Aços Ferramenta

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O ao-ferramenta e suas propriedades Jos Carlos Maciel (*) H muito tempo os aos ocupam rea de destaque em todos os tipos

de indstria, seja a moveleira, com suas peas para torneamento e gravao de desenhos na madeira; a indstria de cutelaria, com talheres prensados em moldes de ao especial para forjamento; a indstria alimentcia, com moldes em ao para fabricao de biscoitos, facas para equipamentos de corte e preparao de carnes de todos os tipos. Tambm na linha de plsticos a presena do ao importante, pois a maioria dos moldes para injeo de plsticos confeccionada em vrios tipos de aos, cada um com suas propriedades, buscando qualidade que atenda ao mercado consumidor, cada dia mais exigente, como na linha de eletrodomsticos, nas montadoras de carros com seus painis, pra-choques, faris, espelhos laterais, e um sem fim de outras peas. O ao, como produto industrial, uma liga ferro-carbono na qual se adicionam elementos de liga com o propsito de se conseguir propriedades especiais que o deixem em condies de uso dentro dos objetivos para o qual foi fabricado. Os elementos de liga mais usuais so: cromo (Cr), nquel (Ni), tungstnio (W), vandio (V), molibdnio (Mo), cobalto (Co), mangans (Mn), silcio (Si), alumnio (Al), fsforo (P), enxofre (S), entre muitos outros. a variedade desses elementos nos aos que permite a formao de diferentes tipos de aos. Os aos conhecidos como aos-ferramenta se destinam transformao de outros materiais e so produzidos pela Villares Metals, fbrica situada na cidade de Sumar, a 160km de So Paulo. Ali so produzidos forjados e laminados com alto ndice de qualidade, obedecendo as normas ISO 9000, ISO 9002, AS 9000 (aplicao aeronutica), QS 9000 (aplicao automobilstica), Norm (aplicao na construo civil e de aos inoxidveis austenticos) e AD-WO/TRD100 (para aplicaes de partes pressurizadas e componentes de vasos de presso). E se dividem em vrias classes: Aos-Ferramenta para trabalho a frio: utilizados no processamento de outros aos, ferros fundidos, metais no-ferrosos e de materiais no-metlicos, em operaes diversificadas como corte, dobramento, estampagem, cunhagens, extruso, trabalhos em madeira, perfuraes de rocha, corte de papel, etc. Fazem parte desse grupo os aos VC131, VD2, VF800AT, VND e VW3. Aos para trabalho a quente: destinam-se fabricao de ferramentas utilizadas no processamento de aos, ferros fundidos, ligas no-ferrosas. Esses aos so usados em matrizes de forjamento de peas em aos, bronze, lato, injeo e extruso de alumnio, lato, bronze e outras ligas, injeo de plsticos, forjamento de vlvulas automotivas, etc. Fazem parte desse grupo de aos o VMO, VCO, VH13ISO, VPCW, VCM, VW3, Tenax 300 e VHSuper. Aos rpidos: de alta-liga, assim designados pela sua grande capacidade de usinar metais com velocidade de corte maiores do que aquelas possveis com aos-ferramenta ao carbono ou de baixa e mdia-liga. Uma de suas mais importantes propriedades que sua dureza no se altera com o aumento da temperatura pelo atrito durante o trabalho, ou seja, pode aquecer at 550C por longos tempos sem perder dureza e sem alteraes dos ngulos de corte. Os aos que fazem parte desse grupo so: VK5E, VWM2, VKM42 e os sinterizados Sinter 23 e Sinter 30.

Aos para moldes e matrizes: destinados a moldes e matrizes cujas caractersticas mais importantes so uma boa usinabilidade em funo de gravuras profundas que so tpicas desses moldes; resistncia uniforme, para que a deformao durante o processo de injeo e fechamentos dos moldes resista uniformemente a essas foras; polibilidade, exigncia para se obter superfcies transparentes durante o processo de injeo, principalmente na confeco de faris e lanternas para a indstria automotiva e tambm para a de eletrodomsticos; e soldabilidade, que permite a modificao das gravuras dos moldes sem prejudicar o produto final. Destacamos os aos VP20ISO, VP20IM, VP20ISOF, VP20ISOFS, VP50IM, VP420IM, VH13ISO, VH13IM e VP80. Para todas as linhas de aos, o complemento mais importante o tratamento trmico que permite alterar a estrutura do material depois de operaes mecnicas como forjamento e laminao, trefilao a frio e a quente, usinagem, soldas de recuperao, para aumentar e diminuir as durezas ou, em outras palavras, tratamentos que colocam o ao na condio de trabalho para o qual foi fabricado. Um ao, aps deformao a quente de forjamento ou laminao, apresenta estrutura grosseira e mista, em funo de seu resfriamento em geral irregular, prprio desses processos, e com dureza elevada que dificulta operaes posteriores, como endireitamento, usinagem, acabamento etc. Nessas condies, o material deve sofrer um tratamento conhecido como recozimento, que visa homogeneizar sua estrutura interna, reduzindo sua dureza e permitindo uma boa usinabilidade e acabamento. Com o ao, agora recozido e mole, o passo seguinte sua usinagem para a fabricao das peas que, prontas, devem ser tratadas termicamente, ou seja, ter o ao endurecido, para que possa ficar em condies de ser utilizado. Este tratamento trmico conhecido como tmpera, seguido obrigatoriamente de um revenimento que deixar as peas com dureza adequada ao trabalho. Podemos exemplificar com um projeto de molde de ao para injeo de polipropileno, um plstico com propriedades corrosivas. O ao para confeco do molde o VP420IM, inoxidvel, recozido, com 200 HB. Aps esquadrejado, o bloco tem sua gravura usinada. Neste momento, temos um bloco com gravura bem prxima daquela final, porm sem ter condies de ser usado, pois est com dureza baixa. A dureza de trabalho dessa pea est na faixa de 46 a 50 HRC. Para atingir estes valores, h necessidade de se fazer a tmpera e o revenimento, de preferncia em forno a vcuo, que protege sua superfcie. A seguir, o molde ser retificado e polido para ser colocado em produo. Com o processo de usinagem rpida - High Speed Machining - onde as tenses de usinagem so desprezveis, a confeco do molde pode ser muito mais rpida, partindose do bloco de ao j temperado para 46 a 50 HRC, fornecido por seu fabricante, eliminando-se assim a etapa de tmpera e revenimento no molde usinado, momento de grande preocupao dos ferramenteiros, pela possibilidade de deformao durante esse tratamento. Cada tipo de ao-ferramenta apresenta propriedades e planejamento prprios, da compra do ao, ao projeto da pea, com usinagem e tratamento trmico planejados. O ao, em geral terceirizado, deve vir de empresas que possam garantir uma boa qualidade do mesmo, pois ele a alma da ferramenta, e um bom ao, se maltratado, gera uma ferramenta de vida curta, fonte de prejuzos financeiros, perda de tempo e atrasos na produo, alm do descontentamento do usurio em relao mesma. (*) Jos Carlos Maciel assessor tcnico da Villares Metals S/A, do Grupo Sidenor

Fonte: http://www.usinagem-brasil.com.br/artigostecnicos/artigostecnicos52.htm

Novo site: Aos-ferramenta Definio Os aos-ferramentas so aqueles utilizados nas operaes de corte, formao, afiao e quaisquer outras relacionadas com a modificao de um material para um formato utilizvel. Estes aos se caracterizam pelas suas elevadas dureza e resistncia abraso geralmente associadas boa tenacidade e manuteno das propriedades de resistncia mecnica em elevadas temperaturas. Estas caractersticas normalmente so obtidas com a adio de elevados teores de carbono e ligas, como tungstnio, molibdnio, vandio, mangans e cromo. Boa parte dos aos-ferramenta so forjados, mas alguns tambm so fabricados por fundio de preciso ou por metalurgia do p. A seleo da matria-prima para a fabricao dos aos ferramentas um fator importante do processo, e a sua seleo costuma ser cuidadosamente realizada inclusive na utilizao de sucata. A fuso dos aos-ferramentas realizada, normalmente, em quantidades relativamente pequenas nos fornos eltricos, tomando-se um especial cuidado com as tolerncias de composio qumica e homogeneidade do produto final. Estas e outras particularidades tornam o ao-ferramenta um material de custo mais elevado do que os aos comuns. Classificao Devido s diversas utilizaes dos aos-ferramentas, eles so divididos em diferentes tipos de acordo com a sua aplicao e caractersticas. So eles: Aos-rpido: so desenvolvidos para aplicaes de usinagem em elevadas velocidades. Existem duas classificaes para os aos-rpidos, que so os ao molibdnio (grupo M) e os ao tungstnio (grupo T). Os dois possuem uma performance mais ou menos semelhante. Os do grupo M, entretanto, tem um custo inicial menor. Aos para trabalho a quente: desenvolvidos para utilizao em operaes de punonamento, cisalhamento e forjamento de metais em altas temperaturas sob condies de calor, presso e abraso. So identificados como ao H, no sistema de classificao. So divididos em trs sub-grupos: ao cromo (que vai do H10 ao H19) , ao tungstnio (H21 ao H26) e ao molibdnio (H42 e H43). Aos para deformao a frio: por no conter os elementos de liga necessrios para possuir resistncia a quente, estes aos se restringem a aplicaes que no envolvam aquecimentos repetidos ou prolongados em faixas de temperatura de 205 a 260C. So divididos em trs grupos: aos temperveis ao ar (grupo A), alto-carbono e alto-cromo (grupo D) e temperveis em leo (grupo O) Aos resistentes ao choque: seus principais elementos de liga so mangans, silcio, cromo, tungstnio e molibdnio Quase todos os aos deste tipo (conhecidos como Grupo S) possuem contedo de carbono de aproximadamente 0.50%, o que lhes confere uma combinao de elevadas resistncia e tenacidade e baixa ou mdia resistncia ao desgaste por abraso. Aos baixa-liga para aplicaes especiais: contm pequenas quantidades de cromo, vandio, nquel e molibdnio. A demanda por estes aos vem caindo continuamente, o

que reduziu os seus sub-grupos de sete para apenas dois, ambos temperveis a leo. So os aos do grupo L. Aos para moldagem: estes aos possuem cromo e nquel como principais elementos de liga. Possuem caractersticas de baixa resistncia ao amolecimento em altas temperaturas. So utilizados quase que exclusivamente em peas fundidas sob presso ou em moldes para injeo ou compresso de plsticos e so classificados como grupo P. Aos temperveis em gua: nestes aos o carbono o principal elemento de liga. So adicionados, tambm, pequenas quantidades de cromo para aumentar a temperabilidade e a resistncia abraso, e de vandio, para manter uma granulao fina, e consequentemente uma maior tenacidade. Pertencem ao grupo W. Aplicaes Aos-rpido: ferramentas, brocas, perfuratrizes, alargadores de furos, machos para abertura de roscas e fresas helicoidais. Alguns graus podem ser utilizados para certas aplicaes a frio como laminadores de rosca, punes e matrizes para corte de discos. Aos para trabalho a quente: os aos ao cromo so utilizados em aplicaes de transformaes mecnicas a temperaturas elevadas. Os aos ao tungstnio so utilizados como mandris ou matrizes de extruso para aplicaes de alta temperatura, como por exemplo na extruso de ligas de cobre, ligas de nquel e ao. Aos para deformao a frio: os do grupo A so aplicados como facas de cisalhamento, punes, corte de chapas para estampagem e matrizes para aparar. Os do grupo D so aplicados em ferramentas de forjamento, rolos de laminao de roscas, estampagem profunda, moldes de tijolo, calibres, operaes de brunimento, rolos e facas para corte de tiras. Os do grupo O, por fim, so utilizados em matrizes e punes para corte de chapas para estampagem, rebarbao, trefilao, flangeamento e forjamento. Aos resistentes ao choque: usados em talhadeiras, formes, contra-rebites, punes, brocas-guia e outras aplicaes que requerem elevada tenacidade e resistncia ao choque. Aplicao do ao-ferramenta Aos baixa-liga para aplicaes especiais: so utilizados, de um modo geral, em componentes de mquinas como rvores, cames, placas, mandris e pinas de tornos Aos para moldagem: como o prprio nome sugere, estes aos so utilizados como moldes de vrios tipos, para aplicaes que requerem a manuteno das caractersticas de resistncia em temperaturas e presses elevadas. Aos temperveis em gua: so utilizados em ferramentas para forjamento a frio, cunhagem de moedas, gravao em relevo, trabalho em madeira, corte de metais duros (machos e alargadores), cutelaria e outras que requeiram resistncia ao desgaste por abraso. Fonte: http://www.infomet.com.br/h_acos_ferramenta.php

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