APONTAMENTOS SOBRE CARTAS RETIRADOS DO BLOG DO ALEXSANDER LEPLETIER (http://lenormando.blogspot.

pt)

WEDNESDAY, JANUARY 10, 2007

THE END

Havia pensado em escrever sobre a carta do Trevo, (a carta da sorte, alegria e oportunidade) como primeiro post do ano, mas inegvel a forte influncia de outra lmina nesse momento da minha vida: O Caixo.

2006 foi um ano de grandes transformaes, de ganhos que s foram possveis com grandes perdas. No sei se vocs largariam toda uma vida estruturada e materialmente segura pela sensao de satisfao, liberdade, bem-estar e alegria. Eu sim!

O Caixo perda, morte, fim. Fala-se muito em mudana radical, mas acho que as pessoas no associam muito a palavra mudana perda mesmo essas duas sendo gmeas siamesas, inseparveis. Temer a carta por trazer a imagem da morte e do fim um tanto imaturo e precipitado, pois com a morte que a vida se faz.

O meu amigo Caixo abriu e fechou o ano de 2006 com trs acontecimentos marcantes e decisivos: A morte de um primo querido, a deciso de largar tudo em Portugal e voltar para o Brasil e o fim de uma relao de seis anos.

Meu primo se foi. No volta mais. Minha tia est viva e minha prima rf de pai, porm h vida nova: ela estava grvida quando ele morreu e seu filhinho lindo veio trazer alegria famlia num momento de luto e dor.

Cezar foi e no volta mais. Pedro veio para ficar at chegar sua vez de partir. Pai e marido deram lugar a neto e filho. O passado deixa saudades pois irrecupervel. O futuro traz alegria e esperana, e assim a balana se equilibra.

Portugal foi uma terra de aprendizado e amadurecimento, uma grande escola. Lio aprendida, hora de partir. Fruta madura tem de ser colhida, se no estraga.

Em meio muita relutncia e indeciso, do medo de perder tudo o que foi construdo, decidi voltar para casa para junto do sol, do calor e do mar. No fcil deixar anos de trabalho e uma carreira slida para trs, mas se pensarmos que o que foi construdo no uma carteira de clientes, status ou qualquer bem material, fica to fcil como escrever o prprio nome. Tudo tem seu tempo e, se no respeitamos essa lei universal, entramos em decadncia.

Amor Romntico morre para nascer a amizade. Foi assim que tudo acabou aps seis anos, quatro meses e seis dias depois do ltimo captulo de Cobras e Lagartos no sof da sala pouco antes do ano acabar, no dia 29. Insistir num amor morto era matar a amizade, assassinar o carinho. Resistir mudana e evitar a perda perder vida!

Se compreendssemos melhor o Caixo, as coisas seriam muito mais fceis. Haveria mais felicidade.

Vivendo o Caixo, pude perceber a necessidade do desapego. Alguns autores referem-se a essa carta como indicativo de depresso, tristeza e saudade. Isso muito evidente quando ainda h apego e a carta indica um grande buraco por onde escoa toda a vitalidade. As energias so direcionadas para algo que no existe mais, no faz parte do momento, j foi. Quem assistiu "Entrevista com o Vampiro" deve se lembrar de Louis no comeo no filme, desistindo da vida pela perda da mulher e do filho.

Se o aceito, ele torna-se um alvio e abre as portas para direes nunca antes trilhadas. Como diz Nei Naiff, A dor faz parte da vida, o sofrimento opcional. O grande obstculo do caixo esse apego pois, se insistimos nele, a carta se torna grande problema.

Terminar a minha relao custou e est custando um bocado, mas muito menos do que outras de um ms ou dois. Nessa houve mais sentimentos que em outras, o que fez a diferena foi o desapego, a conscincia de que se chegou num ponto de saturao e que hora de deixar ir. Liberdade e alvio. Quem me dera saber disso antes...

Deixar Portugal gera ansiedade e um certo frio na barriga, mas ficar abrir mo da minha felicidade, que no est aqui. Ento, s mesmo deixando para trs e seguindo em frente.

E assim ser!

O fim, a morte e a perda geram abertura, vida e oportunidades! O que antes era, j no mais ser.

E no Caixo, onde tudo se esgota, vale pena lembrar:

Que se esvazie o que est cheio para se encher o que est vazio

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SUNDAY, MARCH 11, 2007

SAGRADA E FEMININA
Para celebrar os dias da mulher, de 01 a 31 de Janeiro a Dezembro, vamos falar da carta 29. Pois , no mundo Lenormand, 29 o nmero mais feminino, gracioso e belo.

No Tar e na cartomancia temos a Imperatriz, a Papisa e as rainhas dos naipes: ouros, espadas, copas e paus. Nas runas Berkana, a btula. No nosso querido baralho cigano, temos A MULHER em toda a sua fora, sintetizando qualidades, defeitos e atributos do feminino sagrado e mundano.

Mulher em sua pura essncia tal qual diz no poeminha da lmina: A mais bela de todas as cartas, essa senhora certamente . Que ela lhe traga muita sorte e uma vida livre maldade.

A carta 29, bem como a 28 (Mulher e Homem), foram concebidas para representar a consulente e o consulente respectivamente, como vemos no Grand Lenormand e no baralho de Etteilla, criador dessa inovao. Mas com a evoluo dos mtodos divinatrios e a reviso dos smbolos, as cartas puderam gozar de toda a sua fora simblica, vindo a representar muito alm de pessoas.

Cada carta que a toca manifesta uma caracterstica sua. A cegonha faz-lhe me. A criana faz da Mulher, moa. O Urso, dominadora. A rapoza, fofoqueira. O Bouquet, Bela. E o Cavaleiro, Princesa.

Vnus Ourania, Pandemos, de Willendorf, De Millus.

A mulher encerra em si a fora criadora, e nela que o universo se manifesta atravs do milagre da vida, celebrando-a.

Como o estourar de uma champage na noite de ano novo, assim que cada um de ns chega nesse mundo. Em meio a exploso das guas, o esforo, o sorriso, a celebrao, a satisfao e o alvio.

O feminino to poderoso que muitas vezes nem precisa do masculino para gerar vida. A Abelha, a Dafne, Lagartos, Peixes e at Perus! Partenognese, o nascimento da virgem. A urgncia do nascimento lhe d poder para romper todas as barreiras.

Sua fora a da seduo. Seus msculos esto no corao, dentro do peito, lar dos seios, sedutores, de onde sai o leite com que nutre e alimenta. D prazer.

Sagrada e Feminina, ela a Beleza e a Graa.

E falando de beleza e graa, no poderia deixar de lembrar daquela que 29 de corpo e alma, Zoe de Camaris. Uma mulher com M maisculo que, a meu ver, a escolha certa para ilustrar essa lmina.

Para descrev-la no preciso perder muito tempo: seu nome j diz tudo.

No grego antigo haviam trs palavras que significavam vida:

Bios, Psyche e Zoe

Zoe Bios, vida como quantidade. O que precisamos para manter corpo e alma juntos. o que garante a nossa existncia material. Onde se manifesta o prazer pela vida e a sua aparncia. E em Bios, Zoe Bela.

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THURSDAY, MARCH 08, 2007

A Fada, o Pirlim-pim pim e o Jardim

Depois da morte, o mundo explode em vida. Agora enche-se o que se esvaziou.

Quando estamos abertos para a vida, ela nos preenche. Obedecendo Lei da Correspondncia, aqueles que se harmonizam em tom vibram em conjunto". Assim nos dado aquilo que precisamos para crescer. Aps todo um processo de dissoluo e desintegrao, a desconstruo purificadora e libertadora de mim mesmo vivida no Caixo, foi possvel uma reconexo com o mundo, vendo-o por outros olhos. Desperta em mim uma Nova Conscincia.

E em Campina Grande, no Estado da Paraba que me vejo dentro da carta 20: O Jardim onde a vida abunda e a diversidade se harmoniza.

Smbolo do paraso terrestre, onde sua fonte central jorra incessante e abundantemente, ela o alimento de toda vida que a circunda, garantindo a beleza da diversidade integrada. Impregnado pelo perfume de suas mil flores, refgio, sombra e frescura. Uma promessa de paz e unio. Assim o Jardim, assim o Encontro da Nova Conscincia.

O ponto de convergncia onde tudo se mistura, se completa e se harmoniza; onde os diferentes se renem e cada um belo em sua prpria maneira de ser. Aqui os iguais no tm vez! E a verdadeira paz e conciliao se fazem ver, ouvir, sentir e viver.

Ainda embriagado pelo xtase de ter participado e sentido-me dentro de uma manifestao fsica e melhorada dessa lmina, tento relatar o presente que a vida me deu.

No posso dizer que tudo comeou a acontecer em Campina Grande. No caminho para o aeroporto, j se fazia sentir o perfume das flores que abriam caminho para ns, em meio ao caos do perodo pr-carnavalesco. Libertando-nos, milagrosamente, dos infernais engarrafamentos caractersticos dessa poca. E assim eu e meu amigo-irmo Giancarlo Schmid chegamos na hora certa e sem transtornos para nos encontrarmos com algumas das cores mais vivas do encontro: Nei Naiff, Bola, Waldemar Falco e o sem cerimnia Pedro Camargo, uma das figuras mais divertidas com quem j estive.

Quando me viu, Pedro disse: Eu j te conheo, no? Nossa, parece que j nos conhecemos! O que se repetiu com Waldemar e tantos outros a partir daquele momento. Os pozinhos de pirlimpimpim da Fada do Agreste j estavam no ar, espalhados pelo vento e chegando no Rio de Janeiro! E a magia do amor, da paz e da unio j comeava a fazer efeito, despertando em ns uma nova conscincia das coisas e das pessoas.

No aeroporto de Recife, quase dava para ver o brilho do pozinho da fada no ar, que se encontrava em maior quantidade por ser l o ponto de encontro de todos que vm de outros estados. E claro, onde uma grande quantidade de seres de outros planetas e dimenses se renem. Avio que nada! Aquilo mais parecia uma vassoura de urze gigante, ou mesmo o trem do Harry Potter! Tarlogos, astrlogos e quiromantes. Xams e wiccans constituam a maior parte dos passageiros. bvio, me senti a caminho de Hogwarts.

Viagem longa, mas muito divertida. Quem consegui dormir no avio com o escndalo das minhas gargalhadas e as do Alexey e do Gian?

Foram cinco dias de alegria, trabalho, crescimento e amizade.

Palestras maravilhosas, cursos superinteressantes. Tudo acontecendo ao mesmo tempo em vrios lugares da cidade: Baralho Cigano, Tar e Astrologia, RPG, Arte, Filosofia, Educao, Sexualidade e Cincia.

E no corao disso tudo, no centro desse Jardim, escondida entre as folhas e sem dar muito nas vistas, estava a nossa fada, me de tudo isso. Aquela que deu forma e vida a uma idia que s pode ter sido soprada pelos Deuses e Deusas em seu corao: A tal Fada do Agreste, senhora do arco-ris: querida ris!

At seu nome transporta o sentido da Nova Conscincia, pois ris a personificao do arco-ris que une o cu a terra com suas sete cores. Dessa forma, faz a mensagem de Deus chegar at ns: Amor e Unio.

Pelo que pude ver esse evento mexe com todos que dele participam - tanto com os ouvintes das palestras quanto com os prprios palestrantes. E isso ESPIRITUALIDADE. Mudana interior.

Amizades nasceram. Zoe de Camaris, que alegria foi descobir nela uma amiga! O tricotar do cco com a Verinha! O sorriso vivo do Ahran. As aventuras e o humor contagiante do doido do Alexey. A doura da Sandra Ayana, a irreverncia da Lu Ynaiah, o Bola! Gente que mora longe, mas que em Campina Grande pde se reunir e se conhecer.

Gian, Nei, Pedro Camargo, Waldemar Flaco, Ana Maria Bahiana. A galera do Rio!

Foi na Van, a caminho da Pedra do Ing, que as contos dos esquizotricas encheram o ar com seus detalhes bizarros e engraados, arrancando gargalhadas de todos.

Mesmo com a palhaada de alguns palhaos, tudo correu bem. Muita luta e muito esforo foram necessrios para o evento acontecer, mas a vontade do Universo maior que a do Homem.

Queria deixar aqui muitos vivas para todo o pessoal que tornou possvel tudo isso. Muito obrigado do fundo do meu corao! MOB, Vincius, Gil e todo mundo que no conheci mas que lutou e trabalhou para as coisas funcionarem.

Um beijo enorme para a amiga ris!

E assim diz o poema da carta 20: Aquele que estiver nesse jardim muitos bons amigos far

Unio, socializao, festa e beleza. Amor e amizade. Alegria na Paz.

www.novaconsciencia.com.br

Abrir-se para vida, aceitar as diferenas como formas de acrescentar e no de subtrair o esprito da vida. E ento? Vamos viv-la?

Beijo a todos!

Alex
POSTADO POR ALEXSANDER S 1:51 PM 2 COMMENTS:

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THURSDAY, APRIL 26, 2007

50 CHIBATADAS

Hoje o assunto violncia. Seu nmero no Lenormand 11 e sua cara o Chicote. Porrada, chicotada, saraivada, ofensa, briga, litgio, dor, castigo. A lista dos seus atributos longa e bem conhecida por todos, pois hoje em dia, assim como nos anos, sculos e milnios que se passaram e abrigaram a nossa histria, ele sempre esteve presente fora e dentro de ns.

A palavra chicote vem do nautle, significando uma vespa, cuja aguilhoada queima na pele. Smbolo da agresso e da violncia, vem a ser o uso abusivo e excessivo da fora, causando dano e destruio. uma energia que separa e desune, destri e auto-destri. Muita gente violenta e nem se d conta, pois certos comportamentos so to normais que nem so sentidos os danos. E nessas horas ser anormal d um prazer enorme. engraado como se pode ser violento e destrutivo por uma causa nobre. J diz o ditado popular: "De boas intenes o inferno est cheio", e cada vez enche mais!No ltimo ms de Fevereiro, ao participar do Encontro da Nova Conscincia em Campina Grande, pude testemunhar o quo irracional, animal, orgulhoso, vaidoso e medocre pode ser o ser humano. Graas a Deus que nem todos so assim, e por falar Nele, at o Cara entrou na dana! Foi em seu nome que o chicote rodou no alto e aoitou, ou pelo menos tentou, as costas de muita gente. Um grupo de Jovens Evanglicos, fanticos e obcecados pelo seu suposto amor a Jesus organizaram-se para tentar, de todas as formas, sabotar e prejudicar o evento.Um encontro que prega a paz, tolerncia, unio e fraternidade, em que fere a crena ou religio de algum? Nessas horas eu fico a pensar: o que fala mais alto, o amor a Jesus ou o dio ao Diabo?

As situaes foram diversas. Um grupo de teatro muito bem organizado, vestidos de palhao cantando e danando, parava na porta do teatro para bloquear o acesso das pessoas s palestras. Um grupo de senhoras que se diziam fazer parte da Associao Brasileira de Mes foi instrudo a estar na sala do Encontro GLBT meia hora antes, para que este fosse impedido de ser realizado e, no satisfeitos por no conseguirem impedi-lo, puseram-se a ensaiar peas de teatro prximos a porta, fazendo bastante barulho. Chibatada!A inconsequncia dessas criaturas foi tanta que acenderam duas piras alimentadas por querosene ou gasolina para encenar mais uma de suas peas, onde mostram Jesus como libertador de pecados. Resultado: a fumaa negra das piras entrou no teatro causando um intenso mal cheiro e a prpria colocao das mesmas ameaava a segurana das pessoas que l estavam, pois havia muita gente no local. Chibatada!O mais impressionante foi a ao dos bombeiros que estavam l

de planto: no fizeram NADA!

Um panfleto com desenhos que lembravam a guerra dos mundos foi distribudo para todos e seu contedo mostrava a GUERRA do BEM contra o MAL. Uma menina de cerca de 8 anos de idade aproximou-se de um dos palestrantes entregando-lhe um desses e dizendo que ns somos do bem e vocs do mal.Aps enorme presso psicolgica e provocaes a I Sandra Medeiros, uma das palestrantes e representante da tradio de Orix descontrolou-se aps ter sido chamada por vrios nomes e ter sido acusada de ter ligaes com o demnio. Manifestando-se de forma exaltada contra o ato repugnante, a reao dos seguidores de Jesus foi gritar: Ns vencemos!, num ato de extrema covardia e mostrando a intenso dos protestos, que era fazer com que ns perdessemos o controle e reagssemos agressivamente para que seus protestos tivesse justificativa. Chibatada! Intolerncia, obsesso, fanatismo. Uma vergonha! 50 chibatadas em nome de Jesus! Em nome do amor ao prximo!

50 chibatadas em nome de Deus, que Bom!

50 chibatadas em nome da f que eleva!

Afinal de contas, no temos de aprender que Deus amor e que s Ele o caminho e a salvao para um mundo de paz? No tenho dvidas, mas sim minhas certezas.

Como disse num outro texto: "Como a vontade de Deus maior do que a do homem..." O evento aconteceu. Foi lindo, maravilhoso, um sucesso. Os esforos de muita gente de luz que no est para fazer guerras entre mundos, mas alegria entre todos, foi recompensado por Deus, Jesus, Universo, Deusa e todos os seus outros nomes com um lindo arco-IRIS (e companhia) a iluminar a alma de todos que l estiveram de corao aberto para celebrar a alegria de partilhar o mundo em harmonia. Muita ateno com as suas verdades, com seus conceitos de certo e errado, pois esses podem se tornar verdadeiros chicotes, ferindo, afastando e destruir tudo de bom que o mundo tem a lhes oferecer. Que essa situao desagradvel no caia no esquecimento!

O chicote o produto da raiva de quem o impunha. A projeo de seu dio, frustraes e incapacidades. E quando acerta nas costas de quem est em paz, faz-se nascer dentro desse

corao e assim a destruio e a violncia se espalham como se fossem uma doenaa... A menos que o amor seja mais forte que a dor e a ira.

A paz do Lrio para todos vocs!

Alex
POSTADO POR ALEXSANDER S 5:24 PM 4 COMMENTS:

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MONDAY, SEPTEMBER 24, 2007

Passarim que voar!

C estou eu de volta, depois de tanto tempo: com o regresso ao Brasil e ainda muita coisa para resolver, tendo encerrado dois meses de intenso trabalho e tudo acontecendo ao mesmo tempo!

Arrumei malas, procurei quem comprasse os mveis da casa, tentei falar com o senhorio para entregar o apartamento mas ele nunca atendia o telefone Consultas, cursos, textos para escrever, amigos querendo se despedir, muitos lugares ainda por visitar, convites de viagens irrecusveis (todas pagas!), mas e o tempo? 24 horas muito pouco!

Sentimentos de alegria, saudade, expectativa e ansiedade. Tudo ao mesmo tempo!

Nessa onda frentica e stressante, lembrei de sentar e escreve sobre a carta dos pssaros. Pois , complexa de se compreender, se vista com superficialidade e sem se observar as origens do baralho. Muita gente que no conhece a escola europia se pergunta: Mas o que tem as ver os pssaros com essa confuso toda? Eles no significam isso!

, na escola brasileira, os pssaros representam alegrias e amores. Onde as avezinhas so observadas em seu aspecto primaveril e matinal, cantando uma melodia doce e bela que sada o sol que se ergue na primavera ou nos dias quentes de vero. Acordando-nos de forma suave e carinhosa e fazendo despertar os sentimentos de alegria e festa dentro de nossos coraes.

Porm, se voltarmos no tempo e formos para o sculo XIX, mais precisamente na sua segunda metade onde o Petit Lenormand encontra sua aurora, veremos que histria bem diferente. A lmina 12 tem a sua iconografia representada de duas formas distintas: com Pssaros ou Corujas. Seus atributos no tinham (e continuam no tendo) nada a ver com a verso brasileira.

Um smbolo ganha significados diferentes dependendo da cultura onde inserido e nesse caso, a coruja que simbolizava a sabedoria na Grcia, dedicada a deusa Athen, vista como uma criatura nefasta e malfica na Europa medieval e vitoriana. Associada escurido da noite e s bruxas, faz companhia ao morcego, ao rato e ao lobo - criaturas agourentas e diablicas.

Quem nunca viu, nos filmes e desenhos animados, os grandes olhos das corujas acesos como lmpadas na escurido da noite e seu piado abafado gerando medo do escuro e do desconhecido? Nesse caso, ela torna-se o smbolo do medo e da preocupao, uma carta que confunde e bloqueia. J os pssaros vm a ser uma evoluo de outra carta presente em baralhos anteriores ao Petit Lenormand dos quais ele nasceu: As borboletas que, entre outras coisas, significa a frivolidade e a inconstncia.

A carta da coruja parece no ter feito grande sucesso sendo substituda na maior parte dos baralhos pelos pssaros, apesar de ainda ser encontrada em alguns ainda hoje editados. Apesar das imagens diferentes a carta mantm o mesmo significado: stress, confuso, movimento sem direo, inconstncia, desgosto, preocupao e viagem. Os pssaros herdam algumas das caractersticas da coruja que se somam as deles.

Para melhor ilustr-la, vale lembrar daqueles tardes de vero quando todos os pssaros da redondeza comeam a se amontoar numa rvore fazendo grande algazarra, lutando pelo melhor espao no galho e piando incessante e desordenadamente ao mesmo tempo. Tambm o pardal, que quando pousa para comer, move-se rapidamente aos saltinhos pronto para voar a qualquer momento, sempre com aquele jeito tenso e estressado. J no cu, voa com grande velocidade deslocando-se de um lado para o outro sempre a piar.

A questo da viagem tem a ver com as tcnicas rudimentares e pouco elaboradas dos manuais que acompanhavam os baralhos, cujas cartas significadoras do consulente eram tomadas como referencial, fazendo com que os atributos das outras se alterassem dependo de sua distncia delas. Nesse caso, os pssaros quando longe do consulente, significavam viagem.

Sintetizando tudo que foi dito at agora, temos uma carta muito dinmica porm inconstante, que simboliza os momentos em que h vrias coisas simultaneamente em nossa cabea e tentamos faz-las todas ao mesmo tempo, resultando em fadiga fsica e mental. Tambm pode simbolizar sentimentos de ansiedade e grande vontade, porm passageira. Fogo de palha. A

mudana constante de direo que por vezes nos faz andar em crculos. O desafio da lmina que tentemos canalizar toda essa energia numa nica direo, de forma a criar mais ordem e constncia para que possamos ir mais longe, conquistando mais versatilidade e rapidez de pensamento. Um grande desafio devido ao sentido de barulho e confuso por ela representados.

Posso dizer que realmente difcil arrumar a baguna dessa passarada! Mas a gente no pode parar. Rodamos, rodamos, rodamos e uma hora achamos o caminho! Depois dessa confuso toda, a merecida viagem acontece! E assim pude ouvir os pssaros da escola brasileira quando desembarquei no Galeo, vendo o Cristo de braos abertos a me receber de volta depois de tanto tempo! Beijos a todos! Sem stress, t?

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TUESDAY, OCTOBER 02, 2007

A ncora
A F o fundamento da Esperana, uma certeza a respeito do que no se v.
POSTADO POR ALEXSANDER S 10:12 AM 1 COMMENT:

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SATURDAY, MAY 10, 2008

Frente Fria

Tudo est muito bem quando, de repente, o cu nubla, as nuvens encobrem o sol e o vento sopra

forte. Insegurana, confuso e desconforto.

Pensamentos negativos invadem nossas mentes e boicotam a nossa felicidade. Esses ventos tumultuam as guas do nosso mar interior e condensam a humidade do ar criando chuva. Ar e gua em conflito. Pensamento e sentimento em discordncia.

A massa de ar frio do inverno da nossa insegurana choca-se com a massa de ar quente e hmido da nossa alegria e conforto. E nessa briga area, o cu chora e a chuva cai.

L do nosso fundinho, das regies ridas no nosso ser, vm eles, os pensamentos densos e pessimistas, pesados, frios e cortantes como o ar polar para acabar com a nossa alegria.

Frente fria a vista! Nada mais claro. Tudo turvo e embaado. J no h mais alento nem conforto, j no se v mais nada direito. O ar turbulento com gotculas de chuva a bloquear nossa viso e densas nuvens a encobrir o sol substituindo o alegre dourado e o plcido azul pelo triste cinzento.

Encolhidos e acuados no cantinho de ns mesmos, sofremos com a baixa temperatura e aquela sensao de estar ouvindo os rudos a nossa volta sem conseguir ver nada porque estarmos imersos numa densa nvoa. Comeamos a sentir tudo demais, a criar problemas que no existem e ressuscitar os que j morreram. Pois assim na carta 6, as nuvens. Quem j no esteve nela no ?

O bom disso tudo que o clima dinmico. Nunca pra, est sempre em movimento, se alternando em cliclos. Os ventos no param de soprar e por essa condio mutvel, o frio dar lugar ao calor e ao sol. E quando for embora, veremos o cu mais azul, o verde mais verde, a gua mais lmpida. E a, a felicidade sentida dobrada. Depois da tempestade vem a bonana.

As nuvens vm mas passam. Tudo na vida passa. No s a alegria mas tambm a tristeza! Olhem l no horizonte L vem o sol!
POSTADO POR ALEXSANDER S 11:18 AM 5 COMMENTS: EMAIL THISBLOGTHIS!SHARE TO TWITTER SHARE TO FACEBOOK

TUESDAY, MAY 06, 2008

Lenormando na Filosofia: A Raposa Sofista

E esses homens, eles, sofistas, propunham educar, preparando os Homens para assumir plenamente sua condio de cidados. () Fosse qual fosse o contedo do ensinamento sofstico, parte integrante dele era a tcnica de compor discursos, de bem usar a palavra, de bem falar sobre todas as coisas. Ora, no regime democrtico que ento florescia em Atenas, aquele que detivesse o domnio da palavrateria o domnio da assembleia e, dessa forma, o poder poltico. () No havia, pois, saber mais cobiado do que esse que os sofistas diziam ter e poder transmitir.

Porm para Plato os sofistas, esses coitados, no eram nem sbios nem filsofos e sim, charlates, ilusionistas cujo saber se resume em saber usar a palavra e com ela criar, graas a ignorncia do pblico a quem se dirigem, uma falsa aparncia de saber. Retrica. Alheios s tradies, os sofistas mostram-se dispostos a discutirem todos os assuntos. Atribuem linguagem uma importncia fundamental, mas esta no passa de uma conveno. As palavras so com frequncia destitudas do seu sentido corrente, e so usadas como instrumentos de sugesto e persuaso para convencerem os seus interlocutores. Recorrem ambiguidade das palavras, exageram na aplicao dos trs princpios lgicos, para numa cadeia de dedues e sentidos ambguos, levarem os seu interlocutores a desdizerem-se.
POSTADO POR ALEXSANDER S 7:57 PM

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THURSDAY, NOVEMBER 06, 2008

Do Clavrio a Redeno. Lenormando na Cruz.

Cada um carrega a sua cruz, j dizia a bisav da minha av. O seu peso s sabe quem a tem nas costas, e essa metfora simboliza os desafios que a vida nos apresenta e que, apesar de todo esforo que exigem, nos fortalecem e amadurecem.

A cruz o principal smbolo do cristianismo e representa o sacrifcio de Cristo para a salvao da Humanidade. Encerra em si uma carga de grande sofrimento e dor e, ao mesmo tempo, alvio, superao e libertao. Na subcultura Gtica, este smbolo geralmente a representao da tortura ou angstia interna, j que a palavra Cruz vem do latim "Crucio", que significa tormento ou suplcio. Provavelmente esta definio tenha o sentido original, j que em Roma antes mesmo da morte de Cristo, era usado para esta finalidade. Uma das formas de condenao morte consistia em atar ou pregar condenados em uma cruz, fazendo os mesmos padecer terrivelmente. (fonte: wikipedia) Talvez essa concepo tenha inspirado alguns autores europeus fragmentando a escola europeia no que diz respeito ao significado da carta 36, onde, de um lado temos uma cruz de mau agouro, de sofrimento e padecimento e do outro uma cruz de vitria e libertao. Atravs de um processo natural o smbolo tambm evolui e assim foi com a cruz atravs do cristianismo que vem simbolizar o sacrifcio de Jesus pela Humanidade e a superao da morte. A Nik de Cristo. Com isso a cruz ganhou, na histria do filho de Deus um atributo mais auspicioso, onde o sacrifcio eleva e leva a redeno e sua imagem evoca todo o poder do criador que afasta o mal. Tal passagem bblica teve um impacto to grande no coletivo por ter sido perpetuada pela religio dominante que no nada mais que a cruz da humanidade nos ltimos sculos trazendo para o mundo um misto de sofrimento e libertao que se misturam de forma desproporcional dependdo do momento, da regio e das pessoas que a praticam e pregam. E dessa forma a gente segue perpetuando a meme crist que vov nos ensinou. Mais uma vez lenormando, dessa vez na cruz, eu me remoto a mais de oito anos atrs quando, no dia 15 de Maio de 1999 eu me dirigia ao Aerporto Internacional Antnio Carlos Jobim para embarcar na mais ousada e inconsequente aventura da minha vida, a partida para tentar a vida na Europa, mais especificamente em Portugal, junto com um dos meus melhores amigos. S os Deuses sabiam o que adviria dessa louca empreitada rumo ao desconhecido e que impactaria minha vida profunda e drasticamente me fazendo, de uma forma bem plutoniana, renascer das cinzas anos mais tarde. Viver no estrangeiro algo muito longe do ideal utpico que muitos alimentam (e que eu um dia alimentei tambm); de um lugar onde ganharemos muito mais e que teremos l as oportunidades que no temos em nossa terra.

A imigrao um dos maiores exemplos da carta 36 pois implica em escolhas difceis e na vivncia de situaes extremas que nos colocam em muitos dos nossos limites. Ela pode dar certo ou no, dependendo da estrutura interna de cada um. Foram 8 anos e meio de vida em Portugal que constituram um processo de transformao intenso na minha vida. O crucio dessa aventura comea na falta de dinheiro que geralmente acontece antes de nos fixarmos num trabalho tornando tudo mais difcil. O clima frio e hostil castiga o corpo, esgotanos fsica e psicologicamente. A diferena cultural e o preconceito, que uma realidade viva e algo extremamente perturbador, pem-nos a prova a cada dia.

A cruz do Calvrio.

Lembro-me vrias vezes de ser taxado de vagabundo, safado, malandro, terceiro mundista e mal-educado somente pelo meu sotaque e pela minha origem. E nesse momento de grande rejeio, voc percebe que uma gota de azeite num copo-dgua, mesmo essas agresses partindo de poucos. Quem voc fica em cheque e se no houver uma boa estrutura interna, somos massacrados e nesse momento temos a oportunidade de saber quem realmente somos e se reconhecemos e valorizamos isso. As oportunidades de trabalho so escassas, a remunerao baixa para os ilegais faz com que tenhamos de trabalhar arduamente, dia e noite para pagar o preo de nosso sonho. O pote de ouro at existe mas est enterrado muito fundo e acessvel a pouqussimos. Como carvo

sob as altas presses das profundezas das entranhas da terra somos transformados at nascer um diamante. E quando isso acontece, ufa! Que alvio, que maravilha. O Poo foi fundo e a

queda pareceu interminvel. Todas essas adversidades que vivi, desde a falta de dinheiro, a deportao, a fuga da polcia, o preconceito, o ter de viver de favor na casa algumas pessoas (umas bem intencionadas mas com envolvimento em atividades ilcitas, o que me expunha a perigos devido a minha situao legal), foram como o calor e a presso do tero de Gaia, como as marteladas e talhadas do joalheiro que moldaram todo o meu ser, que mudaram a minha viso de mundo num processo doloroso.

Houve um momento em que quiz ir embora. J no aguentava mais. Estava fraco pois no conseguia comer direito, com queda de cabelo e irritaes na pele. Somatizaes de meus conflitos. Mas j era tarde. Meus pais passavam, tambm, grandes dificuldades aqui, e eu no

me sentia no direito de pedir que pagassem a minha passagem de volta uma vez que quem decidiu ir para l fui eu. Acho que nesse momento os primeiros traos do diamante j se tornavam visveis. Gritei aos cus irado e disse que tudo aquilo bastava! Que no iria mais suportar nada do que estava vivendo, que a partir daquele dia as dificuldades tinham de cessar pois eu no era merecedor de tamanho fardo. E algo surgiu dentro de mim, uma fora enorme, que no sei onde estava, se que estava l. Ento, com o punho fechado, soquei a mrmore da varanda e disse: Eu vim para c para vencer e s saio daqui vencedor! Acho que nesse momento os deuses ouviram o meu apelo. Verdade foi que a partir da, outros problemas vieram, mas eu estava mais forte, senti-os menos. Iniciei minha carreira de tarlogo, fui convidado por uma feira esotrica, ironia do destino, chamada Anjos e Companhia (risos, mantras, preces e agradecimentos).

RENDENO!

Logo no comeo de toda essa novela, lembro de ter ido numa feira esotrica a um tarlogo espanhol, chamado Raul, que me disse: Vai tudo piorar. No espere vitria no que busca, mas aos poucos, com a ajuda de amigos, contruirs no uma igreja, mas uma catedral. Enfim, os deuses nunca haviam me abandonado. Eu apenas viva o meu destino. Destino esse que escolhi quando dei ouvidos a uma vozinha que no saa da minha cabea e me enchia o saco com a ideia de viajar para o estrangeiro. Um sagitariano com lua em aqurio e sol e conjuo como regente da casa nove no tem como resistir a tamanha tentao. Se no tivesse passado por tudo isso, com certeza no estaria aqui hoje escrevendo para vocs, nem com todo o conhecimento e as ideias inovadoras sobre o Petit Lenormand que desenvolvi atravs das minhas pesquisas l fora. Lembram que mencionei o termo Nik quando falei da ressurreio de Cristo? Pois . Essa palavra encontra-se escrita em algumas representaes da curz e ela significa Vitria. Nik era uma deusa que vivia ao lado de Athena e que concedia a vitria a quem estivesse com ela. Os deuses cobiavam-na muito. A palavra vitria vem do seu nome romano: Victoria e ela representada at hoje na nossa arte.

Mas a vitria da cruz no foi s na consolidao da minha carreira. Dinheiro algum paga os amigos que fiz e que mantenho at hoje, as viagens por alguns pases que me proporcionaram experincias fantsticas e inusitadas, o meu afilhado e a possibilidade de uma nova e melhor vida aqui, na minha terra onde se encontra o meu corao. Minha professora de tica, na Nova Acrpole do Porto, a francesa Franoise Terseur, fez meno acerca da palavra Crise que tem a mesma raiz etimolgica que a palavra crislida, o casulo da borboleta. A lagarta, ser destruidor e gluto, em dado momento se imobiliza e se envolve num casulo. Dentro dele passa por um doloroso processo de metamorfose que implica na morte do que foi para o nascimento de um novo ser. Abre mo da fartura das folhas e se entrega ao torpor e a vulnerabilidade. Ao fim desse processo complexo e demorado irrompe seu invlucro e sai numa nova forma. Leve, sutil e bela que vai buscar as flores, ajudando a sua polinizao e a sua perpetuao, compensando a destruio causada pelo seu estgio anterior. Hoje estou aqui. Vivo, diferente, novo. Fortalecido por todo esforo que as situaes desfavorveis e favorveis me proporcionaram. Vitria depois do Sofrimento. Libertao aps a dor. Nik, a deusa da vitria, pousa ao meu lado, me refresca com o bater de suas asas e me coroa com seus louros. Graas aos Deueses e a mim tambm.

Prolas resultam do sofrimento da ostra Beijo a todos!

POSTADO POR ALEXSANDER S 2:43 AM

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MONDAY, MARCH 30, 2009

Raposa!
Falaciosa, enganadora, engenhosa, sedutora, mentirosa....

A RAPOSA E O GALO

Uma raposa viu um galo pousado em cima de um palheiro, e no podendo agarr-lo comeou a falar-lhe c de baixo:

 galo, voc no sabe? Veio agora uma ordem para todos os animais serem amigos uns dos outros. Ns, as raposas, j no temos guerra com os ces, estamos amigos; e voc pode descer aqui para baixo, que eu j te no fao mal. Estava nisto, quando vem uma matilha de ces, e farejando a raposa, correm atrs dela. A raposa ia sendo agarrada, mas fugiu o mais que podia. O galo de cima do palheiro gritava-lhe: Mostra-lhe a ordem! Mostra-lhe a ordem! A raposa, ainda de longe lhe respondia: No tenho vagar! No tenho vagar. E fugia por entre uns tremoais, que j estavam secos, que faziam uma grande bulha, e ela dizia: Ai, que festa de arromba! E logo hoje, que vou com tanta pressa.

Oportunista! Enquanto uns usam a fora ela usa a astcia

Um Leo e um Urso capturaram um cervo, e em feroz luta, disputavam pelo direito de posse da presa. Aps terem lutado bastante, cansados e feridos, eles cairam no cho completamente exaustos.

Uma Raposa, que estava nas redondezas, uma distncia segura observando a tudo quieta, e vendo ambos caidos no cho e o cervo abandonado ali perto, passou correndo entre os dois, e de um bote agarrou-o com a boca e desapareceu no meio do mato.

O Leo e o Urso vendo aquilo, mas incapazes de impedir, disseram:

- Ai de ns, que nos ferimos um ao outro apenas para garantir o jantar da Raposa!

Engana a todos, at a si mesma!

A Raposa e as Uvas Uma raposa entrou faminta num terreno onde havia uma parreira, cheia de uvas maduras,cujos cachos se penduravam, muito alto,em cima de sua cabea. A raposa no podia resistir tentao de chupar aquelas uvas, mas, por mais que pulasse, no conseguia abocanh-las. Cansada de pular, olhou mais uma vez os apetitosos cachos e disse: Altas demais - no houve impasse: "Esto verdes. . . j vi que so azedas, duras. . ."
POSTADO POR ALEXSANDER S 7:48 AM

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TUESDAY, APRIL 21, 2009

Cuidado! L vem o Urso!

To bonitinho todo fofinho, que pelo lindo! Pois , o urso sempre chama ateno de alguma forma. Ou pelo seu lindo plo ou pelo seu forte e largo corpo, ou pelo poder que emana e a visibilidade que ganha. Gostou? Achou bonitinho? Ento leva para voc!

E essa s pontinha do iceberg! O poema das Cartas Mundi j traz o aviso:

Bem estar e alegria a mensagem do Urso quando ele est a vista; mas, ele diz, cuidado com malevolncia e inveja. (Lenormand Cartas Mundi) A alegria e o bem estar no so nossos, mas s nossas custas, pois quem se farta sempre esse gluto que raspa o prato e ainda quer o nosso. E ai de voc se no o der para ele! Comodistas e oportunistas, visam sempre tirar vantagem das pessoas ou situaes. Esto em toda parte e nos deparamos com eles quase todos os dias. So homens e mulheres que incorporam a carta 15 na sua forma fsica ou no seu comportamento e personalidade. Nas minhas anadanas por essa vida j esbarrei com alguns, e posso dizer que a experincia no foi nada agradvel. Egosmo e egocentrismo so caracatersticas marcantes na carta 15. O urso sente? Claro! Ele sente sim! Intensamente! Mas seu sentimento oriundo de suas necessidades pessoais, focado somente em si mesmo. O que lhe agrada no tem nada a ver com quem o cerca e ele far tudo para ter seus desejos satisfeitos. Seres apaixonados com grandes desejos e sempre insatisfeitos pois so insaciveis. Isso os torna um perigo! Imaginem s, uma vez que o que temos para dar se enquadre nas necessidades deles teremos a sensao de algo maravilhoso pois vo se banquetear conosco. Daro pouco mas com firmeza para garantir o suprimento do que precisam nos fazendo ter a impresso de que tudo forte, perfeito, e de que nunca sentimos algo to intenso antes.

O abrao quente, a pegada forte, as palavras de motivao. At que um dia a novidade acaba e a j era! Tudo isso comea a desmoronar na nossa cabea e o abrao quente passa a ser sufocante e a pegada forte comea a machucar poque ele no quer mais, mas perder no com nosso amigo ento ele vai querer preservar at o que no tem mais graa e procurar algo novo para colocar em cima do que j tinha. Quanto mais, melhor! Uma frase de um urso que conheci me marcou profundamente e com ela pude v-lo ali na minha frente, vivo, rosnando e babando, colocando suas garras de fora em seu frenezi caracaterstico. Quando eles esto perto de perder algo ou esto numa fase de abundncia, perdem o controle. E a as palavras foram:

Eu quero tudo. Quero voc quero os outros, no quero perder nada. No deixo nenhuma oportunidade passar mesmo, porque eu no vou perde-la.

As aes egostas comprometem quem est perto dele pois para o nosso amigo peludo no existem acordos em quaisquer relaes, uma vez que esses so apenas barreiras a sua vontade. O sentimento dos outros algo que no levado em conta pois difcil de perceber, to etreo para sua viso e sentidos sintonizados no mundo material. Afinal, se fosse mesmo pensar nele e nas consequncias de seus atos teria de medi-los e isso implicaria em perdas, e essa palavra,meus amigos, no est em seu vocabulrio! Para ele, os outros que se danem, afinal so somente fontes de alimento.

Outras palavras que ilustram bem isso tambm foram proferidas pelo nosso robusto amigo:

Eu que sei o que bom para voc e para a gente. Se bom para mim bom para voc. Vai ter de ser do meu jeito!

Entregar o corao a um deles pode ser extremamente perigoso e danoso. Ele aperta tanto que o quebra. Ele usa e abusa, morde grandes pedaos e bate forte com suas patas nele. Farta-se em seu calor e na doura de seus sentimentos destruindo-o como faz com as colmeias onde busca mel. E o corao um alimento to bom que um s no basta. Sem qualquer cerimnia, no dispensa quem aparecer e depois vem com aquela ladainha bem conveniente para si:

Eu sei muito bem separar sexo de amor

Assim eles acabam querendo ter todo mundo e perdem ter algum, esquecendo-se que ter todos no ter nada, pois com a diversidade e rotatividade no conseguimos criar vnculos e ter um ter tudo pois assim podemos viver intensamente criando intimidade e profundidade de sentimentos. Dessa forma so seres solitrios e em conflito por no conseguirem estar ss e com grande dificuldade em manter uma relao a no ser que tenham total domnio e controle sobre suas prezas, o que no algo raro. Poder! isso que eles gostam! De estar por cima, de ter o controle de serem obedecidos e nunca obedecerem. Se algum ou alguma coisa os contraria eles pem-se de p, mostram as garras e gritam, tentando vencer pela fora bruta. Ningum escapa. Famlia, amigos, namorados, etc. Orgulhosos, no do o brao a torcer. O urso incorpora a fora telrica, a fora da terra. Ele hiberna na caverna e habita a montanha. A sua energia densa e concentrada, fortemente ligada ao mundo material e a tudo que dele vem. Isso o torna lento e preguioso, muitas vezes, fazendo-o querer muito e com qualidade mas sem fazer grandes esforos. Espaoso tambm, pois est sempre crescendo, aumentando sua massa. Com relao a isso comenta Cynthia, na minha comunidade do Orkut:

O urso a personificao de uma pessoa(seja homem ou mulher) que no vive de iluses,no acredita em contos de fada! muito p no cho e um ser totalmente carnal (vive muito do plano fsico),ele no tem nada de espiritual,alis,se formos ver por esse lado,trata-se de uma pessoa descrente ou contrria nossa espiritualidade.

O que poderamos tirar de bom do Urso sua capacidade de gerar recursos, de converter o que est a sua volta em algo til para si. Vemos bem isso na sua bilogia, um animal onvoro, alimentado-se de frutas, peixe, carne, vegetais para com isso gerar a gordura que o sustentar durante a sua hibernao. Mas ele s sai na primavera, poca onde tudo que precisa abundante e no est longe de si. Seus pensamentos so densos e limitados, geralmente obsessivos. Quando no tem condies de conseguir o que querem, quando sentem que todo o seu poder no chega para seus fins, caem em depresso e fazem cara de coitados. Quem os v at tem pena, aqueles olhinhos

caidinhos aquela sensao de frustrao. Seu discurso comovente pois eles tem sempre uma desculpa para tudo e mesmo quando causam prejuzo a algum acreditam que a culpa no foi sua e que a pessoa totalmente responsvel pelo prejuzo gerado (por suas garras e dentes afiados,rs). Quando bem canalizada a energia da carta 15 ela pode se mostrar portetora e

poderosa, corajosa e brava, mais ainda meio abrutalhada. Para ilustrar segue mais uma observao da Cynthia:

Quantas pessoas no contam com o apoio do amigo urso!? O amigo urso pode ser um policial esquentado,um traficante,um rapaz briguento,um marido ciumento,um irmo boxeador,um namorado faixa preta...da quando surge algum perrengue pro seu lado,voc chama ele e ele vai acertar as contas com a pessoa que te machucou.

E dessa forma temos O urso:

Um dos predadores mais reverenciados da natureza. Imensamente poderoso , um animal que incorpora a selvageria e o perigo do mundo natural. Frase extrada do documentrio: "The Man who lives with Bears"
POSTADO POR ALEXSANDER S 8:08 PM 9 COMMENTS: EMAIL THISBLOGTHIS!SHARE TO TWITTERSHARE TO FACEBOOK

TUESDAY, APRIL 14, 2009

Origens by Maria Cristina

Hoje eu trago pra vocs um texto enviado pela minha amiga Maria Cristina, super interessante, e bem esclarecedor sobre a Origem do Petit Lenormand. Existe muita mistificao em torno do baralho e as referncias histricas so cercadas de incoerncias por parte de muitos praticantes e estudiosos. Aqui temos um pouco de luz no meio dessa escurido. ...

Origens do Baralho Cigano Petit Lenormand Quando comeamos a estudar o Baralho Cigano a literatura sobre o significado das cartas muito farto, mas sobre o modo de se preparar, de consagrar o baralho, dos elementos de vidncia, etc.. mas, sobre as origens do surgimento do Baralho Cigano a coisa comea a

complicar, pois h muita controvrsia, pouco material disponvel, poucos registros, etc. A explicao mais plausvel e coerente foi a que obtive de Alexander Lepletier, um estudioso profundo de suas origens, professor de cursos sobre o mesmo no eixo Barsil-Portugal: Ao se comparar o Baralho Cigano ou melhor dizendo: Petit Lenormand ou Sibila Lenormand com outros baralhos cartomnticos europeus dos sculos XVII, XVIII e XIX, v-se imensos paralelos e similaridades! Esse baralho vem a ser uma derivao de um outro baralho criado em 1828, chamado A S ibila dos Sales com 52, cartas. E esse mesmo vem ser uma outra derivao das Cartas Sentimentais, baralho ingls dos fins do sculo XVIII. Para um melhor entendimento vamos voltar no tempo at o princpio... As primeiras cartas surgem antes dos primeiros tarots. Ainda com origem incerta registra-se seu surgimento por volta de 1380 e sua funo era ldica, a princpio. O primeiro manual cartomntico surge em 1540. Muito simples e s falava do naipe de ouros utilizado num sistema de trincas com perguntas e respostas prontas... aqui no sculo XVI que comea ganhar fora a prtica divinatria com as cartas.No sculo XVII surgem baralhos cartomnticos novos e mais popularizada a adivinhao pelas cartas, mas nos sculos XVIII e XIX que acontece o "boom" da cartomancia.No sculo XVIII Etteilla, um cartomante parisiense que teve um papel muito importante tambm na histria do tarot, cria um baralho cartomntico (termo esse "cartomantico" criado por ele mesmo), onde escreve nas cartas os seus significados para facilitar a interpretao e cria o sistema de "cartas invertidas" pois as figuras da corte no eram desenhadas como no baralhos de hoje, duplas. O costume de se escrever nas cartas era devido escassez do papel da poca. O baralho do Etteilla tinha 32 cartas (um jogo de piqu), mais uma introduzida por ele a significar o consulente, e aqui que Mlle Lenormanda entra... o baralho que ela utilizava e que aprendeu a jogar foi um baralho do Etteilla. Ela vive no mesmo perodo que o cartomante. E com esse baralho que faz suas consultas, utilizando-o ocasionalmente, uma vez que ela mais vidente de que cartomante! Lenormand ganha fama e sucesso e vem a ser cartomante de Napoleo e Josefina. Dado muito difundido mas no confirmado historicamente.

Ela se auto intitulava "A Sibila dos sales"... esse termo "Sibila" vem de uma personagem grega que muito pouco se conhece, famosa por suas previses. O termo passar a designar, mais tarde, no imprio romano um orculo composto por textos que vem a ser quase destrudo com o advento do cristianismo, mas que absorvido pela cultura judaica , mantendo o termo "Sibila" como tendo o sentido de "profecia". Inclusive, algumas igrejas contm imagens de mulheres carregando essas mensagens profticas sendo-lhes atribudas a designao de

"Sibilas".Lenormand morre em 1843, mas em 1828 nasce o "sibila dos Sales" que faz referncia sua pessoa como estratgia de marketing e venda pelos fabricantes de cartas a partir do baralho ingls "as cartas sentimentais". Lenormand no deixa, publicada, nenhuma obra

que diga respeito a tratados esotricos ou oraculares, mas sim um livro em que faz a anlise quiromantica da mao de Josefina e fala da relao das duas. Outros manuscritos deixados por ela encontram-se na posse de sua famlia, intidos at hoje. A prtica da cartomancia era muito popular entre as mulheres nos sales aristocrticos e rejeitada pelo ocultismo como "mera adivinhao" e "coisas para as mulheres"(essas tidas como inferiores e de intelecto reduzido, na altura). Elas vinham saber sua sina e se haviam "bons partidos" em seus caminhos. Podemos verificar isso nas imagens dos baralhos dessa poca que continham muitas cartas a representar pessoas. Militares, homens de negcio, morenos, morenas, louros, louras, etc...Com o crescente sucesso dos baralhos, os fabricantes de cartas da Frana, Alemanha, Austria e Itlia comearam a grande competio criando baralhos mais estilizados e elaborados que agradassem as pessoas pela simplicidade, beleza e funcionalidade e em 1840/50, no sculo XIX, sculo esse onde houve a maior produo de baralhos da poca e que as cincias ocultas ganharam especial ateno das pessoas, criado pela AG MLLER, na ALEMANHA, o Petit Lenormand composto por 36 cartas, ao mesmo tempo que: o jogo do destino com 32, a Sibila cigana e mts outros... todos sendo esses, derivaes da "Sibila dos Sales". Ao Petit Lenormand associa-se o nome de mlle Lenormand, o que lhe destaca dos outros e o lana para o sucesso. Nesse baralho temos, de maneira bem visvel, cartas que vieram da Sibila: o casamento torna-se o anel; a esperana, onde uma mulher abraa uma ncora, torna-se a ncora, essa sem a figura feminina; e algumas personalidade tornam-se animais como "o traidor" torna-se " a cobra". E esse baralho faz parte da srie de "Cartas Sibilinas"... "A Sibila Lenromand (o baralho cigano), a Sibila cigana, a sentena da Sibila, a antiga Sibilia italiana, etc...E, com o sucesso do baralho Lenormand , cria-se uma sub-srie, a srie Lenormand que composta por vrias variantes do nosso baralho cigano. Valeu Cris!!!!
POSTADO POR ALEXSANDER S 3:17 PM