Bombeamento PDF
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Captulo 1
Aplicaes dos sistemas de bombeamento
1.1.
NO ABASTECIMENTO DE GUA
Em geral, um sistema convencional de abastecimento pblico de gua potvel possui as seguintes etapas:
captao de gua bruta no manancial (cursos de gua, lagos, represas e audes);
aduo de gua bruta (por bombeamento, por gravidade e/ou misto);
tratamento da gua;
reservao da gua tratada;
distribuio populao.
4
5
Legenda
7
2
1
Figura 1
1.1.1.
1. Manancial;
2. Sistema de bombeamento de gua bruta;
3. Estao de tratamento
de gua;
4. Reservatrio enterrado
de gua tratada;
5. Sistema de bombeamento de gua tratada;
6. Reservatrio elevado;
7. Rede de distribuio.
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Motobomba
Recalque
NA mximo
NA mnimo
Poo de suco
Figura 2
Na Figura 2, observam-se o posicionamento das motobombas acima do nvel mximo de gua - para
segurana dos equipamentos eltricos contra inundao - bem como a proteo da extremidade do tubo de
captao contra a eroso causada pela correnteza. Tambm se v o direcionamento para baixo do bocal de
suco, para evitar a entrada de slidos.
Em barragens, para fins de captao de gua, usam-se as torres de tomada com entrada em mais de um
nvel, com o fim de controlar a qualidade e a vazo de gua, como est mostrado na Figura 3.
Motobombas
Acesso
NA mximo
Recalque
Comportas
NA mnimo
Poo de suco
Poo de tomada
Figura 3
Em determinadas regies, onde no h a disponibilidade de mananciais superficiais, a captao de gua
pode ser feita em aqferos subterrneos confinados e profundos, como elucidado na Figura 4.
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Recalque
Enchimento com
argamassa
Tubo camisa
Perfurao
Bomba
Crivo
Motor eltrico
Material filtrante
Material impermevel
Pr filtro
Material filtrante
Figura 4
Para elucidao do assunto, quando so utilizados mananciais de guas superficiais, mostra-se a estao
elevatria de gua bruta Santa Ins, do Sistema Cantareira da Sabesp, em So Paulo.
Figura 5
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Dado o porte da elevatria, tambm so especificadas as caractersticas tcnicas deste sistema:
4 motobombas (1 de reserva)
Vazo por motobomba: 11000 litros/s (11 m3/s)
Potncia de cada motor eltrico: 20.000 CV
Altura de suco (afogada): 20 m
Altura Manomtrica Total (AMT): 120 mca
Na Figura 6, mostra-se o local de descarga da elevatria de gua bruta Santa Ins no reservatrio de
guas Claras, afluente da ETA (estao de tratamento de gua) do Guara, em So Paulo. Cada um dos dutos
descarrega uma vazo de 11000 litros/s (11 m3/s) de gua bruta.
Figura 6
Descarga da elevatria de gua bruta de Santa Ins para suprimento da ETA do Guara Sistema Cantareira
So Paulo/SP.
Fonte: SABESP (Companhia de Saneamento Bsico do Estado de So Paulo).
Para uma outra situao, na Figura 7, v-se um conjunto motobomba e conexes da estao de bombeamento
de gua bruta (EBAB So Joo) do sistema de abastecimento pblico de Porto Alegre/RS.
Figura 7
Conjunto motobomba da estao elevatria de gua bruta (EBAB - So Joo) em Porto Alegre/RS
Fonte: Cortesia do DMAE (Departamento Municipal de guas e Esgotos). PMPA (Prefeitura Municipal de Porto Alegre/RS).
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A estao possui trs motobombas de velocidade varivel, sendo uma de reserva, atuadas por inversor de
freqncia, cada uma com capacidade de 2000 l/s, AMT de 61,42 mca e motor eltrico de 2000 CV.
1.1.2.
Manancial de gua
1
2
Recalque de
gua bruta
Amostra
Produtos qumicos
3
Amostra
Lodo
Produtos qumicos
Lavagem superfcie
Contra lavagem
Amostra
Uso na ETA
Recalque de gua tratada
Figura 8
15
1.1.3.
A reserva de gua tratada utilizada para garantir o suprimento contnuo da demanda com regime variado.
Tambm para obter presso na rede de distribuio e para garantia de disponibilidade em caso de pane no
sistema de produo.
Pode ser constituda de reservatrios enterrados, semi-enterrados e elevados, sendo que o suprimento e a
transferncia de gua entre estes reservatrios normalmente feito atravs do bombeamento, como mostrado
nas Figuras 9 e 10.
Legenda
1
2
Figura 9
Figura 10
16
Essa estao de bombeamento possui trs motobombas (1 de reserva), cada conjunto com vazo de 640 l/s,
AMT de 25 mca e motor eltrico de 250 CV.
1.1.4.
H situaes, em especial em condutos de recalque muito extensos, em que ocorre a queda sistemtica da
presso hidrodinmica de suprimento, que pode ser causada pelo aumento da perda de carga por atrito (funo do
excesso de demanda), por deteriorao da parede interna do conduto, ou por ambos os motivos.
Nesses casos, desde que verificadas as condies estruturais de resistncia do conduto e a limitao da presso
operacional, pode-se utilizar o reforo (booster), para suprir a energia necessria garantia do escoamento, elevandose a linha piezomtrica, como est mostrado esquematicamente na Figura 11.
Legenda
Linha piezomtrica original
(com problema)
Figura 11
1.2.
1. Reservatrio elevado;
2. Estao de bombeamento
de reforo (booster);
3. Reservatrio inferior.
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1.2.1.
Na fase de coleta
Caixa de passagem
Passeio
Rua
Motobomba
Subsolo
Coletor de Esgoto
Esgoto
Figura 12
Poo de recepo
Poo de
Visita
Emis
srio
Estao
Elevatria
Figura 13
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Motor
Motor
Poo de
Chegada
Poo de
Chegada
Bomba
Bomba
Esgoto
Esgoto
Figura 14
Figura 15
Estao elevatria para ganho de cota (EE n9) de esgotos domsticos na cidade de Canoas/RS.
1.2.2.
Em algumas situaes, o local destinado ao tratamento dos esgotos domsticos fica bastante afastado do
ponto onde chegam os efluentes coletados em determinada regio. Nesses casos, comum acontecer que o
trajeto do emissrio para o transporte dos esgotos at o local do tratamento ocorra em trechos de topografia
plana ou em aclive, quando se torna necessrio o bombeamento.
o caso do sistema de esgotos sanitrios da cidade de Porto Alegre, em fase de expanso com a implantao
do PISA Programa Integrado Scio Ambiental - que dever elevar o volume de esgotos domsticos tratados de
27% para 77%, a curto prazo.
Na Figura 16, apresenta-se uma vista parcial das obras de aumento da estao de bombeamento de esgotos
da Ponta da Cadeia. Essa elevatria possibilitar a conduo dos esgotos coletados em uma rea que totaliza
aproximadamente 40% da regio tributria de esgotos do municpio de Porto Alegre/RS, at o local da estao
de tratamento de esgotos da Serraria, distante cerca de 17 quilmetros.
Figura 16
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Estao de bombeamento de esgotos atravs de emissrio para tratamento final. EBE Ponta da Cadeia/Porto
Alegre/RS.
Fonte: PISA (Programa Integrado Scio-Ambiental). Cortesia do DMAE / Prefeitura Municipal de Porto Alegre.
Em vista parcial e em primeiro plano, v-se o barrilete de descarga. Em segundo plano e abaixo, as
motobombas de esgotos domsticos.
So seis motobombas. Quatro (1 de reserva) que captam no Poo 1 (esgotos vindos da EBE Baronesa
do Gravata), cada uma com vazo de 906 l/s, AMT de 15,5 mca e motor eltrico de 250 CV. Mais duas (1 de
reserva), que fazem tomada no Poo 2 (bacias centro de Porto Alegre e arroio Tamandar - parcial), cada uma
com vazo de 680 l/s, AMT de 21,2 mca e motor eltrico de 200 CV.
Figura 17
Na figura 17, em primeiro plano e inclinadas, veem-se as duas bombas do tipo parafuso de Arquimedes que
so acionadas por motores eltricos instalados na parte coberta da estao de bombeamento.
Os esgotos chegam estao elevatria no local baixo direita - e so descarregados em cota mais
elevada esquerda, onde tambm se v a lagoa de recepo, para incio do processo de tratamento.
20
1.2.3.
As estaes de depurao (tratamento) dos esgotos sanitrios podem ser de nvel primrio, secundrio ou
tercirio (avanado), tudo dependendo dos padres de qualidade que devem ser mantidos no corpo receptor
onde o efluente final ser lanado.
Nessas unidades de depurao, o bombeamento pode ser utilizado para:
conduo do esgoto bruto nas chegadas das estaes depuradoras, a partir de cotas mais baixas dos
coletores da rede de coleta;
descarte do lodo acumulado dos decantadores, ou para recirculao do lodo no sistema como acelerador do
processo bioqumico do tratamento;
circulao e agitao, comuns nos digestores onde necessrio uniformizar a massa em tratamento biolgico;
dosagem dos produtos qumicos;
amostragem de controle do tratamento;
distribuio de gua de uso geral;
ganho de cota no perfil hidrulico do tratamento, na alimentao das unidades da estao para compensar
a perda de carga no escoamento por gravidade.
1.2.4.
Aps a fase de tratamento, os efluentes devem ter um destino final, normalmente sendo lanados em um
corpo receptor que pode ser um rio, lago ou mar.
Alternativamente, o lanamento final tambm pode ser feito diretamente por bombeamento, quando so
dispensadas algumas fases do tratamento convencional, principalmente nas cidades litorneas, atravs dos
emissrios subaquticos, como se v na Figura 18.
Esgoto
Figura 18
1.3.
Motobombas
Emissrio
Difusores
(Lanamento)
Nas reas de topografia plana onde o deflvio superficial lento e dificultado, como tambm nas regies
muito baixas, ocorrem as inundaes, a dependerem da intensidade das precipitaes pluviomtricas, do tempo
de durao e de outras variveis (como a taxa de impermeabilizao do solo), condies essas agravadas pela
desordenada expanso da urbanizao.
comum o uso de diques de proteo para resguardo das reas de uso habitacional.
Nesses casos, o afastamento das guas pluviais feito com maior rapidez e segurana atravs do
bombeamento. Na Figura 19, mostram-se uma estao elevatria de guas pluviais do sistema de proteo
contra cheias em Porto Alegre/RS e a representao esquemtica destas situaes.
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O sistema dotado de motobombas de eixo vertical, tipo axial, onde esto instaladas 8 (oito) motobombas
axiais de eixo vertical, todas com AMT de 4 mca, sendo quatro com capacidade isolada de 2500 l/s, motor de
250 CV. Mais duas, cada uma com vazo de 1000 l/s, motor de 100 CV e duas de 500 l/s cada e motor de 50 CV.
rea
protegida
Estao de
bombeamento
Dique
Descarga
Figura 19
1.4.
Rio
NA IRRIGAO DE LAVOURAS
A irrigao das reas de cultivo pode ser feita por bombeamento com acionamento por motores eltricos ou
a combusto interna, quando essas reas esto situadas em cotas acima do nvel de gua dos mananciais de
suprimento, ou quando h trajetos muito extensos em topografia plana. Especialmente nos tipos de cultura onde
h exigncia de grandes volumes de gua, como no caso da orizicultura.
sabido que a irrigao de lavouras representa cerca de setenta a oitenta por cento do uso da gua do
ambiente. H situaes em que esta demanda sobe para at noventa por cento, como em algumas das regies
produtoras de arroz com irrigao por inundao no Estado do Rio Grande do Sul.
Como o perodo deste tipo de irrigao ocorre entre novembro e maro poca da estiagem no referido
Estado so comuns os conflitos de uso devidos escassez sazonal da gua.
O uso racional da gua do ambiente nas situaes onde necessrio o bombeamento pode ser alcanado
atravs da utilizao de motobombas com velocidade varivel.
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Nesses casos, a capacidade de bombeamento condicionada velocidade de rotao - pode ser controlada
pela altura da lmina de gua na lavoura, procedimento que tambm pode propiciar a economia de energia
eltrica de acionamento dos motores, alm de outras vantagens. Na figura 20, uma elucidao desse tipo de
aplicao.
Conduto
lque
de Reca
Rio
Canal de
Distribuio
Lavoura
Estao de
bombeamento
Figura 20
1.5.