Navegação Ciência e Arte - Capitulo 10
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corpo celeste que mais influencia a mar, seguindo-se o Sol, por fora de sua enorme massa. A influncia dos demais planetas e estrelas bem menos significante. Os movimentos relativos SolTerraLua fazem com que as mars sejam movimentos harmnicos compostos que podem, conseqentemente, ser decompostos em vrios movimentos harmnicos simples, expressos por equaes matemticas. A Terra e, especialmente, seus oceanos, so afetados pela atrao gravitacional do sistema TerraLua e pelas foras centrfugas resultantes de sua revoluo em torno de um centro comum (baricentro ou centro de massa do sistema TerraLua), constitudo por um ponto localizado no interior da Terra, aproximadamente 810 milhas (cerca de 1.500 km) abaixo de sua superfcie. A fora gravitacional (Fg) e a fora centrfuga (Fc) esto em equilbrio e, como resultado, a Terra e a Lua nem colidem, nem se afastam uma da outra no espao (Figura 10.1).
Figura 10.1 - Foras geradoras da mar Mar a oscilao vertical da superfcie do mar ou outra grande massa dgua sobre a Terra, causada primariamente pelas diferenas na atrao gravitacional da Lua e, em menor extenso, do Sol sobre os diversos pontos da Terra.
Como a Lua est muito mais prxima da Terra que o Sol, o efeito de sua fora gravitacional cerca de 2,25 vezes mais pronunciado, mesmo tendo o Sol uma massa milhares de vezes maior.
Entretanto, embora o sistema TerraLua como um todo esteja em equilbrio, partculas individuais na Terra no esto. A fora centrfuga a mesma em qualquer lugar, pois todos os pontos na superfcie da Terra descrevem o mesmo movimento em torno do centro de massa comum. Estas foras so todas paralelas entre si e paralelas a uma linha unindo o centro da Terra ao centro da Lua. Por outro lado, a fora gravitacional no a mesma em todos os lugares; as partculas mais prximas da Lua sofrem uma fora gravitacional maior que aquelas localizadas no lado mais afastado da Terra. Ademais, estas foras no so paralelas, tendo cada uma a direo da linha que une a partcula correspondente ao centro da Lua. Assim, as resultantes dessas foras (Fr), mostradas com nfase exagerada na Figura, levaro a gua da superfcie a fluir em direo aos pontos da superfcie da Terra mais prximo e mais afastado da Lua (ponto sublunar e sua antpoda, respectivamente). Este fluxo causa nveis de gua mais altos que o normal nesses pontos e nveis mais baixos que
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o normal nas reas de onde o fluxo provm. Embora no ponto mais prximo e mais distante da lua haja indicao de uma fora resultante (Fr) para fora, esta muito fraca, no tendo intensidade suficiente para causar uma mar aprecivel. A mar resulta, realmente, das foras quase horizontais que causam o fluxo acima descrito, na direo dos pontos da superfcie da Terra mais prximo e mais afastado da Lua. Esta explicao, abreviada e simplificada, ajuda muito a entender o fenmeno das mars. Como a Terra gira cada dia em torno de seu eixo, de Oeste para Leste, completando uma rotao a cada 24 horas, o ponto da superfcie da Terra que fica na direo da Lua muda e, teoricamente, cada ponto na Terra apresentaria duas preamares (PM) e duas baixa mares (BM) no perodo de 24 horas. Entretanto, como a Lua gira em torno da Terra no mesmo sentido em que a Terra gira em torno de seu eixo, o tempo que a Terra leva para efetuar um rotao completa com relao Lua de aproximadamente 24h 50m, perodo conhecido como um dia lunar. Ademais, como resultado da inclinao do eixo da Terra, as PREAMARES e as BAIXA-MARES sucessivas no so normalmente de nveis iguais.
As foras de atrao da Lua e do Sol se somam duas vezes em cada lunao (intervalo de tempo entre duas conjunes ou oposies da Lua, cujo valor, em dias mdios, 29,530588 dias), por ocasio da Lua Nova e da Lua Cheia, produzindo mars de sizgia, com preamares (PM) muito altas e baixamares (BM) muito baixas. As foras de atrao do Sol e da Lua se opem duas vezes em cada lunao, por ocasio do quarto crescente e quarto minguante da Lua, produzindo mars de quadratura, com preamares mais baixas e baixamares mais altas.
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O padro semidiurno, entretanto, vai variar em diversos locais da Terra, em virtude dos efeitos de massas terrestres, latitude do lugar, guas restritas, frico (atrito), viscosidade do meio lquido e do efeito de Coriolis (uma fora aparente que atua sobre qualquer corpo em movimento na superfcie terrestre, causada pela rotao da Terra), produzindo mars diurnas e mars mistas. As mars diurnas constituem um padro no qual ocorrem apenas uma PM e uma BM a cada dia lunar. Geralmente os nveis de duas PM ou BM sucessivas no variam muito. reas de ocorrncia: costa norte do Golfo do Mxico, Mar de Java, Golfo de Tonkin. As mars mistas constituem um tipo de mar no qual as oscilaes diurnas e semidiurnas so ambas fatores importantes, sendo a mar caracterizada por grandes diferenas de altura entre duas PM ou duas BM consecutivas. H, normalmente, 2 PM e 2 BM a cada dia, mas ocasionalmente a mar pode tornar-se diurna.
Figura 10.3 (a) - Mar de Desigualdades Diurnas
Ademais, em outros locais a mar apresenta sempre duas PM e duas BM diariamente, mas com desigualdades anlogas s da Figura 10.3 (a). Este tipo de mar classificado como mar semidiurna com desigualdades diurnas, ou mar de desigualdades diurnas, ocorrendo na Costa Sul do Brasil. Os tipos de mars podem ser visualizados nas Figuras 10.3 e 10.3 (a)
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Observando a Figura e a descrio do movimento rtmico acima apresentada, podese definir: PREAMAR (PM): Maior altura que alcanam as guas em uma oscilao; igual a h PM e acontece nos instantes tc e t i. BAIXA-MAR (BM): Menor altura que alcanam as guas em uma oscilao; igual a h BM e ocorre no instante t e. AMPLITUDE DA MAR: Distncia vertical entre uma PM e uma BM consecutivas, igual a h PM h BM. NVEL MDIO (NM): Valor mdio em torno do qual a mar oscila. Para uma determinada oscilao h NM = (h PM + h BM)/2; para um perodo longo, equivale ao nvel em que permaneceria o mar se no existissem as mars. ENCHENTE: Intervalo de tempo durante o qual o nvel do mar se eleva; durao da enchente = t i t e. VAZANTE: Intervalo de tempo durante o qual o nvel do mar baixa; durao da vazante = t e t c.
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ESTOFO DA MAR: Perodo durante o qual o nvel do mar fica praticamente estacionado; pode ser estofo de enchente (t d t c) ou de vazante (t g t f). NVEL DE REDUO (NR): Nvel a que so referidas as alturas das guas e as sondagens representadas nas Cartas Nuticas; o zero do eixo vertical da Figura 10.4. Como o NR (nvel de reduo) adotado pela DHN normalmente o nvel mdio das baixa-mares de sizgia (MLWS), geralmente se encontram maiores profundidades que as sondagens lanadas na carta; entretanto, por ocasio das BM de sizgia, podem ser encontradas profundidades menores que as constantes da carta. CICLO DA MAR:Perodo de tempo entre uma PM e a BM que se lhe segue. ALTURA DA MAR: Distncia vertical entre o nvel do mar em um determinado instante e o nvel de reduo (plano de referncia que constitui a origem de contagem das profundidades e das alturas da mar).
Nvel Mdio das Mars (MTL ou MEAN TIDE LEVEL): valor mdio de um certo nmero de PM e BM. Normalmente, no tem qualquer significado para a navegao. MHWS (MEAN HIGH WATER SPRINGS): mdia das PM de sizgia ou altura da PM mdia de sizgia. Altura mdia, deduzida de uma longa srie de observaes, das alturas das PM de sizgia. MHWN (MEAN HIGH WATER NEAPS) mdia das PM de quadratura ou altura da PM mdia de quadratura. Altura mdia, deduzida de uma longa srie de observaes, das alturas das PM de quadratura. MHW (MEAN HIGH WATER) Mdia das PM ou altura da PM mdia, isto , altura mdia, deduzida de uma longa srie de observaes, das alturas de todas as PM. Altura da mar Cota vertical NR nvel do mar, em um determinado instante. MLWN (MEAN LOW WATER NEAPS) mdia das BM de quadratura ou altura da BM mdia de quadratura, isto , altura mdia, deduzida de uma longa srie de observaes, das alturas das BM de quadratura. MLW (MEAN LOW WATER) mdia das baixamares ou altura da BM mdia, isto , altura mdia, deduzida de uma longa srie de observaes, das alturas de todas as BM. MLWS (MEAN LOW WATER SPRINGS) mdia das BM de sizgia ou altura da BM mdia de sizgia, isto , altura mdia, deduzida de uma longa srie de observaes, das alturas das BM de sizgia. o nvel adotado pela DHN como Nvel de Reduo (NR) nas Cartas Nuticas brasileiras. Sondagem ou profundidade cartografada distncia vertical do NR ao fundo do mar, em um determinado local.
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Profundidade real em um determinado instante (ou profundidade do local no instante considerado): soma da sondagem com a altura da mar no instante considerado. Altitude Distncia vertical entre o ponto considerado e o Nvel Mdio do mar. Altura de um objeto: distncia vertical entre o seu tope e a sua base (ou o terreno que a circunda). Normalmente, a altura de qualquer PM estar entre a MHWS e a MHWN, sendo aproximadamente igual MHWS quando a Idade da Lua for zero ou 14 e igual MHWN quando a Idade da Lua for 7 ou 21. Como o NR adotado pela DHN para as Cartas Nuticas brasileiras normalmente o MLWS, em geral se encontram maiores profundidades que as representadas na carta. Entretanto, eventualmente, por ocasio das BM de sizgia, poder-se-o encontrar profundidades menores que as constantes da carta.
A - CALADO DO NAVIO B - PROFUNDIDADE INDICADA PELO ECOBATMETRO C - PROFUNDIDADE DO LOCAL NO INSTANTE D - SONDAGEM (PROFUNDIDADE CARTOGRAFADA) DO LOCAL E - ALTURA DA MAR NO INSTANTE F - COTA NM-NR
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Em qualquer instante, a profundidade (C) igual a sondagem (D) mais a altura da mar (E): C=D+E Nos ecobatmetros, normalmente medida a distncia vertical (B) entre a quilha do navio e o fundo do mar que, somada ao calado (A) dar a profundidade (C): C=B+A Para decidir quanto velocidade, preciso ter em mente que, na maioria dos navios e dentro dos seus atuais limites de velocidade, quando a velocidade aumenta a sua popa afunda e, conseqentemente, para no tocar no fundo haver necessidade de maior profundidade (maior lazeira de gua abaixo da quilha). No se pode, tambm, esquecer que o navio caturra e que a sua arfagem pode exigir aumentos na profundidade mnima que o navio necessitaria para passar, sem bater no fundo, em determinado local. Especial ateno deve ser dada a este fator de segurana quando se tratar de navios de boca estreita e compridos, que enterram bastante suas proas se sujeitos a ondas, principalmente com mar de travs para vante. A escolha de rumos na superfcie, bem como o bordo de atracao e tipo de amarrao, est ligada s correntes de mar. A folga das espias funo principalmente da amplitude da mar, mas alguns outros aspectos esto tambm envolvidos, como: intensidade da corrente; direo e fora dos ventos; situao de carga (navio leve ou carregado), onde se incluem os recebimentos ou transferncias de gua e leo; existncia e utilizao de amarreta e tipo do cais (se flutuante ou fixo). Os elementos necessrios tomada destas decises so conseguidos em vrias fontes. As principais so: a. Tbuas das Mars; b. Quadros de Informaes sobre a Mar representados nas Cartas Nuticas; c. Cartas de correntes de mar; d. Informaes sobre correntes de mar constantes de determinadas Cartas Nuticas; e. Roteiro; e f. Almanaque Nutico. A seguir sero mostradas as maneiras de obter, a partir de tais fontes, os elementos de mars e correntes de mar necessrios ao navegante.
H ainda, nas Tbuas das Mars, uma Tabela de Correes que permite conhecer a mar em 2 portos secundrios, duas outras Tabelas para obteno da mar em um instante qualquer, explicaes para utilizao dos mtodos expeditos de previso e uma Tabela de Fases da Lua. A Figura 10.7 reproduz uma pgina da tbua, onde se observa:
Figura 10.7 -Tbua das Mars
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Na primeira linha: O nome do porto, terminal, barra, ilha ocenica ou fundeadouro, o respectivo Estado da Federao e o ano a que se referem as previses. Na segunda linha: As coordenadas geogrficas do local da estao maregrfica e o fuso horrio adotado. Na terceira linha: A sigla da instituio responsvel pelas observaes, o nmero de componentes utilizados na previso, a cota do Nvel Mdio sobre o Nvel de Reduo e o nmero da Carta Nutica do porto, terminal, barra ou fundeadouro. A seguir encontramse 4 colunas, cada uma referente a um ms, e, no seu interior, os elementos da mar dia-a-dia. Para cada dia so informadas as horas e as alturas das preamares (PM) e baixa mares (BM) previstas. As horas, do fuso horrio P(+3 horas), so representadas com 4 algarismos, sendo que os dois primeiros indicam as horas e os dois seguintes os minutos. As alturas das PM e BM so dadas em 2 algarismos, representando metros e decmetros. As alturas indicadas so cotas verticais acima do Nvel de Reduo. Eventualmente, quando o nmero for negativo, a mar estar abaixo do Nvel de Reduo.
b. Obter a previso de mar para Salinpolis no dia 15/maro/93. Resposta: 15/mar/93 2 feira (quarto minguante) PM BM PM BM 0004 0623 1230 1902 4.0m 1.6m 4.1m 1.5m
A anlise dos dois exemplos acima permite: a. identificar a mar de Salinpolis como semidiurna, caracterizada por uma curva aproximadamente senoidal, com duas PREAMARES (PM) e duas BAIXA-MARES (BM) por dia (cada evento de mar separado por cerca de 6 horas um do outro) e apresentando variaes pequenas nas alturas das duas PM e das duas BM sucessivas. b. verificar a diferena entre MAR DE SIZGIA e MAR DE QUADRATURA. De fato, no dia 08/mar/93 (LUA CHEIA) observa-se uma MAR DE SIZGIA, com PREAMARES (PM) bastante altas e BAIXA-MARES (BM) muito baixas. A AMPLITUDE DA MAR no primeiro ciclo de 5,5 metros e, no segundo, 5,6 metros. Por outro lado, no dia 15/mar/93 (QUARTO MINGUANTE) tem-se MAR DE QUADRATURA, com PM mais baixas e BM mais altas. Nessa data, a AMPLITUDE DA MAR bem menor, sendo, no primeiro ciclo, de 2,4 metros e, no segundo, de 2,6 metros.
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A curva da mar em Salinpolis no dia 08/3/93 pode ser visualizada na Figura 10.9, onde se comprova que a curva sinusoidal. s 10:00 horas, a mar em Salinpolis estar vazando.
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Para entrar na Tabela I: Durao da vazante: 06 h 26 m @ 06 h 20 m Intervalo de tempo (entre a PM de 0732 e 1000): 02 h 28 m @ 02 h 30 m Dado de sada da Tabela I: 34 (frao da amplitude) Para entrar na tabela II: Amplitude da mar no ciclo considerado: 5.6m@ 6m Frao da amplitude (dada pela Tabela I): 34 Dado de sada da Tabela II: 2,0m (correo da altura) Altura da mar em Salinpolis, dia 08/3/93, s 10:00 horas: 5,6 2,0 = 3,6 metros. b. Determinar qual a maior e a menor profundidade prevista, no fundeadouro de Salinpolis, no dia 08/3/93, em um ponto onde a profundidade cartografada (sondagem) 8,5 metros. Com a mar prevista para Salinpolis, no dia 08/3/93 (mostrada no problema anterior), pode-se afirmar que a maior profundidade ocorrer nas preamares de 0732 e 1949 e que a menor profundidade ocorrer na BAIXA-MAR de 1358. Lembrando que as profundidades lanadas nas Cartas Nuticas (sondagens) representam a distncia vertical entre o Nvel de Reduo e o fundo do mar no local e que as alturas das mars representam cotas verticais cuja origem , tambm, o nvel de reduo, pode-se afirmar: Maior profundidade (0732 e 1949): 8,5 + 5,6 = 14,1 metros. Menor profundidade (1358): 8,5 + 0,0 = 8,5 metros (o nvel do mar neste instante coincide com o Nvel de Reduo).
Camocim (Cear)
02 53 S
040 50 W
1,82 601
Barra rio So 10 30,8 S 036 24,2 W 0,80 1 000 -00 43 Francisco (Alagoas)
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A tabela fornece as correes aditivas ou subtrativas que devem ser aplicadas s horas e s alturas da preamar e da baixa-mar no porto de referncia (Recife), para obteno dos elementos anlogos dos portos secundrios de Camocim e Barra do Rio So Francisco.. EXEMPLOS: a. Obter a previso das mars para o porto de Camocim (CE), no dia 06/04/93, sabendose que, para esta data, a seguinte a mar prevista para Recife (porto de referncia): 06/04/93 3 feira Lua Cheia 0315 0924 1541 2153 SOLUO: A Tabela da Figura 10.10 fornece as seguintes correes para o porto de Camocim: Correo Correo Correo Correo PM (instante): PM (altura): BM (instante): BM (altura): + 02 h 12 m + 0,8m + 02 h 17 m + 0,2m 2.4m 0.1m 2.5m 0.1m PM BM PM BM
Combinando estas correes com a mar prevista para o porto de referncia (Recife) obtm-se a previso de mar para o porto secundrio (Camocim): Recife 1 PM: Correes PM: Camocim 1 PM: 0315 + 0212 0527 2,4m + 0,8m 3,2m
Recife 1 BM: Correes BM: Camocim 1 BM: Recife 2 PM: Correes PM: Camocim 2 PM: Recife 2 BM: Correes BM: Camocim 1 BM:
0,1m + 0,2m 0,1m 2,5m + 0,8m 3,3m 0,1m + 0,2m 0,1m (07/04/93)
Desta forma, a previso de mars para Camocim no dia 06/04/93 : 0527 1141 1753 0010 3,2m 0,1m 3,3m 0,1m PM BM PM BM (07/04/93)
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b. Obter a previso de mar para a Barra do Rio So Francisco, no dia 13/12/93, sabendose que, para esta data, a seguinte a mar prevista para Recife (porto de referncia): 13/12/93 2 feira Lua Nova 0332 0938 1545 2204 SOLUO: A Tabela da Figura 10.10 fornece as seguintes correes para a Barra do Rio So Francisco: Correo Correo Correo Correo PM (instante): PM (altura): BM (instante): BM (altura): 00 h 43 m 0,3m 00 h 50 m 0,0m 2,1m 0,1m 2,2m 0,0m PM BM PM BM
Combinando estas correes com a mar prevista para Recife (porto de referncia) obtmse a previso de mar para a Barra do Rio So Francisco (porto secundrio): Recife 1 PM: Correes PM: Barra S. Fco. 1 PM: Recife 1 BM: Correes BM: Barra S. Fco. 1 BM: Recife 2 PM: Correes PM: Barra S. Fco. 2 PM: Recife 2 BM: Correes BM: Barra S. Fco. 1 BM: 0332 0043 0249 0938 0050 0848 1545 0043 1502 2204 0050 2114 2,1m 0,3m 1,8m 0,1m 0,0m 0,1m 2,2m 0,3m 1,9m 0,0m 0,0m 0,0m
Desta forma, a previso da mar para a Barra do Rio So Francisco, no dia 13/12/93 : 0249 0848 1502 2114 1,8m 0,1m 1,9m 0,0m PM BM PM BM
Os problemas de determinao da altura da mar num instante qualquer e de previso da mar em portos secundrios podem ser resolvidos com facilidade pela utilizao do modelo mostrado na Figura 10.11.
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Figura 10.11 -
Este quadro (Figura 10.12) fornece os seguintes elementos, para os locais correspondentes: H.W.F. & C. Estabelecimento do Porto ou Estabelecimento Vulgar do Porto (HIGH WATER FULL AND CHANGE): mdia dos intervalos de tempo decorridos entre a passagem da Lua pelo meridiano local e a ocorrncia da preamar (PM), em dias de sizgia. M.H.W.S. Preamar mdia de sizgia (MEAN HIGH WATER SPRINGS): representa a altura, acima do Nvel de Reduo da Carta Nutica em questo, da mdia das preamares de sizgia, ou seja, a mdia das mais altas preamares.
Navegao costeira, estimada e em guas restritas 243
M.H.W.N. Preamar mdia quadratura (MEAN HIGH WATER NEAPS): representa a altura, acima do Nvel de Reduo da Carta Nutica em questo, da mdia das preamares de quadratura, ou seja, a mdia das mais baixas preamares. M.L.W.N. Baixamar mdia de quadratura (MEAN LOW WATER NEAPS): representa a altura, acima do Nvel de Reduo da Carta Nutica em questo, da mdia das baixa mares de quadratura, ou seja, a mdia das mais altas baixamares. M.L.W.S. Baixamar mdia de sizgia (MEAN LOW WATER SPRINGS): representa a altura, acima do Nvel de Reduo da Carta Nutica em questo, da mdia das baixa mares de sizgia, ou seja, a mdia das mais baixas baixamares. NM ou MSL Altura do nvel mdio (MEAN SEA LEVEL) acima do Nvel de Reduo da carta em questo. Na previso da mar pelo MTODO DO ESTABELECIMENTO DO PORTO necessrio determinar a hora da passagem meridiana da Lua, com dados obtidos no Almanaque Nutico (DN5), publicao que ser estudada no Volume II deste Manual (na parte referente Navegao Astronmica). O MTODO EXPEDITO DE PREVISO adota os seguintes conceitos e suposies bsicas: a. a hora da preamar de sizgia o resultado da soma entre a hora da passagem da Lua pelo meridiano superior do local e o Estabelecimento do Porto naquele local. b. o dia lunar dura 24 horas e 50 minutos; sendo assim, o intervalo entre duas preamares ser 12 horas e 25 minutos e entre uma PM e a BM consecutiva o intervalo ser de 6 horas e 13 minutos (assim tambm como entre uma BM e a PM seguinte), conforme mostrado na Figura 10.13.
Figura 10.13 -
c. considerando-se a durao de uma lunao (intervalo de tempo entre duas conjunes ou oposies da Lua), pode-se admitir que o intervalo de tempo entre duas mars de sizgia sucessivas de 14 dias e o intervalo entre uma mar de sizgia e a mar de quadratura seguinte de 7 dias.
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d. as preamares (PM) e baixamares (BM) so simtricas em relao ao Nvel mdio, conforme mostrado na Figura 10.14.
Figura 10.14 -
De fato, no MTODO EXPEDITO DE PREVISO supe-se que (ver Figura 10.14): Em SIZGIAS: MHWS NM = a (cota da PM de sizgia acima do NM) NM a = h1 (altura da BM de sizgia) Em QUADRATURAS: MHWN NM = b (cota da PM de quadratura acima do NM) NM b = h2 (altura da BM de quadratura) O exemplo abaixo ilustra o emprego do MTODO EXPEDITO DE PREVISO: Obter, pelo MTODO EXPEDITO DE PREVISO (ou MTODO DE ESTABELECIMENTO DO PORTO), a mar prevista no porto de Suape (PE), no dia 30 de julho de 1993. Soluo: 1. Clculo da hora da passagem da Lua pelo meridiano do local e dos horrios das PM: O Almanaque Nutico para 1993 fornece, na pgina 155, as informaes sobre a passagem meridiana da Lua em Greenwich nos dias 30 e 31 de julho. HORA MDIA LOCAL DA PASSAGEM MERIDIANA DA LUA EM GREENWICH DIA 30/07/93 31/07/93 DIFERENA SUPERIOR 21h 57min 22h 49min 52min INFERIOR 09h 30min 10h 23min 53min
Das pginas amarelas do referido Almanaque obtm-se: Da Tbua II Interpolao das Horas da Passagem Meridiana da Lua para a Longitude (pgina xxxii) a correo a ser aplicada. Entra-se com a Longitude de Suape arredondada ao grau (l = 035 W) e com o valor mdio das diferenas entre as passagens meridianas superior e inferior consecutivas (D =52 min). O valor encontrado para a correo de 5 minutos.
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Da pgina i Converso de Arco em Tempo retira-se o valor da Longitude em tempo para o porto de Suape: Longitude =034 57', 1W = 02h 19min 48s, valor que arredondado para 02 h 20 min. Fuso horrio (F) de Suape = + 3h No quadro de informaes sobre a mar de Suape (Figura 10.12) encontra-se o valor do ESTABELECIMENTO DO PORTO (HWF & C) = 04h 08min Com estes valores podem ser calculados os instantes das preamares para o dia considerado: Passagem superior HML (Lua) em Greenwich Correo HML Pmd (Lua) no Local Longitude do Local HMG Pmd (Lua) no Local -F Hleg Pmd (Lua) no Local HWF & C Horrio da Preamar Data 2. Clculo das alturas das PM A Tabela de Fases da Lua existente no final da publicao DG6 Tbuas das Mars fornece os seguintes dados (ver Figura 10.15):
Figura 10.15 - Fases da Lua
Passagem inferior 09h 30min + 5min 09h 35min + 02h 20min 11h 55min -3 08h 55min + 04h 08min 13h 03min 30/07/93
21h 57min + 5min 22h 02min + 02h 20min 00h 22min -3 21h 22min + 04h 08min 01h 30min 31/07/93
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LUA EM QUARTO CRESCENTE: 26/JUL/93 LUA CHEIA: 02/AGO/93 Assim, a data de interesse (30/jul/93) est entre uma QUADRATURA (26/jul) e uma SIZGIA (02/ago). O quadro de INFORMAES SOBRE A MAR para Suape apresenta os seguintes dados: Em sizgia: MHWS = 2,26m (arredonda-se para 2,3m) Em quadratura: MHWN = 1,70m Faz-se, ento: MHWS MHWN = 2,3 1,7 = 0,6m Pode-se, ento, por simples interpolao linear, obter a altura aproximada das PM no dia 30/jul: 7 dias (QUADRATURA SIZGIA) 4 dias x + 0,6m
x = 0,6 x 4 / 7 = 0,34m (arredondado para 0,3m) Assim: h PM (30/jul) = 1,7 + 0,3 = 2,0m 3. Clculo das horas das BM: Conforme visto, o MTODO EXPEDITO DE PREVISO considera que o intervalo de tempo entre uma PM e a BM consecutiva (ou anterior) de 06h 13min (1/4 de 1 dia lunar) e o intervalo entre duas BM de 12 h 25min. Assim: PM: intervalo: 1 BM: 2 BM: 4. Clculo das alturas das BM O MTODO EXPEDITO DE PREVISO supe que as PM e as BM so simtricas em relao ao Nvel Mdio (NM). O quadro de INFORMAES SOBRE A MAR para Suape permite obter a cota do NM (MSL) sobre o Nvel de Reduo: 1,24m (que arredondada para 1,2m). Assim, tem-se: h PM = 2,0m NM = 1,2m cota PM NM = 0,8m 13h 03min 06h 13min 06h 50min 19h 15min
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Ento, pode-se calcular: NM = 1,2m cota PM NM = 0,8m h BM = 0,4m (ALTURAS DAS BAIXA-MARES)
4. Desta forma, a mar prevista para Suape, obtida pelo MTODO EXPEDITO DE PREVISO (ou MTODO DO ESTABELECIMENTO DO PORTO), para o dia 30/07/93, ser: PM BM PM BM PM 0037 0650 1303 1915 0130 2,0m 0,4m 2,0m 0,4m 2,0m (31/07/93)
Como forma de avaliar a preciso, a confiana e as limitaes do MTODO EXPEDITO DE PREVISO, apresenta-se a previso de mars para Suape, para 30/07/93, obtida da anlise harmnica da mar: PM BM PM BM PM 0132 0800 1413 2015 0223 2,0m 0,5m 1,9m 0,5m 2,1m (31/7/93)
Pode-se constatar que os resultados encontrados pelo MTODO EXPEDITO (ou MTODO DO ESTABELECIMENTO DO PORTO) so razoavelmente precisos, para fins de navegao, quando no se dispem dos dados de previso fornecidos nas Tbuas das Mars. So pertinentes as seguintes observaes finais sobre este assunto: a. em virtude dos conceitos e suposies bsicas adotadas, o MTODO DO ESTABELECIMENTO DO PORTO s deve ser empregado nos locais onde a mar for semidiurna, no se aplicando s mars de desigualdades diurnas, mistas e diurnas. Na costa do Brasil bons resultados so encontrados nos portos de Vitria (ES) para o Norte. b. alm de servirem para emprego com o MTODO EXPEDITO DE PREVISO, os dados dos quadros de INFORMAES SOBRE A MAR representados nas Cartas Nuticas proporcionam uma boa idia das caractersticas da mar nos locais a que se referem, dando noo da amplitude da mar em sizgia e em quadratura e fornecendo a cota do Nvel Mdio acima do Nvel de Reduo.
10.9.6 NOTAS FINAIS SOBRE PREVISO DE MARS E UTILIZAO DAS TBUAS DAS MARS
a. Fatores meteorolgicos, principalmente o vento, podem causar a elevao ou o abaixamento do nvel do mar e o atraso ou o adiantamento dos instantes de ocorrncia das preamares ou baixa mares. Nestas condies, as preamares e as baixamares podero ser mais altas ou mais baixas do que as alturas previstas nas tbuas. Tais fenmenos
248
so freqentes nos portos ao sul de Cabo Frio (RJ), sendo aconse-lhvel a consulta, por parte dos navegantes, s informaes contidas no Roteiro Costa Leste e Costa Sul. b. Em caso de ocorrncia de discrepncias significativas entre a previso e a observao, o navegante deve comunicar Diretoria de Hidrografia e Navegao, informando, se possvel, os valores das diferenas, em hora e altura da mar (ou amplitude), acompanhados de um relato sobre as condies meteorolgicas reinantes, em especial o vento (direo e velocidade). Tais informaes so importantes para correo e aprimoramento das Tbuas das Mars. c. importante ressaltar que as horas das preamares (PM) e baixa-mares (BM) informadas nas Tbuas das Mars so horas legais do fuso horrio padro dos portos ou locais a que se referem as previses. Se estiver em vigor horrio de vero, deve ser somada uma hora aos valores de tempo constantes das Tbuas, para transform-las de hora legal padro em hora de vero.
10.10CORRENTES DE MAR
10.10.1 GNESE DAS CORRENTES DE MAR
Ao estudar-se a ao dos componentes das foras geradoras da mar, verifica-se que aquelas foras acarretam preliminarmente o movimento horizontal da massa lquida (corrente de mar), do qual resulta o movimento vertical do nvel do mar, ou seja, a mar. Assim, necessrio compreender a coexistncia das mars e das correntes de mar, como efeitos de uma mesma causa. importante para o navegante ser capaz de prever a direo e a velocidade da corrente de mar em qualquer instante e levar em conta o seu efeito sobre o movimento do navio. Normalmente, nas entradas dos portos nos quais a ao direta das foras astronmicas desprezvel, a corrente de mar o resultado da diferena de nvel entre o oceano e o interior do porto. Assim, o fluxo e o refluxo so caracterizados por uma corrente axial alternativa, segundo o eixo do canal. Se o porto fica situado no interior de um longo canal, como no caso de Santana (AP), no brao Norte do Rio Amazonas, a corrente de mar ser tambm axial alternativa, com velocidade mxima para dentro na PREAMAR, mxima para fora na BAIXA-MAR e nula quando a mar atinge o nvel mdio. No exemplo, haver uma forte corrente permanente para fora, devido formidvel descarga do Rio Amazonas. No oceano aberto, as correntes de mar tm um carter rotatrio, em virtude da interao entre as foras astronmicas e a influncia da rotao terrestre. De fato, o efeito de Coriolis, devido rotao da Terra, tende a desviar as correntes de mar para a direita no Hemisfrio Norte e para a esquerda no Hemisfrio Sul, concorrendo, juntamente com as prprias foras astronmicas, para a gnese de correntes rotatrias. O efeito de Coriolis (ou efeito giroscpico) poder reforar ou reduzir o efeito das foras astronmicas. Dada a afinidade entre a mar e a corrente de mar, para um determinado porto possvel relacionar a velocidade e a direo da corrente de mar s horas da PREAMAR e BAIXA-MAR no porto.
Navegao costeira, estimada e em guas restritas 249
Conforme j mencionado, o conhecimento antecipado das correntes de mar de grande valia, no s para o planejamento da derrota em guas restritas, mas tambm para seleo dos horrios mais favorveis s manobras, escolha do bordo de atracao e velocidades com que o navio deve evoluir. Informaes sobre as correntes de mar podem ser obtidas em Cartas de Correntes de Mar, preparadas para cada um dos principais portos, e tambm em tabelas ou notas inseridas em algumas Cartas Nuticas.
Porto do Rio de Janeiro 03/jul/93 sbado (Lua Cheia) 0208 0849 1458 2111 Soluo: Conforme mencionado, a seleo da carta a ser utilizada feita tendo-se em conta a diferena em horas entre o instante considerado e o da preamar prevista mais prxima. Neste caso: INSTANTE CONSIDERADO: PREAMAR PREVISTA: DIFERENA: 1200 1458 0258 (valor que arrendondado para 3 horas) 1,2m 0,1m 1,2m 0,3 PM BM PM BM
Portanto, ser selecionada a carta correspondente a 3 HORAS ANTES DA PREAMAR, que est reproduzida na Figura 10.16.
Figura 10.16 -
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Nessa carta obtm-se, para a barra da Baa de Guanabara: RUMO DA CORRENTE DE MAR: 345 (NNW) enchendo VELOCIDADE DA CORRENTE DE MAR: 1,0 n Conforme explicado em nota na Carta de Correntes de Mar (ver Figura 10.16), as velocidades representadas correspondem poca de sizgia, como o caso do presente exemplo (03/jul/93 LUA CHEIA). Em outras situaes (porquanto as cartas espelham apenas as condies mdias de sizgia), se for desejvel maior preciso as velocidades representadas nas cartas devem ser multiplicadas por um fator de correo retirado de um baco existente no incio das Cartas de Correntes de Mar, tendo-se como elementos de entrada o intervalo de tempo entre a preamar e a baixamar (ou viceversa) e a amplitude da mar prevista. No h qualquer correo a ser aplicada s direes representadas nas Cartas de Correntes de Mar.
Alm das Cartas de Correntes de Mar, algumas Cartas Nuticas apresentam, tambm, informaes sobre correntes de mar (Figura 10.17). Estas informaes, usadas para o planejamento, devem ser sempre verificadas e, se necessrio, corrigidas durante a navegao, pela comparao das posies observadas e estimadas, pelo deslocamento de objetos que biam, pela posio de embarcaes fundeadas, pela observao de bias, etc.
252
Determinar a altura da mar prevista, para o local e data acima, s 1800P. Soluo: Local: Recife (PE) Hora: 1800P Data: 08/3/93 Durao da vazante: 06h 15 min Intervalo de tempo desde a mar mais prxima: 01h 58 min Tabela I (centsimos de amplitude): 23 Amplitude da mar: 2,8m Tabela II (correo da altura): 0,7m Altura da mar mais prxima: 2,6m (PM) Altura da mar s 1800P : 1,9m Resposta: Altura prevista para a mar em Recife, no dia 08/03/93, s 1800P: 1,9 metros. 2. Conhecendo-se a FASE DA LUA na data considerada no exerccio anterior (08/3/93 LUA CHEIA), informar qual a mar produzida quando a Lua est nesta fase e quais so suas principais caractersticas.
Navegao costeira, estimada e em guas restritas 253
Resposta: Mar de sizgia ou de guas vivas, caracterizada por preamares (PM) muito altas e baixa mares (BM) muito baixas (no caso em questo, com alturas negativas da mar nas BM previstas, isto , com o nvel do mar abaixo do Nvel de Reduo). 3. Qual o tipo de mar que ocorre em Recife e quais so suas principais caractersticas? Resposta: Mar semidiurna, caracterizada por apresentar uma curva aproximadamente sinusoidal, com duas PM e duas BM por dia, separadas por um perodo de pouco mais de 6 horas e com uma variao pequena de altura entre duas PM (ou BM) sucessivas. 4. Supondo que, para alcanar a barra do porto de Recife, o seu navio, cujo calado de 6 metros, deve passar sobre um baixo cuja menor profundidade cartografada (sondagem) de 6,4 metros, calcular entre que horrios o navio pode passar sobre o baixo, no dia 08/ 03/93, aps a BM de 0949, com uma lazeira mnima de 2m de gua abaixo da quilha. Soluo: O calado do seu navio de 6 metros e a lazeira mnima admitida de gua abaixo da quilha de 2 metros. Portanto, a menor profundidade onde o navio poder passar ser de: CALADO LAZEIRA = 6,0m = 2,0m
PROFUNDIDADE MNIMA = 8,0m A menor profundidade cartografada (sondagem) no banco sobre o qual o navio dever passar de 6,4 metros. Portanto, a altura da mar na hora da passagem sobre o baixo dever ser de : PROFUNDIDADE MNIMA DE NAVEGAO SONDAGEM = = 8,0m 6,4m
ALTURA DA MAR NA HORA DA PASSAGEM = 1,6m A mar prevista para Recife no dia 08/03/93, apresentada no EXERCCIO (1), mostra, aps a BM de 0949P, uma PM s 1602P, com 2,6 metros de altura de mar. Portanto, deve-se determinar as horas antes e depois da PM de 1602P em que a altura da mar prevista ser de 1,6 metros. O intervalo de tempo entre elas ser o perodo favorvel passagem do navio sobre o baixo. Para determinao das horas em que a altura da mar, antes e depois da PM de 1602P, ser 1,6 metros, faz-se: ANTES DA PM: a. ALTURA DA MAR = 1,6m ALTURA DA MAR MAIS PRXIMA = 2,6m CORREO DA ALTURA = 1,0m AMPLITUDE DA MAR = 2,7m b. Entrando na Tabela II com o valor da correo da altura (1,0m) e o valor da amplitude da mar (2,7m), obtm-se o valor de c (centsimo de amplitude) = 34
254 Navegao costeira, estimada e em guas restritas
c. Entrando na Tabela I com c = 34 e durao da enchente = 06h 13 min, obtm-se o valor do intervalo de tempo desde a mar mais prxima = 02h 30 min d. HORA DA MAR MAIS PRXIMA INTERVALO DE TEMPO = 1602 = 0230 (PM)
HORA EM QUE A ALTURA DA MAR SER 1,6m = 1332 Depois da PM: a. ALTURA DA MAR ALTURA DA MAR MAIS PRXIMA CORREO DA ALTURA AMPLITUDE DA MAR b. TABELA II: c = 34 c. DURAO DA VAZANTE = 06h 15 min c = 34 TABELA I = 02h 30 min d. HORA DA MAR MAIS PRXIMA INTERVALO DE TEMPO = = 1602 0230 (PM) = 1,6m = 2,6m = 1,0m = 2,8m
HORA EM QUE A ALTURA DA MAR SER 1,6m = 1832 Resposta: O navio dever passar sobre o baixo entre 1332P e 1832P, para garantir uma lazeira mnima de 2 metros de gua abaixo da quilha. 5. Usando Recife como porto de referncia, preparar uma Tbua de Mars completa para o porto secundrio de Camocim, para o dia 08/03/93, utilizando as correes da Tabela reproduzida na Figura 10.10. Soluo: PREAMARES: Hora Recife, Correes PM Camocim BAIXA-MARES: Hora Recife Correes BM Camocim 09 49 +02 17 12 06 Altura - 0,1m +0,2m +0,1m Hora 22 17 +02 17 00 34 Altura -0,2m +0,2m 0,0m 03 43 +02 12 05 55 Altura 2,4m +0,8m 3,2m Hora 16 02 +02 12 18 14 Altura 2,6m +0,8m 3,4m
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Resposta: MAR PREVISTA PARA CAMOCIM EM 08/03/93: 0555 1206 1814 0034 3,2m 0,1m 3,4m 0,0m PM BM PM BM (09/03/93)
6. Determinar a direo e a velocidade da corrente de mar na barra do Rio Potengi (Natal), no dia 15/10/93, s 0700P, sabendo- se que a mar prevista para esta data no porto de Natal : 15/10/93 6 feira (Lua Nova) 0456 1051 1715 2309 Soluo: A Carta de Corrente de Mar a ser selecionada a correspondente a 2 horas depois da PM em Natal, pois a PM est prevista para 0456P e a hora de interesse 0700P. Entrando na referida carta (reproduzida na Figura 10.18), obtmse, para a barra do Rio Potengi: CORRENTE DE MAR R cor = 045 (NE) vazante vel cor = 1,9 ns Como a data considerada uma sizgia (Lua Nova), no h qualquer correo a aplicar velocidade da corrente de mar. 2,1m 0,2m 2,1m 0,2m PM BM PM BM
Figura 10.18 -
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10.12.2CIRCULAO TERMOALINA
Circulao termoalina o deslocamento das massas ocenicas causado pelas variaes da densidade da gua do mar. Esta circulao, como seu prprio nome indica, gerada pelas variaes de temperatura e salinidade, de um ponto para outro dos oceanos. Sendo a densidade funo da temperatura e da salinidade da gua do mar, ela, na verdade, que determina o surgimento e permanncia deste tipo de circulao. Para melhor compreender a circulao termoalina, pode-se fazer uma analogia com um tanque que estivesse cheio de gua relativamente fria. Ao se aquecer a superfcie de um dos extremos desse tanque, a gua se expandiria e seu nvel na extremidade aquecida ficaria ligeiramente mais elevado que o extremo oposto. A gua superficial aquecida escorreria para a outra extremidade do tanque, por cima da gua que no havia sido aquecida e que, portanto, estaria mais fria e com nvel mais baixo. No entanto, a experincia acima indicada ainda no constitui, exatamente, o exemplo de uma circulao termoalina. Era esta, na verdade, a concepo adotada pelos primeiros tericos que desejaram explicar a circulao termoalina: os oceanos seriam aquecidos nas proximidades do Equador e a gua escorreria para o Norte e para o Sul na direo do Plos. Hoje, sabe-se que, embora a diferena de aquecimento entre o Equador e os Plos possa ter um efeito semelhante, ele no tem grande significao, sendo de menor importncia na circulao ocenica. A circulao acima descrita seria puramente uma circulao trmica e operaria na Terra da seguinte maneira: se a superfcie do mar fosse aquecida em uma parte e resfriada em outra, seria estabelecida uma circulao de origem trmica desde a regio que havia sido aquecida para a de guas de menor temperatura, em um movimento horizontal. Ademais, a gua que sairia da zona de maior temperatura seria substituda por gua que ascenderia desde uma certa profundidade, com o que seria estabelecida uma circulao vertical, que se fecharia, no fundo, com um fluxo da gua que havia sido resfriada, na direo da que foi aquecida. Assim sendo, na Terra, o superaquecimento na regio equatorial apenas um dos aspectos do balano trmico, sendo tambm caracterstica do balano trmico a perda de energia dos oceanos, nas altas latitudes, onde, com as perdas de calor que ali se processam, h um resfriamento da camada superficial e, conseqentemente, a diminuio de sua temperatura. A diminuio de temperatura, por sua vez, provoca um efetivo aumento da densidade da gua, o que resulta em um afundamento da massa de densidade elevada, para maiores profundidades. A circulao termoalina tem como origem, portanto, o aumento da densidade da gua superficial, aumento esse que pode verificar-se de duas maneiras: termicamente, por resfriamento da camada superficial, ou indiretamente, quando se d a congelao: a salinidade da gua residual cresce, aumentando tambm sua densidade. O primeiro precesso (resfriamento no inverno) o principal responsvel pela imerso da gua superficial no Atlntico Norte. J no Oceano Austral, o segundo processo (congelao) o mais importante (observa-se que o gelo do mar no totalmente puro, pois consegue reter alguns sais; no entanto, bem menos salgado que a gua residual). Poder-se-ia esperar que o efeito da evaporao, ao provocar um aumento de salinidade, provocasse tambm, nas regies tropicais, um aumento de densidade. Tal no acontece, pois a mesma radiao solar que originou a evaporao, origina tambm forte
258 Navegao costeira, estimada e em guas restritas
aquecimento superficial, fazendo a densidade diminuir, sobrepujando o efeito de crescimento pelo aumento da salinidade. Uma das caractersticas mais importantes da circulao termoalina a que se refere ao padro tpico de seus deslocamentos. A circulao termoalina surge como um fluxo vertical, quando a gua mais densa afunda at profundidades mdias, ou mesmo at o fundo. Em seguida, ela prossegue como um fluxo horizontal, percorrendo grandes distncias. Este aspecto a diferencia da circulao pelo efeito do vento, que, como veremos no item seguinte, uma circulao eminentemente horizontal.
A energia do Sol, absorvida pela Terra, aquece o ar contguo, estabelecendo a grande circulao atmosfrica, ascendente pela parte aquecida e descendente pelos lados mais frios. Os grandes sistemas de ventos da resultantes so mostrados na Figura 10.19. O ar fortemente aquecido nas regies equatoriais torna-se mais leve e ascende, criando na zona trrida um cinturo de baixas presses atmosfricas, denominado Zona de Convergncia Intertropical, ou ITCZ (INTER TROPICAL CONVERGENCE ZONE), para onde flui na superfcie o ar, tanto do Hemisfrio Norte, como do Hemisfrio Sul.
259
Este fluxos, afetados pelo Efeito de Coriolis, que causa um desvio para a direita, no Hemisfrio Norte, e para a esquerda no Hemisfrio Sul, constituem os grandes ventos alsios (ALSIOS DE NE, no Hemisfrio Norte e ALSIOS DE SUDESTE, no Hemisfrio Sul), mostrados na Figura 10.19. O ar aquecido na zona trrida desloca-se em altitude para regies mais afastadas do Equador e passa a resfriar-se, com aumento da densidade. Na altura das latitudes de 30 N e 30 S, o aumento da densidade tal que o ar mergulha, originando, nessas regies, zonas permanentes de altas presses atmosfricas, denominadas CINTURES DE ALTA SUBTROPICAL. Dessas zonas de alta presso, o ar flui tanto para a zona equatorial (VENTOS ALSIOS), como para zonas de baixa presso situadas em latitudes mais altas. Novamente em virtude do Efeito de Coriolis, que causa um desvio para a direita no Hemisfrio Norte e para a esquerda no Hemisfrio Sul, os ventos resultantes em ambos os hemisfrios sopram da direo geral Oeste (W), sendo as reas em que atuam, ento, denominadas de Cinturo de Vento Oeste, ou Oestes Prevalecentes (ver Figura 10.19). Os Plos constituem regies de altas presses atmosfricas (ALTAS POLARES), de onde flui o ar para regies menos frias. Ainda por causa do Efeito de Coriolis (desvio para a direita no Hemisfrio Norte e para a Esquerda no Hemisfrio Sul), os ventos que sopram dos Plos para uma regio de baixas presses na altura da latitude de 60 N e 60 S fluem da direo geral Leste, sendo, ento, denominados Estes Polares (ver Figura 10.19). A zona de baixa presso acima citada conhecida como Frente Polar. A ao desses grandes sistemas de vento sobre os oceanos causa uma circulao predominantemente superficial e eminentemente horizontal. O vento, soprando sobre a superfcie do mar, pe a gua em movimento, em conseqncia do efeito de frico no meio fluido (arrastamento sobre as camadas superficiais do mar). A direo do movimento da gua no oceano no aquela do vento. A rotao da Terra origina a fora de Coriolis, em conseqncia da qual as correntes geradas pelo vento na camada superficial, por ele afetada, movem-se para a esquerda do vento, no Hemisfrio Sul, e para a direita, no Hemisfrio Norte (Figura 10.20). Este desvio de guas superficiais e de blocos de gelo, que percorrem vastas distncias, representam um papel importante na formao das correntes ocenicas. A intensidade do desvio depende da velocidade da partcula e de sua latitude, sendo nula no Equador e mxima nos Plos. Uma partcula em repouso no afetada e tampouco uma partcula que se move exatamente na direo Leste- Oeste no Equador.
Figura 10.20 - Efeito de Coriolis O caminho seguido pelos objetos em movimento na superfcie da Terra desviado pelo efeito de CORIOLIS. No equador no h desvio e este aumenta medida que as Latitudes crescem.
A ao do vento significa, tambm, um transporte da gua da superfcie, 90 para a direita, no Hemisfrio Norte, e 90 para a esquerda, no Hemisfrio Sul, em relao direo para a qual sopra o vento (Figura 10.21).
260 Navegao costeira, estimada e em guas restritas
Figura 10.21 Movimento real da gua produzido por um sistema de ventos quase fechado, no Hemisfrio Norte (desvio 90 para a direita)
10.12.4EFEITO COMBINADO DA CIRCULAO TERMOALINA E DA CIRCULAO GERADA PELO VENTO: CORRENTES OCENICAS
As correntes ocenicas constituem, portanto, o resultado do efeito combinado dos ventos e das variaes de densidade. Nos dois casos, os deslocamentos prosseguem muito alm da regio de origem. Isto obriga, mesmo quando se deseja estudar apenas uma rea limitada, a estender o estudo por regies mais distantes e ampliar o campo das observaes. Os fluxos gerados por estes fenmenos (ventos e variaes de densidade da gua do mar) so, ainda, modificados pela rotao da Terra (que os desvia), pela frico interna do lquido (que os amortece) e pelos acidentes geogrficos e topografia do fundo (que restringem seu desenvolvimento). As circulaes das grandes reas ocenicas mostram semelhanas notveis. Na camada superior, existe circulao no sentido dos ponteiros do relgio, tanto no Atlntico Norte, como no Pacfico Norte; e no sentido oposto (sinistrgiro) no Atlntico Sul, Pacfico Sul e ndico Sul (Figura 10.22).
Figura 10.22 - Principais Correntes Ocenicas
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O padro bsico das correntes ocenicas um sistema quase fechado chamado Giro. Cada oceano apresenta um grande Giro de Correntes centrado aproximadamente nas regies subtropicais (cerca de 30 N e 30 S) de ambos os Hemisfrios. No Atlntico Norte e no Pacfico Norte h, tambm, um Giro de Corrente de sentido oposto no oceano Subpolar rtico (centrado aproximadamente nos 50 N / 60 N) conforme mostrado na Figura 10.22(a). No Hemisfrio Sul, a grande Corrente de Deriva Ocidental (ou Deriva do Vento Oeste), que circunda a Antrtida, pe em comunicao os sistemas de correntes de cada um dos trs oceanos. No h dvidas que a continuidade e a simplicidade aparentes da Deriva do Vento Oeste se devem quase ausncia de barreiras terrestres nessas Latitudes.
Figura 10.22 (a) - Circulao das correntes ocenicas NE - CORRENTE NORTE EQUATORIAL EC - CONTRA-CORRENTE EQUATORIAL SE - CORRENTE SUL EQUATORIAL
No Atlntico Norte e Pacfico Norte, um trao muito notvel a presena de correntes mais estreitas e rpidas no lado Oeste do que no lado Leste, o que denominado intensificao das correntes a oeste. o caso das Correntes de Kuroshio e do Golfo (Gulf Stream), onde as guas avanam de 25 a 60 milhas por dia. O mesmo fenmeno ocorre no Atlntico Sul, no Pacfico Sul e no ndico Sul. Entretanto, a Corrente do Brasil e a Corrente do Leste da Austrlia no so to notveis como as do Hemisfrio Norte. Ademais, no Pacfico Sul, a Oeste a circulao se apresenta complexa e a intensidade pouco definida. As correntes limtrofes orientais, como a da Califrnia no Pacfico Norte e a das Canrias no Atlntico Norte, so sensivelmente mais fracas que as ocidentais, com cerca de 2 a 4 milhas por dia. Na regio equatorial dos trs oceanos existe um sistema de correntes semelhante: uma Corrente SulEquatorial fluindo para Oeste sobre o Equador, ou um pouco ao sul, e uma Corrente NorteEquatorial, na mesma direo, mais ao norte. No Pacfico, as duas correntes (NorteEquatorial e SulEquatorial) so separadas por uma Contracorrente Equatorial, fluindo para Leste, de um lado a outro do oceano. No Atlntico, essa Contracorrente s importante na parte Leste (Corrente da Guin). No ndico as trs correntes clssicas s aparecem durante certa poca do ano, conforme ser adiante explicado. Os Sistemas de Correntes Equatoriais, tambm chamados espinha dorsal da circulao, levam os estudiosos a acreditar que os grandes Giros ao norte e ao sul so propulsados principalmente pelos Ventos Alsios.
262 Navegao costeira, estimada e em guas restritas
Na representao esquemtica das correntes superficiais no Oceano Atlntico (Figura 10.23) pode-se observar a existncia de duas grandes circulaes: uma no Atlntico Norte e outra no Atlntico Sul.
Figura 10.23 - Principais Correntes do Atlntico
A circulao no Hemisfrio Norte apresenta sentido dos ponteiros de um relgio e no Hemisfrio Sul acontece exatamente o oposto. A circulao no Atlntico Norte est dominada pela Corrente Norte Equatorial e o sistema da Corrente do Golfo. A Corrente Norte Equatorial flui para Oeste, na regio dos Ventos Alsios de NE, alimentada pela corrente que, ao largo da costa frica, flui com direo SSW (Corrente das Canrias). Unindo-se do lado ocidental a um ramo da Corrente Sul Equatorial que cruza o Equador e dirige-se ao Caribe, com o nome de Corrente das Guianas, torna-se a Corrente das Antilhas. O sistema da Corrente do Golfo comea com a juno da corrente que atravessa o Estreito de Yucatan e da Corrente das Antilhas e compreende o transporte de gua para o Norte e Leste, desde o Estreito da Flrida, com os diversos ramos e giros do Atlntico NorteOriental, estando formado pela Corrente da Flrida, a Corrente do Golfo (Gulf Stream) e a Corrente do Atlntico Norte. A Corrente da Flrida se estende para o Norte desde o Estreito da Flrida at o Cabo Hatteras, reforada pela Corrente das Antilhas, sendo sua velocidade no Estreito da Flrida maior que 1,6 m/s (3 ns) na superfcie, como resultado da diferena de nvel que existe entre as guas do Golfo do Mxico e as da costa atlntica dos Estado Unidos, devido provavelmente aos efeitos dos ventos alsios. A Corrente do Golfo propriamente dita (Gulf Stream) constitui a parte central do Sistema e vai desde o Cabo Hatteras, de onde se afasta da costa no rumo aproximado NE, at cerca de Latitude 45 N, Longitude 045 W, onde comea a ramificar-se. A Gulf Stream muito bem definida e relativamente estreita (por isso, j foi chamada de um rio dentro do mar), apresentando uma velocidade na superfcie de 1,2 a 1,4 m/s (2,3 a 2,7 ns). A Corrente do Atlntico Norte inflete para Leste como continuao da Corrente do Golfo , na altura da Latitude 45 N, fechando o giro da corrente do Atlntico Norte. Um ramo da Corrente do Atlntico Norte flui na direo geral Nordeste, dividindo-se posteriormente em Corrente da Noruega (ou Deriva do Atlntico Norte) e Corrente de Irminger.
Navegao costeira, estimada e em guas restritas 263
A Corrente da Noruega dirige-se para o Mar da Noruega e depois para o rtico, bifurcando-se, por sua vez, em dois ramos, um que banha as costas N e W do Spitzbergen e outro que entra no Mar de Barents. A Corrente da Noruega tem uma importncia fundamental, tornando o clima no Norte da Europa e na Escandinvia muito menos frio que o clima das regies de mesma Latitude do outro lado do Oceano (Groenlndia e Norte do Canad),banhadas por correntes frias. A Corrente de Irminger flui para Oeste, pelo Sul da Islndia. Proveniente do rtico, flui na direo Sul, do largo da costa E groenlandesa, a Corrente Oriental da Groenlndia, de guas frias. A W da Groenlndia, a Corrente Ocidental da Groenlndia, de guas relativamente mais quentes, corre para o N, entrando na Baa de Baffin, quando suas guas se resfriam e retornam para o S, em conjunto com outras guas rticas, como a Corrente do Labrador, de guas frias, que circula para o Sul, ao largo da costa americana. Os giros de corrente do Atlntico Norte e do Atlntico Sul so separados por uma Contracorrente Equatorial, que corre para Leste e se une a uma corrente que banha a costa da frica, desde o Cabo Verde para o Sul e Leste, penetrando no Golfo da Guin (sendo, por isso, denominada Corrente da Guin). Esta Contracorrente Equatorial mantida em circulao na regio das calmas equatoriais devido ao maior nvel da superfcie do Atlntico Equatorial na parte ocidental do Oceano, em virtude do empilhamento de gua originado pelos ventos alsios. A circulao superficial no Atlntico Sul est compreendida entre a Zona Equatorial e a Convergncia Subtropical. Recebe variadas denominaes, segundo a regio geogrfica por ela percorrida (Figuras 10.24 e 10.25).
Figura 10.24 - As correntes superficiais do Atlntico Sul
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A ao dos ventos Alsios de Sueste a principal responsvel pelo giro Sul Atlntico. Por atrito, os ventos impulsionam as guas para Oeste, formando a Corrente Sul-Equatorial. Embora uma pequena parcela desta corrente passe para o Hemisfrio Norte, com o nome de Corrente das Guianas, o grosso inflete para o sul e segue em uma direo aproximadamente longitudinal (NS), at uma latitude de cerca de 40 S. Quando ela comea a seguir em seu rumo longitudinal, toma o nome de Corrente do Brasil. Ao Sul do continente sul-americano, a Corrente do Brasil inflete para Leste, como parte da Corrente Sul-Atlntica e da Deriva do Vento Oeste, e suas guas atravessam o Atlntico at frica. Junto costa africana, voltase para o Norte, indo constituir a Corrente de Benguela. Uma das caractersticas da Corrente do Brasil ser uma corrente quente e salina, pois provm das regies equatorial e tropical. J a Corrente de Benguela fria e menos salina, devido contribuio das guas da regio subantrtica. A Corrente das Malvinas (Falkland) tambm tem grande importncia no Sudoeste do Atlntico Sul. A Corrente das Malvinas segue prximo ao continente, procedente da regio subantrtica, afastando para o largo a Corrente do Brasil, at uma latitude de 30 S ou 25 S. Por vezes, embora no constituam propriamente correntes, podemos encontrar alguns setores mais frios e menos salinos, em latitudes relativamente mais baixas, nas proximidades do litoral brasileiro. Tais setores correspondem a afloramentos de gua subsuperficial proveniente da Antrtica, e so bem caracterizados no vero, na regio prxima ao Cabo Frio. Na Figura 10.25 esto representados os domnios das principais correntes no Atlntico Sul, do Equador a 60 de latitude Sul. As reas tracejadas so aquelas onde os fluxos so menos definidos, mais variveis ou caracterizados pela insuficincia de dados.
b.
Ao redor de todo o continente antrtico circula a Deriva do Vento Oeste (ou Corrente Circumpolar Antrtica), na direo geral Leste (Figura 10.26), apresentando desvios associados s caractersticas geogrficas e topografia do fundo. Junto costa da Antrtica a corrente flui na direo oposta, isto , para Oeste, conforme mostrado na Figura 10.26, em consonncia com os ventos predominantes de Leste (Estes Polares). Nos mares de Weddell e de Ross, duas grandes reentrncias do continente antrtico, a circulao das guas no sentido ponteiros do relgio.
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Figura 10.26 - Oceano Austral: circulao geral e posio mdia da Convergncia Antrtica e da Convergncia Subtropical
Um dos fenmenos mais caractersticos existentes nos mares austrais o das convergncias zonas para onde correm as guas que circundam a massa continental da Antrtica, mergulhando a grandes profundidades, ao nvel das quais prosseguiro em seu lento caminhar para o Norte. de grande importncia conhecer as caractersticas bsicas da circulao antrtica, pois as mesmas massas de gua existentes nessa regio prolongamse, em profundidade, penetrando no Oceano Atlntico, conduzindo os mesmos valores (ou quase os mesmos, conforme a distncia) de propriedades adquiridas superfcie, na regio antrtica. A temperatura das guas situadas em torno do continente antrtico muito baixa: cerca de 0 C, e mesmo inferior a este valor (em certas regies a temperatura atinge o valor de congelao da gua salinidade de 34,5<194>: 1,9 C). medida que nos afastamos da Antrtica, a temperatura dessas guas, constantemente sujeitas aos ventos que ocasionam a Deriva do Vento Oeste, vai aumentando paulatinamente, at atingir um valor prximo de 2 C. De repente, a temperatura aumenta bruscamente para 3 C. Na regio, ou faixa, ao redor de todo o continente antrtico, em que a gua sofre esse brusco aumento de temperatura, est localizada a Convergncia Antrtica. A, as guas, que ao Sul da Convergncia moviam-se para o Norte, mergulham e prosseguem em seu caminho na mesma direo. A Convergncia Antrtica localiza- se, principalmente, entre 60 e 50 de Latitude Sul, no Oceano Atlntico. A partir dessa regio, para o Norte, a temperatura da gua volta a subir lentamente. Da mesma forma, as guas da Deriva do Vento Oeste continuam a circular e, a cerca de 40 de Latitude Sul, observa-se um novo aumento brusco de temperatura, mais ntido que o correspondente Convergncia Antrtica, com variao da ordem de 4 C. Esta a regio correspondente Convergncia Subtropical. Como na Convergncia Antrtica, as guas convergem, afundam e continuam em direo ao Norte. nos mares austrais que
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se forma grande parte das massas de gua que vo compor a estratificao do Oceano Atlntico (no rtico tambm so produzidas massas de gua que contribuem para essa estratificao). atravs dos mecanismos colocados em funcionamento pelas Convergncias Antrtica e Subtropical que aquela contribuio se verifica. As duas Convergncias separam as guas superficiais em duas zonas que guardam valores distintos de propriedades da gua do mar. A zona que vai do continente antrtico Convergncia Antrtica denominada Zona Antrtica. A Zona Subantrtica estende-se entre as duas Convergncias. Na Zona Antrtica a temperatura do mar superfcie varia entre 1,9 C e 1 C no inverno, e de 1 C a 4 C no vero. Na Zona Subantrtica varia entre 4 C e 10 C no inverno, podendo alcanar 14 C no vero.
c.
Pelo Estreito de Gibraltar penetra no Mediterrneo uma corrente de superfcie, que costeia o norte da frica e que , ao chegar na altura da Siclia, bifurca-se. Um ramo deslocase para a esquerda, banha a costa norte dessa ilha, a costa oeste da Itlia e as costas da Frana e Espanha, terminando em um grande giro a Oeste da Sardenha e de Crsega, rodeando as Ilhas Baleares. O outro ramo desta corrente segue pelas costas do Egito e da sia Menor, pela costa oriental da Grcia, passa junto ao Peloponeso e novamente se bifurca, com um ramo na direo do Adritico e outro que gira para o Sul e Sudeste, para unir-se corrente geral acima descrita. Do Mar Negro sai uma corrente de superfcie para o Mediterrneo, pelos estreitos de Bsforo e Dardanelos.
d.
A circulao no Oceano ndico tem como caracterstica a variao sazonal causada pelas mones.
Figura 10.27 - Carta das mones de inverno (novembro a maro)
De novembro a maro, inverno no Hemisfrio Norte, as mones sopram de terra (Figura 10.27), provenientes da massa continental asitica, com ventos NE frios e secos, em virtude dos rigorosos invernos da sia Central. Nesse perodo, a circulao no Oceano ndico a mostrada na Figura 10.28, com a presena das trs correntes equatoriais clssicas (Corrente Norte Equatorial, Corrente Sul Equatorial e Contracorrente Equatorial entre as duas, fluindo para Leste, aproximadamente na Latitude de 7 S). O giro de corrente no sentido anti-horrio fica bem definido no ndico Sul. Ao Norte da Latitude de 20 S, a Corrente Sul Equatorial flui para Oeste, infletindo depois
Navegao costeira, estimada e em guas restritas 267
para o Sul, alimentando a Corrente das Agulhas, que corre entre o continente africano e a grande Ilha de Madagascar. Esta corrente curva-se para Leste depois de percorrer a costa oriental da frica, fluindo entre a frica do Sul e a Austrlia, conforme mostrado na Figura 10.28.
Figura 10.28 - Circulao no Oceano ndico (novembro a maro)
Aps cruzar o ndico Sul, a corrente inflete novamente para esquerda, fluindo para o Norte como Corrente Oeste da Austrlia (mais fraca que a Corrente das Agulhas, do outro lado do Oceano). Na costa africana, entre Aden e a Latitude de 5 S, as guas fluem para o Sul. Quando sopram as mones de vero, de maio a setembro, com ventos de Sudoeste, quentes e midos (ver Figura 10.29), a Corrente Norte Equatorial desaparece, sendo substituda pela Corrente Monnica, de direo Leste, tampouco estando presente a Contracorrente Equatorial. A circulao no Oceano ndico no perodo das mones de vero (maio a setembro) est mostrada na Figura 10.30.
Figura 10.29 - Carta das mones de vero (maio a setembro) Figura 10.30 - Circulao no Oceano ndico (maio a setembro)
268
e.
No Pacfico Norte, a Corrente Norte Equatorial flui para Oeste e, na regio ocidental do oceano, se bifurca, com um ramo dirigindo- se para o Oceano ndico, pelos estreitos da Malsia e Indonsia, e outro infletindo para o Norte, para formar parte do Sistema Kuroshivo, a Corrente do Pacfico Norte e a Corrente de Tsushima. A Corrente de Kuroshivo corre na direo geral Norte, prxima ao Japo (Figura 10.31), desde a ilha de Formosa at os 35 de Latitude Norte e mostra certa analogia com a Corrente da Flrida, existente na parte ocidental do Atlntico Norte. Apresenta uma velocidade de cerca de 0,85m/s (1,6 ns). Na Latitude de 35 N, a corrente afasta-se da costa do Japo, inflete para Leste (recebendo a denominao de extenso da Corrente de Kuroshivo) e circula nessa direo at aproximadamente a Longitude de 160 E, onde se alarga para logo ramificar-se em duas, mesclando-se o ramo do Norte com a Corrente de Oyashio, enquanto que o ramo Sul alimenta a Contracorrente de Kuroshivo.
Figura 10.31 - Oceano Pacfico: circulao superficial
A Corrente do Pacfico Norte circula desde os 160 de Longitude Leste at os 150 de Longitude Oeste, transportando guas da Corrente de Kuroshivo na direo ESE. O ltimo componente do Sistema Kuroshivo, a Corrente de Tsushima, tem direo Norte e circula no Mar do Japo. Na parte oriental do Pacfico Norte, a Corrente do Alaska flui para o Norte, ao largo da costa do Alaska, percorre as Ilhas Aleutas e entra no Mar de Bering, onde suas guas se resfriam e infletem para Sudoeste, para formar a Corrente de Kamchatka, que, a partir dos 50 de Latitude Norte, aproximadamente, toma o nome de Corrente de Oyashio, para chegar at as ilhas setentrionais do Japo. A Corrente da Califrnia, alimentada pelas guas da Corrente do Pacfico Norte, banha as costas ocidentais da Amrica do Norte desde os 48 de Latitude Norte e une-se Corrente Norte Equatorial na Latitude de 23 N. A Corrente da Califrnia est associada ao fenmeno de ressurgncia que se manifesta de maneira notvel nos 41 e 35 de Latitude Norte.
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A Corrente Norte Equatorial e a Corrente Sul Equatorial do Oceano Pacfico circulam para Oeste, tendo entre elas a Contracorrente Equatorial, que flui para Leste, na regio das calmas equatoriais. A Contracorrente Equatorial do Oceano Pacfico est bem desenvolvida e se acha presente durante todo o ano, correndo sempre ao Norte do Equador, porm em Latitude maior durante o vero no Hemisfrio Norte. Tem uma velocidade mdia de 0,5m/s (0,97 n), mas que pode chegar a 1,0m/s (1,94 n) e produzida pela diferena de nvel da superfcie do oceano, entre a parte ocidental e a oriental, causada pelos ventos alsios (que resultam no empilhamento da gua a Oeste). No Pacfico Sul, a Corrente do Peru (ou Corrente de Humboldt), de guas frias, banha a costa ocidental da Amrica do Sul, tem pouca velocidade e, aos 35 de Latitude Sul, apresenta uma largura de 900 Km (485 milhas). Esta corrente est associada a uma ressurgncia notvel em frente s costas do Peru e norte do Chile. As guas da Corrente do Peru convergem com as da Contracorrente Equatorial que, no inverno no Hemisfrio Norte, dirigem-se mais para o Sul, ao largo das costas do Equador, com o nome de El Nio. Algumas vezes, El Nio avana em direo ao Sul mais do que comum, fazendo com que suas guas quentes cheguem at 12 de Latitude Sul, influindo prejudicialmente na meteorologia dessa regio, ao produzir precipitaes que so at 100 vezes maiores que o normal e ao causar um grande mortandade entre os peixes que povoam a costa ocidental da Amrica do Sul. Na parte ocidental do Pacfico Sul flui a Corrente Leste da Austrlia, menos notvel, e na parte meridional, correspondente regio dos ventos de Oeste, corre para leste a Corrente do Pacfico Sul, mesclando suas guas com a j mencionada Deriva do Vento Oeste. A Figura 10.32 mostra, de forma simplificada, a circulao superficial conjunta de todos os oceanos.
Figura 10.32 - As correntes ocenicas principais
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Na Figura 10.33 (a), o vento soprando paralelo costa, na direo do observador, causar, no Hemisfrio Sul, um transporte das guas superficiais 90 para a esquerda da direo para onde sopra o vento. Assim, o movimento superficial resultante induzido pelo vento dirigese para o mar, fazendo com que ascenda gua sub-superficial perto da costa. Esta lenta corrente ascendente, originria de 100 a 200m de profundidade, chama-se RESSURGNCIA. As correntes ascendentes costeiras so comuns nas costas ocidentais de todos os continentes. Os movimentos verticais da gua levam superfcie do mar substncias que favorecem o desenvolvimento abundante de fitoplancton, por isso as zonas de ascenso de guas podem alimentar grandes populaes de peixes. O vento NE, que sopra ao longo do litoral brasileiro, faz com que, na regio de Cabo Frio, por sua conformao, as guas superficiais sejam impulsionadas para alto-mar. Como resultado, as guas mais frias do fundo, ricas em sais nutrientes, ascendem superfcie, fertilizando a regio, num fenmeno tpico de ressurgncia.
Figura 10.33 (b) - Ressurgncia no Hemisfrio Sul
Na situao mostrada na Figura 10.33 (b), o vento soprando paralelo costa, afastando-se do observador, tambm produziria, no Hemisfrio Sul, afastamento das guas superficiais e ressurgncia das guas sub-superficiais ricas.
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Quando os movimentos da gua induzidos pelo vento so em direo costa, produzem-se movimentos de submerso das guas superficiais e o fenmeno denomina-se subsidncia, conforme mostrado nas Figuras 10.34 (a) e (b), para o Hemisfrio Sul.
Figura 10.34 - Subsidncia no Hemisfrio Sul
Desta forma, tornase importante para o navegante o conhecimento antecipado dos elementos da corrente (Rcor e velcor), a fim de lev-los em considerao no planejamento e na execuo da derrota. Para a camada superficial, de umas poucas dezenas de metros, existe um bom acervo de informaes sobre correntes em grande parte dos oceanos. As informaes provm no s do trfego martimo regular, como tambm de pesquisas oceanogrficas. Nas campanhas oceanogrficas utilizam-se correntmetros e correntgrafos de vrios tipos, para determinao precisa dos elementos das correntes. Alm disso, modernamente, determinam-se os elementos das correntes ocenicas por sensoriamento remoto, atravs do acompanhamento, por satlites, de bias de deriva e outros tipos de derivadores. Os Servios Oceanogrficos de vrios pases passaram a coletar sistematicamente todas essas informaes e publicar documentos de fcil consulta pelo navegante: As CartasPiloto referentes aos vrios oceanos. Hoje dispe-se de um conhecimento razovel da circulao superficial de grande parte dos oceanos. Este conhecimento substancial e minucioso nas regies muito freqentadas por navios, como as principais rotas comerciais do Atlntico e do Pacfico Norte, mas escassa em outras regies, como o Pacfico Sul Oriental e o ndico Sul.
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Ademais, as correntes variveis, como as correntes das mones, do Oceano ndico, no esto bem definidas, mesmo com todas as observaes j realizadas. H necessidade que se estude melhor as condies do Oceano ndico, em determinadas regies, para se verificar a extenso das mudanas produzidas pelas variaes locais do vento, do regime das mones. A Diretoria de Hidrografia e Navegao da MB edita o Atlas de CartasPiloto referente ao Atlntico Sul Ocidental. O Oceanographic Office dos Estados Unidos da Amrica publica as Pilot Charts relativas aos diversos oceanos. As CartasPiloto, preparadas uma para cada ms, apresentam, alm de diversas outras informaes meteorolgicas, oceanogrficas e geofsicas de interesse para a navegao, os elementos das correntes ocenicas superficiais para diversos locais das reas nelas representadas. A direo (ou rumo) da corrente indicada por uma seta e a velocidade mdia, em ns, impressa ao lado da seta que representa a direo. Alm das CartasPiloto, algumas Cartas Nuticas tambm indicam, ou informam (em Notas de Precauo), os elementos das correntes ocenicas de superfcie. Ademais, os Roteiros tambm constituem fontes de informaes valiosas sobre as correntes ocenicas, devendo ser sempre consultados pelos navegantes. Os Roteiros publicados pela DHN incluem, para cada trecho de costa descrito, uma seo intitulada MARS E CORRENTES, onde so apresentadas as principais informaes sobre os referidos assuntos. Reproduz-se abaixo, como exemplo, as informaes sobre correntes fornecidas pelo ROTEIROCOSTA LESTE para o trecho DO PORTO DE VITRIA AO CABO FRIO:
CORRENTES
A corrente ao largo tem a direo geral SW, como velocidade mxima de 1 n. Nas proximidades do Cabo de So Tom: a velocidade da corrente aumenta com a aproximao da costa; com vento de NE a corrente tem a direo S, junto costa, e SW ou WSW, mais ao largo, com 0,8 n ou mais, dependendo da fora do vento; ventos frescos de SE e S podem anular a corrente; e tem-se observado, em algumas ocasies, uma contracorrente para SW que vai ao encontro do cabo de So Tom com vento fresco de NE. Ao largo do Cabo Frio, ventos de NE geram corrente para SW e ventos de SW geram corrente para NE, em ambos os casos com velocidade de 0,5 n a 1,5 n, sendo comum estas correntes precederem os ventos. Prximo ao Cabo Frio, ventos do S geram corrente para o N e ventos de NE geram corrente para W. Uma contracorrente em direo ilha do Cabo Frio sentida at 10 milhas a W da ilha, sendo de maior intensidade de setembro a dezembro.
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