OBMEP - Mario Jorge Dias Carneiro - Michel Spira - Apostila9 - Oficina de Dobraduras
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OBMEP - Mario Jorge Dias Carneiro - Michel Spira - Apostila9 - Oficina de Dobraduras
Ocina de Dobraduras
Mario Jorge Dias Carneiro Michel Spira
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Sumrio
Apresentao Parte I Parte II Referncias Bibliogrcas iii 1 15 37
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SUMRIO
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Apresentao
O uso de dobraduras no ensino de geometria est tornando-se cada vez mais reconhecido como um instrumento pedaggico interessante e muitas vezes ecaz, tanto pelo seu carter ldico quanto pela sensao de descoberta que muitas vezes provoca. possvel encontrar vrios locais na Internet, roteiros para ocinas e comentrios sobre as justicativas e demonstraes. O objetivo dessas notas apresentar alguns conceitos e fatos geomtricos para os bolsistas da OBMEP, especialmente os dos nveis I e II, motivando-os a aprofund-los posteriormente. Esse roteiro destinado aos professores orientadores e apresentado em duas partes: Na primeira, so sugeridos e ilustrados alguns procedimentos, sem haver a preocupao de justicativa. Na segunda parte, fazemos uma discusso sobre a geometria das dobraduras e apresentamos algumas justicativas e problemas. A inteno no apenas que o aluno siga as instrues e executeas, mas que experimente e reita e, sempre que possvel, chegue s suas prprias concluses verbalizando-as para os seus colegas. O professor orientador tem um papel importante no s em aproiii
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iv fundar as discusses, trazendo novas situaes e problemas, mas tambm apresentando fatos geomtricos e conceitos que possam ser explorados nas justicativas das construes. As construes aqui desenvolvidas so baseadas numa ocina do Projeto Olimpada Mineira de Matemtica 2007, apresentada pela equipe de bolsistas do projeto de extenso do Departamento de Matemtica da UFMG, orientada pelos professores Michel Spira e Mrio Jorge Dias Carneiro.
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Parte I
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A Mediatriz
1. Faa uma dobradura de modo que o ponto A se sobreponha ao ponto B . 2. Desdobre.
x A A B B x
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A Bissetriz
1. Dobre uma das semirretas do ngulo de modo que se sobreponha sobre o outro. 2. Desdobre.
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A A
Tringulo Equiltero
1. O lado do tringulo igual ao lado menor da folha de papel, denote por A e B os extremos do segmento. 2. Dobre a folha ao meio de modo a encontrar a mediatriz do segmento AB . 3. Dobre a folha de modo que o ponto reetido de B encontre a mediatriz (construda em 2). Marque esse ponto C . 4. Dobre os segmentos AC e AB para completar o tringulo. 5. Desdobre.
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B C
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C B A B A
C P A
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Pentgono Regular
1. Numa folha quadrada construa o ponto P , tal que P B/AP = razo urea. 2. Divida o segmento P B ao meio e marque o ponto mdio R. 3. Dobre a folha ao meio e marque A reetido de R igual a S . 4. SR o lado do pentgono e os prximos passos servem para obter os outros vrtices. 5. Usando uma dobra que passa em S , reita o ponto R sobre o lado esquerdo da folha determinando o ponto T . 6. Proceda analogamente com o lado direito da folha reetindo o vrtice T sobre um ponto U . Este ponto pode ser obtido tambm usando a mediatriz do segmento AB como dobra e reetindo T sobre o lado direito da folha. 7. Finalmente, usando uma dobra que contm o ponto T reita o ponto U sobre um ponto V na mediatriz de AB . Os vrtices do pentgono so SRU V T .
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PB R
T R
T U
SR
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S V T U T U
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C B A
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Parte II
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Introduo
Este um roteiro de atividades que envolvem o uso de dobraduras para estudar problemas geomtricos. Usaremos a expresso fazer uma dobradura como o ato de dobrar, uma transformao do plano; o termo dobra ou vinco usado para a marca no papel resultante da dobradura. Na geometria das dobraduras, dobrar signica ao mesmo tempo sobrepor pontos e obter a reta de dobra, que o lugar dos pontos que permanecem xos nesta transformao. Pode-se observar experimentalmente que pontos sobrepostos (ou seja que coincidem no processo de dobra) equidistam da dobra. Tal fato essencial na justicativa das construes geomtricas que utilizam dobraduras. Desse modo, associada a uma dobradura, temos a ideia de simetria em relao dobra. Podemos imaginar que a dobra um espelho e que pontos equidistantes correspondem a imagens reetidas (ou virtuais).
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16 Denio. Seja r uma reta. Chama-se uma reexo com respeito reta r transformao do plano que leva um ponto P ao ponto Q, simtrico de P em relao reta, isto , tal que distncia de P reta r igual distncia de Q a r. Observe que os pontos sobre a reta r permanecem xos pela reexo. Sendo r chamado eixo da reexo. Deste modo, aps uma dobradura, obtemos uma reta r tal que, pontos superpostos so exatamente aqueles que se correspondem por uma reexo.
A prova desta propriedade um exerccio de congruncia de tringulos e pode ser feita comeando com o caso particular em que um dos pontos est situado sobre a reta de reexo. Esta uma propriedade essencial na qual esto baseadas as justicativas das construes geomtricas que utilizam dobraduras. Uma gura plana possui uma simetria por reexo se existe uma reta r tal que a reexo da gura com respeito a r resulta na prpria gura. Em outras palavras, uma gura possui uma simetria por reexo se possvel encontrar um eixo de simetria com respeito ao qual a gura pode ser reetida. Vrias guras planas apresentam este tipo de simetria. Por exemplo, num quadrado possvel encontrar 4 retas (ou eixos) em relao
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Outros exemplos desse tipo de simetria, podem ser encontrados na natureza, na arquitetura e at na msica. Os alunos podem vericar simetrias por reexo em vrias situaes, usando fotograas, por exemplo. Na discusso sobre simetria podemos propor aos alunos que encontrem todos os eixos de simetria das guras abaixo:
possvel desenvolver uma abordagem rigorosa da geometria das dobraduras e dar um tratamento abstrato s operaes e relacion-las com os axiomas da geometria euclidiana (veja por exemplo [1] ou [2]). No pretendemos fazer isso aqui, preferimos dar um tratamento intuitivo para que se possa experimentar, perceber e aprender, por meio da manipulao direta, alguns fatos geomtricos.
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18 O objetivo aprender algumas tcnicas, justicar algumas construes geomtricas e divertir-se! Evidentemente as justicativas devem ser usadas de acordo com o nvel de conhecimento da turma. A ideia da ocina desenvolver um dilogo com os alunos de modo a introduzir novos conceitos, primeiramente de maneira informal, e conforme a situao e interesse, aprofund-los. O professor pode tambm sugerir outras construes e problemas a partir das aqui apresentadas. Algumas das provas usam os casos de congruncias e conceitos que para muitos alunos sero novos; outras, utilizam o Teorema de Pitgoras e semelhana de tringulos. Este um bom momento para rever ou motivar os alunos para o estudo desses tpicos.
Preliminares
Iniciamos com algumas construes simples. Pedimos que os alunos veriquem experimentalmente que: 1) Dados dois pontos distintos numa folha de papel, existe uma dobra (ou vinco) que os contm. 2) Dados dois pontos distintos, P1 e P2 numa folha de papel, existe uma nica dobradura que sobrepe P1 sobre P2 . 3) Dadas duas dobras r1 e r2 que se intersectam em um ponto P existe uma dobradura que sobrepe r1 sobre r2 .
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19 4) Dados dois pontos distintos P1 e P2 e duas dobras r1 e r2 , que se intersectam num ponto P , existe uma dobradura que leva o ponto P1 sobre r1 e P2 sobre r2 . 5) Dados dois pontos distintos P1 e P2 e uma dobra r1 , existe uma dobradura cuja dobra passa em P2 e que leva o ponto P1 sobre a dobra r1 .
Outras construes
Seguindo o roteiro de atividades, apresentamos algumas justicativas para as construes. Algumas dessas justicativas utilizam fatos, tais como os casos de congruncia de tringulos ou o Teorema de Pitgoras, que provavelmente no so familiares aos bolsistas do nvel I. Portanto, o uso ou no desses argumentos ca a critrio do professor orientador . 6) Reta perpendicular a uma reta r passando por um ponto P. Ao dobrarmos uma folha de papel duas vezes, superpondo os lados, obtemos no centro quatro ngulos retos. A construo segue esta ideia. Sugerimos que se faa inicialmente o caso P r. Justicativa: A reexo obtida envia r sobre r. Como uma reexo preserva ngulos os dois ngulos obtidos possuem a mesma medida. Como a soma desses ngulos igual a 180 graus, obtm-se que os ngulos so retos.
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Observao. A partir dessa construo, propor a construo da reta paralela a uma reta r dada passando por um ponto P fora de r. 7) Mediatriz de um segmento AB Justicativa: Sejam m a reta obtida na construo e O a sua interseco com o segmento AB . De acordo com o item 6) a reta m perpendicular ao segmento AB . Pela propriedade da reexo, temos de |AO| = |OB |. Se Q m um ponto sobre a reta obtida, ento os tringulos QOA e QOB so congruentes (caso LAL). Segue-se que |QA| = |QB |. Ou seja Q equidistante de A e de B , e portanto, est na mediatriz.
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Q
8) Bissetriz de um ngulo Justicativa: Usa-se novamente o caso (LAL) de congruncia de tringulos. Como reetimos uma semirreta sobre a outra, xado um ponto Q sobre um dos raios e a sua imagem Q pela reexo na reta obtida, ento pela propriedade da reexo obtemos dois tringulos retngulos congruentes. De modo que os ngulos correspondentes possuem a mesma medida. Isto signica que a reta obtida divide o ngulo dado em dois ngulos iguais (bissetriz).
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22 9) Tringulo equiltero Justicativa: Observe que iniciamos a construo obtendo a mediatriz da base AB . Em seguida obtivemos uma reta em relao qual reetimos o ponto B sobre a mediatriz. Esse ponto reetido denotamos por C . Pela propriedade de reexo, |AB | = |AC |. Como C pertence mediatriz do segmento AB , temos: |CB | = |AC |. Veja a gura:
Logo, os pontos A, B e C so vrtices de um tringulo equiltero, que obtido simplesmente dobrando-se o papel para traar os segmentos AC e CB . Aps construdo o tringulo equiltero, podemos propor que os alunos sobreponham os lados, de modo a traar as bissetrizes. Se a construo for feita com cuidado, ser possvel notar a interseco
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23 dessas retas num ponto O. Podemos ento solicitar que os alunos redijam o que observaram e provem que este ponto equidistante dos lados. Pergunta, ser que isso vlido para outros tringulos?
10) Hexgono regular Justicativa: Na folha dobrada duas vezes, primeiro no sentido vertical e depois no sentido horizontal, construmos um trigulo equiltero. A base AB do tringulo encontra-se sobre a segunda dobra.
A reta paralela base AB , passando por C tem comprimento igual a |AB |. O ponto C o ponto mdio desse segmento. Logo ao desdobrarmos uma vez a folha, obtemos trs tringulos equilteros congruentes. Finalmente, ao desdobrarmos mais uma vez a folha, obtemos seis tringulos equilteros que formam um hexgono de lado |AB |.
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24 11) Razo urea Dizemos que um ponto H divide um segmento AB numa razo urea se |AH | |AB | = . |AH | |HB | Se |AH | = m e |HB | = n ento Se denotamos por = m+n m = . m n
2 Ou seja a raiz positiva da equao x x 1 = 0, isto , 1+ 5 1 = (a outra raiz ). 2 O valor de irrelevante para o que feito nesta ocina e no h necessidade de resolver a equao, entretanto, os alunos podem car curiosos sobre o nome. Nesse caso vale a pena explorar algumas propriedades tanto aritmticas quanto geomtricas, como por exemplo, a seguinte:
A reexo de H com respeito ao ponto mdio de AB dene um ponto S tal que |AS | = |HB |. O ponto S divide o segmento AH na razo urea pois |AH | |AH | = = . |AS | |HB |
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25 Vejamos como justicar a construo da razo urea: Podemos usar o Teorema de Pitgoras. Iniciamos com uma folha quadrada e a dividimos ao meio. Denotamos por AB o segmento correspondente ao lado inferior da folha. Seja F o ponto mdio do lado direito. Note que pela propriedade da reexo, se B a imagem da reexo de B sobre AF , ento |B F | = |BF | = |AB | . 2
|AB |2 5 = |AB |2 . 4 4 5 51 |AB | Portanto |AB | = |AF ||B F | = |AB | = |AB |. 2 2 2 1+ 5 Ou seja, |AB | = |AB |. 2 Na etapa nal a reexo foi usada simplesmente para trazer comprimento |AB | para o segmento AB , determinando assim o ponto H. 1+ 5 |AB | = = seja o nmero de ouro ou razo De modo que |AH | 2 urea. Ou |AF |2 = |AB |2 +
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26 Veja a gura:
Veremos a seguir como aparece a razo urea no pentgono regular. 12) Pentgono regular Antes da construo do pentgono regular, importante fazer alguns desenhos para que sejam percebidas (ou provadas) algumas propriedades. Por exemplo, traando-se as diagonais do pentgono, obtemos um polgono estrelado que permite estabelecer a relao entre o comprimento da diagonal e o lado do pentgono: Proposio. Se d a diagonal do pentgono regular e L o seu lado, d ento = (a razo urea). L Usando este fato, que ser provado mais abaixo, podemos justicar a construo do pentgono por meio de dobraduras. Nessa construo, a diagonal do pentgono igual largura da folha de papel. Para acompanhar a justicativa, volte para a primeira parte e siga os passos indicados. Se |AB | a largura da folha de papel e P um ponto tal que |AB | = ento segue da construo que |AP | = |SR|. |AP |
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27 |AB | = ou seja, |SR| o lado do pentgono cuja |SR| diagonal igual a |AB |. Portanto, Os demais passos so justicados pela propriedade da reexo. A primeira reexo leva o vrtice R em um vrtice T do pentgono situado na borda lateral esquerda da folha de papel e a segunda reexo ou dobradura em relao a mediatriz de AB , leva o vrtice T sobre um vrtice U do pentgono situado na borda lateral direita da folha. O segmento T U uma diagonal do pentgono. O quinto vrtice, V , est na mediatriz de AB e foi construdo de modo que V U = SR . Concluindo a justicativa da construo. Passemos prova da Proposio: Um pentgono regular de vrtices OS RSR .
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28 Tracemos a circunferncia circunscrita ao pentgono, e as diagonais R S , OS , OR. Denotemos F = OS R S e E = OR R S . Sabe-se que numa circunferncia , ngulos inscritos que subtendem arcos iguais so congruentes. Logo, OR S = SOR = R OR pois os arcos R O,SR e RR so congruentes. Portanto, o tringulo R EO issceles, com |ER | = |EO|. De modo anlogo conclui-se que S F O issceles|F S | = |F O|. Pela simetria da gura, temos |OE | = |OF |. De fato, OF R = OES (por qu?), o tringulo OEF issceles e |OE | = |OF |. Alm disso, segue da propriedade dos ngulos externos de um tringulo, que OEF = 2R OE e como OEF = OF E , o tringulo OR F issceles e semelhante ao tringulo OEF (caso AAA). Portanto |R E | + |EF | = |R O| = L (lado do pentgono). Agora, usando a semelhana dos tringulos OEF e OR F obtemos a razo urea do seguinte modo: Se m = |R E | e n = |EF | ento m+n m = = . m n Finalmente, observe que m + n = L e que a diagonal d mede 2m + n.
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29 De modo que d 2m + n 2 + 1 1 = = =1+ = 1 + = . L m+n +1 1+ Como queramos demonstrar. 13) Trisseco de um ngulo agudo (H. Abe) Essa construo aparece como problema sugerido no nmero 65 da Revista do Professor de Matemtica, 2007. A soluo est no nmero 66 da RPM, segundo quadrimestre de 2008, pgina 47. Talvez seja interessante iniciar fazendo a construo para o caso do ngulo reto. Evidentemente h modos muito mais simples de obter um ngulo de 30 graus, e podemos propor como exerccio de aplicao de construes anteriores (Bissetriz e Tringulo Equiltero) mas o nosso objetivo entender a construo neste caso particular. Alis, este o princpio geral a ser adotado nessas atividade, sempre que possvel partir de um caso mais simples e tentar generalizar a construo. Seja CAR um ngulo reto. Obtenha n a mediatriz do segmento AC . Seja B = AC n o ponto mdio de AC . A reexo do ponto A sobre a reta n por uma dobra que passa por C , dene um ponto A que satisfaz: |AC | = |A C |.
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30 E pela propriedade dos ngulos alternos internos em retas paralelas, temos: AA B = A AR.
A n
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Como |CB | = |AB |, os tringulos CBA e ABA so congruentes (caso LAL). Portanto CA B = AA B . Alm disso, por construo, o tringulo ACA issceles, seguese que CAA = AA C que mede o dobro do ngulo A AR. Por conseguinte, o segmento AA trissecciona o ngulo reto CAR. Passemos agora justicativa da trisseco de um ngulo agudo RAS : Iniciamos com a obteno da perpendicular AC semirreta AS e de sua mediatriz que denotamos por n. Escolhendo uma dobra conveniente m, reetimos simultaneamente A sobre n e C sobre a semirreta AR. Denotemos por A , B e C as imagens dos pontos A, B e C por essa primeira dobradura.
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R C C B A O n
O m
Pela propriedade da reexo |A C | = |AC |, |A B | = |AB | = |BC | = |B C |. Seja n1 a imagem de n. claro que n1 passa por O e por B , o problema que trataremos agora, vericar que os pontos A, O e B so colineares. De fato, como BB AA e |A B | = |AB |, temos um trapzio issceles de vrtices ABB A . A dobra m mediatriz das bases AA e BB , portanto, as diagonais do trapzio se intersectam em m. Ou seja, AB A B = O , o que implica que A, O e B so colineares.
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32 Conforme a gura:
R C C B A O n
No prximo passo, observe que BA paralelo a AO. Portanto, pela propriedade dos ngulos alternos internos, temos: AA B = A AO. Vamos provar agora que C AB = B AA = A AS . Como o tringulo AO A issceles, segue-se que O AA = AA O . Por construo, AB BO . Como a dobradura preserva a medida de ngulos, temos que AB A B . Finalmente, temos: |A B | = |AB | = |BC | = |B C |. Isto , AA C issceles. Conclumos assim que C AB = B AA (= BA A = A AO) a justicativa da trisseco.
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33 Para nalizar: Alguns teoremas podem ser explorados com dobraduras. Sugerimos que aps vrios experimentos os alunos sejam convidados a enunciar o respectivo resultado. Vale observar, entretanto, que por causa da impreciso das dobras alguns resultados esperados no ocorram. 14) A soma dos ngulos internos de um tringulo, dobre o tringulo de modo que um vrtice se sobreponha ao lado oposto. 15) Ponto de encontro das medianas de um tringulo. 16) Ponto de encontro das alturas de um tringulo. 17) A base mdia de um tringulo, ou seja obtenha o segmento que une os pontos mdios de dois lados de um tringulo e verique que este segmento paralelo ao terceiro lado. 18) Problema: Dada uma reta r e dois pontos A e B do mesmo semiplano em relao a r encontrar o ponto X na reta tal que a soma comprimento dos segmentos |AX | + |XB | seja a menor possvel.
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Referncias Bibliogrcas
[1] MARTIN, George E. Geometric Constructions. Undergraduate Texts of Mathematics. Nova York: Springer Verlag, 1998. [2] www.cut-the-knot.org/pythagoras/ Paperfolding pgina de autoria de Alexander Bogomolny.
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