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Contabilidade Texto

O documento discute a importância da contabilidade para os gestores de empresas. A contabilidade fornece informações essenciais para a tomada de decisões, permitindo que os gestores identifiquem oportunidades e problemas e comparem desempenhos. A automação da contabilidade agilizou o acesso a essas informações, permitindo que os gestores tomem decisões rápidas.
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O documento discute a importância da contabilidade para os gestores de empresas. A contabilidade fornece informações essenciais para a tomada de decisões, permitindo que os gestores identifiquem oportunidades e problemas e comparem desempenhos. A automação da contabilidade agilizou o acesso a essas informações, permitindo que os gestores tomem decisões rápidas.
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1. Contabilidade
1.1. Contabilidade Geral
A contabilidade um sistema de informao cuja funo principal consiste em assegurar a colecta e o tratamento de informao de base, com o objectivo de fornecer, utilizando uma linguagem universal informao agregada, sincera e fiel do funcionamento da empresa. Dentro da empresa a contabilidade tem numerosas funes. Alm da dimenso jurdica e fiscal que faz da contabilidade um sistema obrigatrio e normalizado, ela igualmente um meio de informao e de proteco de terceiros, um meio de previso e um instrumento de gesto (MELYON, Grard; NOGUERA, Remdios, 2004, Pgina 54). Pode ser considerado normal que um autor, como o anterior, da rea financeira, atribua tamanha importncia contabilidade. Mas, conhecidos que so os conflitos internos existentes em muitas empresas, entre a rea comercial e a rea financeira, torna-se surpreendente que, aquele que considerado talvez como o maior guru do marketing, tambm o admita. Os executivos de marketing modernos dependem de um fluxo continuo e profundo de informaes, a fim de tomarem decises. O sistema de informaes mais antigo e bsico utilizado pelo executivo de marketing o sistema de contabilidade interna. Por intermdio dessas informaes, os executivos podem encontrar oportunidades e problemas e podem comparar os nveis de desempenho reais e previstos (KOTLER, 1987, Pgina 486 e 487). Quando a contabilidade era uma tarefa manual, levava-se muito tempo at se atingirem os mapas que podiam fornecer informao para a gesto. Hoje, a informtica ao automatizar certas operaes, suprimiu algumas tarefas ingratas, bem como o tempo dispendido na sua realizao, reduzindo o tempo necessrio para se chegar informao indispensvel tomada das decises de gesto. O tratamento informtico da contabilidade permite pr disposio dos gestores das empresas, informaes actuais, de maneira permanente, que facilitam a tomada de deciso e permitem reagir rapidamente em caso de dificuldade (MELYON, Grard; NOGUERA, Remdios, 2004, Pgina 103).

Raul Ressano Garcia

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Nesta dissertao vamos abordar o tema da contabilidade geral, vamos comear por abordar os princpios contabilsticos. Seguidamente iremos ver o que o activo, passivo, custos e proveitos, o que so dbitos, crditos, contas, subcontas, saldos, o dirio, o razo e o balancete.

1.1.1. Princpios Contabilsticos


Comecemos por analisar os diversos princpios que servem de base contabilidade. O Principio da Continuidade considera que a empresa opera continuadamente no futuro previsvel ou seja a empresa ter durao ilimitada. Por outras palavras, assumese que a empresa no tem nem a inteno nem a necessidade de entrar em liquidao ou de reduzir de forma materialmente relevante o volume das suas operaes. O Principio da Consistncia pressupe que as polticas contabilsticas no so alteradas ao longo dos vrios exerccios de onde resulta a possibilidade de se efectuarem comparaes. O Principio do Acrscimo a trave mestra de toda a estrutura contabilstica uma vez que considera que os proveitos e os custos so reconhecidos quando obtidos ou incorridos e so apresentados nas demonstraes financeiras dos exerccios a que respeitam. O Principio da Prudncia, que o POC denomina de conservantismo, considera que, sendo numerosas operaes rodeadas de incerteza, a contabilidade deve registar todas as perdas de valor e no atender aos ganhos potenciais. De notar que no aceitvel toda e qualquer excessiva prudncia que conduza existncia de reservas ocultas. O Principio da substncia sobre a forma determina que aquando do registo ou mensurao de qualquer operao ou acontecimento a sua substncia e realidade econmico-financeira deve prevalecer em relao sua forma legal. O Principio da Materialidade estabelece que as avaliaes e decises relativas s demonstraes financeiras devem basear-se na relevncia do seu significado. O Principio da No Compensao de Saldos considera que no apropriado compensar saldos de contas activas com contas passivas no Balano e de contas de custos e perdas com contas de proveitos e ganhos na demonstrao de resultados lquidos. O Principio da Correspondncia de Balanos Consecutivos determina que os saldos do balano de abertura de cada exerccio devem corresponder aos saldos do balano de encerramento do exerccio anterior. Raul Ressano Garcia

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O Principio do Custo Histrico determina que os registos contabilsticos se efectuem com base numa realidade objectiva em contraste com valores aleatrios ou subjectivos. O Principio da Recuperao do Custo das Existncias estabelece que as existncias finais no devem ser apresentadas no Balano por um valor tal que no possa ser recuperado atravs da sua venda ou consumo. O Principio da Entidade estipula que os activos, passivos e as operaes de cada entidade ou empresa devem ser segregados dos de qualquer outra ou dos seus proprietrios. O Principio do Balanceamento determina que os proveitos e os ganhos devem ser balanceados com os custos e as perdas de forma a se determinar o resultado lquido de cada exerccio. O Principio da Divulgao Total estabelece que as demonstraes financeiras devem conter uma divulgao adequada de todos os dados pertinentes para uma apresentao verdadeira e apropriada da situao financeira e dos resultados das operaes. O Principio do Ciclo Operacional determina que quando o ciclo da actividade empresarial inferior a um ano ou no existe , a base para a segregao dos activos correntes deve corresponder a um ano; caso contrrio, tal base deve coincidir com o ciclo operacional. O Principio da Objectividade estabelece que a informao contabilstico-financeira no deve ser registada ou relatada de acordo com os desejos de quaisquer utentes especficos mas sim deve ser objectivamente apresentada de acordo com os princpios contabilsticos geralmente aceites, e preparada para as necessidades comuns de todos os utentes. O Principio da Inclusividade Total considera que todos os itens que afectem a situao lquida, excepto dividendos e alteraes de capital, devem ser includos na determinao do resultado liquido de cada exerccio da,1989, Pgina 41). Analisados os princpios contabilsticos, vamos agora analisar as componentes do balano. (COSTA, Carlos Baptista

1.1.2. Activo, Passivo e Situao Liquida


1.1.2.1. Activo
Raul Ressano Garcia

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Duma forma muito simplista, podemos afirmar que o activo tudo o que a empresa tem. Mas vamos aprofundar um pouco esta questo, e analisar alguns conceitos que alguns autores propem sobre o activo. Activo o montante de valores utilizados pela empresa no desempenho da sua actividade (BORGES, Antnio ; RODRIGUES, Azevedo ; RODRIGUES, Rogrio, 2000, Pgina 31). Activo o dinheiro em caixa ou nos bancos de que dispe a empresa, o montante dos seu crditos sobre terceiros, existncias de toda a natureza e o imobilizado (PEREIRA, Carlos Alberto Caiano ; FRANCO, Victor Domingos Seabra, 1989, Pgina 10). Activo onde se registam os bens e os crditos da empresa terceiros. habitual agrupar as contas do activo em cinco grandes grupos, meios monetrios ou disponibilidades, terceiros, existncias, imobilizaes e regularizaes. As contas do activo so apresentadas por ordem em funo do grau de liquidez dos elementos patrimoniais nelas classificados. Grau de liquidez significa a facilidade de converso desse bem em dinheiro (SOUSA, Antnio de, 1998, Pgina 60). O activo compreende os bens e os direitos da organizao. Os bens compreendem o equipamento, as existncias (mercadorias, matrias primas, etc.) e o dinheiro. Os direitos dizem respeito ao conjunto de obrigaes que terceiros tm para com a empresa, por exemplo, as dvidas de clientes, os crditos sobre o estado, os emprstimos a terceiros, as dvidas de accionistas empresa, etc. O activo encontra-se dividido em trs grupos: 1) Activo Imobilizado - dentro do activo imobilizado, os bens classificam-se segundo a sua natureza em: - Imobilizado Corpreo: terrenos edifcios, maquinaria, instalaes, mobilirio, etc. - Imobilizado Incorpreo: patentes e direitos de trespasse, projectos, etc. - Investimentos Financeiros: participaes e emprstimos realizados pela empresa a outras entidades. 2) Activo Circulante - o activo circulante constitudo por trs rubricas: - Existncias: mercadorias, matrias-primas, produtos, etc. - Dividas de terceiros: dvidas de clientes, dividas ao estado, outros devedores, etc. - Disponibilidades: depsitos bancrios, aplicaes financeiras de curto prazo, valores em caixa, etc. Raul Ressano Garcia

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3) Acrscimos e deferimentos - constitudo por um grupo de contas que tm por objectivo concretizar o principio da especializao dos exerccios. Isto , permitir o registo de custos e proveitos nos exerccios a que respeitam. (COSTA, Horcio; RIBEIRO, Pedro Correia, 1998, Pgina 119 a 121)

Classificao por Destino Activo Imobilizado

Activo

Activo Circulante

Classificao por Natureza Imobilizaes Incorpreas Imobilizaes Corpreas Imobilizaes Financeiras Existncias Crditos Aplicaes Financeiras Disponibilidades

Regularizaes do Activo (COLLETTE, Christine; RICHARD, Jacques, 2002, Pgina 547)

1.1.2.2. Passivo
Duma forma muito simplista podemos afirmar que o passivo so as dvidas da empresa, mas vamos observar o que diferentes autores afirmam sobre o passivo. Passivo o conjunto de valores utilizados pela empresa mas que no so de sua pertena (BORGES, Antnio ; RODRIGUES, Azevedo ; RODRIGUES, Rogrio, 2000, Pgina 31). O passivo diz respeito s dvidas da empresa para com terceiros, estes podem ser fornecedores, entidades bancrias, estado e outros entes pblicos ou outros credores (COSTA, Horcio; RIBEIRO, Pedro Correia, 1998, Pgina 121) O passivo onde se registam as obrigaes, isto , as dvidas ou responsabilidades assumidas pela empresa face a terceiros. As contas do passivo mais importantes so, fornecedores, scios ou accionistas, emprstimos, estado e outros entes pblicos e provises. No caso das contas do passivo, a sua apresentao nos documentos contabilsticos segue em Portugal, uma regra, que a da exigibilidade. Por exigibilidade entende-se o perodo que medeia at que a empresa seja obrigada a pagar a divida em questo (SOUSA, Antnio de, 1998, Pgina 66 e 67)

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De seguida podemos observar um esquema retirado de um livro francs, que demonstra as subdivises do passivo classificadas por origem e por natureza. Curiosamente em Portugal no inclumos os capitais prprios no passivo.

Classificao por Origem Capitais Prprios

Classificao por Natureza Capital Reservas Resultados Transitados Resultados Lquidos Emprstimos Dividas a Fornecedores Dividas ao Fisco e S. Soc. Dividas Diversas

Passivo

Provises p/ Riscos e Encargos Dividas

Contas de Regularizaes (COLLETTE, Christine; RICHARD, Jacques, 2002, Pgina 548)

1.1.2.3. Situao Liquida


Comecemos por analisar o que dizem alguns autores sobre a situao lquida. A situao liquida representa o montante de recursos postos disposio da empresa pelos seus proprietrios (BORGES, Antnio ; RODRIGUES, Azevedo ;

RODRIGUES, Rogrio, 2000, Pgina 31). Relativamente situao lquida, estas contas representam, em termos abstractos, o valor do patrimnio liquido da empresa. Em termos aritmticos, resulta da diferena entre o somatrio dos valores das contas do activo e o somatrio dos valores das contas do passivo (SOUSA, Antnio de, 1998, Pgina 68). O autor que se segue apresenta a situao lquida como um grupo subdivisvel. Capitais prprios ou situao lquida um grupo patrimonial, com as seguintes divises: - Capital Social - corresponde ao capital disponibilizado pelos scios da nova empresa, tanto na fase da sua constituio como em aumentos posteriores. - Reservas - so os lucros retidos na empresa por qualquer das seguintes razes: legais, estatutrias ou por vontade deliberada dos scios. Representam, portanto um auto financiamento e no existem na fase inicial da vida da empresa.

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- Resultados - constitui o resultado obtido em cada exerccio de actividade da empresa. Existem os resultados lquidos do exerccio e os resultados transitados. Os primeiros correspondem ao resultado do exerccio depois de pagos os impostos correspondentes. Os segundos correspondem a resultados de exerccios anteriores (COSTA, Horcio; RIBEIRO, Pedro Correia, 1998, Pgina 122).

1.1.2.4. Equao fundamental da contabilidade


A utilizao do mtodo das partidas dobradas, inevitavelmente leva-nos a uma constatao bvia. O total dos valores lanados a dbito igual ao total dos valores lanados a crdito. Desta forma chegamos equao fundamental da contabilidade: Activo = Passivo + Situao Liquida (BORGES, Antnio ; RODRIGUES, Azevedo ; RODRIGUES, Rogrio, 2000, Pgina 31)

1.1.3. Custos, Proveitos e Resultados


1.1.3.1. Custos
Comecemos por ver o que so os custos, e a que que correspondem, os custos correspondem aos fundos dispendidos em bens e servios consumidos pela empresa para obter os proveitos do exerccio contabilstico, bem como os fundos dispendidos pela empresa com as suas obrigaes legais (FRIDRICH, Micheline; LANGLOIS, Georges, 2005, Pgina 85). Os custos contribuem para o clculo do resultado do exerccio, assim sendo, as contas de custos so transitrias, ou seja, vo sendo utilizadas para acumular, de acordo com uma dada classificao, os custos de determinado tipo durante um certo perodo. No final desse perodo so saldadas a fim de se apurar o resultado do exerccio. As contas de custos so classificadas em funo daquilo que as originou, portanto so classificadas por natureza (SOUSA, Antnio De, 1998, Pgina 69 e 70). Se quisermos ser mais objectivos na nossa descrio dos custos, temos que analisar a legislao. Na legislao esto previstos os diferentes tipos de custos aceites. Artigo 23 do CIRC

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Consideram-se custos ou perdas os que comprovadamente forem indispensveis para a realizao dos proveitos ou ganhos sujeitos a imposto ou para a manuteno da fonte produtora, nomeadamente os seguintes: a) Encargos relativos produo ou aquisio de quaisquer bens ou servios, tais como matrias utilizadas, mo de obra, energia e outros gastos gerais de fabricao, conservao e reparao; b) Encargos de distribuio e venda, abrangendo os de transporte publicidade e colocao de mercadorias; c) Encargos de natureza financeira, como juros de capitais alheios aplicados na explorao, descontos, gios, transferncias, diferenas de cmbio, gastos com operaes de crdito, cobrana de dividas e emisso de aces, obrigaes e outros ttulos e prmios de reembolso; d) Encargos de natureza administrativa, tais como remuneraes, ajudas de custo, penses ou complementos de reforma, material de consumo corrente, transportes e comunicaes, rendas, contencioso e seguros, incluindo os de vida e operaes do ramo vida, contribuies para fundos de poupana reforma, contribuies para fundos de penses e para quaisquer regimes complementares da segurana social; e) Encargos com anlises, racionalizao, investigao e consulta; f) Encargos fiscais e parafiscais; g) Reintegraes e amortizaes; h) Provises i) Menos valias realizadas; j) Indemnizaes resultantes de eventos cujo risco no seja segurvel. (RODRIGUES, Jos Alves, 2004, Pgina 327) Embora a revoluo do 25 de Abril j tenha sido em 1974, em Portugal existem por vezes alguns sectores onde ainda existem resqucios do estado novo. Em alguns sectores, parece que as pessoas por vezes tm medo de criticar o sistema. A contabilidade talvez seja um desses sectores, talvez as pessoas tenham medo de ao criticar algo, que sentem ter as suas lacunas, receber represlias por parte das finanas. Quando surgem as criticas, so feitas sempre de um modo muito suave, to suave que quase passam despercebidas. A seguir temos um exemplo daquilo que acabmos de afirmar. Raul Ressano Garcia

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No plano oficial de contabilidade os custos suportados so contabilizados na classe 6 Custos e perdas. Ao contrrio do que se poderia supor, a denominao no visa aguplos tendo em ateno as funes da empresa - administrativa, comercial, industrial, etc. nem os respectivos lugares ou centros de custos - exploraes, departamentos, seces, etc. mas antes e apenas agrup-los pela sua idntica natureza. Este ponto no muito claro no POC e tem mesmo levantado algumas duvidas (BORGES, Antnio ; RODRIGUES, Azevedo ; RODRIGUES, Rogrio, 2000, Pgina 622) Fica-nos a duvida se estes autores no esto de uma forma muito suave, sem querer levantar ondas, sem quererem ser polmicos, a criticar o sistema actual em que os custos so tratados por natureza, e simultaneamente a propor que sejam tratados por funes ou por centros de custos.

1.1.3.2. Proveitos
Comecemos por analisar o que dizem alguns autores sobre os proveitos. Proveitos correspondem aos recursos obtidos ao longo dum exerccio, em contrapartida do fornecimento pela empresa de bens e servios Micheline; LANGLOIS, Georges, 2005, Pgina 85). semelhana das contas de custos, as contas de proveitos so transitrias, ou seja, vo sendo utilizadas para acumular, de acordo com uma dada classificao, os proveitos de determinado tipo durante um certo perodo. No final desse perodo so saldadas a fim de se apurar o resultado do exerccio. As contas de proveitos, tal como os custos, so classificadas em funo daquilo que as originou, portanto so classificadas por natureza. (SOUSA, Antnio De, 1998, Pgina 69 e 70). semelhana dos custos vamos observar o que a legislao prev relativamente aos proveitos. Proveitos ou ganhos 1. Consideram-se proveitos ou ganhos os derivados de operaes de qualquer natureza em consequncia de uma aco normal ou ocasional, bsica ou meramente acessria, e designadamente os resultantes de: a) Vendas ou prestaes de servios, descontos bnus e abatimentos, comisses e corretagens; b) Rendimentos de imveis, Raul Ressano Garcia (FRIDRICH,

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c) Rendimentos de carcter financeiro, tais como juros, dividendos, descontos, gios, transferncias, diferenas de cmbio e prmios de emisso de obrigaes; d) Rendimentos da propriedade industrial ou outros anlogos; e) Prestaes de servios de carcter cientfico ou tcnico; f) Mais valias realizadas; g) Indemnizaes auferidas, seja a que ttulo for; h) Subsdios ou subvenes de explorao. (RODRIGUES, Jos Alves, 2004. Pgina 325, Artigo 20 do CIRC)

1.1.3.3. Resultados
Antes de verificarmos tecnicamente como so calculados os resultados, deixemos bem claro que o objectivo principal duma empresa o lucro (FRIDRICH, Micheline; LANGLOIS, Georges, 2005, Pgina 6). No ser demais salientar que Uma empresa uma organizao que agrupa pessoas, meios financeiros e materiais com o objectivo de vender bens e servios produzidos ou comprados, tendo em vista a realizao do lucro LANGLOIS, Georges, 2005, Pgina 5). De uma forma muito simplista o clculo dos resultados numa empresa feito da seguinte forma, uma empresa suporta custos com vista obteno de proveitos; custos e proveitos concorrem para a formao do resultado (BORGES, Antnio ; (FRIDRICH, Micheline;

RODRIGUES, Azevedo ; RODRIGUES, Rogrio, 2000, Pgina 622) Tecnicamente na contabilidade as contas de resultados esto organizadas por forma a permitir o clculo de resultados parciais, at atingirmos o resultado final. A classe de resultados apresenta um conjunto de contas principais com a finalidade de apurar, em etapas sucessivas os diversos tipos de resultados da empresa, de acordo com a sua natureza. (BORGES, Antnio ; RODRIGUES, Azevedo ; RODRIGUES, Rogrio, 2000, Pgina 736). Segue-se uma descrio mais detalhada das parcelas que contribuem para o clculo do resultado. Resultado a diferena entre: - Por um lado, os encargos, incluindo a variao dos stocks de matrias primas, as dotaes para amortizaes e provises, etc.

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- Por outro, o conjunto dos proveitos, incluindo a variao do stock de produtos acabados e os subsdios explorao (LOCHARD, Jean ; Trad: MOREIRA, Antnio, 1992, Pgina 35). Finalmente esta diferena pode ser colocada sob a forma de uma frmula matemtica: Proveitos - Custos = Resultado (FRIDRICH, Micheline; LANGLOIS, Georges, 2005, Pgina 85).

1.1.4. Contas
Na contabilidade os movimentos contabilsticos a dbito e a crdito so efectuados em contas, conta uma classe de valores patrimoniais que apresenta caractersticas

comuns. Essas caractersticas comuns representam a individualidade da conta (SOUSA, Antnio de, 1998, Pgina 59). A conta representa uma classe de valores ou elementos patrimoniais, mas a sua disposio tal que permite registar todas as variaes sofridas por esses elementos. Definimo-la como uma classe de valores patrimoniais com denominao prpria e com extenso numrica. A conta constitui a base de toda a escriturao, dado que a partir dela que se desenvolve todo o trabalho contabilstico. Debitar uma conta significa inscrever uma certa quantia no lado do dbito. Creditar uma conta efectuar o registo dum valor no lado do crdito. (BORGES, Antnio ; RODRIGUES, Azevedo ; RODRIGUES, Rogrio, 2000, Pgina 47 a 51). Analisada a essncia da conta, vamos de seguida analisar os seus requisitos.

1.1.4.1. Requisitos
Qualquer conta deve obedecer aos seguintes requisitos: - Homogeneidade - cada conta s deve conter elementos com a mesma caracterstica comum. - Integralidade - uma conta deve conter todos os elementos que apresentam a caracterstica comum que a individualiza. - Constncia - a caracterstica comum que permite fazer a classificao dos valores patrimoniais em contas, logo o fundamento individualizador da conta, deve manter-se

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constante pelo menos durante o perodo de anlise (SOUSA, Antnio de, 1998, Pgina 59). De seguida podemos verificar que as contas podem ser subdivididas.

1.1.4.2. Subdiviso das contas


O conjunto de todas as contas est dividido em 10 classes, que so designadas pelos nmeros 1,2,3,4,5,6,7,8,9 e 0. Introduziu-se o 0 em vez de 10 porque sendo um s algarismo torna-se mais fcil o trabalho informtico. Estas contas so por sua vez, subdivididas em contas de 1 grau representadas por um nmero que vai de 1 a 9, colocado direita do nmero da classe. Assim, a conta 12 designa a conta de 1 grau n 2 da classe 1. As contas de 1 grau so, por seu turno, subdivididas em contas de 2 grau representadas por um terceiro algarismo de 1 a 9, colocada direita dos precedentes. Assim, a conta 132 ser a conta de 2 grau n 2, pertencente conta de 1 grau n 3, a qual pertence, por sua vez, classe n 1. Ainda, as contas de 2 grau so divididas em contas de 3 grau designados por um quarto algarismo colocado direita dos trs outros e assim sucessivamente. Por exemplo, a classe n 6 compreende as contas de 1 grau n 61,62,63, ,69. Na conta 63 (1 grau) encontramos as contas 631, 632, encontramos as contas 6311, 6312, , de 2 grau. Na conta 631 (de 2 grau)

, de 3 grau.

Na prtica nem sempre o grau de uma conta corresponde a um s dgito. De facto, quando dentro de determinado grau se preveja a existncia duma certa quantidade de contas, devero reservar-se os dgitos necessrios para cobertura do nmero mximo de contas previstas. Assim, uma empresa que tenha, em mdia, uma centena de clientes, dever reservar para o cdigo de cliente um nmero no inferior a 3 dgitos. A estrutura para clientes poderia ser: Cdigo 211xxx em que: classe 2 - Terceiros conta de 1 grau 21 - clientes conta de 2 grau 211 - clientes c/c conta de 3 grau 211001 - cliente n 001 - Sr. Joaquim conta de 3 grau 211002 - cliente n 002 - Sr. Manuel conta de 3 grau 211xxx - cliente n xxx - Sr. X Raul Ressano Garcia

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(BORGES, Antnio ; RODRIGUES, Azevedo ; RODRIGUES, Rogrio, 2000, Pgina 124).

Fig.28 Dgitos das contas Fonte: FRIDRICH, Micheline; LANGLOIS, Georges, 2005, Pgina 93 Uma conta quando subdividida, no abdica da sua informao parcial existente em cada uma das suas subcontas. A conta passa a ser movimentada nas suas subcontas, mas posteriormente aglutina na conta toda a informao das suas subcontas, ou seja, os totais a dbito e a crdito das diversas subcontas de uma determinada conta que foi subdividida, correspondem aos totais a dbito e a crdito dessa conta que foi subdividida (MELYON, Grard; NOGUERA, Remdios, 2004, Pgina 95) Na tabela sobre os totais das subcontas e saldos das contas, os totais a dbito e a crdito das subcontas 21100001, 21100002 e 21100003, correspondem aos totais a dbito e a crdito da conta 211 - conta de clientes. Exemplo1: Conta 21100001 21100002 21100003 211 Descrio Pedro Bartolomeu CORPS S.A. Total Movimento Dbito 1562450 845000 569540 2976990 Crdito 1325320 845000 432820 2603140 Saldo Devedor 237130 0 136720 373850 Credor 0 0 0 0

O exemplo em causa foi retirado de um livro francs. Para facilitar a compreenso foi traduzido para portugus. O nmero das contas utilizado foi convertido do plano de contas francs para o plano de contas portugus.

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Tab.2 Totais das subcontas e saldos das contas Fonte: MELYON, Grard; NOGUERA, Remdios, 2004, Pgina 95

1.1.4.3. Contas do Activo


Verifiquemos como expem alguns autores o conceito de activo. As contas do activo representam os direitos patrimoniais NOGUERA, Remdios, 2004, Pgina 506). As contas do activo compreendem todos os elementos patrimoniais activos, ou seja aqueles com a caracterstica de serem propriedade do titular do patrimnio (BORGES, Antnio ; RODRIGUES, Azevedo ; RODRIGUES, Rogrio, 2000, Pgina 51). Ou se preferirem utilizando uma notao mais contabilstica, contas do activo so aquelas onde se registam os bens e os crditos da empresa sobre terceiros (SOUSA, Antnio de, 1998, Pgina 60). Para finalizar temos a regra de movimentao das contas que impe, que as contas do Activo debitam-se pelos aumentos e creditam-se pelas diminuies (BORGES, (MELYON, Grard;

Antnio ; RODRIGUES, Azevedo ; RODRIGUES, Rogrio, 2000, Pgina 60).

1.1.4.4. Contas do Passivo


Comecemos por ver o que representam as contas do passivo, as contas do passivo representam as obrigaes (MELYON, Grard; NOGUERA, Remdios, 2004, Pgina 506), o que compreendem, compreendem todos os elementos patrimoniais passivos, ou seja, as obrigaes pecunirias que o titular do patrimnio ter de satisfazer (BORGES, Antnio ; RODRIGUES, Azevedo ; RODRIGUES, Rogrio, 2000, Pgina 51) e o que se regista nestas contas, registam as obrigaes, isto , as dividas ou responsabilidades assumidas pela empresa face a terceiros (SOUSA, Antnio de, 1998, Pgina 60). Relativamente s suas regras de movimentao, as contas do passivo creditam-se pelos aumentos e debitam-se pelas diminuies (BORGES, Antnio ; RODRIGUES,

Azevedo ; RODRIGUES, Rogrio, 2000, Pgina 60).

1.1.4.5. Contas da situao Liquida

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Relativamente s contas da situao liquida podemos comear por ver o que traduzem, as contas de situao liquida traduzem a diferena entre o activo e o passivo (BORGES, Antnio ; RODRIGUES, Azevedo ; RODRIGUES, Rogrio, 2000, Pgina 51). Duma forma simplista a diferena entre aquilo que a empresa tem, e aquilo que est a dever. Relativamente forma como so movimentadas, As contas de situao liquida

adquirida, isto as contas de resultados debitam-se pelos custos e creditam-se pelos proveitos (BORGES, Antnio ; RODRIGUES, Azevedo ; RODRIGUES, Rogrio, 2000, Pgina 60).

1.1.4.6. Lanamento
Sempre que feita uma compra, uma venda, uma qualquer alterao no patrimnio da empresa, esse facto deve ficar registado na contabilidade sob a forma de um lanamento. Assim sendo Lanamento a notao de qualquer facto patrimonial nos livros de contabilidade (BORGES, Antnio ; RODRIGUES, Azevedo ; RODRIGUES, Rogrio, 2000, Pgina 62). Os lanamentos de contabilidade obedecem ao mtodo das partidas dobradas, o

sistema de partidas dobradas a tcnica utilizada para classificar os factos patrimoniais que alteram quantitativa ou qualitativamente o patrimnio da empresa. Esta tcnica baseia-se no principio de que uma variao numa conta implica sempre uma variao de sinal contrrio noutra ou noutras contas de tal forma que seja idntico o total, em valor, de variaes positivas e negativas nas diversas contas (SOUSA, Antnio de, 1998, Pgina 59). A utilizao do mtodo das partidas dobradas implica que todo o dbito numa conta, origina o crdito noutra ou noutras e vice versa, isto , cada facto patrimonial determina um registo em duas ou mais contas, por forma a que ao valor de cada dbito, ou dbitos, corresponda sempre um crdito, ou crditos, de igual valor (BORGES, Antnio ; RODRIGUES, Azevedo ; RODRIGUES, Rogrio, 2000, Pgina 59). Este mtodo contabilstico to perfeito que j persiste desde que foi inventado mais de quinhentos anos, o mtodo contabilstico das partidas dobradas (partitia doppia) foi apresentado pela primeira vez em 1494 por Luca Pacioli, monge franciscano, matemtico, contemporneo de Leonardo da Vinci (MELYON, Grard; NOGUERA, Remdios, 2004, Pgina 62). Raul Ressano Garcia

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1.1.5. Livros e Mapas


1.1.5.1. Dirio
Os documentos entram na contabilidade e feita a sua classificao. Na classificao de documentos so definidas quais so as contas a dbito, e a crdito, que este documento vai movimentar no dirio. Comeamos pelo livro do dirio porque de todos os livros aquele a que informao dos lanamentos ainda no foi agrupada nem trabalhada, aqui a informao encontra-se em estado bruto, tal como um diamante antes de ser delapidado. O livro Dirio servir para os comerciantes registarem, dia a dia, por ordem de datas, em assento separado, cada um dos seus actos que modifiquem ou possam vir a modificar o seu patrimnio (BORGES, Antnio ; RODRIGUES, Azevedo ; RODRIGUES, Rogrio, 2000, Pgina 71). No fundo o dirio uma listagem de todos os movimentos efectuados. A informao existente no dirio ir servir de base a todos os outros mapas da contabilidade, o dirio constitui o ponto chave da organizao contabilstica. Este documento tem por objecto, o registo cronolgico de todas as operaes contabilsticas da empresa, utilizando a tcnica das partidas dobradas NOGUERA, Remdios, 2004, Pgina 88). (MELYON, Grard;

1.1.5.2. Razo
A partir da informao existente no dirio construdo o razo. O Razo servir para escriturar o movimento de todas as operaes do Dirio, ordenados a dbito e a crdito, em relao a cada uma das respectivas contas, para se conhecer o estado e a situao de qualquer delas, sem necessidade de recorrer ao exame de todos os lanamentos do dirio (BORGES, Antnio ; RODRIGUES, Azevedo ; RODRIGUES, Rogrio, 2000, Pgina 71). O razo constitudo pelo conjunto das contas utilizadas pela empresa no dirio. Com efeito para ser utilizvel, todas as operaes devem estar transcritas nas respectivas contas. Esse trabalho permite: - Efectuar reagrupamentos de operaes da mesma natureza com o objectivo de os analisar. - Informar a gerncia sobre a posio de todas as contas abertas durante o exerccio. Raul Ressano Garcia

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- Preparar a elaborao dos documentos de sntese graas a um documento intermdio chamado balancete (MELYON, Grard; NOGUERA, Remdios, 2004, Pgina 92).

1.1.5.3. Balancete

Fig.29 Dirio, Razo e Balancete Fonte: BORGES, Antnio ; RODRIGUES, Azevedo ; RODRIGUES, Rogrio, 2000, Pgina 88 A partir do razo possvel construir o balancete, o balancete um quadro

recapitulativo de todas as contas do razo, onde consta a soma do dbito e do crdito de cada conta e os respectivos saldos, devedores ou credores (BORGES, Antnio ; RODRIGUES, Azevedo ; RODRIGUES, Rogrio, 2000, Pgina 82) A figura denominada de dirio, Razo e Balancete apresenta um esquema indicando que a partir dos documentos contabilsticos construdo o dirio, a partir do dirio construdo o razo, e a partir do razo construdo o balancete. A figura denominada balancete, balano e demonstrao de resultados, demonstra que o balano e a demonstrao de resultados so elaboradas a partir do balancete.

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Fig.30 Balancete, Balano e Demonstrao de Resultados Fonte: (BORGES, Antnio ; RODRIGUES, Azevedo ; RODRIGUES, Rogrio, 2000, Pgina 762)

Se o balancete no um documento obrigatrio, ele no deixa de ser um documento incontornvel, no somente para apresentar os mapas de sntese obrigatrios, mas para tomar decises de gesto que se impem ao longo de todo o exerccio, com base nos resultados provisrios. Por outro lado o balancete um instrumento de controle muito importante em matria de contabilidade. Com efeito o balancete um quadro recapitulativo das somas e dos saldos de todas as contas do razo, o que permite verificar que no foi cometido qualquer erro nos procedimentos contabilsticos. O balancete uma ferramenta incontornvel para a determinao do resultado do exerccio e apresentao do balano. Mas independentemente disso, o balancete, se acompanhado com frequncia, facilita o controle, e permite seguir a evoluo dos fluxos indispensveis gesto da empresa Remdios, 2004, Pgina 93 e 94). (MELYON, Grard; NOGUERA,

1.1.5.4. Balano

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O balano como que uma fotografia da empresa tirada num determinado momento, o balano um documento contabilstico que numa determinada data, apresenta os direitos patrimoniais duma empresa (activo) e a origem do financiamento desses direitos (passivo2) (FRIDRICH, Micheline; LANGLOIS, Georges, 2005, Pgina 83). O balano um documento contabilstico que reflecte o patrimnio da empresa numa determinada data discriminando todos os valores activos, todos os valores passivos e relevando a diferena entre o somatrio dos valores activos e passivos de forma a identificar o patrimnio liquido da empresa. O balano pois um documento esttico, uma empresa. (SOUSA, Antnio de, 1998, Pgina 73 e 74). O balano reflecte a situao dos elementos do activo, dos elementos do passivo e da respectiva diferena, correspondente aos capitais prprios. Ou por outras palavras, inventrio numrico numa data precisa da situao: - Por um lado, dos bens, dos meios e dos direitos possudos pela empresa. - Por outro lado, das dvidas da empresa, quer perante os seus proprietrios, quer perante outros terceiros. O balano pode definir-se como sendo a situao dos recursos e das aplicaes da empresa, numa data precisa (LOCHARD, Jean, 1992, Pgina 19) A figura denominada de balano reflecte de uma forma simplista o balano de uma determinada empresa. Nela podemos constatar a existncia do activo e do passivo. Como j referimos os autores franceses incluem a situao lquida dentro do passivo. Assim sendo classificam o passivo em duas partes, passivo interno e passivo externo. Uma vez que a situao lquida est includa no passivo, natural que a equao fundamental da contabilidade passe a ser: Activo = Passivo. fotografia do patrimnio da

No ser demais relembrar que os autores franceses incluem a situao liquida dentro do passivo

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Fig.31 Balano Fonte: FRIDRICH, Micheline; LANGLOIS, Georges, 2005, Pgina 83

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Fig.32 Balano - Activo Fonte: BENTO, Jos ; MACHADO, Jos Fernandes, 2003, Pgina 90

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Fig.33 Balano - Passivo Fonte: BENTO, Jos ; MACHADO, Jos Fernandes, 2003, Pgina 90

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Terminamos o balano com informao sobre a funo do balano e a forma como calculado. A funo do balano dar uma imagem fiel do patrimnio e permitir determinar a situao lquida da empresa. O balano calculado a partir dos saldos das contas do balancete, depois do inventrio e depois das escrituras de determinao dos resultados (MELYON, Grard; NOGUERA, Remdios, 2004, Pgina 506).

1.1.5.5. Demonstrao de Resultados


A demonstrao de resultados um documento de sntese que expe os custos e proveitos resultantes das operaes ocorridas num determinado perodo de tempo, o exerccio contabilstico Pgina 85). (FRIDRICH, Micheline; LANGLOIS, Georges, 2005,

Fig.34 Apuramento dos resultados Fonte: BORGES, Antnio ; RODRIGUES, Azevedo ; RODRIGUES, Rogrio, 2000, Pgina 770 A demonstrao de resultados o documento contabilstico que nos d indicao de como foram obtidos os resultados da empresa num determinado perodo. Na demonstrao de resultados listam-se classificados por natureza, os custos e os proveitos gerados pela empresa num determinado exerccio e revela-se pela diferena

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entre os somatrios de ambos, qual o resultado obtido pela empresa no perodo em anlise (SOUSA, Antnio de, 1998, Pgina 60). semelhana do balano, a demonstrao de resultados tambm construda com base nos saldos das contas dos balancetes. Como podemos ver na figura denominada de apuramento dos resultados, o apuramento de resultados comea por ser feito com base nos saldos das contas da classe 6, de custos, e da classe 7, de proveitos. Saldadas as contas da classe 6 e 7, utilizamos os saldos das contas da classe 8 para calcular os resultados. Todos estes saldos destas contas so retirados dos balancetes.

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Fig.35 Demonstrao de Resultados Fonte: POC

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1.2. Contabilidade Analtica


Para aqueles que no so contabilistas, por vezes surgem algumas dvidas sobre o que distingue a contabilidade geral da contabilidade analtica. Temos de seguida uma tabela de comparao entre a contabilidade geral e a contabilidade analtica.

Contabilidade Geral Observa objectivamente o valor dos fluxos externos (fsicos e monetrios) Fornece uma informao global sobre os custos e os resultados da empresa

Contabilidade Analtica Calcula aproximadamente o valor dos fluxos internos (fluxos fsicos) Fornece uma informao analtica sobre os custos e os resultados: - Classificados por divises - Classificados por produtos

Elabora a conta de resultados e de balano pelo menos uma vez por ano

Analisa os custos e os resultados uma vez por ms

Tab.3 Contabilidade geral e analtica Fonte: FRIDRICH, Micheline; LANGLOIS, Georges, 2005, Pgina 191

A contabilidade analtica a parte da contabilidade que consiste em determinar por ramos de actividade, por produtos, por servios, por clientes ou por outros elementos, o montante das vendas, dos custos e do lucro ou prejuzo por cada elemento (Charles Brunet - Tcnica de Contabilidade Analtica de Explorao). Para terminar esta parte sobre a contabilidade analtica temos uma constatao e uma critica. A constatao afirma que actualmente ainda so poucas as empresas em Portugal que dispem dum sistema de contabilidade analtica. So ainda grandes as carncias das empresas portuguesas no campo da contabilidade analtica (PEREIRA, Carlos Alberto Caiano; FRANCO, Victor Domingos Seabra, 1989, Nota Prvia). A crtica, como todas as criticas nesta rea so feitas de uma forma muito suave. Depois de criticar a contabilidade geral, o autor propem a utilizao da contabilidade analtica. As informaes possibilitadas pela contabilidade geral so manifestamente insuficientes para gerir as empresas. Aos gestores, pouco lhes adianta saber o lucro anual e global da empresa se no tiverem, ao longo do ano, periodicamente, uma viso

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to exacta quanto possvel da forma como os seus servios e actividades vm contribuindo para esses resultados globais. A contabilidade analtica constitui um sistema de informao que tem em vista a medida e anlise dos custos, proveitos e resultados relacionados com os diversos objectivos prosseguidos pelas organizaes. Saliente-se que o seu objecto so os custos, proveitos e resultados das organizaes que determina e analisa, no de uma forma globalizante como acontece na contabilidade geral mas sim de forma analtica e de acordo com as necessidades da gesto da organizao em causa. Uma organizao decompe-se em segmentos organizacionais, em que relativamente a cada um deles so definidas funes a desempenhar e objectivos a atingir. Cada um daqueles segmentos organizacionais comandado por um responsvel, que motiva e coordena o grupo humano que o compe com vista presocuo dos objectivos definidos. Aquele responde perante uma autoridade superior quanto forma como o segmento que comanda prosseguiu os objectivos assinalados. O funcionamento daqueles segmentos organizacionais implica custos que devem ser determinados e comparados com os benefcios proporcionados organizao. Compete pois contabilidade analtica determinar, analisar e reportar aos interessados os custos ocasionados pelo funcionamento dos diversos rgos em que a organizao se decompe. H pois a necessidade de determinar os custos e tambm os proveitos e resultados associados a cada uma das actividades que desenvolve, analis-los e report-los aos gestores respectivos. Na contabilidade geral os custos so apurados por natureza, despesas com pessoal, servios, fornecimentos de terceiros, etc. e no da forma que mais interessa para efeitos de gesto da empresa. assim a demonstraes de resultados nada nos dizem, por exemplo quanto aos resultados dos diversos produtos (PEREIRA, Carlos Alberto Caiano; FRANCO, Victor Domingos Seabra, 1989, Pgina 7 a 11). Gostaria de salientar, que j tive oportunidade de trabalhar em duas multinacionais estrangeiras a laborar em Portugal, e que ambas subdividem de tal forma as contas dos custos e proveitos de mercadorias, que lhes possvel conhecer, atravs da contabilidade geral, os resultados3 por produto. No entanto reconheo que estes

Devido s limitaes impostas pelo plano de contas, estes resultados so apurados apenas pela diferena entre o preo de custo e o preo de venda da mercadoria.

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exemplos so casos rarssimos em Portugal. A maioria das pequenas empresas em Portugal, desconhece com objectividade, qual foi a sua rentabilidade por produto. Voltamos a frisar que a contabilidade analtica no existe em muitas empresas portuguesas, A contabilidade analtica, que no existe em muitas empresas, ocupa-se fundamentalmente da medida e da anlise dos custos e dos proveitos, tendo pois por objectivo os aspectos econmicos da gesto (PEREIRA, Carlos Alberto Caiano;

FRANCO, Victor Domingos Seabra, 1989, Pgina 21) A contabilidade analtica permite determinar, por segmentos de negcio, produto, rea geogrfica ou departamento, conforme o interesse da empresa, os diferentes contributos para os resultados globais da empresa, pelo que se assume de grande importncia, quando se pretende conseguir um nvel de gesto mais rigoroso. A contabilidade analtica , normalmente, organizada por centros de custo ou centros de resultados, correspondendo estes a unidades operacionais da empresa. Relativamente a cada centro de custo so apurados os proveitos por eles gerados, mesmo que o centro em questo fornea o produto ou servio a uma outra unidade da prpria empresa. Da mesma forma so apurados, relativamente a esse centro de custo, todos os custos implicados na gerao do proveito podendo assim apurar-se o respectivo resultado. Conforme os resultados apurados em cada centro de custo podemos avaliar da sua eficcia, se os resultados gerados forem positivos ou da sua ineficcia no caso contrrio. O custo de produo de um produto ou da prestao de um servio constitudo por custos: - Directos - custos exclusivamente envolvidos no fabrico daquele produto. Ex: matriaprima. - Indirectos - custos indirectamente relacionados com os produtos ou servios, que devero ser repartidos, segundo critrios adequados por todos os produtos ou servios disponibilizados pela empresa. Ex: rendas das instalaes RIBEIRO, Pedro Correia, 1998, Pgina 130 a 132) (COSTA, Horcio;

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Indice
1. Contabilidade ............................................................................................................ 1 1.1. Contabilidade Geral ........................................................................................... 1 1.1.1. Princpios Contabilsticos ........................................................................... 2 1.1.2. Activo, Passivo e Situao Liquida ............................................................ 3 1.1.2.1. Activo................................................................................................... 3 1.1.2.2. Passivo ................................................................................................. 5 1.1.2.3. Situao Liquida .................................................................................. 6 1.1.2.4. Equao fundamental da contabilidade ............................................... 7 1.1.3. Custos, Proveitos e Resultados ................................................................... 7 1.1.3.1. Custos................................................................................................... 7 1.1.3.2. Proveitos .............................................................................................. 9 1.1.3.3. Resultados.......................................................................................... 10 1.1.4. Contas ....................................................................................................... 11 1.1.4.1. Requisitos........................................................................................... 11 1.1.4.2. Subdiviso das contas ........................................................................ 12 1.1.4.3. Contas do Activo ............................................................................... 14 1.1.4.4. Contas do Passivo .............................................................................. 14 1.1.4.5. Contas da situao Liquida ................................................................ 14 1.1.4.6. Lanamento........................................................................................ 15 1.1.5. Livros e Mapas.......................................................................................... 16 1.1.5.1. Dirio ................................................................................................. 16 1.1.5.2. Razo ................................................................................................. 16 1.1.5.3. Balancete............................................................................................ 17 1.1.5.4. Balano .............................................................................................. 18 1.1.5.5. Demonstrao de Resultados ............................................................. 23 1.2. Contabilidade Analtica ................................................................................... 26

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