Resgate A Loja Branca e Negra Se Confront Am
Resgate A Loja Branca e Negra Se Confront Am
Resgate A Loja Branca e Negra Se Confront Am
Marisa Varela
Para se entender que Resgate é esse que já estamos presenciando, e o porquê de tantas naves
ditas extraterrestres sobrevoando a Terra inteira, é fundamental voltar ao passado e reconstituir o
Primeiro Resgate empreendido pela Loja Branca aqui na Terra, pois nessa história fica bem
explicado o que é o Cristo e o que é o Anticristo; quem são os príncipes e as potestades deste
mundo; como é que eles, atravessando “a porta onde mora o mal”, se instalaram no planeta e, a
partir daí, passaram a controlar a consciência de muitos milhões de seres; a organização das
Lojas Branca e Negra; a marcha das raças humanas; a questão do código genético e da
inclinação do eixo planetário; a extensão dos danos causados ao planeta pelo processo total de
degeneração e o que se requer da humanidade para responder, adequadamente,
ao comando Resgate!
Agora, trata-se da última chamada. Por isto, este livro é tão importante.
(Livro de Marisa Varela, lançado originalmente em 1995, pela Missão Órion Editora)
Agradecimentos
Eu e Mestre Apek novamente reunidos, para dar seguimento ao trabalho iniciado em A Gruta do
Sol. Antes de começar, como de praxe, saudamos o nosso Mestre.
Fecho os olhos, e, por breves instantes, concentro-me no Coração, que brilha como um sol.
Então, as palavras jorram:
MESTRE MORYA,
Ao Excelso Sanat Kumara, o Ancião dos Dias e Senhor do Mundo; ao Sumo Sacerdote
Melquisedeck: aos demais fundadores e construtores de Shamballa, a sede da Grande
Fraternidade Branca na Terra. Abençoados sejam por todas as eternidades, amém!
Aos exilados de Capela e de outros mundos que para cá imigraram (ou foram imigrados,
tanto faz) para aprender a Divina Lei do Serviço, da Utilidade e, portanto, da Harmonia do
Universo. A estes – que em certa época foram reprovados em seus mundos, e infelizmente, aqui
na Terra, acabaram se enredando ainda mais no véu das ilusões – a estes eu desejo que sua
memória seja ativada, a fé fortalecida, que a Luz Brilhe e logo consigam a sua Transmigração.
Em suma, eu dedico este livro a todos os estrangeiros que, com maior ou menor facilidade,
prosseguem no caminho evolutivo – sejam eles Libertos ou Reféns da Terra.
INTRODUÇÃO
Apesar de todo o clamor mundial, a França continua explodindo suas bombas no sul do
Pacífico. Essas bombas estão sendo jogadas na cratera de um vulcão dito extinto; só que a
radioatividade espalha-se, qual câncer. Por toda a camada de magma do planeta, contaminando
tudo, desestabilizando tudo, envenenando o planeta inteiro. Não por acaso, dias depois da
explosão de cada uma dessas bombas, sempre ocorre algum terremoto ou erupção vulcânica em
alguma parte do mundo...
A água potável da Terra está acabando. Atualmente, as reservas hídricas de 26 países já
estão esgotadas, e o quadro só tende a piorar. Ora, sem água não se sobrevive... Já se fala,
inclusive, de guerra pela água (Folha de São Paulo, 01/10/95, reportagem “Escassez Pode Levar
á Guerra de Água – Atualmente, 250 Milhões de Pessoas Distribuídas em 26 Países Enfrentam
Falta crônica de Recursos Hídricos”).
A situação nunca esteve tão crítica. Mestre Morya fala, mesmo, em desintegração da Terra.
Diz que o Apocalipse já começou; que a batalha é decisiva.E que, por outro lado e como sempre,
a Fraternidade Branca está deflagrando uma operação de Resgate (ou seja, de salvamento) do
Homem e da Terra. Que é absolutamente urgente que as pessoas despertem, tomem consciência
da gravidade dos acontecimentos. Mesmo porque esta é a última chamada.
“O mundo todo está dividido em negros e brancos. Alguns servem conscientemente, outros de
acordo com sua natureza, e terceiros representam uma massa gelatinosa que não serve para
nada. A Loja Negra é forte, pois uma grande potencialidade é necessária para o combate com a
Luz. Não é prudente subestimar as forças do adversário, especialmente quando se querido Kali
Yuga chega ao fim. É certamente uma batalha decisiva, e deve-se tomar cuidado para que a
fascinação e a sedução não toquem os fracos. Desde há muito foi indicado onde fica a principal
loja dos trevosos.” (Mestre Morya)
ATENÇÃO!
A hora soa. Os Anjos da Muralha, que até então estiveram controlando a pressão de certas forças
que fatalmente iriam precipitar nefastos acontecimentos sócio-políticos e fenômenos naturais,
afrouxam seus braços e os deixam pender, inertes – porque chegou o momento de não mais
intervir; chegou o momento de deixar que o carma planetário se cumpra. Aí, o Anjo da Morte e da
Destruição assume o comando. Ele faz vibrar, a uma freqüência altíssima e insuportável, a
violência que está dentro e fora dos homens. Em Réplica, os Magos Crísticos entoam o Nome de
Deus – É o verbo do Poder, que liberta cativos e ilumina, qual farol, os lugares onde se encontram
aportadas as naves de resgate, verdadeiras Áreas da Aliança. Homens de boa-vontade,
subitamente despertados pela Música das Esferas, passam a enxergar perfeitamente uma nova e
estranha claridade, e em silêncio dirigem seus passos para os locais assinalados... Está
começando o Resgate, desde já plenamente vitorioso.
Sim, os primeiros lampejos de mais uma batalha da Velhíssima Guerra já estão cintilando
diante dos nossos olhos e em todo o amplo espaço localizado abaixo da camada de ozônio. Só
que, dessa vez, por ser este o término de um ciclo planetário (que necessariamente implica numa
avaliação ou juízo), o conflito terá um caráter decisivo. O resultado final dirá: quem volta para as
estrelas, quem fica por aqui, quem tem que ser transferido para uma outra escola (ainda pior que
a Terra), quem morre porque precisa renascer, quem morre porque precisa morrer mesmo, quem
se salva porque está em condições de ser resgatado, que é promovido, quem é declarado Livre e
Mestre, quem verá a Nova Aurora irromper nesta Terra ainda tão miserável.
Trata-se, portanto, de um momento histórico: é um novo Resgate, de caráter bem decisivo,
dentro da Velhíssima Guerra. O objetivo é sanar o planeta, expulsando daqui os membros da Loja
Negra e neutralizando os frutos de sua obra satânica. Entre os agentes desse Resgate e também
entre os resgatáveis, encontram-se terrestres e extraterrestres.
O momento é histórico e, a meu ver, é indispensável a presença de um escrivão para
contar essa história desde o início. Bem, estou me apresentando como tal.
Capítulo 1
PRIMEIRO RESGATE
Temos muito a aprender com o passado. Nele, encontram-se as causas do que estamos
vivendo aqui, agora.
Para se entender que Resgate é este que já estamos presenciando, é fundamental voltar
ao passado e reconstituir o Primeiro Resgate empreendido pela loja Branca aqui na Terra, pois
nessa história, fica bem explicado o que é o Cristo e o que é o Anticristo: quem são os príncipes e
as potestades que dominam este mundo: como se organizam e trabalham as Lojas Brancas e
Negra; seus objetivos; a marcha das raças; a questão do código genético e da inclinação do eixo
planetário; a extensão dos danos causados ao planeta pela degeneração humana e o que se
requer da humanidade para responder, adequadamente, ao comando: Resgate!
O primeiro Resgate foi o maior de todos os que já ocorreram por esses universos afora: por
isso, pode-se dizer que foi o pai-mãe de todos os demais. Foi tão caloroso a ponto de tornar-se
conhecido como “O Grande Sacrifício”. Foi o mais significativo, o mais temerário, o mais
abrangente e o mais misericordioso, pois resultou na sobrevivência do planeta e da humanidade
inteira, além da reinstalação da Casa de Deus na Terra. Portanto, foi o Sopro da Vida Ministrado a
um mundo agonizante.
RESGATE mesmo, com letras de fogo e maiúsculas.
E começou com um Julgamento...
Capítulo 2
Murmúrios enchem a grande câmera da CMG. Há um certo frissom no ar. E não é para menos: a
Assembléia dessa tarde deve autorizar a extinção de um planeta da galáxia e,
conseqüentemente, definir o destino de sua humanidade. Aliás, ao que se comenta à boca
pequena, também não está completamente descartada a possibilidade de se condenar a dita
humanidade à desintegração...
É muito normal mundos aparecerem e desaparecerem... Quantas e quantas vezes a gente
olha para o céu e vê estrelas que há muito já morreram?! E quantos planetas – que já cumpriram
seu plano de utilidade e de serviço – explodem, desaparecem simplesmente, de uma forma ou de
outra? No próprio sistema solar a que pertence o planeta que está prestes a ser julgado, houve o
caso de um outro planeta que se desintegrou em conseqüência de uma colisão e acabou virando
um Cinturão de Asteróides. (De fato, na Natureza nada se perde, nada se cria, tudo se
transforma...) Só que aí o caso era diferente: de acordo com o Plano da Galáxia, o tal planeta,
originalmente, tinha vida curta. Ele foi criado para cumprir um determinado objetivo por um
determinado tempo. Ademais, lá não havia humanidade residente, mas apenas um grupo de
viajantes – turistas – suficientemente evoluído para prever antecipadamente o cataclisma e sair
antes que fosse consumado. O que de fato aconteceu. De modo que, cumpridos a meta e o
prazo, o planeta foi-se, sem causar transtorno a ninguém...
Continuavam as conversas, versando sempre sobre o mesmo assunto.
Eletricidade na atmosfera. Muita conversa e nenhuma controvérsia. Absolutamente
nenhuma divergência. Porque, afinal, as opiniões eram unânimes: ora, se há uma célula
cancerosa que pode contaminar as demais, colocando em risco a saúde do próprio sistema, o que
é que se faz? Extirpa-se, óbvio!...
De qualquer forma, a Assembléia seria histórica. Jamais, em tempo algum, na Via Láctea,
uma possibilidade tão séria como essa – de desintegrar um planeta – fora sequer cogitada... Mas
se, de fato, essa sentença fosse aplicada, como é que ficaria o Plano de Evolução do tal planeta,
hein? É, realmente não ficaria... E quanto à humanidade, os novos órfãos planetários? E quais
seriam os efeitos dessa provável desintegração no sistema solar a que pertence o tal planeta?
Como é que se...
De chofre, o burburinho cessou. Fez-se absoluto silêncio. É que, de uma porta lateral
situada atrás da mesa do Conselho, saiu o Secretário Geral, que já se encaminhava para a
tribuna. O público, respeitosamente, se levantou. Era hora de começar a Assembléia.
Do púlpito, o Secretário Geral abriu oficialmente a sessão:
- “CANTO DA CRIAÇÃO
No princípio, não havia coisa nenhuma; nada existia.
Não havia nem céu nem atmosfera.
Onde estava, então, este Universo fecundo?
Em que lugar se achava contido?
Estaria num abismo?
Ou, quiçá, numa insondável profundidade fluida?...
Não havia, então morte nem imortalidade.
Não havia nem dia nem noite; nem luz nem trevas.
Só o Único (Brahma) respirava pela Sua própria natureza.
Fora d’Ele não havia nada – nem acima e nem além.
Foi aí que veio a escuridão escondida na escuridão,
e a treva na treva.
Depois, formou-se Alguma Coisa fluida como água.
Um caos informe onde o único (Brahma) jazia vago.
Envolvido no Nada.”
Proferidos os primeiros versos do antiqüíssimo hino milenar (Na Terra, esse hino consta do Rig-
Veda, um dos livros hindus mais antigos e sagrados), o Secretário Geral prosseguiu:
-Dessa Coisa Fluida como água e sutil como o éter, chamada Espírito, todos os universos
visíveis e invisíveis germinaram e brotaram no meio do caos. Em cada Dia de Brahma, em cada
eternidade esses universos compõem uma forma diferente. Neste Dia de Brahma, nesta presente
eternidade, os universos têm a forma de uma rosa. É assim que o Criador contempla a Sua
Criação do Dia de Hoje: uma Rosa Espetada no Caos, uma Rosa Espetada no aparente Nada,
que é, na realidade, um Oceano Eletrônico...
“É assim também que, ao início de mais uma Assembléia Geral, esta Confederação dos
Mundos da Galáxia contempla o Plano de Evolução Universal...”
Vários minutos se passaram. Absoluto silêncio no salão da CMG. De olhos fechados, todos
os presentes contemplaram, como Deus, longa e ternamente, a Criação, tal como ela se
apresenta no Dia de Hoje... Finalmente, o Secretário finalizou a contemplação:
- Queiram sentar-se:
Pausa para o público se acomodar. Em seguida:
- Senhoras e senhores, Irmãos e Irmãs. Estamos reunidos hoje aqui, em mais uma
Assembléia Geral, para decidir a sorte de um planeta e de sua humanidade. Trata-se da Terra,
localizada no sistema solar de Hélios e Vesta, na 13ª Região Administrativa da Via Láctea. Esse
mundo encontra-se hoje, inteiramente, em poder da Loja Negra: por conseguinte, também os
portões estelares (Portões estelares, também chamados de portas interdimensionais: são
verdadeiros túneis ou atalhos existentes no universo, usados para encurtar distâncias que
separam as galáxias e os sistemas solares; são as entradas e saídas diretas para um
determinado local do universo. De acordo com sua função, esses portões podem ser,
basicamente, de dois tipos: ou são reservados exclusivamente para a transmissão de imagens
holográficas (permitindo a comunicação “direta” de pessoas situadas em planetas, sistemas
solares e galáxias diferentes) ou então servem para transporte físico de pessoas e/ou naves.
Neste último caso, o indivíduo ou veículo que penetrar nesse campo de energia sofre um
processo de total anulação de sua coesão molecular e peso atômico – por conseguinte, é
desmaterializado, quer dizer, convertido em energia e, assim, lançado como um projétil em
direção ao portão de saída. Na Terra, o portão mais conhecido é o Triângulo das Bermudas.)
estão sob o controle dos Senhores da Expressão Material. A confederação dos Mundos da
Galáxia confessa-se extremamente preocupada com tais acontecimentos, pois eles representam
um grande risco para a segurança do sistema solar e da própria Via Láctea, na medida em que,
se o mal não for erradicado a tempo, pode se alastrar...
“De fato, o ‘mal cósmico’ assolou a Terra, e os resultados são trágicos: a humanidade
terrestre está reduzida, quase que irreversivelmente, a um estado de total bestialidade. Pode-se
mesmo dizer que – excluindo-se os próprios Magos da Penumbra e alguns raríssimos terrestres
resgatáveis – não existem mais, naquele planeta, seres pensantes ou racionais”.
“Visando o bem comum, devemos julgar agora o destino da Terra e seus habitantes com
Amor, Misericórdia, Justiça e absoluta Neutralidade. Para isso, vamos rever, com muito critério, do
princípio ao fim, a história da Terra... que será contada e devidamente documentada por aqueles
que dela participam.”
“Como primeira testemunha, chamamos então o Senhor Michael, Príncipe dos Arcanjos!”
Capítulo 3
FIAT!
“Vós, Poderosos Sete Raios Cósmicos, que estais fazendo Vosso trabalho na Esfera da Terra! Em
Vossa Radiação de Puro Amor, Preenchei toda a Terra, suas águas, seu ar, seu éter” (Mestre
Saint Germain, Ponte para a Liberdade, 1991)
Pelo rosto rosado e imberbe, pelos olhos azuis muito vivos, pelo cabelo louro cacheado, pelo
sorriso de menina, - dir-se-ia que era um anjinho barroco, Mas a glória de ser Presença, a altura,
a aura de Poder e de Fé, as gigantescas asas, a Espada de Luz Pendendo-lhe da cintura, a
brilhante armadura de ouro envolvendo-lhe o corpo... ah, sim, sem dúvida era o Príncipe! Com
todo respeito e reverência, o Príncipe da Luz!
Um piscar de olhos e já estava ele ocupando a tribuna.
Por isso, o que se segue, a partir de agora, é o primeiro capítulo da História da Terra
Segundo Michael, o Príncipe das Legiões Arqui-angélicas:
- O primeiro sinal do que ia acontecer foi a Grande Respiração que eu senti, de repente,
atravessando todo o meu ser. Identifiquei, imediatamente, de onde vinha aquele Sopro: de um
determinado ponto localizado n Braço de Órion da Via Láctea.
Imediatamente, ao lado de Michael, materializou-se uma tela. Nela, aparecia a Via Láctea,
com seu núcleo radiante, suas nebulosas, seus quatro Braços...
Michael deixou a tribuna e apontou, na tela, o ponto:
- Era desse ponto aqui que vinha o Sopro: o sistema solar denominado Hélios e Vesta, na
13ª Região da Via Láctea.
“Era aquele sistema solar inteiro respirando através de mim. Ele parecia pulsar na tela do espaço
sideral... O poderoso Alento produzia um som: Fiat! (Quer dizer: faça-se, cumpra-se, execute-se).
Que, em seguida, era repetido com insistência: Fiat! Fiat! Fiat! Fiat! Fiat! Fiat!, num total de sete
vezes;
“Eu, servo de Shaddai, o Todo Poderoso, olhei então para o sol do sistema de que a Terra ia fazer
parte. Como disse, seu nome é Hélios e Vesta. Trata-se de uma estrela anã amarela, de quinta
grandeza, situada a 32.00 anos –luz do centro da via Láctea existem mais de 100 bilhões de
outras estrelas, muitas delas bem maiores. Mas, de qualquer forma, é um sol. E um sol, meus
caros Irmãos, não é apenas um centro de gravidade que mantém em suas órbitas os planetas que
dele dependem, e também não é apenas um mero doador de vida químico-física. É muito mais do
que isso: o sol é o Ponto de Luz da Mente de Deus dentro do sistema que ele constitui: é a
Consciência do Plano de Evolução de todos os corpos celestes que dele dependem: É o Centro
onde a Vontade de Deus é conhecida. E é também o Ponto de Amor do Coração de Deus em
Pessoa.
“É lá esteve Ele, e Onipresente Deus, mais glorioso que nunca, em pleno ato criador... Sim, aqui
está Ele, neste Eterno Presente!”
Como num passe de mágica, Michael materializou, a uns dois metros acima de sua cabeça, um
sol em miniatura – refulgente, luminoso...
- Apresento-lhes, em pessoa, o sol Hélios e Vesta... Uma miniatura, claro, de apenas três palmos
de diâmetro, de modo a caber nesta sala... Mas trata-se do próprio sol Hélios e Vesta, na medida
em que essa imagem que eu acabei de materializar contém a mesma Alma, a mesma energia,
que anima a estrela física.
“Sol Hélios e Vesta” – Clamou, com reverência, o Príncipe dos Arcanjos. – O Pai-Mãe do
sistema que dele depende. Para todos os seus planetas, que funcionam como pólos magnéticos,
essa bela estrela é o pólo eletrônico do circuito. Como qualquer sol, ele não é quente: os raios
que emite são de pura energia eletrônica, que só se transforma em calor no momento em que
entram no planeta e põem-se em contato com os raios magnéticos que compõem a atmosfera
planetária. Aí, sim, o calor é produzido.
“O sol não é quente: no entanto. É feito de fogo. Dá para entender? É simples: cada sol
deste imenso firmamento é uma presença Viva e radiante de Deus. Ora, cada um de nós é um
pouco dessa mesma Presença... que ilumina mas não queima. Que arde, mas não queima. Que
anima, que vivifica, que resgata, que ressuscita, que cristifica, que eterniza, mas não queima.
Deus não queima.
“No dia do nascimento da Terra, logo depois de ter sentido a Respiração do Sol, eu tive
essa visão de Hélios e Vesta – exatamente assim, com esse brilho, com essa luz... O Sol!, pensei
então com entusiasmo, banhando-me nos raios de Fogo.”
Michael acabou de pronunciar essas palavras e todos os espectadores, por força do Verbo,
sentiram-se envolvidos por revigorantes raios de Fogo...
- Sol Hélios e Vesta!... – repetiu o Príncipe dos Arcanjos, - No interior dele, dividindo-o ao
meio como se fosse um eixo claramente visível ou então como se fosse um relâmpago que o
repartisse verticalmente em dois hemisférios, apareceu o Centro de Poder que, ao se tornar
visível, nos investe do Poder de agir em Nome de Deus no processo de formação de um novo
corpo celeste no espaço sideral.
Michael fez uma pequena pausa, enquanto seu olhar, agora com uma expressão bem
professoral, percorria a assistência.
- Uma pergunta: Vocês entenderam bem quais são os três momentos que antecedem a
formação de um planeta?... De qualquer forma, é melhor recapitular. Os três momentos são:
Respiração, Fiat e Cetro. A respiração expressa a Vontade de Deus de criar algo. O Fiat é a
Ordem verbalizada. E o Cetro nos delega Poder para agir em Seu Sagrado Nome. Isto posto, eu
pediria ao público que se concentrasse no Cetro que acabou de se materializar no sol...
O público se concentrou no Cetro. A radiação dourada que dele fluiu penetrou nos olhos
dos espectadores até alcançar-lhes o cérebro: alojando-se ali, fez brotar, num determinado ponto,
uma pequenina chispa de fogo. Que, por sua vez, começou a irradiar sua doce luminosidade. Em
torno da cabeça de cada um dos presentes formou-se, então, um halo dourado. Uma coroa de
luz.
Michael continuou contando:
- Nesse momento, eu, servo de Adonai, o Grande e Único Senhor da Criação, sempre
pronto para cumprir Sua Vontade com Amor, senti um impulso irresistível de olhar para minha
mão. Bem, eu fiquei olhando olhando e aí, bem aqui, olhem! (Michael mostrou a palma da mão) –
apareceu o planeta Terra. Foi assim. Simples assim.
De fato, uma certa forma esférica com um centro radiante e ligeiramente achatada nas
extremidades, materializou-se-lhe na palma da mão. Pequena como uma bola de tênis, leve e
transparente como uma bola de sabão, quase tão luminosa quanto o sol, e girando em torno de
seu próprio eixo.
- Amigos, Irmãos, esta é a primeira imagem da Terra. Acabou de nascer; é um
embriãozinho. Não se impressionem com o tamanho: até o maior de todos os universos começou
de uma simples gota de energia... A terra é luminosa, porque é uma fagulha da Mente do
Criador... Leve e transparente como uma bolinha de sabão porque, até o presente momento, a
Terra é feita apenas de matéria mental, Mas já é a Terra, com a estrutura completa de todo
planeta. Observem, por favor: a superfície é a crosta planetária; os orifícios superior e inferior são
as aberturas dos pólos, que ligam a superfície ao mundo intraterreno; e este ponto central que, na
Terra, receberá o nome de Surya.
Ato contínuo, o louro Arcanjo ergue a mão na vertical, com os dedos entreabertos. Como
se puxada por uma irresistível força magnética a minúscula forma-pensamento Terra
acompanhou-lhe o movimento, colocando-se a uns 7 centímetros da mão de Michael: sempre
girando em torno do próprio eixo, o planetinha descreveu, ainda, uma órbita completa em torno da
mão do Arcanjo... Ele fez um novo movimento brusco; ainda dessa vez, a pequenina Terra,
sempre girando em torno de seu eixo, tornou a acompanhar-lhe o movimento. Michael sorriu para
a platéia, comentando:
- Isso é Amor... Verdadeiramente Amor...
Por um breve instante, o Príncipe dos Arcanjos deteve-se a contemplar, com Amor, a Obra
de Suas Mãos.
- Agora eu vou soltá-la... Deixar que ela ocupe o lugar que lhe é devido dentro do sistema
solar Hélios e Vesta...
O príncipe baixou a mão. Com isso, a Terra balançou freneticamente, completamente
desgovernada, sem aprumo, sem equilíbrio. Mas, pouco a pouco, os espasmos foram diminuindo
de intensidade, até que cessaram de vez... Por um breve (ou longo?) instante, a Terra ficou
absolutamente imóvel no espaço. Simplesmente flutuando. E aí, muito devagarinho, começou a
girar em torno de seu próprio eixo. E depois de recuperar o movimento normal de rotação, a Terra
começou a deslizar pelo espaço: estava sendo puxada para a órbita do sol...
- Cada planeta – explicou Michael – tem quatro movimentos: o de rotação (em torno do
próprio eixo), o de translação (em torno do sol), o de alinhamento do seu eixo com o sol (de
preferência, tornando-se perfeitamente paralelo) e, finalmente acompanha o movimento conjunto
do sistema solar que, de tempo em tempos, se acerca do Grande Sol central de sua Galáxia...
Enfim, eis a Terra recém-nascida... Cabe a nós, Arcanjos, nesse atual estágio de
desenvolvimento, fazê-la crescer...
ENYEM ASHER EHYEH: EU SOU O QUE EU SOU. Sendo eu o que sou, componho,
juntamente com outros seis Arcanjos e nossas Chamas Gêmeas, uma Hierarquia da Criação:
cada um de nós tem muitas legiões sob seu comando, e todos juntos formamos a Fraternidade
Angélica. Porque tudo no Universo funciona dentro do princípio da Harmonia, do Serviço e da
Cooperação. Os que estão no topo da pirâmide são os que, nesse instante, têm mais condições
de servir. Mas todos nós, sem exceção, estamos evoluindo: o anjo que hoje responde pela guarda
de apenas um ser humano amanhã poderá estar respondendo por uma Raça inteira – poderá ser
o Guardião de um povo, de uma nação, de um continente, do próprio planeta... Sim, tudo evolui.
O todo evolui... Além do mais, todos têm o seu papel definido, a sua nota-chave dentro da Grande
Sinfonia da Vida.
EHYEH ASHER EHYEH. Existe apenas um Eu. Por isso, toda a Fraternidade Angélica se
uniu para dar Vida àquela primeira imagem mental da Terra. Vida realmente: sentimentos,
emoções, sensibilidade, matéria astral, sistema nervoso astral – alma, enfim. A Alma do Mundo –
quer dizer, a alma, embora rudimentar, de cada mineral e cada vegetal que vai viver no planeta. A
Alma do planeta Terra.
Começamos o trabalho. Somos Anjos, nascidos do Sol; por conseguinte, os nossos
sentimentos são as cores em que a luz solar se decompõe, cada uma delas com seus atributos
específicos. Assim, ritmadamente, nós todos, Anjos Solares, fomos irradiando para aquele feto (a
imagem mental da Terra) as qualidades solares que, em síntese, são as seguintes: a Vontade e a
determinação de cumprir a Vontade Superior com fidelidade e dedicação: a Inteligência e o Amor.
Nem é necessário dizer que essas qualidades são os principais ingredientes da Alma do Mundo.
Através do nosso trabalho de manipulação de energia e substância astral, a Terra foi
saindo de um estado totalmente azóico (sem vida) para as fases de ígnea, semi-ígnea, pastosa e
de solidificação crescente.
Na dimensão astral, temos a incumbência de animar as Idéias do nosso Deus Pai-Mãe – é
por isso e para isso que existimos. Assim, se no projeto mental que recebi havia terras e mares,
então nós, Anjos, construímos na dimensão astral essas terras e esses mares – juntando
moléculas, átomos, formando os oceanos astrais e os escudos do protoplaneta, que são as bases
subterrâneas, os alicerces dos futuros continentes da superfície e do interior da Terra. A partir
desses alicerces, foi que compusemos as terras.
Ora, todo planeta, assim como nós, é um ser em evolução. Tem um Cristo, que é o sol
central, cuja sede é o coração. À semelhança de qualquer Filho de Deus, o planeta tem uma
kundalini, o misterioso Fogo Virginal que lampejo no cóccix; no processo de iluminação planetária,
esse fogo, desperto e atuante, opera maravilhas. E tem pulmões, que são a camada etérica que
envolve o planeta; através dessa camada, correntes de energia estão, profusa e
incessantemente, purificando o corpo planetário. Tem cabeça, que é o pólo – o ponto mais
elevado, por onde entram as influências ou inspirações oriundas do cosmos. Órgãos excretores,
localizados no pólo sul, que servem para expelir as energias inadequadas ou impuras. Um
esqueleto, que são as montanhas e as colinas. Carne, que são as terras planas, Cintura, que é o
equador. Sistema linfático: os mares. Vasos sangüíneos: os rios. Nervos: veios minerais,
meridianos, poros, a própria respiração, personalidade, tipo de temperamento, temperatura,
biorritmo. Da mesma forma que os humanos, que têm um código genético, o planeta tem um
código energético próprio, e ambos mudam no decorrer da evolução.
Como nós, um planeta é um ser em evolução: nasceu, e sua existência tem uma
finalidade, uma meta a cumprir. Tem que evoluir, sim, pelos próprios méritos e usando seus
próprios recursos: tem que conquistar o seu lugar ao Sol, sempre cumprindo as leis do plano onde
final de um período de manifestação, cada ser será igual ao que foi no princípio acrescido das
experiências adquiridas durante o ciclo.
Na matéria astral, a Fraternidade Angélica montou primeiro a estrutura do planeta: a crosta
em volta do sol central e as aberturas dos pólos. Depois trabalhou no relevo: cada acidente
geográfico. No caso das cordilheiras, por exemplo, elas vão-se erguendo ou progressivamente,
através da sedimentação, ou então em decorrência de algum movimento abrupto das placas
tectônicas... mesmo na matéria astral. (Como eu disse, o planeta tem que passar pelo processo
de evolução.) Por isso, nós, anjos, criamos apenas as condições para que, mais tarde, no tempo
certo, as montanhas viessem a se erguer.
E fomos por aí, sempre cumprindo o Plano.
Ele-Ela queria muito ouro (O ouro é posto no interior da Terra pelos Senhores da Criação –
esses Grandes Seres de Luz e Amor que criam e dirigem mundos, sistemas de mundos, e a
expansão da Luz que sobre eles habitam. (...) O ouro é um dos meios mais importantes pelos
quais a energia do nosso Sol é fornecida ao interior da Terra, e um equilíbrio de atividades é
mantido. Como condutor dessa energia, ele age como um transformador, na medida em que
transmite a força do Sol para o interior da substância física do nosso mundo, assim como para a
Vida que se estende sobre ele. A energia contida no ouro é, realmente, a radiante força eletrônica
do Sol, atuando numa oitava mais baixa.” (Mestre Saint Germain, em Mistérios Desvelados –
Ensinamentos do Mestre Saint Germain, Ponte para a Liberdade, 1989)) incrustado no interior do
planeta? Pois então nós, Arcanjos, canalizamos essa poderosa energia solar e a condensamos na
forma desse metal em seguida, a injetamos no solo da Terra para que Crescesse como planta...
Ele-Ela queria gases que tanto servissem de apoio às placas tectônicas quanto
funcionassem como fonte de energia? Nós construímos essas camadas... Ele-Ela queria, além do
ouro, outros metais, gemas, minérios disseminados pelo planeta recém-nascido? Pois então nós
começamos a criar a crosta mineral: xistos, gnaisses, micaxistos, sobre os quais, com o tempo,
se formaria o granito. Incrustamos preciosos filões metálicos de cobre, manganês, platina e
muitos outros, que passaram a cintilar, misturados com o ouro, na substância astral da Terra...
Muito bonito o resultado.
Ele-Ela determinou que houvesse quantas estações por ano na superfície da Terra? Então
nós fomos, gradativamente, abrandando aquele calor tórrido que existia desde o equador até os
pólos, substituindo-o por um clima temperado e regular. Depois, para que houvesse variação no
colorido na vegetação e de tipos de colheita, introduzimos as quatro estações – mas só na
superfície, é claro, porque nas regiões intraterrenas, onde o sol central brilha perenemente, o
ameno verão é constante...
Ele-Ela manda, nós cumprimos fielmente.
Fielmente.
Obediência irrestrita à Vontade do Altíssimo, respeitando sempre o processo evolutivo de
cada ser: eis a nossa fórmula.
Então nós entregamos a Terra nas mãos dos Elohim. Porque com relação a nós, Anjos
Solares, o Fiat havia sido cumprido.
“ELI, ELI, LAMMA A SABACTAMI: PAI, PAI, COMO ME GLORIFICASTE!”
Capítulo 4
“Uma constelação é, evidentemente, muito menor que o Poder dos Elohim: esta é, em
outras palavras, muitos degraus abaixo de Sua Atividade. Um ser adiantado, conscientemente
operando em algumas altas Esferas, está constantemente com os Elohim” (Mestre Saint Germain,
em Instruções do Mestre Ascensionado Saint Germain, Ponte para a liberdade, 1991)
Capítulo 5
Nos primórdios do sistema solar a que a Terra pertence, entre Marte e Júpiter havia um outro
planeta, que se desintegrou durante uma colisão com outro corpo celeste. Os fragmentos daí
resultantes constituíram o atual “Cinturão de Asteróides” e formaram, também, a maioria das luas,
dos planetas do sistema.
Só que a lua da Terra não é um pedaço do planeta que explodiu, mas, sim, uma nave-
laboratório, devidamente tripulada, que transitava, serena, em ritmo de cruzeiro pelos espaços
siderais...
No grande anfiteatro, por cima da cabeça dos presentes, materializou-se, em miniatura,
esse misterioso objeto espacial, que haveria de se transformar no satélite (ainda que artificial) da
Terra. Lá vinha ele, deslizando aparentemente sem rumo na amplidão...
Sem rumo? Claro que não, pois seus tripulantes, os Pitris, tinham destino perfeitamente
definido: a órbita do planeta Terra, que acabara de nascer.
- Os Pitris são Irmãos bem graduados dentro da organização da Fraternidade Branca –
esclareceu Hércules. – Seu trabalho está ligado com a criação de mundos e, nesse trabalho, eles
representam, controlam e dirigem a energia cósmica feminina, o magnetismo. Suas próprias
Presenças são a essência do magnetismo lunar.
Como Mestres que são, eles não dependem de naves para se locomoverem. Assim,
podem perfeitamente abandoná-las a qualquer momento e se estabelecer em qualquer outro
corpo celeste. Mas, com freqüência, usam mesmo as naves porque é mais prático: é uma casa
móvel e, aí, podem transportá-la livremente, sem precisar mexer com a organização dos sistemas
solares...
Eles agora estão vindo de muito longe... Estiveram em vários outros sistemas solares e, lá,
de sua nave-laboratório, irradiaram energia lunar para mundos que dela necessitavam. Cumprida
a missão, seguiram caminho, ás vezes deixando um espaço vazio, e em outras vezes deixando
em seu lugar uma outra lua, um outro satélite (dessa vez natural) – aliás, troca de luas é fato bem
corriqueiro na organização de sistemas...
No seu longo percurso, a superfície externa da nave cobriu-se de poeira cósmica e, até
mesmo, eventualmente, veio servindo de pouso para alguns viajantes espaciais.
Agora, os Pitris estão chegando à órbita da Terra, que, como planeta, terá que cumprir o
seguinte Plano: abrigar três raças humanas durante o período que vai desde o nascimento físico
até a Mestria: e, depois que essas três humanidades saírem, ascensionar, como ser planetário,
para a quarta dimensão, depois para a quinta dimensão etc... O Plano é este. E neste movimento,
os Pitris Lunares estão vindo para auxiliar o planeta e suas três futuras humanidades no seu
processo de densificação, ou seja, de solidificação, de materialização. Dentro da Hierarquia, essa
é uma das tarefas dos Pitris: esse é também um dos efeitos dos raios lunares.
O público presente no anfiteatro assistiu as manobras de estacionamento da nave dos
Pitris na órbita da Terra e a incidência dos primeiros raios lunares na superfície do novo planeta.
- Como eu disse, os Pitris são a própria essência do magnetismo lunar; eles vêm para
materializar o corpo físico-denso da humanidade e desenvolver o seu psiquismo; eles trabalham
muito com a Mãe, pois assim é a lua (qualquer lua, seja ela natural ou sintética)... E não por
acaso, muitos dos futuros habitantes da Terra descobrirão, intuitivamente, que a sua lua não é
deste sistema solar, que ela veio de muito longe... E aí, por causa dessas andanças, muitos a
chamarão de Andarilha que, por sinal, é um nome bem apropriado. Então vamos nós também
adotá-lo aqui, neste julgamento. Andarilha ficará sendo o nome da nave dos Pitris.
E agora deixemos de lado a lua e voltemos a nos concentrar no assunto de nossa reunião:
a Terra... Ei-la!
A Terra física, produto do trabalho dos Elohim... Ei-la, flutuando no centro e no alto do
anfiteatro, à vista de todos os espectadores... Com dois oceanos chamados Pantalassa e três
continentes – dois na superfície (Laurásia e Gondwana) e um intraterreno (Agartha).
Diminuta, certamente: apenas um membro raquítico de um sistema cujo sol é de quinta
grandeza. Com uma superfície de aproximadamente 508 milhões de quilômetros quadrados, a
Terra é, de fato, bem pequenina. Mas nem por isso menos amada pelas Hostes Construtoras pois
seu coração flamejante, constituído do Fogo emanado pelo Mais Sagrado Nome de Deus, é o
próprio Olho Que Tudo Vê... Assim, ao avaliarmos esse diminuto planeta azulado, não devemos
nos ater às suas reduzidas dimensões mas tão somente à sua essência e beleza...
E por falar em essência e beleza, a assembléia teve oportunidade de vistoriar o planeta
recém-nascido, conferindo a condições em que seria entregue aos futuros habitantes. Para
começar, o núcleo flamejante, o Olho, não é uma quimera: é o sol central da Terra, que é oca.
Realmente o seu peso (aproximadamente seis sextilhões de toneladas) não corresponde á
superfície de 508 milhões de quilômetros: obviamente se o planeta fosse todo compacto, o peso
seria bem maior.
Sol é Sol em todo lugar, esteja ele no centro de um conjunto de planetas ou no interior de
um corpo celeste: é o doador da vida. No caso da Terra, cujos pólos na realidade não existem
pois são meros orifícios (ou melhor, grandes orifícios, uma vez que medem mais de 2 mil
quilômetros) que servem de entrada para as regiões interiores do planeta, seus futuros habitantes
poderão escolher entre viver na casca ou no miolo.
Sem dúvida nenhuma, é muito mais vantajoso se viver nas regiões intraterrenas do que na
superfície planetária – aliás, por terem chegado a esta conclusão, as humanidades dos outros
planetas do mesmo sistema solar de que a Terra faz parte (Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter, etc.)
optaram pelo Centro. E, diga-se de passagem, vivem todas muitíssimo bem, com um grau de
desenvolvimento que a Terra nunca logrou.
As principais vantagens são as seguintes:
2ª) No interior, há muito mais terras disponíveis para habitação; o espaço útil é três vezes
maior. À primeira vista, essa afirmação pode parecer absurda se considerarmos que a camada
intraterrena tem menor circunstância (de fato, seu diâmetro é de apenas 10.270 quilômetros
quadrados) e, por conseguinte, muito menos área total. Entretanto, na prática, isso não é
verdadeiro. Por uma simples razão: 15% da atual superfície planetária é coberta pela água, o que
não corre nas camadas intraterrenas. O resultado é que, dos 508 milhões de quilômetros
quadrados da superfície terrestre, apenas 142 milhões são ocupados por terras; já no interior,
repetimos, a área habitável é três vezes maior.
3ª) Morando-se no interior, não se está exposto a prejudiciais raios cósmicos nem a
precipitações radioativas.
IAVEHSHALOM!
NASISHALOM!
SHESINAHSHALOME!
SHELHOMESHALOM!
A VIRGEM
Na trilha recém-ocupada por Hércules, o Elohim, estava agora uma ninfeta. Quinze
dezesseis ou – no máximo, estourando – dezessete anos. Quer dizer, uma adolescente, mas que
já era a própria personificação da Beleza feminina. Uma deusa da Beleza. O público que
superlotava a grande câmera da CMG chegou a ficar com a respiração suspensa, tamanho o
impacto que ela provocava.
Alta, morena, olhos escuros, cílios espessos e grandes. Uma pele de porcelana de tão
perfeita. Boca carnuda, grande, sensual. Sorriso angelical. O cabelo, a jovem ninfa usava-o em
parte preso num coque no alto da cabeça, enquanto o resto deixava cair, abundante, por sobre os
seios, por sobre as costas, se derramando nos braços – todo enfeitado de flores silvestres.
Através da túnica vaporosa, podia-se distinguir o corpo de formas perfeitas. Seios rijos e eretos,
cintura fina, quadris mais largos. Coxas nuas, pés descalços. Linda na morenice, linda na
virgindade...
Linda! Linda! Linda! Linda! Linda! Linda! – era só o que o público, embevecido pensava...
- É, eu sei que sou linda... – respondeu a beldade, em voz alta.
Não havia, em sua voz, nem o mais leve traço de vaidade. Ela apenas continuou, de modo
absolutamente impessoal, uma verdade insofismável: era bela mesmo... e daí?
A beldade continuou:
- Por onde eu passo, desperto a administração de tudo e de todos. A natureza, ao me ver,
se rende ao meu encanto e instantaneamente se faz mais bela. Os animais, as plantas, as
próprias pedras não são insensíveis á minha beleza... Eu mesma, quando me contemplo na
superfície das águas, me surpreendo: “Como é possível tanta beleza, minha Deusa-Mãe?!” E, no
momento seguinte, eu respondo a mim mesma: “sim, é possível toda essa beleza porque eu sou
uma shakti, quer dizer, sou um Espírito Virginal da Mãe Divina, a Senhora de muitos aspectos e
de todas as formas!”
“Basicamente, Ela, a Única Senhora, se manifesta como uma Santíssima Trindade: a
Virgem, a Mãe Cósmica e a Anciã... Pois neta presente eternidade, a Deusa por Puro Amor,
concedeu-me a maior de todas graças: refletir a Primeira Pessoa da Trindade (ou seja, a Virgem)
em minha pessoa, em meu ser, me tornando, assim, um mero espelho d’Ela... Um espelho d’Ela,
entendem?!... Por esse universo afora, existem muitos seres femininos eleitos para expressar um
Aspecto ou Atributo da Senhora; são manifestações avatáricas. Neste Dia de Brahma, eu sou
uma dessas manifestações... Eu sou Ela, Ela sou eu... Contemplem, na minha figura. Sua Beleza
estonteante Sua Pureza, Sua Eterna Juventude... o próprio Ideal Feminino. Contemplem assim,
com fervor e respiração suspensa, a Mulher que eu sou – Virgem, Imaculada, a própria Fonte da
juventude... e rendam a Ela, Nossa Senhora, toda honra e toda glória!
Houve uma pausa. A Virgem sorrindo, olhou o público com doçura.
- Meu nome é Amarilis, também conhecida como Deusa da Primavera. Estou muito
contente de estar hoje aqui, nesta Assembléia, para contar a história da primeira humanidade da
Terra. Esses primeiros homens apareceram no pólo norte que, por sinal, era uma região muito
diferente do que é hoje. Eu estava lá, no dia do nascimento, e os abençoei...
Amarilis:
-Em todo planeta, o pólo norte é o pólo do raciocínio e da memória; o lugar onde o ser
planetário controla todas as formas de vida que nele existem e evoluem. O pólo sul, ao contrário,
é o canal de excreção. Geralmente, os dois pólos magnéticos estão localizados no centro da
crosta planetária – na terra, esta tem a espessura aproximada de 1285 quilômetros, e os pólos
magnéticos estão situados a cerca de 645 km abaixo da superfície justamente ao redor dos
orifícios que conduzem ao mundo intraterreno.
Estritamente falando, as terras polares são aquelas localizadas no espaço compreendido
entre os pólos e as linhas dos círculos polares. Na Terra, os paralelos passam a 66º 33’ do
equador.
Na Terra, o circulo polar do norte chama-se Ártico; o do sul chama-se Antártida. A palavra
ártico significa ursa, numa referência á Constelação da Ursa Pequena, que se situava em cima do
pólo norte. Já o termo antártida quer dizer anti-ártico, ou seja, o lado oposto ou o contrário da
Ursa.
Por razões que serão minuciosamente analisadas no decorrer desta Assembléia, o clima
da Terra mudou muito com o tempo. Entretanto, na época do aparecimento da primeira
humanidade – que aconteceu ainda na Era Paleozóica ou Primária (A primeira raça humana
apareceu ainda na Era Paleozóica ou Primária (de 570 a 200 milhões de anos), constituindo a
primeira Idade de Ouro do planeta.) - o clima em todo o planeta era agradável e
homogeneamente temperado, Solo fertilíssimo, e as cristalinas águas oceânicas apresentavam
um altíssimo nível de oxigênio diluído e eram repletas de plâncton. A flora – que na Antártida
haveria de desaparecer por completo, e que no Ártico, haveria de ficar reduzida a algumas algas,
musgos, liquens e a alguns arbustos atrofiados – era exuberante.
Mas é bom lembrar que o planeta inteiro passava por um processo de solidificação; ainda
não havia montanhas nem colinas... Ou seja: a própria Terra ainda não tinha um esqueleto: por
conseguinte, os primeiros homens também não o teriam. A época era de cartilagens, de ‘ossos
moles’ E tudo era ainda muito etérico: não havia muita coesão atômica. Por isso, a primeira Raça
humana, necessariamente, teria que ser – e foi! – bem mais alta que as demais.
Naquela época, na Terra, não havia morte, competição, luta pela sobrevivência, vitória do
mais forte sobre o mais fraco. Havia, sim, perfeita harmonia na natureza, que aguardava, ansiosa,
o aparecimento dos primeiros homens.
A natureza é e será sempre mãe gentil... os atuais homens da Terra é que conseguiram
transformá-la numa feiticeira má, muito má...
Capítulo 7
“A vida humana existiu sobre a Terra desde que ela foi criada. Os geólogos têm apenas uma idéia
aproximada da idade da Terra, a menos que tenham sido altamente inspirados”. (Mestre
Ascensionado Saint Germain)
A voz melodiosa de Amarilis, a Deusa da Primavera, foi fazendo o público recuar até um
passado distante:
- Planeta Terra, final da Era Paleozóica. Estamos agora num promontório que existe no
continente Laurásia, do pólo norte: em terra firme, este é o ponto mais próximo da abertura
polar... Está anoitecendo...
Na grande câmera da CMG, no espaço compreendido entre a tribuna e as mesas dos
representantes dos planetas da galáxia, apareceu um facho de luz prateada vindo do alto.
- Esse facho de luz – explicou Amarilis – vem da lua. De dentro de sua nave-laboratório, os
Pitris estão assinalando este local, pois sabem perfeitamente que está na hora de começar os
preparativos para o aparecimento da primeira humanidade... Mas vamos deixar que a própria
História se conte...
Dizendo isso, Amariis simplesmente desapareceu. A luz argêntea da lua tornou-se mais
forte, mais forte... até que, de repente, sumiu, deixando em seu lugar as imagens holográficas de
três casais – atores vivos, reais, recortados de um registro akásico e, dessa forma, trazidos de um
passado remoto para o presente julgamento da Terra...
Gigantes: os homens mediriam aproximadamente os 3,50m: as mulheres eram, apenas,
um pouco mais baixas... Pelas feições, era muito fácil identificar quem era “casado” com quem.
Na realidade, em se tratando de Mestres da Irmandade Branca (porque era este o caso), não
existem maridos e esposas na acepção comum dessas palavras: Não! Porque eles são muito
mais do que isso: cada homem e cada mulher tem o seu par, o seu complemento exato, perfeito e
divino, e assim se integram, formando uma unidade indissolúvel, o mesmo Espírito, um único ser.
São Chamas Gêmeas e, muito mais freqüentemente do que pode acontecer com alguns casais
humanos (cuja relação simbólica faz com que marido e mulher acabem se parecendo
fisicamente), assim acontece com ascensionados. Em sua grande maioria os casais de Mestres
muito se parecem.
Apesar da simplicidade das vestes (roupões de cores pastéis, sem outros adornos que não
um turbante usado por um dos homens e as faixas coloridas que as mulheres traziam à cintura),
eles tinham um quê de autoridade, um porte régio combinando com a doçura, evidente em suas
fisionomias.
O mais alto e o mais moreno de todos era o de turbante, que, por sinal, não lhe cobria
inteiramente os cabelos, negros, que lhe chegavam aos ombros. Os dois outros homens, ao
contrário, tinham pele clara e a cabeça descoberta: cabelos mais claros e curtos. Quanto ás
mulheres, todas elas tinham cabelos compridos, na cintura, e trazia-os soltos.
No instante preciso em que aqueles seres pisaram no solo virgem da Terra, os raios do sol
central do planeta, escoando-se através da grande abertura polar, chocaram-se na muralha
formada pelas nuvens da superfície e se espalharam pelo céu, decompostos em todas as cores
possíveis e imagináveis. Logo se formaram arcos, arabescos, rendas, estrias, que também se
espalharam pela Assembléia da CMG...
Tratava-se de um dos mais estupendos espetáculos da Terra: a aurora boreal.
- Simplesmente soberba! – comentou baixinho o Manu, o Mestre que usava turbante, mas
nem sua mulher nem tampouco os outros dois casais Irmãos lhe responderam, tão absortos
estavam na contemplação do espetáculo.
Eram realmente notáveis a intensidade, a multiplicidade, a incrível combinação de luzes e
cores e os desenhos inusitados que se alastravam pelo céu afora. As nuvens situadas
exatamente em cima do grande orifício do pólo norte funcionavam como um espelho, refletindo as
paisagens paradisíacas da Agartha, o mundo intraterreno... No centro do quadro/espelho, o Sol
Central - O Olho de Deus Que Tudo Vê...
- Salve, Surya, sol central da Terra! – murmurou o Instrutor com devoção.
Não houve resposta audível à saudação do Instrutor, porém, por coincidência ou não,
imediatamente após ter sido proferida, Surya, o sol intraterreno, pareceu multiplicar o seu brilho.
Novos desenhos grandiosos, magistrais, vieram se juntar aos já existentes no céu do pólo norte...
Com a aurora boreal, ficou dia em plena noite. Toda a abóboda celeste ficou transformada
no cenário do grandioso show pirotécnico. “É, somente o único Grande Artista poderia assinar
uma obra como esta”, reconheceram os três casais com respeito.
Eles já haviam presenciado talvez milhares, ou mesmo milhões, de auroras boreais e
austrais por esses universos afora, pois eram viajantes siderais, incumbidos pela Santa Hierarquia
de criar raças humanas em alguns mundos. No desempenho de suas tarefas, haviam visitado
inúmeros planetas – que, por serem planetas, obviamente têm sempre a mesma e única
estrutura: um sol no centro e uma crosta com orifícios nas extremidades. E sendo assim é óbvio
também que todos eles têm também as suas (belas) auroras.
No próprio sistema solar de que a Terra faz parte: Mercúrio, por exemplo; Vênus, outro
exemplo. E Marte e Júpiter e Saturno, enfim, todos os demais planetas. Todos, sem exceção, com
os seus infalíveis nevoeiros e luzes ofuscantes brilhando nos pólos... Só que, na Terra, como
definiria o Manu, essa aurora estava simplesmente soberba!
- Que a Inteligência dos que vão nascer tenha todo esse esplendor! Isso é o que eu desejo
de coração... – sussurrou a Instrutora.
A conselheira contemplou as nuvens que ficavam bem em cima da abertura polar e que,
como um espelho, refletiam o paraíso intraterreno.
- Pois o que eu desejo – disse ela – é que eles sejam leves como essas nuvens que
flutuam diante do Olhar amoroso de Surya!
- E que, além da leveza e da liberdade que a leveza traz, eles tenham também o poder do
Sol Central! – completou o marido. Conselheiro também.
Um breve silêncio instalou-se no grupo. Afinal, o Instrutor interrompeu-o:
- O que eu queria era que eles optassem por viver no mundo intraterreno... Aí, o aprendizado
seria muito mias fácil.
- Eles precisam nascer na superfície do planeta – lembrou o Manu. – A Terra ainda está se
solidificando; nos primeiros dias de vida, a Nova Raça vai precisar muito de energia dos Pitris
lunares, que, é maior na superfície do planeta do que no centro...
- Mas depois dos primeiros dias de vida... – insistiu o Instrutor.
Simultaneamente, uma questão atravessou a mente dos três casais: qual seria o nome dessa
Raça de homens, a primeira da Terra?
- Talvez Jar-El – sugeriu Manu. – É um dos Nomes de Deus e significa “a vibração do Pai se
propagando através dos universos e dos tempos”. Um belo nome, que me agrada muito; traz a
Idéia de eternidade.
- Eu queria que o nome refletisse o estado de perfeito enlevo em que agora nos encontramos por
conta dessa incrível aurora boreal... O estado de completa elevação espiritual diante da Beleza –
contrapôs a Conselheira.
- El então –concluiu o marido. – É também um dos Nomes de Deus e significa justamente
“elevação”.
El. Um nome curto, de apenas uma sílaba e que já produzia uma divina elevação na consciência
dos que ainda iam nascer. A Raça dos Els... soava bem. Então, todos concordaram.
- A Raça dos Els, a ser concebida no decorrer desta aurora boreal... – Observou, sorrindo, o
Manu.
Os três casais, então, se concentraram. Fecharam os olhos e, com certeza, fizeram alguma
invocação mágica silenciosa. Nenhuma palavra de sua prece foi percebida na assembléia do
CMG, mas todos os espectadores viram os três casais – os Manus, os Instrutores e os
Conselheiros – se transformando na própria aurora boreal. Seus corpos, agora transparentes de
luz, irradiavam as mesmas luzes e cores do sol central, o mesmo fulgor que tingia o céu do pólo
norte.
Jar-El: o Pai Criador vibrando através dos tempos e dos universos – não é essa a essência de
todo ato de criação?...Efetivamente, a primeira raça humana chamar-se-ia El. Porém, ali no pólo
norte da Terra, naquele momento, Jar-El também estava presente na pessoa daqueles três
casais...
O casal de Manus passou a respirar mais fortemente que os outros; eles inspiravam pela boca,
sustentavam o alento, expiravam pelo nariz e, a seguir, faziam nova pausa. É essa a Respiração
do Fogo (Para cada elemento da Natureza, há uma modalidade apropriada de respiração;
usando-a, o homem pode harmonizar-se com esse elemento, controlando-o fisicamente e até
mesmo no que ele representa dentro do seu corpo e psique. Naquele momento de criação, os
Manus usaram a Respiração do Fogo (inspiração pela boca e expiração pelo nariz, com intervalos
entre os ciclos respiratórios). As outras modalidades são:
Respiração da Terra: inspiração pelo nariz, sustentação, expiração pelo nariz, sustentação.
Respiração da Água: inspiração pelo nariz, sustentação, expiração pela boca, sustentação.
Respiração do Ar inspiração pela boca, sustentação, expiração pela boca, sustentação.
A Terra relaciona-se com o corpo físico: a água com as emoções; e o ar com a mente concreta, o
intelecto.). E não por acaso os seus cérebros passaram a arder como Surya, o sol central do
planeta – um brilho suave, de infinitas nuances – que ardia sem queimar.
A paz que existe no Centro emergiu á superfície da Terra e se estendeu para além dos espaços
ocupados pela aurora boreal. Nesse momento, a temperatura da crosta terrestre igualou-se á das
regiões intraterrenas: passou a ser a de um verão ameno.
De repente, a cabeça do casal de Manus pareceu explodir. Uma chuva de fagulhas, nas cores
ouro e prata, caiu, torrencial, por todo o hemisfério norte: na Laurásia inteira (incluindo o
promontório onde os Mestres se encontravam) e em todos os poucos Arquipélagos e ilhas
avulsas disseminadas pelo grande oceano Pantalassã.
Choveu, choveu, choveu.
A aurora boreal terminou, a chuva também. Nasceu um novo dia, que passou muito rapidamente.
Andarilha se fez visível no céu: lua crescente. Os Els, dentro de seus casulos de ouro e prata,
pareciam-se com todos os fetos: cabeças grandes demais, corpos meio gelatinosos, esqueletos
se formando...
Andarilha exibiu as outras faces: cheia, minguante, nova. E repetiu o movimento completo:
crescente, cheia, minguante, nova. Virgem, Mãe, Velhíssima e depois renascendo como donzela,
tornou-se Mãe e... O sexo dos Els ficou perfeitamente definido: era duplo: na verdade, cada um
deles era um casal, sempre a fêmea por dentro do corpo do macho.
Andarilha girando como um pião: crescente, cheia, minguante, nova e de novo, e várias e muitas
vezes. Os sexos se separaram; os Els tornaram-se homens e mulheres diferenciados. Andarilha
se movendo devagarinho...
Afinal, quantas vezes a lua trocou de semblante e a Terra girou em volta do Sol? Ah, não importa:
segundo o Manu, a hora do nascimento da nova Raça humana ocorreria na hora exata e perfeita;
além do mais, ele, juntamente com a esposa, havia elaborado um cronograma que estipulava um
prazo de duração para cada mudança que ocorria no corpo dos Els – e esse cronograma estava
sendo cumprido á risca.
Então, no signo de Virgem, na entrada da primavera, num dia de lua cheia, a primeira Raça
humana desabrochou.
Em qualquer lugar do universo, a primeira expressão de todo indivíduo – seja através da palavra
falada ou, simplesmente, pensando e sentindo – é EU SOU. Os Els não fugiram à regra que não
tem exceção:
- EU SOU.
Mais de três milhões deles, despertando do que lhes parecia ter sido um longo sono e repetindo
sem cessar: EU SOU, EU SOU, EU SOU... Com essas palavras, eles se reconheceriam como
uma Presença no universo; como sendo uma existência – individual, única e intransferível...
À semelhança de uma bússola que sempre aponta o norte, a expressão EU SOU, que
espontaneamente lhes saía dos lábios, apontava sempre pra a Origem, para o Criador. Dizendo e
repetindo “EU SOU”, os Els vislumbraram Deus – que é todo Perfeição – em si mesmos. Eles se
reconheceram Deus em pessoa e, dessa forma, louvaram a Vida...
Usando de sua onipresença, os Mestres, envoltos num Manto de invisibilidade que lhes permitia
ver os Els sem que fossem vistos por eles, estavam ao lado de cada novo ser que despertava
para a vida e ouviram o EU SOU proferido ou simplesmente sentindo pelos primeiros homens da
Terra.
- Apesar de tantos milhares de anos de profissão – testemunhou o Manu – considero o
nascimento um verdadeiro milagre... Aliás, o único milagre que existe.
Os outros Mestres sorriram e balançaram a cabeça, em muda concordância.
Depois do EU SOU e da inevitável identificação com a Divindade em si mesmos, os Els voltaram
a sua atenção para os corpos através dos quais estavam se expressando. Como se estivessem
se olhando num espelho, viram suas imagens por completo.
Bem acima de suas cabeças físicas, como que flutuando nas nuvens, havia seres radiantes,
vestidos de luz e de glória, deuses como, por razões óbvias, jamais haviam visto antes.
- Isto é o que eu realmente sou – identificaram sem vacilar, utilizando a bagagem do
conhecimento inato que haviam adquirido durante o longo sono da não-existência. – Um aspecto
unigênito do Deus Múltiplo... Enfim, a minha verdadeira, eterna imagem.
E se nos céus manifestava-se gloriosamente a Presença do Filho de Deus, que é o verdadeiro
Eu, no chão do planeta Terra havia um corpo físico, por sinal bem diferente do humano na
atualidade. Era tão pouco denso, de átomos tão poucos coesos, que aos nossos olhos parecia
mais uma névoa do que propriamente uma carne. E esse corpo-névoa estava envolvido por
outros três veículos ainda mais rarefeitos, a saber: o corpo das emoções, o dos pensamentos e o
das intuições. Todos perfeitamente visíveis e distintos.
Os Els concentraram-se então no físico, que por sinal tinha a mesma imagem e semelhança da
Presença Divina.
Eram ainda mais altos que os mentores de sua Raça (que, até este momento, continuavam
invisíveis, dentro de deus Mantos de Invisibilidade): mais de quatro metros de altura, sendo as
mulheres um pouco mais baixas e menores. Aparência púbere, como se tivessem em torno de
vinte anos, se considerados os padrões atuais da Terra. Pele clara e longos cabelos (louros,
escuros ou ruivos) que lhes chegavam no mínimo até a cintura; intuitivamente os Els souberam
que a longa cabeleira funcionaria como antena, para receber e transmitir os mais diversos tipos
diferentes de vibração. O resto, em geral, era de formato oval, a fronte larga, sobrancelhas e cílios
ralos, nariz e boca bem desenhados, dentes extraordinariamente alvos. Os olhos, muito
expressivos, eram quase sempre escuros – como, aliás, os do Manus. Pele macia como a de um
pêssego: os homens não tinham nem vestígios de pêlos no rosto e nem por isso sua aparência
viril ficava comprometida.
Corpos esguios, de linhas harmoniosas. Pescoço e ombros largos no caso dos homens; as
mulheres, bem femininas, naturalmente os tinham mais finos e delicados, e todas possuíam seios
firmes e bem feitos. Praticamente não tinham pêlos no corpo – nem púbicos, nem nos braços e
pernas. A genitália era igual à dos atuais terrestres, a não ser por um detalhe: as mulheres não
tinham ovários. Coxas rijas. Os pés, ao invés de se afunilarem nos calcanhares, eram quase
perfeitamente retangulares. As mãos pareciam ligeiramente grandes demais para o restante do
corpo.
Movimentando cabeça, tronco e membros com o intuito de se familiarizarem com o próprio corpo,
os Els logo descobriram, encantados, que podiam ver em todas as direções.
No exato momento em que os Els tomaram conhecimento dessa faculdade, a voz de um dos
Mestres-guias da nova Raça fez-se ouvir.
-Esse olho que é capaz de ver em todas as direções chama-se Olho Onividente (Trecho de uma
instrução do Mestre Saint Germain: “Em época alguma houve seres, com o Espírito de Deus em
seu interior, dotados de um único olho. Tal idéia foi uma interpretação distorcida com relação ao
estado primitivo daqueles seres que ainda conservavam a função plena da Terceira Visão ou
Visão Interior, como o Raio X. O Olho Onividente é a concepção correta desse estado.
“Houve época em que o que é conhecido hoje como glândula pineal e corpo pituitário eram unos.
Eram o Olho Onividente. A estrutura do crânio e do cérebro, que era de substância mais densa,
não constituía de forma alguma impedimento ao emprego desta atividade, desta Visão Interna
que, na verdade, vê em todas as direções. Para o Olho Onividente, nenhuma forma é
impedimento à visão. Em todas as épocas, o Olho Onividente tem a forma de um olho como o
conhecem hoje.” (Do Livro Instruções do Mestre Ascensionado Saint Germain, da Ponte para a
Liberdade, 1991).). Não é um órgão físico e, na realidade, está localizado no interior do crânio,
bem no alto, sendo também capaz de enxergar em qualquer faixa de freqüência e além das
mutações do mundo físico. É capaz de enxergar através da matéria e perceber a energia que a
anima. Ao contrário dos olhos físicos, o Olho Onividente não está sujeito ao fenômeno conhecido
pelo nome de “ilusão de ótica” porque, afinal, é a Visão Interna, a Visão Perfeita.
Era a voz do Manu, que pareceu soar dentro da cabeça dos Els; equivocadamente, eles a
tomaram por sua própria voz interna, a mesma que pronuncia o “EU SOU”. Mas no fundo, até que
não estavam errados, pois a voz de um Mestre e a voz da presença são a mesma e única voz...
Com o Olho Onividente e extrema curiosidade, os Els examinaram o seu próprio coração: era
refulgente e brilhava como um pequeno sol. No meio dele, no seu interior oco, havia uma
minúscula imagem animada... Os Els a examinaram detalhadamente. E, por fim, constataram que
se tratava da mesma Presença que tinham visto flutuando nas nuvens do céu: era exatamente o
mesmo ser, o mesmo EU SOU... E mais: que também no interior de cada átomo, em todas as
células e moléculas, havia o mesmo brilho dessa Presença radiante, o mesmo e único e eterno
EU SOU...
Capítulo 8
JARDINEIROS DO ESPAÇO
Capítulo 9
“É interessante e animador saber que há seres na superfície da Terra que têm idéia da
possibilidade de que Seres Divinos possam existir e existam no interior da Terra. Supomos que
nossas lutas sejam muito menores que as vossas, porque aqui não temos temperaturas
extremas, nem estações de calor ou de frio. Temos, sim, a Perpétua Luz Branca, que é suave e
tranqüilo. Nosso clima é muito aprazível, equivalente aos das zonas temperadas na Terra (...)
Temos o que pode ser chamado Sol Eterno de Pressão Constante. Isto produz uma atmosfera de
pressão sempre igual e harmoniosa para todos os que nela vivem” (Eu Sou a Presença Mágica –
Ensinamentos do Mestre Saint Germain, Ponte para a Liberdade, 1988)
Os Els chegaram a Agartha quando tinham pouco mais de um mês de nascidos, e o
fizeram por esforço próprio. Embora desde o início os Mestres tivessem falado sobre a existência
do mundo intraterreno, recusaram-se a mostrar o caminho de Agartha; afinal, experiência é uma
coisa pessoal e intransferível: cada indivíduo tem que ter a sua, e ninguém pode viver e vida de
outro. “Descubram vocês mesmos”, disseram os guias... mas acrescentaram o seguinte: além das
duas grandes aberturas polares, há outras dez espalhadas pela crosta terrestre, duas das quais
localizadas nas terras polares, ocupados pelos Els.
Aí os homens perguntaram:
- É fácil localizar essas entradas?
Aí os deuses responderam:
-Sempre que quiserem descobrir, aprender ou realizar algo, repitam as seguintes frases: “Nada é
grande demais nem difícil demais para mim. Nada me é impossível”.E outra coisa que vocês
devem lembrar sempre: onde está a consciência, lá, neste exato momento, vocês também estão.
Não há tempo nem espaço que aprisionem a sua Presença... Em outras palavras: é facílimo
localizar as entradas para Agartha...
Aí os homens pensaram: são doze entradas naturais para o interior do planeta. Doze: o número
das horas do dia, das horas da noite, dos meses do ano, dos signos do zodíaco... E começaram a
procurar. E, obviamente, logo encontraram. (“Bater e abrir-se-vos-à”, haverá de garantir um
Cristo, de nome Jesus, milhões de anos). Contudo, essa descoberta – pelo menos aparentemente
– se deu por acaso.
A primeira entrada que localizaram era uma gruta, imensa, localizada na superfície terrestre – no
continente Laurásia, justamente onde estava concentrada a grande maioria dos Els.
Logo à entrada, descortinava-se um grande salão de aproximadamente 3000 metros de
comprimento. Teto alto, de mais ou menos 70 metros de altura, com várias clarabóias, por onde a
luz do sol penetrava e propiciava o crescimento de uma vegetação bem heterogênea: flores as
mais exóticas coabitavam com plantas totalmente albinas, fazendo arranjos inusitados. Ninhos de
“Pérolas” se aglomeravam no interior da gruta; com o passar dos séculos, elas serviriam de
matéria-prima para a formação dos corais do tipo “couve-flor”.
O chão era todo molhado. As depressões do solo formavam poços cheios d’água. À direita, havia
um sumidouro. “Para onde vai a água?” – essa pergunta, que esse primeiro grupo de Els se
fizeram, foi que os levou primeiro a Duat (a região intraterrena intermediária) e, depois, a Agartha.
Foram seguindo a água que se escoava pela valeta e, assim, se embrenhando no interior da
gruta. Era uma verdadeira galeria, com muitos outros salões naturais e grandes rampas (às vezes
com quilômetros de extensão) que levavam ás entranhas da terra. O silêncio se aprofundava á
medida que desciam, a escuridão crescia – entretanto, isso não representava nenhum problema
para os Els, pois, com o Olho Onividente, eram capazes de enxergar perfeitamente mesmo
através das trevas mais densas. Confiantemente eles foram descendo cada vez mais.
De repente, o conhecimento se fez: aquela era uma das entradas para Agartha. Aquela cadeia de
túneis subterrâneos era o vestíbulo do mundo intreterreno. A partir desse instante, os Els
deixaram de seguir o sumidouro, passando a guiar-se apenas pela intuição – e esta, por se a voz
do Deus Interno, não falha nunca.
De 50 a 80 quilômetros abaixo da superfície, o calor aumentou sensivelmente. É que, nessa
profundidade, há diversos bolsões intraterrestres que contêm fontes termais quentes; além disso,
a relativa proximidade da superfície, onde se encontram as rochas com um teor considerável de
rádio, contribui par ao aumento da temperatura. E quanto ao oxigênio, este foi se tornando muito
escasso. Porém, nada disso era problema para os Els que, por terem corpos tão efêmeros, não
eram muito suscetíveis às oscilações térmicas e á escassez de oxigênio.
Nem todas as entradas para o mundo subterrâneo são assim: silêncio abismal, escurecido, calor
intenso, falta de oxigênio. Ora, para os homens atuais, essas condições seriam bem penosas ou,
até mesmo, proibitivas. Mas até mesmo para esses homens de agora, uma viagem como essa
oferece grandes atrações: além do próprio prazer da aventura e da felicidade que é estar a
caminho de Agartha, existe, para atenuar as agruras da jornada, uma salutar água férrea que
brota, qual cascata, de muitas fendas da rocha; mata a sede e é ótima para o organismo. Essa
preciosa água infiltrada na crosta terrestre está ali armazenada desde os primeiros dias da
criação do planeta: naquele tempo (e o tempo dos Els, inclusive), a crosta terrestre ainda era
muito elástica, muito porosa, feito um queijo cheio de buracos; por isso, a água dos mares e dos
rios nela se infiltrava muito facilmente – e lá está até hoje.
Os Els continuavam descendo ao centro da Terra.
Subitamente, nessa região intermediária hoje chamada Duat, foram aparecendo diante e ao redor
dos Els alguns de seus habitantes: formas elementais produzidas pelo elemento terra no seu
incessante movimento e respiração criadores. São criaturas feitas de cristais, limo, raízes e até
mesmo folhas, e só lembram os humanos no medida em que também possuem (embora não
muito definidos) cabeça, tronco e membros. Eles só lembram, mas não são humanos na
verdadeira acepção da palavra: não têm alma, não podem proferir as palavras EU SOU, pois suas
consciências não chegam a tanto. Ao contrário, suas consciências brutas os enquadram mais
dentro do reino mineral porque é com as rochas, com as pedras e, ás vezes, até mesmo com o
próprio magma que eles trabalham e se confundem. Vivem na quase total escuridão existente nas
entranhas da terra e, à semelhança dos primeiros humanos, não dependem de oxigênio para
viver. Muito pouco a literatura esotérica se ocupa desses seres que não são humanos; apenas os
menciona rapidamente, chamando-os de “badaghas, os seres da penumbra”.
Os “seres da penumbra” não enxergaram os intrusos que estavam ali, em seu ambiente, porque
são praticamente cegos. No entanto, de alguma forma perceberam que algo inusitado estava
acontecendo; alguns deles puseram-se imóveis, em estado de alerta, à escuta, talvez procurando
detectar qual era o elemento estranho que havia agora em seu ambiente. Em resposta, os Els
também se colocaram imóveis. Vários minutos de espera e, aí, tudo foi voltando ao normal. Os
badaghas retomaram o seu movimento e, em silêncio, os Els prosseguiram a jornada em direção
ao meio do mundo.
Até que, de repente...
Agartha, o sonho materializado! Agartha, o Amor à primeira vista! O sol, Surya, que, em virtude do
brilho suave, pode até parecer aos olhos de alguns humanos um tanto “esfumaçando”! Apesar
disso, a claridade do mundo intraterreno é extraordinário. E mais: terras paradisíacas, clima cálido
e tudo o mais!
- Nossa casa... – reconheceram os Els. – É esta, é aqui: Agartha!
A escolha estava feita: ficaram.
No dia seguinte, um novo grupo de homens, utilizando uma outra passagem, chegaram ao mundo
intraterreno. O mesmo deslumbramento, o mesmo bem-estar, o mesmo Amor por Surya. Ficaram
também... Dois dias depois, pela manhã, chegou uma nova leva de homens... e á tarde, outras
duas. À noite, um quarto grupo veio, viu e ficou. Para resumir: no sétimo dia, todos os Els já
haviam optado por residir em Agartha.
A bela Amarilis tornou-se novamente visível na tribuna. Ela anunciou:
- Tenho a honra de comunicar ao distinto público que, neste Eterno Agora, está começando a
primeira Idade de Ouro do planeta Terra...
Capítulo 10
CARRUAGENS DE FOGO
“Como a energia contida no ouro tem um grau vibratório extremamente alto, ele só pode
atuar sobre as mais finas e sutis expressões de vida através de absorção. Em todas as Idades do
Ouro, esse metal entra em uso pelo povo, em profusão e generalizado, e sempre que isso
sucede, o desenvolvimento espiritual de tal povo alcança um nível muito alto. Nessas Idades,
nunca o ouro é armazenado às escondidas; ao contrário, é largamente distribuído para o uso das
massas que, absorvendo sua energia purificante, são elevadas a uma perfeição maior. Tal é o
correto emprego do ouro, e quando esta Lei é conscientemente compreendida e obedecida, o
indivíduo pode atrair a si qualquer quantidade que deseje, pelo uso esta Lei.” (Mestre Saint
Germain, no livro Mistérios Desvelados – Ensinamentos do Mestre Saint Germain)
- Nos primeiros dias de vida em Agartha – recordou a Virgem – os Els eram como os
animais, ou talvez como os “bons selvagens”: viviam nus, livres, sem casa e sem pouso,
perfeitamente integrados com a Natureza, comendo e bebendo do que a Mâe, farta, lhes
propiciava, dormindo ao relento, cada qual encaixado na sua Chama Gêmea, tal como eram antes
de nascer e se dividir. Na verdade, os casais continuavam com a faculdade de se
interpenetrarem; um podia entrar por dentro do corpo do outro, a tal ponto que os órgãos internos
se encaixavam e interagiam. Perfeita simbiose no momento da união. Por isso, pode-se dizer que
os Els continuavam sendo hermafroditas...
Aos poucos, sob a supervisão dos Mestres-Guias, foram construindo uma civilização, com
tudo o que esta palavra realmente significa: vestuário, habitação, cidades, templos, transportes,
escolas, laboratórios, centros de pesquisa, uma organização político-social e um governo. Nunca
existiu comércio em Agartha.
Foi, de fato, uma Civilização de Ouro. E não por acaso o metal ouro estava em tudo: servia
como adorno pessoal, como decoração, como material de construção. No vestuário, nas
residências, nos centros comunitários, nas escolas, nos templos (“Os indivíduos mais adiantados
desses povos produziam muito ouro por precipitação direta do Universal. As cúpulas de muitos
edifícios eram cobertas com lâminas de ouro puro e os interiores decorados com jóias brilhantes,
de desenhos curiosos e maravilhosos. Essas jóias eram também precipitadas diretamente da
única Substância Eterna.” (Mestre Saint Germain, em Mistérios Desvelados – ensinamentos do
Mestre Saint Germain))... Por motivos, os Els brilhavam...
No centro da Terra, a primeira Raça humana formava como que uma laboriosa colméia,
onde todos os seus membros, desenvolvendo perfeitamente suas naturais aptidões e talentos,
trabalhavam com muito prazer para o bem comum. A religião – eixo desta Civilização de Ouro –
era exatamente a nossa: nascida do conhecimento e experimentação direta das coisas do Espírito
e da matéria: isenta de medos, culpas, superstições e dogmas. Essa religião Universal significa
também Arte, Ciência, Civilização, Ordem e Progresso...
Não havia castas no sentido de discriminação ou valorização social, pois a sociedade é
uma imensa engrenagem e todas as peças têm o mesmo valor... Assim, eram iguais os
sacerdotes, os artistas, cientistas, astrônomos, engenheiros, biólogos, governantes – estes,
escolhidos pela comunidade de acordo com o seu poder de liderança e organização, reportavam-
se sempre aos Mestres na condução dos assuntos de Estado.
Agora vamos repassar alguns aspectos da civilização dos Els, começando pela prodigiosa
Ciência do Verbo.
Sobre a prodigiosa Ciência:
-Prodigiosa mesmo. Realmente milagrosa, Pois não foi através do Verbo que Deus criou
todos os universos, visíveis e invisíveis, e criou todas as eternidades? Ele-Ela verbalizou: “Faça-
se a Luz!” E a Luz apareceu instantaneamente.
A Ciência do Verbo tem dois princípios. O primeiro é: ‘O som é a base de toda forma’ –
aliás, não é á toa que os Elohim cantam durante o seu trabalho... E o segundo é: ‘O Poder da
Palavra nasce do Silêncio do Coração.’
Tomemos o primeiro Princípio: ‘O som é a base de toda forma.’ Ora, cada ser (seja ele
mineral, vegetal, animal, humano ou até planetário) tem o seu próprio som – único, original,
diferente de todos os demais; é o seu verdadeiro nome. Uma rosa branca, por exemplo, emite um
som ligeiramente diferente do de uma rosa vermelha, e ainda mais diferente do de um lótus, um
cristal, um bicho ou um homem.
Até os sentimentos têm som: a canção do Amor, por exemplo, é bem diferente da do
Entusiasmo, Esperança ou Fé. As águas dos rios e as águas dos mares têm canções distintas. O
sol, o próprio sol!... quando aparece de manhã, cedinho, ‘canta’ de uma forma: ao se deitar no
oeste, ao final do dia. ‘canta’ de outra. E quanto à lua? Ah, também, também: indiscutivelmente a
música da lua cheia é bem diferente da lua minguante...
Pois muito bem: os Els, desde o início, prestaram muita atenção aos sons – não só os da
Natureza (o mar, o vento agitando uma folhagem, um fruto caindo) mas também aos que eles
próprios emitiam e ouviam de seus companheiros. Repetiram inúmeras vezes os Nomes de Deus,
comparando-os com o seu próprio nome individual. Verbalizaram-Nos em várias notas musicais
diferentes, em ritmos diferentes, com sentimentos diferentes. Ás vezes com doçura; outras vezes
com uma forte vibração de entusiasmo; em outras vezes com devoção. Em voz alta, em voz
baixa, em murmúrio, em silêncio... E assim, eles apuraram extraordinariamente a audição... Muito
antes de elevar seu corpo, eles se tornaram Mestres da Arte de ouvir...
Tomemos agora o segundo Princípio da Ciência do Verbo: “O Poder da Palavra nasce do
Silencio do Coração”. A propósito, eu pergunto à distinta platéia: o que é um Coração silencioso?
Sim, respondam a si mesmos, em silêncio... porque daqui, desta tribuna, eu ouvirei cada uma das
respostas...
A Virgem brindou a platéia com um sorriso deslumbrante:
- Com todo humildade, eu confesso: também sou Mestra na arte de ouvir...
Silêncio.
Silêncio.
Silêncio.
Silêncio.
Então, Amarilis comentou o resultado:
- Como era de se esperar, todos responderam corretamente: Coração Silencioso é um
Coração repleto de Amor e, conseqüentemente, em Paz. De qualquer forma, valeu a reflexão
sobre esse Grande Silêncio; todos nós ganhamos com isso...
O místico Silêncio do Coração é condição essencial para que a Voz da própria Alma do
indivíduo e a Voz da Alma do Mundo se façam ouvir. Quando a Alma individual encontra-se num
ambiente amoroso e pacífico, tem possibilidade de falar; sua Voz, carregada de Poder, é a voz de
Comando da Divindade e, por isso, é irresistível. Quando é a alma do Mundo que se comunica
com um indivíduo, sua Voz tem a capacidade de rasgar véus – assim, as portas de mundos
ocultos e radiantes abrem-se para o eleito.
Por força e graça do Verbo Sagrado, apareceram diante do Els esses maravilhosos seres
que trabalham cantando e materializando coisas: os Elohim. Até então, os Elohim tinham-se
mantido invisíveis aos homens porque assim o queriam e assim tem que ser: os homens é que
devem descobrir, por si mesmos, o caminho que leva às Hostes Criadoras: estabelecer com elas
um vínculo de Amor e, com elas, aprender o incrível poder e a utilidade mágica do Som.
Ora, o Verbo está intrinsecamente ligado á dança atômica, á organização da matéria.
Estabelecendo o vínculo de Amor com os Elohim, estes mostraram aos primeiros terrestres um
pouco do seu trabalho: com constroem um átomo; como os átomos e as moléculas se unem para
formar belos desenhos geométricos. ‘Deus geometriza’ – demonstraram os Construtores.
Logo na primeira lição, os Elohim exibiram um átomo de hidrogênio, o mais simples dos
elementos conhecidos, dizendo aos Els: ‘para vocês terem uma idéia das dimensões do
microcosmos e também do trabalho que executamos, este átomo, que é o mais simples, é
composto simplesmente de vinte e uma partículas (A falha ciência humana atual sustenta que o
átomo de hidrogênio é composto, apenas, de um próton, um elétron e um nêutron.). Com o auxílio
do Olho Onividente, os Els viram e contaram as partículas; exatamente vinte e uma, que brilham
tanto quanto Surya, o Sol Central da Terra...
E disseram os Elohim: ‘Vejam as belas esculturas que fizemos no interior desse átomo.
Vocês saberiam reconhecê-las?’ ‘São pirâmides, e no interior de cada uma delas, está o Olho de
Deus Que Tudo Vê.’ Os Elohim, então, pediram aos Els que comparassem essa visão com a do
interior de uma molécula de sangue. Os Els assim o fizeram e tiveram a oportunidade de ver mais
pirâmides movimentando-se, aparentemente sem gravidade, dentro daquele pequeno mundo.
A pirâmide – ensinaram os Elohim – é a forma perfeita que está na base de toda a Criação.
É a base angular de todo o conhecimento. Em cada estágio de desenvolvimento, ela apresenta
um mistério a ser decifrado. Quando a pessoa consegue isso, passa para o estágio seguinte... É
um portal para as estrelas, pois assim como é em baixo, é em cima também...
Os Els acompanharam a direção do olhar dos Elohim e o que viram foi, primeiramente, as
doze grandes pirâmides de luz incrustadas no seio do planeta Terra, ligadas entre si por fios de
luz, formando uma bela rede geométrica, e depois, lá em cima, a cintilante Constelação de Órion.
Cada uma dessas pirâmides – ensinaram os Elohim – está propositadamente orientada de
acordo com a posição de determinadas estrelas, e todas elas estão ligadas entre si formando os
fios de uma rede magnética – é a malha do mundo. Essa rede existe para que o homem, muito
mais facilmente, consiga anular a gravidade e transportar-se a outras dimensões. Onde os fios se
cruzam, mais vórtices de energia são gerados... Vocês, homens, hão de convir que se trata de um
belo trabalho artesanal; olhando-o são agora capazes de entender uma expressão que ouvirão
com muita freqüência por esse universo afora: ‘o Tapete da Criação’... Quanto a Órion, há
uma Hierarquia conhecida como ‘Os Nove Anciãos’, que trabalha justamente com a conexão de
todas as pirâmides do universo, tanto no macro como no microcosmos. Através da atividade
dessa Hierarquia, muitas almas são resgatadas da materialidade e elevadas a mundo feitos só de
luz. Aliás, em alguns mundos, Órion é sinônimo de Resgate...
E disseram, ainda mais, os Elohim: ‘Toda matéria é composta de energia, e toda energia é
moldada pela consciência... A palavra articulada (que é o Verbo, e Ester é sempre criador) dá
forma e expressão ao pensamento. No momento em que o Verbo reveste o pensamento, já
começa o processo de materialização. Não por acaso, Deus verbalizou: ‘Faça-se a luz!’; e
imediatamente a Luz já estava criada... Um conselho de Irmãos mais velhos: cantem! Cantem
muito, queridos Els da Terra! Cantem sempre! Estão alegres: Então cantem! Querem celebrar a
Vida? Cantem! Querem aprender ou conquistar alguma coisa? Cantem! Inventem uma música,
com letra e tudo, e através dela, comuniquem ao universo o que desejam. É impressionante: as
respostas chegam de todos os lados... Nós, os Elohim, cantamos sempre em alto e bom som. Faz
muito bem ao Espírito.
Descortinavam-se para os Els os mundos maravilhosos da Magia e da Alquimia Divinas.
Ao longo de sua estada na Terra, e sempre se aprimorando na prodigiosa Ciência do
Verbo, os Els chegaram ao ponto de se comunicar diretamente com os Grandes Senhores dos
Quatro Planos dos Universos das formas: os Arcanjos Yama, Regente da Terra e do Plano Físico;
Varuna, o Regente da água e do Plano Astral; Indra, o Regente do Ae e do Plano Búdico ou
Mental Abstrato; e Agni, o Regente do Fogo e do Plano Mental.
Através da Magia Divina e do contato direto com Seres gloriosos – que também lhes
serviram de Instrutores – os Els descobriram uma nova fonte de energia. Trata-se de um
subproduto da Grande Fonte Universal, o Mais Alto Princípio da Vida. Não tem mistério: é
exatamente essa que é utilizada atualmente em quase todos os mundo filiados À CMG... De
natureza etérica, essa energia não se desgasta; ao contrário, trabalha incessantemente e se
recicla automaticamente.
Eles a chamaram de vril e, dominando-a à perfeição, aplicaram-na em todos os setores de
sua vida prática: com ela teceram as Roupas Inconsúteis, com que passaram a cobrir sua nudez
e com as quais, depois, se protegeriam da radioatividade que com que se defrontaram em suas
longas viagens.
Construíram casas e cidades, com fontes de Vril nas praças, e, através da manipulação do
vril, desenvolveram a telepatia...
Mas antes de prosseguir na apresentação das maravilhosas conquistas desta civilização,
quero mostrar os Els sete mil após a chegada a Agartha.
Imagens holográficas de vários Els, então, se espalharam pelos espaços vazios do salão
da CMG.
Comparando as presentes imagens com as do tempo de recém nascidos, percebia-se que
a tez dos Els estava mais bronzeada (naturalmente em virtude da longa exposição ao sol perene
do meio do mundo), os olhos ligeiramente mais oblíquos e as maçãs do rosto mais salientes
(porque, devido á claridade intensa que existe nas regiões interiores, os Els instintivamente
estreitavam um pouco mais os olhos, fazendo também subir os músculos faciais). Outros detalhes
também chamavam a atenção: tórax e ombros também mais desenvolvidos (Amarilis explicou: foi
por causa do esforço físico despendido nas primeiras construções de cidades e embarcações).
Sua expressão perdera a ingenuidade do princípio e, agora, revelava conhecimento,
determinação e paz.
- Paz – confirmou Amarilis. – Aos sete mil anos após o nascimento, estes primeiros homens
continuam vivendo em harmonia consigo mesmos, com a comunidade, com a natureza, com o ser
Terra, com o universo. Por isso, não conhecem nem a doença nem o envelhecimento e tampouco
a morte; são extremamente saudáveis. Com seus corpos tão etéricos, que dispensam alimentos
sólidos, alimentam-se frugalmente , apenas de frutas e da água vitaminada de Agartha – aliás, é
justamente por isso que os Els jamais se dedicaram à agricultura... Agora, aqui, eles apresentam
vestidos; entretanto a nudez nunca foi tabu para os Els, que nunca deixavam de tomar banho nas
belas praias interiores do planeta inteiramente despidos.
Os espectadores olharam para a fisionomia dos Els e o que viram foi o perfil de uma raça notável.
“Admiráveis esses terrestres” – foi a conclusão da maioria.
- Primeiramente, os Els exploraram todo o planeta, desde o interior até a superfície – continuou
Amaralis. – Conheceram Gondwana, o supercontinente do sul, e tudo o que se referia às leis da
matéria na Terra. Um exemplo: a localização do centro de gravidade planetário. Este, como se
sabe, não se situa no centro geométrico da Terra e, sim, no meio da crosta terrestre, o que faz
com que, num mundo oco com aberturas polares, os mares intraterrenos se fixem nos seus leitos
da mesma forma com que os mares da superfície o fazem.
Aprenderam tudo a respeito dos solstícios e dos equinócios, dos Pitris lunares, do movimento dos
astros, das constelações visíveis e invisíveis. Construíram o primeiro observatório astronômico da
Terra e, utilizando-o, investigaram, com especial atenção, as Plêiades, Órion (cujo nome significa
‘exploração de luz’). Sirius e a estrela chamada Ponteiro, da constelação da Ursa Maior.
Depois quiseram conhecer o céu pessoalmente. Para isso, construíram aeronaves, a que
chamaram de Mérkabalis, palavra que tanto significa ‘veículo de luz’ quanto ‘carruagens de fogo’.
Aprimoramos, esses veículos acabaram virando sofisticadas naves espaciais, a bordo das quais
os Els, passando pelos portões estelares (que até então continuavam hermeticamente fechados à
Loja Negra), empreenderam viagens maravilhosas pela galáxia e fora dela.
Merkabalis: carruagens de fogo. O nome é mesmo perfeito: esses veículos podiam controlar,
perfeitamente, todos os fenômenos derivados da lei da gravidade, neutralizando qualquer força de
atração de qualquer corpo celeste. Por isso, podiam decolar na vertical, parar no ar a qualquer
altura por tempo indeterminado e realizar manobras que os aviadores de muitos mundos
tachariam de impossíveis.
Pesquisaram e acabaram conseguindo dominar as ondas magnéticas – conhecimento esse de
vital importância para a sua aeronavegação... E, durante as longas viagens, ainda achavam
tempo para meditar a respeito da antimatéria, assunto que haveria de se tornar um poderoso
instrumento no seu processo de total identificação amizades...
- Amor com Amor se paga – comentou a Virgem. – A convite dos Els, esses extraterrestres que
estão aparecendo nesse filme visitaram a Terra posteriormente: o intercâmbio que daí se
estabeleceu beneficiou enormemente a ambas as partes. Nessa época tão recuada, vieram à
Terra, por exemplo, os Irmãos de Mercúrio, Marte, Júpiter e Urano: os naturais de um planeta
chamado Fênix, situado nas fronteiras da Via Láctea: e alguns grupos provenientes da
Constelação de Lira.
Mas com todo esse vai-e-vem, os portões estelares da Terra até aí permaneciam hermeticamente
fechados ao chamado ‘mal cósmico’ e seus administradores: os magos das trevas.
Capítulo 11
No decorrer da Era Primária e no início da Secundária – que foi o tempo em que os Els
habitaram a Terra ou, pelo menos, a mantiveram como base de suas operações – e até mesmo
depois que saíram, muitas modificações ocorreram no relevo do interior e da superfície planetária.
Por um lado, havia o permanente e imperceptível deslizamento das placas tectônicas e,
por outro lado, em diversos pontos do planeta, incipientes cordilheiras submarinas tentavam se
erguer à superfície das águas. Foram aparecendo rupturas na rocha fervente, liquida, que, ao
entrar em contato com a massa dos oceanos, explodiu, arremessando vapor em todas as
direções. Esse vapor, muitas vezes, conseguia subir vários quilômetros acima da superfície das
águas e ficava suspenso no ar, qual nuvem densa. E aí, mais lava incandescente, eventualmente
trazendo em seu bojo matéria orgânica, era arremessada com furor. Com a acumulação que se
processava com o tempo, ia-se solidificando, e abaixando pouco a pouco, até formar um novo
solo.
Vento, água, sol, lua: tudo concorria para as mutações. Em certos pontos, verificava-se que
a terra firma não era tão firme assim: mais parecia um tecido esgarçado, puído, que espontânea e
suavemente se rasgava. E ai, ao invés de um bloco de terra até então firme na aparência,
passavam a existir dois, três, quatro, cinco...
O eixo da Terra estava sendo levemente ajustado; tornava-se ainda mais paralelo com o do
sol...
O próprio universo estava se modificando – aliás, isso acontece permanentemente, pois a
Vida é movimento, jamais inércia. O universo estava crescendo através de pequenos Big Bangs.
Novas estrelas emergiam do Oceano da Não-Existência; algumas se apagavam e outras
passavam a brilhar ainda mais fortemente, de acordo com o Plano para elas traçado. Galáxias se
expandiam, planetas se alinhavam obedecendo a uma nova ordem mais aprimorada, pois a Vida
é evolução. Em vários mundos, os mares se abriam, territórios afundavam e outros se
levantavam, as montanhas cresciam feito flor.
A vida é renovação.
Vento, água, sol, lua, o próprio universo: o relevo da Terra passava por transformações
radicais...
A vida dos Els seguiu à risca o Plano de Evolução Racial traçado pelos Manus. A grosso
modo, os itens desse Plano são os seguintes: VONTADE. INTELIGÊNCIA. AMOR. ARTE.
SAÚDE. SEVIÇO. PAZ.
VONTADE de alinhar-se com a Vontade do Cristo Interno e a do Cristo Macrocósmico (que
na verdade são uma só). O poder que essa Vontade traz, a Vitória que essa Vontade exprime. Os
Els manejaram a Vontade ora como uma Espada, ora como um Escudo, ora como uma Taça.
Resultado: transformaram-se na própria Mente Criadora, no estupendo Poder que essa Mente É.
INTELIGÊNCIA: brilhante como uma aurora boreal. Acima de todas as conquistas tecnológicas e
da perfeição das cidades que construíram no mundo intraterreno, a maior demonstração dessa
inteligência esplêndida foi o reconhecimento visceral e constante de que ‘EU SOU o Cristo, EU
SOU a Luz’. AMOR: a grande Chave de Luz, que abre as áureas portas do Reservatório
Universal. ARTE. A arte da Alquimia: transmutação e gradativa ressurreição da matéria para a
glória Cristina. SAÚDE: perfeita, como a têm sempre os que nascem do Espírito e no Espírito
permanecem. Os Els jamais foram reduzidos a pó. SERVIÇO: viajando bastante por esses
universos de Adonai Tsebaioth, o Senhor das Hostes Criadoras, os Els repartiram com outros
Irmãos menos evoluídos a Luz e o saber que já haviam conquistado. Assim, pode-se dizer que
eles serviram à Vida em nome do Amor. Paz: sim, os Els concluíram com êxito o seu aprendizado
no laboratório Terra. Libertaram-se das cadeias do Tempo e do Espaço e tornaram-se virtuoses
nas ciências do Verbo (o Som Criador) e do Átomo (leia-se organização da matéria). Por isso,
viraram Senhores da Luz. Logicamente, esta é a Paz verdadeira.
No iniciozinho da Era Secundária (que vai de 225 a 65 milhões de anos atrás), os Els, sob
a assistência dos guias de sua Raça, decidiram seguir caminho rumo a um novo albergue. Não
precisavam de mais nada do que haviam construído na Terra, nem mesmo dos Mérkabalis, já que
os seus corpos imortalizados eram as próprias carruagens de fogo. Ora, de acordo com a Lei de
Suprimento e Utilidade Universal, o que não é mais necessário deve ser descartado para que
outro possa usar, não pode haver armazenagem inútil nem desperdício.No caso de um Mestre,
quando alguma coisa se tornou desnecessária, ele deve simplesmente desmaterializá-la,
liberando os átomos que constituem tal forma e devolvendo-os, como energia, ao Grande
reservatório Universal da Vida.
Foi isso, então o que fizeram os ELs: desmaterializaram tudo, inclusive os Mérkabalis,
devolvendo tudo á Grande Fonte, com muita gratidão. Depois, foi a vez deles mesmos se
desmaterializaram também, seguindo com os seus guias em direção ao próximo albergue. Com
exceção de um, todos os Els se retiraram assim do Planeta.
Amarilis se calou. Um novo registro akásico, tridimensional, transformou então a grande
câmara da Assembléia da CMG numa praia da Terra agora novamente deserta. O teto do salão
desaparecera: o sol brilhava e uma brisa suave chegava a agitar os cabelos do público presente.
Sim, com a exibição desse novo registro Akásico, a Assembléia passou a acontecer nessa praia
intraterrena e nesse tempo passado que, afinal, são o Eterno Aqui e Agora.
O gigantesco El mencionado pela Deus da Primavera estava passeando calmamente pela
orla da praia deserta, olhando pela última vez as ondas do mar, que se desfaziam em espuma na
areia macia. Medindo seus quatro metros de altura, tinha a pele bronzeada e cabelos tão louros.
Que mais pareciam algodão. Vestia uma espécie de macacão especial, maleável e justo no corpo,
com um largo cinto; na realidade, era uma Roupa Inconsútil, cujo tecido, precipitado diretamente
do Reservatório Universal (certamente através da manipulação da energia de nome vril) brilhava
com intensa radiação. Os pés, que mal tocavam o chão, estavam metidos numas botas de cano
longo, que igualmente jamais foram produzidas por qualquer processo físico de fabricação.
Não mais que de repente, o gigante parou. Virou-se para o mar, consciente de que,
naquela liquidez toda, naquela transparência, no próprio poder do oceano, na superfície e nas
profundezas, ele e seu povo haviam aprendido muito, muito, muito... Então, mentalmente falou
com o mar:
- Obrigado por tudo. – Embora tivesse usado de telepatia, suas palavras, perfeitamente
audíveis, ressoaram pelo amplo salão:
O novo Mestre visitou ainda muitos outros lugares e abençoou cada um deles, envolvendo-
o num profundo sentimento de gratidão. Despediu-se in loco de cada montanha, rio e floresta do
interior e da superfície da Terra. Reverenciou Surya, o sol central do planeta, e Hélios, e do sol do
sistema solar. Acariciou a terra fecunda. Contemplou longamente e céu, saudando todas as
Consciências Sublimes que dirigem as galáxias que da Terra eram visíveis. Estendeu o seu Amor
aos mundos invisíveis.
Finalmente, depois de ter agradecido e abençoado a todas as coisas do céu e da terra, o
gigante se sentou no chão e, com as mãos nuas, começou a cavar um buraco. Toda a terra tirada,
ele a juntava para formar um pequeno monte. Minutos se passando, e o gigante, pacientemente,
entretido no seu trabalho... mais parecia uma criança atual da Terra brincando de fazer castelo de
areia... O buraco ia crescendo e o monte de areia também...
Até que, quando o tal monte atingiu uns 70 ou 80 centímetros de altura, o gigante pareceu
dar-se por satisfeito. Voltou sua atenção para o monte de terra; aproximou-se dele. Ajoelhando no
solo, apalpou-o desde a base até o topo. Á medida que ia tocando a terra, uma certa energia foi
saindo de suas mãos e, em resultado, a terra foi tomando uma consciência de altura por uns 30
de largura. O El, então, com a mesma luz a jorrar-lhe dos dedos, nela escreveu uns símbolos.
Terminada a tarefa, levantou-se e posicionou-se de tal forma que seu corpo encobriu totalmente a
pedra. E aí falou a uma multidão invisível.
Ainda desta vez, usou de telepatia, sem sequer mover os lábios; suas palavras, porém,
propositadamente, proferidas para serem gravadas no akasha do planeta Terra, foram também
ouvidas, com toda nitidez, na Assembléia da CMG:
- Salve, futuros habitantes desde planeta! Salve, irmãos que, como nós, haverão de
freqüentar esta escola-laboratório chamada Terra!
Somos os Els, a primeira humanidade da Terra – ou melhor, fomos, na medida em que,
exatamente neste momento, estamos deixando o planeta. Missão cumprida: dominamos a
matéria, transformando-a numa serpente submissa e obediente, que agora se arrasta aos nossos
pés. Tornamo-nos mestres – pelo menos Mestres deste mundo e de outros similares. No entanto,
existem muitos outros mundos bem mais complexos e sutis do que este, com outras leis, com
novos desafios e oportunidades de crescimento e expansão; e mesmo além deste universo
visível, há os universos paralelos... Como se vê, as possibilidades são inúmeras e, quanto a nós,
já escolhemos o nosso próximo endereço... Por isso estamos indo: para continuar a nossa
evolução. Para nós, agora, esta escola chamada Terra está definitivamente superada: uma outra
nos aguarda.
Mas este planeta é mesmo lindo... Lindo e acolhedor...
Durante o tempo em que aqui residimos, viajamos bastante. Conhecemos pessoas de
muitos mundos diferentes, desta e de outras galáxias... E essas viagens foram sempre
maravilhosas, pois, para nós, significaram oportunidades incríveis de observar outros usos e
costumes, trocar informações, comparar tecnologias. Enfim, aprendemos muito... Estou certo de
que foi principalmente por causa desses intercâmbios permanentes que a nossa civilização
atingiu tal esplendor.
É lógico: a lei do Universo é Cooperação, Serviço e Amor. É vital que haja troca: o
armazenamento e o monopólio são contrários ao movimento da Vida. Cooperação – que esta seja
a palavra-chave da sociedade de vocês, como foi da nossa! Que nunca haja espaço para
competição porque isto é um primeiro isto é um primeiro sinal de morte. Nós, os Els – que, bem
sei, um dia seremos conhecidos também como a Raça dos Ciclopes – nunca experimentamos a
morte...
O gigante calou-se. Por alguns instantes, contemplou a ampla planície onde se encontrava.
- Atualmente, este planeta é assim, todo plano: não existem colinas nem montanhas.
Entretanto, um Ser grandiosíssimo, conhecido veladamente como o “Senhor da Memória
Cósmica”, me confidenciou que aqui, neste lugar, se erguerá uma importante cadeia de
montanhas, onde a energia da iluminação atuará de maneira muito especial... Ah, ele sabe das
coisas...
É, sabe mesmo de todas as coisas – passadas e futuras, pois sua função na Hierarquia
Divina é arquivar na memória todos os acontecimentos do passado e também tudo o que está
programado para acontecer. Quer dizer: ele tem consciência de absolutamente todas as
transformações que irão ocorrer em cada época e recanto do universo... De fato, é um Arcanjo
cuja Glória é indescritível... e neste sistema solar, este glorioso Ser elegeu o planeta Saturno
como centro de suas operações...
Bem, o local indicado pelo Senhor da Memória Cósmica é exatamente este!
E é aqui neste local, que no futuro será tão propício à iluminação, que eu, em cumprimento
à Lei de Cooperação Universal, estou deixando o meu presente para vocês... Vejam!
O gigante deu um passo para o lado; a pedra ficou à mostra.
- A Fórmula do Tempo e do Espaço inscrita em caracteres da língua universal nesta pedra
deste planeta!... Desde já, quero esclarecer que esta fórmula não é uma mera conceituação do
Tempo e do Espaço: absolutamente não. Muito ao contrário: esta fórmula é a solução do
problema. Aquele que a compreender automaticamente será senhor do Tempo e do Espaço e
poderá fazer coisas tão banais como estar em vários lugares simultaneamente e viajar pelas
dobras do Tempo.
Na terceira dimensão (onde vocês vivem atualmente), há uma linha de Tempo e Espaço
bem linear. Essa linha é muito tênue e ilusória. Realmente, os senhores do Tempo e Espaço são
uma ilusão como qualquer outra e precisa ser dissolvida: eles não passam de blefe. Estão por aí,
sempre rondando com ares de senhores da Casa, mas apenas para estimular vocês a darem o
grande salto quântico da Liberdade. Na verdade, eles querem mesmo é ser derrotados.
É fácil derrotá-los. É só uma questão de treinamento da consciência e da criatividade. Admitam
apenas o Eterno Aqui e Agora – literalmente dêem asas à imaginação. Criem situações novas em
sua mente, ousando cada vez mais. Vejam-se a si mesmos agindo simultaneamente em
diferentes dobras do Tempo e do Espaço. Modifiquem a sua ótica e postura diante desses dois
senhores, e ai, automaticamente, a realidade à sua volta começa a se modificar também: é uma
mágica. O poder deles vai enfraquecendo, enfraquecendo, até eles se mostrarem como
realmente são: escravos servis. E então vocês vão constatar que a linha tão tênue não existe
mais porque foi apagada. Bem, este é um dos métodos para superar Tempo e Espaço... O outro
método é este meu presente: a Fórmula!
Parece complicada?... Mas não é. Trata-se de uma equação de 1º grau, com apenas uma
incógnita: é simplicíssima... Por falar nisso, pensem no universo. Magnífico, não é? À primeira
vista, até parece infinito... É, realmente o universo parece muito complexo mas, na verdade,
acreditem em mim!, é de uma simplicidade que beira o absurdo... É por isso que eu digo: a
grandeza está sempre de mãos dadas com a simplicidade.
A quem a Fórmula se destina? Eu respondo: ela será de particular interesse para as mentes mais
científicas, aquelas que almejam atingir o Eterno através da Ciência, do entendimento concreto.
Ela é do conhecimento de todos os que se tornaram Mestres, mas por outro lado, ela não é
imprescindível para alguém chegar a Iluminação. Porque – como eu já disse e repito agora – a
fórmula é apenas um dos métodos.
Observem-na com atenção. Vocês conhecem – perfeita e atavicamente – cada caracter inscrito
nesta pedra, porque todos eles fazer parte da língua universal, e todos os Filhos de Deus já
nasceram falando e conhecendo esta linguagem, que está no sangue. Só que, nesta Fórmula, os
caracteres estão combinados de maneira aparentemente inusitada... mas a solução é tão simples!
São, portanto, duas estradas que vão dar exatamente no mesmo ponto. Que cada um de vocês,
portanto, escolha a sua, seguindo-a com determinação. Quanto a mim, justamente no ponto de
convergência dessas duas paralelas, estarei esperando-os para comemorarmos juntos a nossa
vitória. Espero-os neste Eterno Aqui e Agora, na Consciência, em Paz.
O gigantesco El colocou a mão direita sobre o coração e repetiu, a título de despedida:
- Paz!
E se desmaterializou.
- Desta forma – explicou Amarilis, tornando-se novamente visível na tribuna – o último EL deixou a
Terra. A pedra que ele moldou com o fogo de suas mãos ficou lá, naquele cenário plano (sem
colinas e sem montanhas), aguardando o tempo das modificações anunciadas pelo Senhor da
Memória Cósmica.
Passaram-se milhões de anos (A Revolução Orogênica (palavra esse que significa “fenômenos
que determinam a formação de montanhas”) chamada Laramide, que haveria de elevar as
Montanhas Rochosas da América do Norte, a Cordilheira dos Andes da América do Sul, só
ocorreu no período Cretácico – portanto, entre 135 a 65 milhões de anos – da Era Mesozóica ou
Secundária. Nessa mesma época, teve início a chamada Revolução Orogênica Alpina-Himalaica,
que ergueu os Alpes, Pirineus e o Himalaia.), ou seja, o tempo de gestação das montanhas
terrestres... Que, afinal, se ergueram.
E foi muito estranho o que aconteceu com a pedra do El: como se fosse árvore, a pedra criou
raízes – sim, raízes de pedra, tentáculos de pedra! – e se enlaçou fortemente com a rocha que,
atualmente, não se percebe nenhuma fissura e nenhuma diferença de coloração ou idade...
Hoje, como resultado de algum fenômeno mágico, a pedra do El encontra-se perfeitamente visível
e incrustada no pico de uma das mais importantes montanhas do complexo denominado
Montanhas Rochosas – que, juntamente com a Cordilheira dos Andes, compõem a espinha dorsal
do Planeta.
E a preciosa Fórmula está lá, brilhando até hoje como farol, por sobre aquela humanidade
moribunda.
Um derradeiro chamado para a Vida. Só que ninguém ouve, ninguém mais vê.
Capítulo 12
Os Issim também viajaram por esta e outras galáxias, embora não tanto quanto os Els, que eram
nômades por natureza. Aliás, eles passavam muito mais tempo em casa do que fora dela. E foi
numa ocasião em que todos os Issim se encontravam em terra que, por detrás dos portões até
então hermeticamente fechados à Loja Negra, aconteceu, em certa região do universo, um dos
mais célebres confrontos entre os Senhores da Luz e Senhores da Expressão Material – a tal
Revolta dos Anjos. Muitos relatos, até, bem folclóricos, mostram Michael lutando com Lúcifer,
Michael vencendo Lúcifer etc. Ora, obviamente não se tratou de uma batalha campal como esses
mitos fazem supor. Houve, de fato, um confronto e uma interdição, mas essas coisas acontecem
num nível bem sutil de consciência. E os Issim compreenderam isso muito bem. Nessa ocasião,
eles ainda não eram ascensionados: quer dizer, não possuíam a consciência que lhes permitisse
acompanhar, in loco e de forma global, todos os acontecimentos desse Armagedon. Mas, por
outro lado, eram muito avançados tecnologicamente, e usaram uma espécie de televisão para
acompanhar, ao vivo, o desenrolar dos acontecimentos... Através da análise do que estava
acontecendo naquela área de espaço sideral, os Issim conseguiram distinguir claramente os
arcanos do chamado ‘mal cósmico’ e de que forma eles trabalham na escravização da alma
humana; todos aqueles artifícios, sujos e covardes, que constituem o ‘poder das trevas’...
Aprenderam muito com isso e se rejubilaram muitíssimo com a vitória inevitável da Luz...
Tal como os Els, os Issim jamais envelheceram ou morreram. Afinal, cumpriram sempre a Lei de
Evolução Universal, que é amor e Harmonia...
E quando finalmente, essa Lei de Evolução lhes impõs um novo albergue, os Issim se foram,
depois de desmaterializarem a sua brilhante Civilização de Ouro. Ao contrário dos Els, que não
quiseram revelar seu destino aos homens que os sucederiam, os Issim não fizeram nenhum
segredo do seu próximo endereço: eles se mudaram para o sol Sírio, que é um dos grandes
Centros da Fraternidade da Luz e que funciona, para os Ascencionados, como um curso de pós-
graduação em Poder da Mente e do Verbo Criador. Aos olhos onividentes dos peregrinos que se
dirigem a Sírio, aparecem os marcos luminosos que os Issim foram deixando à sua passagem...
“Com a saída dos Issim, terminou a segunda Idade de Ouro do Planeta Terra... e também o meu
depoimento nesta Assembléia”.
Capítulo 13
OBRA SÓLIDA
Amarilis, o Espírito da Primavera, envolveu a todos em seu olhar amoroso; e aí, com um
leve sorriso e sem esboçar nenhum outro gesto, simplesmente se desmaterializou. Na tribuna,
apareceu então uma jovem mulher, que cumprimentou a platéia com a costumeira saudação dos
membros da Fraternidade Branca, que é o sinal do Coração e da Cabeça: com os dedos da mão
direita, ela tocou rapidamente o coração e a fronte e, enquanto inclinava a cabeça numa
reverência, suas mãos se cruzavam sobre o coração.
- Sou Pársis, integrante do primeiro Conselho Cármico da Terra. Infelizmente, é nesta
condição que venho contar a história da terceira humanidade terrestre.
Pársis, uma Senhora do Carma. Beleza clássica e madura. Sua imagem, que haveria de se
imprimir fortemente como arquétipo no inconsciente coletivo da Terra, foi a que inspirou, milhões
de anos depois, um talentoso artista na escultura de sua Vênus de Milo...
Estava toda de branco – a túnica, o manto e as sandálias. Completavam o conjunto um
largo bracelete de ouro branco e um comprido colar de pérolas. Austeridade, Justiça, Compaixão.
- Quando o indivíduo comete transgressões à Lei do Universo, que é Harmonia e Evolução,
ele se afasta dessa Grande Lei, deixando de usufruir de seus benefícios. E aí, automaticamente,
passa a ser regido por uma constituição denominada Lei do Carma, ou Lei de Causa e Efeito, ou
Lei de Ação e Reação, ou Lei de Compensação, ou Lei do Ciclo (é tudo a mesma coisa, só o
nome é que varia).
Note-se que toda transgressão é voluntária e consciente, pois todas as criaturas nascem
com o livre-arbítrio, que é tanto o entendimento inato da Lei quanto a faculdade de escolher este
ou aquele caminho. A grande maioria dos Filhos de Deus opta pelo Caminho Real. Outros –
como, por exemplo, os atuais terrestres – perdem-se em atalhos obscuros.
Quando os homens rompem o seu vínculo luminoso com a Lei, eles se tornam incapazes
de manterem contato direto com sua própria Divindade e, por conseguinte, com os guias de sua
Raça. E é aí, nesse momento que entram em cena os Senhores do Carma, que são os
mediadores entre a personalidade do indivíduo e o Cristo que ele realmente É.
Quem somos nós? Somos Ascensionados que, em nome da Compaixão, em sacrifício, se
ofereceram no Altar da Vida para instruir, orientar, avaliar, assistir e, dependendo da necessidade
e do mérito de cada alma, perdoar ou punir os rebeldes: na prática, somos juízes, professores e
médicos de almas. O nosso objetivo é acabar com o pecado, que nada mais é do que uma
ilusória sensação de separatividade, reintegrando tudo na Unidade; o nosso objetivo é trazer os
infratores de volta á luz, á Lei e á Ordem, reintegrando-os na Santa Irmandade dos Filhos de
Deus. Constituímos o Tribunal do Carma, que é freqüentemente representado por uma balança
com os pratos iguais, uma espada e a mão esquerda de Deus. É óbvio que, como
Ascensionados, o nosso Amor tem o mesmo peso e medida por todos os seres da Criação: e
Amor – é bom lembrar – é Justiça Perfeita... Porém, no desempenho de nossas funções, temos
autoridade para conceder, em épocas muito especiais e de acordo com o mérito dos indivíduos,
um perdão coletivo, ou melhor dizendo, uma redução cármica para uma civilização, um país ou o
planeta inteiro – é a chamada Dispensação; infelizmente, até agora a Terra não mereceu
nenhuma dispensação... O maior anseio de todo Senhor do Carma é que o seu Conselho seja
extinto para sempre – porque isto significa que aquela humanidade que estava sob seus cuidados
foi resgatada e novamente está cumprindo a Lei do Amor.
Na Terra, o conselho foi criado com três integrantes: hoje, por pura necessidade, são sete
os Senhores do Carma.
Agora, vamos à história.
Milhares de anos depois da partida dos Issim, veio a terceira raça. Seu nome místico: Aben
– um dos Nomes Sagrados que tanto significa obra sólida quanto a íntima fusão do Pan com o
Filho.
Obra Sólida. Nome muito apropriado para descrever essa nova Raça humana. A
semelhança do próprio corpo do planeta, os corpos dos homens já eram realmente sólidos, físico-
densos, porque nessa época já havia perfeita coesão atômica em tudo. Tudo no planeta estava
sólido, materializado.
Por isso, é natural que essa terceira humanidade fosse bem mais compacta e,
conseqüentemente, mais baixa que as precedentes: salvo alguma exceção, os homens mediam
uns 2,5 m, enquanto a altura média das mulheres ficava em torno dos 2,3 m.
Eram muito mais numerosos: mais de dois bilhões de almas, embora não tivessem se
encarnado todos numa mesma época. Ao contrário, foram gradativamente aparecendo sobre a
face do planeta: na primeira leva, seiscentos milhões de indivíduos; depois, a intervalos regulares,
outros tantos... É a mesma história da expansão do universo. Ora, nunca existiu nenhum Big
Bang que desse origem ao universo, o que existe são pequenos e sucessivos Big Bangs, porque
o universo está em permanente expansão... Exatamente o mesmo ocorreu com os indivíduos da
terceira humanidade da Terra: eles foram aparecendo aos poucos, para habitar esta ou aquela
região do planeta, de acordo com a Planilha de Evolução feita pelos Guias de sua Raça. É
interessante observar que os nomes individuais desses homens e mulheres na Raça Aben muitas
vezes indicavam a época de seu aparecimento na face da Terra. Exemplo: II Arion, que é o nome
de um homem que atualmente está encarnado lá. II é variação de El, um dos Nomes de Deus,
que, como sabemos, provoca elevação de consciência; e Arion significa Áries – ou seja, só pelo
nome a gente já sabe que esse ser nasceu na Era de Áries.
Vamos agora ver ao vivo, através de imagens holográficas, alguns exemplares da Raça
Aben.
No momento em que Pársis disse isso, doze pessoas (seis homens e seis mulheres)
apareceram no espaço localizado entre a tribuna e o público. Pársis desceu da tribuna e
posicionou-se entre as imagens de um casal.
- Como se pode ver por essa breve demonstração, a Raça Aben compõe-se originalmente
de três etnias: branca, amarela e vermelha; com o tempo, a interferência de outras condições de
ordem material e a miscigenação, houve alteração na cor da pele dos indivíduos (Trecho de um
dos ensinamentos denominado “A origem da Vida” atribuído aos naacals literalmente “grandes
irmãos”, a elite espiritual dessa terceira humanidade sobre as causas da mudança na
pigmentação: “As causas de mudança da cor dos homens são várias, mas a causa principal foi
um desequilíbrio entre a força vital e os componentes básicos da pele. Esse desequilíbrio era o
resultado de um super ou sub-estimulo das glândulas que segregam a Força Vital e a conduzem
através do sangue às diversas partes do corpo, inclusive à pele. Cada glândula controla certas
partes do corpo e possui um certo volume de Força Vital. As secreções das glândulas são
controladas pelo tipo de alimentação, de sorte que essa alimentação pode produzir um excesso
ou uma falta da força utilizada por uma determinada glândula e, por sua vez, a força pode influir,
de uma forma ou de outra, sobre os componentes básicos que ela controla. A Força Vital estimula
as células e as faz trabalhar. Quando se produz um excesso dessa Força, as células ficam
extenuadas, e quando, ao contrário, há um consumo mínimo de forças, produzem-se
irregularidades. As principais irregularidades causadas por esse desequilíbrio de força influem
sobre a postura do corpo, o tipo dos cabelos, a cor da pele e, ás vezes, a forma dos traços
fisionômicos. A principal causa do desequilíbrio vital é o tipo de alimentação aliado ao clima.).
Notem-se primeiramente, as semelhanças com as duas Raças precedentes: o uso de cabelos
longos (usados soltos ou arranjados em tranças), as feições delicadas, as orelhas pequenas, a
maleabilidade do corpo, a musculatura desenvolvida (como se fora o resultado de constantes
exercícios) e, principalmente, a presença do Olho Onividente, que lhes permitiria, ao longo de seu
desenvolvimento, obter informações diretas e precisas com relação a todas as áreas de
conhecimento. O ouro, nessa época, continuava abundante e à disposição dos homens: vejam as
belas peças com que adornam os cabelos, o pescoço, os dedos, os antebraços, a cintura. Ao
contrário dos Els e dos Issim, os Aben já apresentam pêlos no corpo: barba e bigode e pêlos
pubianos.
Agora observem as diferenças entre um individuo e outro, da mesma Raça: a cor dos olhos
vai desde o azul e o verde até o negro. Formato dos olhos também bastante diversificado:
amendoado, no caso dos de pele amarela, contrastando com os indivíduos de pele branca, por
exemplo. De acordo com o tipo físico, os cabelos, de textura mais fina, também variam de cor.
Então, para resumir, definiríamos a terceira Raça através dos seguintes elementos: obra
sólida – quer dizer, compacta, de menor envergadura e estatura; e fusão do Pai com o Filho
através de uma multiplicidade de formas e etnias.
Tal como a segunda Raça, a terceira também habitou a superfície planetária, apesar de ter
conhecimento de Agartha. Os Aben espalharam-se pelo vasto continente do sul, o Gondwana
(Gondwana: atualmente mais conhecido como Mu ou Lemúria. Esta última palavra, só adotada
por volta de 1887 d.C., foi inspirada nos lêmures (classe animal denominada lemuróide), os
ancestrais dos atuais macacos e que, a partir de certa época – especialmente depois da chamada
“Queda” – apareceram em Gondwana.), que, inicialmente, era constituído de três grandes blocos
de terra, unidos entre si por canais ou desfiladeiros, e cercados por dois oceanos – o Atlântico e o
Eloha Pacífica.
Esses três blocos de terra estavam predestinados a se dividir, pois, desde a Era Primária, o
granito (que é a rocha primária da composição da crosta planetária) foi formando cavidades
subterrâneas, através das quais vários gases passaram a se movimentar. Com o tempo, era
inevitável que a crosta se rompesse, que surgissem as montanhas e que aparecessem
continentes de menores proporções.
Era um colosso esse continente primitivo; praticamente circundava o globo terrestre e seu
centro ficava abaixo da linha do equador... Gondwana é o nome original dessa terra; contudo, os
Aben chamaram-na de Mu, uma variante de Ma (“Mãe”), e nela fundaram um Império promissor.
Capital: Uighur, localizada na belíssima Ilha Branca, coração da Fértil terra de Gobi. Com o
desenvolvimento, o Império de Um subdividiu-se em mais nove tribos ou nações.
Se o nome místico dessa terceira raça é Aben, ‘obra sólida’, eles se autodenominaram
‘rutas’ que, no nosso idioma sansar, quer dizer ‘adoradores do Sol’... Diga-se de passagem, pois
eles O adoravam desde a aurora até o ocaso... Chamavam o Sol de Ra, que é justamente um dos
verbos de poder emanados pelo Astro-Rei, e o representavam por um circulo com raios que se
projetam em todas as direções.
Mas é bom frisar que os rutas não identificavam o Sol como o próprio Criador. Eles sabiam
que o Sol Ra era apenas o emblema visível e tangível da Divindade; apenas um símbolo. Quanto
a Deus-Ele-Mesmo, a terceira humanidade terrestre dizia o seguinte: ‘Ele é o Sem Nome, porque
trabalha incessantemente, cria universos e eternidades que nascem do Nada e ao Nada
retornam. Ora, qualquer nome que Lhe déssemos teria que contar tanto Movimento quanto o
Repouso Universal; teria que conter todas as eternidades, a Criação – é impossível.’ Em algumas
ocasiões, os rutas chamavam Deus de Tam – mas esse nome não pretendia revelá-lo e, sim,
ocultá-lo; na verdade, a palavra Tau equivalia ao silêncio... A propósito, observem como cada
Raça humana tem o seu próprio caminho de evolução: os Els referiam-se a Deus como O
Criador; os Issim, reconhecendo-se como ‘Filhos do Rei’, chamavam-no de Pai-Mãe; e para os
rutas Ele era o Santíssimo Deus Sem Nome...
O desenho do Sol é o maior símbolo do Império. Mas havia outros três, a saber: o Símbolo
numérico – que era o 3, da Trindade; o símbolo floral – o lótus, que bem representa a evolução da
alma humana; e o símbolo hierático - a letra M, de Um e de Ma (a sempre Eterna Mãe).
O império de Mu foi se espalhando pela Terra, Cada nova colônia fundada era
representada por um sol, sem raios, erguendo-se na linha do horizonte.
E se essa colônia crescesse a tal ponto de tornar-se uma tribo (ou nação), aí os raios
solares passavam a constar de seu símbolo.
O império de Um foi, em seu apogeu, um sistema de nove sóis regidos por um sol central,
que era a capital – num total, portanto, de dez sóis. Cada um dos sóis-nações era governado por
um casald e reis chamados de Ra Mu (literalmente ‘o sol de Mu’), indicados e diretamente
assistidos pelos Mestres... Ou seja, tinha tudo para dar certo...
As imagens holográficas desapareceram e Pársis retornou a tribuna.
Continuação do depoimento:
- Nessa Raça, ocorreu a definitiva separação dos sexos; macho e fêmea não mais se
fundiam um no outro, a não ser em alma e Espírito; em suma: deles não se podia dizer que eram
hermafroditas... Mas, afinal, por que isso aconteceu? Por que Deus separa os dois raios que
compõem uma mesma Chama? A resposta é: “para expressar Amor”; para que cada uma das
partes consiga discernir na outra o mesmo e único Deus – é esse o fundamento da integração
harmoniosa, que deve prevalecer em todas as relações. É também o grande elemento motivador
para alguém conquistar a Mestria porque somente como ascensionados podemos vivenciar, de
novo, e à imagem de Deus, o hermafroditismo original. Dois num único corpo; um único Ser total,
completo, bipolarizado! Muitos de vocês já se comunicaram com Grandes Seres – Arcanjo
Michael, por exemplo – e, em certo momento, conseguiram distinguir, embutida dentro de seu
corpo masculino, a esposa Astrael, por muitos conhecida como Fé! Existe prazer maior do que
esse? Não. Porque o êxtase é total... Eu, como mulher ascensionada, posso me fundir com o meu
homem, o meu complemento divino: entrar por dentro do corpo dele – Deus meu, o êxtase é
indescritível e é total; vai desde os cabelos até a sola dos pés! É um prazer de corpo inteiro, que
brota de cada átomo, de cada poro... Nesses momentos, mais do que nunca e de uma forma
muito íntima, EU SOU DEUS!
O sexo é nobre, é divino: ele expressa o anseio de união com Deus (Mestre Djwhal Khul:
“Deve-se recordar que esta separação fomenta um poderoso impulso para a fusão, e a isto
denominamos sexo. Na realidade, o sexo é o instinto de união; antes de tudo, a união física. É o
inato (embora mal compreendido) princípio místico, nome que aplicamos ao anseio de “união com
o divino” (El Sexo – Recompilacion de Los Obtus Del Maestro El Tibetano), Editorial Fundacion
Lucis, 1986)) através de um parceiro: por seu intermédio, se resolve o problema da dualidade. O
sexo está diretamente ligado com o terceiro aspecto da dualidade Santíssima Trindade; o Espírito
Santo, que é Amor, que é Vida, que é Poder, que é Comunicação, Expansão, Identificação... Mas
infelizmente, há os que fazem mau uso dessa Força Sagrada... em outras palavras: convertem-se
em magos negros Mestre Djwhal Khul: “(...) pervertemos e distorcemos uma idéia divina e
prostituímos um anelo imaterial por um desejo material. Invertemos a direção da energia sacra e a
isto se deve o desenvolvimento da natureza animal e as funções da humanidade comum.” (El
Sexo – Reconciliacion de Los Obtus Del Maestro Ek Tibetano)).
Mas, por ora, esqueçamos o mau uso dessa Poderosa Energia Vital – que é Fogo e que,
como tal, pode queimar – e nos concentremos no seu santo uso: um Ritual do Fogo, praticado
nessa época, numa região muito especial do continente Gondwana. Vamos assistir, agora, o filme
intitulado ‘ O Mais Antigo Ritual do Fogo praticado na Terra’.
Capítulo 14
“Na treva, é difícil avaliar as luzes, comparando-as com a luz do sol, pode-se ter idéia do
esplendor do Mundo Ardente” (Mestre Morya, InMundo Ardente)
O filme anunciado por Pársis começou focalizando uma árvore. A câmera akásica partiu as
raízes, foi escalando lentamente o tronco liso de aproximadamente quatro metros de altura e por
fim, deteve-se nas brilhantes flores escarlates que lhe conferiam uma beleza toda especial.
- Esta árvore é da mesma família do sândalo e é uma das mais comuns desta região de
Gondwana; apesar de não ser das mais altas nem das mais belas, esta árvore, depois do sol, é
um símbolo desse gigantesco continente terrestre. Seu nome: kownboum, que significa
literalmente “dez mil imagens”... Por que dez mil imagens? A resposta está nas folhas...
A câmera deu um close num das folhas, ampliando-a várias vezes. Então o público pôde
discernir, gravado na superfície verde e aveludada, um caráter muito conhecido...
- Em cada uma das folhas que compõem a copa tão ampla do kounboum, está impressa
uma letra do nosso alfabeto sansar. Em cada árvore... – mas, afinal, quantas folhas existem em
cada árvore? Serão mesmo dez mil folhas? Ou apenas mil? Ou, talvez, não passem de
quinhentas? Bom, não importa... O que importa é que, em cada árvore dessa, o alfabeto universal
se repete várias vezes, completinho... – E Pársis completou com um sorriso: - Isso é obra e arte
dos Construtores...
A câmera mostrou, então a vasta planície estava localizada a árvore kounboura, que
estava no meio de muitas outras, da mesma espécie... A planície perdia-se de vista... Como um
bólido, a câmera passeou pela terra fértil, que era irrigada por inúmeros cursos d’água, rios e
lagos, debruados de lótus. Em toda parte, a vegetação era luxuriante: nela se destacavam muitas
flores coloridas, que se misturavam na paisagem, tornando-a quase que encantada; havia
palmeiras, pinheiros, sequóias, samambaias, e muitas árvores senhoris, dentre as quais se
destacava, com mais de dez metros de altura, a interessante árvore-candelabro, cujas folhas
apontavam sempre para o sul, independente da direção dos ventos. Também eram comuns os
eucaliptos, que, nativos de outra região, foram trazidos para cá durante as primeiras imigrações.
Sem depender de estações ou épocas apropriadas para plantio e colheita, os cereais, hortaliças e
flores conviviam lado a lado, no maior vigor, o ano inteiro.
- Terra da Promissão, riquíssima em grãos, hortaliças, ouro, fé e poesia. Nessa Terra, que
naquele tempo se chamava Irihia (Irihia: depois Vrihia (em sânscrito), depois Bharata e,
finalmente, Índia, no atual continente da Ásia.), moravam uns homens muito especiais, que
conseguiram não ser totalmente devorados pelo lodo que assolou a Terra; quando a Loja Negra
assumiu o definitivo controle do planeta, eles se refugiaram em Agartha, nas regiões intraterrenas,
onde permaneceram até hoje. Atenção; estamos falando dos raríssimos terrestres que ainda
podem ser resgatados. Vale a pena acompanhar sua trajetória, mesmo porque esta assembléia
terá que decidir o seu destino: eles vão ser transladados para um outro planeta, e que planeta
será esse...
Na época retratada por esse filme, a comunidade – embora fazendo parte da mais
poderosa nação do Império, a Uighur, com a capital de mesmo nome – não era expressiva dentro
do Império do Sol. Muito simplezinha; bem rural. Seu símbolo, como o de toda comunidade
pequena, era o sol se levantando no horizonte: ainda sem raios, sem poder. Um sol tímido...
Sem o esplendor das cidades mais progressistas de Um, ainda assim essa comunidade de
Irihia era um pedacinho do Império do Sol; a civilização era a mesma, os usos e costumes
também. Como em toda colônia de Um, havia as Tábuas da Lei, que eram confiadas à guarda
dos líderes locais; na capital do Império, as tabuinhas eram de ouro maciço: nas colônias, as
tabuinhas eram de terracota.
Mas era sempre o mesmo texto filosófico – religioso, que constituía o alicerce do Império:
começava assim: No início, o universo não passava de uma alma ou espírito. Tudo era
inanimado, sem vida, calma, silencioso. A imensidão do espaço era o nada e trevas. Apenas o
Espírito Supremo. O Grande Poder, O Criador, a Serpente de Sete Cabeças, existia neste abismo
de trevas, habitada por seres viventes, e criou a terra e tudo o que ela contém. E por aí seguia,
relatando a criação do homem, o qual era chamado textualmente de imperecível.
Imperecível. Quer dizer: aquilo que não precisa passar pela morte, pois vive em
conformidade com o Dharma (alei de Evolução Universal) e não com o Carma (a lei de causa e
efeito e da roda das encarnações) É, na Terra a mudança foi drástica...
Como eu já disse, esta pequena comunidade é rural. As profissões exercidas por seus
indivíduos atestam bem o amor que eles têm pela terra: ou são agricultores ou mineiros ou
geólogos ou botânicos, e todos são poetas... Aliás, é deles a frase: Sempre banhada pela luz do
Sol, a vida humana é uma lavoura farta em plena época de colheita. Alias, foi por causa da intima
relação dos membros dessa comunidade com a Mãe Terra (e, conseqüentemente, com o reino
dévico) que os Guias da Raça Aben – com a expressa autorização de sua Hierarquia, os
Jardineiros do Espaço – importaram o trigo de um outro planeta da galáxia e o fizeram plantar.
Depois, incentivaram os homens a cruzar o trigo com certas ervas nativas, de modo que estas lhe
servissem de ‘cavalo’, o resultado foi o aparecimento de novos cereais, dentre os quais a aveia.
Depois disso, continuaram as experiências de engenharia genérica sob a bênção e a assistência
direta dos Jardineiros do Espaço.
Como todos os outros homens do Império do Sol, esses camponeses da Irihia adoravam o
Astro-Rei permanentemente, e através do Ritual do Fogo, ritualisticamente, invocavam Sua
bênção desde o Sol Levante, representado por um círculo com raios só na parte superior. Até o
Sol Poente, representado por um círculo com raios só na parte inferior.
O Ritual tinha o propósito de fertilizar a terra, transformando-a num poderoso campo
magnético de harmonia, e também facilitar o contato dos homens com o ‘povo encantado’, isto é,
os seres dos quatro elementos (gnomos, elfos, fadas, silfos e sílfides, ondinas, sereias,
salamandras) e seus dirigentes, os Devas. Ora – ensinavam os Mestres – integrando-se
harmoniosamente todos os seres num trabalho de mútua colaboração e, além disso, abençoando-
se a terra, é natural que esta se torne o próprio paraíso, tão pródiga quanto a Grande Fonte
Universal de onde tudo provém... É verdade: os efeitos mágicos desse antiqüíssimo Ritual
ficavam sobejamente evidenciados na milagrosa fertilidade dos campos.
A cada celebração, matinal ou vespertina, os rutas comiam o Fogo e Bebiam a Luz do seu
adorado Sol.
Vamos então assistir ao filme, sem mais interrupções.
O MAIS ANTIGO RITUAL DO FOGO (ou COMO COMER O FOGO E BEBER A LUZ):
Primeiros sinais do alvorecer. No céu, já uma pequena claridade. A superfície das águas
funcionava como espelho cristalino. O vento estava bem suave; apenas uma aragem balançava
molemente as folhas e os frutos. Nas profundezas da terra, assim como o próprio dia, muita vida
se preparava para nascer.
Na tela tridimensional, aparecem as casas da comunidade rural: grandes e bem
planejadas, feitas de blocos de pedra sintética (No antigo texto Famine Stele, localizado no século
passado nas redondezas de Elephantine, Egito, há descrições de antigas técnicas de fabricação
de pedra, discriminando, inclusive, 29 minerais que, junto com cal e outros agregados, podiam
formar uma tal pedra sintética muito utilizada na construção de templos e pirâmides.), unidos
entre si pelo cimento característico das construções de Um (Os ingredientes desse cimento ligam-
se de maneira mecânica e não molecular, como o de agora. Resultado: enquanto o nosso cimento
resiste por aproximadamente 150 anos, o antigo durava milênios.). Há luz (Luz forte e contínua,
fornecida por um mineral hoje desconhecido na Terra.) no interior das casas, o que certamente
significa que os moradores estão fazendo suas abluções matinais.
A luz se apaga no interior de uma casa. Um segundo depois, abre-se a porta, por ela sai
um casal.
A luz se apaga no interior de outra casa. Abre-se a porta; por ela sai outro casal.
A luz se apaga no interior da terceira casa. Abre-se a porta; por ela sai um terceiro casal.
Uma quarta porta e um quarto casal. Uma quinta, sexta, sétima... décima, centésima.
Minutos depois, toda a comunidade já está caminhando em direção ao lugar, onde, ao ar
livre, é celebrado o Ritual do Fogo. Nas mãos do que parece o líder, está o único instrumento que
utilizam na celebração do Sol: uma pirâmide de degraus, oca e feita de ouro puríssimo. Outros
homens e mulheres carregam instrumentos agrícolas.
Pés descalços, movimentando-se ritmadamente por cima do grosso tapete de relva.
AAUUUMMM! (Diz o manava Dharma Sastra, antigo livro hindu: “No começo, só existia o infinito,
chamado aditi. No infinito, encontrava-se a AUM, razão pela qual deve preceder toda prece ou
invocação.” E o livro do Manu, outro antigo livro da Índia, acrescenta: “O AUM significa o paraíso,
o céu e a terra.”)
AUM: o som da Vida, o verbo resultando do movimento dos átomos que, à medida que vai
se repetindo incessantemente, produz o som OM. Cada uma de suas letras é um mundo: o A é o
mundo divino, o U é o mundo da alam e o M, o mundo físico manifestado. No AUM, também se
unem os três estados de consciência: a vigília, o sono consciente e o sono profundo.
O AUM foi uma porta que abriu e mostrou o Sol que fica situado além e por detrás de todo
sol físico: o Sol Central, que é o cristo Macrocósmico, o Absoluto. Desse Grande Núcleo Ígneo
começou a jorrar, então, uma cascara de Liz que se derramou sobre a comunidade de Irihia. Era
uma chuva de prata constituída de elétrons luminosos que perfumavam a cabeça das pessoas,
espalhavam-se pela pele, infiltravam-se na corrente sangüínea – cada um desses pontinhos
cintilantes continha o sopro da Eternidade e seguia uma rota onisciente, pois cada um deles
parecia saber exatamente onde se fixar.
- OM MANI PADMI: HUM!
OM: o som da Vida, resultante da repetição incessante de AUM; MANI: o som do btilho;
PADME: o lótus que é o símbolo da evolução da alma humana; HUM: amém. Então, “EU SOU o
brilho do lótus. Amém!” – foi o que proclamou o grupo reunido ao alvorecer.
Em seguida, alguém da comunidade anunciou:
- Hora! O sol vai nascer dentro de um minuto!
Os adoradores do Sol inspiraram profundamente o prana, a energia vital contida no ar
atmosférico, desejando que esse energia purificasse seus corpos, tornando-os canais límpidos
para o escoamento da Perfeição da Vida para fertilizar o solo, para o aprimoramento de sua
comunidade, da bela nação Uighur, do poderoso Império do Sol de Agartha, da Terra inteira.
Alguém tornou a anunciar:
- Hora! O sol já vai nascer!
Então a comunidade inteira cantou o mantran (Mantran = man: mente; tra: controle/tran:
liberação, libertação. Mantran, portanto, é um método de libertação da mente através da utilização
de uma ou mais palavras, que produzem um determinado tipo de vibração, de acordo com a
finalidade desejada. Mantran é mais uma invocação mágica que uma oração, e, quando entoado
no mundo físico, acarreta um som correspondente no lado oculto da Natureza.) do nascimento do
sol:
- SURYAYA SWAHA SURYAYA IDAM NA MAMA! PRAYAPATAYE SWAHA PRAYPATAYE
IDAM NA MAMA! (Ao pôr-do-sol, o mantran era o seguinte: AGNAYE SWAHA AGNAYE IDAM NA
MAMA. PRAYAPATAYE SWAHA PRAYAPATAYE IDAM NA MAMA.)
Toda a cerimônia era celebrada no sânscrito (A raiz da palavra sanskriti (sânscrito) significa
sublimar, purificar. O sânscrito antigo, também conhecido pelo nome de tamil, era o mesmo
idioma sansar.) antigo, que é “Deva Bhasna”, ou seja, a Língua dos Deuses.
E saudado na Língua dos Deuses, o sol despontou em glória – JAYA, JAYA, JAYA!
(VITÓRIA, VITÓRIA, VITÓRIA!) – vertendo com prodigalidade o Espírito da Vida, fertilizando a
Mãe Terra e os seus devotos. O povo encantado prorrogou em gritinhos e aplausos vibrantes,
comemorando a Nova e Eterna Alvorada.
No momento em que o sol nasceu, os corpos daquelas pessoas, saturados de luz, não
projetaram sombra no chão. A bênção que se derramou na Terra foi o próprio fechamento da
cerimônia – afinal, nenhuma outra palavra precisava ser dita.
Em paz, os anjos e os Devas espalharam-se pelo planeta, para derramar sobre sua
população tão pura a energia do Amor recolhida durante o Ritual do Fogo. Em paz, o povo
encantado dispersou-se pela região – os gnomos e os elfos trabalhariam na terra de modo a
torná-la ainda mais fértil; a fadas e os silfos, voejando pela atmosfera, assegurariam que o ar do
planeta ficasse cada vez mais puro; as ondinas prosseguiriam no seu trabalho de vitaminar a
água; as salamandras, ainda dançando no seu amado elemento fogo, tentando torná-lo ainda
mais sutil.
- Sob a magnífica Luz do Sol – resumiu pársis –os rutas movimentavam-se em harmonia e
progresso. Vigorava o Dharma (a Lei Universal) e não o carma.
Só que aí chegaram, para ficar, os exilados de Capela.”
Capítulo 15
“A grande Loja Branca, nossa hierarquia é espiritual e a Loja Negra empregam as mesmas
energias, mas com motivos e objetos diferentes: ambos são grupos de esoteristas treinados”
(Mestre Djwhal Khul, em Educação na Nossa Era de Alice Bailey, FEEU)
“(...) os magos negros propriamente ditos estão organizados em forma de Loja, seguindo seus
membros idênticos ou muito parecido sistema de treinamento e processo de iniciação dos que se
filiam às gloriosas hostes da Luz que constituem a Grande Fraternidade Branca do
planeta”.(Vicente Beltran Anglado, em A Hierarquis, os Anjos Solares e a Humanidade Editora
Pensamento)
Explicação de Pársis:
- Capela é a estrela alfa da Constelação de cocheiro, também conhecida como Cabra,
situada a aproximadamente 45 anos – luz da Terra. Estrela amarela, gasosa e várias vezes maior
do que o Sol Hélios–Vesta do sistema de que a Terra faz parte. Enquanto ainda estava
encarnada, a humanidade desse mundo atingiu um nível de desenvolvimento científico-
tecnológico raramente visto por esse universo afora; dir-se-ia até que muitas de suas descobertas
científicas, e até mesmo obras de arte!, só poderiam ter sido feitas por indivíduos que já tivessem
atingido a ascensão; daí pra cima...
“Bom, quanto á ascensão, de fato a grande maioria dessa humanidade estava a um passo
de conquistá-la. Inclusive, essa grande maioria estava renunciando formalmente ao seu livre-
arbítrio, ou seja, ao direito que todo ser humano tem de pensar, sentir, falar e agir de acordo ou
em desacordo com o Plano Divino da Evolução. Ora, esse é um direito inato de toda criatura. O
conhecimento do bem e do mal é atávico, nós já nascemos com ele; e as Tábuas da Lei estão
inscritas no coração... Me digam: existe bússola melhor do que o coração, que sempre indica a
Fonte?!... A decisão é nossa de seguir o caminho da direita ou da esquerda...
“Que se faça em mim, ó Pai, a Tua Vontade e não a minha!” – foi a fórmula utilizada por
bilhões de seres de Capela para renunciarem á sua vontade pessoal em prol da Vontade de
Deus. No Altar da Vida, com todo o conhecimento e o domínio que já haviam adquirido sobre as
leis da matéria e do universo e, conseqüentemente, JÁ CONSCIENTES DO PODER
ESTUPENDO QUE TEM TODO FILHO DE DEUS, eles celebraram a definitiva aliança com a Luz.
‘Que se faça em mim, Ó Pai, a Tua Vontade e não a minha!’ Quando, em certo estágio de
evolução, alguém pronuncia essa frase com o coração ardendo de Amor, não tem mais
possibilidade de regredir... Aí, se pode dizer que o Filho de Deus retornou al Lar porque, daí pra
frente, ele será incapaz de trair (a Lei).
“Bem, a grande maioria da população de Capela optou por renunciar à sua pequena
vontade pessoal e colaborar irrestritamente no Plano de Evolução Universal, tornando-se
membros do Grupo dos Servidores do universo... E quanto à outra parte da humanidade de
Capela?”
Neste ponto, a Senhora do Carma fez uma pausa, talvez para realçar a importância da
pergunta. Mas ao retoma a palavra, o assunto já era outro:
- Amigos, Irmãos presentes nesta Assembléia, vocês sabem como nascem os chamados
magos negros? Também chamados de Senhores da Materialidade ou, ainda, Senhores da
Expressão Material? De senhores do Caminho da Esquerda? Que Têm como símbolo a estrela de
cinco pontas invertida, a suástica inclinada (Suástica inclinada em 45 graus: não por acaso foi a
utilizada por Adolf Hitler, um reconhecido mago negro. No momento em que a aplicamos ao
círculo do zodíaco, aparece claramente o símbolo da morte e da destruição: a quadratura do Sol
com Marte, Vênus e Saturno, também chamada de “vibração astrológica de Lilith, a Lua Negra da
feitiçaria”.) em 45 graus e o cubo negro (Com resíduos de decomposição estelar, o Cubo Negro é,
de certa forma, o coração da agonia de um mundo; misticamente, é a antítese da pirâmide. Diz a
lenda que a pedra, originalmente branca, foi levada por Adão ao deixar o paraíso. À medida que
seus pecados se acumulavam, a pedra foi se tornando cada vez mais escura...)?
“Amados meus, os grandes Senhores das Trevas – os verdadeiros mentores da Loja Negra
– nascem da luxúria do poder...
“À medida que nós, Filhos de Deus, evoluímos, vamos percebendo quão verdadeira é a
afirmação de que somos feitos á imagem e semelhança de Deus. Ora Deus, o Criador, é
Onipotente. É o poder – Único, Eterno, Indivisível, Absoluto... Á proporção que nós nos tornamos
semelhantes ao Criador, nós também vamos recebendo a nossa herança: o Poder de Deus Junto
com as instruções de como devemos aplicá-lo para o bem de todos... Esse Poder é de uma
magnitude assombrosa, sua visão é simplesmente deslumbrante. E ai, ao contemplá-lo, irrompe
em alguns a ambição do poder... e eles se perguntam: ‘Tenho mesmo que usar tudo isso em prol
de outras pessoas? E se, ao contrário, eu me apoderar desse Cetro?’
“O Poder. É aqui que o Caminho realmente se bifurca.”
Nutrição & Condições Ambientais. Tanto a desnutrição quanto a nutrição inadequada (com
alimentos e/ou elementos danosos à saúde) são excelentes meios para se enfraquecer uma
Raça, Aliados, então, a condições ambientais deploráveis, cientificamente planejadas, o sucesso
da Loja Negra está praticamente assegurado...
Religião. Num mundo dominado, sempre há perseguição religiosa. Também são
estimuladas as guerras e os conflitos de cunho religioso – ‘guerras santas’, são assim chamadas,
só que de santas não têm nada...
Arquitetura. Um novo estilo de arquitetura é introduzido no mundo dominado. As caras, os
templos e as próprias cidades são construídos e dispostos de tal forma que passam a funcionar
como verdadeiras torres de comunicação cm os principais focos intergaláticos da Loja Negra.
- O que significa realmente o Anticristo?
- O próprio nome já diz: é a antítese do Cristo, que é o estado divino de Consciência.
Todos os seres ascensionados são Cristos. Entretanto, há ocasiões em que, para a
tentativa de resgate de toda uma humanidade, é necessário que um Ser de Consciência Sublime
desça das altíssimas oitavas de Luz e se encarne fisicamente. No meio dos humanos, esse Ser
de Luz será identificado como O Cristo: esse tipo de encarnação é chamada de avatárica ou
crística.
Todos os magos das trevas são Anticristos. Entretando, há ocasiões em que, para a
tentativa da derrocada de toda uma humanidade, um ser maligno se encarne fisicamente. No
meio dos humanos, esse ser poderá ser reconhecido como O Anticisto. Esse tipo de encarnação
é chamada de diabólica ou anticrística.
Tanto Cristo quanto o Anticristo será apoiado por sua Loja respectiva. E, na carne, tanto um
quanto o outro se ofertará como um instrumento de uma vontade superior á sua, terá perfeita
consciência do papel que estará desempenhando e receberá o aval de sua Hierarquia (Cristo;
Meu Pai, se é possível, passe de mim este cálice, todavia, não seja como eu quero, mas como Tu
queres. (Mateus, 26, 39) Pai meu, se este cálice não pode passar de mim sem eu o beber, faça-
se a Tua Vontade. (Mateus, 26, 42) Anticristo: Fiquei progressivamente consciente de uma
presença (...), a mesma e aterrorizadora presença que eu já havia experimentado nos poucos
momentos de minha vida em que percebi o grande futuro que o destino me reservara. Fiquei,
sozinho e trêmulo, diante da forma móvel do Super-Homem: um Espírito sublime e temível, um
rosto intrépido e cruel. Com um respeitoso temos, ofereci minha alma para que fosse o
instrumento de sua vontade. (Adolf Hitler)).
“Cristo é humilde; nele não há sequer vestígios de ego, pois se identifica plenamente com
Deus (‘Eu e o Pai somos um’); Ele prega Amor, Compaixão, Perdão. O anticristo, ao contrário,
cultua o ego, estimula todos os vícios e dissemina a mentira e a violência.
“Ao término de uma encarnação crística, a Luz do Mundo brilha mais forte; o conhecimento
de um Novo Reino de Paz se alastra e muitos percebem como alcançá-lo. Ao término de uma
encarnação anticrística, há muita dor e destruição: a treva se adensa.
- Qual é a pior modalidade de prisão; a mais cruel, a mais covarde, a mais inteligente, a
mais eficiente?
- É aquela em que o prisioneiro nem percebe que está preso. Que não vê as grades que o
limitam. Que não sente as correntes que lhe imobilizam pés e mãos. Que não consegue nem
mais enxergar o seu próprio coração, e quanto mais imaginar uma outra vida além dos muros da
cadeia! Que ninguém se lembra mais de sua identidade, seu potencial, sua herança, seu Amor,
seu destino, seu sonho atávico de Liberdade... Que esqueceu o passado porque os processos de
lavagem cerebral de que foi vítima resultaram em amnésia. E que também não tem futuro porque
já não sabe sonhar. Este é o eficientíssimo sistema penitenciário praticado pela Loja Negra
(Mestre Djwhal Khul: Paralelamente à atividade da Grande Loja Branca (tal como aconteceu
então e vem acontecendo até hoje), havia uma atividade das forças obscuras. Produziram seus
efeitos por intermédio do centro sacro, estabelecendo-se uma situação extremamente viciosa que
debilitou o vigor do corpo humano, acirrando grandemente as exigências da natureza sexual pela
estimulação do centro sacro (produzido artificialmente pela Loja Negra) e que trouxe, como
consciência, numerosas alianças ímpias e uma ampla difusão de relações malignas. (El Sexo –
Recompolación de Los Ubtos Del Maestro El Tibetano).
Terminado esse questionário, formulado e respondido por ela mesma, a Senhora do Carma
voltou, abruptamente, á única pergunta que, até então, ficara sem resposta:
- E quanto á outra parte da humanidade de Capela? Aderiu à Loja Negra? Bem, posso
adiantar que não chegou a tanto, pelo menos naquela época. Mas esses indivíduos – milhões
deles – chegaram a sentir, sim, a luxúria do poder. Eles tinham desenvolvido uma super
tecnologia. Já sabiam como decompor a matéria em unidades de energia e, depois, como
recompô-la. Sabiam como transformar seus próprios corpos físicos em energia, com plena
consciência e controle, e viajar, sem naves, por esses universos, só empregando técnicas
adiantadas de materialização – telecinésia. Já haviam adquirido um razoável conhecimento da
prodigiosa Ciência do Verbo. Foi aí que se deram conta de dimensão de seu poder. E foi aí que
passaram a falar de expansão, conquista de outros mundos e povos. Sim, de conquista e não de
intercâmbio! Bem diferente do discurso da outra população de Capela, cujo discurso era o
seguinte: Universalidade; Unidade com toda a Vida; Harmonia; Paz!
Os rebeldes queriam impor as novas idéias e, nisso, não davam trégua. Logo estavam
provocando conflitos. Insistindo, reivindicando, justificando seus planos escusos com uma
desculpa esfarrapada: ‘era para o bem da Pátria’.
Pátria? Mas, afinal, que pátria era essa a que se referiam esses capelinos se todos os
Filhos de Deus têm como única e verdadeira Pátria o assim chamado Caos – este Oceano de
Vida infinito que contém todos os universos atuais e todos os universos que ainda vão nascer?
Qualquer lugar onde nos encontremos é apenas um segmento ínfimo de nossa estrada, um mero
albergue, como já foi dito nesta assembléia.
Pársis, a primeira Senhora do Carma da Terra, fez uma breve pausa.
- Na hora em que milhões de capelinos estavam discutindo um novo conceito de pátria, uma boa
notícia chegou aquela estrela, procedente do Conselho de Alfa e Ômega: impulsionada pela
grande maioria da população *que, inclusive, já havia renunciado formalmente ao exercício do
livre-arbítrio em prol do serviço à Luz), Capela seria elevada a um novo patamar de Consciência,
passando a atuar numa dimensão mais sutil. Tratava-se, pois, de uma ascensão coletiva.
Notícia excelente. Mas, naturalmente, a conseqüência natural era que, por falta de
afinidade vibratória, os rebeldes estavam fora. Lógico, eles mesmos se excluíram. Então, teriam
que mudar.
Para onde? Os Jardineiros de Espaço – que é a Hierarquia que cuida também da alocação
das raças e das eventuais miscigenações – pronunciou-se com muita Compaixão a respeito:
- Onde houve separatividade, que se aprenda a preciosa lição da Unidade. Corretas
relações humanas. Através dessa provisória mudança de albergue, o conceito de Pátria terá que
ser ampliado. Lembrem-se: o retorno à verdadeira Pátria só se dá pelo Amor; esta é a única via
de acesso. Amem-se, Amados Filhos de Capela! Amem-se! Porque é na medida do Amor que
tiverem a si mesmos que amarão o próximo. Há um mundo inteiro esperando para desabrochar
como Capela... Nessa nossa terra, vocês ensinarão aos nativos tudo o que já conhecem sobre as
leis da matéria, e aprenderão, com eles, o Amor; a troca é perfeita, e dela deverá brotar uma
civilização de ouro. Conscientizem-se da importância do trabalho que lá deverão desenvolver. É
uma oportunidade fantástica de se redimirem, mas também de prestarem um grande serviço à
Vida. Sintam-se Jardineiros, Professores, Construtores de uma Nova Era. Estando encarnado, um
ser pode, às vezes, fazer mais pelo seu semelhante que os próprios Mestres, que não podem ir
além de certos limites. Estando lá encarnados, vocês terão mais liberdade que os próprios
Mestres para transmitir conhecimento ao povo. E vocês têm mesmo muito conhecimento e uma
ampla bagagem de luz, que foi conquistada por mérito próprio. A tarefa é multiplicar a Luz na
convivência diária com outros seres. Daqui a pouco, Capela resplandecerá como sol de maior
grandeza; enquanto isso, no novo albergue, vocês poderão desempenhar o nobre papel de
Arautos da Luz, e, por isso, também estarão vivenciando uma nova aurora. Nós, Jardineiros que
tanto semeamos neste Espaço tão vasto, podemos dizer que na união dos povos floresce a
Irmandade da Luz. Houve carma – que é uma divida contraída com a Vida – ficará trancado nos
Cofres Universais por prazo indeterminado. Não haverá cobrança imediata, de modo a evitar
contaminação do novo mundo e dificuldades no belo intercâmbio a Fraternidade, os títulos
depositados nos Cofres Universais automaticamente se converterão em ouro. E aí, querendo,
retornarão à sua amada Capela. Vão agora, mas voltem! Voltem logo!
Os Jardineiros ainda acrescentaram algumas informações acerca da adequação do código
genético de ambos os povos e do funcionamento da Lei da Translação que estava sendo utilizada
para permitir o encarne dos capelinos no novo mundo. E, por fim, deram o novo endereço: planeta
Terra, sistema Hélios e Vesta, Braço de Órion, 13ª Região Administrativa da Via Láctea.
- Dentro da atividade desenvolvida pelos Jardineiros do Espaço, a miscigenação é fato
corriqueiro?
- Não só corriqueiro, mas indisponível. Nenhuma raça – seja ela humana, Angélica ou
elemental – evolui sem que, em algum período de sua história, se uma a outras. O intercâmbio,
como já testemunhou o último El a deixar a Terra, é fundamental. Nenhum homem é uma ilha, a
nossa pátria é o universo, e a Fraternidade Universal – como Deus – está em toda parte.
Outras questões importantes poderiam ser suscitadas. Exemplos: como se deu essa
primeira imigração? Foi com ou sem corpo físico? Como foi a adaptação dos capelinos na Terra?
Como foi o relacionamento com os terrestres?
Pársis apressou-se a responder:
- Naturalmente, seria muito mais fácil embarcar os imigrantes numa nave e deixá-los na Terra, aos
cuidados da Raça Aben; estes, por sua vez, se encarregariam de encaixá-los nas profissões e
comunidades mais adequadas. Só que os Jardineiros queriam que os capelinos, enquanto
estivessem na Terra, se misturassem realmente com a população nativa: que não houvesse
características físicas tão divergentes a ponto de marcá-los como exilados. E aí estava o
problema, porque os capelinos são muito diferentes dos terrestres: muito mais altos (da altura dos
Els), cabelos quase brancos e finos, olhos dourados, e corpo totalmente desprovido de pêlos –
cílios, inclusive. Por isso, a solução foi criar lá, na própria Terra, corpos para os imigrantes,
iguaizinhos aos terrestres; isso é fácil para os Jardineiros, especialmente quando já existe o
protótipo Adam Kadmon. Quanto aos corpos originais dos exilados, a Hierarquia simplesmente os
desmaterializou. Afinal, esperava-se que o exílio fosse por pouco tempo; no momento em que
eles se redimissem prestando um belo serviço à Terra, automaticamente estariam recuperando o
próprio corpo e o direito de voltar a Capela.
Translação sem corpo físico. Foi esse o método de encarnação utilizado para os primeiros
imigrantes da Terra.
O procedimento foi o mais rápido possível. Despiu-se um corpo da mesma forma como se
despe uma roupa e, praticamente no momento seguinte, depois de uma bênção de Amor (que a
muitos entrantes pareceu ter sido um rápido sono), a alma já estava assumindo um novo corpo...
lá, na Terra. Os Mestres da Raça Aben já estavam a postos. No instante em que os exilados
‘despertaram’ no novo planeta, já eles transmitiam as informações necessárias: o nome que cada
um deveria usar na Terra, a história do planeta e da humanidade, a comunidade em que seriam
enquadrados, as tarefas que deveriam desenvolver etc.
Entretanto, mesmo de posse de todas essas informações, os capelinos não foram imediatamente
integrados à sociedade terrestre. Os mestres os mantiveram isolados, numa espécie de
‘quarentena’. O objetivo era trabalhar com eles a aceitação de sua condição de exilados. E, de
fato, muitos deles já demonstravam sinais de melancolia. Mal haviam chegado à Terra, e já
sentiam saudade de Capela: o esplendor de um mundo feito de Luz, os Irmãos que lá deixaram,
as naves sofisticadas, o altíssimo conhecimento tecnológico... E havia também os que, julgando-
se injustiçados, queriam discutir a decisão dos Jardineiros do Espaço. A todos os Mestres
prestavam assistência, trabalhando no sentido de iluminar as mentes e os corações.
Depois desse período inicial de isolamento, os capelinos começaram a travar contato com a
sociedade terrestre, e nela foram-se adaptando. Quanto aos terrestres, a grande maioria nem se
deu conta dessa primeira imigração. Tudo ajudava para que o fato passasse despercebido:
naquela época, os rutas estavam se aventurando em viagens, tanto marítimas quanto terrestres.
Expansão! Descobrimentos! (Pareciam os Els, naquele entusiasmo de conhecer novos mundos...)
Anexação pacifica de novas terras e tribos para o governo central de Mu! Intercâmbio da capital
do Império, Uighur, com as outras novas nações e mais as colônias!... Nesse quadro, as
migrações eram comuns... Assum, com exceção de uns poucos terrestres, justamente a elite
espiritual da época – chamados de Naacals, ‘Grandes Irmãos’, que, por sua própria evolução, já
tinham acesso aos registros akásicos – o povo nem percebeu a chegada desses primeiros
extraterrestres.
No primeiro, tudo correu tranqüilo, de acordo com a expectativa da Hierarquia dos Mestres. Mas
com tempo, estranhas idéias começaram a espoucar a Terra.
Capítulo 16
Capítulo 17
Mu: o Império que tinha as dimensões de um mundo. O Império que se dividia em dez
nações, dentre as quais Uighur, a maior de todas, o coração mesmo. Sendo apenas dez nações,
obviamente cada nação dessa era enorme, cobrindo grandes extensões de terra e englobando
miríades de colônias.
E cada nação era governada por um casal de reis, que estavam subordinados à autoridade
dos Imperadores de Uighur.
A nação onde Lilith estava prestes a se encarnar era assim grande, de proporções
continentais.
Como em nenhuma outra nação do Império, a costa litorânea era super-recortada:
promontórios, pequenas baías, penínsulas e ilhotas. Solo fértil, cortado por inúmeros rios, lagos e
lagunas. Bosques em profusão. Colinas suaves.
Se, na nação Irihia, a árvore kounboum era uma característica da flora, nesse território
destacavam-se a kauri (uma imensa conífera) e a macrozâmia, uma prima da palmeira que dava
pinhas de 70 cm de comprimento e que pesavam até 40 k. Aliás, foi para colher esses frutos, que
se balançavam a uma altura de 20 m do chão, que os rutas da região criaram o interesse
bumerangue, instrumento de arremesso que, muito tempo depois, haveria de ser usado como
arma... Macrozâmias e kauris se misturavam ás lianas, faias, fetos arborescentes, sequóias,
palmeiras...
Uma outra característica da região era a cadeia de túneis subterrâneos, por demais
conhecidos da população. Se um deles (apenas um) levava a Agartha, os outros todos –
passando embaixo da plataforma do Oceano Eloha Pacífica – levavam aos pontos mais distantes
da Terra.
E ainda uma terceira característica nacional: o’gosto pela construção de pirâmides e
monumentos megalíticos. Deles, o mais importante estava situado a exatamente 28º 584266974’
de latitude e 132º 00’ de longitude. É um conjunto formado por blocos de pedra de basalto, de
aproximadamente uma tonelada cada, dispostos em estranha formação. Os rutas o utilizavam
como observatório astronômico e garantiam que, no passado remoto, ainda no tempo dos Els, o
local era o preferido dos Irmãos das Plêiades, quando estes vinham visitar a Terra. Eles garantiam
isso... De qualquer forma, não há dúvida que o local é mesmo carregado de um intenso
magnetismo, pois exatamente nesse ponto se cruzam dois fios da rede magnética que transpassa
o planeta. (Rever, a propósito, a lição que os Elohim deram aos Els sobre a existência dessa
malha magnética, que, inclusive, ajuda o homem a superar a gravidade e a locomover-se para os
locais mais distantes.) Aliás, foi justamente por causa desse intenso magnetismo que a capital
dessa nação – à semelhança de todas as outras do Império de Um – Foi criada ao redor do ponto
magnético.
Só que a comunidade onde Lilith iria se encarnar distava quase dois mil quilômetros da
capital. Ninguém mais se lembra do nome original dessa colônia, pois foi definitivamente tragado
pela estranha névoa que, depois da encarnação de Lilith, envolveu o lugar como se fosse uma
fortaleza. Nos anais históricos, só consta que, muitos séculos depois do fatídicos acontecimentos,
num novo idioma que surgiu na Terra, as pessoas do lugar (Atualmente Nova Zelândia. Milhões
de anos depois, o nome Aotearoa foi usado pelos índios morioris e maoris, tidos como os
primeiros habitantes da região.) chamaram-no de Aotearoa, que significa justamente a longa
nuvem branca. E o novo nome foi passando de geração a geração, de geração a geração...
Era uma colônia cujo símbolo era um sol sem raios, erguendo-se na linha do horizonte – ou
seja, não era expressiva dentro do Império. “Ainda não... mas vai ser!” – acreditava, com fé, o
dedicado líder da comunidade, Abel. Muito mais do que pelas extraordinárias minas de ouro e
pedras preciosas e semipreciosas (a opala fora a última descoberta dos rutas locais) que ali se
multiplicavam, Abel desejava que aquela região se tornasse um Foco de Luz na Terra, habitada
somente por naacals (‘grandes irmãos’, a elite de almas iluminadas que constituíam os pilares
espirituais do Sol). E nesse desejo, não havia sequer nenhum traço de egoísmo: ele antes
pensava em sua comunidade do que mesmo em si próprio.
Quanta coisa mudara! Definitivamente os áureos tempos de Capela haviam ficado para
trás.
No princípio, foi duro. Primeiro, aquela sensação horrorosa de fracasso. O aluno
comparece diante da banca de professores para ouvir, solenemente, que foi reprovado e que,
portanto, não poderá continuar estudando com sua turma nem morando em sua própria pátria;
terá que sair... Uma sentença dessas, embora proferida com “Amor”, é um estigma de maldição,
pensava Abel com muita raiva. Será que esses Jardineiros não entendem isso? Não, os
jardineiros do Espaço não entendiam mesmo. Tanto é que o processo continuou sem
interrupções: Veio o translado – que (ele tinha que reconhecer) não foi uma viagem penosa,
atribulada, nada disso; ao contrário, foi assim como um sono leve, um mero cochilo. Nesse breve
espaço de tempo, que agora lhe parecia uma eternidade, sua alma, em paz, obedecendo à ordem
dos Jardineiros, se despojou do corpo e se preparou para assumir um outro. Uma paz
artificialmente criada, julgou Abel com amargura. Depois, a entrada num corpo que não era o seu
(“Ei, esse aqui não sou eu! Minhas feições são diferentes, e não sou tão baixinho assim! Cadê o
meu corpo? O MEU CORPO?”). E, por fim, a consciência plena da rejeição. O sentimentozinho
difícil de se lidar! Saber que você foi rejeitado por sua própria pátria, uma estrela daquelas
dimensões! Rejeitado por todos os que lá vivem e brilham, pela própria Hierarquia dos Jardineiros
do Espaço, que é reconhecidamente composta de Seres de intensa Luz e sabedoria... Exilado –
pela primeira vez, a palavra cruzou-lhe a mente como um relâmpago e devastou tudo ao seu
redor. Maldição!
Um instante depois de tomar consciência do novo corpo, e antes sequer de ter a
curiosidade de observar o novo ambiente em que se encontrava, Abel ergueu os olhos ao céu,
procurando Capela com ansiedade...
Procurando Capela... Procurando Capela... sem encontrar. Ficou completamente
desorientado. Ora, ele havia esquecido precisamente o óbvio: que estava num outro planeta,
distante 45 anos-luz de Capela, e que, portanto, a posição dos astros no céu era bem diferente.
Nisso, uma mão suave tocou a sua e a apertou, com carinho, num gesto de companheirismo. Ele
voltou-se e seus olhos se encontraram com os da esposa Jori. Ela sorriu de leve, novamente
apertando-lhe a mão. Depois, vagarosamente, Jori dirigiu o olhar apara os Mestres que os
cercavam, retornando-o depois ao marido. Dessa forma, era como se ela estivesse fazendo as
apresentações. O mestre de turbante foi o primeiro a falar:
- A verdadeira paz de espírito é derivada da unidade com todos os seres da Criação e da
universalidade. Ninguém é estrangeiro em canto algum.
- Assim como nós, vocês estão na Terra a serviço... – acrescentou o Instrutor.
- Não é castigo. Ao contrário: é a grande oportunidade de redenção que, amorosamente,
lhes foi dada. É um resgate: nesta operação específica, vocês tanto serão os agentes como os
objetos dessa ação de salvamento. Depois de terem compreendido e praticado certas lições,
poderão voltar á Capela, se desejarem. As portas de novo se abrirão – asseverou a Manu, mãe
da terceira humanidade terrestre.
- Bem-vindos à Terra, que será tão luminosa quanto a nossa amada Capela! – concluiu
jovialmente a Conselheira, falando pelo Espírito Santo, o Espírito da Vida que sempre se renova.
Os mestres instruíram o jovem casal quanto à nova vida, assistiram-no amorosamente
durante o período de “quarentena” e, finalmente, providenciaram sua adaptação no seio da
humanidade terrestre. Ou mais exatamente: naquela comunidade de Mu.
“Se esta colônia é o retrato da Terra, então o planeta é atrasadíssimo”, pensou Abel com
desgosto, sorrindo sem vontade aos rutas locais que lhe exibiam, com orgulho, a sua mais
moderna embarcação: uma canoa de casco duplo, de 25 metros de comprimento por 6 de altura,
que podia desenvolver uma velocidade de 30 nós e transportar confortavelmente até 40 pessoas.
“Com embarcações desse tipo, criadas e construídas por nós mesmos, nós viajamos por todo
este litoral – diziam eles, candidamente. Mas, cheios de modéstia, acrescentavam em seguida: “É
claro que Uighur, a capital do império, e mais as outras nove capitais das nações (inclusive a
nossa), são bem mais desenvolvidas... As embarcações são bem melhores e... “Acostumado com
Carruagens de Fogo, em que se podia, com um simples comando, neutralizar a força de
gravidade e viajar em velocidade 30 vezes superior á da luz, Abel menosprezou secretamente
aqueles terrestres tão ignorantes: Obra Sólida... É, bem sólida mesmo! No mesmo instante em
que esse pensamento foi formulado, a voz de uma Mestre pareceu ressoar dentro do seu cérebro.
Ele disse o seguinte:
- Esta humanidade terrestre ainda é infante, mas onde falta o conhecimento científico,
sobra Amor... Aproveito, agora, para relembrar as palavras do porta-voz da Sagrada Hierarquia
dos Jardineiros do Espaço: “Nessa nova terra, você ensinarão, com eles, o Amor, a troca é
perfeita, e dela deverá brotar uma civilização de ouro”. E quando a Aben, este é um nome divino;
todo respeito é pouco. Obra Sólida, sim, e recém-nascida. Trata-se de uma humanidade ainda
infante, mas que será tão adiantada quanto a de Capela, pois ela expressará, com perfeição e em
plenitude, a fusão do Pai com o Filho.
Abel, então, de chofre, deu-se conta de sua enorme arrogância. Sentiu-se miserável e
mesquinho. A troca é perfeita... Num espontâneo ato de contribuição, pediu perdão aos céus pela
arrogância, e com uma determinação inusitada, comprometeu-se solenemente a realizar o que
dele se exigia: auxiliar os terrestres a evoluir técnica e cientificamente. Como primeiro passo,
escolheu aperfeiçoar as toscas embarcações – tanto marítimas quanto terrestres. Depois,
juntamente com os outros casais de Capela residentes na Colônia, supervisionaria a construção
de aviões, que haveriam de se tornar poderosas Carruagens de Fogo... E pôs-se a elocubrar;
numa dessas carruagens, retornariam gloriosamente a Capela e ...
Jori era mais prática, mais compreensiva. É certo que, em Capela, aderiu á onda dos “rebeldes”
ou “progressistas” que queriam dominar mundos e estabelecer um novo poder material. Mas
depois de todo o trauma que é passar pelos trâmites do exílio, e ser despojado do próprio corpo,
expulso da pátria e ter que recomeçar a vida num planeta pelo menos tecnologicamente primitivo,
ela compreendeu muitas coisas. Para começar, sabia que ninguém voltaria a Capela em uma
nave física construída por suas mãos: a carruagem de Fogo é a consciência, que é (re)construída
mesmo nos trabalhos mais simples do cotidiano: preparando os alimentos para a ceia
comunitária, colhendo o trigo, tocando um instrumento musical na pequena orquestra da
comunidade, ou simplesmente dançando... Jori também compreendeu a Misericórdia da sentença
dos Jardineiros do Espaço; eles não fecharam a porta da Capela; ao contrário, deram uma tarefa
para que os auto-exilados se resgatassem a si mesmos. Essa tarefa era a mais simples possível:
corretas relações humanas; Amor no trato com s pessoas; Fraternidade. Nada mais do que isso...
E no momento certo, quando o Amor estivesse devidamente sedimentado no coração dos antigos
rebeldes de Capela, a Santa Hierarquia providenciaria seu retorno pelo método simples da
translação; devolve-se o corpo terrestre para ser desintegrado e a alma, então, quase
instantaneamente transpõe os 45 anos-luz que separa a Terra de Capela e, lá, reassume o seu
próprio corpo. E aí a Vida continua... “Mas o nosso presente, agora, é a terra. E temos que vivê-lo
intensamente para aproveitar a oportunidade que nos foi dada. Cada coisa a seu tempo”, refletia
Jori sensatamente.
Quanto ao trabalho, ela escolheu a ourivesaria. Gostava muito de trabalhar com as mãos, era
uma artista inata, tinha paciência para esse tipo de trabalho, que exigia perícia, e, além do mais,
matéria-prima não faltava: a região era muito rica em ouro e pedras preciosas e semipreciosas; as
minas se multiplicavam. A escolha foi confirmada quando entrou no templo, onde vários rituais e
festas eram celebrados. Dimensões do recinto: 60m de comprimento X 30 m de largura X 15m de
altura. Ao examinar a ampla câmara, com o seu disco solar em ouro, ela pensou: “Eu quero esse
templo ainda mais bonito, com círios também de ouro e alguns outros riquíssimos objetos de arte.
Nada menos que o melhor...”
Além do mais, de norte a sul, de leste a oeste, mesmo nas comunidades mais atrasadas do
Império, os rutas cobriam-se de jóias, e as usavam com conhecimento. Sabiam a função de cada
pedra e a ocasião propicia para seu uso. Eles falavam muito, por exemplo, da rede formada pelos
chamados Cristais Guardiães da Terra – blocos de quartzo mediano aproximadamente 2m de
comprimento e pesando cerca de 16.500 kg, colocados em pontos estratégicos do planeta que
auxiliam o homem a sintonizar-se com Centros de Luz extraterrestres. Um desses formosos
Cristais localizava-se justamente a mais ou menos 1 km da colônia; por esse motivo, o Ritual do
Fogo era realizado nessa área, bem ao lado do Cristal Guardião.
Assim, cada um com seu trabalho, Abel e Jori começaram uma nova vida na Terra. Juntamente
com outros casais de Capela designados para aquela colônia, Abel e Jori ficaram alojados, a
princípio, num quarto de hóspedes do Centro Comunitário da comunidade – eram muitos quartos,
que haviam sido construídos para acolher os eventuais visitantes. Mas essa acomodação era
apenas provisória porque a comunidade toda, unida num mutirão, construiu casas para os recém-
chegados, e móveis, e fez roupas para eles. Abel e Jori integravam-se à vida da comunidade, que
era simples, natural e essencialmente cooperativa.
Passaram-se os meses, a vida fluindo serena. Pelo menos aparentemente os capelinos haviam-
se adaptado muito bem na Terra.
Até que, numa noite, Abel teve um sonho.
Ele sonhou que estava na Capela, a pátria amada. E, diante dele, havia o maior diamante que
jamais vira antes: pelo menos dez vezes a sua altura. Uma jóia multifacetada, primorosamente
lapidada, que brilhava tanto quanto um sol central, despendendo raios em todas as direções. Ai,
olhando bem, Abel notou que uma das faces do diamante, localizada quase ao rés do chão,
mostrava-se oca. E de onde ele estava, viu que, lá dentro, havia painéis de comando...
iguaizinhos aos que manipulava durante suas viagens espaciais... Ou seja, o diamante era uma
nave. Atraído, então, por uma força irresistível, entrou pela abertura oca e sentou-se diante do
painel. Uma fração de segundo mais tarde, já estava Jori, servindo de co-piloto. A nave foi
deslizando veloz pelo amplo espaço sideral... Visão panorâmica. De repente, Abel e Jori divisaram
uma nebulosa repleta de pontinhos brilhantes. Com uma alegria pueril, eles decidiram mergulhar
naquele oceano de estrelas. Imediatamente, como se obedecendo a algum comando, a nave-
diamante se transformou numa gigantesca pomba braça, com Abel e Jori enganchados no seu
pescoço. E lá foram eles, nem mergulho alucinante. Iiiiaaaahhhhh: foi esse o Nome de Deus que
gritaram, Abel e Jori, durante o mergulho nas estrelas. E ao findá-las, estavam agora os dois
astronautas na garupa de um unicórnio, já no caminho de volta para Capela. O corcel branco, de
asas longas e com um único chifre na testa, galopava, feliz pela constelação de Cocheiro, já
prestes a entrar na órbita da estrela-pátria, quando colidiu inesperadamente com uma barreira,
invisível e mortal, que agora existia naquela área. O cavalo foi eletrocutado na hora e, na queda, o
corpo do animal foi arremessado para um lado, e Abel e Jori para o Outro. Eles foram caindo num
abismo... Caindo... caindo. A queda era muito lenta, absolutamente indolor, mas, de qualquer
forma, levaria à morte. Morte?! Refletiu Abel com crescente ansiedade. Mas, afinal, o que é a
morte? O que significa essa palavra? Como em resposta. Abel foi invadido por ondas sucessivas
de pavor, de escuridão, de impotência... Aí ele entendeu perfeitamente o que significava a palavra
morte. Da garganta, irrompeu-se-lhe, então, um grito Intermináááááável, téééétrico, lúúúúúgubre,
que foi riscando o espaço como um rastilho de pólvora...
Acordou com o coração aos pulos, o corpo todo tremendo. Apenas um sonho, compreendeu. Mas
nem por isso se acalmou, pois um choque ainda maior o esperava. Era o olhar-espelho de Jori.
Os olhos da mulher estavam fixos nos seus, de modo quase hipnótico, e refletiam claramente a
sua própria dor. A intensa dor do exílio, que continuava latejando e não conseguia ser aplacada.
Abel, que a carregava, nem imaginava que a dor era tão pesada e tamanha. Agarrou Jori com
desespero e prorrompeu num pranto convulsivo. Chorou pela primeira vez em sua vida; chorou
como menino que nunca foi. E no meio do pranto convulsivo, soltou o berro: EU NÃO SOU
DAQUI!
Ou seja: o exílio era uma ferida aberta...
Mas o tempo é um santo remédio. Aos poucos – Abel nunca soube exatamente como foi que
aconteceu essa mudança – ele foi se afeiçoando aos Terrestres. O amor se insinuou em sua alma
feito posseiro: silencioso, leve como pluma. Do pedestal em que se colocava antes (sim, porque
no íntimo ele se sentia o próprio sábio que, magnanimamente, jogava aos terrestes ignaros as
migalhas do seu grande saber), ele desceu. E lá embaixo, de igual para igual, olhou os terrestres
de maneira diferente. Olhos nos olhos, mais suavidade nas palavras, mais interesse pelas
pessoas, coração se afinando por um outro diapasão... Começou a reconhecer os terrestres como
irmãos, e aí aquela sensação de estranho no ninho foi diminuindo, diminuindo...
Quando completou dois anos de exílio, Abel compreendeu realmente, pela primeira vez, a
maravilha que é o trabalho dos Jardineiros do Espaço. Para cumprir a Vontade de Deus, eles
extraem da Mater Imaculada a energia e a substância necessária para gerar raças humanas, e,
depois, para assegurar o cumprimento do Plano de Evolução, fazem os enxertos raciais
necessários. Queridos Irmãos Maiores – murmurou Abel, com fervor, de olhos fechados – que o
Radiantíssimo Adonai Tsebaioth, o Senhor dsas Hostes Criadoras, glorifique ainda mais o seu
santíssimo trabalho! E muito obrigado pela inesquecível Lição de Amor que agora estou
recebendo! Abel abriu os olhos e viu que as palavras de sua breve oração eram núcleos ígneos
que estavam se fundindo uns nos outros e se transformando no corpo de uma ave branca.
Quando fico totalmente moldado, o pássaro de fogo branco alçou vôo e partiu como um
relâmpago na direção de Capela...
Mais três meses, e Abel se surpreendeu ao perceber que já não desejava voltar para Capela. Não
ainda, porque tinha trabalho a fazer na terra. Um dia, isso aconteceria e, claro, seria um grande
prêmio. Mas não ainda... As palavras da Conselheira, falando pelo Espírito Santo, voltaram-lhe à
mente: “Bem-vindos à Terra, que será tão luminosa quanto a nossa amada Capela!”.
- Amém!, respondeu Abel em voz alta, cheio de entusiasmo.
Quase três anos depois, Abel e Jori ficaram sabendo que, por motivos bem diferentes dos
rebeldes de Capela, outros extraterrestres encarnavam-se na Terra. Dizia-se que eram
procedentes das Constelações de Órion e de Lira e, também, de um planeta chamado Fênix,
localizado na Via Láctea. E que, nos casos em que os corpos físicos desses novos imigrantes
eram bem semelhantes aos terrestres (em aparência e em código genético), esses corpos eram
preservados; tratava-se, apenas, de uma viagem para a Terra que normalmente era feita através
de naves espaciais.
Quando completaram precisamente 3 anos, 5 meses e 12 dias de exílio, Abel e Jori receberam
um convite: dirigir a comunidade. É que Elion e sua mulher Inana, governantes até aquela data,
estavam de mudança para a capital; lá eles passariam a integrar o Conselho de anciãos (quer
dizer, ocupariam o cargo que, em outros sistemas de governo, equivalia ao de ministros),
assistindo diretamente o Rei (Ra Mu) no governo da nação. Para Elian e Inana, tratava-se de uma
grande promoção profissional e o justo reconhecimento de seu trabalho à frente da comunidade;
e, como almas em crescimento, essa mudança representava para eles uma verdadeira iniciação
espiritual; a partir daí, eles passariam a operar em outro nível de consciência.
- Tenho a honra de lhes apresentar, oficialmente, sua nova residência: este Templo! – Disse
Inana,a brindo os braços num gesto largo. – Aliás, antes de mais nada... aceitam este Chamado?
No Império de Um, os Reis, Ra Mu, Assumiam o trono em virtude da indicação dos Mestres da
Fraternidade Branca. OU seja, não havia erro; cada Rei responsável pelo governo de uma nação
se não era propriamente um ser iluminado (porque ainda não era Mestre), pelo menos era um
iniciado; tratava-se, pois, de uma legítima dinastia espiritual. Nessa época, Estado e Religião
estavam integrados numa unidade orgânica; não se excluíam e também não estavam
contaminados pelas forças involutivas. Sendo assim, era justo que a residência oficial dos Reis –
e, conseqüentemente, a sede do governo – fosse o próprio Templo; com isso, demostrava-se que
o poder temporal, como tudo o mais, é verdadeiramente fruto do Poder Eterno. Por isso, todos os
governantes do Império. Até mesmo os de pequenas colônias como era o caso, residiam no
Templo...
Abel e Jori alegraram-se muitíssimo com a notícia porque conheciam perfeitamente os trâmites
desse processo: a indicação fora feita diretamente pelos Mestres, que a comunicou ao Ra Mu de
Uighur, que por sua vez transmitiu a Ra Mu da nação, que por sua vez transmitiu a Elion e Inana.
O chamado, como qualificou Inana, fora emitido pelos Mestres da Luz...
- Aceitamos – responderam Abel e Jori, em uníssono. E Jori completou: - Com muita gratidão e
alegria...
No decorrer do dia, com a colaboração dos demais moradores, Abel e Jori mudaram-se para a
nova residência, situada nos fundos da grande câmara templária.
À noite, após o Ritual do Fogo do pôr-do-sol e da ceia comunitária, a comunidade se reuniu no
templo, para comemorar a posse de seus novos dirigentes. Ao som da orquestra da comunidade,
houve muito canto e dança.
Em geral, os instrumentos musicais da comunidade eram feitos de madeira e porcelana, embora
houvesse também alguns feitos de cobre. Particularmente, era muito apreciado o som da harpa,
cujas finíssimas cordas eram ou feitas de prata ou então de cabelos. Mas sem dúvida, o
instrumento mais valorizado era o chamado garganta mágica, capaz de reproduzir com incrível
fidelidade a voz da Alma do Mundo: desde a impetuosidade e a suavidade do oceano, em seus
momentos de força ou então de repouso, até o delicado andar das fadas; desde a cantoria do
vento e do fogo até o farfalhar das folhagens nos bosques; desde o calor dos corpos nus,
interpenetrando-se e resolvendo o problema da dualidade, até o vôo de toda prece sincera...
Celebração. Júbilo. A alegria da Alma do Mundo. A prodigiosa força de vida, que é o Amor, que
permeia tudo e todos! Celebremos, então, o Amor! O Amor com letra maiúscula! A redenção! O
novo começo, a nova vida! Um novo dia começando a qualquer hora do dia ou da noite, nesta
Terra tão acolhedora, tão linda, junto desta humanidade que traz em seu código genético a
transcendente união do Pai e do Filho! Obra sólida, sim! Obra firme: na essência, um Cálice
Sagrado que está sendo preenchido pela Luz Radiante do Cristo Interno! Tudo isto nós temos
para comemorar...
Mergulhando fundo na alegria geral – porque, afinal d contas, a Vida é um motivo mais do que
suficiente para se comemorar – Abel e Jori cantavam e dançavam despreocupadamente sem
saber que um grande perigo já estava rondando a sua amada comunidade: Lilith.
No dia seguinte ao da festa, a mulher que serviria de veículo para Lilith estava na cozinha,
ajudando a preparar o almoço. Estava calada, pensativa, trabalhando. De repente, vira-se para
uma companheira reconhecidamente bem informada e pergunta de modo displicente:
- Belial... Você sabe o que é isso?
- Não é isso. É esse – respondeu a mulher. – Belial é considerado o arquidemônio de uma certa
Ordem Negra. Não é o Príncipe fundador, mas o espírito maligno que anima a Ordem... Ele é
especialista em obstruir a Luz, na maldita arte de criar artifícios, ilusões...
- Ah
A mulher que emprestaria sua alma à Lilith voltou ao seu mutismo; também nada lhe foi
perguntado. E ninguém da comunidade soube desse breve diálogo.
Três dias antes de Lilith se encarnar no corpo dessa mulher e começar a vampirizar sexualmente
o seu companheiro, chegou a colônia um casal de Uighur: Emeth e Agla. Os líderes Abel e Jori,
avisados que foram da chegada de tão ilustres visitantes, já os esperavam. A recepção foi a mais
calorosa possível.
Na conversa que se seguiu, Emeth e Agla revelaram que vários emissários de Uighur estavam
naquele momento percorrendo as nações do Império para conhecer de perto todas as terras e os
núcleos habitacionais. O objetivo dessas missões dera fazer um levantamento completo das
condições de vida de cada capital e de cada colônia – suas principais atividades e interesses,
suas riquezas; enfim, seu nível de desenvolvimento. As informações seriam transmitidas ao Ra
Mu de Uighur, que desejava que cada colônia do Império ruta fosse, por merecimento,
simbolizado por um sol com raios em todas as direções. Poderia até permanecer pequena quanto
ao número de habitantes, mas teria que apresentar o mesmo nível de desenvolvimento de uma
grande capital. Quanto a eles, pretendiam ali ficar três dias – e por isso, formalmente pediam
acolhida.
Abel e Jori, é lógico, receberam-nos de braços abertos, mas ainda porque intuíram
acertadamente que Emeth e Agla eram naacals, ‘grandes irmãos’, quer dizer, almas despertas e
definitivamente assinaladas pelo Amor. Essa restrita elite espiritual (dizia-se que, além dos 10 Ra
Mu, que eram reconhecidamente evoluídos discípulos da Luz, só existiam mais 12 naacals em
toda a Terra) foi o primeiro Grupo dos Servidores do Mundo criado no planeta; não era – assim
como não é até hoje – uma instituição física, mas sim um Grupo que, afinado espiritual e
telepaticamente, funcionava em níveis imateriais sob a orientação dos Mestres da Fraternidade
Branca. Seus integrantes, que nem sempre se conheciam fisicamente, eram aqueles, que por seu
próprio empenho pessoal no sentido de se identificarem unicamente com o Cristo Interno,
alcançavam um nível de evolução superior ao dos demais terrestres e, por conseguinte, tinham
mais condições de servir ao planeta e ao Plano de Evolução Universal. Dizia-se que, mesmo no
caso de não se conhecerem fisicamente, suas almas se reuniam numa certa região do planeta
chamada ibez, e que o seu Grupo ou Sociedade Secreta também levava esse nome: Ibez... Era
isso o que o povo dizia, mas nada se sabia ao certo. Mesmo porque quem era naacal não se
revelava. Mas, de qualquer maneira, Abel e Jori tiveram certeza absoluta de que aquele casal
visitante era naacal: uma certa luz interna parecia se irradiar de suas fisionomias e corpos; os
olhos também revelavam muito e, principalmente, eles tinham uma radiação muito amorosa –
faziam até lembrar, embora de modo pálido, a grande maioria da população de Capela. Sim,
seguramente Emeth e Agla eram naacals.
Com toda deferência, Abel e Jori mostraram aos naacals o aposento que iriam ocupar durante
sua breve visita de três dias, e em seguida, enquanto Emeth e Agla se trocavam, convocaram
toda a comunidade para uma reunião no templo, onde seria feita a apresentação formal dos
representantes de Uighur.
Meia hora depois, perante a comunidade reunida no templo, Emeth e Agla apresentaram-se
pessoalmente. Houve o almoço festivo no Centro Comunitário e, após o descanso de uma hora,
Abel e Jori levaram os naacals para conhecerem as demais dependências do templo, e depois as
escolas, os silos, os ateliês e as oficinas de trabalho, as áreas e os métodos agrícolas, as minas
de ouro e de pedras preciosas e semipreciosas (dentre as quais, a opala, já tão abundante), os
gêiseres e as quedas d’água quente, tão comuns na região.
Na alvorada do dia seguinte, justo ao término do Ritual do Fogo, Emeth, colocando-se à frente do
grande Cristal Guardião, tomou a palavra e brindou a comunidade com um breve discurso de pura
Sabedoria. O naacal falou um pouco sobre o Fogo:
- O espaço sideral está saturado de luzes de diversas cores. Luzes que nós, humanos, ainda nem
sonhamos e que ultrapassam em brilho e pureza, a própria luz deste Sol (abençoado sejas, Ra,
por toda a eternidade!). Algumas luzes dessas – que são verdadeiras colunas de Fogo – não
podem ser vistas nem pelo Olho Onividente; mas elas devem ser requisitadas, pressentidas,
sentidas, tateadas, ouvidas, verbalizadas. Sim, temos que treinar nossa consciência para entrar
em contato com essas rarefeitas esferas do Espírito.
Ah, o Fogo! Para onde quer que se olhe, ali está o Fogo. Ele irrompe da pedra, desliza nas
pétalas das flores, recobre o homem e a mulher num indevassável Manto de Amor. Bendito sejas
Tu, Fogo do Amor! Eu Te suplico: envolve cada casal que aqui está no Teu puríssimo Manto de
Invulnerabilidade, de Invencibilidade, de Invisibilidade a qualquer coisa que seja menor a
Perfeição!
À tarde, foi Agla quem falou à comunidade reunida. Ela discorreu sobre o sangue, a que chamou,
em certa em certa altura de sua fala, de “mar vermelho”. Em suma, ela disse que o “sangue é o
veículo da consciência; é o meio através do qual se manifesta o Fogo do Espírito. O nível de
evolução espiritual de cada pessoa se reflete no sangue, que circula pelo corpo todo. E que era
necessário que esse mar vermelho se manifestasse imaculado, pois este é o verdadeiro vinho dos
Mistérios Santos, tão precioso para a Ordem de Melquisedeck. E depois – Jori nunca conseguiu
se lembrar como foi que o assunto surgiu – ela emendou com o Amor que deve existir entre os
casais. Desse que, a essa altura do desenvolvimento espiritual da Terra, todos os que a habitam
com certeza já haviam compreendido, intuitivamente, o ministério e a poderosa magia da relação
sexual, e repetiu um ditado:
- “Quando o homem reza, ele invoca Deus. Quando se une sexualmente à sua mulher, ele se
torna Deus.”
E outro:
- “Sem sexo não há Amor e sem Amor – que é a fonte de toda Beleza e Moralidade – não há
religião.”
Aí, Agla foi poética – “No ato sexual, a coluna vertebral dos amantes se transforma no tronco de
uma árvore, cujas raízes estão fincadas no solo (quer dizer, no chacra básico) mas cujas folhas
se erguem aos céus... E tudo em volta desta árvore se torna um paraíso, repleto de Amor e de
prazer...
Mas, depois, advertiu: “A relação sexual tanto pode levar à ascensão quanto à queda. Em
mundos involuídos, o sexo é desvinculado de Amor e, por isso, torna-se a maior causa de
doenças, envelhecimento e morte. O Amor é a chave. O Amor é a proteção inquebrantável de
toda relação.” Por fim, abençoou os casais.
- Aqueles que o Santíssimo Sem Nome fez um, que continuem sendo um: um único Ser de Fogo
Branco, pleno e completo, AUM!
Ouvindo as palavras de Agla, Jori se pôs alerta. A intuição feminina dizia-lhe que havia algo
estranho no ar. Mais uma vez: os naaculs enfatizavam a necessidade da união dos casais, notou
jori com inquietação. Por quê? Por acaso essa união está ameaçada? Olhou então para o marida,
na expectativa de que também ele tivesse estranhado algo. Mas não; Abel estava embevecido
demais pelo discurso de Agla, e nenhuma preocupação se lhe estampava na fisionomia. Quanto a
Jori, a estranha sensação persistia. Será que existe algum outro motivo para eles estarem aqui?
Eles mesmos, Emeth e Agla, disseram que outros emissários de Uighur estavam percorrendo
todo o Império... mas apenas para promover o desenvolvimento técnico-científico? É só por isso
mesmo? Mas isso nunca aconteceu antes...
Jori respirou fundo e fechou os olhos, concentrando-se. Telepaticamente, preparou-se para entrar
ne mente de Agla e desvendar o mistério. As perguntas eram: Existe algum outro motivo para
você e Emeth estarem aqui, neste fim de mundo? Se existe, que motivo é esse? Formuladas
objetivamente as questões, Jri mergulhou na mente de Agla como quem mergulha nas águas de
um lago. Mas qual não foi a sua surpresa quando sentiu o impacto de uma forte barreira
vibratória. No mesmo instante, em sua tela mental, apareceu então a figura de Agla, com a mão
direita estendida, numa postura bem autoritária:
- Não, Jori. Aqui na minha mente você não entra sem o meu consentimento. Não mesmo. Por
favor, retire-se!
Jori abriu os olhos, fixando-os em Agla, que estava a uns dois metros de distância. A naacal
também a encarava com firmeza. Na mente de Jori, formaram-se as frases: “Área pribida!” Era
uma ordem expressa de Agla. Então, Jori fechou os olhos e telepaticamente pediu desculpas pela
ousadia. “Está desculpada”, respondeu Agla. E ai, tanto na tela mental quanto fisicamente, Agla
sorriu-lhe com doçura...
Os três dias de permanência dos naacals na comunidade se esvaíram como fumaça. E, afinal, já
era hora da partida. Que se deu ao término do Ritual do Fogo vespertino.
Emeth e Agla se despediram amorosamente da comunidade. No momento em que Jori abraçou
Agla, teve a surpresa de captar uma estranha mensagem telepática. A voz profunda da naacal
soou-lhe na mente de modo absolutamente claro:
- Esteja alerta; você é uma digna guardiã da comunidade. Se, em algum momento, perceber
alguma ameaça á pureza e á harmonia que aqui existem, como primeiro passo ancore-se
firmemente na Luz de Deus que nunca falha e governe esta comunidade visualizando a si mesma
e todas as pessoas sob uma fulgurante Estrela de Amor. E, como segundo passo, convença as
pessoas as suspenderem o uso da opala.
- Por que a opala? – rebateu Jori mentalmente.
- Porque a opala funciona como um amplificador das sensações. Se há paz e pureza no
ambiente, a pedra revela toda a gama de cores do arco-íris, que são os Sete Raios. Mas se não
há, ela acirra a desarmonia, agindo direta e negativamente no emocional do indivíduo que está
em desequilíbrio. Lembre-se; em caso de perigo, sustente a Luz inabalavelmente e use a sua
influência para coibir o uso da opala. Que o Santíssimo Sem Nome a abençoe!
E mais Agla não disse, e também não teve tempo, pois já estava abraçando uma outra pessoa da
comunidade. Para Jori, ficou o aviso.
Com apenas uma bolsa servindo-lhes de bagagem. Emeth e Agla se embrenharam num bosque.
Haviam dito que iriam a pé para a comunidade mais próxima. Ora, a distância mínima que
separava uma comunidade da outra nesta região do mundo era de 5 km. Ou seja: eles não iriam
propriamente a pé e, sim, utilizavam as linhas eletromagnéticas do solo para se transportarem
deste ponto ao outro. E só quem tinha esse tipo de conhecimento eram os naacals...
- Autênticos naacals – comentou Abel, abraçando Jori.
- Eles me lembraram muitos os Irmãos de Capela.. Aqueles que foram aprovados e que
ascensionaram com o planeta...
- É ... Por acaso, você sabe o significado do nome Emeth?
- Sei. É “Verdade interpretada”
- E também “selo de Deus”. A meu ver, a pessoa faz jus ao nome...
Três horas depois da partida de Emeth e Agla...
A cena: uma mulher bem aninhada no corpo do companheiro; seus cabelos longos e sedosos
esparramavam-se no peito másculo que a acolhia tão completamente. Estavam nus, numa cama
larga e confortável, e haviam acabado de ter uma relação sexual. O homem, quase que
anestesiado de tão sonolento, tomou a mão da mulher e beijou-a.
-Minha deusa, pedaço de mim...
Lilith sorriu e beijou-lhe suavemente os lábios. Quase de imediato ele adormeceu. Por algum
tempo Lilith ficou observando-o e escutando o ressonar tranqüilo e cadenciado. Está dormindo,
coitadinho, exausto... Deu certo, é assim que se faz! A prova do seu sucesso Lilith já a trazia
consigo: era o esperma, esse líquido branco e viscoso que lhe escorria, abundante, pelas pernas.
Pela primeira vez o sêmen de um homem era derramado com tanta intensidade na Terra... Foi um
jorro mesmo, bem forte, que aconteceu logo depois de Lilith firmar bem o propósito de sacar a
energia do companheiro e de fazer, a título de experiência, aquele tal exercício respiratório... Aí
aconteceu. Junto com o líquido seminal veio uma nova energia, que não era dela. Era, sim, a
energia vital de Adam – e Lilith o reconheceu.
Passo a passo, Lilith foi analisando essa nova modalidade de relação sexual. O orgasmo, que
então podia se prolongar quase que indefinidamente (por horas até), agora era breve, pois ocorria
somente naquele momento de ejaculação. Quanto ao nível de intensidade propriamente dita,
quase não havia diferença – o prazer era igual. Quanto à qualidade do orgasmo, havia uma
diferença decisiva: no sexo praticado até então, o coração dos amantes elevava-se a Divindade e
mergulhava no Tau; lá em cima, o próprio Santíssimo Sem Nome selava, com Luz, a união
carnal... Lilith, então, relembrou o passado:
Ela e ela, parceiros-cúmplices, fundindo-se num único corpo, complementando-se. Ela, mulher
sentia-se dentro do corpo de Adam, aninhada entre suas costelas, os corações formando um
único coração, as pernas por dentro das pernas dele. (Isso é possível? Pois é assim que se
sentia, talvez por reviver, nessa modalidade de união, o antigo e autêntico hermafroditismo...)
Quanto à coluna vertebral, que sensação estranha, ela sempre enxergava a sua espinha dentro
da espinha do companheiro, como se num primoroso encaixe de vértebras e medulas. As duas
juntas constituíam o tronco de uma árvore. Uma árvore completa, maior que a macrozâmia.
A visão era nítida: havia o tronco resultante da fusão das duas colunas vertebrais, raízes fincadas
e entrelaçadas no sexo, e uma larga copa estendendo-se por cima da cabeça dos amantes. Já
nas caricias preliminares, a árvore se abrasava: uma energia dourada irrompia dos órgãos
genitais e tão sinuosamente como uma serpente, brilhando e subindo, ia-se enrolando em torno
das espinhas dos amantes. Na hora do orgasmo, que podia se prolongar indefinidamente, a
serpente dourada ultrapassava o galho mais alto da árvore e ganhava os céus; era um paraíso!
Uma explosão de flores e frutos de Amor que, a cada movimento da mulher, eram arremessados
em todas as direções. De fato, o prazer era tão grande que daria para abastecer o mundo inteiro.
Era assim, mas deixou de ser... – refletiu Lilith. Sinal dos tempos e da evolução. E aí ela
comparou com esse novo método: era evidente que a energia não mais subia pela coluna
vertebral, mas ficava em parte retida nos órgãos sexuais e em parte se derramava pelo solo. A
visão astral que se descortinava, oposta à das alturas celestiais, era a das profundezas da terra...
Então, fez-se claro, para ela, o mistério e a magia e o poder que reside no sexo. É uma chave
para as alturas sublimes, decerto, mas também abre a porta de um outro universo desconhecido,
que ela queria conhecer.
Comparou sua situação com a de Adam; o contraste era total: ele dormia um sono de pedra,
completamente nocauteado, sem forças para mais nada, enquanto ela... Então é através da
respiração que essa mágica funciona! Minha intuição estava certíssima. Parabéns, Lilith, pela
inteligência e astúcia!
Procedimento mágico através do qual se retém a energia sexual do parceiro, furtando-a nos
próprios órgãos genitais (como se colhendo fruta no pé) e, aí; passando a manipulá-la de acordo
com os próprios interesses. Isto se chama vampirismo sexual (há outras formas de vampirismo).
O que se ganha com isto? Bem, para Lilith o processo estava apenas começando, quer dizer,
ainda se encontrava em estágio experimental, mas a intuição lhe dizia que muito mais vantagens
poderia alcançar. De qualquer forma, já desde esse iniciozinho, ela sentia uma energia redobrada
em seu corpo e, principalmente, ó delicia!, com poder sobre o homem... Não era mais a
companheira de Adam e muito menos um pedaço dele. Não, não!... Agora através dela, a Mulher
estava sendo elevada a uma merecida posição de comando. A maravilhosa primazia do sexo
feminino sobre o masculino.
Lilith comtemplava Adam adormecido... O vencido e a vencedora – é assim que deve ser. O
homem alquebrado, a mulher inteira. A força destronada pela astúcia... Uma imensa sensação de
euforia foi tomando conta de seu ser.
Isso, meu amorzinho, continue dormindo... Exatamente assim como está: bem murchinho,
impotente, sem forças para mais nada; acreditando que esse torpor é puro relaxamento, e
sonhando até com o meu corpo, que lhe dá tanto prazer... Isso, durma profundamente...
Recarregue as energias... Porque eu quero mais!
Estava cheia de rancor...
“Pedaço de mim”, dissera Adam antes de dormir. É assim que ele me vê: apenas um pedaço. E
infelizmente está certo. Como mulher, sou exatamente isso: o pedaço menor de nós dois... menor
em altura, menor em força, talvez até mesmo menor em expressão, refletiu Lilith com
ressentimento. E de modo quase hipnótico, ficou olhando o corpo de Adam. Olhando...
De onde vem a força dele, esse poder que tanto me cativa? Ah, sim, eu sei muito bem de onde: é
do pênis, esse adereço que não possuo... Músculo penetrante, contundente, que é um verdadeiro
cetro de poder e que também serve como arma para subjugar a mim, sua presa... Subjugar, sim!
Dominar, sim! Pois é assim que eu me sinto: dominada! Afinal, por que, no sexo, ele sempre fica
por cima?! Ora, essa é uma posição ostensiva de dominação e de comando!... Sempre por cima,
sempre por cima! E também sempre me envolvendo por inteira, sempre maior do que eu... Por
quê?
Agitada por um ódio irracional, Lilith pulou da cama...
- Tenho muita raiva de você, Adam!
... e foi ao banheiro se lavar. Depois, dirigiu-se à sala. Chegou à janela, abrindo as cortinas
brancas de par em par. Olhou primeiro para frente, para as casas da rua, todas elas apagadas, o
que significava que todos na aldeia dormiam profundamente... Aí, fitou longamente o luar, pálido e
frio. Pouco a pouco, foi sendo dominada por um estranho encantamento. O corpo foi ficando
frouxo enquanto braços e pernas pareciam adquirir uma volição própria. Na penumbra da casa,
como se movesse em sonho, Lilith vestiu-se rapidamente e enfeitou-se com seus adornos
prediletos, de prata e opala; continuou descalça. Abriu a porta da rua e saiu.
Movia-se como em sonho. De algum lugar longínquo, quiçá de alguma estrela que mal se
mostrava no céu, alguém lhe dizia: “Quando a alma está turva e impura, o mal e o conhecimento
tornam-se uma coisa só. É melhor não saber...”, ao passo que uma outra voz, que lhe penetrava
na mente feito agulha, autoritariamente, rebatia: “Tinha que saber, sim” É assim que tem que
ser!... Adiante, Lilith! Ao meu encontro! Ao meu encontro Lilith!, Aqui!”A primeira voz retornava:
“Este caminho é perigoso e sombrio. Volte daqui!”, ao passo que a segunda ordenava ,
peremptoriamente: “Siga!” A primeira: “Suba ao galho mais alto da árvore porque a correnteza
está muito forte”: a segunda: “Vamos juntos nadar e brincar no Mar Vermelho! Aqui, venha!”.
Lilith ia, sonâmbula...
Cem passos adiante e lá estava o templo – construção baixa e ampla, a maior da comunidade,
com duas colunas e portas de ouro, onde estava gravado o símbolo do sol com raios em todas as
direções. Mesmo pelas janelas fechadas, distinguiu a luz do fogo, que ali brilhava
permanentemente, e sentiu a presença do Cálice que continha a água da fonte mais cristalina;
durante as cerimônias, a Taça era erguida à presença dos Mestres de Luz, que a abençoavam,
tornando-a, assim, um poderoso instrumento da iluminação daquela comunidade. Devagar,
pensativa, ela contornou o templo. Ao passar em frente ás portas da grande câmara templária,
seus passos se detiveram por alguns segundos. Seu corpo girou, como fazendo menção de
entrar. Um ditado místico bastante conhecido no Império de Mu veio-lhe á mente: “Rodeia-te com
Fogo, e tornar-te-ás imune.” Só que o que menos Lilith queria era tornar-se espiritualmente
imune. Assim, ela repeliu conscientemente a influência benéfica do Fogo, e daí por diante seguiu
caminho – agora não mais como autômata.
Atravessou toda a aldeia e embrenhou-se no bosque mais próximo. Uma fina garoa começou a
cair e a brisa noturna arrepiava-lhe a pele = mas nada disso era empecilho à sua caminhada.
Apesar da fraca claridade da lua e das copas das árvores que se entrelaçavam, aumentando a
escuridão local, Lilith chegou ao destino: a laguna.
Sentou-se num tronco caído, que se projetava por dentro da água. Debruçou-se, para se
contemplar, faceira e vitoriosa, no espelho das águas. A luz da lua se refletindo nos olhos fascinou
Lilith: ela sorriu. Nesse momento, um pequeno fruto ou talvez um seixo, caído provavelmente da
árvore mais próxima, mergulhou na laguna e provocou ondulações, distorcendo-lhe a imagem do
rosto. Algo na maneira com que suas feições foram distorcidas provocaram-lhe um sobressalto.
Mas logo as ondas foram cessando, cessando, e a água devolveu-lhe as feições normais. Ela
tornou a olhar e lá estava ele. Não se surpreendeu propriamente, pois esperava encontrá-lo. Por
enquanto, era apenas um rosto sobreposto ao seu, na superfície das águas. A primeira coisa que
chamou a atenção de Lilith foi a boca; havia nela um que de maldade misturada com selvageria e
sensualidade – em resumo, agradou-lhe bastante; os lábios eram carnudos, bem desenhados. A
tonalidade da pele não estava muito evidente na superfície das águas, visto que o rosto masculino
era apenas um contorno, mas Lilith já sabia intuitivamente que a tez era bem clara. Ali, naquele
reflexo, os olhos não passavam de covas de trevas sem fundo, mas ela também sabia que eram
azuis-da-cor-do-céu. E Lilith também sabia o principal: a identidade daquele ser. Lembrando-se da
companheira de trabalho que lhe falou de Belial, Lilith murmurou:
- Não é esse. É ele, o meu Príncipe!
“A energia segue o pensamento.” A veracidade deste axioma místico, tão corrente no Império de
Mu, pode ser cabalmente comprovada quando desvendamos os repetidos pensamentos,
sentimentos e monólogos de Lilith e, a seguir, os comparamos com os catastróficos
acontecimentos que se sucederam, dando fim á Idade de Ouro.
LILITH INSPIRIOU-SE NA IMAGEM DE BETIAL E OLHANDO FIXAMENTE PARA A OUTRA
MARGEM DA LAGUNA...
LILITH PENSANDO, SONHANDO, SENTINDO, MONOLOGANDO:
Lá, naquela outra margem, fica Zemargard. Lá – eu sei porque Belial me contou – existe um
reino, Um reino bem diferente deste daqui, Império de Mu, com o falso sol que brilha a qualquer
hora do dia e da noite... E a noite onde está? E a sombra, cadê? E eu, onde é que me enquadro,
com minha natureza selvagem e ardente?
Meu corpo é meu, e eu o reivindico para o meu prazer. Sou mulher de sangue frio e preciso de
um fogo abrasador para me aquecer.
O reino de Zemargard, lá na outra margem deste Mar Vermelho, é um território de delicias e
prazeres, sempre envolto em névoas frias, e lá o tempo passa mais rápido. Lá não existe a
monótona claridade deste reino de Mu: a outra margem é um permanente contraste de luz e
sombras. Há alegria e comemorações: canta-se e bebe-se um misterioso néctar que deixa a
pessoa meio tonta mas que é muito bom porque aguça os sentidos. Acima de tudo, é lá que
moram os faunos – metade homens, metade bichos- dotados de falos enormes e um apetite
sexual insaciável quanto o meu, Lilith. Cada um desses faunos é um aspecto do meu Príncipe
Belial, Belos, todos eles, com seus cascos fendidos, que marcham, que sulcam, que marcam
indelevelmente o chão da minha terra. Minha Terra ... Lá se pratica sexo o tempo todo, e a
serpente dourada nunca alça vôo: os frutos do prazer ficam sempre em poder dos que o produziu.
Ah, vida boa...
Meu corpo é meu, e não se presta à submissão a nenhum arrogante poder masculino. Não quero
a fusão com o homem, e continuar sendo um pedaço dele; eu quero, sim, a minha
individualização – e, para conquistá-la desço até à loucura e aos infernos. Sou mulher de sangue
frio: preciso de um fogo abrasador para me aquecer. Sou a alma de todas as bestas que estão
prestes a habitar a Terra. Estou em toda criatura viva que rasteja, pois sou a violenta raiva
subterrânea que se infiltrou nas relações. Aí, eu me torno o instinto insaciável e arrasador. Eu me
torno a natureza avessa a freios de qualquer espécie. Eu me torno o poder que se impõe com
plena supremacia.
A energia seguiu o pensamento com precisão. E foi tanta energia gerada que acabou se
alastrando e contaminando outras mulheres. (“Por que ele por cima e eu por baixo?!... não quero
mais a fusão com o homem, e continuar sendo um pedaço dele. Quero a minha vingança, a
minha autonomia!”) Na colônia que estava prestes a se chamar Aoatearoa, “a longa nuvem
branca”, apareceram várias Liliths em botão – apesar dos esforços de Jori...
Quanto a Lilith-matriz, aquela que andava namorando Belial à beira da laguna e que deu entrada
ao mal cósmico na Terra, ela tanto pediu, tanto pediu, que os infernos a atenderam (“Pedi e
recebereis”). Ei-la, erguendo uma taça que contém o tal néctar misterioso, feito basicamente de
turfa (uma matéria de cor escura constituída de restos vegetais em decomposição e que se forma
muito em pântanos, onde o oxigênio é escasso), e brincando:
- À perpetuação do reino de Zemagard na Terra! Este reino tão interessante, e por isso tão
completo, feito de luz e sombras... (Lilith, a nova Rainha, sorveu um pouco do seu cálice, no que
foi imitada pelos seus novos súditos.) Aliás, convenhamos, feito somente de sombras... mas muito
interessante...
Os faunos, seus novos súditos, festejavam-na então, vivamente, batendo os cascos fendidos no
chão.
Belos, todos eles, embora de tipos diferentes – uns louros, alguns ruivos, outros morenos e
negros. Metade homens, metade bichos; tinham quatro patas. Machos no auge da virilidade:
peludos, tórax avantajados e pênis enormes. Transpiravam sensualidade e selvageria. Ali, na
outra margem do Mar Vermelho, Lilith sentia-se em casa.
Depois do brinde, veio a cerimônia de casamento com Belial: Lilith copulou com todos aqueles
faunos, um por um. E foi justamente com o último deles, que o arquidemônio Belial, passando por
um portão estelar que então foi descerrada, se escarnou. O coito que se seguiu foi uma luta, e tão
selvagem como o bote de uma serpente. Os noivos das trevas rolaram pelo chão, num jogo
sadomasoquista. Unhas, uivos, guinchos – não eram amantes, mas oponentes num jogo mortal.
Os órgãos sexuais se roçando e despendendo um fogo abrasador. A tensa aumentando. Os
corpos sentindo a necessidade premente de se interpenetrarem. Bocas, a fêmea através da
violência (nesse momento, Lilith pensou: “não conseguia mais suportar a bondade de Adam”) e,
depois, sendo vampirizado por ela (a violência era a mesma). Por fim, orgasmo.
No decorrer do orgasmo, Lilith vivenciou, então, em si mesma, a maneira com que a Loja Negra
manipula a energia sexual: em torno de sua coluna vertebral, a energia começou a girar em uma
espiral descendente. E não só ao redor da espinha, pois, de repente, ela sentiu seu corpo inteiro
girando girando, descendo sempre, e sempre, e mais ainda... rumo ao fundo do poço. Aí, o
impacto! O berro! Foi como se a coluna vertebral de Lilith fosse cravada no chão, feito punhal,
com violência.
Estava consumado: a Loja Negra se instaurou solenemente na Terra e, a partir daí, passou a
manipular a energia sexual desta humanidade sempre em sentido descendente, estimulando o
desejo sexual desenfreado, a luxúria, a lascívia, as taras. Com isso, a serpente do orgasmo
paradisíaco – outrora ígnea, outrora de natureza divina, que antes se enrolava em torno da coluna
vertebral dos amantes, passava pelo coração e depois subia ainda além da cabeça – já não podia
mais se erguer aos céus e receber a bênção do Santíssimo Deus Sem Nome, pois ficou presa na
região genital. Por isso, o homem passou a ejacular e a dormir, cansado, após o coito.
Lilith e Belial. Após a relação, ficaram os dois deitados no chão, incapazes de qualquer
movimento ascensional, mirando o céu, que se fez diferente: os astros, as constelações tomaram
outros lugares que não os previstos, pois o eixo magnético tinha sido violenta e artificialmente
inclinado. Na verdade, tratava-se de uma antevisão do futuro ou, quiçá, a meta que, ambos, na
Terra, teriam que alcançar...
O futuro tornando-se presente: nesta outra margem do Rio, Lilith se fez deusa; os faunos
passaram a odorá-la sob a forma da Serpente Que Rasteja. Virou lenda; sua história ultrapassou
todas as fronteiras e seduziu a alma humana. Nunca morreu. Continua bela e jovem até hoje,
copulando sem cessar e parindo quando quer, porque ela sabe muito bem como manipular a
energia sexual que furta de seus parceiros em prol de si mesma, para a conservação de seu
corpo. E ela sabe, como ninguém, estimular os baixos instintos e a licenciosidade, tirar proveito
das ereções, aprisionar sem que se perceba.
Vampirismo, taras, obsessões, sexo que aprisiona e degrada os amantes – isto é Lilith. Sendo
assim, ela é a arma mais poderosa da Loja Negra e, aqui, neste mundo, é hoje a rainha.
Frase de Pársis lançada à platéia:
- Todo mito é um espelho, concordam?
Comentário que, a propósito, se seguiu:
- No episódio “Lilith”, não é possível separar o que é história e o que é mito, porque no fundo é
tudo a mesma coisa. Os personagens de uma ficção, embora invisíveis aos atuais olhos físicos
terrestres, tornam-se entidades vivas, na medida em que, criadas e sustentadas pela mente,
começam a ser ritmicamente energizadas pelo sentimento. Com isso, elas vão crescendo, se
fortalecendo e se tornando até arquétipos, pois é o sentimento que dá vitalidade e consistência a
essas entidades... Sim, de fato Lilith atravessou o Mar Vermelho, colocando-se na outra margem,
encontrou-se com os faunos e casou com Belial. Ímpias alianças!...
Capítulo 18
“Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas sim contra os principados, contra as
potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade,
nos lugares celestiais”.
(Epístola de Paulo aos Efésios. 6 – 12)
Principados, potestades, príncipes das trevas não só deste século mas de todos os éons já
decorridos, hostes espirituais da maldade – tudo isto quer dizer a mesma coisa: Loja Negra. E
aqui, na Terra, os Senhores da Expressão Material instalaram o mal cósmico sobre duas colunas:
a energia sexual e a energia monetária. É óbvio que nem o sexo nem o dinheiro são
intrinsecamente maus: o problema é como essas energias foram e continuam sendo manipuladas
pelas forças involutivas. A primeira delas - a sexual – é a mais forte; serve de alicerce para a
outra. O filhote das duas é o tenebroso Guardião do Umbral.
O desejo sexual de Lilith é o que se viu: descontrolado, bestial, pura raiva, luxúria e competição.
No momento em que despontou na face da terra, ainda embriãozinho, já produziu uma larva
astral, quer dizer, uma concentração de substância astral derivada de sentimentos bestiais como
os de Lilith. O cancro se alastrando, as larvas se proliferando na mesma proporção. Dessa árvore
malévola, brotos novos foram surgindo: egoísmo, medo, ciúme, cólera, avareza, inveja, posse...
Sentimento de posse/propriedade, gêmeo da competição e do egocentrismo. Por essa brecha, o
gérmen que daria origem, bem mais tarde, à energia monetária, se instalou. Teoricamente o
dinheiro veio para felicitar a troca de mercadorias e, na melhor das hipóteses, trazes o necessário
à sobrevivência. Porém, na prática, a teoria foi outra: manipulado pela Loja Negra, o dinheiro vem
sendo usado para escravizar o homem. Um explorando o outro. Um dependendo do outro. Uns
vivendo nababescamente à custa de milhares, de milhões de outros. Existe a ambição, e muita
fome no mundo, quando (pelo menos até certa época) o alimento e a água eram fartos e estavam
disponíveis para saciar a todos. Hoje, há a busca compulsiva do prazer e do supérfluo, e muito
desperdício. A agiotagem forja numerosas cadeias cármicas, pois à medida que alguém empresta
dinheiro a outrem, especialmente a juros, ele se torna responsável pelas ações praticadas pelo
devedor para saldar a dívida. A lei do dízimo – que, se cumpria sabiamente, purificaria a energia
monetária, pois faria o dinheiro circular com mais equanimidade – caiu em desuso...
Duas colunas, as raízes do mal na Terra – é fundamental que se as reconheça quando o assunto
é Resgate:
Que isto fique bem claro: a preparação para qualquer Operação Resgate empreendia na Terra –
especialmente na atual (1995 d.C.), que já estamos começando a vivenciar – não se resume a
coletar informações a respeito da procedência das naves extra ou intraplanetárias, a localização
das bases e das hierarquias de Luz envolvidas nesse processo. Não em absoluto. O que importa,
realmente, é o trabalho preliminar interno de autopurificação e de autoconhecimento; é ter uma
vida sexual mais qualitativa, pautada pelo afeto e respeito ao outro; é cultivar a confiança no
Suprimento Universal, libertando-se inteiramente do poder do dinheiro (Mestre Saint Germain: “É
muito importante desligar-se da influência do dinheiro. Ele é apenas um meio de troca. Não lhe
deis poder; depositai todo o poder em Deus e, então, ao comandardes seja o que for necessário
no momento, tereis imediatamente todo o poder à mão para realizar o cumprimento do vosso
desejo. E mais: “Quando se manifestar o pensamento ‘Isto é tudo o que possuo’, cortai-o
imediatamente pela raiz, dizendo: ‘EU SOU, EU SOU, eu sei que EU SOU o uso da ilimitada
Opulência de Deus”. E enfatizando ainda mais: “Preservai-vos sempre, no nosso contato com o
externo, de aceitar a aparência das coisas ou o pessimismo dos chamados financistas. Deus
governa vosso mundo, vosso lar, vossos negócios, e isto é tudo o que vos deve interessar.”) e,
principalmente, é oferecer-se como instrumento da Luz na terra, substituindo os interesses
egoístas em prol do bem coletivo. Isto é o início de uma longa lição de Amor.
Para a redenção/resgate da Terra, o Amor é o Caminho, a Verdade e a Vida. O resto virá por
acréscimo.
Capítulo 19
DENSA NEBLINA
Voltando agora ao passado, porque com ele muito temos a aprender para avaliar corretamente o
que na Terra está-se passando:
Aotearoa, a “longa nuvem branca”. Essa nuvem, registrada nos anais akásicos, assinalou o início
de um outro tipo de Criação na Terra. Nela, o Dharma (a Lei da Evolução Natural e Universal) foi
substituído pelo Carma.
A névoa. A princípio, ela cercava apenas os domínios de Lilith. Depois, sem que ninguém
percebesse, ela começou a inchar. E a expandir-se em todas as direções. Mesclou-se com a
atmosfera da Terra. Sutil como um gás: invisível, inodora, mas tão letal quanto a picada de uma
serpente venenosa. Foi avançado. Sobrevoando as cidades dos homens: rodeando-as; baixando
gradativamente e fechando o cerco, inexorável. Invadindo as fronteiras; derrubando-as;
ultrapassando-as. Atacando os corpos dos habitantes, entrando-lhes pela respiração e poros.
Contaminou a água. Infiltrando-se no solo, bloqueando os acessos ao interior oco do planeta,
onde existe, na forma de um Sol Central, o Olho de Deus Que Tudo Vê. Avançando mais e mais.
Disseminando-se como praga. Ganhando espaço. Até que, afinal, cobriu a Terra inteira.
Que nuvem é essa? Muito fácil deduzir.
Uma nova Criação. Leis e fenômenos até então desconhecidos na Terra.
- Por influência de Lilith e de seu arquidemônio, o planeta passou por uma transformação radical,
a tal ponto que a obra desenvolvida pelas Hierarquias que trabalham com a Criação está
totalmente irreconhecível: diríamos, até, perdida. É como se fosse um outro planeta e uma outra
humanidade, que em nada demonstra “a fusão do Pai com o Filho” – observou Pársis.
Aqui começa uma nova criação, de caráter cármico. Seria impossível relacionar todas as
infrações cometidas pelos terrestres para demonstrar, passo a passo, o processo de total
degradação dessa humanidade, mesmo porque isso abrange um período de alguns milhões de
anos. Por isso, vamos nos restringir a tópicos ou Flashes dos principais acontecimentos,
compreendendo, de antemão, que esses fatos vão ocorrendo tanto simultânea quanto
gradativamente. É sempre uma cadeia de causa-e-efeito, causa-e-efeito, causa-e-efeito, que vai
prosseguindo quase que irreversivelmente, em escala descendente, rumo à mais completa
materialidade. De quando em vez, em explicitas demonstrações de Compaixão, há interferências,
ou pelo menos tentativas, da Fraternidade Branca no sentido de impedir o nefasto envolvimento
da humanidade terrestre com a Loja Branca, os homens terrestres voltavam-se ainda mais
intensamente para as trevas... E contra o livre-arbítrio (que é o direito de liberdade de escolha
dada por Deus a Seus Filhos) nenhum Ser de Luz se insurge: é Lei... Os homens quiseram assim,
e assim foi.
Capítulo 20
Este capítulo é, em sua maior parte, o Roteiro das Sombras: como a Loja Negra foi assumindo o
controle total deste mundo, como foi que a humanidade soçobrou na materialidade mais abjeta,
como foi que o meio-ambiente refletiu essa queda e, principalmente até que ponto a Lei Universal
foi aqui vilependiada. Sendo assim, este capítulo pode servir como roteiro ou inspiração para
refazer o caminho de volta. É necessário, é premente que se tome consciência desses fatos.
ISSO É URGENTE! É MUITO URGENTE! Especialmente agora, final de 1995 d.C. (pelo menos,
de acordo com o nosso falho calendário oficial), quando um novo Resgate, também de
proporções planetárias, está começando.
A propósito, Mestre Morya deu-nos uma instrução a respeito do treinamento (mental, psicológico e
físico) a que cada discípulo da Luz deve-se submeter nesta época, com vistas à Operação
Resgate. Em primeiro lugar, deve adquirir o hábito de se oferecer, constante e ininterruptamente,
como obreiro da Obra de Redenção Planetária, oferecendo-se à causa da Terra, da humanidade
inteira e tornando-se um Servidor do Mundo; rendendo-se à Vontade de Deus, que é o plano de
Evolução Universal; confiando na existência do Cristo, confiando na Grande fraternidade Branca;
almejando, acima de tudo, o bem da Terra. Segundo lugar; trabalhar em prol do seu próprio país e
dos grupos com que esteja relacionado. Terceiro passo: em qualquer relação, valorizar
primeiramente o bem-estar do outro, do seu próximo. E em quarto e último lugar, aí sim, cada um
pode pensar em si mesmo.
Não me recordo das palavras exatas do Mestre, mas sei que ele terminou a instrução dizendo que
o discípulo que assim procede estará alinhado com as forças evolutivas e apto para desenvolver
um belo trabalho no seu próprio Resgate e no Resgate da Terra.
Os fatos:
- Perigosa inclinação do eixo planetário. Qual dardo, o eixo começou a tombar, lenta mas
inexoravelmente, em direção a obscuras regiões do espaço...
- Ajuste da lei da gravidade, em virtude da maior densidade dos corpos físicos dos homens.
- Estranhas modificações na natureza: o belo solo planetário, feito de alabastro, começou a tingir-
se de marrom. Num jardim qualquer, pela primeira vez, uma rosa nasceu com espinhos. Em
outros jardins, brotaram ervas daninhas, e o tronco de algumas árvores começou a revestir-se de
uma película dura e áspera, que, com o tempo, haveria de se transformar em casca. Na superfície
das águas oceânicas, começaram a aparecer minúsculas formas animais.
- “Aquele que peca morre”, diz um ditado popular. À medida que a neblina se adensava e recobria
tudo feito mortalha, os corpos dos homens foram apresentando os indefectíveis sinais de
envelhecimento. E, afinal, a morte chegou. A princípio, muito mansamente, como se fosse um
sono. Aquele que ia morrer tinha plena consciência de todo o desenrolar do processo;
compreendia que aquele corpo físico já não lhe servia, pois estava gasto demais, e que seria
melhor substituí-lo por outro. Então, antecipadamente, escolhia a data e o local de seu próximo
encarne. Chegando a hora, estava tranqüilo, e costumava acompanhar conscientemente a suave
separação dos corpos físico e astral. A cremação era o coroamento lógico desse processo.
- Havendo necessidade de morte e reencarnação, também foi necessário um Conselho Cármico.
O primeiro da Terra foi constituído de três Senhores, Depois, ficou com sete.
- Novas leis de encarnação. Até então, tinha vigorado a lei da translação, que podia ser sem
corpo físico (no caso dos exilados de Capela) ou com corpo físico (foi o caso de outros
imigrantes, cujos corpos eram tão semelhantes aos terrestres que, por isso, não precisaram ser
substituídos). Com o novo ciclo cármico, teve início a reprodução humana. A princípio de modo
assexuado: os casais que queriam ou aceitavam ter filhos compareciam a um templo, e, diante de
um sacerdote que invocava o Santíssimo Deus Sem Nome, projetavam raios de luz de seus
plexos cardíacos, na conjunção desses raios, criava-se um novo corpo humano, já adulto – o
esperado filho ou filha; o processo de acoplar alma e corpo ficava por conta do sacerdote. Depois,
com o gradativo embrutecimento da humanidade, a reprodução tornou-se como é atualmente:
sexuada, para chegar a esse ponto, a sábia natureza, com muita antecedência, foi desenvolvendo
nas mulheres os ovários.
- A verdadeira religião começa a desaparecer. Os homens vão esquecendo o Tau, de tudo onde
provém, e já pouco se referem ao Santíssimo Deus Sem Nome. Até em alguns templos, a
corrupção se instala. Aparecem, em pontos estratégicos do Império de Mu, líderes comprometidos
com a Loja Negra; eles conseguem insuflar a população no sentido de repudiar o governo dos Ra
Mu, os Reis Ininiados.
- Outros estrangeiros se encarnam na Terra. Mas o seu nível espiritual já não é tão alto quanto o
dos primeiros imigrantes...
- O trono dos Reis Iniciados passa a ser ocupado por usurpadores, comprometidos com as forças
involutivas, que se autoproclamam reis; e os novos Conselhos de Anciões, que assistem a esses
reis do governo do Império, também se revelam corrompidos pela força sinistra. A princípio, o
Império permanece dividido em dez tribos ou nações; mas depois, com as guerras decorrentes
das disputas de terras e poder, o Império de Mu fica todo retalhado.
- Uma pequena mostra da fauna planetária: sem dúvida, a mais prolífera espécie animal era a dos
lêmures, que eram os ancestrais do nosso macaco; mas também havia os plessiosauros, as
cobras e as serpentes marinhas, os mamutes peludos, as preguiças gigantes, os diprotodontes
(que, sendo duas vezes maior que o atual rinoceronte, eram os maiores marsupiais da época), os
celacantos, os dinossauros (Dinossauros: Houve um grande pensamento-massa ou desejo para
trazer essa estrutura atômica á forma (...) No início, esses animais não eram maus, mas
inteiramente dependentes da criação da pessoa. Eram muito amigos, como eram, originalmente,
todas as criações gigantescas. Havia grande amor entre eles e os humanos: assim o processo de
elevação era muito mais rápido. (Mestre Saint Germain, em Instruções do Mestre Ascensionado
Saint Germain)) que, ao se tornarem ferozes, tiveram no lagarto ovíparo de nome tuatara o seu
maior predador. Muitos pássaros diferentes – dentre os não voadores, podem ser citados o moa
(na verdade, um pequeno dinossauro de quatro menos de altura), o dodô (que chegava até seis
metros de altura) e o Kiwi, que era o único pássaro cujas narinas ficavam localizadas na ponta do
bico.
- Introdução da energia monetária no planeta. A primeira moeda cunhada foi de ouro, o que
constituiu um grande erro, pois o ouro (que é especificamente espiritual, e só deveria ser usado
em templos e para adorno pessoal (já que eleva a consciência do seu usuário).
- Depois de um período inicial de total reclusão em Agartha (período esse utilizado para o
autofortalecimento interno, e também para a construção de Létha), os naacals, começam a visitar
regular e anonimamente a superfície terrestre. Eles se tornam os primeiros Auxiliares Invisíveis da
população da crosta, na medida em que tentam instruir e depois trazer para o seu convívio as
pessoas ainda não totalmente contaminadas pela Loja Negra. Às vezes levam remédios para as
doenças que se multiplicam.
- Na superfície, porém, a depravação sexual é tão grande que os homens é tão grande que os
homens chegam ao ponto de ter relações com os animais. Pouco depois da introdução dessa
abjeta prática sexual, a Loja Negra começa a inocular duas idéias absolutamente sinistras na
mente dos humanos – primeira: a possibilidade de usar os animais como alimento; segurança, a
possibilidade de usar soros de animais (A idéia de que certos soros, produzidos por animais,
podem proporcionar saúde e perfeição, ou mesmo proteção contra enfermidades no corpo de
uma criança ou de um adulto, é uma outra atividade da força sinistra, conscientemente dirigida
neste mundo para destruir a saúde e a resistência da raça, a fim de que os sentimentos
destrutivos possam dominar e eliminar os ideais da humanidade. A profissão médica tem servido,
inconscientemente, como instrumento para essa destruição, sob aparência externa de ciência.
(Mestre Saint Germain, em EU SOU a Presença Mágica – Ensinamentos do Mestre Saint
Germain)).
- Das alturas celestiais, desce o primeiro Cristo à Terra, cumprindo uma missão de Salvador.
Sujeita-se a passar pelas portas do nascimento físico e assume um corpo terrestre, em plena
superfície planetária. Ele recordou a Lei e chamou os homens de volta. Sua linguagem é bem
simples, de modo que todos pudessem entender. Pouquíssimos, porém, dispuseram-se a seguir o
Caminho por Ele mostrado; o livre-arbítrio da humanidade apontava sempre a direção oposta: o
trono de Lilith.
- As divergências entre os homens são tamanhas que, por causa disso, as diferenças lingüísticas
(sotaques ou acentos) vão-se acentuando de maneira muito estranha. Com o passar do tempo,
essas diferenças constituem os primeiros dialetos, claramente definidos. Com o passar de mais
tempo ainda, os dialetos tornam-se línguas distintas. Paralelamente, em Agartha, há uma
preocupação constante em preservar a língua original.
- Na tentativa de se impor moral e ordem, criou-se o Decálogo de Mu, que era o seguinte:
1º) Nenhum homem pode ter lucro às custas de outro.
2º) Nenhum homem individualmente, e nem a coletividade, pode tomar qualquer coisa de alguém
por meio da força.
3º) Todos os recursos naturais são propriedade do Estado ou coletividade, e não podem ser
reclamados como posse pessoal por nenhum indivíduo ou grupo que não seja a totalidade dos
cidadãos.
4º) Cada cidadão e cada um de seus filhos terá direito e receberá igual educação, iguais
oportunidades para a expressão de sua habilidade, e total igualdade perante as leis.
5º) Qualquer promoção de posto terá por base apenas o mérito e o desempenho no serviço.
6º) Nenhum indivíduo poderá manter como posso pessoal algo pelo qual não tenha compensado
com igual valor.
7º) Nenhum indivíduo terá o direito de tratar dos assuntos pessoais ou públicos de outro indivíduo
à menos que solicitado pela pessoa. A coletividade ou o governo poderão fazê-lo apenas nos
casos em que se comprove intenção criminosa ou traidora, ou no caso dos direitos civis e outros
terem sido violados.
8º) Ninguém pode intencionalmente matar ou ferir outra pessoa, exceto no caso de defesa da vida
ou da terra.
9º) A integridade do lar deve ser mantida inviolada, e nenhuma mulher pode ser desposada sem
seu consentimento.
10º) Em todos os assuntos relativos ao bem comum e que não impliquem ou envolvam violação
das leis naturais, a opinião da maioria prevalece, sujeita apenas ao Conselho de Anciões, cuja
decisão será definitiva.
- Mutações genéticas nos animais: alguns criaram conchas (foi o caso da ostra e do caranguejo):
nos peixes, apareceram escamas e, em certos mamíferos, chifres e cascos.
- É incutida nos homens a dependência do dinheiro, e cresce neles a cobiça. Devidamente
manipulada pelos magos da sombra, a energia monetária é assim como uma areia movediça, e
muitos homens são tragados por ela.
- Sinais de aridez no solo planetário. Fenômenos cataclísmicos, pois o meio ambiente é apenas
um espelho do homem. Incêndios aparentemente naturais (queda de raios, calor solar excessivo
etc). A água potável, que era altamente vitaminada, foi perdendo suas propriedades.
- Erguimento das duas primeiras grandes cadeias de montanhas do planeta: uma no sentido
leste-oeste (a mais extensa) e a outra, no sentido norte-sul. E colinas se elevam, aqui e acolá...
- As ruínas de Uighur são tragadas pela Terra, em um novo sismo, de pouca magnitude. No
decorrer dos séculos, a natureza mãe gentil, talvez em respeito á antiga moradia dos Ra Mu, os
reis Iniciados, concentra todos os seus esforços no sentido de recuperar a beleza da Ilha Branca.
E, as duas penas, o faz. Naquela região esquecida pelos homens, surge uma vegetação
esplêndida, e as águas do mar interior que cerca a ilha conseguem tornar-se, novamente,
cristalinas e regurgitantes de vida. Na Terra, a Ilha Branca transforma-se em um oásis de beleza e
paz.
- Habitado agora pelos antigos naacals e por algumas pouquíssimas pessoas que, por seus
méritos, foram retiradas da superfície, o mundo intraterreno – sujeito ás leis evolutivas originais –
se mantém a salvo da tragédia que ocorre na superfície. Agartha continua sendo um paraíso, mas
agora completamente esquecido pelos terrestres da superfície.
- Já é evidente que a planilha de evolução prescrita pelos Senhores da Criação foi completamente
desobedecida. Nenhuma, absolutamente nenhuma determinação constante do Plano vigora mais
no planeta. A organização genética, com todas as tenebrosas mutações que já vinham ocorrendo,
entra em colapso. Como se fosse uma caldeira, o sopro de vida vai-se tornando incandescente,
entra em ebulição cada vez maior até que não suporta mais a pressão e explode. Há um Big Bang
às avessas.
- Resultado do Big Bang involutivo: a deformidade atinge o seu apogeu; existe deformidade em
tudo. Na subconsciência planetária, mais do que nunca, proliferam as formas psíquicas dos vícios
e das doenças. Atmosfera densa, carregada de sofrimento. Como o externo reflete
fidedignamente o interno, o quadro é o seguinte: mares povoados de carniceiros encouraçados,
répteis em demasia. À imagem e semelhança do homem, tudo se torna cada vez mais violento,
sanguinário...
- O cometa. Um cometa colidiu violentamente com o planeta... No impacto, a Terra deixou de girar
por um certo período de tempo. Ora, suspendendo-se a rotação, deixa de existir a gravidade, e
deixando de existir a gravidade – nas condições em que a Terra então vivia – tudo morre. Foi
exatamente isso o que aconteceu: a quase totalidade da vida do planeta Terra morreu. Morreu
quase tudo, e também os ferozes dinossauros. E, aliás, teria morrido o próprio planeta se,
porventura, ele não tivesse conseguido manter a sua órbita em torno do sol.
“E a Terra só conseguiu manter-se em órbita – explicou Pársis – por uma única razão: é
que, em Agartha, os intraterrenos sustentaram a conexão (ainda que imperfeita) com o Reino
Divino; foram eles que, naquela decisiva, garantiram a sobrevivência planetária... Mas, sendo tão
poucos a morte passou pertíssimo... Foi por um triz mesmo...”
A Terra conseguiu manter o movimento de translação, e aí, a vida, que não havia sido
completamente extinta, pôde perseverar. E lá está ela, de novo e sempre, tentando se organizar.
Seguindo um modelo completamente diferente do original traçado pelo cântico dos Elohim, mas,
assim mesmo e a duríssimas penas, sobrevivendo; o Espelho das Águas mostrou essa tentativa
desesperada. Por um átimo de segundo cósmico, mas por um tempo que, na Terra, nunca há de
se precisar com clareza, a vida conseguiu se autofecundar e novamente deu à luz.
- Luz?! – rebateu Pársis, com veemência. – Ou sombra? Escuridão? Tragédia ainda
maior?!
A senhora do Carma suspirou, guardando um minuto de silêncio.
- Para finalizar o meu depoimento nesta egrégia assembléia, apresentarei mais dois
documentos akásicos. O primeiro deles é um flash da atual vida na superfície da Terra, depois do
Big Bang involutivo e da passagem do cometa, que bem pode ter como título “ O Fundo do Poço”.
E o segundo mostrará Ibez, que é o Primeiro Centro de Luz da Terra e nas proximidades do qual
se encontra Létha, a pequena cidade intraterrena que concentra os raríssimos resgatáveis do
planeta.
Capítulo 21
O FUNDO DO POÇO
“O homem caiu num poço escuro e fechou a saída com uma tampa negra.” (Mestre Morya, em
Hierarquia)
Capítulo 22
- Recordando, agora, a primeira humanidade terrestre: a Raça dos Els. Apesar de terem utilizado
as entradas do pólo norte, onde nasceram, para descerem a Agartha, eles começaram a habitar o
mundo intraterreno a partir desse tremendo foco de energia denominado Ibez. Com efeito , as
cidades que eles construíram, e que desmaterializaram ao partirem, não por acaso estavam
situadas, predominante, ao redor desse Centro de Luz, o único ativo naquela época tão remota.
Os Els, utilizando o Olho Onividente, viam claramente o Fogo de Ibez em ebulição: é
poderosíssimo, pois é uma caldeira da Criação. Lembrem-se do Elohim Hércules mostrando a
ação do Olho de Deus Que Tudo Vê na criação do planeta Terra? Lembram-se?!... Pois bem, é
aquilo mesmo: o Olho é uma magnífica caldeira efervescente, cuja pressão de Amor, e aí explode!
O Fogo Explode – é fantástico: é até aterrador, chega a causar pânico naqueles que ainda não
encarnaram o seu próprio. Cristo Interno! Pois Ibez, meus caros Irmãos e Irmãs presentes, é um
espelho do Olho Divino no Seu aspecto Criador, e que está encravado na terra, na carne do
planeta Terra! Ibez é a polaridade negativa do Olho: é geradora e Peprodutora, poi é o Centro que
capta a Matéria Ardente, Ígnea, provinda das dimensões imateriais mais elevadas, que depois a
amanha como se fosse uma massa e cozinha-a no seu forninho; por este trabalho maternal de
geração e reprodução é chamada de Diada. Em sentindo figurado – vejam bem: apenas em
sentido figurado! – pode-se dizer que Ibez é a Casa dos Elohim do planeta Terra... pois é a
Matéria, que, no seu estado mais sutil, é Ardente, e queima perigosamente aqueles que ainda não
são Cristos!... Com a sabedoria que lhes era inerente, os Els se mantinham a uma distância
segura desse Fogo, porque esse Fogo, sim, poderia queimá-los seriamente naqueles primeiros
Dias da Criação e no estágio de evolução em que então se encontravam. Porém, à medida que
evoluíam e se cristificavam, eles podiam se aproximar um pouco do Fogo Incandescente. E mais
e mais... Até que, bem antes mesmo de deixarem a Terra, os Els tomavam banho em Ibez, como
se esta fosse uma cachoeira qualquer em Agartha...
Depois, foi a vez dos Issim ou hiperbóreos. É verdade que eles nunca chegaram a morar
em Agartha, porém a visitavam com freqüência – viagens turísticas... E nessas viagens, a maior
atração depois de contemplar Surya, o Sol Central, era apreciar, a uma distância segura, o
processo de transformação da Matéria.
Aí, veio a terceira raça. Nos primórdios do Império de Mu, quando tudo parecia levar a crer
que o Plano de Evolução seria cumprido e uma nova Idade de Ouro seria inaugurada no planeta,
os rutas construíram, ao ponto mais próximo da radiação de Ibez que lhes era possível suportar, o
maior templo já construído na Terra. Nem mesmo o de Uighur, a capital, era tão grande quanto.
Com a Queda do Homem, os Guias da Raça ordenaram a todos os habitantes daquela
região que a evacuassem, deixando-a desabitada. É claro que essa ordem não foi verbal, haja
vista que a comunicação dos homens com os Deuses há muito cessara. Mas a ordem foi emitida
pelos Mestras, e devidamente registrada no subconsciente dos moradores. E ordem de Mestre
ascensionado tem o poder de um edito cósmico: não admite réplicas nem desobediências nem
argumentos: foi dada, tem que se cumprida no prazo determinado. E assim foi: rapidamente,
todos os moradores das terras circunvizinhas do centro de Ibez deixaram a região. Uns porque
tinham parentes não sei onde e pensavam reunir-se a eles: outros, porque achavam que o solo já
não era tão fértil: e outros porque tinham esperança de conseguir melhores oportunidades nas
cidades mais desenvolvidas: e outros porque... Bem, o que importa é que todos os motivos,
exceto o verdadeiro, eram evocados: nenhum dos emigrantes sabia o real motivo dessa sua
retirada compulsória.
Quando toda a região ficou vazia, aí os Mestres eternizaram o templo de Ibez. Não o
desmaterializaram, como haviam feito os Els com suas construções intraterrenas, mas,
simplesmente, tranferiram o templo – intacto, incólume – para uma outra dimensão (a etérica) do
próprio plano físico do planeta. Ei-lo!
Um registro akásico mostrou o monumental templo (Esse templo subsiste até hoje no plano
etérico do Roncador.) construído nos áureos tempos de Mu, com seus portais majestosos, seus
altares repletos de ouro e amplos salões.
Pársis continuou:
- E aí veio a derrocada do império do Sol: os Ra Um se retiraram do governo das nações e,
juntamente com os demais naacals, reuniram-se nessa região erma. Desceram a Agartham e lá
fundaram a cidade de Létha, que por juta medida pode ser considerada uma Arca da Aliança.
Em vez de mostrar logo a cidade de Letha, o registro akásico começou pelo mais difícil: a
caverna onde começa o caminho que liga a superfície ao mundo intraterreno.
- Começamos por esse caminho – justificou Pársis – porque, ao longo dele, há alguns
detalhes que quero comentar...
Apareceu a entrada: uma caverna, localizada na superfície. O público da CMG sentiu-se
penetrar naquela boca escura e estreita, e depois andando por corredores que, gradativamente,
iam-se alargando e, por fim, experimentando uma queda livre, em declive. Ao contrário do que se
era de esperar, à medida que se adentrava no amargo da terra, aparecia uma claridade difusa. A
uns muitos e muitos metros da superfície, quando a claridade já era total, surgiram, então, as
primeiras transformações: as paredes se tornaram polidas (evidentemente em decorrência do
trabalho feito pelo homem) e cheias de inscrições, e, de um lado e do outro, no chão, havia
estatuetas de ouro puríssimo.
- O primeiro detalhe que eu queria comentar era o que está escrito nessas paredes: aqui se
conta toda a história das três humanidades da Terra: a dos Els, a dos Issim e a dos próprios rutas
(porque foram eles que vieram escrevendo esta história desde que se instalaram em Agartha). As
inscrições ainda não estão concluídas, pois os novos agarthinos encontram-se no trecho da
queda do Império de Mu. Mas o trabalho prossegue em passos largos, pois, diariamente, três
pessoas trabalham nessa galeria... A segunda coisa que quero comentar são essas estatuetas.
Vejam que interessante: em todas elas, em algum lugar da composição, existe gravado o nosso
alfabeto sansar – ora no peito dessas figuras humanas, ora em suas roupas, ora na base da
estatueta... Por que tamanha fixação no alfabeto? É porque, como já foi dito, na superfície
terrestre o desentendimento foi tanto que deu origem a muitas línguas e dialetos. E aí, os novos
agarthinos fizeram o movimento contraio: empenharam-se com afinco em preservar a sua língua
original, que é uma vertente da língua do universo e lhes permite comunicar-se com quaisquer
outros Irmãos do cosmos.
Seguindo em direção a Agatha, houve, a partir daí, uma sucessão de lances de escada,
portas (muitas delas de bronze) e salas (como se reservadas ao descanso regular dos
peregrinos). As paredes, a certa altura, pareciam feitas de prata fosca... Súbito, uma celebridade
fortíssima irrompia nos subterrâneos da Terra, parecia a luz solar...
- Isto é a Luz de Ibez. O centro mesmo encontra-se a vários quilômetros desse ponto;
entretanto, o Fogo da Matéria Incandescente é tão forte a ponto de iluminar o local dessa forma...
A essas palavras de Pársis, o registro akásico passou a enforcar Letha, começando pelo
templo que já tinha sido construído pelos agarthianos. Na câmara principal, o altar era de ouro, as
paredes de mármore com frisos de jade, e o assoalho de ônix.
- Á imagem e semelhança do templo que foi eternizado pelos Mestres...
Moradores de Letha: dentre eles, pode-se distinguir os rostos conhecidos de Abel e de Jori,
de Emeth e Agla, de Lion e Inana. E mais: os antigos Ra Mu, os integrantes dos primeiros
Conselhos de Anciões – todos integrados, agora, numa vida simples e laboriosa...
- Os habitantes da Letha encarnados atualmente não chegam a noventa, entre homens,
mulheres e crianças. E são doze os que, neste momento, estão desencarnando-se devidamente
entregues aos cuidados do Conselho Cármico – expôs Pársis. – Considerando-se que a atual
população da Terra ultrapassa o número de três bilhões de habitantes (entre encarnados e
desencarnados), e que esses agarthianos são os únicos resgatáveis do planeta, podemos
compreender a extensão da tragédia que abalou a Terra...
No primeiro, o contato com o mundo da superfície era freqüente; os agarthianos entravam
e saiam à vontade, até para cumprir a sua missão de Auxiliares Invisíveis; por isso infortúnio,
durante essas visitas à crosta planetária, alguns desses resgatáveis a se contaminar com a ilusão
e a materialidade; mesmo assim, ainda puderam voltar a Agartha... Com o passar dos séculos e a
degeneração que se alastrou pela superfície do planeta – ou seja, quando se atingiu mesmo o
fundo do poço – os dirigentes de Letha decidiram suspender a comunicação com o mundo da
crosta, estipulando um prazo para o retorno dos que estavam fora. Expirado esse prazo, ninguém
mais poderia retornar à comunidade, porque, àquela altura, muito provavelmente já teriam
adquirido hábitos dos homens da superfície e, até mesmo, um pouco de sua conformação física,
de modo que lhes seria difícil readaptar-se em Letha, onde a vida se desenvolve segundo outros
parâmetros. Assim, na data convencionada, os acessos foram hermeticamente lacrados, de
dentro para fora; a propósito, vocês devem ter observado as inúmeras portas fechadas,
disseminadas ao longo do caminho que liga a superfície ao mundointraterreno... Todos os que
estavam na superfície retornaram, com exceção de vinte homens e onze mulheres, que agora,
separados entre si, fazem parte de bandos como o que foi mostrado há pouco...
No mais, antes de dar por terminado o seu depoimento, Parsis mostrou alguns flashes da
vida de Letha: o cultivo dos campos, os animais que agora existem em Agartha e que tanto
ajudam os homens na sua lida doméstica e agrícola, as construções, o estatuto e a meditação, a
sortida culinária vegetariana, e, por fim, uma bebida que é característica de Letha: o almíscar, o
verdadeiro refrigerante.
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
SANTAS ALIANÇAS
Capítulo 26
OPERÁRIOS EM CONSTRUÇÃO
Construção de uma nova Shamballa, réplica exata e perfeita da venusiana, que serviria de
resistência ao Ancião dos Dias enquanto ele estivesse na Terra e, principalmente, de base às
operações evolutivas do planeta. Shamballa: a Casa do Pai, a Casa do Fogo.
Depois do pronunciamento de Sanat Kumara à população venusiana, dezenas de pessoas
ficaram avaliando esse plano de maneira muito especial.
Como resultado, trinta homens do povo (que também eram Mestras Ascencionados, como,
aliás toda a população venusiana) compareceram ao Palácio, individualmente ou em grupos
organizados, para apresentar uma proposta deveras interessante: não acompanhar Sanat durante
o exílio mas, simplesmente, preparar-lhe a ida construindo a Shamballa terrestre.
Trocando em miúdos: aqueles Mestres se ofereciam como construtores da nova
Shamballa. Arquitetos, engenheiros e até trabalhadores braçais – sim, como peões. Seriam
pedreiros, carpinteiros, ladrilheiros, decoradores, escultores, ourives, artesões e até mesmo
jardineiros (já pensando nos jardins da matriz venusiana, que também seriam reproduzidos na
colônia terrestre), enfim, para para toda obra. Começariam com a terraplanagem do terreno,
cavariam os alicerces (que também comportariam uma Câmara Mater), levantariam as paredes,
os palácios, os templos, nas exatas dimensões dos que compunham a cidade-matriz, com os
mesmos pisos de mármore e detalhes de ouro puríssimo nas fachadas e no interior, as mesmas
avenidas, os mesmos pátios, pontes, as mesmas fontes, as mesmas árvores e flores nos jardins,
os mínimos detalhes. Enfim, eles se comprometiam a construir a réplica, exata e perfeita, de
Shamballa na Terra, pois essa cidade é, de fato, o modelo de uma moradia digna do Ancião dos
Dias e uma sede apropriada para uma Loja Branca planetária. Declararam-se prontos para ir à
Terra e só retornar quando a missão estivesse plenamente cumprida, isto é, quando Shamballa
estivesse pronta, esperando por Sanat Kumara. Aí, sim, eles voltariam a Vênus para ficar.
Tudo isso em nome do Amor – que não admite réplicas nem recusas, que abre todas as
portas, que se impõe...
OPERÁRIOS BENDITOS:
NESTE TEMPO DE RESGATE, PREPAREM-SE PARA A CONSTRUÇÃO DE SUA
SHAMBALLA INTERNA! É A ÚLTIMA CHAMADA, POIS OS ASTROS TRANSITAM NO CÉU,
IMPERTURBAVELMENTE, E JÁ COMEÇAM A SE ALINHAR. UMA SECRETA ESTRELA
APROXIMA-SE DE SEU ZÊNITE...
No caso dos kumaras Construtores, eles tiveram o prazo de novecentos anos para
construir a Shamballa terrestre. O plano para a sua vinda à Terra foi o seguinte: encarnar-se como
filhos das almas mais evoluídas do planeta, e, aqui na matéria, executar a sua obra abnegada.
Naturalmente, as almas mais evoluídas estavam concentradas em Agartha, na cidade de Létha.
Só que, a esta altura dos acontecimentos, vários agarthinos já haviam escolhido emigrar do
planeta, preferindo recomeçar a vida em um mundo digno. Era de seu direito, e aí, a Fraternidade
Branca, através da Hierarquia Jardineiros do Espaço, providenciou o seu translado. Com isso, a
população de Létha ficou reduzida à metade, na qual estavam incluídas as crianças.
Dessa metade, apenas dois casais, numa primeira instância, estavam em idade e
condições de gerar filhos, cada um desses dois casais foi, então, selecionado para gerar cinco
filhos – os venusianos Construtores. Sendo assim, os outros casais que poderiam propiciar a
encarnação dos kumaras só poderiam ser os residentes da superfície; dentre os homens-
macacos, então, foram pinçados aqueles que, em tempos pretéritos, haviam morado em Létha...
Contam os anais esotéricos que, para espíritos tão límpidos e tão altos como eram os
kumaras Construtores, essa encarnação foi dolorosíssima. Era assim como mergulhar num mar
de lama, e aí permanecer submerso, quase sem condições de respirar, e ainda por cima sem
condições, até, de lembrar o compromisso de construir Shamballa, pois o véu do esquecimento
envolvia tudo e parecia pesar toneladas.
Dizem que, chegado o momento de mergulharem naqueles corpos físicos tão primitivos,
eles invocaram o seu próprio Cristo Interno aflitivamente. Essa oração ficou gravada na atmosfera
da negra Terra, e era a seguinte:
INVOCAÇÃO MAIOR
Da Presença Sublime em nossos corações,
Ó cristo, ó Redentor,
Recebe a chama ardente do nosso grande amor!
Da Presença Real que coroa as nossas mentes,
Ó Cristo, ó Potentado,
Acolhe a luz nascente e o poder despertado!
Do tímido embrião da nossa inteligência,
Ó redentor, ó Santo,
Fabrica o Teu bordão, manda tecer Teu manto!
Porque queremos fechar para sempre a porta ao mal,
Ó Cristo, ó nosso Irmão.
Mostra-nos Tua face e estende-nos a mão!
Que a Luz, o Amor e o Poder do Pai
Se manifestem por Teu intermédio
Sobre nós, em nós e por nós
Eternizando o Plano sobre a Terra!
Amém!
Dizem que, em corpo carnal tão precário, os Construtores tiveram uma dificuldade enorme
de se lembrar de sua identidade e, conseqüentemente, do trabalho que deveriam realizar. Que a
imagem da Shamballa venusiana – com a Câmara Mater, o suntuoso Palácio de Sanat Kumara,
os belos jardins etc – aparecia-lhes em sonhos... Mas que sonhos eram esses, que eles não
sabiam nem explicar?! Que não sabiam sequer colocar em palavras, pois a linguagem humana
(pelo menos na superfície do planeta) estava reduzida apenas a urros e grunhidos? Apesar disso,
como que atraídos por um ímã poderosíssimo e irresistível, e em estada quase de sonambulismo,
eles percorriam grandes distâncias até chegar à Ilha Branca, em Gobi. Lá, aí sim!, ao se
encontrar com os outros kumaras que também chegavam ao local de maneira quase sonâmbula,
a memória voltava como num passe de mágica, e eles se entregavam à sua Divina Construção.
Como acontece com qualquer pessoa que se dispõe a erguer uma Obra de Luz neste
planeta, os Construtores venusianos enfrentaram uma cruel perseguição por parte da Inteligência
da Loja Negra. Era só eles começarem a Obra que os Senhores das Sombras acirravam ao
máximo a violência dos homens-macacos das regiões circunvizinhas, transformando-os em feras
perigosas, sedentas de sangue. Armavam-nos de paus, pedras, objetos contundentes e, acima de
tudo, de uma tremenda gana assassina. Da mesma maneira inconsciente com que os
Construtores chegavam ao local da Obra, também os títeres da Loja Negra percorriam grandes
distâncias para lá chegar. E a luta que então se seguia era mortal. Não raro, ao seu término, os
trinta venusianos ficavam estendidos no chão, com os Crânios esmigalhados e cobertos de
poeira...
Mas quais flores do deserto, que conseguem vingar mesmo no meio de toda aridez, eles
teimavam em renascer e dar continuidade à Santa Construção.
Assim, em passo tão lento e com a Loja Negra em seu encalço, encarnação após
encarnação, os kumaras conseguiram finalizar a construção da sua amada Shamballa.
Comparando a sua obra com o modelo original que lhes ardia na memória, verificaram que sua
missão estava cumprida: a cópia nada ficava a dever ao original.
Foi o tempo exato. Ao olharem para o céu, perceberam que determinados astros estavam
alinhados de uma maneira toda especial e que a Estrela aproximava-se de seu zênite.
Neste Eterno Agora, está começando um grande Resgate planetário...
Capítulo 27
A HORA DO RESGATE
Chegou o Dia. Aproxima-se a Hora: a Estrela prometida encaminhava-se para seu zênite.
No escuro planeta Terra, a devastação é quase completa: o eixo ainda está muito inclinado,
a lei da gravidade é um peso enorme, a neblina do esquecimento da Lei cobre tudo feito mortalha,
o meio-ambiente e o clima apresentam sinais seriíssimos de desequilíbrio, cataclismos sacodem a
crosta terrestre, e, principalmente, a violência atinge o seu auge... A morte e a desintegração,
pois, parecem inevitáveis.
Por outro lado, também existem os seres que, há muito tempo, na superfície da Terra, vêm
preparando as veredas para a vinda do Senhor; durante o evento iminente, de importância tão
transcendente para o destino da humanidade e do planeta, esses Auto-Construtores funcionarão
como um ancoradouro físico para a energia tão vigorosa, e ao mesmo tempo tão sutil, que está
prestes a aportar no escuro solo planetário. Além disso, no mundo intraterreno de Agartha,
também há pessoas conscientes, que acompanham o desenrolar dos acontecimentos com o
maior interesse. Há expectativa, mas não ansiedade. Nas almas despertas, há um anseio
profundo de Fraternidade Universal e, acima de tudo, confiança na Luz, na Paz, em Deus! Sim,
em Deus!... Tanto na superfície quanto no interior oco do planeta, todos os olhares mantêm-se
fixos no céu.
Nisso, em algum lugar do cosmos, soam doze badaladas. Sim, é Hora!
Do coração do planeta Vênus, então, irrompe uma Estrela de forte coloração rosa, que
atravessa aquele solo planetário aparentemente tão inóspito, atravessa as nuvens que
misteriosamente o envolve, e então se dirige á Terra, numa velocidade superior a de qualquer
cometa. Os espectadores que perscrutavam o céu imediatamente a identificam: é a Estrela de
Shamballa, porque tem nove pontas (o Poder de 3 x 3), um triângulo dourado (a trindade) no
centro, e mais uma estrelinha azul, de cinco pontas (o símbolo do Homem Evoluído, do Homem-
Cristo) no centro de tudo.
Os conscientes espectadores também percebem que, no momento seguinte ao do disparo
da Estrela de Shamballa, que parte para a Terra como um bólido, aparecem no céu milhares de
pontinhos brilhantes. Como estrelas de menor envergadura, esses pontinhos começam, então, a
se locomover no céu com velocidade superior a de qualquer aeronave terrestre, e se posicionam
de modo a formar um séqüito para a Sagrada Estrela de Shamballa.
A despeito da grande distância física, os espectadores dotados de perfeita audição, ouvem
claramente o seguinte:
- Ás suas ordens, Comandante Zeewin!
- Ás suas ordens, Comandante Korton!
- Ás suas ordens, Comandante Ashatar Sheran!
Por fim, uma voz profunda (identificada por muitos como sendo a do Comandante Ashtar
Sheran) repercute nas almas de todos os que assistem ás evoluções dos pequenos pontinhos
brilhantes no espaço:
- Estamos todos às suas ordens, Radiantíssimo Samana! Sim, estamos prontos...
O cortejo estelar vai desenvolvendo a sua rota pré-estabelecida, até que, no ponto exato
que corresponde na Terra ao Deserto de Gobu, a Estrela de Shamballa se choca com aquela
outra estrela, que, até então, vinha sinalizando a iminência desses acontecimentos. Da fusão das
duas, resulta um facho de Luz tão radiante que seria impossível descrever, pois é uma Luz que
não é deste mundo e que, portanto, não pode ser distinguida pelos olhos físicos.
O facho de Luz se precipita, feito cascata, bem no coração do Gobi, e aí se instala,
exibindo, enfim, aos olhos físicos de todos os resgatáveis a sagrada presença de Shamballa, a
Matriz do Fogo. E, logo após, como que num efeito dominó, também se iluminam todos os demais
Centros de Luz intraterrenos e intraoceânicos – torna-se, assim, perfeitamente visível a Rede
Magnética da Terra, tecida pelos Senhores da Criação, vitalizada pelo Excelso Sanat Kumara no
Grande Sacrifício que acabou durando milhões de anos, e supervisionada pela Hierarquia
denominada “Os Nove Anciões”, da Constelação de Órion.
Sim, milhões de anos já se passaram desde a chegada do Ancião dos Dias a este umbral.
Além de Ibez e de Shamballa, existem, hoje, dezenas de outros grandes Centros de Luz brilhando
no seio da Terra de acordo com o Plano de Evolução deste planeta; e há também, além de Létha,
muitas outras progressistas cidades intreterrenas. Tudo isso é o resultado da semeadura de Sanat
Kumara. Todos nós nascemos de seu Amor... e, nesta hora de Resgate, abençoado seja o seu
sagrado Nome!
Agora, em lugar de Sanat Kumara, como Regente desta grande Operação Resgate, está
aquele que outrora conhecemos por Joshua ben Pandira, o nosso Rabi da Galiléia, que hoje
muitos chamam de Samana; nada se faz sem sua ordem ou consentimento. No lugar dos
kuymaras que, outrora, desempenharam um papel importantíssimo na construção e sustentação
de Shamballa, há os seres pertencentes à Confederação Intergalática – e estes tanto podem ser
Mestres quanto Irmãos extra ou intraterrestres. E entre as resgatáveis/almas despertas hoje,
encontram-se tanto os terrestres quanto os estrangeiros que aqui vieram aprender o Amor e
acabaram enredados na teia viscosa da ilusão – mas, a propósito, eu quero enfatizar que todos
nós, independente de onde nos encarnamos pela primeira vez, somos Filhos das Estrelas, Filhos
do Cosmos, e que cada planeta deverá ser, para nós, apenas um mero albergue. A verdadeira
Pátria é lá em cima, no Espírito, o estado de Consciência mais sutil.
A Rede Magnética da Terra está agora exposta e novamente iluminada; puxada pela
Fraternidade de Órion, através d’Os nove Anciões, essa rede recolherá os resgatáveis no
momento certo, conduzindo-os a lugar seguro... Por causa desta informação, eu peço que, a partir
de agora ninguém se refira mais a Órion como o Caçador e, sim, como O pescador (de almas).
Sim, eu peço isto encarecidamente.
Depois do Grande Sacrifício do Ancião dos Dias, a presente Operação Resgate é um
passo decisivo para a evolução da humanidade e do planeta. Até pelo movimento do sistema
solar em direção ao núcleo da galáxia, e da galáxia em direção ao Sol Central, sabe-se que a
Hora é esta! A primeira etapa é a de purificação global, é a de limpeza profunda; toda a lama que
estava é escondida até agora vem à tona para ser transmutada. Que ninguém se preocupa,
portanto, com a aparência do recrudescimento do mal, porque é assim mesmo: neste último
embate aqui na Terra, a Loja Negra, em perigo de vida, empunha todas as suas armas; a
violência explode numa intensidade inusitada; as dificuldades, estas parecem quase
instransponíveis... É assim mesmo. Porém, depois que a ferida estiver exposta com toda a
crueza, aí, sim, virá a Cura. Virá a ressurreição.
O resgate vai abranger todos os reinos que aqui se desenvolvem. Mestre Djwhal Khul:
“Todos os corpos animais serão firmemente refinados e, no caso da humanidade, refinados
conscientemente e, assim, trazidos a um estado de desenvolvimento superior e mais
especializado. (...) Haverá como conseqüência desta acelerada evolução, a rápida destruição de
certos tipos de corpos animais. Desaparecerão os corpos humanos de muito baixa qualidade,
causando mudança geral nos tipos raciais em direção a um padrão superior. Muitas espécies de
animais também se extinguirão, e estão hoje se extinguindo; daí a crescente ênfase na
preservação dos animais e o estabelecimento de reservas de animais de caça”.
Já está faltando água no mundo? Então o problema tende a tornar-se crucial. Mas,
enquanto isso, o processo de limpeza estará ocorrendo; a lama estará sendo retirada. Quando
isso se consumar, aí novas fontes irão surgir. E a água – bendita, purificadora, regenerada – fluirá
abundante, com propriedades que atualmente não tem.
Quanto aos não resgatáveis, o ilusório drama dos Exilados de Capela voltará a se repetir;
só que, obviamente neste caso, serão exilados da Terra. Pois assim como, outrora, a Terra serviu
de escola-laboratório para os capelinos e outros tantos estrangeiros, atualmente um outro planeta,
já reservado pela Hierarquia dos Jardineiros do Espaço, está aguardando os relatórios da Terra...
Mas, independente da aprovação ou da reprovação que cada um obtiver nesse processo
de erradicação definitiva do chamado mal cósmico neste planeta, para tudo e para todos que
vivem na Terra, este Resgate será a grande chance de evolução. Ao final do processo, eu
garanto, haverá, na Terra, uma Nova e Radiante Manhã, tão bela quanto uma aurora boreal...
Pois para sempre será fechada a porta onde mora o mal, e a luz, o Amor e o Poder
restabelecerão o Plano na Terra!
Capítulo 28
A VITÓRIA DA OPERAÇÃO RESGATE
De repente, eu me encontro sentada sobre uma fina almofada de veludo escarlate, numa
sala ampla, de chão de mármore claro. Que lugar é este? Não sei dizer... Só sei que, à minha
extrema direita, há uma janela larga, aberta de par em par; através dela, ao longe, vêem-se
algumas montanhas, rajadas de neve, e no interior do aposento a claridade é total; além disso, a
temperatura é perfeita e aconchegante. À esquerda, posso distinguir um piano de cauda com uma
banquetinha reservada ao músico. Às minhas costas, não sei o que há, pois em nenhum
momento me volto para trás. E à minha frente... Sim, à minha frente, está a Luz: Mestre Morya.
Sentado numa cadeira de espaldar alto, ele veste uma roupa que, obviamente, não é de
fabricação humana; trata-se de uma “veste sem costuras”, para usar a terminologia bíblica – uma
espécie de macacão, porém não inteiriço. No peito, há bordados, também na cor branca,
formando um desenho bem interessante. Usa o tradicional turbante.
Inclino-me reverentemente diante de sua magna Presença; num gesto instintivo, estendo
em sua direção as mãos abertas, como se querendo tocar, de leve, aquela Paz Profunda que dele
se irradia. Lentamente, meu olhar vai-se erguendo, até parar no Coração de Morya.
O Coração do Mestre é um sol radiante. Seus raios brilham ainda muito além dessas
paredes. Não há limites, agora percebo, não há tempo nem espaço que nos separe da Fonte.
Compreendo, então, que a temperatura aqui desta sala é assim tão tépida e aconchegante
apenas por um motivo: é porque nela brilha este Sol-Coração.
O Coração do Mestre é um portão interdimensional, permanentemente aberto; através
deste portão, muitos outros se abrem, milagrosamente. É também uma ponte que liga este
universo a um outro, feito de puríssima Luz e que – incrível! – sempre esteve aqui, agora, ao
nosso dispor. É um Merkabah, uma Carruagem de Fogo. É um vórtice pulsante de Fogo, de Vida,
de Amor! É uma Arca da Aliança. É...
As palavras cessam, dando lugar a um Grande, Grande, Grande Silêncio.
Em toda sinfonia, existe a pausa, que tem uma função importantíssima na composição
musical e faz parte da melodia. Diante de Morya, houve um largo período de Silêncio. E no
espaço desta ficção exatamente aqui neste ponto, o Silêncio terá que ser mantido, pois tem uma
função importantíssima na preparação do Resgate. Eu não vou, não quero e não posso mutilar
esse Silêncio descrevendo-o com palavras. Porque é neste momento sagrado, neste Eterno
Agora, plasmado no akasha, que a minha alma, enfim, conseguiu permanecer absolutamente
quieta, silenciosa, diante do Espírito e da Luz de Deus que Nunca Falha.
Assim, por alguns momentos, vou-me retirar das páginas deste livro, de modo a preservar
este momento mágico: de puro silêncio, olhando para Morya e me alimentando de sua Luz
maravilhosa... Enquanto isso, vocês leitores da minha alma, podem ir lendo o belíssimo texto de
Tagore e Gibran (Deslizando Sabiamente na Luz) que agora se segue. Sugiro que o leiam, com
muito amor, para o seu próprio Mestre, e que, ao final, também guardem a quietude tão
necessária nesta época de Resgate. Dessa forma, estaremos nós – autores e leitores – uncidos
em perfeita fraternidade, contemplando juntos o Espírito e a Luz de Deus que não falha nunca e
que está especialmente ativa nestes tempos aparentemente tão sombrios.
Não sei como tu cantas, ó meu Mestre, mas ouço-te sempre em silente deslumbramento. A
Luz da Tua música ilumina o mundo. O Sopro da Vida, a torrente santa de Tua voz atravessa
qualquer obstáculo, e espalha-se por toda parte. Espero para Te ouvir.
Enquanto espero, também canto uma música que não foi cantada hoje. Passei dias
afinando meu instrumento. E eu à espera!... O compasso não deu certo, embora havendo no meu
coração a vontade e a certeza do Eterno.
Ainda não escutei Tua Voz, tendo ouvido apenas o som dos Teus passos em frente á
minha porta. Vivo sim, na esperança de encontrar-Te; sei que, quando isso acontecer, me sentirei
grato e generoso para com a Vida.
Dia após dias, vais tornando-me merecedor das simples e grandes dádivas que a mim
chegam sem que eu pela. E eu aprendi a cantas os Teus cantos. Na Tua sala, sei que tenho um
assento reservado.
Compreendi que tive meu convite para o Festival do Mundo. Por isso, minha vida tornou-se
abençoada. Minha parte nesta Festa foi tocar o instrumento a Tua face, ouvir a Tua música e
oferecer-Te a minha saudação silenciosa? Estou apenas esperando o Amor para poder
abandonar-me inteiramente em Tuas mãos.
Sei que, certo dia, a flor de lótus chegou até mim. Eu, nesse momento, vagava incerto, e
não notei sua chegada. No meu cesto vazio, a flor ficou abandonada. De vez em quando,
despertava sonolento, sentindo vestígio do seu suave perfume, mas eu continuava sonolento...
Não sabia, não percebia que ela estava tão perto, e que a sua doce lembrança florescia no fundo
do meu coração.
E, ao perguntar pelo Amor, todos, á sua maneira, diziam saber onde ele se encontrava – o
velho, o moço, o rico, o mendigo, o cego. Em resumo, todos declaravam: o Amor é o
conhecimento divino que dá ao homem o poder de saber tanto quanto os Deuses, e é a única flor
que desabrocha sem a ajuda das estações.
Continuo esperando...
Nesta espera, aproveito para oferecer a Ti, Mestre, minha contida oração: Arranca de meu
coração a raiz da avareza! Dá-me forças para suportar as minhas alegrias e tristezas! Dá-me
forças para fazer o meu Amor frutificar em devoção, para louvar-Te! Forças também dá-me,
Mestre, para nunca desdenhar dos pobres e nem dobrar o joelho diante do poder insolente! Dá-
me forças para elevar o meu espírito muito acima das frivolidades cotidianas, e dá-me forças para
submeter, com Amor, a minha Força à Tua Vontade!
Julguei que minha procura havia acabado, que o tempo para mim se havia esgotado, mas
descobri que a Tua Vontade não conhece limites em mim! Onde os velhos caminhos se perdem,
um Novo País se revela, com suas inúmeras maravilhas.
Sento-me na relva, contemplo o céu, e sonho, desde a aurora até o crepúsculo, com o
súbito esplendor da Tua vinda, fico sentado, e sei que, de repente, chegará o momento feliz em
que te verei e ouvirei o Teu canto. Enquanto isso, rio, canto, e o ar vai-se enchendo de um
perfume cheio de promessas...
O repouso faz-me muito bem. Finalmente desperto, acordando do torpor que me invadiu
tantos dias e tantas noites.
Quando abri os olhos, eu Te vi, de pé, diante de mim, inundando o meu sono com o Teu
sorriso. Como eu temera que o caminho fosse longo demais e fatigante, e que fosse mais dura a
luta para chegar a Ti!
Toquei, finalmente, o meu instrumento. Em cantando, a minha melodia chegou aos Teus
ouvidos. Da semente plantada, nasceu a flor do Amor! Minha cantiga simples juntou-se à Grande
Melodia do Mundo...
Ao chegares, simplesmente me perguntaste: “O que tens para me dar? E que capricho foi
esse de abrires a palma da mão para pedires a um pedinte?! Fiquei confuso e indeciso. Então,
retirei da minha sacola pequenos grãos de milhos e Te ofereci. Para minha surpresa, havia grãos
de ouro, e, ao entregá-los a Ti, esta foi a minha dádiva. Sem que eu pedisse, cantaste, então, a
mais maravilhosa música, para que eu, finalmente, absorvesse a Luz da Tua voz.
Declarei, neste momento: “A ti, e sempre, repetirei em meu coração: procurei-Te, Mestre,
em minha vida, com as minhas canções. Foram elas que me levaram de porta em porta, e
ajudaram a me encontrar comigo mesmo. Foram as minhas canções que me ensinaram todas as
lições que aprendi. Elas mostraram os caminhos secretos e puseram diante dos meus olhos
infinitas estrelas no horizonte do meu coração. Deixa que todos os cânticos e suas diversas
harmonias se unam numa só nota, e deslizem para um Mar de Silêncio, numa única saudação a
Ti, Mestre – como um bando saudoso de aves voltando à noite para os seus ninhos!... Sim, deixa
que a minha vida toda siga a sua viagem eterna, numa única saudação a Ti!
Como eu previra, o leve deslizar na Luz fez muito bem a todos. O Silêncio, agora, é
interrompido de forma muito espontânea, numa saudação ao nosso Mestre ou mentor:
- Minha saudação a Ti, Saint Germain! – Diz alguém, que andou deslizando na Luz de
patins.
- Minha saudação a Ti, Mestre Jesus! – diz outro, com igual devoção.
- Minha saudação a Ti, Mão Maria! – diz um terceiro, e, em seus lábios, o nome Maria
reverbera como um mantran, de poder infinito e doce...
- Minha saudação a Ti, Morya – digo eu, com uma alegria que não tem mais tamanho
porque, enfim, depois de tanto tentar afinar este instrumento tão rebelde e tão danado, estou
diante da Presença do meu Mestre...
Inúmeros outros Grandes Seres estão sendo invocados, em Silêncio, nesta Hora de
Resgate, pelas poucas almas despertas da Terra, os homens e mulheres de boa-vontade. É essa
invocação é imprescindível, pois os Mestres são nossos Irmãos Maiores: já percorreram os
caminhos que agora trilhamos e sagraram-se vitoriosos. Eles vêm socorrer aqueles com quem em
nome do Amor e da Compaixão; para isso, empenharam sua vida. Sua experiência nos é de
grande valia, e a nossa obediência tem que ser irrestrita porque ela reflete a nossa entrega ao
Plano de Evolução Universal. Quando saudamos um Mestre, um desses Grandes Irmãos,
estamos saudando o Cristo personificado, o Messias Redentor, e a ponte que nos conduz ao
Supremo.
É lógico que é impossível relacionar, neste capítulo, todos os Grandes Irmãos – terrestres,
intreterrestres e extraterrestres – que já foram mobilizados para esta Operação Resgate, porque
eles são muitos; graças a Deus são inumeráveis! Mas, por outro lado, isto não tem importância
nenhuma. De fato, não importa que se mencione Este ou Aquele, porque, na verdade, todos eles
são UM. Desde há muito, eles superaram a nesquinha separatividade humana e alcançaram a
Unidade do Espírito; eles SÃO a Grande Irmandade Branca e trabalham pela Confederação
Intergalática. Todos eles são Cristos Radiantes; todos eles são UM!
E eis que se cumprem as Escrituras: por acaso não foi profetizado o reaparecimento de
Cristo, que haveria de se fazer visível nas nuvens do céu? Recorde-se, então, de que esta
Operação Resgate está sendo coordenada por aquele que se conheceu como Jesus de Nazaré,
com muita propriedade identificado como Cristo, e que hoje esta sendo chamado e Samana; sob
sua direção, todos os Comandos – Cristo cada um deles – em algum momento tornam-se visíveis
com suas naves multicoloridas (Aves Radiantes), nos céus de todo o mundo... Mas, visíveis ou
invisíveis no seu leve deslizar pela Luz, eles estão sempre anunciando a Boa Nova para todos
aqueles que têm o olhar fixo no Alto! Eles dizem assim: “Cristo voltou! Organizem-se e venham
adorá-lo! Com a Sua Luz, todos juntos – nós, que viemos das estrelas ou então de Agartha, e
vocês, que ainda estão presos na terra – podemos abrir muitos outros portões interdimensionais!
Mas, para isso, é preciso que nos unamos, em perfeita irmandade.”
O Cristo voltou. E, como era de se esperar, Ele vem para numa primeira etapa, resolver
três problemas cruciais da humanidade: o do sexo (finalmente, o trono de Lilith será destruído!), o
da propriedade (e, por extensão, toda a energia monetária que circula no planeta) e o da morte
(porque o homem tem que recuperar o direito à imortalidade).
O Cristo voltou, e não mias devemos procurá-lo no corpo de apenas um indivíduo: agora já
temos condições de entender que Ele é o princípio que anima a todos - a mim, a você, a ele e a
ela, a nós. Pois é Consciência, é Essência. E na função de Messias, o Cristo, hoje, é Coletivo.
Sua doutrina, prática, é a Fraternidade. Nós, aqui da terra, precisamos nos organizar.
Em sentido figurado, pode-se dizer que, por ser Shamballa a Fonte, Matriz do Fogo, todas
as naves de salvamento partem e retornam a Ela. E quanto aos locais do Resgate, que cada um
consulte o seu coração flamejante, já preparando para servir à Lei: além de servir de bússula, ele
abriga o mapa completo de toda a operação de salvamento...
E se a resposta ainda estiver nublada, não se preocupe: no caso de um perigo real e
iminete, as naves têm o poder de nos desmaterializar e reconstruir os nossos corpos, salvos, e
ilesos, no interior das naves de Resgate ou em alguma cidade de Agartha. A propósito, vale
recordar as palavras do Salmo 23: “O Senhor é o meu pastor; nada me faltará. Deitar-me faz em
verdes pastos, guia-me mansamente a águas tranqüilas... Ainda que eu andasse pelo vale da
sombra da morte, não temeria mal algum”. E, quanto à presença dos Merkabans, as Carruagens
ou Naves de Fogo, aqui na Terra, não há novidade nenhuma: elas são tão antigas... E sucedeu
quem indo eles andando e falando, eis que um carro de fogo, com cavalos de fogo, os separou
um do outro: e Elias subiu ao céu num redemoinho. (11 Reais, 2, 11) O resgate está sendo
inteiramente orquestrado por Cristo-Samana e executado pelo Messias Coletivo (milhares e
milhares de Cristos)... Pode haver erro?!
Minha saudação a Ti, Sanat Kumara e Sua Divina Corte!
Minha saudação a Vós, Grandiosas Hostes da Loja Branca, por Vosso auxílio desde há
muitos éons, e por essa bendita Triangulação!
Como é em cima, também é em baixo... Se, lá em cima, nos patamares superiores de
Consciência, as Ordens Brancas freqüentemente (ou sempre?!) trabalham em esquema de
triangulação, o mesmo pode acontecer aqui, na terra, Meu testemunho pessoal a respeito: Eu
faço parte de um reduzido grupo de pessoas por orientado por Mestre Morya. Certa feita, o grupo
estava empenhado em trabalhar espiritualmente para a solução de um grave problema mundial,
e, qual não foi a nossa surpresa quando nos foi mostrado que o nosso grupo, aqui no Rio de
Janeiro/Brasil, estava ligado energeticamente, num nível imaterial, a dois outros: um deles
localizado na Itália, e o outro, na China, formando assim, os três, um triângulo de força e energia.
Ignoro se esta formação triangular se manteve em outros trabalhos por nós desenvolvidos, e
também ignoro (como, aliás, os demais integrantes do grupo) a identidade e a localização exata
desses irmãos italianos e chineses; é, eu nunca soube. Porém, eu vi, com absoluta clareza, que a
força do nosso trabalho grupal foi extraordinariamente ampliada por conta desse triângulo
providenciada pelo Mestre.
No mais, devo acrescentar que a Fraternidade Branca trabalha, atualmente, apenas com
grupos, e não mais com indivíduos isolados (salvo raríssimas exceções). Não há mais espaço
para individualidades; o isolamento não é mais tolerado. A lição desta época é: fraternidade,
corretas relações humanas. E as palavras-chaves são: encontro, comunicação, partilha,
comunhão. O Mestre Djwhal Khul, inclusive, prescreve para os membros dos grupos esotéricos o
seguinte Mantran de Unificação: “Sou um com os meus irmãos de grupo. Tudo o que tenho é
deles. Que o Amor da Alma flua em sua direção! Que a fortaleza que em mim reside os eleve e
ajude! Que o pensamento que a minha alma cria chegue até eles e os alentem!”
Minha saudação a Vós, jardineiros do Espaço, responsáveis pela criação das raças
humanas!
Uma nova Raça humana está para surgir na face da terra. Mestre Morya, com muito bom
humor, adverte: “Não pensemos que a próxima Raça cairá do céu com asas cor de rosa. Não,
aqui também não se pode prescindir de um laboratório. Nós saudamos se os pensamentos sobre
a transfiguração da raça já agora estiverem fortalecidos.”
Atenção: ele falou de transfiguração da raça. Não se trata, portanto, de nenhuma nova
Raça, especial e eleita, que vai cair do céu feito granizo. Não! A próxima Raça seremos nós
mesmos, devidamente transmutados, dulcificados pelo Amor e, acima de tudo, receptivos á voz
das hierarquias de Luz.
Minha saudação a Ti, Fraternidade dos Anjos, dos Homens e dos Elementais!
Minha saudação a Ti, bendita Alma do Mundo, que foi tão conspurcada pelos homens, mas
que agora já se prepara para uma total purificação (Quão diminutas ficarão as terras da
superfície!)
Minha saudação a Ti, gloriosa Alma do Mundo, já livre de todo pecado, dor e morte, neste
Eterno Agora!
AMÉM!
Congratulo-me, com profunda Alegria e Amor, com cada um que está desperto,
caminhando ao meu lado, neste campo de batalha, nesta Hora... Parabéns pela Vitória! Meus
parabéns a todos vocês!
Mas agora vamos em frente porque Morya está chamando...
FIM