Manual de CFTV 1 Completo

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CURSO DE CIRCUITO FECHADO DE TELEVISO 1

MANUAL DO ESTUDANTE Instrutor: rik Pinto

Apresentado em Portugus pela:

ndice Introduo................................................................................................................. 3 Teoria Bsica de Vdeo............................................................................................. 5 Sistemas de CFTV .................................................................................................. 18 Captao ................................................................................................................. 23 4.1 Cmera............................................................................................................ 23 4.2 Sensor de Estado Slido ................................................................................. 27 4.3 Lentes ............................................................................................................. 39 5. Transmisso ............................................................................................................ 54 5.1 Cabos Metlicos ............................................................................................. 55 5.2 Fibra tica ...................................................................................................... 61 5.3 Outros Meios .................................................................................................. 65 6. Exibio .................................................................................................................. 67 7. Gravao................................................................................................................. 71 7.1 Gravador de Lapso de Tempo - GLT ................................................................... 73 7.2 Gravador de Digital de Vdeo - DVR................................................................... 77 7.3 Gravador de Digital de Rede - NVR .................................................................... 85 8. Sistemas Complementares...................................................................................... 88 8.1 Amplificador Equalizador de Vdeo............................................................... 88 8.2 Distribuidor de Vdeo ..................................................................................... 90 8.2 Comutadores................................................................................................... 92 8.3 Divisores de imagens...................................................................................... 93 8.4 Multiplexador de Vdeo.................................................................................. 93 8.5 Deteco Inteligente de Movimento............................................................. 100 9. Iluminao ............................................................................................................ 105 10. Glossrio........................................................................................................... 118 11. Referncias Bibliogrficas e Fontes de Consulta ............................................. 123 1. 2. 3. 4.

1. Introduo
Segundo Nonaka, existem dois tipos de conhecimento, tcito e o explcito. O conhecimento tcito subjetivo e um conhecimento baseado em experincia e que normalmente difcil de ser expresso em palavras, sentenas, nmeros ou frmulas, na maioria das vezes devido ao seu contexto especfico. Aqui tambm se incluem habilidades cognitivas tais como crenas, imagens, intuio e modelos mentais, assim como habilidades tcnicas como artesanato e know-how. O conhecimento explcito objetivo e racional. o conhecimento que pode ser expresso em palavras, sentenas, nmeros ou frmulas. Inclui a abordagem terica, resoluo de problemas, manuais e base de dados. A transformao de conhecimento explcito em tcito onde comea a espiral do conhecimento. Esta uma atividade que exige empenho pessoal, e existem inmeras razes que podem levar uma pessoa a realizar esta articulao: Uma necessidade de expresso; A crena em um ideal; Ou uma recompensa financeira.

Como em uma aventura e a aventura do conhecimento uma delas, o melhor ainda est por vir. A indstria do CFTV ainda muito recente. Temos muitos dados, muita informao e um nvel de conhecimento que apesar de expressivo por envolver diferentes disciplinas, como veremos a frente, ainda pode ser considerada nova. E deste modo, com praticamente tudo para ser feito, ainda. O conjunto de informaes presentes neste trabalho representa uma parte muito pequena deste universo, no entanto tm o potencial de abrir portas para um brilhante futuro, onde no apenas se obtm a recompensa financeira por um trabalho bem executado, mas representa uma oportunidade para fazermos a diferena no bom sentido da palavra. A distncia que separa a segurana da invaso de privacidade muito tnue e em determinados momentos, difcil de se perceber. Repetindo as palavras que ouvi de um dos meus melhores instrutores em CFTV, nossa responsabilidade contribuir para um mundo mais seguro e tambm nossa responsabilidade respeitar as virtudes que norteiam o bom comportamento do ser humano. Devemos agir com competncia, com tica e com responsabilidade daqueles que detm um conhecimento muito importante.

Boa sorte em sua carreira na rea de CFTV e que voc possa encontrar assim como eu tenho tido a oportunidade de encontrar, uma carreira que vale a pena seguir. Assim como a espiral do conhecimento retorna e ultrapassa o ponto de origem, mas em uma rbita mais ampla e elevada, me vejo de volta ao ponto de partida, pronto para recomear a jornada com esprito renovado. rik Pinto Consultor Tcnico [email protected]

2. Teoria Bsica de Vdeo


Histrico da TV A tecnologia que permitiu a criao da TV como negcio no foi algo criado em um momento da histria. Foi de fato a juno de vrias tecnologias que culminaram na criao das cmeras de vdeo, dos transmissores de imagem e de som e dos aparelhos de TV. A indstria de CFTV tambm nasceu a partir da aplicao de recursos inicialmente orientados para a rea de televiso. Sendo assim, nada mais natural do que buscar conhecer as bases da tecnologia aplicada ao CFTV atravs da prpria histria da TV. Em julho de 1941, a Comisso Federal de Comunicaes Norte-Americana, Federal Communications Commission (FCC), autorizou o funcionamento das duas primeiras estaes de TV em preto-e-branco nos Estados Unidos. Em 1945, existiam nove estaes de televiso autorizadas naquele pas, sendo que seis j estavam em funcionamento. No Brasil, a primeira estao de TV em preto-e-branco foi inaugurada em 1952, na cidade de So Paulo. O Brasil adotou o mesmo padro de TV em preto-ebranco j existente nos Estados Unidos (Padro M). Em 1954, foi definida a verso final do sistema norte-americano de TV em cores, sistema National Television System Committee (NTSC). Inicialmente, as transmisses de TV colorida norte-americanas apresentavam problemas de fidelidade das cores, at por isso o NTSC era chamado de Never Twice the Same Color (Nunca duas vezes a mesma cor). Assim sendo, os pases europeus criaram outros sistemas para resolver o referido problema. Na Frana, surgiu o sistema Sequencial Couleur Avec Mmoire (Secam), e na Alemanha, foi criado o sistema Phase Alternation Line (PAL). Em 1974, o Brasil adotou o sistema PAL de TV em cores, porm compatvel com o sistema de TV preto-e-branco j existente (padro M). Por isso o sistema de televiso comercial no Brasil o PAL-M, assim como o NTSC NTSC-M. O sistema de TV As primeiras transmisses de TV basearam-se no antigo cinema em preto-e-branco. No padro norte-americano, tambm adotado no Brasil, a relao de aspecto da imagem (largura/altura) 4:3, usam-se 525 linhas por quadro e so transmitidos 30 quadros por

segundo. Cada quadro constitudo por linhas intercaladas de dois campos consecutivos, ou seja, existem 60 campos por segundo. A TV em preto-e-branco s foi possvel graas curva de luminosidade relativa do olho humano (Figura 2.1). Pela figura, pode-se observar que as diversas cores visveis, cujo comprimento de onda se localiza entre 400m (milimicro) e 700m , do sensaes de brilho diferentes ao olho humano. Assim sendo, na cmera de TV em preto-e-branco, um feixe eletrnico enxerga a imagem conforme essa curva e cria um sinal conhecido pelo nome de luminncia ou Y. No receptor, o sinal Y superposto a um feixe eletrnico faz com que sejam reproduzidas em uma tela luminescente as sensaes de escuro e claro que foram captadas pela cmera.

Figura 2.1- Curva de luminosidade relativa do olho humano

A Figura 2.2 mostra o princpio da varredura intercalada. No primeiro campo, admitindo-se que no incio o feixe eletrnico est na parte inferior direita da tela, so perdidas 20 linhas para o feixe subir at o canto superior esquerda da tela. O tempo correspondente a essas 20 linhas conhecido como Retorno do Primeiro Campo. A seguir, inicia-se a varredura efetiva do primeiro campo: o feixe traa linhas (percorrendo a tela da esquerda para a direita, e sempre retornando rapidamente para a esquerda) desde a linha 21 at a metade da linha 263, quando se atinge o centro da borda inferir da tela e se inicia o retorno do segundo campo, que tambm corresponde a 20 linhas. Assim, na metade da linha 283, o feixe est no centro da borda superior da tela e inicia-se a varredura efetiva do segundo campo, de tal modo que no fim da linha

525 o feixe volte ao canto inferior direita da tela. Como se pode observar, a informao completa de um quadro obtida pelo intercalamento das linhas de dois campos. Por isso este sistema chamado de varredura entrelaada. Este processo na realidade surgiu para evitar o efeito de cintilao (fliker) que ocorria devido ao desvanecimento do ponto de fsforo no cinescpio (tubo de imagem). Ao ser ativado o ponto brilha, mas com o passar do tempo esse brilho vai diminuindo at que no prximo ciclo esse ponto volta a ser estimulado. Essa oscilao no brilho provocado pelo intervalo entre uma passagem e outra do feixe de eltrons do cinescpio, fazendo com que ocorra a cintilao. Ao se dividir o campo em dois quadros, esse efeito minimizado ao ponto de no se tornar perceptvel. Daquele tempo at hoje a tecnologia do cinescpio evoluiu, mas devido ao padro estabelecido, a prtica se mantm, mesmo quando estamos a frente de outras tecnologias como a LCD e a de Plasma.

Figura 2.2 a - O princpio da varredura intercalada

Figura 2.2b O resultado da varredura intercalada

Varredura horizontal e varredura vertical Como foi visto, conclui-se que a imagem de televiso o resultado de dois sistemas de deflexo: Deflexo vertical o movimento do feixe de cima para baixo, com posterior retorno para cima. Como este movimento corresponde a um campo, conclui-se que a freqncia de deflexo vertical fV = 60Hz. Assim sendo, o perodo da deflexo vertical TV = 16,67ms, sendo que o tempo correspondente ao retorno (20 linhas) de 1,27ms. Deflexo horizontal o movimento do feixe da esquerda para a direita, com posterior retorno para a esquerda. Como um quadro possui 525 linhas e tem-se 30 quadros por segundo, conclui-se que a freqncia de deflexo horizontal fH = 525 x 30 = 15750Hz. Assim sendo, o perodo da deflexo horizontal TH = 63,5 s. A norma prev 16% de TH para o tempo de retorno horizontal, ou seja: 10,16 s.

Figura 2.3a Deflexo horizontal

Figura 2.3b Deflexo vertical

O sinal de vdeo A Figura 2.4a mostra o aspecto do sinal de uma linha horizontal de um sinal de vdeo.O padro que um sinal de vdeo composto possui para um sinal NTSC-M o padro RS170 da IEEE. Durante o tempo de varredura da esquerda para a direita (ver o correspondente dente de serra da Figura 2.3a) enviado o sinal de luminncia Y que pode excursionar entre 10% que corresponde ao branco at 75% que corresponde ao preto. Durante o tempo de retorno horizontal ocorre o apagamento horizontal, ou seja, o sinal fica mais preto do que preto. Durante o intervalo de apagamento horizontal,

a estao envia um sinal conhecido como pulso de sincronismo horizontal cuja funo sincronizar o dente de serra do horizontal do receptor com a estao. A Figura 2.4b mostra o aspecto do sinal de vdeo durante as 20 linhas correspondentes ao intervalo de retorno vertical. Durante esse tempo, ocorre o apagamento vertical de tal modo que as linhas de retorno ficam invisveis. Na Figura 2.4b, os pulsos mais largos enviados nas linhas 4, 5 e 6 constituem o sincronismo vertical cuja funo sincronizar o dente de serra do vertical do receptor com a estao.

Figura 2.4a Aspecto do sinal de vdeo durante uma linha horizontal

Figura 2.4b Aspecto do sinal de vdeo durante o tempo de retorno vertical

Resoluo Todos os sistemas de imagem possuem limitaes. O menor detalhe capaz de ser reproduzido por um determinado sistema denominado elemento de imagem, ou pixel (picture element). A resoluo de um sistema especificada pelo nmero de pixels que ele reproduz. Por exemplo, o antigo cinema de 16mm, do qual se originou a TV em preto-e-branco, possui uma resoluo de 125 mil pixels. No caso da televiso, o menor detalhe capaz de ser reproduzido na vertical seria correspondente espessura de uma linha. Entretanto, dependendo do tipo de imagem a ser reproduzido, nem todas as linhas teriam efeito. Assim sendo, determinou-se um fator estatstico K, chamado de Fator de Kell, que estabelece o nmero efetivo de linhas na vertical. O seu valor K = 0,65. Um quadro de televiso possui efetivamente 485 linhas, pois 40 so perdidas durante o retorno dos dois campos. Ento, o nmero efetivo de pixels na vertical conseguido pela equao 0,65 x 485 = 315. Admitindo-se pixel quadrado, conclui-se que o nmero total de pixels na horizontal seria 315 x (4/3) = 420. Finalmente, pode-se concluir que a resoluo da televiso 315 x 420 = 132.300 pixels, ou seja, praticamente idntica resoluo do antigo cinema de 16mm. O menor detalhe capaz de ser reproduzido na horizontal seria uma seqncia cclica de pixels pretos-e-brancos tais que o nmero total de ciclos seria 420/2 = 210. O desenho 1 mostra qual seria o aspecto do sinal de vdeo correspondente a essa situao. Como o tempo efetivo de varredura 0,84 x TH = 53,34 s, conclui-se que o valor mximo da freqncia do sinal de vdeo obtido a partir da equao (210 ciclos) / (53,34 s) 4MHz. Note-se que, se fosse empregada varredura progressiva, ou seja, fossem enviados 60 quadros por segundo, sem a utilizao de dois campos, o valor mximo da freqncia do sinal de vdeo seria 8MHz.

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Figura2. 5 - Determinao do valor mximo da freqncia do sinal de vdeo

Importante esses valores so para o sistema de televiso que emprega um sistema de transmisso com parmetros de largura de banda e outros fatores, que viso acomodar os diversos canais no espectro de radiofreqncia. No caso do sistema de CFTV, muitas dessas limitaes no se aplicam, no entanto o entendimento desses fatores interessante para aqueles que buscam um conhecimento mais amplo.

Figura 2.6 - Distribuio de freqncias em um canal do padro M

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A TV em cores s foi possvel porque o olho humano possui sensores (cones) predominantes para trs cores primrias: vermelho (R - red), verde (G - green) e azul (B - blue), como mostra a Figura 8. As demais cores so conseqncias de excitaes proporcionais das trs cores primrias. Assim sendo, tem-se: (R+G) = (amarelo); (G+B) = (ciano); (R+B) = (magenta); (R+G+B) = (branco).

Figura 2.7 a - Sensibilidade dos cones do olho humano

Baseada nesse princpio, a estao utiliza uma cmera tricromtica com filtros especiais que analisam a imagem conforme as curvas da Figura 2.7. Criam-se assim trs sinais R, G e B com faixa de 4MHz. No receptor utiliza-se uma tela luminescente com trs feixes que, ao receberem os sinais R, G e B, excitam proporcionalmente as cores vermelha, verde e azul, reproduzindo assim a imagem original.
Amarelo Vermelho

Verde

Branco

Magenta

Ciano

Azul

Figura 2.7 b - Crculo de soma de cores

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O problema da compatibilidade entre TV em cores e TV em preto-e-branco A TV em cores foi implantada aps cerca de 10 anos de existncia da TV em preto-ebranco, ou seja, j existiam milhes de receptores em preto-e-branco no mercado. No incio da implantao, os receptores de TV em cores eram muito caros, e a pequena quantidade de receptores no justificaria a criao de programas em cores exclusivos. Assim sendo, chegou-se concluso de que a melhor soluo seria tornar os dois sistemas compatveis entre si, ou seja: os receptores em cores deveriam funcionar corretamente em preto-e-branco quando recebessem o sinal de uma estao preto-ebranco, e os receptores em preto-e-branco deveriam funcionar normalmente em preto-ebranco quando recebessem o sinal de uma estao em cores. Sinal Y a partir de R, G e B Para satisfazer os receptores em preto-e-branco, a estao em cores deve transmitir o sinal de luminncia (Y). Assim, os trs sinais R, G e B que saem da cmera tricromtica so combinados conforme os respectivos pesos no brilho da imagem obtidos a partir da curva de luminosidade relativa da Figura 2.1, ou seja, o sinal Y obtido atravs da equao: 1. Y = 0,30R+0,59G+0,11B (1) Sinais diferena de cor: (R-Y) e (B-Y) Como os receptores de TV em cores precisam dos sinais R, G e B, a estao de TV em cores alm de transmitir o sinal Y, tambm envia os sinais (R-Y) e (B-Y). Assim sendo, por simples clculos matemticos, o receptor de TV em cores recupera os sinais R, G e B.

Medida de um Sinal de Vdeo Composto O sinal de vdeo como o conhecemos possui 1 Vpp (1 Volt pico a pico)sobre uma carga de 75 ohms. Esses valores foram estabelecidos no incio da indstria da televiso, mas para o CFTV importante saber que o sinal tem os mesmos 1 Vpp (medido do pico de branco at a ponta inferior do sincronismo) em uma carga de 75 ohms. Esse valor de impedncia assegura uma mxima transferncia de sinal, pois a impedncia interna da fonte se equivale a impedncia de entrada do equipamento a ela ligado. Tambm o meio de transmisso deve assegurar um equilbrio de impedncia, sendo tambm 75 ohms ou 13

possuindo um dispositivo que faa a converso, como o caso das interfaces para cabo UTP.
(Vide figura 2.4 a)

Importante para o mundo do vdeo analgico em CFTV, o nvel do sinal de vdeo no era algo que preocupasse, 250 mV a mais ou a menos no incomodava ningum. No entanto quando falamos em vdeo digital, principalmente em sistemas hbridos (analgico + digital em u mesmo sistema), o nvel passa a ser muito importante, por isso saber medir e comparar um sinal de vdeo pode fazer muita diferena. Na TV os valores tm que possuir muita preciso, em nvel, tempo (timming) e fase. Por essa razo foram desenvolvidos modos de medio mais efetivos. O sinal de vdeo tem na verdade 0,286 V de sincronismo (28,6%) para 0,714 V de vdeo (71,4%). Com esses valores quebrados, a medio se tornaria confusa. Deste modo se desenvolveu uma maneira mais eficiente de medio, enquanto se mantinha a proporo original. Esse mtodo o da escala RIE, onde temos 100 unidades de medio para vdeo e 40 unidades de medio para o sincronismo.

Figura 2.8 Medida do sinal de vdeo em IRE

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Figura 2.9 Escala IRE

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Histrico da CFTV Na correta acepo da palavra, a indstria de CFTV surgiu aps a estruturao da TV como negcio, mas mesmo antes disso j se buscavam maneiras de se fazer uma observao remota. Vrias iniciativas utilizando-se outros meios foram feitas. Dentre elas temos como o primeiro registro histrico documentado na Inglaterra da utilizao de imagens para coleta de informaes de segurana, data de setembro de 1913, quando cmeras fotogrficas ocultas na priso de Holloway foram utilizadas para registrar as feies de prisioneiras que se recusaram a posar para as fotos de arquivo policial. Apesar de ainda no ser vdeo, foi sem dvida uma iniciativa que provou o valor da observao remota. Nos Estados Unidos o primeiro registro da utilizao de uma cmera de vdeo data de 1946 quando aps um acidente em na caldeira de um gerador de energia eltrica de 1 MW, percebeu-se a necessidade da monitorao remota dos indicadores do equipamento. A empresa comprou os direitos da patente de um sistema desenvolvido para aplicaes militares na marinha norte americana, que embora possusse apenas 200 linhas de resoluo, permitiu resolver o problema.

Figura 2.10 Verso de 1927 do dispositivo captador de imagens de Farnsworth Fonte: www.ieee-virtual-museum-.org/collection

No incio da dcada de 50 a empresa norte americana RCA introduziu a comercializao dos tubos de imagem Vidicom, que embora tivessem 5 de dimetro, permitiram a fabricao de cmeras que foram utilizadas principalmente na rea de gerao de energia eltrica para a inspeo remota na tomada e sada dgua de usinas.

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Figura 2.11 Vidicons Fonte: www.aade.com/tubepedia/ 1collection/tinycamera.jpg

Nos Estados Unidos a dcada de 60 assim como em outros pases, foi o incio da utilizao do CFTV em maior escala. A utilizao de cmeras de vdeo para segurana pblica tem seu primeiro registro na Inglaterra em 15 de novembro de 1960 quando a Polcia Metropolitana instalou 2 cmeras de vdeo em carter temporrio para observar as pessoas na estao de metr de Trafalgar Square. No ano de 1969 eram 67 cmeras instaladas no pas. Em 1974 foram instaladas as primeiras cmeras para o monitoramento de trfego nas principais vias de acesso a Londres. O prximo marco foi em 1984 com a instalao de cmeras em vrias reas da cidade de Londres para aquilo que conhecemos como hoje como Monitoramento Pblico. As datas indicadas anteriormente fornecem apenas uma rpida amostra do histrico dessa indstria, no ltimo captulo existem alguns links para sites onde os interessados podem buscar mais informaes a respeito. No Brasil a experincia com CFTV relativamente recente e remonta ao incio da dcada de 70. Houve fbricas como a da Philips como a da Sony que produziram cmeras de tubo, assim como indstrias nacionais de pequeno porte. Apenas no final da dcada de 80 que a utilizao se tornou mais comum e conhecida, mas mesmo assim muito mais na rea industrial com aplicaes de suporte a produo e operao. Com a queda nas tarifas de importao e a queda nos preos com a introduo das cmeras CCD, foi que o mercado em geral se abriu para este tipo de tecnologia. Com relao ao sistema de cores, embora a televiso comercial fosse PAL-M, em CFTV o sistemas se firmaram com o padro NTSC. As verses em PAL dos equipamentos costumam causar ainda alguma confuso, no entanto quando se faz meno a PAL, est se fazendo uma referncia a modelos em uso principalmente na Europa, que opera com 625 linhas e 50 Hz, que atende a padres diferentes como o PAL S, G e N. No Brasil operamos com NTSC em CFTV.

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3. Sistemas de CFTV
Um sistema como o nome indica, alguma coisa constituda de partes, ou elementos. Qualquer sistema de CFTV pode ser dividido em 4 partes: 1. Captao; 2. Transmisso; 3. Visualizao; 4. Gravao. No importa o grau de sofisticao ou de simplicidade, esses elementos estaro presentes, a exceo da Gravao que pode ou no ser utilizada. De modo simples podemos ter um sistema de CFTV representado pela figura 3.1.
PHILIPS

PHILIPS

VCR
PHILIPS

Figura 3.1 Sistema simples de CFTV

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Um diagrama mais sofisticado fica por conta da figura 3.2, como exemplo.

Figura 3.2 Sistemacomplexos de CFTV Fonte Bosch Security

Captao ela constituda por uma ou mais cmeras, dotadas de lentes, acondicionadas em uma caixa de proteo adequada ao tipo de aplicao, um suporte fsico para o conjunto e de alimentao eltrica.

Figura 3.3 Exemplo de conjunto de captao Fonte Bosch Security

Transmisso o meio que permitir levar o sinal de vdeo da cmera at o seu destino. Usualmente utilizamos um cabo de vdeo do tipo coaxial, mas pode ser

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utilizado cabo UTP (Par Transado sem Blindagem), Fibra tica e Rdio Freqncia (RF). O formato do sinal pode ser analgico ou digital, determinando quais os meios indicados para o formato em questo.

Figura 3.4 Exemplo de transmisso

Visualizao basicamente onde o sinal vai ser exibido em: Monitores de vdeo para uso individual que variam de 5 a 20 usualmente, de LCD ou TRC (Tubo de Raios Catdicos, vulgo Tubo de Imagem); Monitores para mais de um operador, de 20at 40 usualmente, de TRC, LCD e Plasma; Monitores para audincia (muitas pessoas simultaneamente), formada por cubos de 80 usualmente (Video Wall), que utilizam o recurso de projeo traseira em um anteparo de projeo especial, de uma tela de alta definio com tecnologia LCD (Liquid Crystal Display)ou DSP (Digital Light Processing). Os cubos podem ser agrupados formando grandes telas com mltiplas aplicaes.

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Figura 3.5 Monitor individual Fonte Bosch Security

Figura 3.6 Mau exemplo de um sistema de exibio Fonte Barco

Figura 3.7 Exemplo de cubo de 80 Fonte Barco

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Figura 3.8 Centro de operaes com exibio para audincia Fonte Box-File

Gravao alm da exibio do sinal de vdeo, muito frequentemente temos a


necessidade de armazenar essa informao para utilizao futura. O primeiro processo de gravao efetivo para CFTV foi com base nos gravadores de fita de no formato VHS, gravando sinal de vdeo analgico, com uma resoluo real de 280 TVL (Linhas de Resoluo de TV). Passou-se posteriormente ao S-VHS com resoluo de 400 TVL. Para se acomodar uma gravao de mais de 6 horas (maior tempo de gravao em velocidade ESP), desenvolveram-se os Gravadores de Lapso de Tempo, ou Time Lapse

VCRs, com capacide para at 30 dias de gravao. Com o desenvolvimento da


informtica, surgiram os DVRs (Gravadores Digitais de Vdeo), que convertiam o sinal analgico em digital, gravando em disco rgido. Neste perodo tambm houveram dispositivos dedicados que utilizavam DVD ou equivalentes, mas no Brasil sua presena no foi marcante. Quando o vdeo totalmente digital (IP), utiliza-se o NVR (Gravador de Vdeo de Rede).

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4. Captao

4.1

Cmera

Uma cmera de vdeo um dispositivo eletrnico destinado a captura de imagens em movimento, desenvolvida inicialmente para atender a indstria da televiso, mas hoje com muitas outras aplicaes

Incio, Cmeras de Tubo


As cmeras mais antigas foram as desenvolvidas por John Logie Baird, baseada em um dispositivo eletromecnico chamado de disco Nopkow e que foi utilizada pela BBC em suas transmisses de televiso, ainda em carter experimental na dcada de 1930.

Figura 4.1.1 Idia de funcionamento do Disco de Nipkow Fonte http://users.swing.be/philippe.jadin/nipkowdisk.htm

Na dcada de 1940 uma srie de desenvolvimentos baseados no tubo de raios catdicos, como o Iconoscpio de Vladimir Zworykin e o Dissecador de Imagens de Philo T. Farnsworth, suplantaram o modelo de Baird e se tornaram o padro da indstria at a dcada de 1980 com o aparecimento dos dispositivos de imagem em estado slido, primeiro o CCD e posteriormente o sensor C-MOS. Desde o seu incio, as cmeras de vdeo so utilizadas para duas aplicaes bsicas:

Transmitir imagens ao vivo; Fornecer um sinal de vdeo para ser gravado.

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As cmeras modernas possuem diversas formas, funes e aplicaes, no tendo nada em comum com as primeiras cmeras, a no ser a sua funo bsica. Das aplicaes mais usuais temos:

Cmeras Profissionais ou de Boradcast utilizada pela televiso profissional, jornalismo eletrnico, produo de comerciais e inclusive de filmes com o formato HDTV (TV de alta definio);

Camcorders que combinam um dispositivo de gravao, com fita analgica, digital, HD ou memria de estado slido. Para aplicaes domsticas e profissionais onde no se exige uma qualidade Boradcast, mas se valoriza o contedo, como o caso do jornalismo eletrnico, vdeos institucionais e escola de jornalismo e publicidade;

CFTV geralmente utilizado para segurana e monitoramento remoto, mas com a grande qualidade e performance, tm atingido outras reas de aplicao como a indstria, engenharia de trnsito, meio ambiente, e outros;

Webcams que permite incorporar imagens ao ambiente de computao individual ou coletivo, como o caso da vdeo conferncia. Com a miniaturizao, so encontradas em Lap Tops, Palm Tops e telefones celulares. Com a integrao do vdeo no ambiente de informtica, est havendo uma fuso entre os equipamentos e eliminando separaes de categorias entre os equipamentos;

Aplicaes especiais pesquisa cientfica, robtica, em satlites, sondas espaciais, inteligncia artificial, so alguns exemplos deste tipo de aplicao, onde a faixa de visualizao se estende abaixo e acima da viso humana, com excesso ou ausncia de luz, calor ou frio em excesso so alguns dos ambientes onde esses equipamentos esto sendo utilizados.

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Profissional Camcorder

Industrial Cmera do satlite Hubble

CFTV Cmera robtica

Figura 4.1.2 Aplicaes de cmeras

As aplicaes em segurana como as conhecemos hoje em dia, foram iniciadas com as cmeras de tubo. Existiram vrias tecnologias de tubo, Vidicon a mais usual em CFTV, Orthicon em voga at a dcada de 1960, Plumbicon da Philips que tinha uma relao sinal/rudo superior as demais, Saticon da Hitachi que utilizava um sensor com Selnio, Pasecon, Newvicon, Trinicon da Sony que utilizava o artifcio de um filtor de linhas para gerar uma imagem colorida a partir de um tubo (as cmeras coloridas utilizavam 3 tubos R, G e B para gerar uma imagem em cores), dentre outras de menor relevncia.

Figura 4.1.3 Tubo Vidicon

Tomando como exemplo a figura 4.1.3, o princpio de funcionamento de uma cmera a tubo era baseado em um feixe de eltrons gerados pelo Catodo (um filamento aquecia o elemento Catodo) que gerava um feixe de eltrons que era acelerado, focalizado e

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desacelerado, atravs de grades de controle (eletrodos) at atingir o Anodo, tambm chamado de alvo. O Anodo era coberto por uma camada de uma substncia fotossensvel que acumulava diferentes cargas eltricas em funo da imagem que era projetada sobre a sua superfcie atravs da lente. Ao defletir o feixe horizontalmente e verticalmente (ao mesmo tempo com as bobinas de deflexo montadas ao longo do tubo), o Anodo era varrido e uma corrente eltrica era produzida sobre um resistor de carga. Isso produzia uma variao de tenso que sendo amplificada e tratada, gerava o sinal de vdeo. Somando-se ao sincronismo, tnhamos um sinal de vdeo composto. Isso para um sinal monocromtico. Para se produzir um sinal colorido eram necessrios 3 tubos, um para cada cor primria (R, G e B). A luz da lente era dividida em trs por um conjunto de elementos ticos e atravessava um filtro com as cores primrias, deixando passar apenas a luz com o comprimento da cor primria. Isso era lido pelo tubo e posteriormente somado eletronicamente. A tecnologia de tubos tinha uma srie de limitaes, dentre elas:

O filamento do Catodo podia romper como o filamento de uma lmpada; O Catodo por emitir eltrons por meio de um processo trmico, envelhecia, perdendo eficincia e o feixe passava a apresentar irregularidades de intensidade e formato;

Era necessrio valores elevados de tenso nas grades auxiliares (geralmente de 1.000 V at 4.000 V), que alm de risco, gerava elevada dissipao trmica, impedia a compactao da cmera em funo dos diversos componentes e dimenses do conjunto;

O Anodo sofria desgaste na forma de perda de sensibilidade, como podia ser facilmente danificado se a cmera ficasse parada em uma imagem por muito tempo (tpico em CFTV), ou fosse submetida a fortes concentraes de luz, como reflexos, fontes de luz forte como o sol ou lmpadas de estdio;

Para a manuteno de desempenho, a vida til ficava em torno de 3 a 5 anos em aplicaes externas (em CFTV), embora a sua utilizao pudesse se estender para mais de 10 anos, mas com forte perda de sensibilidade, contraste e resoluo.

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Sensor Vermelho

Sensor Azul Fonte de imagem Prisma e/ou espelhos dicricos

Sensor Verde

Figura 4.1.4 Conjunto tico de cmera colorida

4.2

Sensor de Estado Slido

CCD Charged Coupled Device


O CCD foi inventado em 1969 por Willard Boyle e George E. Smith no AT&T Bell Labs. A empresa pesquisava um vdeo fone e um tipo de memria de estado slido chamado de Bubble Memory, que em virtude do desenvolvimento do HD acabou tendo seu desenvolvimento cancelado, no entanto como resultado surgiu os elementos que deram origem ao CCD. A essncia do projeto era a habilidade de se transferir cargas ao longo de um semicondutor. O CCD comeou a sua existncia como uma memria, era possvel injetar uma carga no dispositivo a partir de um registrador de entrada. No entanto ficou claro que o CD poderia receber essa carga por meio do efeito fotoeltrico e que uma imagem poderia ser cirada. Em 1970 os Laboratrios Bell captavam imagens com dispositivos lineares simples; nascia o CCD. Muitas empresas, incluindo a Fairchild Semiconductor, RCA e Texas Instruments, partiram da inveno e iniciaram programas de desenvolvimento. A Fairchild foi a primeira a comercializar um dispositivo que em 1974 tinha 500 elementos lineares e um dispositivo 2D 100 X 100 pixels. A Sony foi a empresa que investiu uma elevada soma de dinheiro no desenvolvimento do CCD, o que a levou a uma liderana que perdura nos dias de hoje.

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Figura 4.2.5 CCD

O CCD acaba sendo um sensor de imagem que consiste em um circuito integrado contendo um enorme nmero de capacitores oticamente sensveis, interligados eletricamente. Sob o controle de circuitos externos, cada capacitor transfere a sua carga eltrica de um para o outro. Os CCDs so utilizados em fotografia digital, astronomia (em particular na fotometria), fluoroscopia mdica, espectrografia tica e de UV e em captura de eventos em alta velocidade para aplicaes industriais.

Figura 4.2.6 Idia de funcionamento do CCD

Existem trs tipos de CCD:

Frame Transfer (FT); Interline Transfer (IT); Frame Interline Transfer (FIT).

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Frame Transfer
Foi o primeiro. O chip FT tem dois conjuntos de sensores. Um exposto a imagem produzida pela objetiva enquanto o outro mascarado para no receber luz e usado para armazenar a eletricidade que foi gerada a partir do outro conjunto. Nos primeiros existia um problema de contaminao por luzes indesejadas que atingiam o chip no momento em que este estava transferindo o que gerava aberraes na imagem. O problema foi resolvido com a introduo de um obturador mecnico que bloqueava a luz s a deixando atingir o chip no momento da captao. Vantagens do FT:

No produz smear (aquela linha branca vertical que se formava na imagem a partir dos pontos com muitas luz), por isso lida bem com as altas luzes;

Como s os sensores recebem luz, os pixels podem ser maiores e a sensibilidade aumenta.

Desvantagens:

Exige um obturador mecnico que pode vir a apresentar problemas e que aumenta o tamanho do conjunto.

Interline Transfer
Neste modelo os sensores s tem como funo receber a imagem. As reas de armazenamento esto situadas verticalmente entre os sensores e so mascaradas para evitar que luzes residuais os atinjam. Este arranjo faz com que os sensores sejam um pouco menores do que os CCDs FT, e consequentemente, menos sensveis. Tambm apresentam mais smear.

Frame Interline Transfer


A funo do CCD FIT similar a do IT, exceto pela durao do apagamento vertical quando duas transferncias de cargas eltricas tem lugar, ao invs de uma. Isto faz com 29

que o tempo de transferncia do FIT (clocking) seja at 40 vezes mais rpido que o IT. Esta caracterstica do FIT que permitiu a obturao eletrnica nas cmeras. Por fim vale comentar as ltimas famlias de CCDs, introduzida pela Sony e chamada de hole accumulator diode (HAD diodo acumulador integral) e Hiper HAD. Suas vantagens so:

Pouqussima corrente residual (dark current); Melhor intervalo dinmico ( dynamic range); Eliminao de lag; Melhoria das caractersticas espectrais (sensibilidade cromtica); Um obturador eletrnico para cada pixel; Relao sinal/rudo de 62 db.

Figura 4.2.7 Curva de resposta espectral de um CCD

Nos Hyper HAD, lentes minsculas foram colocadas diante de cada pixel para concentrar a luz o que dobrou a sensibilidade dos novos Hyper HAD com relao aos HAD anteriores. As cmeras equipadas com Hyper HAD apresentam 800 linhas de resoluo horizontal e sensibilidade f. 8 com 2000 lux. Em termos de dimenses, o usual 1/3ou para as aplicaes usuais. Existe sensores de para aplicaes em segurana e engenharia de trnsito. Sensores de maiores dimenses so utilizados em aplicaes especiais, o mesmo se dando em relao a curva de resposta em relao a cumprimento de onda.

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CMOS
Os sensores de imagem CMOS so baseados na tecnologia do mesmo nome, utilizada na fabricao de circuitos integrados como microprocessadores e memrias. Atualmente os CCDs detm a maior parte do mercado de cmeras, mas as com CMOS esto ganhando espao, principalmente em aplicaes onde essa tecnologia exibe vantagens em relao em relao a um desempenho particular, assim como em questo de custo. As cmeras com CMOS tendem a ser as de menor preo na faixa de desempenho considerada como entry level. Os sensores CCD tm sido utilizados em cmeras por mais de 20 anos e apresentam muitas qualidades vantajosas, dentre elas uma melhor sensibilidade a luz que os CMOS. Essa maior sensibilidade a luz se traduz em melhores imagens em condies de luz desfavorvel. No entanto o CCD mais caro, uma vez que para a sua construo so utilizados processos no standarts e mais complexos de se integrar a cmera. Alm disso quando esposto a uma luz intensa (lmpada forte ou o prprio sol), o CCD tende a ofuscar provocando linhas verticais chamadas de vertical stryking. A esse fenmeno dse o nome de smear.

CCD de 1/3

CMOS de 1/4

Figura 4.2.8 Vista de sensores de diferentes tecnologias

Os atuais avanos na tecnologia CMOS os esto aproximando dos CCDs em termos de qualidade de imagem, no entanto seu uso em cmeras de desempenho superior. Os sensores CMOS reduzem o preo de uma cmera por utilizar a mesma tecnologia dos principais componentes da cmera, os circuitos integrados. Deste modo uma cmera

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pode literalmente ser construda ao redor do sensor de imagem, em um mesmo substrato de silcio.

Sensor CMOS com 120 dB de dynamic range a 35 fps.

Sensor CCD (768 x 576) em modo noturno, ganho automtico a 30 fps

Cenrio com iluminao de infravermelho constante.

Figura 4.2.9 Exemplo de uma aplicao experimental com sensor CMOS, no serve para efeito de comparao entre tecnologias, apenas ilustra uma caracterstica que pode ser explorada

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Processamento de Sinal de Vdeo


Do CCD, os sinais (RGB) vo para pr-amplificadores. Nesta fase no esto acessveis para manipulao. A etapa seguinte a digitalizao - A transformao do sinal eltrico com variao contnua num fluxo de bytes. J digitalizado, o sinal segue para o processo de amplificao dedicada onde se dar a manipulao criativa do sinal. Nesta fase podem ser ajustados entre outros parmetros: o pedestal geral, gamma, balano de preto e de branco, seleo de ganho, fase da sub-portadora, fase horizontal, ganho do vermelho e azul, pedestal do vermelho e azul e obturao eletrnica. Nas cmeras digitais a regulagem de todos estes parmetros, que assumem valores positivos e negativos, se d em intervalos discretos. No domnio digital fcil memorizar estes parmetros e armazen-los at mesmo num chip removvel. Neste caso, passamos a ter uma coleo de regulagens (set-ups), imediatamente acessveis a qualquer momento. Com o sinal digital, tambm muito mais fcil igualar vrias cmeras de uma mesma famlia.

Composto e Componente
Antes da introduo do vdeo digital, existiam duas opes bsicas com relao ao sinal de vdeo analgico :

Composto; Componente.

O vdeo composto surgiu primeiro, como resultado da adaptao do sistema monocromtico (preto e branco) para o colorido. O desafio para os engenheiros era colocar as informaes relativas a cor dentro do sinal j existente que se utilizava de uma banda passante limitada ( 4.2 MHz). A soluo foi encaixar a cor em intervalos do sinal de luminncia, intermodulando. O problema resultante foi a interferncia entre as duas informaes. Os primeiros gravadores de vdeo gravavam o sinal de vdeo composto.

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Mais tarde separou-se a informao da crominncia da informao da luminncia e elas passaram a ser gravadas separadamente em 3 sinais Y (luminncia) R-Y (diferena de cor do vermelho) e B-Y (diferena de cor do azul). Os problemas de interferncia cessaram e a qualidade melhorou muito. Como para a nossa viso a variao de contraste (luminncia) so mais importantes do que as variaes nas cores (crominncia), estas ltimas podem ser representadas no sinal de vdeo com menos informaes do que a luminncia. Nos sistemas componentes, o sinal da crominncia se utiliza da metade da freqncia do sinal de luminncia.
Memria

Lente
Processador de Imagem CPU Interface De sada

Compresso

Filtro tico Sensor de Imagem

DRAM

Figura 4.2.10 Tpica construo de uma cmera modxerna

Como se Escolhe uma cmera?


Basicamente uma cmera se conhece atravs de trs parmetros: 1. Sensibilidade; 2. Resoluo; 3. Relao Sinal/Rudo.

Sensibilidade, dado em lux a capacidade de a cmera produzir um sinal de


vdeo que possa ser utilizado. Normalmente se refere ao valor de iluminamento na cena, capaz de produzir um sinal de vdeo com um determinado valor.

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Tipicamente temos valores de sensibilidade:

0,1 lux para cmeras coloridas; 0,03 lux para monocromticas.

Apesar de aparentemente simples, existem vrias condies que influenciam neste parmetro, so eles:

Ponto de medio - na cena ou na superfcie do elemento captador de imagem. Geralmente na cena, devido a dificuldade de se fazer uma medida no sensor;

Abertura da lente a cada f-stop temos uma reduo ou aumento de 50% na quantidade de luz que atinge o sensor de imagem. Para medidas entre diferentes equipamentos, as mesmas condies devem ser respeitadas;

Nvel do sinal geralmente se indica o termo de imagem utilizvelo que na realidade vago. Para se evitar uma avaliao no objetiva, se pede que com uma determinada condio de iluminamento, utilizando-se uma lente com abertura X, se produza um sinal de vdeo de XX IRE (ex. 40 IRE), o que indica um valor que pode ser mensurado.

Resoluo a capacidade da cmera em resolver uma imagem, ou seja, de


captar detalhes em uma cena. medida em linhas de resoluo, ou TVL. Para ser aferido necessria uma carta de teste com uma imagem capaz de produzir detalhes com crescente incremento na resoluo. O ambiente deve possuir uma srie de requisitos e ser empregados equipamentos com desempenho aferido. Tipicamente temos valores d resoluo (para cmeras coloridas):

Baixo, < 380 TVL; Mdio, na faixa de 420 TVL; Superior, na faixa de 520 TVL.

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Relao Sinal / Rudo um determinado valor expresso em dB que indica a relao


entre um nvel de sinal de vdeo e o rudo presente. Um valor de referncia que indica uma cmera de bom nvel aquela que possui um valor > 50 dB. Esses trs parmetros so capazes de definir a base do sistema que se quer ter. As demais caractersticas e funes que uma determinada cmera possui, podem ser determinante ou no, dependendo da aplicao. Dentre os fatores, destacamos:

Colorida / Monocromtica ou Dia e Noite as cmeras coloridas so utilizadas sempre que a informao de cor possa contribuir para o resultado final. Para poder garantir uma estabilidade na capacidade da cmera em reproduzir as cores de modo correto, temos a informao de Balano de Branco (White Balance), que a capacidade da cmera em reproduzir um sinal de branco sem tender a nenhuma cor, sob diferentes temperaturas de cor (ver o captulo Iluminao). Para contribuir, temos que garantir uma determinada iluminao mnima. Se no pudermos garantir isso, provavelmente precisamos de maior sensibilidade, o que uma cmera monocromtica possui, a um preo menor. As cmeras monocromticas possuem um ganho a mais, so sensveis a infravermelho, o que as torna as indicadas para operao com apoio de iluminao de infravermelho (ex. cmeras em deteco de excesso de velocidade em vias pblicas). Caso precisemos de um duplo desempenho, as cmeras Dia e Noite podem ser a soluo. Elas tambm possuem sensibilidade ao espectro de infravermelho, devido a capacidade de mover o filtro que impede o infravermelho de atingir o sensor de imagem;

Fixa ou Mvel indica a necessidade de movimentao horizontal e vertical, normalmente com movimentao da lente. As cmeras PTZ (Pan/Tilt/Zoom) esto perdendo rapidamente o espao para as cmeras Dome que integram todas as funes da PTZ e vrias outras. As poucas vantagens que o conjunto PTZ tinha sobre a Dome, j so coisas do passado, a no ser em aplicaes muito restritas como em ambientes em que se exijam caixas a prova de exploso ( a caixa deve conter o equipamento a tal ponto que se a cmera chegar a gerar qualquer tipo de

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disfuno, isso no possa provocar uma exploso no ambiente em que ela se encontra instalado, que um ambiente com elementos de fcil ignio e/ou exploso);

Caixa de proteo tem por finalidade proteger a cmera e lente de condies adversas de clima e de ambiente e/ou proteger contra vandalismo. As caixas de proteo devem ser classificadas em funo do grau de proteo que possui (padro IP, ex. IP 66) ou em funo da classificao do ambiente em que vai operar (NEMA, ex. NEMA4);

Interna ou Externa nestes casos existe uma variao em relao a locais abrigados que no so necessariamente internos nem externos. Deve-se buscar na natureza do ambiente para se definir o grau de proteo necessrio.

Cmera Fixa com Dissipador Ativo para Grandes Limites de Temperatura Cmera Mvel Tipo Dome Cmera Fixa para rea com Risco de Exploso

Cmera Fixa Tipo Mini-Dome Cmera Fixa em Caixa Externa

Figura 4.2.11 Exemplos de diferentes cmeras em diferentes configuraes

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(video, dados, alarmes e energia)

Protetor de surtos incorporado

O brao articulado fornece acesso fonte de alimentao Alumnio anticorrosivo Invlucro articulado
(sem cintas)

Invlucro compacto 15% menor Novo aquecedor anti-embaante IP66/NEMA 4X invlucro PSU Kit opicional XT para tempo frio (-60C) Cabos com cdigos de cores de fbrica Teto solar pintado de Lexan IP66/NEMA 4X
(para todos os invlucros de pendantes)

Travas resistentes a vandalismo Cpula revestida resistente Cpula de policarbonato a sujeira e riscos (todos os modelos)

Figura 4.2.12 Exemplo de uma cmera mvel tipo Dome para ambiente externo, adequado ao Monitoramento Pblico Fonte Bosch Security

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Lentes

Uma lente formada basicamente de 3 elementos: um corpo, geralmente de metal ou outro material de boa resistncia, que envolve e protege os elementos internos; os cristais, que constituem o elemento tico da estrutura, ou seja, a lente propriamente dita; e o diafragma, estrutura que controla a quantidade de luz que passa atravs da lente. A funo bsica de uma lente fazer com que a imagem desejada seja projetada sobre a face do dispositivo captador, em foco e na dimenso (ampliao) planejada. Esses dois pontos tm que ser melhor analisado, pois neles residem uma srie de conceitos que necessitam de entendimento.

Foco o ponto para onde convergem os raios luminosos provenientes de um objeto.


Apesar de ser tratado conceitualmente como um ponto, fisicamente o foco possui uma extenso espacial. Dependendo de determinadas circunstncias, forma-se uma regio de entorno ao redor do que deveria ser um ponto.

Figura 4.3.1 Fformao de foco

Outro fator que tambm cria uma distoro, que ao passar de um meio menos refringente para outro mais refringente, a luz sofre uma curvatura, refrao. Essa curvatura no a mesma para todos os comprimentos de onda da luz visvel, fazendo com que uma lente possa causar um efeito de perda de foco devido a separao criada entre os componentes da luz. Por essa razo que para cmeras coloridas deve-se verificar se a lente tem um componente de correo. Isso possvel com uma aplicao de uma pelcula com propriedades ticas que compensa os diferentes ndices de difrao que os componentes da luz branca sofrem. Essas lentes so conhecidas como color

corrected ou simplesmente para cmeras coloridas. Detalhe importante, se a cmera


ser utilizada para aproveitar a sensibilidade ao infravermelho, a lente tambm deve ser

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adequada, j que dependendo do tipo de correo para cor, ela pode possuir elementos que atenuem essa faixa. As lentes para operar na faixa de infravermelho so lentes com tratamento tico diferenciado e com especificao para a faixa de infravermelho em que opera.

Figura 4.3.2 Aaberrao cromtica

Ampliao a ampliao diz respeito basicamente a dimenso que uma imagem ter na
tela em relao a imagem real capturada pelo conjunto cmera e lente.

Caractersticas das Lentes


As lentes possuem vrias caractersticas que as distinguem conforme a aplicao. Dentre elas destacamos as seguintes:

Material tico as lentes de qualidade so feitas de vidro com caractersticas ticas


bem especficas e controladas. Existem lentes de baixo custo que so feitas de material plstico, o que pode parecer bom na aquisio, mas ao longo do tempo vai mostrar no ser uma boa opo, pois a transparncia do material diminui devido a incidncia de raios ultravioleta do sol, alm de outros problemas. Apesar de no ser necessrio saber muito a cerca da teoria das lentes e de sua construo neste estgio inicial, interessante ter noes para facilitar o entendimento necessrio ao prximo estgio de treinamento. As principais caractersticas construtivas das lentes so:

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ndice de refrao representa a relao da velocidade de propagao da luz no vcuo e na lente, quanto maior esse ndice, menor a necessidade de se curvar a lente, diminuindo aberraes nas partes perifricas dela;

Nmero Abbe tem relao com a disperso das cores (aberrao cromtica). Quanto maior melhor o valor desse nmero; Densidade diz respeito ao peso da lente. Para algumas aplicaes isso pode ser crtico e proporcional a qualidade e preo do material tico; Coeficiente de Expanso Linear est ligado a dilatao do material. um fator crtico em aplicaes especiais, como lentes endoscpicas para fornos.

Observao esses fatores no so relacionados nos catlogos gerais de lentes nem so relevantes para a grande maioria das aplicaes.

Distncia Focal A distncia focal , junto com a abertura da ris uma das mais
importantes caractersticas de uma lente. apartir dela que se define a maior ou menor aproximao de uma imagem, ou ainda escolhe o enquadramento da cena a ser observada A distncia focal de uma lente a distncia, em milmitros, entre o ponto de convergncia da luz at o ponto onde a imagem focalizada ser projetada sobre o dispositivo captador. As lentes recebem classificaes como grande angular, normal e zoom em funo da sua distncia focal. As lentes varifocais so lentes com a distncia focal varivel, geralmente na faixa de 3mm a 12 mm.So particularmente ties em permitir que a cmera possa ser posicionada no local mais favorvel do ponto de vista de fixao e ainda assim conseguir o enquadramento necessrio. Nestes casos se a lente fosse de distncia focal fixa, para se conseguir o enquadramento necessrio, a cmera teria que ser mudada de posio.

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Dispositivo Captador
Figura4.3.3 Distncia focal

Abertura - Em tica a abertura algo que restringe o dimetro da trajetria da luz que
atravessa o plano de num sistema ptico. Isto pode ser a borda da lente ou um anel espassador ou outro acessrio que mantm a lente em posio. O stop da abertura a abertura que restringe o dimetro do cone ou cilindro de luz que pode entrar e passar pelo sistema. O dimetro do stop da abertura s vezes referido apenas como a

abertura do sistema, especialmente quando se fala de cmera. A ampliao e a


diminuio atravs de lentes e outros elementos podem fazer com que a abertura de um sistema seja relativamente grande. O stop de abertura um elemento extremamente importante na maior parte dos sistemas pticos. A sua funo mais bvia reduzir a quantidade de luz que pode chegar ao plano de imagem de modo a prevenir a saturao do dispositivo captador. Contudo, a abertura tem muitas outras funes:

O tamanho da abertura determina a profundidade de campo do sistema. Aberturas menores produzem maiores profundidades de campo, permitindo que objectos separados por grandes distncias estejam focados ao mesmo tempo.

A abertura limita o efeito de aberraes pticas. Se a abertura for muito grande a imagem ficar distorcida. Sistemas pticos mais sofisticados conseguem mitigar o efeito das aberraes, permitindo a utilizao de aberturas maiores e por conseguinte a captura de maior quantidade de luz.

A abertura determina o campo de viso (field of view) do sistema.

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Figura 4.3.4 Abertura de uma lente em f-stop

Controle de Auto-ris A abertura em uma lente determinada por um mecanismo


chamado de ris. Esse mecanismo um arranjo de palhetas subrepostas que obedecem a um mecanismo manual ou movido por um galvanmetro (semelhante a um motor DC de pequenas propores) que obedece a um controle eletrnico automtico ou acionado por um operador.
Lmina da Iris

Iris Fechada

Figura 4.3.5 Mecanismo de uma ris

Figura 4.3.6 Uma mesma lente com duas aberturas diferentes

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As lentes so classificadas em relao a ris como:

Lentes de ris fixa a abertura fixa e no tem ajuste; Lentes de ris manual a abertura ajustada manualmente por meio de um mecanismo que movimenta as palhetas. Podem possuir um ajuste linear ou em degraus, chamados f-stop;

Lentes de ris automtica neste tipo de lente o controle feito por um dispositivo externo que por meio de pequenos motores do tipo galvanmetro, movimenta as palhetas.

As lentes auto-ris tm seu servomecanismo controlado por dois tipos diferentes de sinal:

DC a cmera gera um sinal DC que movimenta o motor. Esse sinal resultante da avaliao feita pelo controle da cmera tendo como referncia o sinal de vdeo que avaliado. O sinal DC o resultado deste tipo de processo, interno a cmera. Normalmente existe apenas um ajuste de ganho geral na cmera para assegurar que determinado nvel de vdeo corresponda a uma determinada abertura. til no processo de equalizao do sinal de vdeo quando temos vrias cmeras em um mesmo ambiente, assegurando uma aparncia na tela mais uniforme. Da cmera saem 4 contatos que correspondem a 2 motores (+/- para cada um);

Vdeo neste tipo de lente a cmera fornece uma amostra do sinal de vdeo e o circuito eletrnico est na prpria lente. Por executar funes mais complexas essas lentes so mais caras que as DC, no entanto tambm tem alguns recursos a mais. Um primeiro controle o de Nvel, que permite ajustar o nvel de vdeo em funo da abertura da ris. O segundo ajuste, ALC, permite fazer um balano entre nvel mdio de vdeo e sinal de pico, que ser utilizado como referncia para o circuito de ajuste da abertura. Com esse ajuste possvel fazer com que a lente responda mais a nvel mdio de vdeo ou a nvel mais alto de sinal (pico). Esse ajuste interessante pois permite uma certa personalizao da resposta da cmera em funo das condies de iluminamento da cena.

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Profundidade de Campo - A profundidade de campo a distncia frente e atrs do


plano de focagem em que os objetos ficam razoavelmente focados. A profundidade de campo inversamente proporcional em relao abertura. Quanto maior for a abertura, menor ser a profundidade de campo e vice-versa. Por essa razo o ajuste de foco em uma cena muito bem iluminada no crtica, at bem fcil. O que no ocorre em cenas pouco iluminadas, onde o foco torna-se crtico e algumas vezes impossvel.

Dicas Importantes:
Utilize um filtro de densidade neutra (sem cor) para escurecer a cena e fazer com que a ris abra. Este tipo de filtro pode ser at uma lente de culos de sol, ou um pedao e vidro com pelcula;

Uma regra prtica lembrar que quanto menor a distncia focal de uma lente (6 mm, 8mm, 12 mm), maior ser sua profundidade de campo. Quanto maior a distncia focal (25 mm, 50 mm), mais curta ser a profundidade de campo;

Uma segunda regra prtica se aplica a luz e a velocidade da lente. Uma lente dita rpida uma lente que possui um pequeno f-stop ou grande abertura. Uma lente f-1.4 considerada uma lente rpida enquanto uma lente f-8 considerada uma lente lenta. Quanto mais lenta for uma lente e/ou mais luz passa, maior ser a profundidade de campo. Quanto mais rpida for uma lente e/ou menos luz estiver disponvel, menor ser a profundidade de campo.

Figura 4.3.7 Pprofundidade de campo

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Figura 4.3.8 Efeito da profundidade de campo no foco

Tipo de Montagem as lentes de CFTV eram inicialmente ditas como montagem do


tipo C. Esse C deriva de Cine, uma vez que este tipo de lente era usado inicialmente em cinema. Com o advento das cmeras eletrnicas, este tipo de lente passou a equip-las tambm. As lentes do tipo C possuem um encaixe de rosca do tipo macho, com 1 de dimetro, com rosca de 32 passos por polegada. A distncia entre a base de montagem da lente at o plano de foco de 17,526 mm. Este tipo de lente equipava as cmeras com diferentes elementos captadores, sendo comum as lentes para dispositivos de 1, 2/3 e .

PLANO DE IMAGEM

CMERA C

1,75cm (0,69) Figura 4.3.9 a Lente com Montagem C

Figura4.3.9 b Cmera com Montagem C

Com o advento das cmeras com CCD, o custo das cmeras caiu rapidamente, o que no acontecia com as lentes que mantinham a mesma estrutura de construo. Para se alcanar uma reduo de custo e equipar convenientemente as cmeras com dispositivos de 1/3, se desenvolveu um novo tipo de lente que em funo de sua reengenharia, passou a ter a distncia da base de montagem at o plano de foco de 12,52 mm. Isso foi uma conseqncia do processo. A este tipo de lente se deu o nome de CS.

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PLANO DE IMAGEM

11,9mm (0.47)

CMERA C

11,9mm (0.47) Figura 4.3.10 a Lente com Montagem CS

Figura4.3.10 b Cmera com Montagem CS

Importante lembrar que embora possam equipar a mesma cmera, essa diferena entre a distncias da base de montagem at o plano de foco exige cuidados. Como uma cmera que est pronta para receber uma lente do tipo CS tem sua distncia entre a base de montagem e a superfcie do elemento captador (plano de foco) menor em relao a uma cmera para lente do tipo C, se colocarmos nela uma lente C (lente C em cmera CS), alm de no ser possvel focar corretamente, a base de montagem vai tocar e eventualmente danificar o elemento captador. No caso inverso (lente CS em cmera C), ficaremos com uma deficincia de foco. Para contornar esse problema, comum as cmeras possurem algum tipo de recurso para permitir a utilizao de ambos os tipos de lentes em uma mesma cmera. Isso se d com o uso de anis espaadores ou com um ajuste na base de montagem do prprio elemento captador que se desloca.

CMERA CS Com Anel C


Figura4.3.11 Cmera CS com lente C, com adaptador

Outro ponto a ressaltar que as lentes de ambos os tipos existem no mercado e atendem a faixa de distncias focais, sendo mais comum as lentes C para distncias focais maiores e as do tipo CS para as menores, embora no seja uma regra. Busca-se em princpio as caractersticas ticas necessrias ao projeto (distncia focal, controle de ris, abertura, etc.) e o tipo de montagem torna-se um fator resultante em funo das outras caractersticas. Sendo comum as cmeras que aceitam ambos os tipos de montagem.

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Ajuste de lente
Ao se montar pela primeira vez uma lente em uma cmera e a cada vez que essa lente seja retirada para limpeza ou mesmo para substituir por outra, o ajuste de foco deve ser efetuado. O melhor realizar esse ajuste na empresa em um ambiente controlado, embora possa ser realizado em campo. Para efetuar o ajuste devemos manter a cmera estvel. O uso de um trip fotogrfico indicado, assim como utilizar uma carta de teste. A carta mais indicada a chamada Siemens Star Chart. Essa carta pode ser facilmente encontrada na Internet, basta procurar com esse nome em um pesquisador web.

Figura4.3.12 Siemens Star Chart

Posicione a cmera a uma distncia de cerca de 3 metros da carta de teste, para lentes com distncia focal fixa ou varifocais de distncias curtas, 2,8 mm a 12 mm por exemplo. Para lentes zoom e as varifocais com grandes distncias focais, 5mm a 50 mm, por exemplo, a distncia tem que ser maior e vai depender do enquadramento adequado. Quer dizer que a distncia tem que permitir a melhor visualizao nos dois extremos, Tele e Wide (prximo e com zoom mximo), da lente. Ser necessrio ter um bom monitor de vdeo, preto e branco de preferncia. A resoluo no fator crtico neste ajuste, mas o ideal que a resoluo seja superior a da cmera. Outro ponto importante que o foco se torna mais crtico quando a ris est mais aberta. Isso se deve a um fator chamado de Profundidade de Campo que a distncia entre o ponto de foco mais prximo e mais distante que a lente permite. A Profundidade de Campo uma relao entre a Distncia Focal da lente e a sua Abertura. Isso faz com que medida que a ris vai abrindo para compensar a diminuio de luz ambiente, o foco mnimo se distncia e o foco mximo se aproximam. Isso explica por 48

que medida que escurece h uma perda de foco em cmeras instaladas em determinados locais. A sala pode ter a sua iluminao diminuda para o ajuste e de preferncia que a luz externa seja obstruda ou diminuda. Caso nada disso possa ser obtido, como no caso de um ajunte em campo, podemos utilizar filtros de densidade neutra (sem cor) para obtermos uma imagem adequada no monitor, estando a ris da lente toda aberta.

Figura 4.3.13 Ajuste de Back Focus

Para as lentes de distncia focal fixa, se ajusta o anel de foco para uma posio de meio curso. Depois ajustamos o Back Focus na cmera (veja o manual da cmera) ateconseguirmos o melhor foco na carta de teste. Geralmente um parafuso de ajuste que desloca a base do dispositivo de captura de imagem, outras vezes a base de fixao da lente que possui um dispositivo de ajuste. Em todos os casos esse ajuste possui uma trava que deve ser liberada (solte apenas o suficiente para permitir o ajuste) e ao final novamente aplicada para evitar o desajuste. No caso de lentes de distncia focal varivel, ajustamos para a mxima distncia focal (posio Tele) na carta de teste e se ajusta o anel de foco da lente para o melhor foco possvel. Passamos a lente para a posio de distncia focal mnima (posio Wide) e ajustamos o Back Focus da cmera para o melhor foco. Repetimos o processo at que no aja diferena entre o foco em Tele e Wide. O ideal que durante todo o percurso

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entre os limites do ajuste de zoom a imagem permanea em foco. Isso acontece quando temos um bom conjunto, lente e cmera.

Dica Importante procure montar o conjunto de cmera, lente, caixa de proteo e


acessrios (quando houver) na empresa, para levar o conjunto j alinhado e travado para o campo. L fora sempre mais difcil de se fazer ajustes, alm de tomar tempo e demonstrar improviso frente ao cliente final. Sem esquecer que evitamos surpresas desagradveis.......

Escolha de Lentes
Quando se escolhe uma lente para uma cmera, existem vrias consideraes que devem ser levadas em conta antes da escolha em si. Apesar de ser simples esse processo de escolha, provavelmente a segunda deciso mais importante de todo o trabalho ( a primeira o tipo de cmera). Infelizmente, muitas pessoas entre elas pessoas de venda, tcnicos e usurios final, conhecem realmente como proceder para determinar a lente correta. A primeira deciso diz respeito a determinar que rea ser de fato visualizada na tela do monitoramento. Perguntas a serem respondidas: 1. necessrio a visualizao da rea prxima a cmera e de cobertura ampla? Se sim necessrio uma grande angular; 2. A cena a ser vista est a distncias medianas? Se sim, uma lente padro deve ser utilizada; 3. A rea a ser vista estreita e est longe? Neste caso uma lente com grande distncia focal necessria; 4. O que se quer ver se enquadra nas perguntas 1, 2 e 3 ao mesmo tempo? Neste caso uma lente zoom necessria. O passo seguinte depende do tipo da cmera e de sua localizao. Perguntas a serem respondidas: 1. A cmera ser instalada em um local com nenhuma ou pouca variao de iluminao (ex. em ambiente interno)? Se for esse o caso, uma lente de ris fixa ou manual pode ser utilizada;

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2. A cmera ser instalada em um local com muita variao de iluminao (ex. ambiente externo)? Se for esse o caso, uma lente de auto-ris deve ser utilizada. Caso a cmera escolhida tenha uma grande capacidade de Dynamic Light Range e/ou possua Auto Shutter, esses recursos podem ser utilizados com uma lente de ris manual, no entanto se a cmera estiver totalmente em ambiente externo, use sempre auto-ris; 3. A cmera escolhida preto e branco, colorida ou Dia/Noite? Para cmeras coloridas a lente deve possuir correo para cor (Color Corrected), para as Dia/Noite, deve ser adequada para visualizao tambm da faixa de infravermelho e no caso de preto e branco, uma lente de boa qualidade sem correo para cor (sem pelcula, de vidro simplesmente); 4. A cmera aceita lentes com que tipo de montagem (C ou CS)? Lembre-se de as lentes CS so mais curtas que as C, sendo assim cmeras s para lentes CS tem a distncia da flange de montagem at o elemento captador mais curta. Se uma lente C for utilizada, ela pode pressionar e danificar o dispositivo captador; 5. Sendo auto-ris, o controle vdeo ou DC? Existem cmeras de um tipo e de outro e umas poucas que aceitam ambas, fazendo a seleo de modo automtico. Mas tome cuidado, se utilizar uma lente DC em uma cmera vdeo, voc pode danificar a lente, sendo o oposto raro, mas no impossvel. Deste modo, tome cuidado sempre.

Filtros e Acessrios ticos


Um filtro tico um dispositivo que seletivamente transmite a luz que possui determinadas propriedades (um comprimento de onda particular que basicamente a cor, polarizao ou intensidade) enquanto bloqueia as demais.

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Figura 4.3.14 Filtros coloridos e de densidade neutra

Em CFTV assim como em fotografia, o filtro um dispositivo que inserido no meio do caminho que a luz percorre da cena a te o dispositivo captador. O filtro pode ter diferentes formatos e modo de fixao. O mais comum no formato circular, com rosca ou de sobrepor por presso.

Figura 4.3.15 Filtros coloridos no formato circular (presso e de rosca)

O filtro permite corrigir algum aspecto indesejado, como por exemplo:

O reflexo (ex. reflexo em um tampo de vidro de uma mesa de inspeo) que pode ser removido com filtros polarizadores; A diminuio da intensidade de luz com filtros de densidade neutra classificados em f-stop ou dB; Remover o infravermelho de uma cena (as cmeras coloridas tm um filtro que remove o infravermelho para evitar que ele atrapalhe na formao de uma imagem colorida). As cmeras Dia/Noite tm um dispositivo eletromecnico que remove este filtro para a operao noturna, quando a cmera se converte em preto e branco;

Deixar passar somente o infravermelho, em cmeras que utilizam iluminador de infravermelho para leituras de placas de veculos, por exemplo.

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Por se tratar de um assunto muito extenso, indicamos a consulta literatura especfica, incluindo manuais de fotografia.

Dica as pelculas utilizadas para dar efeito a vidros em edificaes e em automveis


so tambm uma boa fonte de referncia e de material para testes, vale a pena praticar um pouco.

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5. Transmisso
O Sinal de Vdeo Composto de uma cmera comum de CFTV gera componentes de 5 Hz at muitos MHz. O limite superior primeiramente determinado pela resoluo da cmera, quer colorida ou monocromtica (preto e branco). Para cada 80 linhas de resoluo, necessitamos de aproximadamente de 1 MHz de banda passante. Deste modo uma cmera com 540 linhas de resoluo necessita de 6,75 MHz de banda. Este principio se aplica tanto para as cmeras coloridas quanto as monocromticas, no entanto as cmeras coloridas tm que produzir alm do sinal monocromtico (luminncia), o sinal de cor (crominncia) que modulado em 3,75 MHz para NTSC, ocupando uma banda mnima de 4,5 MHz, independente de sua resoluo.
Largura de Canal de 6 MHz

Sub-portadora de cor Portadora de udio

Figura 5 Banda passante de um sinal de vdeo colorido

Requisitos para se produzir uma imagem de boa qualidade A partir do exposto


anteriormente fica bvio que para se produzir uma imagem de boa qualidade na tela de exibio, o sinal de vdeo deve chegar a tela de exibio com pouca ou nenhum fator de distoro do sinal. Em CFTV a cmera dever estar conectada a tela de exibio atravs de um meio de ligao, cabo eltrico, fibra tica ou RF. Esta interligao necessita de ateno especial para que se evitem tais distores ou para que possamos fazer algo para minimizar ou at eliminar os efeitos de degradao.

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5.1

Cabos Metlicos

Todo o cabo, no importa o seu comprimento ou a sua qualidade, produzem algum tipo de degradao no sinal de vdeo. O principal problema diz respeito a manuteno da largura de banda do sinal. Todos os cabos produzem uma perde de sinal que depende principalmente da freqncia do sinal. Quanto mais alta a freqncia, maior a perda. Isso quer dizer que a medida em que o sinal de vdeo trafega ao longo do cabo, ele perde os componentes de alta freqncia mais rpido do que seus componentes de baixa freqncia. O resultado disso a perda dos detalhes mais finos da imagem. A vista humana muito tolerante a essas perdas, fazendo com que uma perda substancial no seja percebida a no ser que ela seja grande demais. Isso acaba sendo uma sorte uma vez que as perdas nas altas freqncias muito grande em cabos coaxial. Por exemplo, em um cabo do tipo RG-59 com 200 m, as perdas na faixa de 5 MHz chegam a 50%. Par compensar essas perdas podemos utilizar cabos de diferentes caractersticas para distncias diferentes e/ou utilizarmos amplificadores equalizadores que tratam o sinal por faixas de freqncias, recuperando de modo satisfatrio o envelope da curva original.

Figura 5.1.1 Dados tpicos

Tipos de Cabos
Existem basicamente dois tipos de cabos utilizados para a transmisso de um sinal de vdeo:

Cabos Desbalanceados (coaxiais); Cabos Balanceados.

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Cabos Desbalanceados so cabos com construo do tipo mostrado na figura 5.1.2.


Esses cabos so feitos em diferentes impedncias, sendo o de 75 Ohm o utilizado em vdeo, assim como so fabricados em diferentes formatos mecnicos, na forma de fita flexvel, cabos de diferentes dimetros, cabos blindados e adequados para serem enterrados diretamente no solo, com mensageiro para fixao em postes e vrios outros tipos.

Cabo coaxial

Isolante externo - 95% de cobertura Figura 5.1.2 Malha Cabo Coaxial Diel Dieltrico interno Condutor Central de Cobre

Os cabos diferem em performance dos relativamente pobres at os de excelente desempenho, sendo que essa performance normalmente medida em relao a perdas em alta freqncia em dB para cada 100 m. O cabo indicado para aplicaes gerais em CFTV o RG 59, condutor central de cobre slido, com cobertura de malha de cobre superior a 95%. Com relao a distncia, se recomenda:

RG 59 at 300 m; RG 6 at 450 m; RG 11 at 1000 m.

Essas distncias so de referncia e indicado o uso de equalizao a partir de 150 m. Alm da perda em cabos longos, passamos a ter tambm a possibilidade de termos problemas com diferena de potencial eltrico devido a diferena da referncia entre dois pontos a certa distncia. Por isso a utilizao de longos trechos de cabo no recomendado.

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Grfico de Atenuao

Atenuao (dB/100)

Cabo RG 59 com condutor central de ao revestido de cobre Cabo RG 59 com condutor central cobre macio Freqncia em MHz

Figura 5.1.3 Curva de resposta do Cabo Coaxial RG 59

Quanto menor a figura de perda, menor ser a distoro do sinal de vdeo, portanto, deve-se utilizar cabos de qualidade superior quando se deseja transmitir um sinal a uma distncia maior. Outro ponto importante na escolha do cabo a densidade da malha de proteo, que como sugere seu nome, proporciona uma proteo contra interferncias de RFI e EMI (Interferncia por Rdio Freqncia e Interferncia Eletromagntica), no ncleo central. O cabo adequado para CFTV deve possuir uma cobertura de malha superior a 95% de malha de cobre.

Cabos Balanceados so cabos com construo do tipo mostrado na figura 5.1.4, do


qual o cabo UTP o mais comum. Esses cabos so feitos em diferentes impedncias, de 100 a 150 Ohm sendo os mais comuns.

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Condutor central Condutor externo

Condutores

Terra Blindagem

Terra Blindagem

Cabo desbalanceado

Terra Cabo balanceado

Figura 5.1.4 Cabos desbalanceados e balanceados

Os cabos balanceados existem no mercado a muitos anos, no entanto seu uso em CFTV em larga escala coisa mais recente. Suas maiores vantagens em relao ao cabo coaxial so:

Capacidade de rejeitar interferncias; Menor perda em altas freqncias por unidade de medida; Menor dimenso; Disponvel em verses de mltiplos cabos; Menor custo.

A sua no utilizao em maior escala se deve ao fato da impedncia dos dispositivos de vdeo ser de 75 Omh e que para sua utilizao necessrio a colocao de dispositivos passivos (transformador de impedncia) at 1.000 m e de ativos at 2,5 km tipicamente, que aumentam o custo de um projeto. Em instalaes com cabeamento estruturado j instalado, passa a ser uma boa alternativa.

Dicas sobre cabos metlicos de vdeo


O que fazer:

Use o cabo de melhor qualidade, sempre; Evite correr um cabo de vdeo prximo a linhas de AC e de telefonia: Utilize conectores BNC e emendas com sempre com conectores e back

to back;
Evite emendas sempre que possvel;

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Proteja o cabo com a utilizao de condutes. No utilize grampos para fixar os cabos de vdeo; No puxe os cabos de vdeo com muita fora, especialmente em passagens apertadas; No force curvas apertadas de mais de 45; No passe cabos de vdeo prximo a fontes de RF.

O que no fazer:

Conectores
Em CFTV para cabo coaxial utilizado o conector BNC. O significado das letras BNC significa bayonet Neill-Concelman em meno aos seus dois inventores, Paul Neill e Carl Concelman.

Figura 5.1.5 Conector BNC

O conector BNC utilizado para conexes profissionais de vdeo, tanto para sinal analgico como digital, conexes de cabos de antena com equipamentos de rdio comunicao, em conexes de aninicos e em muitos mais equipamentos de comunicao nos ltimos 35 anos. Ele uma alternativa ao conector RCA que so amplamente utilizados em equipamentos de vdeo e udio no profissional. Foram tambm utilizados em redes de computadores, antes da utilizao dos cabos UTP com conectores RJ. Existem conectores para montagem com solda e de grimpar, que utiliza um alicate especial para a fixao (eltrica e mecnica) do contato central (inner) e da presilha externa (sleeve). Apesar de sua equivalncia, os conectores de grimpar so m ais fceis de montar, mais rpidos e no dependem de eletricidade para o ferro de solda. A utilizao de uma ferramenta apropriada para descascar o cabo coaxial, essencial.

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Figura 5.1.6 Descascador e ferramenta de grimpar conector BNC

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5.2

Fibra tica

Uma fibra tica uma fibra feita de vidro ou de material plstico destinado a guiar a luz por longas distncias por meio de uma reflexo interna total. Desde a sua inveno tem sido aplicada principalmente em telecomunicaes, por permitir a transmisso em distncias muito longa, superando os sistemas de microondas e os de satlite numa relao custo/benefcio para determinadas dist6ancias. Tambm so utilizadas como dispositivos sensores para vrias finalidades, tais como pesagem dinmica, proteo perimetral e vrios outros.

Figura 5.2.1 Fibras de luz

A fibra tica dividida em dois grupos:

Multi-modo - possui o ncleo de maior dimetro (variando de 50 m a mais de 1000 m) capturando centenas de feixes de luz da fonte de sinal, entrando no ncleo em diferentes ngulos. Alguns destes raios excedem ao ngulo crtico de incidncia e acabam no se propagando pelo cabo;

Mono-modo possui um ncleo muito menor (tipicamente de 8 m a 10 m) permitindo que um feixe bem estreito de luz se propague evitando as reflexes que impedem uma propagao mais eficiente no caso da multi-modo.

A principal diferena entre os dois tipos de fibra tica alm de suas diferenas de demisses e de preo, o modo de propagao que na mono-modo sofre menor

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atenuao, permitindo a sua utilizao em enlaces de at quase 100 km, enquanto a multi-modo usualmente no passa de 15 km.
Dimetro do ncleo da FO

Ncleo

Mono-modo
Capa

Ncleo

Multi-modo

Capa

Cabelo humano

Figura 5.2.2 Fibra tica

comum encontrarmos equipamento de FO para CFTV com capacidade de no mximo 5 km. Para poder especificar um sistema em FO, necessitamos saber algumas informaes:

Distncia de cabo a ser utilizado; Atenuao por unidade de comprimento (geralmente dB/km) multiplicando pela quantidade de cabo; Saber se haver emendas (de que tipo) e quantos conectores no total por cabo. Cada um destes itens somam um valor em dB na conta de perdas. Ex. cada conector 1 dB, cada emenda por fuso 0,5 db;

Saber qual a sensibilidade do receptor de FO. Geralmente algo como 15dB; Saber qual a potncia do transmissor de FO, geralmente algo como +20 dB.

Depois disso simples soma e subtrao. Soman-se todas as perdas e subtrai-se dapotncia do transmissor. Ex. potncia do transmissor + 20 dB somado as perdas (sinal negativo para as perdas) 15dB = +5 dB. Como o receptor tem uma sensibilidade de 62

-15 dB, temos no total uma folga de 20 dB. No se deve executar um sistema em que essa folga seja inferior a +5dB com risco de que com poucas emendas venhamos a no ter mais sinal com intensidade suficiente para o receptor.

Importante:
Em sistemas que alm de vdeo temos outros sinais (ex. udio e controle para cmera mvel), o nvel desses outros sinais podem ser menores, em funo do tipo de modulao, ento tenha certeza desses valores antes de calcular o enlace s para o vdeo que o sinal mais forte;

Em enlaces muito curtos podem ocorrer saturao no receptor devido a sinal muito forte. Isso tambm pode prejudicar. A sada atenuar o sinal com atenuadores ticos. Para teste, basta afrouxar a conexo;

Nunca olhe direto na fibra, pois mesmo que o sinal esteja dentro da classificao segura, isso no quer dizer que se deva brincar com isso, alm do mais, essa seria uma pssima hora para se descobrir que o equipamento transmissor um de maior potncia do que se pensava;

Utilize ferramentas simples como testadores a LEDs, sua luz faca mas permite uma primeira avaliao de integridade da fibra; Sempre que possvel utilize emendas por fuso e rabichos feitos no laboratrio. No campo o mnimo possvel de atividades complexas para se evitar surpresas;

No se faz curvas fechadas com FO, veja as caractersticas do cabo antes de submet-lo a uma curva ou trao; Sempre teste com um OTDR (refletmetro de base de tempo tico) para obter o verdadeiro comprimento do lance e o relatrio de resposta do lance. Arquive isso com os demais documentos da obra, ser de grande valor em uma manuteno.

Os cabos de FO possuem conectores especficos e variados. Os mais comuns esto ilustrados a seguir.

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Tipos de Conectores para FO

Figura 5.2.3 Conectores

Os cabos de FO vm em diferentes configuraes, com uma fibra (chamados monocabos) que aceitam um conector direto na ponta (utilizado para distncias menores, parecido com um cabo de vdeo), cabos com mltiplas FO, com o ncleo solto (a proteo de PVC interna oca e a FO fica solta) ou com ncleo geleado (o tubo de PVC interno preenchido com gel). Cada um destes cabos possuem caractersticas que os tornam mais ou manos indicado para determinada aplicao. Por ser um assunto muito extenso, indicamos a pesquisa junto aos fabricantes deste tipo de equipamento e de cabos ticos, para um maior detalhamento.

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5.3

Outros Meios

Alm dos meios j descritos, podemos listar mais alguns que embora com uma participao interessante, j fogem do objetivo deste mdulo. Podemos destacar:

Transmisso por Rdio Freqncia (RF) - desde sistemas de baixa


potncia utilizados em cmeras sem fio (at 50 mW de potncia efetivamente irradiada no necessita licena para maior valor necessrio consultar a legislao pertinente em relao a classe de servio), sistemas de longo alcance e os sistemas digitais como o MMDS.

Figura 5.3.1 Conexo por RF

Transmisso por Meio tico em Espao Aberto utilizando-se links


de infravermelho e laser. Apesar de serem bem incomuns, possuem caractersticas singulares, como operar em espao aberto com a possibilidade muito remota de interceptao, diferente de RF onde essa possibilidade bem concreta. interessante na transposio de obstculos (de um prdio para outro ou por sobre um rio ou lago).

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Figura 5.3.2 Conexo laser de vdeo

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6. Exibio
O processo de exibio hoje em dia est associado a bem mais do que apenas mostrar uma imagem em uma tela. Em ambientes simples, onde as imagens so exibidas como um apoio eventual, os elementos apresentados no captulo 3 servem de orientao geral, somados aos itens de Dicas mais a frente neste captulo. Na maioria dos ambientes onde mltiplas imagens so mostradas simultaneamente, temos o conceito de um Centro de Controle, que um ambiente para operao 24/7. Nestes ambientes os operadores devem poder se concentrar nas atividades, por esse motivo o ambiente em si deve permitir um elevado nvel de concentrao e de conforto. Trs fatores devem ser levados em conta o tempo todo:

Ergonomia; Funcionalidade; Atendimento a legislao.

Ergonomia - A ergonomia (ou fatores humanos, como conhecida nos Estados


Unidos, a disciplina cientfica relacionada ao entendimento das interaes entre seres humanos e outros elementos de um sistema e tambm a profisso que aplica teoria, princpios, dados e mtodos para projetar a fim de otimizar o bem-estar humano e o desempenho geral de um sistema. Esta a definio adotada pela Associao Internacional de Ergonomia (International Ergonomics Association - IEA ) em 2000. Os ergonomistas contribuem para o projeto e avaliao de tarefas, trabalhos, produtos, ambientes e sistemas, a fim de torn-los compatveis com as necessidades, habilidades e limitaes das pessoas. (IEA, 2000).

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Figura 6.1 Estudo ergonmico

Sob o ponto de vista da ergonomia, o ambiente deve possuir determinadas caractersticas que tornem o trabalho mais fcil de se executar e que no provoque situaes que possam levar o operador a desenvolver uma leso em funo do tipo de esforo executado. Como temos a maior parte da concentrao de esforos sendo executados pela viso, o ambiente deve ser adequado a uma melhor visualizao da informao. Isso se atinje com cuidados em:

Iluminao artificial dirigida; Bloqueio ou reduo da interferncia da iluminao natural; Utilizao de telas anti-reflexvas; Obedecer aos critrios de campo de viso no momento de se distribuir as telas; Utilizar o que de melhor a tecnologia tem para a execuo da tarefa; Utilize peas de mobilirio adequados para atividades 24/7. So diferentes das peas de escritrio do dia a dia; Utilize acessrios que permitam a personalizao do espao de trabalho, j que diferentes pessoas com diferentes caractersticas fsicas operaro a partir do mesmo posto de trabalho; 68

Utilize referncias de mercado de obras j executadas e recorra a profissionais experientes e competentes.

Funcionalidade Basicamente diz como atender a funo de observao. Aqui


basicamente temos regras prticas, ou dicas, sobre como realizar a tarefa. Temos:

O nmero mximo de imagens em uma tela individual de 19 ou 20 no deve ultrapassar a 16. Telas menores, menor o nmero de imagens; Distribua a seqncia de imagens seguindo um critrio de lgica semelhante a de uma ronda a p. Isso facilita o entendimento espacial da localizao das cmeras em relao a acessos e a tempo de deslocamento;

Divida o total de cmeras em grupos de no mais de 16 por operador (depende do tipo de observao que se executa) e dimensione os monitores de modo a facilitar uma operao integrada entre mais de um posto de trabalho;

Utilize monitores com uma resoluo superior a das imagens em uso, principalmente nos casos de monitores com tubos de raios catdicos; Os dispositivos de controle no caso de cmeras mveis devem atender aos fatores ergonmicos e estar posicionado de modo a permitir uma utilizao adequada entre os operadores, quando e se for o caso;

Utilize referncias de mercado de obras j executadas e recorra a profissionais experientes e competentes.

Figura 6.2 Sala de controle de monitoramento pblico na cidade de Westminster, Inglaterra

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Figura 6.3 Sala de controle do Centro de Monitoramento Integrado de Campinas, CIMCAMP

Atendimento a Legislao um fator de importncia capital, de conseqncias por


vezes caras. Sobre elas, destacam-se:

Ministrio do Trabalho que regulam condies de trabalho neste tipo de ambiente e que discorrem sobre tecnologia que so adequadas e/ou no; ABNT (Associao Brasileira de Normas Tcnicas) tambm tem trabalhos especficos para este tipo de ambiente, inclusive para pessoas com necessidades especiais;

Entidades de classe que podem ter normas especficas, frutos de acordos trabalhistas; Utilize referncias de mercado de obras j executadas e recorra a profissionais experientes e competentes.

O tema amplo e rico para ser desenvolvido, o que demanda do profissional no mnimo o conhecimento para saber que necessrio se recorrer a outros profissionais ou empresas especializadas, especialmente quando o projeto envolve mais do que poucos monitores de vdeo. uma questo de responsabilidade profissional.

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7. Gravao
O futuro da tecnologia de segurana eletrnica ser invariavelmente digital. Mas isso no significa que o que analgico est obsoleto. Embora o ambiente digital possibilite a execuo de uma srie de funes de forma mais eficiente, como a gravao, o armazenamento, a busca indexada e a distribuio do sinal, ainda existem outras em que o modelo digital deixa a desejar, como o caso da visualizao e do controle. Assim como aconteceu com outras reas de negcios, as solues de segurana eletrnica vm sendo conquistadas pela tecnologia digital. Um bom exemplo so os sistemas que envolvem CFTV - circuito fechado de televiso onde a tecnologia de vdeo IP vem provocando uma verdadeira revoluo na forma e aplicao dos equipamentos. Com isso, os termos que definiam esses equipamentos e que nos eram familiares foram complementados ou mesmo substitudos por outros, como MPEG4, taxa de compresso, CIF, D1, ips, etc. A evoluo da tecnologia de CFTV tem sido um processo e no uma mudana repentina. No princpio tnhamos apenas equipamentos analgicos, cmeras, comutadores, gravadores e monitores. Em um segundo momento foram introduzidos equipamentos com tecnologia digital, como os multiplexadores, os DVRs - gravadores digitais de vdeo e cmeras que passaram a ter internamente processadores de vdeo j com tecnologia digital, embora o produto final continuasse a ser o vdeo analgico. Mais recentemente surgiu o vdeo IP, em que a tecnologia analgica existe apenas na cmera, passando a digital durante a transmisso, gravao e armazenamento, com possibilidade de converso novamente em analgico para visualizao ou outras aplicaes especficas. A maioria das pessoas considera a migrao do analgico para o digital algo positivo. De qualquer modo o futuro dessa tecnologia ser digital. Apesar de o ambiente digital permitir executar uma srie de funes de forma mais eficiente, como a gravao, o armazenamento, a busca indexada e a distribuio do sinal, ainda existem outras em que o modelo digital deixa a desejar, como o caso da visualizao e do controle, por exemplo. Tambm cabe lembrar que as cmeras de vdeo captam as imagens no modo analgico para depois converter em digital.

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Evoluo do CFTV (no revoluo...)


Produtos Independentes Solues Integradas Sistema em Rede por IP
Gravao Simplex (VCRs) Gravao Triplex Gerenciamento de Imagem & Network

VCRs
Gravao Duplex

Componente Hbrido DVR Rede RedeIP IP


Matriz & Multiplexers

DVRs

Cmeras IP

MUX Unindo
B/W & Color Cmeras Com Tecnologias Bsicas Cmeras com DSP

Dois Mundos
Armazenamento em Rede

Analgico

Digital

IP

Figura 7.0 Evoluo do CFTV

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7.1 Gravador de Lapso de Tempo - GLT


Os gravadores de videocassete de lapso de tempo, ou GLT, so gravadores que obedecem ao formato de fita VHS ou SVHS (na grande maioria dos casos), porm no so compatveis com os gravadores domsticos. Isso se deve ao fato de que para poder operar com velocidades to baixas a ponto de permitir ser possvel gravar at 960 horas em uma fita T 120, o GLT grava por lapso, intervalo de tempo. Isso resulta em uma fita com trilhas gravadas em um ngulo no compatvel com as cabeas de vdeo de um vdeo normal. Esse ngulo dinmico e conseguido com o deslocamento da fita em uma determinada velocidade. Alm disso, o prprio azimute das cabeas de vdeo do GLT torna a leitura no adequada mesmo em velocidades compatveis (2 ~ 6 horas).

Figura 7.1.1 - GLT

A tecnologia que permite a gravao de vdeo analgico em fita magntica tem uma limitao em relao a qualidade dessa informao. Isso se deve a fatores particulares a essa tecnologia como a resposta de db/oitava, figura de histerese, gap da cabea gravadora e qualidade da fita, para citar os mais relevantes. Para superar a limitao original que de 280 TVL reais, foi desenvolvido o GLT com fita S-VHS, o que levou a resoluo at 400 TVL. O GLT incorporou vrias funes acessrias ao longo do tempo, sendo as principais:

Entrada de alarme, que permite alterar os parmetros de gravao para registrar melhor uma ocorrncia;

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Sada de alarme, para interligar o GLT a outros (gravao em cascata), como para poder acionar algum outro dispositivo; Entrada de udio para gravao em velocidade at 24 horas (no mximo); Interface serial.

Com a elevao da resoluo das cmeras, o barateamento da gravao em HD, o GLT foi cedendo espao aos DVRs ao mesmo tempo em que o VHS domstico cedeu espao ao DVD. Ainda assim ele um equipamento em uso e pode ser muito til quando bem utilizado e conservado. Para manter a qualidade e desempenho deve-se prestar ateno nas suas particularidades. A segurana e durabilidade de um GLT depende muito do usurio final e da manuteno, preventiva e corretiva.

Dicas importantes: Passos para a Instalao


Instalar o GLT em local seguro para evitar o acesso de pessoas no autorizadas; Fornecer uma alimentao segura e estvel para o GLT e seus componentes. Projetar um circuito eltrico especial para a alimentao do sistema de vigilncia, para prevenir problemas de sobrecarga e de desligamento acidental ou intencional;

Assegurar que todos os componentes do sistema de vigilncia tenham compatibilidade entre si e com o sistema do GLT, incluindo sua velocidade de gravao e nveis de sinal;

Tomar cuidado com a utilizao da sincronizao de alarmes do GLT e se existe compatibilidade entre eles (pausa de alarme, durao e seqncias). A gravao de alarmes pode ser de 2, 12 ou 24 horas. Para a gravao de 2 horas a qualidade de gravao a melhor e podem ser inseridas mais imagens. A imagem tem uma definio boa e pode-se verificar com qualidade o rosto de uma pessoa. Para as gravaes de 12 e 24 horas, so utilizadas quando existe grande quantidade de alarmes e deseja-se no trocar a fita constantemente. Apesar da durao de gravao da fita, a resoluo da imagem se torna constante.

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Aps a instalao do sistema de vigilncia, fazer um minucioso teste da utilizao do sistema. Teste a qualidade das gravaes em ambos os tempos, e descubra qual a de melhor qualidade. Teste tambm as condies de alarme do sistema. Se houver algum sistema de backup de energia eltrica, retire da tomada e teste o circuito. Reproduza as cenas gravadas no GLT e confira a qualidade do sistema. Verificar tambm o horrio e data da gravao do sistema.

Teste Regular do Sistema


Teste o sistema de vigilncia pelo menos uma vez ao dia. Verificar a gravao e a reproduo do sistema, analisar a iluminao local a ser gravado e o movimento da fita no vdeo, atravs do incremento do contador de reproduo e gravao. Verificar a gravao do horrio e da data no monitor e testar imagens de outras cmeras;

Verificar se algum alarme foi disparado e se a cena foi gravada depois dele; Seguir testes bsicos regulares: Reproduzir as fitas das gravaes mais recentes sob condies normais e verificar a qualidade da imagem. Verificar a gravao com

trigger manual para verificar o seu funcionamento. Reproduzir as fitas gravadas e


verificar o sucesso da gravao e sua qualidade;

Utilize as especificaes recomendadas pelo fabricante e substituir a fita regularmente. Verificar a fita, caso haja algum problema, troque-a. Manusear com cuidado a fita e guardar na sua respectiva caixa. Cuidar das fitas, no as deixando expostas a poeira, campos eletromagnticos, temperaturas altas e raios solares.

No manuseio
Utilizar fitas de vdeo de qualidade; Ler o Manual de Instrues e compreender as instrues; Conservar as Instrues - Para a segurana conservar o manual para futuras consultas; Ateno aos Avisos - Todos os avisos do GLT e instrues de operao devero ser compreendidos; Aterramento - O GLT normalmente vem equipado com tomada de 3 pinos. O aterramento do GLT muito importante; Alimentao - O GLT funcionar corretamente apenas na tenso indicada;

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Ventilao - Deve-se tomar cuidado para no obstruir as entradas da ventilao para que no haja um sobre aquecimento. O GLT deve ficar em um mvel fixo ou ser instalado em racks ou armrios com ventilao adequada;

Conexes - No utilize cabos no especificados e recomendados; Para a preveno de choques eltricos no conservar o GLT em locais de chuva ou molhados; Acessrios - No instalar o GLT em superfcies instveis; Manter o local do vdeo sempre limpo - Retire o GLT da tomada para limplo regularmente. No utilize lquidos de limpeza e aerossol. Utilize um pano mido limpo;

Condies que requerem um servio autorizado - Retirar o GLT da energia eltrica e chamar a assistncia tcnica especializada. Seguir, em caso de problema, os seguintes passos: Verificar se o cabo de alimentao est com problemas. Verificar se foi molhado descuidadamente No expor o GLT na chuva ou na gua. Se o GLT no estiver funcionando devidamente siga as instrues. Para fazer o ajuste, chamar um tcnico especializado do GLT. Se o GLT for derrubado, poder trazer problemas. Se o GLT modificar sua performance, contatar o servio especializado.

Troca de componentes - Caso haja necessidade de troca de algum componente do vdeo, contatar um servio tcnico especializado para a troca do componente defeituoso. Utilizar apenas componentes distribudos pelo fabricante ou similar do mercado. Uma troca no autorizada poder causar uma descarga eltrica ou a queima do GLT e a perda da garantia.

Verificao de Proteo - Aps completar um servio de manuteno ou reparo, pergunte ao tcnico especializado se houve perda de performance do GLT e se o vdeo encontra-se em plena capacidade de operao.

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7.2 Gravador de Digital de Vdeo - DVR


O Gravador Digital de Vdeo, DVR ou GDV, o sucessor direto do GLT. Tanto que no incio de sua introduo no mercado, era comum encontrarmos DVRs de um canal, que permitia a sua ligao aps um multiplex, bem no lugar do GLT. De modo quase simultneo vimos a introduo de placas digitalizadoras que podiam ser ligadas em PCs comuns, inclusive com a promessa de se poder utilizar a mquina para outras funes (uma coisa muito pouco provvel e pouco segura). Tanto o DVR dedicado quando o montado em uma base PC tm um mesmo conceito, ser uma plataforma de gravao que concentra as funes em uma mesma base. Isso muito importante ter claro, pois muito comum vermos sistemas com base em DVR ser utilizada para um conceito de descentralizao. Isso se torna arriscado, pois os recursos do sistema esto baseados em uma mesma plataforma que passa a compartilhar os recursos de CPU, memria e HD (digitalizao, compresso, gravao e reproduo), com outros sistemas. A performance cai exponencialmente at que o sistema trave. O conceito de base descentralizada o do NVR no captulo a frente. O importante entender o conceito, as funcionalidades e limitaes de uma soluo. O DVR tem um lugar certo onde seu uso garantido, um exemplo a questo que diz respeito s redes que geralmente no esto prontas para receber o trfego gerado por sistemas totalmente digitais. A limitao de banda em uma rede a principal restrio dos sistemas digitais. Com isso, ocorrem problemas de latncia na transmisso das imagens e na execuo dos comandos, o que pode prejudicar a operao. No modelo analgico praticamente no temos esse problema. No entanto se quisermos ligar 50 cmeras distribudas em uma cidade a um centro de controle, precisaramos ter 50 meios de comunicao interligando um ponto ao outro, o que inviabilizaria o projeto.

GDV com caractersticas fsicas de um GLT


Figura7.2.1 Exemplos de DVR

Placa de captura de 4 entradas analgicas

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Para grande parte dos profissionais de segurana, os sistemas hbridos constituem a melhor soluo para os dias de hoje, salvo alguns casos especficos. No modelo hbrido, o vdeo segue em modo analgico at um DVR que, por meio de uma porta Ethernet, permite conectar esse DVR a um centro de controle distante. O modo analgico permite a transmisso de imagens em alta definio a 30 imagens por segundo (ips) ou frames por segundo, enquanto o modo digital permite cobrir distncias continentais alm da distribuio dos contedos (ao vivo e gravado) a pontos virtualmente ilimitados. Tudo a um custo baixssimo. Outra vantagem do modelo digital na ponta final est na facilidade de manusear, copiar e distribuir a informao. O vdeo digitalizado pode ser enviado em diferentes fluxos, com diferentes caractersticas (qualidade e nmero de imagens por segundo) a diferentes destinos. A operao de envio de um determinado contedo a n destinos ao mesmo tempo, conhecido como multicast, passa a ser outra caracterstica da tecnologia.

Figura 7.2.2 GVD Hbrido

Para os casos em que necessitamos do vdeo digital j no incio junto cmera, existe a opo de cmeras com codificador (encoder) embutido, ou a utilizao de um codificador externo, o que tem sido mais comum devido a uma srie de fatores de projeto. Desse ponto em diante o vdeo segue em modo digital at o DVR. Alguns DVRs mesclam entradas analgicas e digitais simultaneamente, permitindo o melhor dos dois mundos ao mesmo tempo.

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Dos DVRs no mercado destacamos os chamados de stand alone que possuem sistema operacional reduzido e gravado em memria no voltil, isso os faz uma tima opo para sistemas de pequeno porte, devido a suas funcionalidades e facilidade de operao. Em segundo lugar os DVRs de classe industrial, analgicos ou hbridos (aceitam vdeo composto e IP ao mesmo tempo) com capacidade que chegam a 30 cmeras analgicas mais 32 IP, com grande capacidade e funes. Em meio a esses dois, temos uma grande variedade de marcas e modelos. O correto entender a necessidade da tarefa e buscar o equipamento que melhor se adapte a ela. Caso voc no tenha muita experincia com DVRs, deve ter muita cautela na hora de indicar ou mesmo escolher um. Os produtos no nvel mais baixo do mercado, os chamados entry level, no ressaltam determinados pontos que seu sistema no executa. Geralmente tarde quando se percebe que:

Ele no trabalha com determinadas cmeras; Muitos usurios simultaneamente provocam o travamento do equipamento; A qualidade da gravao pobre; As velocidades de gravao e reproduo no so exatamente o que foi dito; A capacidade de gravao em dias est longe do prometido; Determinadas funes s so realizadas em determinadas circunstncia; No existe suporte tcnico para o produto no pas; Esse o segundo sistema da empresa e no compatvel com o primeiro; O distribuidor onde o produto foi comprado, no vende nem d suporte a essa marca.

Das caractersticas que devem ser observadas esto:

Algoritmo de compresso
Existem dois tipos de compresso, hardware e software. Na realidade compresso e descompresso. Quando se usa hardware, no h perda de velocidade (da base PC), pois todo o trabalho feito na placa. Isso se estiverem sendo utilizados os componentes certos.

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A compresso por software necessita de performance do software para realizar vrias funes simultaneamente em conjunto com o PC, o que causa impacto no desempenho geral do sistema. Normalmente o software se utiliza do hardware para complementar a tarefa. A tecnologia de compresso baseada em algoritmos matemticos. Algumas companhias se dedicaram ao longo de vrios anos para os elaborarem e os aperfeioarem. O que alm de tempo, necessitou de muito investimento para chegar at o ponto de um produto acabado. Por isso no mnimo suspeito ver surgir no mercado uma marca de DVR com uma capacidade acima do normal, atribuda a um protocolo de compresso indito. Os codecs de vdeo mais famosos so:

MPEG1 projetado para at 1,5 Mbit/s, padro inicial e foi utilizado em CD-ROM; MPEG2 projetado para 1,5 Mbit/s at 15 Mbit/s, utilizado para DVD; MPEG4 possui a qualidade do MPEG2, porm com maior capacidade de compresso e acesso a recursos da camada OSI, sendo ideal para a indstria de segurana;

MJPEG derivado do JPEG desenvolvido para fotografia digital, com capacidade para imagens em movimento; Wavelet qualidade compatvel ao MPEG2 mas com maior banda e menos recursos que o MPEG4; h263 verso ITU prxima ao MPEG2; h264 verso ITU que dever ser superior ao MPEG4 (parte 5) e provavelmente ao MPEG4 (parte 10). Ainda em fase final como produto.

Deve-se tomar cuidado com a questo qualidade. A maioria dos algoritmos de compresso possui um controle de nvel de compresso. Ao se aumentar a compresso se diminui a qualidade e performance.

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Figura 7.2.3 Duas imagens com diferentes taxas de compresso

Figura 7.2.4 Duas imagens com diferentes taxas de compresso

Qualidade DVD Vdeo CD Celular

Perfil Avanado

Perfil Simples

Figura 7.2.5 Posicionamento dos algor/imos de compactao

Resoluo
Por se tratar de um sistema digital, a compresso dada por uma matriz de X/Y pixels. No existe uma relao linear entre a resoluo de uma cmera de vdeo e a resoluo de uma imagem digital. Para efeito de comparao podemos dizer que para 4CIF a resoluo mxima que capaz de representar digitalmente algo em torno de 420 TVL, para uma imagem colorida.

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Capacidade de imagens pos segundo (ips) ou frames por segundo


Existe uma infinidade de modos para apresentar esse nmero, muitos deles uma verdadeira confuso. importante lembrar que 30 frames por segundo real time/real

motion ou vdeo em tempo real, mas para um canal apenas. Caso se quiera gravar 4
cmeras, todas em tempo real, ser necessrio uma capacidade de 120 frames por segundo, sem compartilhar recurso. O frame rate (taxa de imagem ou imagem/segundo) um termo ardiloso. Na realidade a velocidade que os fabricantes indicam em sua especificaes a mxima possvel de ser obtida em determinadas e ideais condies, sem levar em considerao nada mais em relao a que o PC, software ou a placa de vdeo esteja fazendo. como os km/l de consumo anunciado pelos fabricantes de carros (talvez morro abaixo, na banguela....). Falamos emplacas de captura pois elas capturam e gravam o sinal de vdeo, mas a reproduo do vdeo como feita? A resposta , pela placa de captura. Apesar de se dizer captura, elas muitas vezes tambm so responsveis pela reproduo. Por isso a importncia de se saber se determinados recursos so dedicados a uma funo ou sero compartilhados com outras. Em relao a capacidade de imagens por segundos, deve-se ter certeza do que se trata. Na especificao tenha certeza se est se referindo a:

O nmero total de frames por segundo da placa digitalizadora que deve ser dividido pelo nmero total de cmeras; O nmero total de frames para cada canal individualmente; A capacidade mxima do hardware, sem envolver a comutao do software, funes simultneas, etc (capacidade do hardware); Velocidade de reproduo; Velocidade de gravao; Clculo de frame I e P; Uma combinao de todas acima.

Figura 7.2.6 Em cima fotogramas completos, em abaixo 1 frame completo e seqncia de mudanas

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O ideal o efetivamente necessrio para realizar a funo, nem mais nem menos. Existe uma tendncia de se querer tempo real para tudo, o que demandaria um DVR caro. O importante saber qual a taxa necessria para cobrir o evento. Geralmente 5 frames por segundo do conta da maioria das tarefas. Alm disso o DVR pode ser programa do para alterar a velocidade de gravao de determinadas cmeras em razo de um alarme, horrio ou a interao de vrios fatores.

Capacidade de armazenamento interno e externo


Iss o diz respeito diretamente ao tempo que se quer armazenar. Determinados setores j tem uma especificao, 30 dias para o setor bancrio, 60 para determinados rgos pblicos e at 6 meses para outros. No clculo da capacidade de armazenamento temos que levar em conta:

Taxa da gravao; Qualidade da imagem (QCIF, CIF, 2CIF ou 4CIF); Contnua 24 horas ou com deteco de movimento em parte do tempo ( necessrio indicar uma taxa de possibilidade, por exemplo 25% de 10 horas/dia que seria 2,5 horas, mais as outras 14 horas, 16,5 horas por dia para efeito de clculo);

O nmero de cmeras; Tamanho do frame isso um dado raramente fornecido pois ela varia de uns poucos kbs at dezenas de kbps, dependendo do nvel de movimentao na imagem. J que os algoritmos de compresso economizam a informao enviada (envia-se um frame completo a cada 30 ou mais apenas com o que mudou na imagem), esses valores variam conforme a cena. Esse valor deve ser fixado e deve ter uma relao com a realidade, caso contrrio o tempo ser gravado no ser nem prximo ao estimado.

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Figura 7.2.7 Seqncia de frames I e P

Para facilitar, existem vrios programas ou planilhas que auxiliam neste tipo de clculo. Al;em da capacidade interna, muitos DVRs que chegam a 1 TB, pode-se fazer uso de dispositivos de armazenamento externos que possibilitam atingir-se vria TB. Uma sada interessante para este tipo de dilema so as funes que permitem fazer uma gesto inteligente de contedo, em que as informaes mais crticas (determinadas cmeras) ou as que vieram associadas a alarmes, possam ser guardadas em uma parte diferente do HD enquanto as demais imagens so gravadas em outra parte e descartadas aps x dias. Alm deste tipo de recurso, existem outros especficos de determinadas marcas.

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7.3 Gravador de Digital de Rede - NVR


Para grandes sistemas envolvendo muitas cmeras ou onde se quer um sistema com capacidade de descentralizao, temos o NVR que basicamente um aplicativo de gravao digital. Nesse conceito, todo o vdeo trafega em modo digital. Cada cmera possui um endereo de rede e as funes podem estar distribudas em uma configurao de servidor e cliente.

Figura 7.3.1 Rede NVR Fonte Bosch Security

As imagens so gravadas em um ou mais servidores e as operaes so realizadas em estaes de trabalho que podem estar distantes entre si. Mesmo aqui pode haver a necessidade de converter o vdeo digital em analgico, principalmente para a observao. O decodificador (decoder) utilizado nesse tipo de configurao.

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Figura 7.3.2 Sistema amplo envolvendo encoder e decoder Fonte Bosch Security

Uma outra vantagem da tecnologia digital a possibilidade de mltiplas configuraes e dispositivos que podem ser incorporados ao longo do tempo, resultando em uma relao custo/benefcio muito melhor. Nesse ponto a superviso de um profissional competente torna-se necessria, pois mesmo ao iniciar um projeto de menor envergadura, saber identificar o alcance de cada soluo a garantia de um investimento seguro que no causar restries na sua expanso.

Figura 7.3.4 Sistema amplo com base em NVR

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Uma vantagem acessria, mas de grande importncia do modelo digital a possibilidade de compartilhar a infra-estrutura de rede. As cmeras precisam da rede para enviar o vdeo digitalizado at o destino, mas no preciso exclusividade na utilizao desse meio. Na mesma rede poder haver outros tipos de trfego de dados, o que permite na fase de projeto identificar outros usurios alm dos de segurana que podem ser beneficiados com o investimento e, por conseqncia, passam a contribuir com este item. A rede pode ter diferentes configuraes e utilizar diferentes tecnologias, inclusive utilizar ramos sem fio. No possvel precisar quando, mas podemos afirmar com certeza que o futuro do CFTV ser digital e brilhante. Para podermos caminhar para esse futuro a passos seguros, precisamos de informao e do apoio de profissionais que possibilitem equilibrar o melhor da tecnologia com a possibilidade de investimento que a realidade permitir. Compartilhar os recursos e permitir a mltipla utilizao do sistema a chave para um projeto bem sucedido.

Figura 7.3.5 Sistema amplo com base em NVR e DVR em conjunto Fonte Bosch Security

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8. Sistemas Complementares
Existem muitos componentes que de modo complementar conferem a um sistema de CFTV uma capacidade muito mais ampla que a de um simples sistema de observao remota. Alguns dos componentes que sero descritos j esto fora de moda, mas isso no necessariamente quer dizer obsoleto. O seu entendimento alm de permitir uma viso de evoluo dos componentes de CFTV, conferem ao profissional uma quantidade maior de recursos para fazer frente a resoluo do problema, dentro do oramento previsto. Outros representam ainda uma abertura para o futuro do CFTV, como o caso dos Detectores Inteligentes de Movimento, que esto adicionando capacidade de avaliao de imagens, na cmera, de modo a no ser exigido do operador uma ateno a tela, que ele no tem condio de fazer. Os dispositivos a serem apresentados so:

Amplificador equalizador de vdeo; Distribuidor de vdeo; Comutadores de Vdeo; Divisores de imagem; Multiplexador de vdeo; Detector Inteligente de Movimento; Integrao de Sistemas.

8.1

Amplificador Equalizador de Vdeo

Como j comentado no item 5.1 Cabos, existe uma perda principalmente na faixa das freqncias mais altas. A funo do amplificador equalizador compensar essa perda, amplificando o sinal de vdeo por faixas de freqncia. Deste modo possvel compensar as perdas de alta, mdias e baixas freqncias em separado, assim como um ganho geral. Eles so equipamentos ativos, quer dizer, necessitam de alimentao eltrica. Existem:

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Pr-equalizadores, que geram uma distoro contrria a que o cabo vai provocar, chamada pr-nfase. Deste modo o resultado de ganho menos perdas, tende a zero;

Ps-equalizadores, que so utilizados na chegada do sinal e busca-se compensar as perdas provocadas no cabo atravs da ampliao seletiva.

Tambm existe o equalizador para ser utilizado no meio do comprimento do cabo. Este tipo no tem uma utilizao prtica pois por ser um dispositivo ativo, requer alimentao eltrica e abrigo, o que normalmente fcil de se disponibilizar. De modo prtico se utiliza o pr ou o ps, mas muito mais o ps pela maior facilidade de ajuste. O modo mais correto para se ajustar um amplificador equalizador injetar do lado da cmera um sinal de testes do tipo Multiburst. Cada pacote possui um sinal de freqncia diferente.

Figura 8.1.1 Sinal de um gerador de multiburst visto na tela de um osciloscpio

No ponto de chegada do cabo instalado o amplificador equalizador e na sua sada um osciloscpio. Basta ajustar os controles do equalizador para tentar obter um sinal o mais prximo do original. Por necessitar de um gerador de sinal de vdeo com Multiburst e de um osciloscpio, poucos executam este tipo de procedimento, o que lamentvel, pois existe uma perda de qualidade envolvida. O que h no mercado hoje que facilita este procedimento, so cmeras que j possuem internamente um equalizador com seleo por comprimento de cabo que dispensa a utilizao de equipamento acessrio para o seu ajuste.

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8.2

Distribuidor de Vdeo

O distribuidor de vdeo um equipamento ativo, necessita de alimentao eltrica, e tem por funo dividir um sinal de uma fonte de vdeo em vrias sadas. Por representar um custo a mais, geralmente se utiliza um equipamento com entrada e sada (loop through) e uma chave de carga (75 Ohm ou alta impedncia), para cascatear o sinal de vdeo, alimentando-se dois equipamentos a partir de uma nica fonte de sinal.

Figura 8.2.1 Uma cmera ligada a dois monitores atravs de um multiplex

A figura acima ilustra um caso tpico. Por se tratar apenas de visualizao, o efeito de se ter um dos equipamentos operando em alta impedncia, pode no ser significativo, no entanto para se evitar problemas, essa ligao deve ser curta, at 2 m de preferncia. No caso em que uma fonte de sinal, uma cmera por exemplo, vai alimentar vrios monitores, melhor utilizar um distribuidor de vdeo para que se possa isolar a fonte, das diversas cargas, principalmente quando temos distncia superior a 2 m dos dispositivos em alta impedncia at o que possui a terminao de 75 Ohm.

90

Figura 8.2.2 Diagrama de um distribuidor de vdeo

91

8.2

Comutadores

Na comutao seqencial, a imagem de sada trocada a um intervalo programvel, permitindo a exibio de vrias cmeras em um nico monitor de vdeo. A utilizando-se um comutador seqencial, possibilita ao usurio manter a sua ateno em cada cmera por vez, despendendo cerca de cinco ou mais segundos em cada cena. Mesmo em um sistema com oito cmeras e um intervalo de comutao de cinco segundos (que o tempo despendido pelo sistema exibindo e gravando a imagem de uma cmera antes de selecionar a prxima ), existe uma lacuna considervel entre um grupo de imagens de uma dada cmera at o sistema exibir aquela cmera novamente. Em sistemas maiores a lacuna inaceitvel e grande o suficiente para no ser possvel obter a prova necessria para a comprovao de um ilcito. Se o intervalo de comutao for diminuindo, digamos um por segundo, a vista humana no capaz de assimilar o que ela est observando. Este o dilema do comutador; comutar de forma rpida demais para o crebro, que no pode assimilar a informao visual que est recebendo; comutar de forma lenta, com conseqente atualizao de novas imagens a grandes intervalos, com a possibilidade de se perder um incidente. Outro ponto negativo do comutador que por ser um dispositivo analgico e pelas cmeras no estarem sincronizadas umas as outras, na grande maioria das vezes, a cada comutao vai ocorrer uma rolagem de sincronismo (a comutao interrompe uma seqncia de sincronismo e comea outra com base na nova fonte de vdeo). Para o monitor de vdeo isso no representa muita coisa pois em cerca de 1 segundo a imagem j est estabilizada, mas para o gravador de vdeo que utiliza o sincronismo do sinal de vdeo como referncia para o servomecanismo de movimentao da fita e da cabea de vdeo, essa comutao fora de fase custa ao sistema cerca de 3 segundos para estabilizar. Deste modo se gravamos uma seqncia no referenciada de cmeras em um VCR, vamos precisar de um tempo maior que 5 segundos para garantirmos um mnimo de 2 segundos de imagem aproveitvel. Isso nos leva de volta ao dilema do comutador. Os comutadores forma muito teis no incio da indstria de CFTV, mas nos dias de hoje ele um equipamento com aplicaes muito restritas. O multiplexador ultrapassa esses trs pontos negativos do comutador, utilizando a tcnica de comutar os sinais da forma mais rpida possvel, enquanto permite a 92

possibilidade de se reproduzir essas cenas de forma completa, sem lacunas e de forma individual, se desejado.

8.3

Divisores de imagens

Os divisores de imagem funcionam atravs da compresso de cmeras separadas formando uma nica tela. Esse dispositivo constitui um meio para vigilncia ao vivo, pois economiza em monitores. Infelizmente, os divisores tambm gravam imagens em um nico quadro da fita. O resultado que cada imagem possui apenas do vdeo que foi gravado. Isso significa que se possui apenas de todos os pixels disponveis. Uma vez que o nmero total de pixels disponveis em um quadro o que est diretamente relacionado a resoluo de uma imagem gravada, os divisores sofrem de uma sria reduo de resoluo na reproduo: isso afeta tanto a imagem que a torna sem uso como evidncia. Nos multiplexadores, porque se grava um quadro completo na fita, assegurado uma resoluo mais alta durante a reproduo do material gravado.

8.4

Multiplexador de Vdeo

Um multiplexador de vdeo um sistema de gravao e exibio que aumenta a eficincia de um sistema de CFTV. Diferente do sistema de gravao convencional, o multiplexador de vdeo coleta uma seqncia contnua de imagens completas de todas as cmeras simultaneamente e ento processa-as para gravao em uma nica fita magntica. Porque as imagens so agrupadas de forma extremamente rpida e sempre com uma quadro completo, existe um pequeno risco de um incidente escapar ao registro do sistema. Um multiplexador ir tambm rotular cada imagem com detalhes da localizao da cmera, horrio e data para o uso em uma avaliao posterior. Alm disso, para aumentar a eficincia da reviso da fita, o operador possui vrias opes de mltiplas imagens, alm do modo de imagem individual. 93

Nenhuma qualidade ou resoluo perdida, quando as imagens so enviadas ao monitor. O sistema de gravao de mltiplas cmeras a chave para ampliar o potencial de um sistema de CFTV. Os multiplexadores inicialmente utilizavam-se da comutao referenciada a um pulso de

trigger(gatilho) da cabea de vdeo do vdeo cassete de forma a que a cada imagem


gravada fosse feita a comutao para a prxima cmera. Na reproduo, o seu armazenador de quadro lia as imagens no equipamento e exibia-as na tela como uma srie de imagens de uma cmera ignorando as imagens das demais cmeras. Os multiplexadores possuem trs modos de operao:

Modo ao Vivo - Usado para monitorao ao vivo. O operador possui um nmero de telas mltiplas disponveis a partir da qual ele seleciona a melhor combinao de cmeras em um monitor. Uma facilidade importante neste mdulo a forma fcil com que as imagens so selecionadas em cada uma das telas de mltiplas imagens e a forma fcil com que podem ser selecionadas e armazenadas para uso subseqente. O armazenamento de mltiplas imagens selecionadas requer que o multiplexador possua funes chaves ( como a tecla F em um PC ) que imediatamente recria a tela pr-programada;

Modo Gravao : Os multiplexadores gravam quadros completos da imagem de mltiplas cmeras em uma velocidade muito alta em uma nica fita de vdeo. A maioria dos sistemas permite a integrao de entradas de alarmes para priorizar a gravao das cenas em reas alarmadas e alguns podem automaticamente mudar a velocidade de gravao para o modo tempo real ( ou modo duas horas ). Alguns possuem ainda deteco de movimento para priorizar a gravao de cmeras, nas quais identificada uma movimentao em rea total ou parcial, em relao a outro sinal onde nada movimente-se;

Modo de Reproduo - O quadro ou imagem armazenada permite que cada uma delas possa ser exibida na tela em uma das duas maneiras. Isso pode ser tanto como uma srie de imagens de uma nica cmera, enquanto as imagens gravadas de outras cmeras so ignoradas ( modo de reproduo em tela cheia ), ou como uma srie de imagens de quatro ou mais cmeras exibidas de forma simultnea em formato multi tela 94

sendo que este arranjo pode ser alterado para conter quaisquer cmeras que se deseja.

Sistemas Simplex, Duplex e Triplex


Quando usado com multiplexadores esses termos se referem a sua capacidade de executar mais de uma funo simultaneamente e de forma independente. Tipicamente, um multiplexador simplex tem a habilidade de gravar e reproduzir imagens em fita e permitir a exibio ao vivo de mltiplas imagens. Eles no podem executar essas duas funes ao mesmo tempo. Eles so mais baratos e so para utilizao onde a funo de gravao existe para assegurar que as evidncias estejam disponveis para aes posteriores. Um tpico exemplo so os bancos. Quando gravando com um multiplexador simplex, a monitorao simultnea de cmeras ao vivo fica limitada observao individual, esttica ou seqencial. Os multiplexadores duplex possuem uma segunda placa de vdeo digital, em uma situao mestre e escravo. Isso permite uma gravao contnua de todas as cmeras utilizando a placa escrava enquanto o operador simultaneamente possui a habilidade de monitorar ao vivo as imagens disponveis em mltiplas telas ou utilizando um segundo vdeo cassete para reproduzir imagens previamente gravadas utilizando um multiplexador similar. Os multiplexadores duplex so otimizados para aplicaes onde a vigilncia humana planejada, mas onde a gravao de toda as atividades continua sendo desejada: em um caso de reserva para a monitorao ao vivo ou para assegurar um sistema adicional de coleta de evidncia em caso de ocorrncia de um evento. Os multiplexadores Triplex permitem incluir em uma tela mltipla, imagens ao vivo com imagens gravadas anteriormente, facilitando um processo de comparao do tipo antes e depois Deve-se observar bem as caractersticas do equipamento para se evitar a sobre ou subutilizao de um equipamento para uma devida tarefa. Em sistemas onde exista um multiplexador ligado a um Gravador de Lapso de Tempo, pode ser atualizado a um baixo custo com o emprego de um gravador de vdeo digital de um canal.

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Deteco de Atividade ou Movimento


Este dispositivo otimiza a seleo das imagens a serem gravadas. Mudanas em um campo de viso podem ser detectadas e essas cmeras so gravadas mais freqentemente. Isso assegura que a quantidade de tempo de vdeo gravado seja minimizada. Detectando-se aqueles canais onde a atividade ocorre em relao quelas cenas aonde no ocorrem atividades de interesse permite ao gravar-se com mais freqncia as cmeras onde a deteco de movimento ocorre, acaba por permitir uma quantidade mais significativa de material. Alguns sistemas possuem dois modos no qual a deteco de atividade trabalha. No modo exclusivo o sistema divide o vdeo de forma igual s cenas onde ocorre atividade em excluso as cenas sem interesse. No modo de entrelaamento a gravao dos quadros das cmeras ativas feita em uma freqncia mais alta que aqueles gravados de cmeras sem atividades. Para cada cmera a deteco de atividade pode ser selecionada utilizando-se uma grade que faz parte do programa de setup com funo para toda a tela ou parte dela. Isso permite ignorar uma parte selecionada da rea de viso da cmera permitindo a deteco em reas pr estabelecidas, desta forma, a deteco de atividade se dar apenas nos pontos pr marcados, assim como uma porta ou uma passagem de segurana. A deteco de atividade uma importante funo em um sistema de CFTV. Permite ao usurio otimizar a visualizao e a monitorao em um local com mltiplas cmeras onde ocorram atividades de movimento. O sistema permite que todas as cenas sejam gravadas at que uma atividade ocorra em um ou mais canais. Atribui prioridade queles canais poupando o tempo de reviso do material e aumentando a razo de eficincia das cenas com importncia potencial para a segurana.

Gravando com Multiplexadores


Os multiplexadores so normalmente utilizados em conjunto com gravadores de lapso de tempo. Para compreender como os multiplexadores trabalham no modo de lapso de tempo importante entender o processo de gravao de lapso de tempo. O vdeo cassete de lapso de tempo trabalha gravando apenas uma imagem de cada vez ao invs de um conjunto de imagem a cada frao de segundo. Eles possuem retardos de campos, especificado a cada velocidade diferente (6,12, 24 horas ou mais) e cada tipo de vdeo cassete tem a sua prpria seleo. Os multiplexadores precisam saber exatamente quando mandar uma imagem para o vdeo cassete e para fazer isso eles 96

precisam saber quando um vdeo cassete est gravando (alguns multiplexadores tem uma lista de vdeo cassete com marcas e modelos no seu menu para simples seleo), ou quando associado retardos de campos do vdeo cassete, permite reconhecer em qual modo de operao se encontra o aparelho. Os multiplexadores possuem uma tabela de caminho em seu programa para estas configuraes. Quando o retardo de campo apropriado ativado em um multiplexador, permitir que o campo do vdeo a ser gravado ocorra precisamente no instante em que o vdeo cassete esteja pronto para a funo. Se estas selees forem feitas de forma incorreta o multiplexador e o vdeo cassete estar fora de sincronizao e imagens importantes podero no ser gravadas.

Seleo de Cmeras e Programao de Multiplexadores


Os multiplexadores trabalham com qualquer tipo de cmera, desta maneira torna-se til onde o usurio deseja utilizar os benefcios de um multiplexador, mas ao mesmo tempo preservando tanto quanto possvel da atual instalao de CFTV. Em virtude deles possurem base de tempo corrigida, eles no necessitam que as cmeras estejam em fase entre si. crtico que o multiplexador saiba quantas cmeras esto trabalhando e quais so coloridas ou preto e branco. Esses detalhes so programados no multiplexador em um

setup inicial e no necessitam ser alteradas at que a configurao do sistema se altere.


Isso torna muito simples um up grade no sistema de cmeras preto e branco para colorido, se vierem ocorrer uma futura oportunidade essencial instalar-se um multiplexador compatvel com cmeras coloridas ao invs de multiplexador exclusivamente monocromtico, que no permitem esse tipo de up-grade. Quando selecionar um multiplexador, uma funo muito til a ser observada a habilidade de programar diferentes nveis de sensibilidade de luz para cada uma das cmeras com as quais o sistema est trabalhando. Por exemplo, um multiplexador compensar as diferenas de nveis de brilho ao se comparar cenas externas de brilho com boa iluminao, a cenas internas com iluminao pobre. No pode no entanto compensar para selees pobres em termos de lentes e cmeras. Alguns dos multiplexadores so ainda capazes de operar sistemas de Pan, Tilt e Zoom a partir de seu teclado. Isso d ao usurio considerveis vantagens em termos de se economizar em controladores uma funo Pan, Tilt e Zoom. 97

Alarmes
A maioria dos multiplexadores possui tanto entradas quanto sadas de alarme. Normalmente, prev-se uma entrada de alarme para cada entrada de cmera, ligando cada uma delas a um ponto de alarme. Isso aumenta substancialmente a capacidade de vigilncia do sistema de CFTV, utilizando-se dispositivos de alerta para uma condio de alarme enquando ao mesmo tempo, prove confirmao da imagem que causou o evento. A funo de alarme tambm pode ser utilizada para integrar no sistema de CFTV juntamente com o sistema de controle de acesso e monitorao de alarme de intruso e de princpio de incndio.

Outras Funes teis:


Congelamento de imagens - Permite que imagens individuais sejam congeladas na tela, para um exame mais detalhado. uma funo particularmente til ao se reproduzir imagens gravadas para permitir melhor detalhamento da evidncia;

Zoom digital - Permite um exame ainda mais prximo da imagem congelada do vdeo. Em funo do zoom ser ampliar a imagem gravada, existe uma perda de resoluo associada com a sua utilizao. Isto porque a imagem congelada possui o mesmo nmero de pixels. A ao do zoom simplesmente aumenta a imagem e conseqentemente a distncia entre esses pontos, no gerando informaes complementares para completar a resoluo. Exemplo igual ao se aumentar uma imagem de uma fotografia, aonde os pontos que formam a imagem se torna mais evidente;

Teclas de funo - Isso permite ao usurio armazenar uma soluo previamente elaborada de mltiplas imagens que tipicamente cobre situaes freqentes e especficas de monitoramento que pode ser simplesmente recriadas pelo operador ao se apertar uma tecla. Eles tambm por exemplo, permitem modos de observao diurno, noturno, finais de semana, modos de ronda, incluindo quais cmeras devero ser gravadas, quais devero possuir deteco de movimento, quais possuiro alarmes, etc., a ser programadas para uma seleo imediata quando o operador assumir turnos especficos; 98

Senha para acesso do teclado de controle e menus de programa - Essa funo assegura que apenas aqueles devidamente habilitados entraro em contato com o seu programa. Tambm permite ao usurio restringir a utilizao do teclado de operao para apenas aquelas funes essenciais a atividade do operador;

Chave de controle auxiliar - Esse dispositivo permite ao operador abrir ou fechar remotamente dispositivos atravs do teclado do multiplexador. Est associada tipicamente a sistemas integrados de CFTV e controle de acesso.

99

8.5

Deteco Inteligente de Movimento

O DIM uma soluo inteligente de deteco de movimento que utiliza uma anlise avanada de contedo de vdeo para detectar objetos em movimento de modo confivel enquanto suprime os alarmes falsos. O algoritmo se adapta de forma inteligente para mudana de luz e das condies ambientais tais como chuva, neve e folhas sopradas pelo vento. O DIM pode ser configurado facilmente para selecionar reas sensveis, dimenses mnimas e mximos de objetos e o tipo de movimento que acionar um alarme. O DIM oferece uma capacidade embutida de anlise inteligente de vdeo que roda diretamente nos codificadores de vdeo, cmeras IP ou em hardware dedicados. Isso permite que a anlise do contedo de vdeo possa ser executada na extremidade do sistema, dentro da cmera ou do codificador de vdeo, ao invs de necessariamente em um hardware dedicado na central de operaes. Denominado como a inteligncia na periferia, essa capacidade embutida de anlise inteligente de vdeo significa eliminar servidores caros, placa de captura de vdeo e software de gerenciamento de vdeo, economizar dinheiro enquanto se mantm qualidade, preciso e eficincia. A inteligncia na extremidade torna o DIM uma soluo de custo competitiva. Ela especialmente adequada para deteco de intruso perimetral em ambientes externo onde agentes de segurana esto sobrecarregado pelo nmero de cmeras, ainda que a freqncia dos eventos de interesse seja relativamente baixo. Os avanos tecnolgicos tm reduzido o custo das cmeras de modo drstico, conduzindo a um aumento dramtico no nmero de cmeras disponibilizadas para segurana e outras aplicaes. O aumento no nmero de cmeras significa que possvel monitorar quase todas as reas de uma organizao ou instalaes em tempo real. Esse crescimento no nmero de cmeras tambm aumentou a quantidade de dados visuais que necessitam ser monitorados pelos profissionais de segurana, expandiu a largura de banda necessria, aumentou a capacidade de armazenamento necessria e acelerou o processo de fadiga do operador. Estudos indicam que um operador pode perder at 95% da atividade em uma cena aps 22 minutos de observao contnua. Isso se traduz em aumento de risco.

100

Deste modo, nos atuais ambientes de segurana ns temos centenas, talvez milhares de cmeras sem que ningum as estejam observando. Nas solues de monitoramento tradicionais existe um fluxo constante de dados de vdeo, mas sem uma reao do sistema. Ao invs disso, na maioria dos casos as imagens so utilizadas como evidncias ps incidente. Assim o pleno potencial de um sistema de monitoramento de vdeo no utilizado. Obviamente o que se necessita de uma soluo de monitoramento automtico e inteligente de vdeo em tempo real. O Detetor Inteligente de Movimento (DIM) atua como um operador virtual analisando o fluxo vdeo e detectando e notificando automaticamente a pessoa apropriada sobre eventos anormais ou situaes potencialmente perigosas. O DIM transforma os sistemas tradicionais de monitoramento de imagens de uma ferramenta reativa em um poderoso sensor pr-ativo. Quando utilizado em conjunto com os sensores de tecnologias convencionais, o DIM melhora a deteco de alerta situacional para aumentar a segurana e reduzir os riscos.

Fatores Chave:
Opo de licenciamento que fornece uma funo avanada de inteligncia de vdeo para todas as cmeras IP e para as unidades de codificao de vdeo;

Deteco robusta de vdeo; Algoritmo de aprendizado de fundo; reas de deteco independentes para gerao de alarmes; Detecta objetos entrando ou saindo de uma rea (campo de deteco) ou objetos que so abandonados em uma rea; Filtros baseados em dimenso do objeto, velocidade e direo para criar regras de deteco especficas; Monitoramento de obstruo para detectar bloqueio/mascaramento, obstruo, desfocagem e reposicionamento de cmera.

101

Benefcios Chave:
Preciso - filtros para dimenso, velocidade e direo assim como correo de perspectiva e uma funo interna de calibrao de cmera que assegura um baixo ndice de alarme falso;

Custo efetivo- a configurao embutida de anlise permite com que a funo seja executada na extremidades do sistema (encoder ou cmera IP), eliminando a necessidade de se utilizar necessariamente servidores, placas de captura e software de anlise de contedo;

Confiabilidade - filtros ambientais e deteco de obstruo interno asseguram que o DIM opere em uma variedade de condies e de ambientes e alerte o usurio de qualquer tentativa de obstruo da cmera do sistema;

Facilidade de configurao - interface grfica com o usurio tornando o

setup simples e intuitivo. Exemplo de funcionamento


Fonte Bosch Security

Selecionar a(s) rea(S) a ser(em) monitoradas

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Escolha os filtros de deteco de dimenso, velocidade e/ou direo de objetos

Ajuste os CUBOS VERMELHOS para o dimenso dos objetos que queira detectar

Ajuste o PLANO VIRTUAL de modo a que coincida com o ngulo e a perspectiva visto na imagem atual

Se voc quer filtrar um objeto baseado em dimenso ou velocidade, simplesmente utilize o utilitrio de calibrao posicionando o plano virtual na imagem da cmera de modo a que coincide com o ngulo e perspectiva de uma das reas horizontais da imagem. 103

Objetos em AMARELO so rastreados porm no geram alarme Objetos em VERMELHO violaro as regras de alarme

As REAS SENSIVEIS configurveis determinam a imagem que ser monitorada por atividade

Todos os objetos na rea sensvel de configurao so rastreados. Os objetos que no obedecem aos critrios do filtro de alarme so destacados em amarelo. Os objetos que preenchem os critrios de alarme (ex. Violou as regras) so destacados em vermelho.

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9. Iluminao
Por ltimo, mas no de menor importncia, temos a iluminao que na realidade tem uma grande contribuio no desenvolvimento de um sistema de CFTV. um erro comum e por vezes fatal, levar-se em conta que a iluminao um dado do problema e no uma varivel que pode e deve ser utilizada a nosso favor pois ela pode compensar uma srie de limitaes e por vezes at deficincia em um sistema de CFTV. Um simples exemplo para isso a questo do back light, quando temos uma cmera normal observando uma entrada com forte luz externa. Quando uma pessoa entra pela porta, a compensao automtica da cmera faz com que ela perceba um elevado nvel de luz (nvel mdio) e compense, fazendo com que a face da pessoa escurea. Isso pode ser resolvido com uma cmera com uma boa compensao de back light, no entanto algumas vezes isso no possvel. Uma das formas de se resolver o problema posicionando-se uma luz, de preferncia incandescente (spot light) direcionada para a porta de entrada. Isso iluminar o rosto da pessoa, mesmo com a compensao da cmera.

Figura 9.1 Problema de back light

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Figura 9.2 Compensando back light com luz dirigida

O objetivo no o de descer muito fundo no tema iluminao, mas de buscar conhecer os conceitos bsicos para auxiliar no projeto e na instalao de sistemas de CFTV.

O que Luz?
Uma fonte de radiao emite ondas eletromagnticas. Elas possuem diferentes comprimentos, e o olho humano sensvel a somente alguns. Luz , portanto, a radiao eletromagntica capaz de produzir uma sensao visual. A sensibilidade visual para a luz varia no s de acordo com o comprimento de onda da radiao, mas tambm com a luminosidade.

Figura 9.4 Espectro eletromagntico

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A curva de sensibilidade do olho humano demonstra que radiaes de menor comprimento de onda (violeta e azul) geram maior intensidade de sensao luminosa quando h pouca luz (ex. crepsculo, noite, etc.), enquanto as radiaes de maior comprimento de onda (laranja e vermelho) se comportam ao contrrio (Figura 9.5).

Figura 9.5 Curva de sensibilidade do olho humano a radiaes

H uma tendncia em pensarmos que os objetos j possuem cores definidas. Na verdade, a aparncia de um objeto resultado da iluminao incidente sobre o mesmo. Sob uma luz branca, a ma aparenta ser de cor vermelha pois ela tende a refletir a poro do vermelho do espectro de radiao absorvendo a luz nos outros comprimentos de onda. Se utilizssemos um filtro para remover a poro do vermelho da fonte de luz, a ma refletiria muito pouca luz parecendo totalmente negra. Podemos ver que a luz composta por trs cores primrias. A combinao das cores vermelho, verde e azul permite obtermos o branco. A combinao de duas cores primrias produz as cores secundrias - margenta, amarelo e ciano. As trs cores primrias dosadas em diferentes quantidades permite obtermos outras cores de luz. Da mesma forma que surgem diferenas na visualizao das cores ao longo do dia (diferenas da luz do sol ao meio-dia e no crepsculo), as fontes de luz artificiais tambm apresentam diferentes resultados. As lmpadas incandescentes, por exemplo, tendem a reproduzir com maior fidelidade as cores vermelha e amarela do que as cores verde e azul, aparentando ter uma luz mais quente. 107

Figura 9.6 Composies das cores

Grandezas e conceitos
As grandezas e conceitos a seguir relacionados so fundamentais para o entendimento dos elementos da luminotcnica. As definies so extradas do Dicionrio Brasileiro de Eletricidade, reproduzidas das normas tcnicas da Associao Brasileira de Normas Tcnicas - ABNT. A cada definio, seguem-se as unidades de medida e smbolo grfico do Quadro de Unidades de Medida, do Sistema Internacional - SI, alm de interpretaes e comentrios destinados a facilitar o seu entendimento.

Fluxo Luminoso Smbolo: Unidade: lmen (lm)


Fluxo Luminoso a radiao total da fonte luminosa, entre os limites de comprimento de onda mencionados (380 e 780m). (Figura 4) O fluxo luminoso a quantidade de luz emitida por uma fonte, medida em lmens, na tenso nominal de funcionamento.

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Figura 9.7 Fluxo luminoso

Intensidade Luminosa Smbolo: I Unidade: candela (cd)


Se a fonte luminosa irradiasse a luz uniformemente em todas as direes, o Fluxo Luminoso se distribuiria na forma de uma esfera. Tal fato, porm, quase impossvel de acontecer, razo pela qual necessrio medir o valor dos lmens emitidos em cada direo. Essa direo representada por vetores, cujo comprimento indica a Intensidade Luminosa. (Figura 5) Portanto o Fluxo Luminoso irradiado na direo de um determinado ponto.

Figura 9.8 Intensidade luminosa

Curva de distribuio luminosa Smbolo: CDL Unidade: candela (cd)


Se num plano transversal lmpada, todos os vetores que dela se originam tiverem suas extremidades ligadas por um trao, obtm-se a Curva de Distribuio Luminosa (CDL). Em outras palavras, a representao da Intensidade Luminosa em todos os ngulos em que ela direcionada num plano. (Figura 6) Para a uniformizao dos valores das curvas, geralmente essas so referidas a 1000 lm. Nesse caso, necessrio multiplicarse o valor encontrado na CDL pelo Fluxo Luminoso da lmpada em questo e dividir o resultado por 1000 lm.

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Figura 9.9 Curva de distribuio luminosa

Temperatura de cor Smbolo: T Unidade: K (Kelvin)


Em aspecto visual, admite-se que bastante difcil a avaliao comparativa entre a sensao de Tonalidade de Cor de diversas lmpadas. Para estipular um parmetro, foi definido o critrio Temperatura de Cor (Kelvin) para classificar a luz. Assim como um corpo metlico que, em seu aquecimento, passa desde o vermelho at o branco, quanto mais claro o branco (semelhante luz diurna ao meio-dia), maior a Temperatura de Cor (aproximadamente 6500K). A luz amarelada, como de uma lmpada incandescente, est em torno de 2700 K. importante destacar que a cor da luz em nada interfere na Eficincia Energtica da lmpada, no sendo vlida a impresso de que quanto mais clara, mais potente a lmpada. Convm ressaltar que, do ponto de vista psicolgico, quando dizemos que um sistema de iluminao apresenta luz quente no significa que a luz apresenta uma maior temperatura de cor, mas sim que a luz apresenta uma tonalidade mais amarelada. Um exemplo deste tipo de iluminao a utilizada em salas de estar, quartos ou locais onde se deseja tornar um ambiente mais aconchegante. Da mesma forma, quanto mais alta for a temperatura de cor, mais fria ser a luz.

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Figura 9.10 a. Temperatura de cor

Figura 9.10 b. Temperatura de cor

Um exemplo deste tipo de iluminao a utilizada em escritrios, cozinhas ou locais em que se deseja estimular ou realizar alguma atividade. Esta caracterstica muito importante de ser observada na escolha de uma lmpada, pois dependendo do tipo de ambiente h uma temperatura de cor mais adequada para esta aplicao. A lmpada incandescente iluminando a cena da esquerda apresenta um IRC de 100. J a

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fluorescentetubular FO32/31 3000K iluminando a cena da direita apresenta um IRC de 85.

Conceitos bsicos de Luminotcnica ndice de reproduo de cores Smbolo: IRC ou Ra Unidade: R


Objetos iluminados podem nos parecer diferentes, mesmo se as fontes de luz tiverem idntica tonalidade. As variaes de cor dos objetos iluminados sob fontes de luz diferentes podem ser identificadas atravs de um outro conceito, Reproduo de Cores, e de sua escala qualitativa ndice de Reproduo de Cores (Ra ou IRC). O mesmo metal slido, quando aquecido at irradiar luz, foi utilizado como referncia para se estabelecer nveis de Reproduo de Cor. Define-se que o IRC neste caso seria um nmero ideal = 100. Sua funo como dar uma nota (de 1 a 100) para o desempenho de outras fontes de luz em relao a este padro. Portanto, quanto maior a diferena na aparncia de cor do objeto iluminado em relao ao padro (sob a radiao do metal slido) menor seu IRC. Com isso, explica-se o fato de lmpadas de mesma Temperatura de Cor possurem ndice de Reproduo de Cores
diferentes.

Figura 9.11 Tabela IRC

A especificao correta nos Projetos


Para elaborar um projeto de Iluminao de uma rea urbana, preciso levar em considerao alm das necessidades tcnicas, as caractersticas econmicas e sociais da regio.

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A Iluminao, alm de proporcionar segurana, deve se integrar ao ambiente, podendo ressaltar o aspecto histrico ou influenciar e promover futuros empreendimentos, desenvolvendo assim as atividades econmicas, sociais, culturais e esportivas de acordo com os interesses da regio. A importncia dos fatores a serem considerados na escolha dos produtos que sero utilizados em um determinado projeto de iluminao pblica, varia de acordo com a necessidade de uma iluminao decorativa ou funcional.

Figura 9.12 Tabela IRC

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Figura 9.13 a Tabela de lmpadas

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Figura 9.13 b Tabela de lmpadas

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Eficincia Energtica Smbolo: w (ou K, conforme IES) Unidade: lm / W (lmen / watt)


As lmpadas se diferenciam entre si no s pelos diferentes Fluxos Luminosos que elas irradiam, mas tambm pelas diferentes potncias que consomem. Para poder comparlas, necessrio que se saiba quantos lmens so gerados por watt absorvido. A essa grandeza d-se o nome de Eficincia Energtica (antigo Rendimento Luminoso).

Figura 9.14 b Eficincia energtica

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O Fator Segurana

A maior influncia da Iluminao sobre a comunidade est relacionada a Segurana que ela proporciona, atuando em vrios aspectos:

Inibindo a iniciativa de marginais. Reduzindo atos de vandalismo. Permitindo a identificao mais rpida e fcil de pessoas e veculos; Permitindo que os condutores de veculos visualizem com clareza a sinalizao, pedestres e crianas brincando; As lmpadas ditas quentes tm componentes de infravermelho que favorecem a viso de cmeras monocromticas, ou as Dia/Noite; As lmpadas reativas de uso externo necessitam de at 15 minutos para retomar o nvel de iluminamento depois de uma queda de energia. Em locais em que necessria uma cobertura sem interrupo, necessrio prever-se iluminao de apoio, preferencialmente com lmpadas incandescentes.

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10. Glossrio
Abertura

O tamanho da abertura do diafragma que controla a quantidade de luz que chega ao sensor. Quanto maior o nmero f-stop menor a luz.
ngulo de viso

A medida da rea dentro da qual a cena visvel. Quanto maior a distncia focal, menor o ngulo de viso. Quanto menor a distncia focal, maior o ngulo de viso.
Assistente da objetiva (funo em determinadas cmeras)

Para regular corretamente a focagem, a lente deve estar totalmente aberta para oferecer uma profundidade de campo reduzida. O assistente da objetiva regula a lente A/I totalmente aberta, enquanto mantm o nvel de vdeo correto utilizando o obturador.
Atenuao (em dB)

Uma perda ou diminuio do sinal.


AutoBlack

A compensao Auto Black uma tcnica que permite melhorar o nvel de sinal de vdeo para produzir um sinal de vdeo com amplitude total, mesmo se o contraste da cena for inferior gama completa. A parte mais escura do sinal programada para preto e a parte mais clara para branco, aumentando assim o contraste.
Cabo coaxial

O tipo de cabo geralmente utilizado para os sinais de TV, onde um condutor disposto em volta do outro para fornecer um escudo e reduzir a perda de sinal.
Charged Coupled Device (CCD)

O tipo mais comum de sensor de imagem compacta utilizado nas cmaras CCTV. O sensor converte a energia da luz em sinais eltricos.
Classificao IP (grau de proteo)

utilizado um nmero de dois dgitos para fornecer uma classificao IP para uma pea de equipamento eletrnico ou para uma estrutura de equipamento eletrnico O primeiro dgito representa a proteo contra a entrada de objetos slidos (p). O segundo dgito representa a proteo contra a entrada de lquidos. Exemplo, IP66.

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Compensao de contraluz (backlight)

A compensao de contraluz amplia seletivamente as partes da imagem para compensar as grandes diferenas de contraste quando a parte da imagem est demasiado iluminada, por exemplo, uma pessoa a sair por uma porta com incidncia direta dos raios solares.
Compensao do cabo

Evita a degradao da qualidade da imagem causada por perdas de sinal devido ao longo comprimento do cabo.
Controlo automtico de ganho (CAG)

Circuito eletrnico que regula o ganho ou a amplificao do sinal.


Controlo de nvel

O ajuste do nvel de vdeo para proporcionar o nvel de luminosidade desejado. Este pode ser eletrnico ou por meio do controlo do diafragma.
Deteco de movimento de vdeo

Um dispositivo que analisa o sinal de vdeo de uma cmara para determinar se existe movimento na imagem.
Dia/Noite (sensvel a infravermelhos)

As cmaras a cores possuem um filtro de infravermelhos incorporado para melhorar a reproduo de cores. Em situaes de pouca luminosidade retirado o filtro de corte de infravermelhos na parte da frente do sensor a cores das cmaras Dia/Noite, restaurando a sensibilidade de infravermelhos da cmera.
Diafragma DC

Consulte Lente de diafragma automtico.


Diafragma eletrnica

Ajusta de forma automtica a velocidade do obturador da cmara de acordo com as mudanas de luminosidade. Em alguns casos elimina a necessidade de uma lente de diafragma automtico. Por vezes referido como AES.
Distncia focal

A distncia do centro ptico da lente imagem de um objeto localizado a uma distncia infinita da lente.
Balano automtico dos branco

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Uma funo que permite cmara a cores ajustar automaticamente a sada de cor proporcionando cores naturais independentemente da luminosidade utilizada.
Filtro de localizao

Um filtro graduado numa lente utilizado numa lente para aumentar a gama f-stop da lente.
Focagem

A distncia entre o plano de imagem e a parte posterior da lente.


F-stop

Consulte Nmero f.
Iluminao por raios infravermelhos

A radiao eletromagntica com comprimento de onda superior ao do espectro visvel. Os iluminadores podem ser lmpadas com base em filtros, indicadores luminosos ou laser de infravermelhos apropriados. Quanto maior o comprimento de onda, menor a sensibilidade do sensor CCD.
Interferncia

Um sinal indesejado de um canal ou cabo diferente que interfere com o sinal de vdeo.
Joule

Um joule definido como a quantidade de energia utilizada quando a fora de um newton aplicada na deslocao de um metro.
Lente de diafragma automtico auto-ris

Uma lente que abre ou fecha automaticamente a abertura para manter os nveis adequados de luz. A cmara controla o tamanho da abertura atravs do acionamento direto ou de lentes de diafragma DC. As lentes de diafragma de vdeo possuem os circuitos de controlo incorporados na lente.
Lente de distncia focal varivel

Uma lente onde a distncia focal a ser utilizada pode ser regulada manualmente.
Lente de zoom

Uma lente com a capacidade de ajustar a distncia focal de grandes comprimentos de distncia focal, com o mnimo de desvio de focagem.
Line lock (sincronismo em fase com a rede eltrica)

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Sincroniza as cmaras que utilizam AC com a rede eltrica, permitindo que diferentes cmeras estejam em fase entre si utilizando o sinal da rede eltrica como referncia comum.

Lmen

Consulte Sensibilidade.
Lux

Consulte Sensibilidade.
Monocromtico

Um sinal ou imagem a preto e branco.


Montagem C e CS

Montagem da lente padro CCTV. A montagem CS a normalmente utilizada e possui uma salincia para a distncia do sensor de 12,5 mm. A antiga montagem de lentes C, normalmente para sensores de maior formato, ainda pode ser encontrada com uma distncia de salincia de 17,5 mm. A regulao da focagem da cmara deve ser capaz de executar qualquer tipo.
Mudana de modo

A possibilidade de programar trs conjuntos de parmetros diferentes na cmara. A mudana de um modo para o outro pode ser feita de forma manual ou automtica.
Night Sense

O NightSense um mtodo que permite melhorar a sensibilidade das cmaras a cores atravs da combinao de sinais da imagem a cores numa nica imagem monocromtica.
Nmero f

A medida padro da abertura de lente, o dimetro do diafragma dividido pela distncia focal da lente. Quanto menor a abertura mxima, maior a quantidade de luz que passa atravs da lente, tambm conhecida por uma lente mais rpida.
Objetiva do diafragma de vdeo

Consulte Lente de diafragma automtico.


Objetiva do diafragma manual

Uma lente onde o diafragma ajustado manualmente para abrir ou fechar a abertura.
Pixels

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Os elementos fotossensveis microscpicos de um sensor de imagem CCD.


Profundidade de campo

A distncia do ponto mais perto ao ponto mais afastado que aparece na focagem. Quanto menor a abertura utilizada, maior a profundidade do campo.
Reduo dinmica do rudo (RDR)

O processamento de vdeo digital que mede o rudo na imagem e o reduz adequadamente de forma automtica.
Relao sinal-rudo

A relao entre um sinal de vdeo til e um rudo indesejado. medido em dB.


Resoluo

A medida de um detalhe fino que pode ser observado na imagem.


Saturao

A amplitude do sinal de crominncia que afeta a nitidez da cor.


Sensibilidade

Uma medida de luz incidental necessria para produzir um sinal de vdeo padro. O seu valor dado em luxes ou lmenes.
Sens-up

A funo Sens-up utilizada para aumentar a sensibilidade atravs da integrao do sinal de um nmero consecutivo de imagens para reduzir o rudo.
Sincronismo

Impulsos de sincronizao que so inseridos no sinal de vdeo para reunir a imagem corretamente.
Tamanho de imagem

As lentes so concebidas para produzir uma imagem que se ajusta ao sensor utilizado. Os tamanhos do sensor esto relacionados com os antigos dimetros do tubo e so normalmente referidos em polegadas, 1/2", 1/3", 1/4" etc. A diagonal do sensor a dimenso utilizada.
Vdeo composto

Um sinal de vdeo que combina o sinal de imagem, impulsos de sincronizao vertical e horizontal.

122

11. Referncias Bibliogrficas e Fontes de Consulta


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R. Fradique Coutinho, 634, conj. 61 Bairro: Pinheiros Cel: 8348 3789 So Paulo Brasil [email protected] P.O. Box 522810 Miami, Florida 33152 U.S.A. Tel.: +1 305 433 4765 Fax: +1 305 735 2082 [email protected] www.alas-la.org

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