A Igreja Agente Da Evangelizacao - R.B.kuiper
A Igreja Agente Da Evangelizacao - R.B.kuiper
A Igreja Agente Da Evangelizacao - R.B.kuiper
R. B. Kuiper
Incontestavelmente, a Igreja crist a agente que Deus designou para a
obra de evangelizao. Contudo, ao se afirmar isso, bom definir o termo
Igreja. Neste contexto o vocbulo tem dois pontos de referncia que,
embora inseparveis, apropriadamente se distinguem um do outro. Tanto a
Igreja como organizao, operando por meio dos seus ofcios especiais,
como a Igreja como organismo de crentes, cada um dos quais desempenha
um ofcio geral ou universal; so agentes da evangelizao ordenada por
Deus.
O que se segue uma demonstrao bblica e um desenvolvimento dessa
proposio dupla.
evangelista. Efsios 4:11: E ele deu uns para apstolos, outros para
profetas, outros para evangelistas, e outros para pastores e mestres. Em 2
Timteo 4:5 Paulo admoesta o seu filho espiritual dizendo: Faze o trabalho
de evangelista. luz destas passagens, parecem ter base certas concluses.
O evangelista no ocupou um quarto ofcio da Igreja apostlica em
acrscimo aos trs ofcios de presbtero regente, presbtero docente e
dicono. Isso parece que devia ser uma concluso j evidente, pois Cristo, a
Cabea da Igreja, exerce o trplice ofcio de rei, profeta e sacerdote, e os trs
ofcios eclesisticos mencionados acima O representam nesse trplice ofcio.
Dificilmente se pode pensar num quarto ofcio em coordenao com os trs.
Esta concluso confirmada pelo fato de que Filipe, o evangelista, era
dicono (Atos 6:5) e Timteo, o evangelista, era sem dvida presbtero (1
Timteo 4:14; 1 Tessalonicenses 3:2). improvvel que qualquer deles, em
virtude de ser evangelista, exercesse um segundo ofcio.
Evidentemente o nome evangelista era dado s vezes a homens que
serviam como pregadores itinerantes. Depois de pregar o Evangelho num
lugar, partiam logo para outro. Em rpida sucesso Filipe foi levado pelo
Esprito para pregar em Samaria, na estrada de Jerusalm a Gaza, e em
Azoto (Atos 8:5,26,40). Assim o evangelista, saindo de uma dada localidade,
deixava lugar para um pastor ou mestre. Talvez seja esta a razo porque os
pastores e mestres so mencionados logo em seguida aos evangelistas em
Efsios 4:11.
O fato de que em Efsios 4:11 a funo dos evangelistas introduzida
entre as funes temporrias de apstolos e profetas e as funes
permanentes de pastores e mestres, d surgimento questo se era para os
evangelistas servirem somente Igreja apostlica ou tambm Igreja das
eras posteriores. No difcil encontrar a resposta. Os evangelistas
exerceram autoridade extraordinria, com estreita afinidade com a dos
apstolos. Tinham autoridade para nomear presbteros (Tito 1:5) e para
exercer disciplina individualmente (Tito 3:10). Evidentemente os
evangelistas receberam autoridade especial dos apstolos, com os quais
estavam associados intimamente. Poder-se-ia dizer que eram apstolos por
delegao. E isto s pode significar que sua posio na Igreja era temporria, como a dos apstolos.
Se a palavra evangelista no pode ser empregada hoje pela Igreja outra
coisa. Tirar essa concluso poderia demonstrar um biblicismo doentio.
certo que no presente a Igreja j no tem evangelistas no sentido especial e
especfico em voga na era apostlica. Mas isto no razo bastante para
levar-nos a evitar aquele nome. Por exemplo, os pregadores ordenados pela
Igreja organizada para levar o Evangelho particularmente aos no salvos,
bem podem ser assim denominados. Retirar esse ttulo dos obreiros no
ordenados que fazem trabalho evangelizante no deve ser considerado
como exigncia de princpio. E como ser demonstrado a seguir, prprio
afirmar que, num sentido real, todo cristo est obrigado a ser evangelista,
por dever sagrado.
O assunto recm-considerado de importncia relativamente menor.
Resta considerar uma questo decididamente importante.
Desde a Reforma do sculo dezesseis, o protestantismo sempre ensinou
que trs marcas distinguem a verdadeira Igreja da falsa. So a autntica
pregao da Palavra de Deus, a ministrao dos sacramentos de acordo com
os preceitos de Cristo, e o fiel exerccio da disciplina eclesistica. Em vista da
incondicional exigncia da Palavra de Deus de que a Igreja se aplique
evangelizao, pergunta-se se no deveria ser acrescentada uma quarta
marca, a saber, a evangelizao dos no salvos. Esta matria merece sria
considerao. Talvez se possa indagar se existe em algum lugar alguma
Igreja que negligencie completamente a evangelizao. Mas caso haja uma
Igreja assim, ela est-se negando a si mesma abertamente. Para usar uma
expresso um tanto banal, a evangelizao essencial, no somente ao bem
estar da Igreja, mas prpria existncia dela. Evangelizar da essncia da
verdadeira Igreja. Contudo, isto no indica que deve ser adicionada uma
quarta marca s trs tradicionais. Pois a evangelizao est implcita na
primeira e principal marca. Pregao autntica pregao da Palavra de
Deus no adulterada, por certo, mas tambm pregao de toda a Palavra.
No se pode dizer que a Igreja que deixa por completo de evangelizar os no
salvos esteja proclamando todo o conselho de Deus. A evangelizao faz
parte integrante da pregao legtima. Quem sabe se poderia reformular a
expresso verbalizada da primeira marca da verdadeira Igreja de modo que
ressalte essa verdade.
Outra matria de considervel importncia precisa ser mencionada. Paulo
ordenou ao evangelista Timteo: "O que de mim ouviste, entre muitas
testemunhas, isso mesmo transmite a homens fiis e tambm idneos para
instruir a outros" (2 Timteo 2:2). Uma implicao dessa ordem que a
Igreja precisa fazer proviso para o preparo de evangelistas, particularmente
daqueles que tm em mente dedicar a vida toda apresentao do
Evangelho aos perdidos. Neste ponto muitas Igrejas so faltosas. Quase
todas as denominaes possuem uma ou mais escolas teolgicas para a
preparao de ministros. O currculo de muitos desses seminrios visa
principalmente quase exclusivamente at ao preparo de homens para
servirem como pastores de Igrejas estabelecidas. Muitssimo mais ateno
devia ser dada preparao de evangelistas.
http://www.editorapes.com.br
A Igreja
agente da evangelizao
Incontestavelmente, a Igreja crist a agente que
Deus designou para a obra de evangelizao.
Contudo, ao se afirmar isso, bom definir o termo
Igreja. Neste contexto o vocbulo tem dois pontos de
referncia que, embora inseparveis, apropriadamente se distinguem um do outro. Tanto a Igreja
como organizao, operando por meio dos seus
ofcios especiais, como a Igreja como organismo de
crentes, cada um dos quais desempenha um ofcio
geral ou universal; so agentes da evangelizao
ordenada por Deus.
O que se segue uma demonstrao bblica e um
desenvolvimento dessa proposio dupla.
Projeto Os Puritanos
Edio Digital
ospuritanos.org
Facebook/ospuritanos.org