O documento discute a memória como um "medium" para explorar o passado, comparando-a ao ato de escavar. Afirma que para se aproximar do passado enterrado, deve-se "espalhar e revolver" repetidamente as memórias, como se revolvesse o solo, para extrair imagens e contextos. Defende que a recordação verdadeira deve ser como um relatório arqueológico, indicando exatamente onde e como as memórias foram "descobertas".
O documento discute a memória como um "medium" para explorar o passado, comparando-a ao ato de escavar. Afirma que para se aproximar do passado enterrado, deve-se "espalhar e revolver" repetidamente as memórias, como se revolvesse o solo, para extrair imagens e contextos. Defende que a recordação verdadeira deve ser como um relatório arqueológico, indicando exatamente onde e como as memórias foram "descobertas".
Descrição original:
(Walter Benjamin, Imagens de Pensamento, Assírio & Alvim, Tradução de João Barrento, pp. 219,220)
O documento discute a memória como um "medium" para explorar o passado, comparando-a ao ato de escavar. Afirma que para se aproximar do passado enterrado, deve-se "espalhar e revolver" repetidamente as memórias, como se revolvesse o solo, para extrair imagens e contextos. Defende que a recordação verdadeira deve ser como um relatório arqueológico, indicando exatamente onde e como as memórias foram "descobertas".
O documento discute a memória como um "medium" para explorar o passado, comparando-a ao ato de escavar. Afirma que para se aproximar do passado enterrado, deve-se "espalhar e revolver" repetidamente as memórias, como se revolvesse o solo, para extrair imagens e contextos. Defende que a recordação verdadeira deve ser como um relatório arqueológico, indicando exatamente onde e como as memórias foram "descobertas".
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Escavar e Recordar [1931,33]
A linguagem fez-nos perceber, de forma inconfundvel, como a memria
(Gedachtnis) no um instrumento, mas um medium, para a explorao do passado. o medium atravs do qual chegamos ao vivido (das Erlebte), do mesmo modo que a terra o medium no qual esto soterradas as cidades antigas. Quem procura aproximar-se do seu prprio passado soterrado tem de se comportar como um homem que escava. Fundamental que ele no receie regressar repetidas vezes mesma matria (Sachverhalt) - espalh-la, tal como se espalha terra, revolv-la, tal como se revolve o solo. Porque essas matrias mais no so do que estratos dos quais s a mais cuidadosa investigao consegue extrair aquelas coisas que justificam o esforo da escavao. Falo das imagens que, arrancadas a todos os seus contextos anteriores, esto agora expostas, como preciosidades, nos aposentos sbrios da nossa viso posterior - como torsos na galeria do colecionador. E no h dvida de que aquele que escava deve faz-lo guiando-se por mapas do lugar. Mas igualmente imprescindvel saber enterrar a p de forma cuidadosa e tateante no escuro reino da terra. E engana-se e priva-se do melhor quem se limitar a fazer o inventrio dos achados, e no for capaz de assinalar, no terreno do presente, o lugar exacto em que guarda as coisas do passado. Assim, o trabalho da verdadeira recordao (Erinnerung) deve ser menos o de um relatrio, e mais o da indicao exata do lugar onde o investigador se apoderou dessas recordaes. Por isso, a verdadeira recordao rigorosamente pica e rapsdica, deve dar ao mesmo tempo uma imagem daquele que se recorda, do mesmo modo que um bom relatrio arqueolgico no tem apenas de mencionar os estratos em que foram encontrados os achados, mas sobretudo os outros, aqueles pelos quais o trabalho teve de passar antes . (Walter Benjamin, Imagens de Pensamento, Assrio & Alvim, pp. 219,220)