Factores Abioticos
Factores Abioticos
Factores Abioticos
ADR
Num ecossistema, cada ser vivo é permanentemente sujeito às condições do meio – factores
abióticos – e à acção dos outros seres vivos – factores bióticos. Estes factores influenciam o comportamento
e a fisiologia dos organismos, o crescimento das populações e a sua distribuição geográfica.
Os factores bióticos foram já estudados. A tabela da ficha de trabalho número 5 resume essas
relações.
Os factores abióticos são, como já se disse, os factores do meio que influenciam os organismos. A
temperatura, a luz, a humidade, a disponibilidade ou composição da água, as características físico-químicas do
solo e o vento são alguns exemplos de factores abióticos.
É difícil determinar a influência de cada dos factores abióticos isoladamente, uma vez que todos actuam
conjuntamente. Vamos apenas analisar alguns.
Influência da temperatura
Embora de formas diferentes, todos os seres vivos são influenciados pela temperatura, que condiciona
a sua distribuição e está na origem de diversas adaptações.
Actividade
Leia atentamente a informação que se apresenta abaixo e responda às questões, com base também na
imagem da página seguinte.
Informação:
- O pinguim imperador é dos poucos animais que passa o Inverno na Antártida. Os adultos podem atingir até
1,10m de altura e pesar até 30 kg.
- O pinguim de Magalhães vive em águas temperadas, habitando em zonas costeiras da Argentina, Chile e
ilhas Malvinas. Tem cerca de 70 cm de altura e 5 a 6 kg de peso.
- O pinguim das Galápagos corresponde à única espécie que vive junto do equador. Tem cerca de 50 cm de
altura e um peso de 1,5 a 2,5 kg.
6 – Procure encontrar uma justificação para o facto de o pinheiro possuir folhas aciculares (em forma
de agulha), escuras e com pouca seiva.
7 – Os pinheiros das regiões nórdicas, para além das características indicadas em (6) têm sempre uma
forma cónica, com os ramos inclinados para o solo. Qual a vantagem?
Actividade
Observe o gráfico seguinte, onde se encontram representadas as curvas que correspondem à variação
da actividade de duas espécies (A e B) em função da temperatura.
Colocaram-se em 3 caixas de Petri marcadas com as letras A, B e C, duas sementes de milho, duas sementes
de feijoeiro e duas sementes de centeio.
Colocou-se a caixa A no frigorífico, a caixa B numa estufa à temperatura de 30 ºC e a caixa C em cima de uma
bancada da sala de aula.
1 – Refira qual foi o factor abiótico que se fez variar nesta experiência.
Temperatura de germinação de
algumas sementes
Algumas plantas estão bem adaptadas a temperaturas elevadas, como é o caso do cacto, enquanto
outras, como o musgo e algumas espécies de pinheiros são mais resistentes a temperaturas baixas.
Para resistir a temperaturas baixas, as plantas têm várias estratégias para resistir a baixas temperaturas.
A influência da temperatura nos animais depende em grande parte da forma como estes regulam a sua
temperatura corporal. Assim, relativamente à regulação da temperatura corporal, existem dois tipos de animais:
Poiquilotérmicos – São animais cuja temperatura Homeotérmicos – São animais, como as aves e os
do corpo acompanha as variações de temperatura mamíferos, que mantêm a sua temperatura do corpo
do meio externo. É o caso dos répteis e dos constante, apesar das variações de temperatura do
peixes. São muitas vezes, erradamente, chamados meio externo. São também chamados, erradamente,
de animais de sangue frio de animais de sangue quente.
O controlo da temperatura interna dá uma grande vantagem aos animais homeotérmicos, pois permite-
lhes sobreviver numa grande variedade de ambientes, pois independentemente das variações do meio o seu
corpo manterá a temperatura constante, enquanto que a influência da temperatura nos animais
poiquilotérmicos se fará sentir com muito mais intensidade.
Actividade
Os gráficos da figura que se segue traduzem a relação entre a temperatura corporal das iguanas
marinhas e o seu batimento cardíaco.
5 – Para uma temperatura corporal de 30 ºC, indique o valor do ritmo cardíaco da iguana:
5.1 – na água
5.2 – na costa.
A temperatura influencia os animais quer no seu comportamento quer nas suas características físicas,
isto é, na sua morfologia.
Os animais das regiões frias apresentam adaptações morfológicas que lhes permite reduzir as perdas
de calor. Uma destas adaptações é possuírem extremidades corporais (orelhas, focinhos e cauda) mais
curtas do que as dos animais de espécies semelhantes que vivem em regiões mais quentes, reduzindo deste
modo as perdas de calor.
Alguns animais, sobretudo as aves, migram, evitando assim o frio ou a escassez de alimentos.
No Inverno, alguns peixes, como a carpa, permanecem junto dos fundos e quase não se mexem,
diminuindo a sua actividade, o que lhes permite poupar energia. Outros produzem substâncias que evitam
que o seu corpo congele.
Um fenómeno semelhante pode ocorrer durante o Verão, sendo neste caso chamado de estivação. Algumas
espécies de caracóis estivam durante a estação quente. Produzem uma película que protege a abertura da
concha para não dessecarem e reduzem a sua actividade ao máximo.
Actividade
Observe atentamente o gráfico seguinte, que representa a variação corporal do urso-castanho e da marmota,
ao longo do ano.
Alguns animais, como o urso-pardo, o texugo e vários répteis “dormem” durante o Inverno. Porém,
esse “sono hibernal” não é considerado uma verdadeira hibernação, uma vez que esses animais não só podem
acordar para comer, como também a diminuição da sua temperatura corporal é pouco acentuada.
Sem luz do sol não seria possível a vida na Terra. É a partir da energia luminosa que as plantas
produzem a matéria orgânica que constitui o seu corpo, bem como o oxigénio necessário a todos os animais.
Como as plantas servem de alimento a outros organismos, estes, indirectamente, dependem também da luz.
Os organismos são influenciados não só apenas pela intensidade luminosa, mas também pelo
fotoperíodo – número de horas de luz por dia.
Todas as plantas necessitam de luz para o seu crescimento. Dependem dela para fazer a fotossíntese,
por exemplo. No entanto, a quantidade de luz necessária varia de espécie para espécie:
Plantas como o girassol necessitam de muita luminosidade – Plantas como os fetos necessitam de pouca luminosidade –
são plantas de luz ou heliófilas são plantas de sombra ou umbrófilas.
A intensidade luminosa e o fotoperíodo influenciam, ainda, outros processos vitais das plantas, como por
exemplo:
• A germinação das sementes: algumas plantas apenas germinam na ausência de luz, enquanto que
outras, como a semente da alface, necessitam de uma quantidade mínima de luz para germinar.
• A floração: algumas plantas apenas florescem quando os dias são longos relativamente às noites –
plantas de dia longo. É o caso do trigo ou do girassol. Outras, pelo contrário, apenas florescem
quando o fotoperíodo é curto – plantas de dia curto. É o caso dos crisântemos ou da soja. Há ainda
plantas cuja floração não depende do número de horas de luz por dia – plantas indiferentes. É o caso
do tomateiro, por exemplo.
• O crescimento e maturação dos frutos.
• Os movimentos das plantas (fototropismo): em certos casos verifica-se que as plantas seguem os
movimentos do sol ao longo do dia, orientando-se para ele.
• A abertura e fecho das flores.
Colocaram-se três plantas nas condições experimentais que a seguir se apresentam. Durante duas
semanas foram colocadas no mesmo sítio dentro da sala de aula e regadas com frequência.
A luz influencia o comportamento dos animais que, de acordo com a altura do dia em que estão mais activos,
se podem classificar em diurnos, crepusculares e nocturnos.
Os animais diurnos são mais Os animais nocturnos são mais Os animais crepusculares são mais
activos durante o dia activos durante a noite activos na altura do pôr-do-sol
• A reprodução – a luz actua directamente sobre o desenvolvimento dos ovos dos peixes; a falta de luz
retarda o desenvolvimento de larvas de certos insectos; alguns animais apenas se reproduzem quando
o fotoperíodo ultrapassa um determinado valor, outros apenas se reproduzem quando os dias são
curtos.
• A formação de vitamina D ao nível da pele – os raios ultra-violeta são responsáveis pela produção de
vitamina D na pele dos vertebrados. No entanto, quando em excesso, esses mesmos raios podem ter
efeitos muito prejudiciais na saúde dos organismos.
• O início das migrações e da mudança de pelagem e plumagem – animais como a lebre dos Alpes
ou a raposa do Ártico têm pelagem cinzenta ou acastanhada no Verão mas no Inverno são brancos
O gráfico que se segue apresenta a actividade de duas espécies animais (A e B) durante o dia.
1 – Indique em que período do dia cada uma das espécies é mais activa.
Por forma a condicionar a desova das trutas foi efectuada em laboratório uma experiência. Recorrendo
à luz artificial aumentou-se a duração do período diurno (como acontece na Primavera), e depois, pretendendo
simular as condições próprias do Outono, provocou-se a diminuição do período diurno.
4 – Se os piscicultores pretendem que as trutas desovem mais cedo que método devem utilizar?
O arminho do Ártico apresenta pelagem de cor branca no inverno e castanha no Verão. Na tentativa de
descobrir qual o factor abiótico responsável por esta alteração de cor fizeram-se as seguintes experiências:
2 – De acordo com os resultados da investigação, indique qual dos factores abióticos é responsável pela
alteração da cor da pelagem do arminho do Ártico. Justifique a sua resposta.
3 – Qual a vantagem para os animais desta mudança de cor?
Influência da água
A água serve de habitat para muitos seres e é um dos principais constituintes dos organismos, sendo
indispensável a todas as suas funções vitais. Por isso, os organismos terrestres têm de ser capazes de
resolver dois problemas: a sua obtenção e a diminuição de possíveis perdas (através da respiração,
transpiração e excreção).
Apesar das necessidades variarem de espécie para espécie, todas as espécies precisam de água para
a sua vida. As sementes das plantas, por exemplo necessitam de uma determinada quantidade de água para
germinar, consoante a espécie. Se a quantidade de água for excessiva as sementes apodrecem, se for
insuficiente não se iniciam os processos metabólicos da germinação.
De acordo com a maior ou menor necessidade de água, os seres vivos podem ser classificados em
aquáticos, hidrófilos, mesofilos e xerófilos.
Outra adaptação das plantas à secura é o revestimento por ceras impermeáveis ou por pêlos, o que
diminui a transpiração.
Nos desertos, muitas espécies de plantas vivem a maior parte do tempo sob a forma de sementes,
que apenas germinam após a queda de chuva, desenvolvendo-se então muito rapidamente.
Também os animais que habitam locais onde a água é escassa apresentam adaptações que lhes
permitem sobreviver.
O revestimento impermeável dos répteis impede a O rato canguru não transpira, pois não tem glândulas
saída de água do corpo por transpiração. sudoríparas. Além disso apresenta hábitos nocturnos.
A gazela perde pouca água através das excreções, Animais como o camelo e o dromedário, utilizam a
produzindo uma urina muito concentrada. gordura corporal para produzir água.
Outra forma de resistir à secura é a estivação. Esta estratégia é utilizada, por exemplo, por algumas
tartarugas e pelos caracóis.
Influência do solo
A matéria orgânica do solo é originada a partir dos seres vivos que o habitam ou que dele dependem.
Por exemplo, os restos vegetais são matéria orgânica. O húmus é constituído por matéria orgânica em
decomposição.
A composição química e o teor em água são os factores que maior influência exercem sobre os
seres vivos que dependem do solo para a sua sobrevivência.
Actividade
1 - Em diversos copos puseram-se a germinar, em algodão húmido, diversos feijões e escolheram-se 3 feijões
com igual grau de desenvolvimento.
• Solução 1: 1l de água destilada e 0,5 gramas dos seguintes sais: nitrato de potássio; fósforo;
cálcio; sulfato de magnésio, de cálcio e de ferro; cloreto de sódio.
• Solução 2: semelhante à solução 1 mas sem nitrato de potássio.
5 - Ao fim de uma semana verificou-se o desenvolvimento dos feijões, que se encontra representado na figura
seguinte.
1 – Compare os resultados obtidos em função das soluções utilizadas para regar as plantas.
2 – Explique porque motivo a planta do vaso C quase morreu.
Também a porosidade dos solos influencia a distribuição dos seres vivos. A maior parte das plantas
desenvolve-se em solos muito coesos e pouco permeáveis (isto é, que permitem reter água). Os animais
encontram-se em solos de porosidade muito diferente.
As navalheiras são moluscos que se encontram em zonas onde o substracto arenoso é pouco
compacto, enquanto que outros bivalves preferem zonas onde o substracto é compacto.
A professora: