A Seleção Do Cavalo de Equoterapia

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A Seleo do Cavalo de Equoterapia

A escolha correta do cavalo de Equoterapia fator determinante para o sucesso do Mtodo e bom desenvolvimento das atividades teraputicas, tendo em vista a relevncia do seu papel na Equoterapia. O plantel de um centro de Equoterapia deve ser diversificado, sendo que os animais devem apresentar um ndice torcico variado alm de diferentes angulaes de quartela, altura e pelagem diversa. A questo fundamental refere-se ao fato de no haver uma raa ideal para a realizao da Equoterapia. A ANDE-BRASIL descreve o cavalo ideal para as atividades equoterpicas sendo como aquele de movimento rtmico, preciso e tridimensional, permitindo a todo instante entradas sensoriais em forma de propriocepo profunda, estimulaes vestibular, olfativa, visual e auditiva . No entanto, para o desenvolvimento harmnico dos movimentos e perfeita interao com o praticante, existem outras caractersticas pertinentes a serem observadas, sendo estas os aspectos morfolgicos, o andamento, o temperamento e o treinamento (MATT). A anlise do MATT deve seguir critrios tcnicos que objetivam a qualidade do movimento e da ndole. Quanto morfologia, o cavalo dever ser analisado pelos aprumos, tamanho do dorso, permetro torcico, garupa e garrote. Entende-se por aprumos a exata direo que tm os membros, com relao ao solo, de modo que o peso corporal do cavalo seja regularmente distribudo sobre cada um daqueles membros, como posio das patas e o arqueamento dos joelhos.Os aprumos regulares permitem o correto desenvolvimento locomotor e o equilbrio perfeito. As caractersticas dos aprumos anteriores regulares so: Visto de perfil; dever partir da articulao escpulo-umeral, na sua poro mais anterior e descer paralelamente ao membro, tocando o solo a cerca de 10 cm frente da pina do casco(d-b). Tirada do centro de sustentao da espdua sobre os membros anteriores, passar pelo meio do brao e tocar o solo pelo meio do casco como se o dividisse lateralmente em dois(c-d). Visto de frente; uma vertical baixada da ponta da espdua ao solo deve dividir teoricamente o joelho, a canela, a quartela e o casco em partes iguais (h) Os aprumos posteriores devem possuir as seguintes caractersticas: Visto de perfil; baixada da ponta da ndega, tangenciando o jarrete, tocar o solo atrs dos tales (i-j). Baixada da soldra, toca o solo a cerca de 10 cm adiante do casco (m-o). A linha baixada da articulao coxo-femural deve passar pelo centro da perna e toca o solo, dividindo o casco pelo meio(k-l). Visto de trs; baixada da ponta da ndega ao solo e dividir, a partir do jarrete, as regies ao meio, ficando entre os cascos uma distncia igual largura destes (p).

Quando os membros so irregularmente aprumados, os ps sofrem runa prematura e, prejudicam os andamentos e diminuem a resistncia do animal. O equilbrio do cavalo verificado sempre que uma vertical baixada de seu centro de gravidade cai dentro da base de sustentao, espao este limitado pelas linhas que ligam as extremidades inferiores dos membros. O cavalo deve possuir um dorso mediano, de aproximadamente 1,55m de altura, facilitando assim o acesso do terapeuta e transmitem maior segurana aos pacientes quando estes so mantidos mesma altura dos profissionais que os acompanham. O permetro torcico deve contribuir para o posicionamento correto do praticante e no tornarse impeditivo aos que possuem abduo de pernas prejudicada. A garupa deve ser de proporo intermediria: no muito horizontal nem muito vertical, situada no mnimo na linha do garrote ou preferencialmente abaixo desta, a fim de proporcionar o engajamento ideal dos posteriores e o transpistar ao passo. O garrote deve ser saliente (sem excesso), espesso, longo (at meio do dorso) , favorecendo o movimento da coluna, e oferecendo maior segurana ao praticante quando houver desequilbrio para frente. O cavalo de Equoterapia deve ainda apresentar as trs formas de locomoo naturais do cavalo, ou seja, um passo que deve ser diagonal, a quatro tempos, mantendo um equilbrio bastante estvel para o paciente; o trote saltado, diagonal, a dois tempos e simtrico; o galope saltado, assimtrico, diagonal, a trs tempos, ambos amplos e bem diferenciados O ideal que o animal consiga movimentar-se de forma harmnica e eficiente, podendo distribuir o fluxo de energia (peso) de sua carga (praticante), de maneira equilibrada de forma que possa manter a vibrao da energia do corpo sem oscilaes ou desvios. A personalidade do cavalo resultante da hereditariedade, da idade, do manejo, do equilbrio genital e endcrino de vrios outros fatores inerentes a sua fisiologia Assim importante a identificao das reaes psquicas do cavalo frente aos estmulos do ambiente que o cerca, traduzindo sua sensibilidade e excitabilidade. O cavalo deve aceitar a utilizao de materiais pedaggicos e brinquedos de modo que no se assuste com a utilizao dos mesmos e nem com gritos e reaes inesperadas dos praticantes e ser tolerante quanto a rampas, cadeira de rodas, muletas e outros equipamentos utilizados por pessoas portadoras de limitaes fsicas. Neste sentido devem-se descartar os animais com menos de seis anos de idade, os machos no castrados e as fmeas com cria ao p devido ansiedade e desconcentrao freqentemente observadas em suas atitudes. Quanto ao treinamento, estes devem estar aptos a conduo do solo aceitando o terapeuta e os auxiliares laterais, aos exerccios de volteio e flexionamentos, ao comando de voz no trabalho de guia e ainda aceitar as ajudas bsicas do adestramento clssico.

Para uma anlise completa , formulamos o quadro-guia abaixo contento as caractersticas gerais necessrias ao cavalo ideal para a prtica da Equoterapia

Anlise de Movimentos Qualidades


Propulso (vista de traz) Para cima (e para a frente)

Defeitos
Para os lados

Passo

Amplo (transpista-se), simtrico, cadenciado, lento

Curto (no se transpista), assimtrico, precipitado, irregular Duro, pouca amplitude (no se transpista), irregular

Trote

Elstico, simtrico, ligeiro, amplo (transpista-se), cadenciado

Galope

Elstico, cobre muito terreno, cadenciado, posteriores debaixo da massa

Duro, cobre pouco terreno, precipitado, desordenado, posteriores atrs da massa

Anlise do Comportamento Qualidades


Na baia Se preso fica calmo

Defeitos
Puxa para trs

Na baia

Deixa que lhe abram a boca, que se examinem os dentes e os olhos, que lhe levantem os ps e se verifiquem os tendes

Defende-se levantando a cabea, tenta morder, d coices, pesa sobre o homem

Na baia

Deixa pr a cabeada, deixa pr o arreio

Foge, tenta morder, volta a garupa para o homem, defende-se levantando a cabea, tenta morder, mostrase complicado

Na baia ou em liberdade

Calmo, tenta compreender, est confiante

Mostra-se nervoso, foge, tem medo

Em liberdade

Vem ter com o homem, deixa que lhe faam festas, est atento ao que se passa sua volta

Foge do homem, indiferente ao que se passa sua volta

Montado

Tem um comportamento correto, tranquilo, atento

Tenta despejar o cavaleiro, foge, precipita, enerva-se sem razo, tem medo de tudo, apresenta problema respiratrio

Anlise da Morfologia Qualidades


Harmonioso, equilibrado, bem proporcionado, distinto, inscreve-se num quadrado ou quase (ver desenho) Tecidos compactos, msculos aparentes, plo brilhante . Proporcionada, bem ligada, em acordo com a raa, olhar vivo e atento Longo, recto ou ligeiramente convexo na sua linha superior, bem ligado e bem dirigido desde a base (aproximadamente 45 ), denso na base Saliente (sem excesso), espesso, longo (at meio do dorso) Proporcionado, horizontal, largo Curto, bem ligado, espesso Horizontal ou a descer para trs (garrote mais alto que a garupa), Um garrote baixo e uma ponta do ilum alta podem enganar deixando supor que a linha do dorso desce para a frente. Longas, fortes, largas, obliquas (excepto nos trotadores) Profundo, largo Aprumados, articulaes fortes, secos, sem taras Longos, inclinados, musculados

Defeitos
Constitudo como que por bocados de vrios animais, grosseiro, mais alto que longo Magro, obeso, sem msculos aparentes, mau plo Pesada, mal ligada, sem expresso, em desacordo com a raa, lbio pendente Curto, mal ligado, concavo na sua linha superior, orientao tendendo para a vertical, ganachas pesadas Baixo, esguio, inexistente Longo, selado (concavo), estreito, muito longo Longo, mal ligado, estreito, cncavo ou convexo Garupa mais alta que o garrote. Um garrote alto pode enganar deixando supor que a linha do dorso sobe para a frente. Curtas, estreitas, verticais Cilndrico, estreito Desaprumados, articulaes fracas, com taras Curtos, tendendo para a horizontal (excepto nos trotadores), ou para a vertical (excepto nos galopadores), pouco musculados Curtos, finos Estreitos, planos, abertos ou fechados, mal definidos, altos Estreitas, afuniladas por baixo dos joelhos, com taras, tendes esforados Longas, verticais ou demasiadamente horizontais Fracos, redondos, com taras Partidos, defeituosos, tales baixos, tales altos Curta, estreita, esguia, demasiadamente inclinada Curtas Curtas, pouco espessas Estreitos, fracos, muito fechados ou abertos, com taras

Corpo no seu conjunto Estado geral Cabea Pescoo

Garrote Dorso Rim Direco do dorso (linha entre o centro de oscilao anterior e o centro de articulao posterior).

Espduas Peito Membros Braos

Antebraos Joelhos Canelas Quartelas Boletos Ps (cascos) Garupa Coxas Pernas Curvilhes

Longos, espessos Largos, espessos, bem marcados, baixos Fortes, curtas, sem taras, com tendes sos Curtas, bem orientadas Fortes, sem taras Sos, com bons ngulos Longa, arredondada, larga, ligeiramente inclinada, bem ligada ao dorso Fmur longo, orientado para a frente Longas, largas, descendo baixo Largos, espessos, aprumados, sem taras

Autor : Eduardo Colamarino

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