Entomologia Agricola Aula 3
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um fenmeno natural que consiste na regulao do nmero de plantas e animais por inimigos naturais, que constituem os agentes de mortalidade bitica. Sculo III - chineses usando formigas predadoras contra insetos pragas de citros.
joaninhas foram usados como agentes de controle natural, e em algumas localidades da Europa foram feitas transferncias de insetos predadores para combater surtos de insetos pragas.
1830 - os fungos, e posteriormente as bactrias e os
protozorios, foram identificados como agentes causais de doenas em insetos, e em 1870 foi feita a primeira tentativa de controle de insetos por meio de patgenos.
MARCO - introduo na Califrnia da joaninha Rodolia cardinalis, trazida da Austrlia em 1888, para o controle do pulgobranco-dos-citros, (Icerya purchasi), o qual foi completado, de maneira espetacular, dois anos aps a liberao da joaninha.
Com a forte presso mundial para utilizao de produtos menos agressivos ao ambiente (como juvenides, produtos reguladores de crescimento, novas molculas etc.), essa tcnica dever voltar a ser utilizada com bastante intensidade nos prximos anos.
O Brasil tem vrios casos de sucesso com controle biolgico clssico, destacando-se a importao de Neodusmetia sangwani para controle de Antonina graminis e mais recentemente (1998) Ageniaspis citricola para controlar o minador-dos-citros, Phyllocnistis citrella, j est adaptado ao Pas.
o controle recomendado para as culturas em geral, mas principalmente para culturas com grande nmero de pragas.
Insetos Entomfagos
Podem ser parasitides e predadores. Parasitide Um parasitide que mata o hospedeiro e exige somente um indivduo para completar o desenvolvimento; o adulto tem vida livre. Predador - um organismo de vida livre durante todo o ciclo de vida e que mata a presa; usualmente maior do que a presa e requer mais do que um indivduo para completar o desenvolvimento.
Categorias de Parasitismo
1. Parasitide primrio - aquele que se desenvolve sobre hospedeiros no parasitados. 2. Hiperparasitide (ou parasitide secundrio) Desenvolve-se em outro parasitide ( um parasitide de parasitide). Podem existir vrios nveis de hiperparasitismo.
3. Endoparasitide - Desenvolve-se internamente no corpo do hospedeiro. O endoparasitide pode ser solitrio (quando uma nica larva completa seu desenvolvimento em um hospedeiro) ou gregrio (quando vrias larvas se desenvolvem at a maturidade em um nico hospedeiro).
Categorias de Parasitismo
4. Ectoparasitide - Desenvolve-se externamente (a larva alimenta-se inserindo as peas bucais atravs do tegumento da vtima). Pode ser solitrio ou gregrio. 5. Multiparasitismo (ou parasitismo mltiplo) - Mais de uma espcie de parasitide ocorre dentro ou sobre um nico hospedeiro. Em muitos casos, somente um indivduo sobrevive.
Categorias de Parasitismo
6. Superparasitismo - Vrios indivduos de uma espcie de parasitide podem se desenvolver num hospedeiro. Quando ocorre superparasitismo pode ocorrer sobrevivncia de um indivduo dominante. 7. Adelfoparasitismo ou autoparasitismo - Parasitides parasitam indivduos da prpria espcie. Ex.: em Coccophagus scutellaris, o macho parasitide obrigatrio da fmea. 8. Cleptoparasitismo - Parasitide ataca preferencialmente hospedeiros que j estejam parasitados por outras espcies. O cleptoparasitide no hiperparasitide, mas ocorre um multiparasitismo, em que h competio das duas espcies.
Parasitides e Predadores
Dentre os parasitides, destacam-se moscas da famlia Tachinidae e microimenpteros de diversas famlias (Braconidae, Trichogrammatidae, Aphelinidae, Cynipidae, Encyrtidae, Bethylidae, Ichneumonidae).
Os mais importantes so os da ordem Hymenoptera e, em menor grau, Diptera. Das famlias de Hymenoptera, os mais freqentemente utilizados em controle biolgico so representantes de Braconidae e Ichneumonidae (Ichneumonoidea) e Eulophidae, pteromalidae, Encyrtidae e Aphelinidae (Chalcidoidea).
Parasitides e Predadores
Dentre os predadores, destacam-se as joaninhas (Coccinellidae), os percevejos dos gneros Orius, Geocoris, Nabis, Podisus, Zelus etc.; os lixeiros (Chrysoperla spp.), carabdeos, sirfdeos, tesourinhas, vespas, alm de caros fitosedeos e diversas espcies de aranhas. Dentre as 32 famlias de predadores, Anthocoridae, Pentatomidae, Reduviidae, Carabidae, Coccinellidae, Staphylinidae, Chrysopidae, Cecidomyidae, Syrphidae e Formicidae so os mais comumente encontrados predando pragas.
rhinocerus;
Introduo de Metarhizium anisopliae pela liberao de cigarrinhas-das-folhas contaminadas nos canaviais e de Aschersonia e outros "fungos amigos" dos gneros Nectria, Myriangium, Tetracrium, Fusarium etc., utilizando galhos de citros atacados com cochonilhas e aleiroddeos.
Foram elaboradas iscas de Bacillus thuringiensis para o controle de Diatraea saccharalis, isca com Nosema locustae visando ao controle de gafanhotos e iscas para cupins com
Beauveria bassiana.
Iscas com Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae so usadas para o controle do moleque-da-bananeira, Sphenophorus levis, e Metamasius hemipterus, em cana-deacar.
(NPV), vem sendo utilizado com grande eficincia para o controle da lagarta-da-soja, em quase todas as reas cultivadas com essa leguminosa.
-Nosema locustae: ocorre em gafanhotos, sendo que aplicaes desse protozorio na dose de 1,6 x 109 a 2,3 x 109 esporos/ha misturadas com farelo de trigo reduziram a populao de Melanoplus sanguinipes em at 60%. Nosema sp. ocorre enzooticamente em broca-dacana no Brasil e causa problemas na criao desse inseto em laboratrio. - Vairimorpha necatrix: ocorre em mais de 30 espcies de insetos da ordem Lepidoptera, tendo sido constatado em Helicoverpa zea, Heliothis virescens, Trichoplusiani, Pseudoplusia includens, Spodoptera frugiperda etc.
Nematides Entomopatognicos
Coenorhabditis elegans atacando Mahanarva fimbriolata e Hexamermis sp. em Diatraea saccharalis e Mahanarva posticata.
No Brasil, ocorre Algumas espcies de Steinernema j foram observadas parasitando ovos de Migdolus sp., broca-da-bananeira etc.
Existe potencial para uso dos gneros Steinernema, Heterorhabditis e Deladenus para controle de diversas pragas.
O nematide Deladenus sericidicola j vem sendo utilizado para controle da vespa-da-madeira Sirex noctilio em Pinus spp.
Rickttsias e Mollicutes
So microrganismos que podem ser encontrados associados a insetos promovendo danos nas glndulas salivares, aparelhos reprodutores e sistema nervoso.
O emprego da tcnica do inseto estril e a manipulao gentica de pragas tm por objetivo reduzir o potencial reprodutivo das pragas.
As pragas so utilizadas contra os membros da mesma espcie; por isso, essa tcnica tem sido conhecida como controle autocida.
Exemplo: controle de Heliothis virescens por meio de esterilizao gentica. Foi observada a partir da produo de hbridos obtidos do cruzamento entre H. virescens e H. subflexa, levando produo de fmeas frteis e machos estreis.
a) impedindo a formao de vulos e espermatozides; b)matando as clulas reprodutoras depois de serem produzidas; ou c) danificando o material gentico delas, impedindo o desenvolvimento da prognie.
Quimioesterilizantes
So conhecidos cerca de 300 compostos de ao esterilizante, mas todos so bastante txicos e perigosos. O princpio poder ter aplicao prtica, principalmente em casos de erradicao de pragas, pois tem capacidade de atingir 100% de controle, o que no se obtm com inseticidas, embora tenha efeito retardado e s se manifeste a partir da segunda gerao.
Radiao Ionizante
O emprego de insetos estreis visando ao controle e erradicao da populao de pragas, constitui um dos processos mais recentes. A esterilizao dos insetos usando radiaes ionizantes havia sido constatada, desde 1916, com o emprego de raios X no besouro-do-fumo, (Lasioderma serricorne), que colocou ovos infrteis. Por esterilizao entende-se o ato de tornar o inseto incapaz de produzir descendentes.
Radiao Ionizante
A esterilizao pode ser causada devido s seguintes condies: a) infecundidade das fmeas; b) aspermia ou inativao nos machos; c) incapacidade de acasalar; d) mutao letal dominante nas clulas reprodutivas dos machos ou das fmeas.
Radiao Ionizante
Ao desenvolver um programa de esterilizao de insetos por meio da radiao ionizante, preciso estudar cada espcie, a fim de conhecer sua reproduo fisiologicamente de cada espcie. So empregadas os seguintes tipos de radiaes:
a) Radiao em forma de energia, produzida pelos raios X e gama. b) Radiaes em forma de partculas, produzidas pelos raios alfa, beta, nutrons acelerados e eltrons acelerados.
Radiao Ionizante
Os istopos mais utilizados como fonte de radiao gama so o Cobalto 60 (60Co), com uma meia-vida de 5,3 anos, e o Csio 137 (l37Cs), com uma meia-vida de 30 anos. As radiaes ionizantes podem ser empregadas de duas maneiras no controle dos insetos: por meio da esterilizao total ou da tcnica do inseto estril. A esterilizao total consiste na aplicao direta dos raios sobre a populao dos insetos, por um perodo de tempo preestabelecido, que permita sua esterilizao total.
3. Os insetos estreis liberados devem ter boa capacidade de disperso. Essa eficincia pode ainda ser aumentada fazendo a liberao por avio ou helicptero;
4. A praga a ser eliminada deve estar com baixa densidade populacional. Como normalmente so recomendadas liberaes nove vezes maiores que a populao natural existente. Quanto menor a densidade populacional, tanto mais econmico se torna o processo.
5. A populao estril no pode produzir danos; caso contrrio, o processo no vivel. 6. A TIE que vise erradicao da praga s pode ser empregada quando atua sobre todo o ecossistema, que pode incluir reas geogrficas definidas pelo clima, nesse caso limitante praga, como vales, ilhas etc. 7. Fiscalizao permanente para evitar reinfestao na rea erradicada.
8. Um completo estudo da biologia e ecologia do inseto visado imprescindvel, quando se deseja erradic-lo por esse mtodo, pois o desconhecimento de um dos dados relacionados com o ciclo da espcie pode comprometer toda a estratgia adotada;
Mosca-oriental-das-frutas (Bactrocera dorsalis) Mosca-do-melo (Bactrocera cucurbitae) Mosca-mexicana (Anastrepha ludens) Besouro Melolontha vulgaris por volta de 1962. Cydia pomonella no Canad, em 1965. Outras pragas foram testadas para serem eliminadas pela TIE, como: Anthonomus grandis, Bactrocera oleae, Glossina sp., Pectinophora gossypiella etc.
BIBLIOGRAFIA CITADA
GALLO, D. et al. EntomologiaAgrcola. Piracicaba: IL: (Biblioteca de Cincias Agrrias Luiz de Queiroz, 10), FEALQ. 2002.. 920p.