movimento filosfico agora
conhecido como existencialismo pode ser traado de 1879 at 1986,
quando Simone de Beauvoir morreu. Aps ter experienciado vrios
distrbios civis, guerras locais e duas guerras mundiais, algumas pessoas na
Europa foram foradas a concluir que a vida inerentemente miservel e
irracional.
Alemanha
Toda a histria da Alemanha pode ser vista como uma contribuio
evoluo do pensamento existencialista. Folheando um bom livro de
histria, torna-se claro que a Alemanha tem sido atacada e tem atacado.
Sua cultura formada pela guerra; no perodo de 1871 at a II Guerra
Mundial que se mais se formou o pensamento existencialista.
A seguinte linha do tempo representa apenas uma frao dos eventos que
ocorreram na Alemanha. A pessoal mais responsvel pelos seus altos e
baixos Otto von Bismarck. Para controlar a Alemanha de 1862 at 1890,
ele primeiramente encontrou inimigos em outras naes. Quando acreditou
que o pas tinha uma razovel quantidade de terras, ele encontrou liberais e
socialistas para perseguir. Para muitos, Bismarck no teve ideais polticos
reais, apenas a iluso de que ele e apenas ele poderia governar a Alemanha.
5/05/1813
S. Kierkegaard nasce na Dinamarca.
1814 a 1815
Congresso de Viena restabelece a nobreza da Alemanha
e reduz o nmero de estados reconhecidos de vrios de
centenas para dezenas. A famlia Hapsburg declara o
Imprio Austraco.
1831
Georg Hegel morre.
1834
Prssia forma uma unio de tarifas, controlando as taxas
na Alemanha.
15/10/1844
Friedrich Nietzsche nasce.
1848
A Revoluo Liberal Alem. Os estados alemes
concordam em formular uma nova constituio, com
uma monarquia constitucional baseada no modelo
britnico.
1849
Frederick William IV, rei da Prssia, recusa-se a
governar um governo parlamentar, quebra o Parlamento
de Franckfurt.
8/04/1859
Edmund Husserl nasce.
1862
O presidente-ministro prssio Otto von Bismarck
inventa um plano secreto para unir a Alemanha.
1864
A guerra contra a Dinamarca, resultando em uma cesso
de terras dinamarquesas. ustria se uniu Prssia.
1866
As Sete Semanas; Bismarck cria uma disputa com a
ustria sobre os territrios dinamarqueses.
1867
Bismarck declara a Confederao da Alemanha do
Norte.
1870 a 1871
Declarando guerra Frana, Bismarck manda tropas ao
sul da Alemanha. Declara que os estados ao sul fazem
parte da Federao Alem.
18/01/1871
O Novo Reich de Versalhes. O rei da Prssia, William I,
nomeado Imperador (Kaiser) da Alemanha.
8/02/1878
Martin Buber nasce na ustria.
1882
Bismarck conduz a Alemanha Aliana Tripla com a
ustria e a Itlia.
23/02/1883
Karl Jaspers nasce.
20/08/1886
Paul Tillich nasce em Starzeddel, Alemanha.
1887
Bismarck negocia um trato com a Rssia.
1888
William II assume o trono, depois de um curto (alguns
meses) reinado de Frederick III.
26/10/1889
1890
Bismarck perde o controle do Reichstag (parlamento) e
forado a renunciar por William II.
1890
Depois de Bismarck renunciar, William II permite o
trato com a Rssia por engano. Frana forma uma
aliana com a Rssia, assinando um tratado em 1894.
1914
Rssia e ustria disputam a Sibria. Sob os termos da
Aliana Tripla, a Alemanha declara guerra Rssia.
Como a Frana tinha um tratado com a Rssia, toda a
Europa entra na I Guerra Mundial.
11/1918
A populao alem fora o governo a procurar um
tratado de paz. O Kaiser forado a um exlio.
1918 a 1919
Vrios movimentos comunistas tomam seu lugar em
estados alemes.
1919
A assemblia democrtica encontra-se em Weiman para
formar a repblica, conhecida como a Repblica
Weiman. O primeiro grupo de ministros renuncia ao
invs de assinar o Tratado de Versalhes, terminando a I
Guerra Mundial.
06/1919
O novo governo da Assemblia Weiman forado a
assinar o Tratado de Versalhes, incluindo a cesso de
terras conquistadas antes da guerra.
1923
O Partido Socialista Nacional tenta um golpe em
Bavria. Adolf Hitler, seu lder, ridicularizado pela
tentativa.
1932
O Partido Socialista Nacional torna-se o maior partido
no Reichstag.
30/01/1933
O presidente do Reichstag Paul von Hindenbug nomeia
Adolf Hitler seu chanceler (chefe executivo).
30/06/1934
Os socialistas exigem que o novo chanceler implemente
o socialismo na Alemanha. Hitler tem seus lderes
expulsos do governo. Mais importante, 150 lderes
militares do Sturmabteilung foram executados, deixando
Hitler e o Partido Nazista com o controle da Alemanha.
8. As linhas do existencialismo
H duas linhas famosas de existencialistas. A primeira, de Kierkegaard,
Nietzsche e Heidegger agrupada intelectualmente. Esses homens so os
pais do existencialismo e dedicaram-se para estudar a condio humana. A
segunda, de Sartre, Camus e Beauvoir, era uma linha poltica, at Sartre e
Camus provarem que brigas mesquinhas e orgulho no podem ser
sustentadas pela filosofia. Enquanto outras pessoas entraram e entraram
nesses grupos, esses seis indivduos definiram o existencialismo.
Metafsicos
As potncias intelectuais por trs do existencialismo concentraram suas
obras na metafsica. Esses homens perguntaram-se se havia um Criador. Se
sim, qual a relao entre a espcie humana e esse criador? As leis da
natureza j foram pr-definidas e os homens tm que se adaptar a elas?
Esses homens estiveram to dedicados aos seus estudos que tornaram-se
anti-sociais, enquanto se preocupavam com a humanidade.
Kierkegaard, Nietzsche e Heidegger so os primeiros existencialistas
intelectuais e metafsicos. Os dois primeiros se preocupavam com a mesma
questo: o que limita a ao de um indivduo? Kierkegaard chegou
possibilidade de que o cristianismo e a f em geral so irracionais,
argumentando que provar a existncia de uma nica e suprema entidade
uma atividade intil. Ele acreditou que o mais importante teste de um
homem era seu compromisso com a f apesar do absurdo dessa f.
Nietzsche, freqentemente caracterizado como ateu, foi mais precisamente
um crtico da religio organizada e das doutrinas de seu tempo. Ele
acreditou que a religio organizada, especialmente a igreja catlica, era
contra qualquer poder de ganho ou auto-confiana sem consentimento.
Nietzsche usou o termo rebanho para descrever a populao que segue a
***
Texto3
A existncia e a essncia.
a morte tira o sentido da vida, ou seja, ela a "nadificao dos nossos projetos,
a certeza de que um "nada" total nos espera". Sartre conclui: "se nos temos de
morrer, a nossa vida no tem sentido porque os seus problemas no recebem
qualquer soluo e porque at a significao dos problemas permanece
indeterminada.
O conceito de "nusea", usado no romance de mesmo nome, difere-se a esse
sentimento experimentado diante do real, quando se toma a conscincia de que
ele e desprovido de razo de ser, absurdo. Roquetim, a personagem principal do
romance, numa celebre passagem, ao olhar as razes de um castanheiro, tem a
impresso de existir maneira de uma coisa, de um objeto, de estar a, como as
coisas so. Tudo lhe surge como pura contingncia, sem sentido.
O homem no um "em si" ele um "para si", que a rigor no nada. A
conscincia no tem contedo e, portanto, no coisa alguma. Esse vazio a
liberdade fundamental do " para si". a liberdade, movendo-se, atravs das
possibilidades, que poder criar-lhe um contedo. Eis o que o homem, ao
experimentar essa liberdade, ao sentir-se como um vazio, experimenta a angstia
da escolha. Muitas pessoas no suportam essa angstia, fogem dela aninhando-se
na m f.
A m f a atitude caracterstica do homem que finge escolher, sem na verdade
escolher. Imagina que seu destino est traado, que os valores so dados;
aceitando as verdades exteriores, "mente para si mesmo", que o autor dos seus
prprios atos. No se trata propriamente de uma mentira, pois esta supem os
outros, para quem mentimos. A m f se caracteriza pelo fato de o indivduo
dissimular para si mesmo, a fim de evitar fazer uma escolha, da qual possa se
responsabilizar. Torna-se salaud (safado, sujo). O homem que recusa a si
mesmo aquilo que fundamentalmente o caracteriza como homem, ou seja, a
liberdade. Nesse processo recusa a dimenso do "para si", torna-se um "em si",
semelhante as coisas. Perde a transcedncia, reduz-se a facticidade.
Sartre chama esse comportamento de esprito de seriedade. O homem srio
aquele que recusa a sua liberdade para viver o conformismo e a
"respeitabilidade" da ordem estabelecida e da tradio. Esse processo e
exemplificado no conto "A infncia de um chefe". Um tipo de m f descrito por
Sartre do garom que age no como um "para si", mas como um "ser para o
outro", comporta-se como deve se comportar um garom, desempenhando o
papel de garom, de tal forma que ele se v com os olhos dos outros. assim
que Sartre descreve em "O ser e o Nada": " consideremos esse garom de caf.
Tem um gesto vivo e apurado, preciso e rpido, dirige-se aos consumidores num
passo demasiado vivo, inclina-se com demasiado zelo, sua voz e seus olhos
experimentam um interesse demasiado cheio de solicitude para o pedido do
fregus (...), ele representa, brinca. Mas representa o que? No preciso
observa-lo muito tempo para perceber: ele representa ser garom de caf".
Outro tipo de m f o da mulher que, estando com um homem, dissimula para
si mesma o carter sexual do encontro, deixando-se "seduzir" por ele.
Em Ltre et le nant, essai d ontologie phnomenologique (1943; O ser e o
Nada, ensaio de ontologia fenomenolgica), prope Sartre a sua filosofia,
***
Texto 4
ambientes mais apropriados para o gesto extremo. Como bom francs, recheou
seu guia com digresses histricas e filosficas, remontando a Scrates, a mais
famosa vtima da cicuta.
***
Texto 5
Especial
que as opes que Sartre tomou em seu tempo tenham sido superadas, com
a runa dos PCs, no significa que suas idias-chave tenham perdido o
sentido. O eixo delas esteve em algumas proposies filosoficamente
densas, slidas, mas de traduo relativamente fcil para o leigo.
Referi-me idia de que escolhemos constantemente, convico de que
em ltima anlise somos livres e responsabilidade que temos por
nossos atos. Nada disso est superado; nada disso banal; e essas so
talvez as idias mais fortes do sculo que est por terminar, na juno
mesma entre tica e poltica. Sartre pode parecer superado, mas suas
idias entraram no nosso sangue: circulam em ns. No h melhor elogio
que se possa tecer a um filsofo "engajado" do que reconhecer o quanto
ele tem pensamentos consistentes e coerentes.
Os dois Sartres
Especial
***
Texto 6
***
Texto 7
Pietro Ubaldi
Trata-se de uma psicose que corrompe o centro diretivo, aquele que deveria
assumir a tarefa de orientao espiritual do mundo. Se o crebro est doente,
que suceder com todo o resto do corpo? Se a mente que deveria estar frente do
caminho da evoluo, anteposta ao trabalho de antecipar e avanar, est corroda
e se est desfazendo, se o dirigente do veculo se perde e sai da estrada, ento
o desastre inevitvel. Devemos aqui explicar como tudo isto pode acontecer.
o pensamento que se encontra nas razes da vida. O desmoronamento espiritual
precede o desmoronamento material e lhe anuncia o comeo. O triunfo de Sartre
pode ser um sintoma premonitrio, junto com outros detalhes, e est amadurecendo
o fenmeno da liquidao da civilizao europia. No vemos os filsofos e
pensadores no terreno da ao e da realizao. No entanto, so eles os primeiros
motores das revolues e revoltas das pocas seguintes. Karl Marx antecipou os
levantamentos polticos do sculo XX nas salas de leitura do British Museum. As
acesas polmicas de Sren Krierkegaard assentaram as bases sobre as quais Sartre
construiu o existencialismo.
Assim, por obra de um s pensador, a semente lanada. Se encontra o terreno
adequado, desenvolve-se rapidamente, afirmando-se segundo a sua natureza. Assim
sucedeu com o Comunismo e com o existencialismo. Formam-se correntes de
pensamento coletivas e vo-se amadurecendo os fenmenos sociais nos quais
aquelas tomam corpo, at alcanarem a sua realizao como fato histrico.
Os fenmenos seguem, com um ritmo de sucesso de fases, a trajetria do seu
desenvolvimento e, uma vez iniciada, so levados pela sua lei a percorr-la at
ao fim. difcil det-los, porque at ao seu esgotamento, continuam atuando as
foras que os puseram em movimento e s um equivalente impulso em sentido
contrrio pode neutralizar. Assim, desde o comeo, o observador atento pode ver
qual ser o futuro desenvolvimento do fenmeno porque, uma vez lanado, ele se
mantm inexoravelmente fechado dentro das normas da lei, reguladora do
transformismo. Sabe-se, ento, a direo e as solues finais que, fatalmente, a
histria conduzir. Esta avana por fases sucessivas, ligadas uma outra, como
sua conseqncia necessria, porque implcita na fase precedente. Quando a
histria se canaliza por um determinado tipo de fenmeno, deve seguir os
perodos do seu lgico desenvolvimento, conectados, condicionando-se uns aos
outros, como os anis de uma mesma cadeia. Vrios elementos com vrias funes,
cada um para cumprir a sua, escalonam-se sucessivamente no tempo: o pensador, o
revolucionrio, o guerreiro, o lder, o estadista, o poltico, as massas que os
seguem. Cada um , por sua vez, atrado, envolvido, colocado em movimento, todos
ao trabalho, vencedores e vencidos, hoje lanados para posies superiores
quando a sua colaborao til e se adaptam ao seu mandato, cumprindo a sua
funo histrica; amanh, porm, abandonados e liquidados quando j no servem
mais. Cada um cr ser uma fora autnoma, trabalha para si e no seno um
instrumento, um momento de um processo histrico, um elemento que vale s em
funo do trabalho a cumprir, em relao ao qual o indivduo ocupa a posio que