Apostila Dietoterapia
Apostila Dietoterapia
Apostila Dietoterapia
DIETOTERAPIA
Prof: JOSICLIA VIEIRA DE ABREU
Iguatu - CE
2015
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SUMRIO
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APRESENTAO DA DISCIPLINA
A Disciplina de Dietoterapia tem como objetivo capacitar o aluno para aplicar as condutas
dietoterpicas nas condies especficas, de acordo com cada afeco.
A disciplina inicia com a explanao de conceitos fundamentais que facilitam o processo de
entendimento de nutrio, nutrientes, etapas prvias para elaborao de dietas, que so a avaliao
nutricional no paciente hospitalizado, progredindo at a conduta nutricional a ser adotada em cada
patologia. Alm de abranger estratgias como utilizao de mapas e planilhas dietticos, e a
utilizao do mtodo por equivalncia.
Esperamos que esse material seja utilizado como guia para consulta permanente na prtica
cotidiana dos alunos durante seu percurso estudantil.
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1 INTRODUO DIETOTERAPIA
1.1 PRINCPIOS E OBJETIVOS DA DIETOTERAPIA
A alimentao inadequada pode provocar inmeras enfermidades, como a obesidade e as
doenas carenciais. Algumas doenas, por sua vez, causam alteraes no estado nutricional de
indivduos a princpio bem nutridos. At mesmo alguns mtodos de tratamento, como as dietas
restritivas, as cirurgias, a quimioterapia e a radioterapia, s vezes levam o paciente a perder peso e
apresentar carncias nutricionais. A rea da nutrio que estuda as dietas para o tratamento de
doenas se chama DIETOTERAPIA.
Dietoterapia: ramo da cincia da nutrio, parte da diettica especial que estuda e aplica a dieta,
com finalidade teraputica e profiltica tendo como referncia a
Dieta normal: conjunto de alimentos
dieta normal como padro.
que um indivduo ou grupo de indivduos
- Compreende o tratamento atravs da dieta e envolve
consome, cuja dieta segue os princpios
da cincia da nutrio (qualidade,
modificaes na ingesto diria;
quantidade, harmonia, adequao).
- Pode ser um tratamento auxiliar ao tratamento medicamentoso
ou constituir a nica forma de interveno teraputica;
Objetivos da dietoterapia:
- Geral: recuperar a sade, levando o paciente s suas atividades normais.
- Especficos: ajustar a dieta capacidade do organismo em digerir, absorver e tolerar determinados
alimentos, bem como capacidade em metabolizar nutrientes; contribuir para compensar estados
especficos de deficincia nutricional; estimular e/ou dar repouso a um determinado rgo; educar
pacientes e familiares para aquisio de hbitos alimentares compatveis com a sade e com seu
estilo de vida.
Princpios da dietoterapia:
- Basear-se em prescrio escrita e mais clara possvel;
- Fundamentar a dieta, face patologia presente e ao estado nutricional do paciente;
- Considerar o perodo evolutivo da doena;
- Tomar a dieta normal como padro, afastando-se dela o menos possvel e em menor perodo;
- Atender simultaneamente as alteraes patolgicas, hbitos alimentares, de exerccios e trabalho,
padres culturais, perfil socioeconmico e estado patolgico do paciente, bem como as
disponibilidades financeiras, materiais e humanas da Instituio que o atende;
- Utilizar a via oral como via preferencial de administrao de alimentos ao paciente;
- Instruir e orientar o paciente.
1.2 ETAPAS DA DIETOTERAPIA
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1.3 EQUIPE MULTIPROFISSIONAL
Mdico, dentista, fisioterapeuta, enfermeiro, farmacutico, fonoaudilogo, psiclogo e nutricionista,
tcnicos de enfermagem, farmcia e em nutrio e diettica.
1.4 IDENTIFICAO DO RISCO NUTRICIONAL
Custo hospitalar;
Triagem hospitalar:
Idade; Altura; Peso habitual e ideal;
Alterao do apetite;
Disfagia ou dificuldade de mastigao;
Presena de nuseas; Vmitos; Diarria;
Avaliao geral do trato gastro intestinal
Albumina srica; Hemoglobina; Hematcrito; Contagem total de linfcitos; Glicemia; Protenas
totais e fraes; Colesterol total e fraes; Triglicrides; Uria; Creatinina; ETC.
Avaliao de todos os pacientes no mximo em 3 dias aps a entrada, devendo ser repetida a
cada 7 dias no mnimo;
Risco nutricional aumenta em pacientes hospitalizados por duas semanas ou mais.
1.5 CUIDADO NUTRICIONAL
Intervenes ou aes so numeradas para se correlacionarem com os objetivos que elas
devem atingir. Devem ser completas e incluir condies que, onde, quando e como da atividade, a
fim de que toda a equipe de sade (incluindo paciente) saber o que est sendo feito. As
informaes sobre o tratamento e progresso de um pacientes devero ser acessveis equipe de
sade, partir de um registro centralizado.
Incluem as seguintes atividades ou intervenes:
Prescrio de dieta;
Aconselhamento e orientao nutricional;
Abastecimento de alimentos necessrios;
Aconselhamento sobre auxlios pblicos e vales alimentos (o que ajudar o paciente a resolver
economicamente suas necessidades nutricionais);
1.5.1 Registro do Cuidado Nutricional
O processo de cuidado nutricional, tal como aplicado a um paciente em um hospital ou
ambulatrio, deve ser documentado em um registro de sade Pronturio.
Apresenta as seguintes vantagens:
Ajuda o paciente a compreender seu cuidado nutricional e saber que dever ser participante
ativo;
Ajuda a assegurar que o cuidado nutricional ser relevante, completo e efetivo por fornecer um
registro que identifica os problemas e estabelece critrios para avali-lo;
Permite a toda equipe compreender as razes para o cuidado nutricional e os meios pelos quais
ser fornecido;
Permite a toda equipe de sade a participar do cuidado nutricional e reforar a educao do
paciente sempre que houver uma oportunidade.
- Um registro detalhado de cuidados nutricionais pode ficar com o nutricionista, mas, neste caso, as
informaes nele contidas devero ser periodicamente sumarizadas no registro permanente de
sade.
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1.5.2 Vias de Administrao
NUTRIO ORAL
Trato gastro intestinal ntegro.
Condies de ingesto, digesto e absoro dos alimentos.
Devem ser adequados de acordo com as patologias, s condies fsicas, obedecendo s leis
fundamentais da alimentao fixadas por Escudero.
Distribudos de maneira equilibrada, conforme as recomendaes da SBAN, do CODEX, RDA, de
acordo com a pirmide dos alimentos.
Elaborao = cuidados sanitrios = pontos crticos de controle no preparo das refeies.
NUTRIO ENTERAL
Alimentos para fins especiais com ingesto controlada de nutrientes, na forma isolada ou
combinada, de composio qumica definida ou estimada, especialmente elaborada para uso por
sondas ou via oral, industrializadas ou no, utilizados exclusiva ou parcialmente para substituir ou
complementar a alimentao oral em pacientes desnutridos ou no, conforme suas necessidade
nutricionais, em regime hospitalar, ambulatorial ou domiciliar, usando a sntese ou manuteno dos
tecidos, rgos ou sistema.
ANVISA. Portaria n 337
Administrao de nutrientes atravs do trato gastro intestinal.
Termo utilizado referindo-se a pacientes submetidos alimentao forada pelo trato
gastrintestinal, atravs de sondas nasoenterais, nasogstricas ou estomias, localizadas em vrios
locais do tubo digestivo.
Pacientes com afeces que impedem a ingesto oral como cirurgia oral, cirurgia gastrintestinal,
disfagia, inconscincia, anorexia ou obstruo esofgica, precisam de alimentao lquida atravs de
sonda.
Outros por vrias razes no conseguem atingir nutrio adequada atravs da ingesto oral
isolada, necessitam de refeies adicionais supridas enteralmente.
1.6 PRESCRIO DIETTICA
O CFN, na Resoluo no 304/2003 de 25/02/2003, estabelece
critrios para prescrio diettica na rea de nutrio clnica, onde:
Compete ao nutricionista a prescrio diettica, como parte da
assistncia hospitalar, ambulatorial, em consultrio de nutrio e
diettica e em domiclio. A prescrio diettica deve ser elaborada
com base nas diretrizes estabelecidas no diagnstico nutricional.
Compete ao nutricionista elaborar o diagnstico nutricional com
base nos dados clnicos, bioqumicos, antropomtricos e dietticos.
O registro da prescrio diettica deve constar no pronturio do
cliente-paciente,(...) devendo conter data, Valor Energtico Total
(VET), consistncia, macro e micronutrientes mais importantes para
o caso clnico, fracionamento, assinatura seguida de carimbo,
nmero e regio da inscrio no CRN do nutricionista responsvel
pela prescrio.
A prescrio diettica difere da prescrio mdica da dieta. Esta ltima um conjunto de
informaes ordenadas e documentadas em pronturio mdico, correspondente ao plano de
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tratamento, direcionado a cada cliente. Neste conjunto, a prescrio da dieta constitui geralmente o
primeiro item da prescrio mdica, em carter genrico. Ex: dieta para diabetes, dieta para a idade,
dieta para insuficincia renal, dieta hipocalrica, etc. J a prescrio diettica mais abrangente e
sua realizao constitui atividade privativa do nutricionista. a traduo da prescrio da dieta, de
modo a atender s necessidades do cliente, como parte geral do tratamento proposto.
O nutricionista deve conhecer os objetivos gerais do tratamento
mdico, efetuar a avaliao nutricional e consultar os dados
clnicos para determinar um diagnstico nutricional. Com estes
dados, dever definir o nvel de assistncia em nutrio
requerido, de acordo com o risco nutricional, conforme detalhado
no quadro abaixo. A prescrio diettica ser ento realizada,
definindo, a partir da dieta prescrita, adaptaes individualizadas
e descrevendo as caractersticas da dieta.
Nveis de assistncia em nutrio
NVEL
PRIMRIO
SECUNDRIO
TERCIRIO
CONDUTA
Avaliao nutricional inicial
Monitorizao:
1 x / semana
Avaliao nutricional inicial
Monitorizao:
2 x / semana
Adaptado de Maculevicius, Fornasari & Baxter, 1994; Instruo Normativa CRN-3 no 028/97, 1997;
Resoluo CFN no 201/908, 1998.
Respeitando-se os aspectos ticos da prescrio diettica:
- Nunca prescrever marcas de produtos.
- Orientar a equipe multidisciplinar na enfermaria para que seja elaborada a prescrio de dieta
genrica, como j padronizado na Instituio.
vedado ao nutricionista valer-se de sua profisso para divulgar e/ou permitir a divulgao, em
veculos de comunicao de massa, de marcas de produtos ou nomes de empresas, ligadas s
atividades de alimentao e nutrio (Cdigo de tica dos nutricionistas, Seo III, artigo 9, inciso
X, Resoluo CFN no 141/93).
1.7 MODIFICAES NA CONSISTNCIA DA DIETA
1.7.1 Dieta Normal
Objetivos: manter o estado nutricional de pacientes com ausncia de alteraes metablicas
significativas ou risco nutricional.
Indicao para uso: pacientes adultos e idosos que no requerem modificaes especficas na dieta.
Gestantes e lactantes sem necessidades metablicas especficas.
Caractersticas: distribuio e quantidades normais de todos os nutrientes. No existe restrio no
tipo ou no mtodo de preparo dos alimentos servidos. Dieta nutricionalmente adequada.
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Alimentos Recomendados e Evitados
Grupo Alimentar
Recomendados
Peixes, Cereais, Arroz e Gros e seus produtos
Massas
integrais e pobres em
gorduras
Hortalias
Frescas
Frutas
Frescas, e a fruta em vez de
seu suco.
Leite, Iogurte, Queijo
Com pouca gordura e sal
Carnes, Aves, Ovos
Magros, sem pele e
gordura
Gorduras, leos e Todos com moderao
Acares
Evitados
Ricos em gorduras e acar (ex.:
croissant, bolos recheados e com
cobertura, folhados,etc)
Frituras; enlatados com sal e/ou leo
Conservas com calda de acar
Ricos em gordura e sal
Ricos em gordura e sal, como os frios em
geral (salame, mortadela, presunto,etc)
Nenhum
Recomendaes
Evitar frituras.
Utilizar hortalias frescas ou congeladas.
Preferir o cozimento rpido das hortalias, para diminuir a perda de nutrientes.
Incluir hortalias verde-escuras e leguminosas vrias vezes na semana.
Usar molhos de salada pobres ou sem gordura.
Preferir frutas frescas e com casca.
Contar como uma poro de frutas somente os sucos 100% puros.
Retirar as gorduras visveis das carnes.
Selecionar as carnes assadas, grelhadas ou preparadas no vapor.
Limitar a quantidade de gorduras e acares adicionados aos alimentos no momento do preparo
ou mesa.
Dispor as preparaes de forma harmoniosa.
Sempre que possvel, incluir lanches entre as refeies e antes de dormir.
Utilizar utenslios especiais para ingerir lquidos, como canecas e copos com duas abas, canudos
tortos e outros.
Preparaes
Desjejum (Melo in natura, torrada com geleia, po com queijo e caf com leite)
Ingredientes
Melo: 100g / Caf: 100ml / Leite integral fervido: 150 ml / Acar: 25 g / Torrada integral: 02
unidades / Geleia - 20g / Margarina: 5 g / Po de leite 50 g / Queijo prato 15 g
Modo de preparo
Melo Lave bem a fruta e em seguida porcione.
Caf (idem ao preparo da branda)
Outros ingredientes: Disponha os outros ingredientes numa bandeja, de forma atraente.
Almoo: (Salada Crua, Frango Oriental e Arroz integral)
Ingredientes
Salada Crua: Tomate (100 g) - cortado em tiras e sem sementes/ Pepino (100g) - descascado, sem
sementes e cortado em tiras/ Beterraba (100g) - cozida e cortada em tiras / Azeite de oliva - 5 ml
Ingredientes
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Frango Oriental: Peito de frango (400g) - sem osso, em cubos / 1 cebola picada (80g)/ 1 colher de
caf (2g) - gengibre ralado / 1 colher de sopa (10ml) - de vinagre/ 2 colheres de sopa (20ml) de
molho de soja/ 1 cenoura (100g) - em tiras/ 1 pimento vermelho (100g) -em tiras/ 1 xcara de ch
(120g) - de broto de feijo/ ervilha torta (100g)/ sal a gosto/ xcara de ch (100g) - de abacaxi em
cubos/ 1 colher de ch (5g) - de amido de milho/ xcara de ch (100ml) - de suco de abacaxi.
Modo de preparo
Doure o frango em uma panela antiaderente at que fique dourado. Adicione a cebola, o gengibre,
mexa bem e v adicionando os ingredientes at sal a gosto. Regue com meia xcara (ch) de gua e
deixe cozinhar por cerca de 15 minutos. Adicione o abacaxi, o amido de milho dissolvido no suco de
abacaxi e mexa at encorpar. Retire, acrescente a salsa e retire.
Ingredientes
Arroz integral: Arroz tipo integral (60g)
Modo de preparo
Lavar o arroz, adicionar cebola, alho e sal gosto e acrescent-lo a gua fervente. Cozinhar em fogo
brando.
1.7.2 Dieta Branda
Objetivos: fornecer uma dieta contendo o mnimo possvel de fibras que no foram abrandadas pela
coco e uma quantidade moderada de resduos (ISOSAKI et al, 2004; MARTINS et al, 2003).
Indicaes: indicada para pacientes que apresentem dificuldades quanto a mastigao e/ou
digesto, em situaes ps operatrias (fase de transio para a dieta geral), ou durante a
recuperao aps procedimentos invasivos (ISOSAKI et al, 2004; MARTINS et al, 2003).
Caractersticas: dieta isenta de fibras speras e alimentos gases formadores. Tecido conectivo e a
celulose so abrandados pela coco (ISOSAKI et al, 2004; MARTINS et al, 2003). Normal em todos os
nutrientes.
Alimentos Recomendados e Evitados
Grupo Alimentar
Recomendados
Evitados
Peixes,
Cereais, Pes moles, de forma, bolinhos cozidos ou Pes duros ou com sementes,
Arroz e Massas.
assados moles, biscoitos sem recheio e biscoitos
amanteigados,
gordura, panquecas, torradas, cereais pastelarias.
cozidos, arroz, massas em geral. Centeio e
integrais (de acordo com a tolerncia)
Hortalias
Todas cozidas, exceto as flatulentas.
Hortalias folhosas cruas,
brcolis, abbora, couve-flor,
pepino, pimento, e hortalias
formadoras de gases.
Frutas
Todas cozidas.
Todas as cruas e as ctricas.
Leite,
Iogurte, Com pouco sal e gordura. Queijo prato, Queijos muito gordurosos.
Queijo.
mussarela, cottage, ricota.
Carnes,
Aves, Carnes sem gordura, cozidas, modas, Carnes
duras,
crocantes,
Ovos.
desfiadas, pur, ensopados ao molho, empanadas, ovos fritos.
grelhadas ou assadas. Ovos mexidos, moles
ou poch.
Gorduras, leos e Todos, sem excesso.
Nenhum
Acares.
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Recomendaes
Preferencialmente, cozinhar as hortalias em fogo brando e com sal adicionado.
Evitar caf, lcool, condimentos, pimenta, catchup, maionese, mostarda, refrigerantes, gua com
gs, sucos artificiais e extrato de carnes.
O baixo teor de fibras pode resultar em obstipao intestinal. Pode ser utilizado o suco de trs
ameixas pretas em conserva liquidificadas, e os chs laxativos.
As fibras devem ser includas gradativamente dieta, de acordo com a tolerncia do paciente.
Preparaes
Desjejum
Ingredientes
Suco de Laranja (200 ml)/ Caf (100ml)/ Leite integral fervido (150ml)/ Acar (25g)/ Torrada (02
unid.)/ Geleia (20 g)/ Margarina (5g)/ Po de leite (50g)
Modo de preparo
Laranja Lave bem as laranjas (2 unidades) e em seguida, corte e retire o suco utilizando o
espremedor de suco
Caf - Coloque 20g de p de caf modo e torrado no filtro de papel, espalhando-o uniformemente
(no compacte, nem aperte a camada de caf). Em seguida adicione gua quente (90C) num total
de 100 ml. Comece molhando o p de caf das beiradas para o centro do coador/filtro. Em seguida,
despeje a gua lentamente (em fio) bem no centro do filtro, sem misturar com a colher.
Outros ingredientes: Disponha os outros ingredientes numa bandeja, de forma atraente.
Almoo (Peixe Nevado com Cenoura Saut e Arroz)
Ingredientes
Peixe Nevado: Fil de pescada (400g)/ sal (q.s.)/ 2 claras/ 1 pote de iogurte desnatado (200g)/ queijo
minas (200g)
Modo de preparo
Tempere os fils com o sal. Coloque em um refratrio e reserve. Bata o iogurte e o queijo minas no
liquidificador. Bata as claras em neve e adicione a mistura de queijo. Coloque sobre o peixe e leve ao
forno mdio (180 C) para cozinhar e dourar, por cerca de 30 minutos.
Ingredientes
Cenoura Saut: Cenoura (200g)/ Margarina (01 colher de sopa)/ Sal a gosto/ Salsa gosto
Modo de preparo
Cozinhe a cenoura cortada em rodelas com sal. A seguir, coloque-a numa frma com um pouco de
margarina. Salpique salsa e leve ao forno para gratinar (10 minutos).
Ingredientes
Arroz cozido: Arroz (60g) / leo (10ml)/ Sal (q.s.)/ Coentro (q.s.)
Modo de preparo
Lavar o arroz e acrescent-lo a gua fervente. Cozinhar em fogo brando.
1.7.3 Dieta Lquida Restrita
Objetivos: fornecer lquidos e eletrlitos via oral para prevenir a desidratao, minimizar o trabalho
do trato gastrintestinal e a presena de resduos no clon.
Indicao para uso: preparo e ps-operatrio de cirurgias do trato gastrintestinal, aps perodo de
alimentao por via intravenosa, durante infeces graves e diarreia aguda, antes ou depois de
procedimentos de diagnstico, e como primeiro passo na alimentao por via oral. Deve haver
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precauo com o uso dessa dieta naqueles pacientes apresentando disfagia com risco de
broncoaspirao. indicada a progresso para uma dieta mais adequada logo que tolerada pelo
paciente.
Caractersticas: dieta altamente restrita e nutricionalmente inadequada em todos os nutrientes. No
deve ser utilizada por mais que trs dias, pois fornece uma quantidade limitada de quilocalorias,
provenientes principalmente de carboidratos. Inclui alimentos que so translcidos, com baixa
quantidade de resduos e que so ou se transformam em lquidos temperatura corporal.
Alimentos Recomendados e Evitados
Grupo Alimentar
Recomendados
Evitados
Peixes, Cereais, Arroz e Nenhum
Todos
Massas
Hortalias
Caldos e sucos coados de Nenhum, exceto as leguminosas
hortalias
Frutas
Sucos coados
Abacate, manga e outros que no
produzem sucos claros
Leite, Iogurte, Queijo
Nenhum
Todos
Carnes, Aves, Ovos
Caldo de frango ou de carne Ovos, oleaginosas
de gado sem gordura
Gorduras,
leos
e Todos, sem excesso.
Nenhum
Acares
Recomendaes
Podem ser utilizados: gelatina de todos os sabores, acar, sal, mel e bebidas como caf e o ch.
Os alimentos com altas concentraes de acares simples, eletrlitos e aminocidos so
hipereosmolares e pode promover sintomas gastrintestinais, como a diarria. Portanto, esses
merecem cautela na incluso.
No caso de no haver condies de progresso da dieta, recomendado a introduo de
suplementos industrializados contendo baixa quantidade de resduos para melhor aporte nutricional.
A ingesto de lquidos deve ser monitorada para evitar a desidratao.
Preparaes
Caldo de carne (desengordurado): O percentual de concentrao final varia de 12,5 a 20%.
Ingredientes
Carne magra (25g)/ gua (200ml) + gua que ser perdida durante o cozimento / sal (q.s.)/ coentro
(q.s.)
Modo de preparo
Cortar a carne em pedaos mdios. Acrescentar sal, coentro e gua. Levar ao fogo por
aproximadamente 40 minutos. Coar em gaze em 4 dobras. Servir a temperatura ambiente.
OBS: 200ml de caldo pronto.
Ch de Hortel com raspas de limo siciliano
Ingredientes
02 ramos de hortel/ Raspas de um limo siciliano/ 250 ml de gua filtrada e/ou fervida
Modo de preparo
Ferva a gua. Fora do fogo, acrescente a hortel e as rapas do limo siciliano, tampe a panela e deixe
descansar por 20 minutos. Coe em peneira fina. Se necessrio, adoce com adoante.
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Ingredientes
Chuchu (30g)/ cenoura (30g) / sal (q.s.) / gua (300ml) + gua que ser perdida na evaporao.
Modo de preparo
Descascar e cortar os vegetais em pedaos pequenos. Levar ao fogo com a quantidade de gua
apropriada. Deixar no fogo de 20 a 30 minutos. Coar em gaze em 4 dobras. Servir a temperatura
ambiente.
OBS: 300ml de caldo pronto
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Recomendaes
Essa dieta no recomendada por tempo prolongado pelo fato de ser nutricionalmente
inadequada. A progresso para uma dieta slida deve ocorrer assim que possvel.
No caso de no haver condies de progresso, ou com a necessidade de ajustes na prpria dieta,
suplementos industrializados com baixa quantidade de resduos, as frmulas completas
quimicamente definidas ou mdulos de nutrientes devem ser utilizadas para melhor adequao
nutricional.
Os pacientes com mandbula imobilizadas podem necessitar de uso de seringa ou canudo para
facilitar a alimentao.
Podem ser utilizados: gelatina de todos os sabores, acar, sal, mel, margarina, manteiga, gelias
sem pedaos, sorvetes cremosos e bebidas como o caf e o ch.
Os alimentos podem ser mais facilmente liquidificados se cortados em pedaos pequenos antes
de colocados no liquidificador ou processador.
A maioria dos alimentos pode ser liquidificada atravs da mistura de partes iguais de slidos e
lquidos. Alguns alimentos, como frutas e hortalias, no necessitam de quantidades iguais de lquido
adicionado.
Os alimentos liquidificados devem ser utilizados imediatamente, mas podem ser mantidos sob
refrigerao at 24 horas, ou congelados logo aps o preparo.
Preparaes
Sopa de vegetal com cereal e carne: O percentual de concentrao final varia de 25 a 37,5%.
Ingredientes
Carne magra (30g)/ arroz (10g)/ batata inglesa (20g)/ cenoura (20g)/ margarina (5g)/ sal (q.s.)/
coentro (q.s.)/ gua (300ml) + gua que ser perdida na evaporao
Modo de preparo
Descascar e cortar as verduras. Cortar a carne. Lavar o arroz. Juntar todos os ingredientes e
acrescentar a quantidade de gua adequada. Levar ao fogo por aproximadamente 40 minutos.
Liquidificar e coar se necessrio.
Mingau ralo
Ingredientes
Leite (250ml)/ maisena (7,5g) (3 -7%)/ acar (25g) ( 10-15%)/ margarina (5g)
Modo de preparo
Desmanchar a maisena em um pouco de leite. Acrescentar o restante do leite, o acar a margarina.
Levar ao fogo mexendo sempre.
Mingau de aveia
Ingredientes
Leite (250ml)/aveia (7,5g) ( 3-7%)/ acar (25g) ( 10-15%)
Modo de preparo
Desmanchar a aveia em um pouco de leite. Acrescentar o restante do leite e o acar. Levar ao fogo
mexendo sempre.
Refresco de manga com gua de coco
Ingredientes
01 manga madura/ 01 copo (250ml) de gua de coco
Modo de Preparo
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Descascar a manga, cortar em cubos e bater no liquidificador com a gua de coco. Coar e, se
necessrio, utilizar adoante.
5.1.4 Dieta Pastosa
Objetivos: fornecer uma dieta que possa ser mastigada e deglutida com pouco ou nenhum esforo
(ISOSAKI et al, 2004; MARTINS et al, 2003).
Indicaes: indicada para pacientes que apresentem disfagias, dificuldades de mastigao e/ou
alteraes gastrintestinais, danos neurolgicos, distrbios neuromotores, retardo mental severo,
doena esofgica, alteraes anatmicas da boca ou esfago, uso de prtese dentria, em ps
operatrio ou em situaes clnicas especiais (ISOSAKI et al, 2004; MARTINS et al,2003).
Caractersticas: possui uma consistncia pastosa (alimentos slidos, porm amaciados ou modos,
sob a forma de purs ou mingaus), com fracionamento de 5 a 6 refeies por dia (ISOSAKI et al, 2004;
MARTINS et al, 2003). Normal em todos os nutrientes.
Alimentos Recomendados e Evitados
Grupo Alimentar
Recomendados
Evitados
Peixes, Cereais, Todos
que
possam
ser Pes duros ou com sementes, biscoitos
Arroz e Massas
transformados em pur. Mingaus amanteigados, pastelarias. Cereais secos,
de amido de milho, aveia, creme contendo passas, nozes e outras frutas
de arroz, outros.
oleaginosas, ou sementes.
Hortalias
Pur de batata, batata doce, Hortalias folhosas cruas. Hortalias com
cenoura. Suco de hortalias.
sementes e/ou casca.
Frutas
Todas na forma de pur, sem Frutas com polpas (ex.: laranja, uva,
pele. Suco de frutas.
abacaxi) que so difceis de transformar
em pur.
Leite,
Iogurte, Leite, milkshake, achocolatados, Iogurte com pedaos de frutas.
Queijo
iogurte batido. Pudim, manjar,
queijo
cottage
ou
ricota
amassada.
Carnes,
Aves, Carnes, peixes e aves na forma de Carnes duras, crocantes, empanadas,
Ovos
pur, sem pele. Ovos mexidos ou ovos fritos.
poch, na forma de pur.
Gemada.
Gorduras, leos Todos, sem excesso.
Sal, pimentas, catchup, e mostarda.
e Acares
Recomendaes
mais atraente e melhor tolerado quando os alimentos so transformados na consistncia
pastosa em itens separados, em vez de todos misturados juntos.
Os lquidos podem necessitar de espessamento com uso de espessantes industrializados.
O leite, os molhos, a margarina, manteiga, mel ou acar podem ser adicionados aos alimentos
slidos e lquidos, para aumentar o aporte calrico.
O baixo teor de fibras pode resultar em obstipao intestinal. Pode ser utilizado o suco de trs
ameixas pretas em conserva liquidificadas, e os chs laxativos.
As fibras devem ser includas gradativamente dieta, de acordo com a tolerncia do paciente.
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Preparaes
Arroz bem cozido, carne moda e pur de batata
Ingredientes
Arroz (60g)/ carne magra (80g)/ batata inglesa (80g)/ margarina (10g)/ leite (40ml)/ coentro (q.s.)/
tomate (q.s.)
Modo de preparo
Lavar o arroz e acrescent-lo a gua fervente. Cozinhar em fogo brando. Cozinhar as batatas
descasc-las, passar no espremedor e acrescentar o leite, a margarina e o sal. Levar ao fogo para uma
ligeira fervura. Cozinhar a carne em pouca gua com coentro e tomate. Acrescentar 3ml de leo, se
necessrio.
1.7.5 Dieta Hiperprotica e Hipercalrica
Objetivos: fornecer uma dieta com alto aporte calrico e protico, a fim de minimizar a resposta
catablica injria que o indivduo esteja sofrendo e maximizar a recuperao da desnutrio, a
cicatrizao de feridas e o combate infeco (ISOSAKI et al, 2004; MARTINS et al, 2003).
Indicaes: indicada nos casos de desnutrio protico energtica, estresse metablico, tais como
processos infecciosos, ps cirrgicos, queimaduras, politraumatizados, spticos e outros.(ISOSAKI
et al, 2004; MARTINS et al, 2003).
Caractersticas: rica em quilocalorias e protena, mas normal para os demais nutrientes (ISOSAKI et
al, 2004; MARTINS et al, 2003).
Alimentos Recomendados e Evitados
Grupo Alimentar
Recomendados
Evitados
Peixes, Cereais, Arroz e Gros e seus produtos integrais. Nenhum
Massas.
Hortalias
Todas
Nenhuma
Frutas
Todas
Nenhuma
Leite, Iogurte, Queijo.
Todos
Nenhum
Carnes, Aves, Ovos.
Todos
Nenhum
Gorduras, leos e Acares.
Todos
Nenhum
Recomendaes
Em pacientes desnutridos, introduzir a alimentao gradativamente.
Iniciar as refeies com os alimentos mais proticos (ex.: leite, carnes, ovos).
Os molhos e temperos podem auxiliar no momento da ingesto alimentar, pois estimulam o
apetite.
Podem ser utilizadas frituras e outras preparaes ricas em gordura, porm preferir os leos ricos
em monoinsaturados (ex.: oliva, canola).
Em caso de necessidade de aumentar o valor calrico da dieta, podem ser adicionados alimentos
como: mel, melado, acar, xarope de milho, gelias, creme de amendoim, margarina, creme de
leite, leite condensado, doce de leite, queijos, requeijo, sorvetes cremosos, outros.
No caso de dificuldade de ingesto de alimentos slidos (falta de apetite), podem ser introduzidos
o leite em p adicional ou suplementos proticos em p industrializados, misturados aos alimentos
lquidos das refeies.
16
Preparaes
Vitamina de Vero
Ingredientes
pacote de polpa de acerola congelada (50g)/ 1 cenoura pequena descascada e picada/ mamo
papaia/ 2 colheres de sopa de suplemento proteico calrico sabor baunilha/ xcara de ch de suco
de laranja (180ml)/ 1 colher de sopa de acar
Modo de preparo
Adicione todos os ingredientes, em seguida liquidifique e coe.
Mingau de Farinha Lctea
Ingredientes
Leite integral (200ml)/ Farinha lctea (25g)/ Mdulo Proteico Caseical (5g)/ leo de soja (5ml)/
Acar (10g)
Modo de preparo
Adicione a farinha lctea, o acar a 200 ml de leite quente, em seguida acrescente o outros
ingredientes e liquidifique.
Hot Chocolate
Ingredientes
2 xcaras de ch de leite (400ml)/ 4 colheres de sopa de Nutren Chocolate (60g)/ 1 colher de sopa
de caf solvel (5g)/ 1 gema de ovo (25g)/ TCM (5ml)/ 2 colheres de sopa de acar (60g).
Modo de preparo
Bata todos os ingredientes. Leve ao fogo, mexendo sempre. Sirva imediatamente.
Vitamina de Abacate
Ingredientes
Leite integral (140ml)/ Abacate (40g)/ Acar (15g)/ Leite em p integral (15g)/ Mdulo calrico
Oligossac (5g)
Modo de preparo
Adicione os ingredientes ao liquidificador, bata por cerca de 3 minutos.
Salada de Frutas com Leite Condensado
Ingredientes
Laranja (40g) picada/ Banana (50g) picada/ Ma (20g) picado/ Mamo (40g) picado/ Suco de laranja
(40ml)/ Leite Condensado (15ml)
Modo de preparo
Disponha os ingredientes de modo atraente.
Milk Shake
Ingredientes
Leite integral (70ml)/ Sorvete de fruta (130g)
Modo de preparo
Adicione os ingredientes ao liquidificador, bata por cerca de 3 minutos.
Bolo Europeu
Ingredientes
17
1 xcara de ch de uva passa (100g)/ 2 mas (300g) /1 tablete de margarina (100g)/ 1 xcara de ch
de acar (170g) / 2 ovos (120g)/ 1 colher de sopa de canela em p (5g)/ xcara de ch de
castanha-de caju (50g) / 1 xcara (ch) de farinha de trigo (180g) / 1 xcara de ch de Suplemento
proteico-calrico sabor Baunilha (150g)/ 1 colher de sobremesa de fermento em p (10g)
Modo de preparo
Escalde as passas em gua fervente, escorra e reserve. Descasque as mas, retire as sementes,
pique miudinho e reserve. Bata a margarina com o acar, junte os ovos e continue a bater. Retire da
batedeira e misture a canela, a castanha- do- par picadinha, a farinha de trigo, o suplemento
proteico-calrico, as mas, as passas e o fermento. Despeje em frma redonda (20 cm de dimetro)
untada com margarina e polvilhada com farinha de trigo. Leve a assar em forno previamente
aquecido a 160C por, aproximadamente, 40 minutos.
Obs.: a castanha-do-par pode ser substituda por igual quantidade de amndoas ou nozes.
Macarro com Molho Branco
Ingredientes
Macarro espaguete (100g)/ 02 colheres de sopa de Margarina /
Cebola ralada ( unidade
mdia)/ Amido de milho (01 colher de sopa)/ Leite integral (01 xcara de ch)/ Gema (01 unidade
batida)/ Presunto (03 fatias finas)/
Queijo prato 03 fatias finas/ Sal a gosto
Modo de preparo
Refogue a cebola ralada com a margarina. Adicione a maisena dissolvida no leite e a gema batida.
Cozinhe em fogo brando, mexendo at engrossar. Depois retire do fogo e acrescente o presunto e
queijo picado, homogeneizando bem. Cozinhe o macarro ao dente, escorra em seguida e depois
misture o creme branco, servindo em seguida.
1.7.6 Hiperprotica e Normocalrica
Objetivos: manter o estado nutricional de pacientes com grandes perdas ou alto catabolismo
protico.
Indicao de uso: pacientes adultos e idosos que no requerem modificaes especficas no aporte
calrico, porm com necessidades proticas aumentadas (ex.: obesos), com funo renal normal.
Caractersticas: dieta nutricionalmente adequada, hiperprotica.
Alimentos Recomendados e Evitados
Grupo Alimentar
Recomendados
Evitados
Peixes, Cereais, Arroz e Todos
Ricos em gorduras e acar.
Massas.
Hortalias
Todas
Nenhuma
Frutas
Todas
Em
calda
de
acar,
cristalizadas.
Leite, Iogurte, Queijo.
Desnatados e queijos pobres Integrais
em gorduras.
Carnes, Aves, Ovos.
Pobres em gordura, sem a pele Ricos em gorduras
e sem gordura visvel.
Gorduras, leos e Acares.
Todos com moderao
Nenhum
Recomendaes
Evitar alimentos ricos em gorduras e em acar.
Iniciar as refeies com os alimentos mais proticos.
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Os molhos e temperos podem auxiliar no momento da ingesto alimentar, pois estimulam o
apetite.
No caso de dificuldade de ingesto de alimentos slidos (falta de apetite), podem ser introduzidos
o leite em p adicional ou suplementos proticos em p industrializados, misturados aos alimentos
lquidos das refeies.
1.7.7 Dieta Hiperprotica e Hipocalrica
Objetivos: reduo do peso corporal, melhorando os sintomas de doenas relacionadas obesidade
(ISOSAKI et al, 2004; MARTINS et al, 2003).
Indicaes de uso: pacientes em tratamento pr-operatrio de cirurgia para obesidade mrbida,
obesos com diabetes mellitus descompensada e funo renal normal (ISOSAKI et al, 2004; MARTINS
et al, 2003).
Caractersticas: dieta reduzida em quilocalorias e rica em protenas (para o valor calrico);
nutricionalmente adequada. (ISOSAKI et al, 2004; MARTINS et al, 2003).
Grupo Alimentar
Peixes,
Cereais,
Arroz e Massas.
Hortalias
Frutas
Leite,
Iogurte,
Queijo.
Carnes,
Aves,
Ovos.
Gorduras, leos e
Acares.
Recomendaes
Iniciar as refeies com os alimentos mais proteicos (ex.: leite, carnes, ovos).
Evitar alimentos ricos em gordura e em acar.
Utilizar hortalias frescas ou congeladas.
Incluir hortalias verde-escuras e leguminosas vrias vezes na semana.
Preferir as frutas frescas e com casca.
2 NUTRIO E SADE
2.1 PRINCPIOS BIOQUMICOS E CLNICOS DOS PRINCIPAIS NUTRIENTES
A vida jamais poderia ser sustentada sem a alimentao. dela que retiramos as fontes de
energia e os nutrientes ou substncias necessrias a formao do nosso organismo. A partir da, ou
junto, nasce a sade, tanto a espiritual como a fsica. Desde a concepo, o ser vivo, j traz consigo
reservas alimentares, junto as clulas. Fortalecendo a ideia que a sade depende, e muito, de uma
19
boa e equilibrada alimentao. Com o crescimento e o desenvolvimento do ser humano, aumenta a
necessidade de adquirir energia e nutrientes que formaro e mantero em bom funcionamento, o
nosso organismo. Atravs dos alimentos retiramos, em doses adequadas, esses nutrientes.
2.2 OS NUTRIENTES
Os nutrientes so substncias do qual o nosso organismo se utiliza para construir e restaurar os
ossos, os msculos, as clulas, o sangue, os rgos, etc. Classificados de acordo com a funo em:
gua
Essencial a vida, presente na maioria dos seres vivos. No ser humano,
representa at 70% do corpo. A gua serve para hidratar o organismo, ajuda
a dissolver os alimentos e transportar os nutrientes. Um adulto deve beber
de 1 a 3 litros de gua por dia.
Carboidratos
Prinicipais fornecedores de energia ao
organismo, necessria para que possamos exercer nossas atividades
dirias como andar, trabalhar, praticar atividades fsicas, etc.
Constituem a base da Pirmide Alimentar, encontrados em: massas,
acar, mel, arroz, milho, batata, mandioca, farinhas, pes, bolos,
doces, bolachas e biscoitos, macarro, entre outros.
Protenas
Responsveis pela construo e formao dos msculos, ossos e
sangue; pelo crescimento e desenvolvimento do organismo em geral;
renovao dos tecidos; formao de clulas, hormnios e enzimas. Os
alimentos ricos em protenas so: carnes em geral; aves, bovinos,
peixes, etc. Nos ovos, leite e derivados, gros como soja, feijo,
lentilhas, ervilhas, gro-de-bico e outros alimentos.
Vitaminas
Reguladoras das funes do organismo atuando na preveno de doenas e infeces. muito difcil
resumir os benefcios desse nutriente, uma vez que a maioria das defesas e a manuteno do
organismo necessita das vitaminas, tanto como dos minerais.
As vitaminas esto presentes em frutas e verduras, carnes, ovos
e leite e derivados.
Minerais
Assim como as vitaminas, so de importncia fundamental nas
defesas e manuteno do organismo. So eles que formam os
nossos ossos e cartilagens, e ajudam na manuteno dos
tecidos, rgos, sistema nervoso, etc. Alm do transporte de
oxignio e do gs carbnico, e fazem parte do sistema de
coagulao do sangue. Os minerais so encontrados em frutas,
verduras, carnes, ovos, leite e derivados.
Fibras
So importantes no funcionamento regular do aparelho
digestivo, principalmente o intestino, alm de ajudar no combate ao
colesterol. As fibras so encontradas em frutas e verduras e cereais
integrais (feijo, arroz integral, farinha de trigo integral).
20
Gorduras
Assim como os carboidratos, tambm fornecem energia. So importantes
por dissolverem e transportarem algumas vitaminas (A, D, E e K). As
gorduras esto presentes nas gorduras animais, leite, leo, margarina,
manteiga e outros.
Alm dessa classificao, ainda dividimos os alimentos em trs classes:
Alimentos Energticos - So alimentos ricos em gorduras e carboidratos. Que fornecem energia.
Alimentos Construtores - so os alimentos ricos em protenas, pois possibilitam o crescimento e o
desenvolvimento do organismo, alm de reparar os tecidos.
Alimentos Reguladores - so os alimentos ricos em vitaminas e sais minerais, pois regulam o
funcionamento do nosso organismo.
Essa classificao ajuda no entendimento dos nutrientes, todos so importantes. Por toda a
vida necessitamos de nutrientes, a quantidade que vai variar. Atravs da tabela de Valores
Nutricionais Dirios (RDAs) e da Pirmide Alimentar, voc pode obter as quantidades necessrias e
em quais fases da vida so mais importantes.
No difcil confundir uma boa alimentao, com a satisfao do apetite ou com a ingesto
demasiada de grandes quantidades do mesmo produto. Estes hbitos, que no atendem as
exigncias orgnicas so to prejudiciais a sade, quanto a falta de alimentos.
2.3 VALOR NUTRICIONAL DOS ALIMENTOS
O conjunto de propriedades apresentadas por um alimento relaciona-se diretamente com a
qualidade e quantidade dos constituintes qumicos presentes no mesmo. Nos alimentos de um modo
geral, os constituintes qumicos podem ser agrupados em duas categorias:
21
2.4 MODIFICAES DA DIETA NORMAL
COMPOSIO (densidade calrica e de nutrientes da dieta)
CONSISTNCIA (lquida, pastosa, branda com restrio ou no)
FORMAS DE NUTRIO (tipo de suporte)
2.5 FATORES QUE INFLUENCIAM A INGESTO ALIMENTAR
A grande maioria dos indivduos ingere os alimentos
no pelo seu valor nutritivo, mas por vrios outros
motivos. O esquema a seguir mostra alguns deles:
Veja, agora, como esses fatores podem influenciar a
alimentao dos indivduos.
Os hbitos alimentares se formam a partir do
momento em que o beb comea a receber os
alimentos que, de certa forma, lhe so impostos.
Nessa fase, a influncia da famlia primordial, pois
ainda h como controlar a alimentao da criana.
Porm, medida que ela cresce, seu crculo social se
amplia e novos hbitos alimentares, nem sempre
adequado, vo se incorporando aos j existentes.
Outro fator de extrema importncia o aspecto
psicolgico. Sem dvida, a qualidade e a quantidade
de alimentos que um indivduo ingere podem ser determinadas por suas emoes. H os casos
simples, como, por exemplo, as preferncias por esse ou aquele alimento, e os extremos, como a
ocorrncia de anorexia nervosa situao na qual a pessoa recusa qualquer tipo de alimentao,
podendo at chegar morte.
Uma circunstncia atual a ser levada em considerao o alto preo de alguns produtos
alimentcios, tornando-se assim indisponveis ao acesso s famlias mais carentes. Se junta a isto, a
falta de conhecimentos adequados sobre o valor nutricional dos alimentos, a propaganda
mercantilista, a falta de tempo de preparar a alimentao, estimulando as pessoas a se alimentarem
de forma inadequada.
As condies orgnicas individuais influem na seleo de alimentos e, por conseguinte, numa
alimentao balanceada. Intolerncias e alergias alimentares, dificuldades de mastigao ou digesto
so exemplos dessas complicaes.
3 DIAGNSTICO E AVALIAO NUTRICIONAL NA PRTICA CLNICA
A avaliao do estado nutricional tem por objetivo identificar distrbios nutricionais e
possibilitar a interveno nutricional adequada. No hospital, a avaliao nutricional do paciente deve
ser feita atravs de mtodos objetivos e subjetivos.
O estado nutricional dos indivduos caracterizado por grande dinamismo e decorre
essencialmente do equilbrio entre os fatores:
composio da alimentao (tipo e quantidade dos alimentos ingeridos),
necessidades do organismo em energia e nutrientes e eficincia do aproveitamento biolgico dos
alimentos (ou da nutrio propriamente dita).
Combinaes timas desses fatores, comportando razoveis margens de variao de cada
fator, propiciam ao indivduo um estado nutricional timo, compatvel com o pleno exerccio de
todas as suas funes vitais. Combinaes no equilibradas da ingesto alimentar, necessidades
22
nutricionais e aproveitamento biolgico dos alimentos produzem a m-nutrio. A m-nutrio pode
ser oriunda de variaes extremas (no passveis de compensao), positivas ou negativas, em um
nico fator, mas, com frequncia, envolve alteraes simultneas e aditivas, ainda que moderadas,
nos trs fatores que determinam o estado nutricional: composio da alimentao, necessidades
nutricionais e aproveitamento biolgico dos alimentos (MONTEIRO, 2004).
NORMALIDADE
Adequado
Nutricional (eutrofia):
Manifestao produzida pelo equilbrio entre o
consumo em relao s necessidades
nutricionais.
DFICIT
EXCESSO
Carncia nutricional:
Distrbio nutricional:
nutricionais.
23
elaborado atravs da ficha de recordatrio alimentar de 24 horas que preenchida pela equipe de
enfermagem, pelo acompanhante do paciente, pelo nutricionista ou pelo prprio paciente. O clculo
da quantidade de calorias e protenas da ingesta via oral do paciente deve ser feito atravs de uma
listagem resumida das calorias e protenas contidas nos alimentos.
Cuidados na entrevista do paciente internado:
- Evitar questionar sobre alimentos especficos.
- Evitar qualquer sinal de surpresa, aprovao ou desaprovao do padro alimentar do indivduo.
- Insistir nos detalhes sem induzir, principalmente na quantidade de alimentos ingeridos.
- No esquecer de questionar sobre a ingesta de outros alimentos, alm dos fornecidos pelo hospital.
- Verificar se o consumo daquele dia no foi atpico.
Quando a terapia nutricional utilizada a dieta por sonda enteral, suporte via oral ou nutrio
parenteral, deve-se calcular a quantidade de calorias e de protena contida na soluo que foi
ingerida ou infundida, somando-se todos os aportes (parenteral, enteral e via oral).
3.2 INVESTIGAO ANTROPOMTRICA
Antropometria a medida das dimenses corporais e de suas propores. um dos
indicadores diretos do estado nutricional. As medidas mais utilizadas so: peso, altura,
circunferncias e pregas cutneas.
3.2.1 Peso
- Peso atual = o peso obtido em uma balana calibrada de plataforma ou eletrnica; o indivduo
deve posicionar-se em p no centro da base da balana, descalo e com roupas leves. Para o
paciente acamado, utilizar, quando disponvel, uma cama ou cadeira balana para a obteno do
peso.
- Peso usual = utilizado como referncia nas mudanas recentes de peso ou quando no h
possibilidade de se medir o peso atual.
- Peso ideal ou desejvel = utilizado para calcular as necessidades calricoproticas quando o
paciente est restrito ao leito e no se dispe de cama balana no setor para a obteno da altura e
do peso atual, e o paciente ou familiar no informam a altura e o peso usual.
Para o clculo do peso ideal, calcular, primeiramente, a altura do indivduo atravs da frmula da
altura do joelho, preconizada por CHUMLEA:
Frmula da altura do joelho para obteno da altura estimada (CHUMLEA):
Homem: (2,02 x altura do joelho) (0,04 x idade (anos)) + 64,19
Mulher: (1,83 x altura do joelho) (0,24 x idade (anos)) + 84,88
Aps estimar-se a altura do paciente, estima-se a compleio ssea conforme frmula abaixo.
Compleio = altura (cm)
punho (cm)
Compleio
Homens
Mulheres
Pequena
> 10,4
> 10,9
Mdia
9,6 10,4
9,4 10,9
Grande
< 9,6
< 9,4
Aps o clculo da compleio, acha-se o peso ideal do paciente na tabela de referncia de peso
adaptada do Metropolitan Life Ensurance.
24
Adequao do peso = a porcentagem de adequao do peso atual em relao ao peso ideal ou
desejvel calculada a partir da frmula:
Adequao do peso (%) = peso atual x 100
peso ideal
Classificao do estado nutricional de acordo com a adequao do peso
Adequao do peso (%)
< 70
70,1 80
80,1 90
90,1 110
110,1 120
> 120
Estado nutricional
Desnutrio grave
Desnutrio moderada
Desnutrio leve
Eutrofia
Sobrepeso
Obesidade
Classificao
Magreza grau III
Magreza grau II
Magreza grau I
Eutrofia
Pr-obeso
Obesidade grau I
Obesidade grau II
Obesidade grau III
25
Avaliao da competncia imunolgica = existe uma evidente relao entre estado nutricional e
imunidade. A alimentao inadequada provoca a diminuio do substrato para a produo de
imunoglobulinas e clulas de defesa, que apresentam sua sntese diminuda proporcionalmente ao
estado nutricional, podendo o indivduo tornar-se alrgico. Com isso, a avaliao imunolgica pode
auxiliar na identificao das alteraes nutricionais. O teste para avaliar a competncia imunolgica
a contagem total de linfcitos (CTL) ou linfocitometria, que mede as reservas imunolgicas
momentneas, indicando as condies do mecanismo de defesa celular orgnica. Pode ser calculada
a partir do leucograma, utilizando-se o percentual de linfcito e a contagem total de leuccitos, pela
frmula:
CTL = % linfcitos x leuccitos
100
Resultados
Depleo leve
Depleo moderada
Depleo grave
CTL
1200 2000/mm3
800 1199/mm3
< 800/ mm3
Limitao = a CTL sofre influncia de fatores no nutricionais como infeces, doenas (cirrose,
hepatite, queimaduras, entre outros) e medicaes.
Balano nitrogenado = o balano nitrogenado no um ndice utilizado para avaliao nutricional, e
sim, para avaliar o grau de catabolismo protico, com o objetivo de se determinar a quantidade de
protena a se ofertar para pacientes hipermetablicos. O balano nitrogenado mede a diferena
entre o nitrognio que foi ingerido ou infundido (Ninf) e o nitrognio excretado (Nexc). Ele obtido
atravs da frmula: BN = Ninf Nexc
3.4 NECESSIDADES NUTRICIONAIS DE PACIENTES HOSPITALIZADOS
3.4.1 Necessidades Calricas
Clculo do gasto energtico total (GET)
O clculo do GET feito de forma indireta e individualizada mediante a equao de HARRIS &
BENEDICT, ajustada, de acordo com a patologia, pelos fatores de atividade e leso adaptados de
LONG et al.
Gasto energtico basal (Equao de Harris & Benedict)
Homem: 66,47 + (13,75 x peso) + (5,00 x altura) (6,75 x idade)
Mulher: 655,09 + (9,56 x peso) + (1,84 x altura) (4,67 x idade)
Peso = kg / altura = cm / idade = anos
Fator atividade
Acamado = 1,2 Deambulando = 1,3
26
27
3.4.4 Necessidades de Micronutrientes
A prescrio diettica deve incluir, alm da adequao dos macronutrientes, a adequao dos
micronutrientes, que deve, pelo menos, contemplar as necessidades mnimas do indivduo
orientadas nas DRIs (Dietary Reference Intake)/IDRs (Ingestes Dietticas de Referncia) (2001).
As recomendaes nutricionais (Recommended Dietary Allowances / Cota Diria
Recomendada RDAs) so estabelecidas pelo Food and Nutrition Board / National Research Council.
As IDRs /DRIs incluem quatro conceitos de referncia para consumo de nutrientes, com definies e
aplicaes diferenciadas: Estimated Average Requirement (EAR), Recommended Dietary Allowance
(RDA), Adequate Intake / Ingesto Adequada (AI), Tolerable Upper Intake Level / Nvel de Ingesto
Mxima Tolervel (UL).
Para planejamento e avaliao nutricional e diettica deve ser utilizado a RDA, a AI e a UL,
lembrando que esses parmetros foram elaborados para indivduos saudveis podendo ser
insuficientes para pacientes com patologias especficas, que podem necessitar de quantidades
aumentadas de determinados micronutrientes para cicatrizao, recuperao tecidual, combate
produo de radicais livres, entre outros.
4 DIETA PELO SISTEMA DE EQUIVALENTES
O sistema da dieta por equivalente teve incio em 1950, pela Associao Americana de
Diettica e o Servio de Sade Pblica da Amrica do Norte, baseada em uma lista de alimentos
divididos em 6 grupos ou listas. Cada alimento em uma lista continha aproximadamente a mesma
quantidade de calorias, de nutrientes (CHO, PTN, LIP), orientados em medidas caseiras e quantidades
em gramas e mililitros.
Os servios de Nutrio e Diettica vm modificando estas listas e adaptando-as as suas
necessidades, simplificando ao mximo a vida alimentar dos que necessitam de dietas controladas,
assim como quebrar a monotonia alimentar.
O sistema tem como objetivo combater a monotonia alimentar e facilitar a aquisio e uso
dos alimentos.
OPERACIONALIZAO
Clculo do VET
IMC/ Avaliao Nutricional
Clculo do Peso (ideal, atual, habitual)
Clculo do VET (mtodo da FAO, mtodo prtico, Harris-Benedict...)
Distribuio do VET nos princpios nutritivos levando-se em considerao: Patologia, Estado
Nutricional, Exames bioqumicos.
Partindo-se da faixa de normalidade (mais usual):
Carboidratos: 50 -60%
Protenas: 10 15%
Lipdeos: 25 30%
EQUIVALENTE
Leite
Verdura Grupo A
Verdura Grupo B
Fruta
Acar
VET/ CALORIAS
1500 a 2000
1a2
2000 a 2500
2
> 3000
3
1a2
2a3
3a5
vontade
2a3
3a4
4a6
3a4
4a5
5a7
28
5 DIETOTERAPIA NAS CARNCIAS NUTRICIONAIS
5.1 ANEMIAS
A anemia uma condio na qual a deficincia no tamanho ou nmero de hemcias ou na
quantidade de hemoglobina limita a troca de oxignio e dixido de carbono entre o sangue e as
clulas dos tecidos.
Classificao
Tamanho das clulas
Contedo de hemoglobina
* Macroctica
* Normoctica
* Hipocrmica
*Microctica
* Normocrmica
As principais causas so: falta de nutrientes necessrios para sntese normal de eritrcitos
(Ferro, vitamina B12 e cido flico); Hemorragias; Anormalidade gentica; Doenas crnicas; e
Toxidade por frmacos. Entre as anemias causadas por deficincia de nutrientes vale destacar a
anemia ferropriva e a perniciosa.
5.1.1 Anemia Ferropriva
A anemia ferropriva, como o prprio nome sugere, causada pela
deficincia de ferro, classificando-se em Microctica e Hipocrmica. Suas
principais causas so: a ingesto insuficiente de ferro (muito comum no
vegetariano); a absoro inadequada em casos patolgicos (diarria,
acloridria e distrbios intestinais); aumento da necessidade de sangue em
virtude de crescimento acelerado (adolescncia fase do estiro); e perda
de sangue (menstruao e hemorragia).
As manifestaes clnicas ocorrem pela notria perda da funo muscular, diminuio do
desempenho no trabalho, intolerncia a exerccios, consequentemente a presena de fadiga,
anorexia, pagofagia (comer gelo), colorao de mucosas e tecidos (pele, unhas,
boca e lngua) dando aspecto de palidez (interior das plpebras rosa claro).
Seu diagnstico pode ser confirmado atravs de parmetros
bioqumicos de ferritina, ferro srico e transferrina circulante. O tratamento
clnico se d pela administrao de suplementao na forma ferrosa, com
dosagens de (50 a 200 mg) para adulto e (6mg/Kg de peso) em criana, com
associao de vitamina C para potencializar a absoro da forma ativa de ferro.
Ambos longe dos horrios das refeies, pois o ferro melhor absorvido com
estmago vazio. Ainda, associado a estas medidas o tratamento nutricional
consiste na ingesto de alimentos fontes (fgado, rim, carne bovina, peixe,
feijes, castanhas, vegetais de folhas verdes escuras, pes integrais fortificados).
5.1.2 Anemia Perniciosa
A anemia Perniciosa ou tambm conhecida como anemia Megaloblstica
ocorre pela deficincia de vitamina B12 e/ou falta de Fator Intrnseco (IF), este
ultimo produzido pelo estmago como sinal de incio do processo digestrio, com
sua funo limitada em pacientes que realizaram cirurgia baritrica.
O diagnstico pode ser obtido atravs da verificao do depsito de B12 e
de excreo de IF pela urina. Os principais sinais clnicos afetam no somente o sangue, mas tambm
o trato gastrointestinal e os sistemas nervosos, central e perifrico. O tratamento clnico evoluiu ao
longo do tempo, uma vez que era considerada incurvel e forte preditora de morte. No entanto,
29
atualmente pode se dar pela administrao de injeo
intramuscular de 100g de vitamina B12, e/ou suplementao
oral 600 g, e quando necessrio a associao com IF gstrico.
Como proposta de melhorar a oferta do nutriente o
tratamento nutricional se aplica com uma dieta rica em protenas
(1,5g/kg), vegetais verdes, fornecer alimentos fontes de ferro,
vitamina B12 e cido flico.
5.2 MAGREZA
Trata-se de um estado onde o peso est 15% ou mais abaixo do padro aceitvel,
associado a maior risco de morbi-mortalidade. A sua origem ocorre devido a
diminuio da ingesto calrica, associada ao excesso de prtica de atividade
fsica, problemas de absoro e/ou utilizao de nutrientes, patologia catablica
e/ou estresse psicolgico.
O tratamento consiste no combate a causa subjacente, como a possvel doena
catablica, diminuir o nvel e intensidade da atividade fsica, realizar
acompanhamento psicolgico e nutricional. Atravs da interveno nutricional
busca-se elevar a oferta de Kcal alm das necessidades do VET (Peso Atual + 500
Kcal extras). A distribuio de macronutrientes pode auxiliar neste sentido (CHO: 50 60%; PTN: 15
20%; LIP: ~ 30% - Preferir mono e poliinsaturados). Com relao aos micronutrientes deve-se
observar a necessidade de suplementao.
A estratgia para melhorar a aceitao da alimentao o fracionamento no mnimo em 6
refeies, considerando as preferncias alimentares do paciente, buscando sempre aumentar a
densidade calrica, utilizar de suplementos e fortificantes sempre que possvel e vivel
economicamente.
5.3 DESNUTRIO
A desnutrio consiste em um quadro mais acentuado de carncias nutricionais, pode ser
expressa como um estado de anormalidade tanto Bioqumica, Funcional e Anatmica, causados pelo
consumo ou aproveitamento inadequado de nutrientes essenciais.
Nesta condio de anormalidade se instala a Subnutrio Proteica-Energtica (SPE) onde a
ingesto alimentar insuficiente para suprir as necessidades proteicas e energticas do organismo. A
mesma pode ser: primria, quando h ingesto inadequada de alimentos ou esses tm baixa
qualidade em termos de energia ou protenas; ou secundria, decorrente de doenas ou condies
que alteram a absoro, o metabolismo ou as perdas de nutrientes.
Os dados epidemiolgicos demonstram que a prevalncia maior nos pases do 3 mundo.
No Brasil, difere segundo as regies, sendo mais elevada no Norte e Nordeste e menos elevada nas
regies Sul e Sudeste. A Organizao Pan-Americana da Sade (OPS) estima que 10 a 12% das
crianas, aproximadamente, sofrem de desnutrio moderada ou severa segundo o peso para a
idade. A abordagem da desnutrio deve levar em considerao a insegurana alimentar global e as
disparidades socioeconmicas.
As suas complicaes resultam na reduo de massa adiposa subcutnea, mudanas
metablicas, desenvolvimento de edema caracterizando o kwashiorkor, uma forma de desnutrio
energtico-protica grave.
30
Caractersticas
Marasmo
Kwashiorkor
Reserva muscular
Reduzido
Muito reduzido
Tecido adiposo
Reduzido
Crescimento
Atraso
Atraso
Edema
Ausente
Presente
Dermatoses
Cabelo
Funo heptica
Normal
Desenvolvimento
psicomotor
Retardo
Retardo
Apetite
Anorexia
Comportamento
Irritabilidade,
hipoativo
Anemia
Presente
Presente
Albumina srica
Normal
Muito reduzida
Intercorrncias
Temperatura corporal
Baixa
aspecto
de
velho,
Os principais aspectos a serem observados no paciente so: Peso e comprimento (ou altura);
Edema; Aumento ou dor heptica ao toque, ictercia; Distenso abdominal, movimentos peristlticos
intestinais; Palidez; Sinais de colapso circulatrio: mos e ps frios, pulso radial fraco, conscincia diminuda;
Sede; Olhos: leses corneais indicativas de deficincia de vitamina A; Ouvidos, boca e garganta; evidncias de
infeco; Pele: evidncia de infeco ou prpura; Alteraes da freqncia respiratria e tipos de respirao;
sinais de pneumonia ou insuficincia cardaca; Aparncia das fezes.
Quantidade
kg/dia
Nutriente
Quantidade
kg/dia
gua
120-140 mL
Tiamina
70 mcg
Energia
80-100 kcal
Riboflavina
0,2 mg
Protenas
1-2 g
cido nicotnico
1 mg
Piridoxina
70 mcg
Sdio
23 mg
Cianocobalamina
0,1 mg
Potssio
160 mg
cido flico
0,1 mg
31
Magnsio
10 mg
cido ascrbico
10 mcg
Fsforo
60 mg
cido pantotnico
0,3 mg
Clcio
80 mg
Biotina
10 mcg
Zinco
2 mg
Retinol
0,15 mg
Cobre
0,3 g
Calciferol
3 mcg
Selnio
4,7 mg
Tocoferol
2,2 mg
Iodo
12 mg
Vitamina K
4 mcg
32
Apesar da importante melhora apresentada pela criana, o dficit de estatura e as alteraes de
desenvolvimento psicomotor ainda se mantm.
Segundo a OMS, como o risco de recada maior logo aps a alta, a criana deve ser revista
aps 1 semana, 2 semanas, 1 ms, 3 meses e 6 meses. O treinamento da me deve focalizar reas
que necessitam de reforo, especialmente prticas alimentares e estimulao mental e fsica da
criana.
6 DIETOTERAPIA NA OBESIDADE
A obesidade uma Doena Crnica No Transmissvel (DCNT) caracterizada pelo estado de
acmulo de gordura corporal acima de parmetros antropomtricos pr-definidos, o qual
associado a maior risco de desenvolvimento e/ou manuteno de outras DCNT.
SINTOMAS FSICOS
PROBLEMAS PSICOSOCIAIS
Dispnia/ apnia
Depresso
Varizes
Isolamento
Artrite
Discriminao
Edema, celulite
Desemprego
Sudorese
Problemas familiares
Estresse
Hrnia
GET:
1086 - [10,1 x Id(anos)]+AF [13,7 x P(Kg)]+[416xA(m)]
AF (Coeficiente de Atividade Fsica):
AF=1,0 (sedentrio)
33
AF=1,12(pouco ativo)
AF=1,29(ativo)
AF=1,59(muito ativo)
GET:
448 - [7,95 x Id(anos)]+AF [11,4 x P(Kg)]+[619xA(m)]
AF(Coeficiente de Atividade Fsica):
AF=1,0 (sedentrio)
AF=1,16(pouco ativo)
AF=1,27(ativo)
AF=1,44(muito ativo)
CARACTERSTICAS DA DIETA
FIBRAS: 20 30g/dia
LCOOL: No recomendado
COLESTEROL: 300mg/dia
VITAMINAS E MINERAIS:
SDIO: de acordo com condies clnicas
34
* Dieta para perda de peso
* Orientao para o ps-operatrio
PS-OPERATRIO:
* Consistncia da dieta (evoluo lenta)
* Educao nutricional
* Suplementao de micronutrientes
7 DIETOTERAPIA NOS DISTRBIOS DO TRATO GASTROINTESTINAL
O objetivo da terapia nutricional nas doenas do sistema digestivo aliviar a sintomatologia
ou curar afeces. Tambm busca minimizar ou evitar efeitos colaterais dos frmacos e interaes
negativas com nutrientes e manter um bom estado nutricional.
7.1 DOENAS DA CAVIDADE BUCAL
A cavidade oral considerada um stio de diversas patologias, por se tratar de uma mucosa
com contato externo e foco de um grande nmero de bactrias. No Brasil, h um grande nmero de
ocorrncias de problemas bucais de impacto na sade pblica, pois estes problemas esto associados
a falta de higiene oral, alcoolismo e tabagismo. O agravante que chegam a causar infeces de
leses periodontais, podendo levar a exodontia total, prejudicando a triturao e umidificao dos
alimentos, pois impossibilita o processo de mastigao, consequentemente limitando a formao do
bolo alimentar.
Crie Dental
Escorbuto
Gengivites
Candidase
35
Lquidos (gua) Hidratao e limpeza
Fibra (celulose) Limpeza e irrigao
A ESTOMATITE uma inflamao na boca causada por uma grande variedade de processos:
Causas: Deficincias nutricionais (B12, c. flico, Ferro); Reaes medicamentosas; Patologias
sistmicas; Trauma mecnico.
Sintomas: dor difusa ou localizada; dificuldade de deglutio
Estomatite Aftosa - lceras distintas, superficiais e dolorosas sobre uma base eritematosa - placas
geralmente pequenas, localizadas ou em pontos diversos da mucosa bucal.
Conduta diettica: PTN e Vit., evitar ctricos e carboidratos concentrados.
A CANDIDASE uma infeco da mucosa oral
causada por espcies de cndida, que pode se
localizar em qualquer rea da mucosa bucal, embora
seja mais comum na lngua. As mesmas formam
placas brancas - podem formar eroso.
Pode ser observada em: lactentes, leucemia, SIDA ( frequncia 50%), uso de antibiticos e
corticosteroides.
CONDUTA NUTRICIONAL: PTN e lquidos, evitar carboidratos concentrados, ajustado a tolerncia
do paciente.
Alteraes na lngua tambm so consideradas patolgicas, tais como: LNGUA GEOGRFICA,
LNGUA SABURROSA, GLOSSITE. Geralmente esto associadas a deficincias nutricionais.
NIACINA lngua rubra e brilhante e estomatite
RIBOFLAVINA lngua magenta, queilose e estomatite angular
COBALAMINA lngua lisa
FOLATO - glossite
ALGUNS MICRONUTRIENTES DE IMPORTNCIA NAS PATOLOGIAS DA CAVIDADE ORAL
Vitamina A reepiteliao
Vitamina B metabolismo dos macronutrientes (B6 PTN)
Vitamina C Cicatrizao
Vit. C, Folato e Zinco - Permeabilidade da barreira gengival
Folato, B12 e Ferro Anemia (sangramentos)
sdio causa dor no local afetado
EVITAR: Alimentos cidos, picantes e alimentos no tolerados (observar a consistncia e os sabores).
7.2 DOENAS DO ESFAGO
A principal funo do esfago a conduo de alimentos da faringe para o estmago,
prevenindo o refluxo gastroesofgico (RGE).
Um problema que vem ocorrendo com maior prevalncia o
REFLUXO GASTROESOFGICO OU ESOFAGITE DE REFLUXO, o
mesmo consiste na diminuio da eficcia dos mecanismos de
anti-refluxo, pelo msculo do esfncter esofagiano.
O quadro clnico do paciente com os sintomas mais presentes
so: pirose, disfagia, regurgitaes, dor retroesternal e
sialorria.
36
Fatores predisponentes: Hrnia hiatal, hormnios envolvidos com a gravidez ( progesterona),
obesidade ( presso intra-abdominal), antiinflamatrios no-esterides e anticoncepcionais orais (
progesterona), tabagismo, lcera pptica com bactria H. pylori.
Os fatores que influenciam na diminuio da presso do EEI:
Excesso de peso - Presso intra-abdominal
Preparaes e alimentos gordurosos - + CCK e secretina
Refeio volumosa - Presso intra-abdominal
Infusos concentrados (caf, chs mate, preto)
Bebidas alcolicas
Sucos de laranja, tomate, carminativos (hortel ou menta)
Chocolate
Lquidos com a refeio
Caldos concentrados em purinas
Cigarros
Os objetivos da conduta dietoterpica neste casos so:
Manter ou recuperar o estado nutricional
Promover a educao nutricional, evitando o surgimento de novas doenas
Evitar o refluxo gastroesofgico
Evitar a progresso das leses j presentes
Minimizar ou evitar os efeitos colaterais e interaes entre frmacos e nutrientes
CONDUTA DIETOTERPICA
Calorias: Ajustadas s necessidades do paciente, evitando a obesidade.
Protenas: Hiperprotica (15-20%) devido liberao da gastrina ( presso EEI) e cicatrizao
Carboidratos: Normoglicdica (Observar ocorrncia de fermentao ou distenso abdominal)
Lipdios: Hipolipdica (20-25% VCT) pela liberao da CCK
Vitaminas e Minerais: Ajustados s necessidades do paciente e s interaes com os frmacos
Outras medidas:
Excluir alimentos irritantes (sucos e frutas cidas / condimentos)
Dieta fracionada para evitar distenso (6 a 8 refeies)
ltima refeio do dia 2 a 3 horas antes de deitar
Evitar : roupas apertadas/esforo aps as refeies
Horrios regulares para as refeies
Elevar a cabeceira da cama
Evitar alimentos de difcil digestibilidade, flatulentos e fermentveis (distenso abdominal)
Evitar todos os alimentos e substncias que PEEI
Alimentos de difcil digestibilidade: Abacate, agrio, alho, alimentos gordurosos, batata doce,
bebidas gasosas, cerveja, brcolis, cebola, couve, doces concentrados, embutidos, fava, ovo cozido,
pimento, rabanete, refrigerantes, repolho, vsceras, melo, melancia, nabo.
Alimentos ricos em purinas: Anchova, arenque, caldo de carnes, carnes vermelhas, cavala, consum,
crustceos, extrato de carne, vsceras, ovas, perdiz, rim, sardinha.
A HRNIA HIATAL provocada pela protruso de parte do estmago sobre o msculo diafragmtico,
causando um alargamento da abertura diafragmtica.
37
.
Sintomas:
dor
retroesternal alta, pirose, regurgitao, odinofagia, disfagia, soluo, hematmese e melena, dispneia,
cianose, tosse, vertigem, taquicardia, palpitao.
Complicaes: esofagite, lcera do esfago e estenose esofagiana.
A conduta dietoterpica consiste nos seguintes objetivos:
Diminuir a presso intra-abdominal e peso corporal
Dificultar o refluxo gastroesofgico
Aumentar a presso do esfncter esofagiano inferior
Facilitar o esvaziamento gstrico
CONDUTA DIETOTERPICA: Semelhante da esofagite.
Os DIVERTCULOS DO ESFAGO so pequenas bolsas ou escavaes que
surgem nas zonas dbeis da parede que, quando infectadas ou inflamadas,
recebem o nome de DIVERTICULITE. SINTOMAS: Disfagia, halitose,
regurgitao, perda de peso e desnutrio
OBJETIVO DA DIETOTERAPIA: Evitar o depsito de alimentos nos
divertculos e, com isso, evitar sua inflamao ou infeco.
CARACTERSTICAS DA DIETA: consistncia mxima branda, com
caractersticas semelhantes s da esofagite e ajustadas aos possveis
frmacos em uso.
A ACALSIA DO ESFAGO um Distrbio motor da musculatura lisa
esofagiana, na qual o EEI est hipertenso e no se relaxa de forma
apropriada com a deglutio.
PRIMRIA
Vrus neurotrpico
CLASSIFICAO
SECUNDRIA
Doena de chagas , Cncer
38
Tipo de Alimento
Leite
Sopas
Carne
Frutas
Pes e cereais
Suplementos (p ou lquido)
7.3
DOENAS DO ESTMAGO
Ulcerao aguda ou crnica que se instala em uma poro do TGI acessvel secreo gstrica
(Estmago, Duodeno e Esfago).
Manifestaes clnicas: queimao, azia, dor, desconforto abdominal
39
Complicaes: Perfurao, hemorragia, infeco, penetrao em estruturas vizinhas, obstruo
pilrica.
ETIOLOGIA: Sndrome de Zollinger-Ellison (Hipersecreo); lceras causadas por antiinflamatrios
no-esterides (diminui prostaglandinas); Leses associadas infeco pelo H. pylori (diminui
integridade da mucosa, inflamao e aumenta a secreo de gastrina); lceras associadas a outros
fatores (Hereditariedade, tabagismo, lcool).
A conduta dietoterpica considera que embora a gastrite e a lcera sejam distintas do ponto de vista
morfolgico, no que diz respeito ao tratamento dietoterpico, podem-se estabelecer as mesmas
diretrizes.
VET - Ajustado s necessidades do paciente
Protenas - 10 15% do VET ou at 1,2g/Kg/dia na aguda e at 1,4g/Kg/ na crnica
Carboidratos - 50 - 60% do VET
Lipdios - 25 30% do VET
Vitaminas e minerais - Ajustado s necessidades do paciente e s interaes com frmacos
Consistncia - Adaptada s condies da cavidade oral
Fracionamento - 4 a 6 refeies por dia (Evitar longos perodos de jejum)
Efeito positivo - Alimentos ricos em fibra (Efeito Tampo, diminui tempo de trnsito intestinal
levando a menor distenso abdominal)
Os alimentos e prticas que devem ser evitados so: bebidas alcolica, Caf (mesmo o descafeinado),
Refrigerantes, Pimenta vermelha e preta, Mostarda em gro, caldos concentrados em purina, fumo,
carminativos.
Outras observaes esto relacionadas com a utilizao de alimentos e de outros elementos:
Alimentos muito quentes congesto da mucosa gstrica aumento da secreo cida e diminui
o tempo de esvaziamento gstrico
Infusos concentrados - aumenta secreo cida e causam dispepsia
Bebida alcolica - aumenta secreo cida
Refrigerantes base de cola - diminui presso do EEI e facilita o RGE
Nicotina - diminui presso do EEI e facilita o RGE, aumenta a resposta da secreo cida gastrina
e diminui a habilidade da cimetidina e de outros frmacos usados para diminuir a secreo cida
noturna, a qual tem papel importante na ulcerognese.
Condimentos picantes - aumenta secreo cida e causam irritao da mucosa
Pimenta vermelha e pprica capsaicina (irritante da mucosa, aumenta secreo cida e leva a
perda de K)
Pimenta preta Irritao gstrica, aumenta secreo cida e dispepsia
Pimenta chilli e mostarda leso gstrica
Alimentos ricos em gordura retardo no esvaziamento gstrico
Caldos concentrados em purina excitantes da mucosa gastrintestinal e aumenta secreo cida
Alimentos ricos em purinas: Anchova, arenque, caldo de
carnes, carnes vermelhas, cavala, crustceos, extrato de
carne, vsceras, ovas, rim, sardinha.
7.4 DOENAS DO INTESTINO
O intestino responsvel pela absoro de
nutrientes provenientes da alimentao. O mesmo possui
40
formato cilndrico por onde o alimento conduzido atravs de movimentos peristlticos.
LOCAIS DE ABSORO DOS NUTRIENTES
DUODENO: Aminocidos, cidos graxos, Monoglicerdeos, Monossacardeos, Lactose, Vit. A e B,
Glicerol e Clcio.
JEJUNO:
- PROXIMAL: Vit. A e B, c. flico, Ferro, Lactose.
- DISTAL: Dipeptdeos, Maltose, Trealose e Sacarose.
- INTEIRO: Glicose, Galactose, c. Ascrbico, Aminocidos, Glicerol, c. Graxos, Monoglicerdeos, c.
flico, Biotina, c. pantotnico, Zn, K e Cu
LEO:
- PROXIMAL: K, Maltose, Trealose e Sacarose
- DISTAL: B12 (Fator intrnseco), Sais biliares
- INTEIRO: Cloreto, Sdio
COLN: gua e Eletrlitos
A DIARRIA o aumento na frequncia de evacuao (normalmente acima de 3 vezes/dia) com fezes
lquidas, sendo acompanhada por perda excessiva de lquidos e eletrlitos (sdio e potssio).
Pode se classificada em:
OSMTICA:
Presena
de
solutos
osmoticamente
ativos,
inadequadamente absorvidos (Ex: deficincia de lactase)
SECRETRIA: Secreo ativa de eletrlitos e gua pelo eptlio intestinal
(Ex: Exotoxinas bacterianas)
EXSUDATIVA: Associadas a leses de mucosa, que levam eliminao de
muco, sangue e protenas plasmticas (Ex: Colite ulcerativa)
CONTATO MUCOSO LIMITADO: condies em que h exposio
inadequada do quimo no epitlio intestinal (Ex: SIC)
Como a diarria um sintoma, o objetivo do tratamento clnico remover a causa e cuidar da
reposio de lquidos e eletrlitos
CONDUTA DIETOTERPICA:
Calorias: Ajustadas s necessidades do paciente
Protenas: Hiperproteica para reposio e pelo hipercatabolismo (1,2 a 1,8g/Kg peso corporal)
Carboidratos: Normo/hipoglicdica sem concentrao de dissacardeos (fermentao e desconforto
abdominal)
Lipdios: Hipolipdica sem concentrao (Aumenta peristalse). Triglicerdeos de Cadeia Mdia (TCM)
com cidos graxos essenciais quando necessrio
Fibras solveis: importante para auxiliar no controle do trnsito intestinal pela viscosidade e pela
produo de cidos graxos de cadeia curta (integridade e recuperao da mucosa intestinal)
Vitaminas e minerais: Suplementados nas fases agudas, pois no so absorvidos de forma completa
Evitar: Fibras insolveis, alimentos fermentativos e flatulentos, leite e derivados ( lactase), sacarose
Perodo de remisso: Probiticos (lactobacilos, bifidobactrias)
Consistncia: Lquida at branda (Tolerncia do indivduo) pobre em fibras insluveis, tecido
conectivo, fibras musculares, gorduras, cidos orgnicos (frutas cidas).
- Carnes magras e abrandadas
- Vegetais cozidos
41
- Frutas permitidas: ma sem casca, banana, pssego, pras e damascos (incio s o caldo
progredindo at fruta inteira)
Lquidos: Hiper (Reposio e manuteno da hidratao) Reidratao oral ou venosa.
- Infuses: ch (recomendado) ricos em taninos
A ESTEATORRIA uma consequncia da m absoro na qual a gordura no absorvida permanece
nas fezes. Normalmente cerca de 2 a 6 g de gordura so excretadas nas fezes, no entanto, na
condio de Esteatorria acorre a excreo em torno de 60g de gordura nas fezes.
CAUSAS: Resseco ileal, insuficincia biliar ou pancretica, doena celaca, DII
CONDUTA DIETOTERPICA:
Calorias: Ajustadas s necessidades do paciente
Protenas e carboidratos: Hiper para reposio e pelo hipercatabolismo
Lipdios: Adicionados conforme tolerado para atender as necessidades individuais. TCM com c.
Graxos Essenciais quando necessrio
Vitaminas e minerais: Suplementados, com nfase nas lipossolveis e clcio, zinco, magnsio e ferro.
A CONSTIPAO uma alterao do trnsito intestinal caracterizada por diminuio do nmero de
evacuaes, com fezes endurecidas e aumento do esforo defecao. Os principais fatores
relacionados so:
Estresse crnico
Reteno prolongada da matria fecal
Uso de laxantes
Sedentarismo
Idade
RECOMENDAES:
Fibras insolveis x Fibras solveis Maior proporo de Insolveis
Quantidade de fibra 20 a 35g/dia
Farelo de trigo e farelo de aveia aumenta o consumo de fibras
Alimentos integrais
Frutas com casca e bagao
Ameixa preta (cido diidroxifenil isotina)
Aumentar o oferta hdrica 2 litros / dia (lquidos frios)
Tomar um copo de gua gelada em jejum
Dieta antifermentativa
COQUETEL LAXANTE
5 ameixas pretas
1 col (sopa) de creme de leite CUIDADO C/ DISLIPIDEMIA
1 laranja com o bagao
1 fatia mdia de mamo
1 col (sopa) de farelo de aveia
1 copo gua (gelada) pode ser com a gua ou calda da ameixa
42
FIBRAS INSOLVEIS
CELULOSE (farinha de trigo integral, feijes,
ervilha, casca da ma, farelos, razes
vegetais): No so normalmente fermentveis
HEMICELULOSES (farelo, cereais, soja,
gros integrais): Aceleram o trnsito intestinal
LIGNINA (vegetais maduros, trigo):
volume das fezes e maciez
A INTOLERNCIA LACTOSE uma reao ao carboidrato mais comum e presente no leite e afeta
pessoas de todos os grupos etrios.
Causas: deficincia de lactase (enzima que digere o acar do leite).
Sintomas: distenso abdominal; flatulncia; clicas; diarreia.
A m absoro de lactose pode ser do tipo:
Congnito - raro, presente no nascimento.
Primrio ou gentico - geralmente aparece aps a lactncia, mas pode aparecer numa idade to
precoce quanto 2 anos.
Secundrio ou adquirido - a partir de doenas GI (D. Celaca), alergia alimentar, antibiticos,
trauma abdominal, infeco do I.D. Nas crianas, secundria a diarria, AIDS ou giardase.
Aps cirurgia do I.D. ou desuso prolongado do TGI (NPT), usualmente retorna lentamente.
CONDUTA DIETOTERPICA
Omitir ou controlar a ingesto de lactose - o consumo regular de leite por pessoas lactase
deficientes pode aumentar o limiar a partir do qual ocorre diarria.
Verificar a tolerncia atual monitorando a ingesto - pacientes podem tolerar 1/2 xcara de leite
(6g/dia de lactose) aps uma refeio.
Leite integral mais tolerado que leite desnatado - diminui a velocidade de esvaziamento gstrico
com maior eficcia. O desnatado tem mais lactose.
Omitir ou controlar a ingesto de lactose - o consumo regular de leite por pessoas lactase
deficientes pode aumentar o limiar a partir do qual ocorre diarria.
Verificar a tolerncia atual monitorando a ingesto - pacientes podem tolerar 1/2 xcara de leite
(6g/dia de lactose) aps uma refeio.
Leite integral mais tolerado que leite desnatado - diminui a velocidade de esvaziamento gstrico
com maior eficcia. O desnatado tem mais lactose.
A INTOLERNCIA SACAROSE uma reao a um outro tipo de carboidrato, a sacarose.
CAUSAS: deficincia de sacarase (ou invertase)
CONDUTA: Suspender a sacarose diettica
A DOENA CELACA uma sndrome decorrente de
hipersensibilidade gliadina (glten). Intensa inflamao crnica
na mucosa intestinal.
Atrofia das vilosidades e hipertrofia das criptas Superfcie de absoro
43
Os principais sintomas so: DIARRIA, PERDA DE PESO, ASTENIA, distenso e dor abdominal,
cimbras e dores osteoarticulares, alteraes menstruais, alteraes cutneas, leses bucais,
hipotenso arterial, edema, nuseas, vmitos, tetania, hepatomegalia, sinais neurolgicos, petquias
e equimoses, hemorragia, e irritabilidade.
CONDUTA DIETOTERPICA:
Calorias: Ajustadas s necessidades do paciente
Protenas e lquidos: Aumentados
Micronutrientes: Mg, Ca, Vit. Lipossolveis, Ferro, c. Flico, Vit. Complexo B (B1, B12)
RESTRIES ALIMENTARES: dissacardeos, lipdeos, celulose, alimentos flatulentos, fermentveis, de
difcil digestibilidade.
SUPLEMENTAO INDICADA: Vitamina K, Fosfato ou Gluconato de Ca, Vitamina B12 e
Polivitamnicos.
44
DOENA DE CROHN
DESCONTNUA acomete toda a parede, no sentido da BOCA NUS
QUALQUER REA DO TGI (principalmente o leo terminal 75% dos casos)
CLON: 15 A 25%
RETOCOLITE ULCERATIVA
Inflamao delimitada mucosa do Clon e sempre se estende a partir do reto
A doena contnua
Manifestao mais comum a diarria sanguinolenta
CONDUTA DIETOTERPICA
Calorias: HIPER (GEB X FA X FI) FI = 1,75
Protenas: 1,0 a 1,5g (2,0g para desnutridos)/Kg de peso ideal/dia
Lipdios: Hipolipdica (< 20% das calorias totais). M absoro: TCM
LQUIDOS
VITAMINAS E MINERAIS
Carboidratos:
FASE AGUDA: Isenta de lactose; controle de mono e dissacardeos para evitar solues
hiperosmolares que possam aumentar a diarria; Rica em fibras solveis e pobre em insolveis.
FASE DE REMISSO: Evoluir progressivamente o teor de fibras insolveis
EVITAR: Alimentos fermentativos e flatulentos, caldos concentrados em purinas
VIA DE ADMINISTRAO: Oral (fase de remisso); Enteral e parenteral (fase aguda)
NUTRIENTES ESPECFICOS:
GLUTAMINA (30 g/dia)
ARGININA + GLUTAMINA (melhora da resposta imunolgica)
CIDO GRAXO MEGA 3 ( resposta inflamatria / 3-5g/dia)
RECOMENDAES: Refeies pequenas e frequentes, suplementao de vitaminas e minerais
A DOENA DIVERTICULAR NO INTESTINO consiste na formao de
bolsas (DIVERTICULOSE), hiernaes, na parede do clon. A
inflamao destas hrnias a DIVERTICULITE.
A constipao um fator que contribui para esta doena, por
aumentar a presso intracolnica, causando evaginaes da
parede. uma doena considerada rara para ocorrncias antes da
3 dcada de vida (30% - > 50 anos; 50% - > 70 anos; 66% - > 85 anos).
COMPLICAES: Sangramento suave sem dor, hbitos intestinais alterados e DIVERTICULITE.
CONDUTA DIETOTERPICA
DIVERTICULOSE
DIVERTICULITE:
Semelhante constipao intestinal
Dieta de pouco resduo, dieta elementar ou, em casos
(dieta rica em fibras e lquidos)
complicados, nutrio parenteral total
Aps
remisso do quadro inflamatrio retornar
90% dos pacientes com dieta teor de fibras
gradualmente para uma dieta rica em fibras
permanecem sem sintomas por 5 anos
45
RECOMENDAES: Dieta normal, rica em fibras e lquidos.
Evitar excessos de gordura, cafena, acares e bebidas
alcolicas.
O MEGA CLON CHAGSICO consiste em alteraes na
fisiologia motora do clon, pela ausncia de onda peristltica
propulsiva (dilatao e alongamento do clon) causando
acmulo de grande quantidade de matria fecal (fecaloma).
CONDUTA DIETOTERPICA: Colaborar na regularizao da
funo intestinal e promover o equilbrio nutricional.
8 DIETOTERAPIA NOS DISTRBIOS DO SISTEMA BILIAR E NAS HEPATOPATIAS
O Fgado tem funes primordiais no
metabolismo, tais como: metabolismo de carboidrato,
protena e gordura; armazenamento e ativao das
vitaminas e minerais; formao e excreo de bile;
converso da amnia em uria; metabolismo esteride
e ao como filtro e cmara de irrigao.
Agentes etiolgicos
Vrus A
Vrus B
Vrus C
Vrus D
Vrus E
Drogas
Hepatite auto-imune
Doena de Wilson
Hemocromatose
lcool
Cirrose biliar primria
Colangite esclerosante
Fibrose cstica
Doenas hepticas
AGUDA
CRNICA
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
CIRROSE
46
funes hepticas (interfere no fluxo sanguneo); contrao e perda de muitas funes hepticas;
Insuficincia Heptica Crnica; Encefalopatia.
FATORES QUE AUMENTAM A SUSCETIBILIDADE DHA
Ingesto alcolica diria prolongada (15 a 20 anos)
Ingesto espordica de grande quantidade de lcool
Ingerir bebida alcolica sem alimentao
Fatores genticos
Sexo feminino (Mais susceptvel ao dano alcolico)
Ingesto de bebidas alcolicas com alta concentrao de etanol (Cachaa, usque, vodka)
Ingerir bebidas alcolicas diferentes
LCOOL E DANO HEPTICO
O lcool possui valor energtico (7,1kcal/g), porm so calorias vazias
Quando a ingesto alcolica excede 25 a 50% das calorias dirias, a utilizao do etanol como
substrato pode no ser eficiente, porque o excesso de calorias do lcool no pode ser estocado
lcool leva a perda energtica significativa para ocorrer a detoxicao do etanol
Efeito txico direto no Fgado, Rim, Sistema cardiorrespiratrio, SNC, TGI
O lcool leva a deficincia de micronutrientes (Vitaminas do complexo B, cido flico, vitamina C,
vit. A e E, Zn, Mg e Ca
Administrao excessiva de lcool movimentos propulsivos, lactase e cidos biliares
intraluminais diarria e esteatorria
produo da serotonina a partir do triptfano que atua no hipotlamo (centro da fome)
apetite
Etanol leva a produo de citocinas absoro de Zn e Mg provocando ageusia com apetite
e ingesto alimentar
MANIFESTAES CLNICAS DA DHA
Anorexia; Desnutrio; Ginecomastia; Telangiectasia (spiders); Fraqueza muscular progressiva e
fadiga; Atrofia testicular; Distribuio alterada de pelos; Eritema palmar; Disfuno hepatocelular,
hipertenso portal (ictercia progressiva, sangramento - varizes gastresofgicas, ascite e
encefalopatia).
A ENCEFALOPATIA HEPTICA uma das manifestaes clnicas da insuficincia heptica aguda ou
crnica. ETIOLOGIA: Multifatorial e depende da ruptura da barreira hematoenceflica (junes
rgidas entre as clulas endoteliais que compem os capilares cerebrais).
Administrao de drogas, Hemorragias digestivas, Infeces, Paracenteses, Desequilbrio
hidroeletroltico ou cido-bsico, Interveno anestsica e/ou cirrgica, oferta de PTN diettica,
Constipao
GRADUAO DA ENCEFALOPATIA HEPTICA
GRAU I: coordenao motora, tremor, escrita alterada,
alterao no ciclo do sono, sonolncia, oscilao do humor
GRAU II: tnus muscular, fala arrastada, alterao da
personalidade, letargia, desorientao moderada
47
GRAU III: Rigidez muscular, confuso mental moderada a grave, agressividade, parania, delrio,
sonolncia
GRAU IV: Pupilas dilatadas, coma, perda da conscincia
PRINCIPAIS MECANISMOS DA ENCEFALOPATIA HEPTICA (EH)
1: AMNIA
Insuficincia heptica amnia no transformada em uria nveis de amnia (toxina
cerebral) circulante EH
PRINCIPAL FONTE DE AMNIA: produo endgena pelo TGI (degradao das bactrias e sangue
gastrintestinal), protena exgena
LACTULOSE E NEOMICINA: laxante osmtico e antibitico no absorvvel que ajuda a diminuir a
produo colnica de amnia.
2: TEORIA DO NEUROTRANSMISSOR ALTERADO
AAA FALSOS NEUROTRANSMISSORES - Quadro em que se encontra os hepatopatas
AACR X AAA
AACR
Valina, Leucina,
Isoleucina
AAA
Tirosina, Triptfano,
Fenilalanina
Outros amoniognicos
Glicina, Serina, Treonina, Glutamina,
Histidina, Lisina, Asparagina, Metionina
ALTERAES
NO
METABOLISMO
PROTECO
ALTERAES NO
METABOLISMO
LIPDICO
ALTERAES NO
METABOLISMO
GLICDICO
ALIMENTOS RICOS EM AACR: Soja e derivados, lentilha, feijo, arroz, milho, laticnios de cabra,
midos de carneiro, peixe, camaro, lagosta, azeite, leo, limo, ameixas, uva passa, ma,
abacate,mamo, manga, goiaba, banana,vagem, abobrinha, brcolis, pepino, couve-flor, jerimum,
rabanete, cenoura, cebola, pimento, tomate, chuchu.
ALIMENTOS RICOS EM AAA: Queijo, gema de ovo, carne de vaca, carne de porco, frango e derivados.
Glicogenlise
Gliconeognese
HIPOGLICEMIA
Hepatopatias agudas e
graves
HIPERGLICEMIA
Hepatopatias
crnicas/cirrose
ESTEATOSE HEPTICA
Hepatopatias Agudas e
Crnicas
Lipognese heptica
Oxidao heptica de AG
Sntese de LDL
HIPERLIPEMIA CETOSE
Hepatopatias Agudas e
Crnicas
Gliconeognese heptica
Liplise perifrica
Oxidao perifrica de AG
HIPOPROTROMBINEMIA
HIPOALBUMINEMIA
HIPERCATABOLISMO
AMINOCIDOS
AMONIOGNICOS
Hepatopatia Aguda e
Crnica
Degradao da insulina
Resistncia insulina
Hiperinsulinemia
Captao e metabolizao de
48
SNTESE DE FALSOS
NEUROTRANSMISSORES
HIPERAMONMIA/EH
ALTERAES NO
METABOLISMO DE
MICRONUTRIENTES
FIBROSE HEPTICA
Hepatopatia Crnica
AACA
Funo heptica
Ciclo da uria
Sntese de colgeno e autoanticorpos
49
O TRANSPLANTE HEPTICO indicado quando no for possvel controlar a insuficincia heptica
com tratamentos convencionais.
CONDUTA DIETOTERPICA: Consiste em promover adequada cicatrizao, prevenir ou tratar
infeces e alteraes nutricionais.
PR
CALORIAS
PROTENAS
LIPDEOS
CARBOIDRATOS
30-50Kcal/kg
1,0-1,5g/kg/dia
25% VCT
50-70% VCT
PS
IMEDIATO
40-45Kcal/kg
1,2-2,0g/kg/dia
20-30% VCT
50-80% VCT
TARDIO
30-35Kcal/kg
1,0-1,2g/kg/dia
30% VCT
50-70% VCT
A Vescula biliar tem a funo de concentrar, armazenar e excretar a bile que produzida no fgado.
50
Entre as doenas da Vescula Biliar a COLELITASE a formao de clculos biliares na ausncia de
infeco da vescula. Quando os clculos migram da vescula para os ductos biliares produzindo
OBSTRUO, DOR E CLICA se tem a COLEDOCOLITASE. Como consequncia ocorre a ausncia de
bile no intestino.
AUSNCIA DE BILE NO INTESTINO
ACOLIA FECAL
(Fezes sem pigmentos biliares)
ESTEATORRIA
( Absoro de lipdeos)
CONDUTA DIETOTERPICA
No h um tratamento diettico especfico para impedir a colelitase em indivduos suscetveis
Os fatores nutricionais relacionados so a obesidade e jejum acentuado e estes devem ser
corrigidos quando possvel
Aps cirurgia progresso gradual
NA COLECISTITE ocorre a inflamao da vescula biliar e pode ser crnica ou aguda, causada por
clculos biliares que obstruem os ductos biliares (Colecistite calculosa). O principais sintomas so:
dor, nusea, vmito e flatulncia.
CONDUTA DIETOTERPICA
COLECISTITE AGUDA: Alimentao oral suspensa
NPT indicada em pacientes desnutridos ou se o tempo de jejum previsto for prolongado
Quando a alimentao for reassumida dieta com teor de gordura/ 20% do VCT ou 30 a 45g/dia
( estmulo da vescula)
COLECISTITE CRNICA: Dieta teor de gordura (20 - 25% do VCT) a longo prazo
A LIMITAO MAIS RGIDA INDESEJVEL PORQUE A GORDURA NO INTESTINO
IMPORTANTE PARA ALGUMA ESTIMULAO E DRENAGEM DO TRATO BILIAR
51
Ataques menos graves: Dieta lquida clara com pouca gordura, com progressiva evoluo da
consistncia
Monitorar a presena de dor, nuseas, vmitos, glicemia e lipdios sricos
Alimentos facilmente digerveis, teor de gordura
Dieta fracionada melhor tolerada
Calorias: GEB X FI (1,3 a 1,5)
Protenas: 1,5 a 2,5g/Kg/dia (suplementao de glutamina)
VIAS DE ASMINISTRAO
PARENTERAL
ENTERAL
Atender as necessidades nutricionais
- Posio da sonda deve ser jejunal
Soluo lipdica: 25 a 30% das calorias no
- Frmula elementar ( estimulao pancretica)
proticas (Lipdios endovenosos pouca
estimulao sobre o pncreas)
Hipertrigliceridemia: Solues lipdica com
cautela (<400mg/dL)
PANCREATITE CRNICA
OBJETIVOS: prevenir dano posterior do pncreas, diminuir n de crises de inflamao aguda, aliviar a
dor, diminuir a esteatorria e corrigir a DEP.
O GER est aumentado podendo ocorrer perda de peso (Hipercalrica)
Suplementao de enzimas pancreticas (administradas com as refeies) alvio da dor pela das
secrees excrinas e melhora da absoro de gorduras e vitaminas lipossolveis
Administrao de formas hidrossolveis de vit. Lipossolveis
Administrao parenteral de vit. B12
Esteatorria: monitoramento das vitaminas
Lipdios: hipo a normolipdica (mx. tolerado)
Casos + graves: < 20% do VCT ou 40-60g/dia ou substituio de parte por TCM
A glicemia tem de ser acompanhada e na presena de hiperglicemia persistente recomendaes
para diabtico.
EVITAR: Refeies volumosas, alimentos gordurosos e lcool.
10 DIETOTERAPIA NAS DISLIPIDEMIAS
Alteraes dos nveis sanguneos dos lipdios circulantes.
Classificao laboratorial
Hipercolesterolemia isolada (LDLC 160mg/dL)
Hipertrigliceridemia isolada (TG 150mg/dL)
Hiperlipemia mista (LDL TG e/ou CT 200mg/dL)
Diminuio isolada do HDL-C (Homens < 40mg/dL; Mulheres < 50mg/dL) ou associada a aumento dos TG
ou LDL-C
LIPOPROTENAS
52
Valores de Referncia dos lipdios (mg/dL) para indivduos > 20 anos de idade
LPIDES
CT
TIMO
< 200
LDL-C
HDL-C
TG
LIMTROFE
200-239
< 100
Homens > 40
< 150
130-159
Mulheres > 50
150-200
ALTO
> 240
160-189
200-499
IDADE
< 10
10-19
< 10
10-19
TG
DESEJVEIS
< 170
<110
> 40
> 35
< 100
< 130
LIMTROFES
170-199
110-129
-
ALTO
> 200
> 130
> 100
> 130
cidos Graxos
Polinsaturados
Monoinsaturados
mega-9 olico
- Fontes: azeite de oliva, leo de canola, oleaginosas (castanha, amndoas,
nozes), azeitona e abacate
Efeitos: CT e LDL-C, antitrombtico e inibir a agregao plaquetria)
53
Gorduras Trans
Colesterol diettico
Fontes de mega-3
100g
Cavala
Sardinha
Arenque
Salmo
Truta
Bacalhau
leo de soja
leo de canola
HIPERCOLESTEROLEMIAS
Calorias: Atingir e manter o peso desejvel
Carboidratos: 50-60% das calorias totais
Protenas: Aproximadamente 15% das calorias totais
Gordura total: 25 35% das calorias totais
c. Graxos Saturados: 7% das calorias totais
c. Graxos Polinsaturados: 10% das calorias totais
c. Graxos Monoinsaturados: 20% das calorias totais
Colesterol: < 200mg/dia
Fibras: 20 a 30g/dia (5 a 10g de solvel)
Hipertrigliceridemia primria
(Quilomicronemia)
Hipertrigliceridemia secundria
(Obesidade ou Diabetes)
FIBRAS SOLVEIS
CAF
Exerccio
Fsico
HIPERTRIGLICERIDEMIAS
54
SOJA
(ISOFLAVONAS)
FITOSTERIS
ANTIOXIDANTES:
Flavonides e
Vitaminas
LCOOL
PAS (mmHg)
<120
120 - 139
140 - 159
160
PAD (mmHg)
<80
80 89
90 99
100
Aneurisma
Isquemia de MIs
Angina do peito
Angina Instvel
Infarto do Miocrdio
Hipertrofia do VE
Morte Sbita
Insuficincia Cardaca
Insuficincia Renal
Doena Renovascular
55
CONDUTA DIETOTERPICA
DIETA DASH GRUPOS ALIMENTARES E FUNO
Cereais e derivados
Fontes principais de energia e fibras
Hortalias
Ricos em potssio, magnsio e fibras
Frutas
Importante fonte de potssio, magnsio e fibras
Laticnios desnatados
Fonte principal de clcio e protena
Carnes, aves e peixes
Ricas em protena e magnsio
Leguminosas, nozes e sementes
Fontes ricas em energia, Mg, K, ptn e fibras
Gorduras e leos
DASH tem 27% de lipdeos
Acares
Os alimentos com acar devem ser pobres em gorduras
DIETA DASH GRUPOS ALIMENTARES E TAMANHO DAS PORES
Cereais e derivados
1 fatia de po integral, xc. de cereal integral
Hortalias
1 xc de folhas cruas, xc de legumes cozidos
Frutas
1 copo mdio (180 ml), 1 fruta mdia
Laticnios desnatados
1 copo (240 ml), 1 xc de iogurte
Carnes, aves e peixes
30g de carne bovina, frango e peixe ou ovo (4x sem)
Leguminosas, nozes e sementes
1 xc de amndoas, xc de lentilhas ou feijo
Gorduras e leos
1 col de ch de margarina, 1 col de ch de leo vegetal
Acares
1 col de sopa de acar, 1 colher de sopa de gelia ou gelatina
DIETA DASH GRUPOS ALIMENTARES E NMERO DE PORES
1600 Kcal
2000 Kcal
Cereais e derivados
6
6-8
Hortalias
34
45
Frutas
4
4-5
Laticnios desnatados
2 -3
2- 3
Carnes, aves e peixes
1-2
2 ou menos
Leguminosas, nozes e sementes
3 x por sem
4 5 x por sem
Gorduras e leos
2
2-3
Acares
0
5 x por sem
Bebida
% etanol GL
(Gay Lussac)
Cerveja
6%
(3 8)
Vinho
12%
(5 13)
Usque ou
40%
vodca
(30 50)
*Densidade do etanol
3100 Kcal
12 13
6
6
34
23
1 x por sem
4
2
Volume para
30g de etanol
625 ml
312,5 ml
Consumo mximo
tolerado
2 latas = 700 ml
1 garrafa = 650 ml
2 taas de 150 ml
93,7 ml
2 doses de 50 ml
56
12 DIETOTERAPIA NO PACIENTE DIABTICO
A epidemiologia demonstra dados significantes de que 140 milhes de pessoas no mundo j
possuem diabetes, no Brasil cerca de 5 milhes destas. Estima-se ainda que no ano de 2025 chegue a
atingir o nmero de 300 milhes. Consequentemente, pode ser considerada um grave problema de
sade pblica.
O DIABETES MELLITUS corresponde a um grupo de doenas metablicas caracterizadas por
hiperglicemia resultante de defeitos na secreo de insulina, na ao da insulina ou ambas.
DM tipo 1: incio abrupto dos sintomas, antes dos 30 anos, dependentes de insulina exgena;
DM tipo 2: incio lento dos sintomas, acima dos 30 anos, no dependentes de insulina exgena;
DM Gestacional (DMG): intolerncia glicose com incio ou diagnstico durante a gravidez;
Outros tipos especficos: sndromes genticas especficas, cirurgia, drogas, desnutrio, infeces
ou outras doenas;
Pr-diabetes: glicose de jejum ou tolerncia glicose prejudicadas. Entre a normalidade e o
diagnstico. (ADA,1997)
DIAGNSTICO
-
Diabtico
Glicemia de Jejum: 126mgdL
Teste de sobrecarga de glicose (75g):
Glicemia 200mgdL
Glicemia aleatria + sintomas: 200mgdL
Pr-diabtico
- Glicemia de Jejum: 100 e <126mgdL
- Teste de sobrecarga de glicose (75g):
Glicemia 140 e < 200mgdL
- Glicemia aleatria + sintomas: 140 e < 200mgdL
CONDUTA DIETOTERPICA
Carboidratos: 50-60%
- ndice Glicmico (IG): resposta glicmica, quant. CHO, tipo do acar, natureza do amido,
cozimento e processamento, forma do alimento, outros nutrientes (representa a qualidade de uma
quantidade fixa de carboidrato disponvel de um determinado alimento, em relao a um alimentocontrole, que normalmente o po branco ou a glicose).
- Carga Glicmica (CG): quant. CHO da poro x ndice glicmico / 100
CG = IG x Teor CHO disponvel na poro do alimentos/ 100
Classificao:
CG < 10 Baixa
CG > 20 Alta
Considerando a glicose como controle
Alimentos com IG e CG
Abacate, Ameixa, Banana, Banana Prata, Ma, Cana, Caqui, Coco, gua de Coco, Laranja Mimo, Manga
Sapoti, Uva, Acar, Achocolatados Arrozina/ Cremogema, Bebida Alcolica, Mel, Neston, Rapadura,
Refrigerante Comum, Po Branco, Batata Doce, Batata Inglesa, Biscoito, Bolacha, Inhame, Feijo
Preto/Mulatinho/Carioca, Macaxeira Farinha de Mandioca.
57
FATORES DE RISCO
TEOR DE Na, NITRITOS e NITRATOS
CALORIAS
GORDURAS SATURADAS
OBESIDADE
FATORES PROTETORES
VITAMINA C, SELNIO, ZINCO, VITAMINA A,
VITAMINA E, FIBRAS SOLVEIS, POLIFENIS.
QUIMIOTERAPIA
Alterao do paladar e do olfato
Nuseas e vmitos
Estomatite
Diarria, constipao
Estomatite
Anorexia
RADIOTERAPIA
Alterao do paladar e do olfato
Nuseas e vmitos
Estomatite
Leso da mucosa gastrointestinal
Anorexia
DESNUTRIO NO CNCER
Tipos de CA
Pncreas, estmago
Clon, prstata e pulmo
Mama, leucemia, sarcoma e linfoma no-Hodgkins
Perda de Peso
83 a 87%
48 a 61%
31 a 40%
58
25 a 30 Kcal/Kg/dia
0,8 a 1,0g/Kg/dia
Ganho de peso
30 35 Kcal/Kg/dia
1,0 a 1,2g Kg/dia
Hipermetablicos
Estresse ou m absoro
>35 Kcal/Kg/dia
1,5 a 2,5 g/kg/dia
Manifestao Clnica
Desidratao
Edema
Proteinria
Azotemia
59
Potssio: controle do equilbrio atravs de exame bioqumico a fim de evitar (hipocalemia ou
hipercalemia)
A PIELONEFRITE uma infeco bacteriana do rim que no necessita de tratamento diettico
extenso.
CONDUTA DIETOTERPICA
Protenas: normo/hipoprotica (0,6 0,8 1,0) dependendo do nvel de reteno de nitrognio.
Sdio: Hipossdica, por cauda da hipertenso de 1000 a 2000 mg/dia
Potssio: reduzido, importante observar os exames
A SNDROME NEFRTICA perda da barreira glomerular definindo uma proteinria superior a
3,5g/1,73m de superfcie corporal, caracterizando um quadro de hipoalbuminemia. Ainda, um
aumento da reabsoro de sdio desencadeando-se o edema e outras manifestaes sistmicas
(hiperlipidemia, distrbio de coagulao e do metabolismo da vit D, clcio e outros minerais). Em
casos raros anemia hipocrmica microctica. Cerca de 95% dos casos de SN so devido a trs
doenas: diabetes melitus, lpus eritematoso sistmico e amiloidose. E de quatro doenas que so
primariamente dos rins: doenas de alterao mnima, nefropatia membranosa, glomeruesclerose
focal e glomerulonefrite membranoproliferativa.
CONDUTA DIETOTERPICA
Calorias: normo/hipercalricas, necessrio para suprir as necessidades do organismo e evitar que a
protena consumida seja desviada para fornecimento de energia. 30 35 Kcal/Kg/ dia para adultos e
100-150 Kcal/Kg/dia para crianas.
Protenas: Hipoprotica (0,8 - 1g/ Kg/dia)
Carboidratos: Normo/hiperglicdica para proteger as protenas, dando preferncia ao complexos
Lipdeos: 30% do VET com seleo, menos de 7% de saturados e colesterol <300mg
Sdio: uma dieta sem adio de sal recomendada para evitar a reteno de gua e a HAS. Evitar
alimentos industrializados e embutidos.
A INSUFICINCIA RENAL AGUDA (IRA) uma reduo drstica na taxa de filtrao glomerular (TGF).
Caracteriza-se pela necessidade de sees de dilises, o que um dos fatores de risco de
desnutrio.
CONDUTA NUTRICIONAL
Calorias: Hipo/Normocalrica, atendendo as necessidades basais e clculo do GET.
Protenas: 0,6g/Kg/dia usado por 1-2 semanas para manter o BN neutro ou levemente negativo,
enquanto minimiza a azotemia e reduz a necessidade de dilise. No entanto, se o paciente estiver
desnutrido e for submetido a dilise a recomendao de 1-1,2g/Kg/dia, com aminocidos
essenciais e no-essenciais. Pacientes mais graves com dilise, pode chegar a 1,5-1,8g
Sabe-se que os pacientes com INSUFICINCIA RENAL CRNICA (IRC) esto propensos a apresentar
desnutrio, devido a ingesto alimentar insuficiente e influncia das doenas de base.
CONDUTA NUTRICIONAL
Lquidos: 600ml + dbito urinrio + perdas extra renais
Calorias: Depleo de peso 35 a 45Kcal /Kg/dia; manuteno 35; reduo 25 a 30
Protenas: Depleo de peso e diabtico com IRC 0,8 a 1,0; manuteno 0,6 a 0,8; ou 0,3 +
suplementao com aa essenciais (0,3).
Carboidratos: 50 a 60%
60
Lipdeos: 25 a 35% ou o restante das calorias estimadas
Sdio: 1000 a 3000 mg, individualizado para presso arterial e edema
Potssio: individualizado, usualmente sem necessidade de restrio
Lquido: normalmente sem necessidade de restrio
Fsforo: 800 ou a 10 mg/Kg/dia
Clcio: 1000 a 1500 mg/dia
O CLCULO RENAL OU NEFROLITASE uma das patologias mais frequentes do trato urinrio, mais
comum em homens e rara em crianas. Consiste no crescimento de cristais ou formao de clculos.
Os clculos de clcio so os mais comuns, com oxalato de clcio (60%), oxalato e fosfato de clcio
(10%), fosfato de clcio (10%), cido rico (5 a 10%), estruvita (5 a 10%) e cistina (1%). O baixo
volume urinrio o nico fator de risco, que pode ser associado diretamente a falta ou baixa
ingesto hdrica. Ou em outro casos por leses que obstruem e produo de urina.
CONDUTA DIETOTERPICA
Protena: restrio moderada 0,8g/Kg/dia
Lquidos: de 3 a 4 L/dia
15 SUPORTE NUTRICIONAL
15. 1 NUTRIO ENTERAL
Indicaes e Contra Indicaes da Nutrio Enteral
A nutrio enteral a tcnica preferida quando o intestino funciona normalmente, tendo em
vista que causa menos complicaes, tem custo baixo e possibilita desfechos mais favorveis. Entre
os benefcios da nutrio enteral (NE) esto a utilizao mais ampla dos nutrientes, a preservao do
pH e da flora intestinal em razo da inibio da proliferao excessiva das bactrias oportunistas, e o
suporte funo de barreira imunolgica da mucosa intestinal, que pode reduzir risco de sepse
relacionada com o trato intestinal. Alguns exemplos de indivduos que no conseguem atender s
necessidades nutricionais por meio de uma dieta oral so os pacientes com alteraes do estado
mental, disfagia grave, perda do apetite e insuficincia respiratria com necessidade de utilizar um
tubo traqueal (1,2).
Indicaes e contraindicaes do suporte nutricional enteral
Indicaes
- Paciente desnutrido que provavelmente no ter capacidade de ingerir alimentos por >5 a 7 dias
- Paciente normalmente nutrido que provavelmente no ter capacidade d ingerir alimentos por
>7 a 9 dias
- Funo intestinal normal ou parcialmente preservada
- Fase adaptativa da sndrome do intestino curto
- Depois do traumatismo ou queimaduras graves
Contraindicaes
- Doenas terminais nas quais os benefcios no seriam maiores do que os riscos
- Sndrome do intestino curto
- Obstruo intestinal
- Vmitos e diarreia refratrios ao tratamento
- Fstula de alto dbito
- Isquemia GI
- leo
- Inflamao GI
61
- Paciente desnutrido que provavelmente conseguir ingerir alimentos nos prximos 5 a 7 dias,
com intervalo esperado de suporte nutricional < 5 a 7 dias
- Pancreatite aguda grave
- Nenhum acesso para o cateter
Vias de Acesso e Mtodos de Administrao da Nutrio Enteral
A escolha da via de acesso da NE o prximo passo depois de determinar que o paciente poderia ser
beneficiado pelo suporte nutricional. Um acesso de longa durao deve ser considerado, caso o
paciente necessite de suporte nutricional por > 4 a 6 semanas.
Depois do estabelecimento de uma via de acesso para a NE, pode-se determinar o mtodo de
administrao. Os mtodos viveis so gravitacional ou por bomba de infuso.
62
Descrio
Curto prazo
(< 4 semanas)
Cateter nasogstrico
(CNG); Cateter prpilrico
Contras
Cateter orogstrico;
cateter pr-pilrico
Cateter nasoentrico;
cateter ps-pilrico
63
Longo prazo
(> 4 semanas)
Cateter de
gastronomia: prpilrico
Cateter de
jejunostomia: prpilrico
Jejunostomia
transgstrica
NUTRIO PARENTERAL
A Nutrio parenteral (NP) (para alm do, nteron intestino) se refere a
nutrio feita por uma via diferente da gastrointestinal. A nutrio parenteral
pode servir para complementar (parcial) ou para substituir completamente
(total) a alimentao normal, pela via enteral. Consiste basicamente de uma
soluo ou emulso preparada para estar em equilbrio com as demandas do
organismo de nutrientes como carboidratos, aminocidos, lipdeos, vitaminas e
minerais.
utilizada quando o paciente no deve, no pode ou no quer se
alimentar normalmente. contraindicado no caso de problemas na perfuso tissular, grandes e
graves queimaduras corporais, discrasia sangunea e imediatamente ao final da cirurgia.
So exemplos desta necessidade:
Recm-nascidos prematuros, cujo sistema digestivo no capaz de processar (digerir) o leite de
modo suficiente sua necessidade;
Pacientes submetidos a cirurgias gastrintestinais de grande porte com risco de fstulas;
Pacientes com a sndrome do intestino curto;
Paciente com anorexia e grave risco de transtornos cardiovasculares.
Macronutrientes
Os componentes da nutrio parenteral so:
gua: o de maior volume, necessrio para repor as perdas e transportar os outros
componentes. O clculo da quantidade total de fluido necessrio (o volume) deve levar em conta as
necessidades e as perdas. Pode ser usado o peso e a diurese neste balano.
No adulto segue-se um padro de 2000 a 2500 ml no frasco de nutrio parenteral e o restante
administrado atravs de soros em veias perifricas.
65
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
MAHAN, L. K. & SCOTT-STRUMP. KRAUSE: Alimentos Nutrio e Dietoterapia. So Paulo: Roca, 2005.
CHEMIN SM & MURA JDP. Tratado de Alimentao, Nutrio & Dietoterapia. 1ed. Roca. So Paulo, 2007.
CUPARRI, L. Guias de Medicina Ambulatrial e Hospitalar. UNIFESP- Escola Paulista de Medicina. Nutrio
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