Manual de Promoção Da Auto Estima
Manual de Promoção Da Auto Estima
Manual de Promoção Da Auto Estima
Carregueira
Outubro 2010
Objectivos e Contedos
Introduo
Autoconceito
Autocontrole
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Personalidade
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Receber elogios
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Receber crticas
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Concluso
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Bibliografia
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Benefcios e condies de utilizao do manual: De acordo com o Referencial de Formao com o Cdigo e Designao n. 622161, surgiu a necessidade da elaborao deste manual, cujo objectivo passa no s para servir de instrumento de apoio e auxlio aos formandos no decorrer das sesses inerentes ao mdulo de Promoo da auto- estima para aquisio de conhec conhecimentos imentos e competncias enunciados nos objectivos, como tambm como guia de consulta a posteriori aos destinatrios do mesmo. Os destinatrios sero portanto, formandos candidatos ao Curso de Operador/a de Jardinagem integrados no projecto acima mencionado. Foi elaborado pela formadora Ftima Alves do Nascimento e o mesmo no poder ser reproduzido sem autorizao da mesma e respectiva entidade formadora.
Contedos Como encorajar a auto auto-estima Como equilibrar os elogios e as crticas Reforo da auto-estima estima Principais correntes pedaggicas no p perodo contemporneo Estabelecimento de um clima rido / hostil
O seu auto-conhecimento conhecimento deve visar a auto auto-estima, a auto-confiana confiana e o auto-domnio, auto uma forma de inteligncia emocional, para comunicar de forma construtiva. Cada um deve conhecer a origem das suas emoes para assim poder lidar com elas, no deixando que e a hostilidade mine os relacionamentos. Uma pessoa sem auto-domnio auto tem exploses irracionais, no conquista o respeito dos outros e torna torna-se se companhia indesejvel. ~ As emoes devem sempre ser temperadas pela razo.
gestos, , a expresso corporal (em especial as faciais), o olhar e Comunicar no s falar - os gestos at o vestir, transmitem sempre muito do que pensamos e sentimos.
tendo em conta as diferentes personalidades das pessoas com quem nos relacionamos, que devemos escolher a forma mais acertada d de lidar com elas. A atitude e compreenso aliadas a um dilogo afirmativo, sabedoria de saber perguntar e, acima de tudo, de saber ouvir, so condies vitais para que se estabelea uma boa comunicao.
Para que um dilogo seja autntico nunca podemos esquecer trs aspectos fundamentais: valorizao dos pontos de acordo, respeito pelos outros e abertura de esprito, para aceitar novos pontos de vista, mas defendendo os nossos com frontalidade, sem nunca usar de arrogncia. Em suma, tem que existir tol tolerncia erncia e direito diferena de opinio.
espirituais que configuram a nossa personalidade. o ingrediente vital para o xito e felicidade nas nossas vidas. Quando a temos sentimo- nos bem connosco, sentimo- nos calmos, confiantes e
auto- confiana desaparece e tudo comea a correr mal. Vrios estudos revelam que toda a gente tem falta de auto autoestima e que at pessoas de aspecto mais seguro, podem sofrer e sofrem de
inseguranas em determinados momentos da vida. Um dos exemplos o caso de uma mulher de grande sucesso, com uma famlia unida e uma profisso prspera, que ao ser questionada sobre a sua qualidade de vida disse o seguinte de si mesma: A minha auto- estima vai e vem. Posso sentir sentir- me realmente bem num determinado momento, no topo po do mundo, mas de repente, sucede qualquer coisa e eu reajo mal e no instante logo a seguir, a minha auto- estima desapareceu! Acontece muito rapidamente e quando acontece, sinto- me intil, sem prstimo e volto a no saber o que fazer comigo mesma.
3. Falta de assertividade na comunicao. O comunicador assertivo tem padres de comportamento, que ele prprio estabeleceu e que lhe indicam a etapa do percurso em que eventualmente se encontra e no pactua com ambientes de optimismo ingnuo, onde nada consegue crescer.
Auto-estima
Tem a ver com a aceitao de si mesmo(a) com o quererquerer se e aceitar- se com as suas qualidades, defeitos e limitaes, com fazerfazer se respeitar, com a segur segurana e confiana em si mesmo(a) para seguir em frente na vida e enfrentar os obstculos obstculos.
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saber gerir os prprios sentimentos, permanecendo uma pessoa serena e tranquila para enfrent- los e para recuperar- se rapidamente dos negativos.
Autonomia
Tem a ver com a capacidade para tomar decises de forma independente, com resolver los prprios problemas em vez de pedir aos outros q ue o faam e com o como gerir a presso quando se tem que qu tomar decises.
O auto- conceito positivo favorece o desenvolvimento de capacidades potenciais e de autorealizao. Como me vejo? Como os outros me vm? Como gostaria que os outros me vissem?
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A medida que o homem cresce e se desenvolve vai incorporando novos valores (ticos, religiosos, sociais e culturais) e sofrendo mudanas na constituio da sua personalidade, at conseguir atingir a sua personalidade bsica definitiva.
Aspectos de personalidade
Os atributos gerais que compem a personalidade podem ser classificados em quatro tipos: Fsicos Emotivos Intelectuais Sociais
Fsicos:
Esto considerados os aspectos corpora corporais externos que distinguem a pessoa soa e lhe do uma aparncia pessoal (constituio io fsica, expresso do rosto, forma de vestir, etc.)
Emotivos:
Contemplam-se se todas a as formas de reaco que o individuo apresenta presenta perante as circunstncias da vida e a sua a atitude para solucion- las adequadamente.
Intelectuais:
Compreendem o senso com comum, a razo, o conhecimento, a reflexo e todos os processos proce afectivos que a pessoa coloca em prtica para exteriorizar a suas ideias razoavelmente.
Sociais:
Incluem-se se as qualidades sociais da pessoa (comportamento com os d emais, costumes, de hbitos e convencionalismo nas relaes interpessoais).
No possvel determinar a personalidade se no se tem em conta a escala de valores prprios de cada pessoa, incluindo: os seus princpios, crenas, costumes; Assim como tambm as sua capacidades para a sua orientao poltica, religiosa, social, econmica, etc.
Promoo da auto auto- estima Ftima Nascimento 2010 O Homem manifesta a sua segurana sobre quatro formas possveis:
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Segurana Fsica
Uma alimentao adequada, exerccio fsico peridico, no violento e descanso suficiente, so algumas precaues que se devem ter em conta para conservar o bem bem- estar fsico, uma vida saudvel tanto no trabalho como no desempenhar de actividades de qualquer ndole.
Segurana Emocional
Est directamente relacionada com la auto-aceitao. Fundamenta- se no conceito e na n aceitao que o indivduo tem de si mesmo e ao mesmo tempo, na forma como percebido por quem o rodeia.
Segurana social
Experimenta- se atravs de u uma sensao de prazer, confiana e conformidade conformidad nas reunies ou agrupamentos que os seres humanos levam a cabo, nas quais participam pessoas com interesses diversos.
Segurana econmica
Alcana-se se quando a pessoa consegue alcanar satisfatoriamente as suas necessidades materiais (alimentao, , habita habitao, vesturio, etc.) que so indispensveis veis para viver com comodidade, tranquilidade e s sem incertezas.
Considera- se comummente que o xito e a superao do homem na realizao das suas actividades quotidianas esto ligadas estreitamente com as suas caractersticas e qualidades pessoais.
H situaes em que o ser humano se sente desadaptado preante situaes imprevistas ou totalmente novas, agindo tambm de uma forma inesperada, desejando posteriormente, compreender-se melhor par a reagir de maneira mais adequada ou pelo menos no to ra bruscamente.
Auto- estima Baixa Usa os seus prejuzos Sente- se encurralado, ameaado, defende- se constantemente e ameaa os demais Dirige a sua vida consoante a vontade dos outros, sentindo- se frustrado, enojado e agressivo Inconsciente das mudanas, permanece rgido nos seus valores e insiste em permanecer esttico No aceita os do seu sexo, nem se relaciona com eles Tem problemas para relacionar - se rCom o sexo oposto. Se o faz de forma possessiva, destrutiva, superficial e doentia. No executa o seu trabalho com satisfao, no o executa bem, nem aprende a melhorar No gosta de si, nem dos outro s os Desconfia de si mesmo e dos outros V- se como cpia dos outros e no aceita que os outros sejam diferentes No conhece os seus sentimentos, reprime- os, deforma- os e no aceita que os outros exprimam os seus sentimentos No toma decises e portanto no obtm xito
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Usa a sua intuio e percepo livre, nada o ameaa, nem ameaa os demais Dirige a sua vida como bem entende, desenvolvendo habilidades para conseguir isso consciente das mudanas constantes e adapta- se aceitando novos valores para rectificar os caminhos Aceita os do seu sexo e se relaciona com eles Relaciona- se com o sexo oposto de forma sincera e duradoura Executa o seu trabalho com satisfao, executa- o bem e aprende a m elhorar Gosta de si mesmo e gosta d os outros do Confia em si mesmo e nos outros V- se como nico e v os outros como nicos e diferentes Conhece, respeita e expressa os seus sentimentos e permite que os outros tambm o faam Toma as suas prprias decises e deliciase com o xito
O Homem fracassa nas suas relaes se no se sente bem consigo mesmo o que lhe pode trazer problemas com os seus semelhantes. Para resolve- los deve fazer: 1. Uma anlise profunda da sua conduta social e uma valorizao honesta dos aspectos que constitui a sua personalidade. 2. 3. Dever realizar mud anas no seu comportamento com o objectivo final, encontrar um da ambiente agradvel, onde se possa realizar plenamente como pessoa. Praticar com naturalidade suas relaes interpessoais e aumentar su a auto-estima. ua
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Abraham Maslow disse: S se poder respeitar aos demais quando se respeita a si mesmo; s poderemos dar quando nos demos a ns prprios; s poderemos amar os outros quando nos amamos a ns prprios
O homem tem a capacidade para eleger a atitude pessoal perante qualquer obstculo, ou um conjunto de circunstncias e assim decidir seu prprio caminho. O que o homem tem que ser por si mesmo. Se se chamou a auto-estima a chave do xito pessoal, x porque esse prprio, as vezes est oculto e submerso na inconscincia ou na ignorncia.
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Para que recusar um elogio? Se a pessoa optou por cumpriment-lo, aceite, bom para ambas as partes. O artigo How to take a cumpliment, publicado no Lifehack.org, lista os erros acima, e d algumas dicas sobre com o receber elogios com graa e elegncia. Seg uem- se algumas gu delas. Eis o que voc deve fazer: Aceite o elogio. Mesmo que tenha havido sorte ou o apoio de outros, voc esteve envolvido, e visto pela outra pessoa como sendo merecedor do comentrio. Seja grato. O elogio como um presente. Voc no recusaria ou devolveria um presente de um amig o. Receba-o, e trate-o da mesma forma. go No seja pessimista. Ao menos neste momento;-) Se voc recebeu elogios pelo andamento do projecto X, no responda dizendo que a longo prazo voc acredita que ele falhar. Pode ser um bom momento para esclarecer quais so os prximos desafios do projecto, mas no para dar a entender que quem elogiou est mal informado.
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Receber crticas
Receber crticas cas faz parte da vida, e quem trabalha em equipa ou realiza alguma actividade para o pblico acaba sempre recebendo sua parcela delas, justas ou no. Mas lidar com crticas muitas vezes um desafio. Pela observao do mundo, mundo hoje muitas pessoas acreditam que devem reagir vigorosamente a todas as crticas, e discutir at provar que a pessoa que criticou que estava errada. E s vezes elas precisam mesmo, mas necessrio saber lidar com as demais crticas de forma positiva.
Por manter uma srie de projectos abertos ao pblico em geral e com razovel grau de visibilidade (o BR-Linux, BR por exemplo, recebe bem mais de 1 milho de visitas todos os meses), recebo um fluxo constante de feedback dos usurios, incluindo as crticas, afinal a presena delas uma lei quase invarivel da natureza. Muitas vezes as crticas trazem em si oportunidades valiosas de aprendizagem, , e noutras outras elas so um genuno meio de identificar e corrigir desconformidades no servio prestado. H tambm as cr crticas ticas que nada acrescentam, ou que so dirigidas pessoa errada, e necessrio lidar com estas tambm.
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do que racional, e reduzir a chance de resolver algum eventual problema real, ou de ter alguma aprendizagem gem com a experincia. s vezes necessrio morder a isca e entrar num bate-boca, boca, mas se voc entrar em todos eles, pode at ganh ganh-los vrias vezes, mas progredir menos. Reagir a provocaes pode ser importante, mas no boa estratgia quem sempre reage pode ser facilmente manipulado e conduzido. No desperdice o feedback: por mais mal-educada educada e inapropriada que a crtica seja, ela traz em si algum feedback sobre o seu servio, sobre voc mesmo ou at sobre a pessoa que est critican criticando. Identifique-o, o, e actue sobre ele, mesmo que voc no v responder ao autor. Agradea, mesmo que sob o ponto de vista de quem fez a crtica, o acto a em si seja um desperdcio. A crtica um feedback importante, e pode contribuir para a melhoria do seu desempenho, esempenho, mesmo que a inteno dela seja ofender e magoar. Agradecer, e de facto to levar em conta a informao recebida, pode ser uma boa resposta inicial, principalmente quando voc tem certeza de que, a longo prazo, voc ser cada vez mais bem-sucedido sucedido na iniciativa que est sendo criticada. Identifique o ncleo da questo. Muitas vezes, uma crtica vlida vem embalada em uma srie de camadas de ofensas. Identificar e responder somente crtica que o centro da questo uma forma energeticamente econmi econmica ca de passar a mensagem de que o reclamante no est altura de ofend ofend-lo, lo, e de que manifestaes futuras podem se concentrar no aspecto crtico da questo, dispensando as tentativas de ofender, porque elas no colam mesmo. Na maioria das vezes, as crtic crticas as viciosas so reflexos de problemas de quem est criticando, e no de algo que a pessoa que est sendo criticada fez, ou deixou de fazer. Mas s podemos controlar a ns mesmos, e no aos outros, portanto cabe a cada um de ns saber como prefere lidar com a situao.
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Principais correntes pedaggicas no perodo contemporneo As Pedagogias Novas (ou pedagogias activas)
Contra riamente aos modelos pedaggicos baseados em concepes ar transm issivas do saber, onde a tarefa do aluno consiste na aplicao de um saber transmitido pelo professor, as pedagogias activas (pedagogia Freinet, pedagogia institucional, e GFEN) pretendem no tanto a apropriao de saberes do outro mas antes a construo dos seus prprios conhecimentos. Como e sob que forma a reflexo sobre as diferentes prticas e teorias em matria de educao poder desembocar numa diferentes orientao do grupo educativo (turma, por exemplo)?
Um pouco de histria No fim do sculo XIX, Jules Ferry consagrou a escola obrigatria, laica e gratuita. Em 1899 criado em Genebra a Seco Internacional das Escolas Novas com o objectivo de estabelecer relaes de apoio cientfico entre as diferentes escolas novas. J na poca quer os pedagogos quer o movimento operrio nascentes se revoltavam contra a aco da Igreja e do Estado (recordemos Ferrer, Paul Robin e Sbastien Faure). Os sindicatos organizavam, por seu turno, aulas noite, universidades populares, tertlias Aparece depois a 1 Grande Guerra que acabou por ser um verdadeiro balde de gua fria sobre todo o movimento operrio e o internacionalismo. Foi necessrio esperar pelo ps-guerra para o ressurgir do movimento pedaggico da Educao Nova.
Em 1921 criada a Liga Internacional para a Educao Nova que passa a constituir um ponto de encontro das vrias seces dos diferentes pases e cujo objectivo era: -preparar e ajudar a criana a realizar na sua vida a supremacia do esprito - respeitar a individualidade da criana - dar livre curso aos interesses inatos da criana -reforar o sentimento da responsabilidade individual e social - fazer desaparecer a competio egosta e substitui-la pela cooperao -praticar a coeducao dos sexos -preparar o futuro cidado ( ) como ainda tornar o ser humano consciente da sua dignidade de homem.
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Os anos 30 so anos de fortes tenses sociais devido, por um lado, ao avano do fascismo, e por outro, s expectativas criadas com o governo da Frente Popular assim como com a Revoluo Espanhola. A derr ota das democracias e o incio da guerra vo interromper a aco ro dos movimentos emancipatrios. Ser preciso esperar por 1945 para ver a retomada destas iniciativas e encontrarmos aplicaes concretas nascidas no seio dos comits de resistncia. Mas a situao est longe de ser a ideal apesar de nunca terem deixado de surgir grupos cujo objectivo era melhorar a sociedade por via da melhoria do indivduo, atravs da construo de novas relaes. A Pedagogia Freinet Clestin Freinet (1896-1966) um dos pioneiros. Em 1920 professor em Bas-sur-Loup onde comea a experimentar novas tcnicas para os seus alunos (trabalho de grupos, passeios de descoberta, etc). A verdadeira revoluo aparece com a tipografia na escola. Toda a pedagogia Freinet se baseia neste suporte. O trabalho cooperativo necessrio no momento da utilizao da mquina. Assim como na escolha dos textos a imprimir. A distribuio das tarefas faz-se durante as reunies da cooperativa. A escrita dos textos feita em atelier de escrita livre. A leitura e a escolha dos textos so feitas colectivamente. A difuso e envio dos jornais impressos exigem a criao de outros ateliers, com a consequente estruturao escolar. Para Freinet trata-se de realizar uma pedagogia do trabalho. O seu empenho poltico mostra a determinao em estar com os filhos das classes populares. Em 1948 fundado em Dijon o Instituto cooperativo da Escola Moderna que passa a ter como objectivo divulgar as tcnicas Freinet. Tais tcnicas assentam fundamentalme nte dos seguintes en princpios: - A expresso, a comunicao e a criao em todos os nveis, sejam eles o dos textos livres, da correspondncia escolar, das conferncias organizadas pelos jovens, seja no uso de tcnicas radiofnicas e cinem atogrficas - A autonomia, a responsabilizao e a cooperao tanto ao nvel da vida do grupo educativo como na distribuio das tarefas, no emprego do tempo e nas realizaes.
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Porm, a Pedagogia Institucional diferencia-se claramente da pedagogia Freinet nos vrios modos organizacionais: - a utilizao de meios que permitam a passagem a nveis de conhecimento e comportamento social - o papel dos conselhos de jo vens que gerem todos os problemas da vida colectiva, incluindo ov os conflitos. -o papel do professor que chama a si o direito de veto quanto s decises do conselho - os tempos de uso da palavra que garantem um retorno do grupo sobre si mesmo ( dilogos pela manh ou balanos do dia) - a institucionalizao de actividades ( ou servios) geridos pelos jovens. Ao fim e ao cabo o institucional uma estrutura elaborada pela colectividade, tendendo manuteno da sua existncia, e assegurando o funcionamento de trocas de natureza muita diversa. Na prpria Pedagogia Institucional sobrevm posteriormente uma ciso entre os que ficam ligados psicologia e psica nlise, virados essencialmente para o ensino especializado; e an aqueles que defendem uma prtica autogestionria
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Foi nos anos 60-70 que se assiste a uma redefinio do seu campo de aco. Partindo da experincia de um conjunto de escolas do 20 bairro (arrondissement) de Paris, e graas ao trabalho desenvolvido pelo casal Bassis, o GFEN acaba por se definir como scioconstrutivista. O jovem constri o seu saber em confronto com o outro. Ele desenvolve aces que lhe permite apreender o sentido daquilo que ele prprio aprende. A realizao de sesses de aprendizagem feita mediante uma fase de questionamento colectivo, e uma outra de pesquisa individual, que convergem depois em colocar em comum as respectivas experincias atravs da confrontao de ideias. O importante no tanto o resultado, quanto a tentativa. A actual GFEN resume o seu programa e o seu desafio com um lema: todos capazes, todos investigadores, e tod os criadores. Quem se reclama do GFEN apoia -se numa do ametodologia baseada em: - tentativas de auto-socio-construo em todos os domnios - projectos de alunos que mobilizam os esforos e do sentido s aprendizagens - os conselhos de alunos que gerem a vida colectiva, e estabelecem as regras de vida. As 3 correntes apoiam-se em instituies, no sentido dado ao termo pela Pedagogia Institucional - caderno de ac es, conselho, projectos, lugar palavra, afixao das tarefas e seu tempo, regras de vida, tom ada de decises, organizao cooperativa, trabalho de grupo e individual, debates, investigao e ensaio, direito ao erro, respeito por todos e inspiram-se em trabalhos da pedagogia, da sociologia e da psicologia. Mas no deixam de ter importantes diferenas quer no seu historial, nas suas respectivas definies (escola activa, moderna ou nova; centro de interesses, projectos) quer nas suas prioridades. Importante no esquecer o contexto histrico em que se enquadram estes movimentos a fim de no se perder de vista as implicaes destas pedagogias no ambiente social e poltico envolvente. No certamente por acaso que todos os grupos da Educao Nova se referem cidadania e s implicaes sociais que esto subjacentes s suas propostas. A isso tambm no estranho todos os movimentos que apostam na cooperao tais como o OCCE, os CEMEA, as associaes e redes de cidados, as universidades populares, es colas sc experimentais e alternativas.
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A educao nova desenvolve as suas prticas com base em pressupostos, assim como em determinadas representaes sobre a educao, o seu papel e o seu funcionamento. Uma pessoa em construo A criana no chega escola sem nada consigo. Ele j vem impregnado por tudo o que viveu antes da escola e por tudo o que vive fora do tempo escolar, o que implica que o professor o c onsidere como um ser em co transformao, que se constri todo os dias de maneira diferente. As metodologias que o professor escolhe para ajudar a criana a construir-se so importantes, para que mais tarde ela possa ter confiana em si mesma, e seja capaz de investir toda a sua individualidade nas tarefas solicitadas sem receio de fracasso. A escola deve ser um meio protegido em que as crianas constroem relaes de qualidade com as outras crianas e adultos. Quando se sentem reconhecidos, tomam conscincia que se vo tornando cada vez mais adultos, e vo aprendendo, as crianas vo ganhando confiana neles prprios e logo experim entam o prazer de virem escola Tudo isso implica que no grupo educativo e na escola existam adultos responsveis que aspiram a formar indivduos capazes de inovar em lugar de travar o passo s novas geraes, e com esprito inventivo e criador, verdadeiros descobridores. Princpios de base so comuns a todas as Pedagogias Novas: reconhecer cada criana como um pessoa; dar a cada criana espao e o reconhecimento que ela tem necessidade para se desenvolver; permitir criana ser responsvel e actor da sua vida em torno da comunidade educativa. No grupo educativo ( na turma, por exemplo) deve haver um esprito que permita s crianas de se construir a si mesmas, atravs de um percurso pessoal, na medida em que cada qual evolui de modo diferentes segundo o estdio em que se encontra (conferir Piaget). A crianas deve ter a possibilidade de aprender a aprender de forma a que a construo da criana e do saber se faam ao mesmo tempo. Isto significa qu e o professor ue deve adaptar regularmente os saberes que pretende que a criana construa, permitindo que a criana se situe na sua construo e no seu desenvolvimento individual.
Trata-se antes de mais de fazer uma aposta no futuro e na capacidade das crianas. Todos sabem, desde as investigaes de Bourdieu, que as desigualdades sociais constituem outros tantos factores de desigualdades escolares: as classes populares falham quando as classes favorecidas possuem os instrumentos concept uais e culturais tu prprios da escola. A escola assenta numa violncia simblica e cultural sobre as crianas provenientes destas categorias sociais. Ao invs desta tendncia, a Educao Nova defende uma lgica de sucesso para todos. O que significa ter sucesso No significa avaliar as crianas segundo uma norma nica mas levar em conta o seu trajecto e a sua evoluo. Se o critrio do sucesso o domnio da cultura burguesa, certamente que muitas crianas encontraro partida um handicap. Mas se o sucesso saber posicionar-se enquanto individuo na colectividade, sabendo defender as suas ideias, com base na sua prpria cultura, ento est tudo por definir. Sublinhe-se ainda que a dimenso temporal, evolutiva, importante. pre ciso levar em conta a evoluo da criana. Algumas delas ec adquirem certas noes menos rapidamente que outros, mas isso no tem grande relevncia. Os interesses das crianas preciso, em segundo lugar, partir das vivncias das crianas, da sua cultura de origem, qualquer que ela seja (estrangeira ou operria). Partir dos centros de interesse das crianas, valorizar os e lementos que se considera interessantes na cultura dos pais, el associando estes vida da turma (do grupo educativo) convidando-os regularmente, eis uma prtica que permite a integrao da criana e no a coloca em conflito com a instituio escolar. completamente falso pensar que as crianas no tenham, nenhum interesse especial. Ora trata-se de as deixar emergir. Uma aposta pascaliana
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A aposta sobre a capacidade de todos ns em melhorarmo-nos e disponibilizar os meios para que tal seja possvel. Da a necessidade de lanarmos sempre um olhar sobre a criana como algum capaz. No o rejeitar ou o categorizar como algum a quem no h mais nada a faze r. O uso de er contratos de trabalho individuais, de projectos individuais ou colectivos, permitiro dar criana
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A criana constri-se com os outros A criana como o adulto tem necessidade do outro para existir, pois graas imagem que o outro me envia que eu posso construir-me a mim prprio, identificar-me como um indivduo, e como um ser social. H vrios modos para aprender a utilizar o outro para se construir. Na escola isso acontece no meio de grupo educativo. vivendo com o outro que a criana compreende a necessidade de regras colectivas para reger o grupo. A criana aprende pouco a pouco, pela cooperao, a confrontar-se com o outro, depois a afirmar a sua pessoa ao mesmo tempo que aprende a trabalhar em comum para se enriquecer. O grupo permite aprender a falar, exprimir ideias, a dar opinies, argumentar e mostrar o seu desacordo. graas ao outro que a criana aprende a situar-se e a exercer a cidadania.
O papel do professor O professor o que institui a sua turma (grupo educativo), as regras, o funcionamento geral cujas regras so definidas pelos alunos no seio das instituies: conselhos, ateliers, balanos, etc. Ele o garante de um espao privilegiado de encontro, de confrontao, de troca. A nvel legal, ele o responsvel de tudo o que tem a ver com a segurana, a aquisio de co nhecimentos definidos pelos programas. Ele no se on desresponsabiliza, mas coloca o seu poder na colectividade de indivduos. E, como indivduo, tem uma palavra a dizer, a fazer valer. O que prescinde de ser o dono da palavra relativamente s crianas. As tentativas - O professor realizam tentativas para a construo do saber. T em toda uma Te preparao atrs de si para poder mobilizar. Mas uma boa ficha de preparao no basta: a maneira como se comporta fundamental. Deve criar as condies para cada um possa confrontar-se com a problemtica em causa, as suas realidades e as suas contradies. O ambiente de trabalho, a organizao do espao e dos tempos so o seu domnio, e todos
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Aprender inventar No se trata de transmitir directamente a boa resposta, mas favorecer as pesquisas, as trocas verbais e procedimentais, ajudar os alunos a colocar hipteses, a test-las, fazer observaes, argumentar e explicar. Ou seja, eu procuro, logo aprendo. (texto publicado no Le Monde Libertaire de 17 d e Junho de 2004) de
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Promoo da auto auto- estima Ftima Nascimento 2010 60 Sugestes para aumentar a confiana
Fonte: Desenvolva a sua auto- estima, Field Lynda, Vida editores 1) Diga coisas positivas a seu prprio respeito. Exemplos; Substitua: No sou capaz por Farei o melhor que puder; Fao sempre uma trapalhada com tudo por Aprendo sempre com os meus erros; No tenho jeito para por J estou a ficar melhor em J Quando diz coisas positivas a respeito de sis mesmo, aumenta o seu auto- respeito e assim os outros tratam- no respeitosam ente, o que por sua vez aumenta a sua auto- es tima. st 2) Modifique uma m auto- imagem. Todos ns j passamos por esta experincia: Acordamos num dia mau, olhamos ao espelho e s vemos defeitos e aquela m auto- imagem fica connosco todo o dia. O que podemos fazer para m udar isso? Comear por apreciar qualquer coisa no nosso aspecto, procure qualquer coisa de que possa gostar em si, por muito pequena que seja (aprecie um dedo do p, as pestanas, uma unha, enfim, comece a admirar alguma coisa na sua aparncia). Quando comear a apreciar o seu corpo, a sua auto- imagem melhorar e a sua auto- estima tambm. Sentir- se- mais confiante, o que se ir reflectir na sua aparncia, uma boa autoimagem produz auto- estima. 3) Afaste- se de gente resmungona. Todos ns conhecemos gente resmungona e sabemos com estar com elas, no pensemos nas pessoas que esto realm ente em baixo e necessitam realmente da nossa ajuda, mas sim naquelas pessoas, cuja funo na vida parece ser deprimir os outros. Quando encontrar uma pessoa assim, v- se embora! Essa pessoa est determinada a no permitir que ela e voc tenham um bom dia, pois so vtimas da vida e querem continuar a slo. Proteja os seus sentimentos positivos e auto- estima e afaste- se de gente resmungona! 4) Seja o seu melhor amigo.
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Deixei cair uma lgrima, voc soube como sec- la Eu estava confusa, voc clareou minha mente Eu vendi m inha alma, voc comprou- a de volta para mim Me ajudou a levantar e me deu dignidade D e alguma forma, voc precisou de mim De Voc me deu foras para me levantar sozinha o mundo Para encarar o mundo, por conta prpria novamente Voc me colocou alto, no alto de um pedestal To alto que quase podia ver a eternidade Voc precisou de mim, voc precisou de mim E eu no posso acreditar que seja voc Mal posso acreditar que seja verdade Eu precisei de voc e voc estava l Eu nunca partirei porqu eu deveria? Eu seria uma tola, porque finalmente encontrei algum que realmente se preocupa Voc segurou na minha mo, quando estava frio Quando eu estava perdida, voc me levou para casa Voc me deu esperanas, quando eu estava no final E transformou minhas mentiras, de volta a verdade novamente
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A procura da cura, das sadas, a luz ao fim do tnel, exige uma longa caminhada e certamente nunca fcil. Em suma, a doena nossa e cabe a n ns mesmos assumi-la. um estandarte que outra pessoa no poder carregar e no mximo, ela apenas poder compartilhar da nossa viagem. Avalie como andam os seus relacionamentos, seja em casa, na sociedade ou no trabalho.
Alguma coisa mudou? At que pon ponto aprecia a sua tristeza? Sente-se se s e abandonado? O que faz para que as pessoas se afastem de si? O seu humor varia com frequncia? Quando troca apenas algumas palavras j sente a necessidade de agredir o seu interlocutor? Ou j no existe dilogo? O seu u mundo est mudo? O que tem feito para manter os seus relacionamentos? Est amargo e a vida no tem sentido? O que espera da sua amizade, do seu amor e dos seus sonhos? Como compartilhar o que no tem para dividir?
Poderamos encher pginas e pginas de perguntas para as quais s tinha uma resposta: "No tenho feito nada para cultivar o meu lado afectivo!" Parte superior do formulrio Parte inferior do formulrio
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Bibliografia Desenvolva a sua auto- estim a, Field Lynda, Vida editores Le Monde Libertaire de 17 de Junho de 2004 Pedagogias Novas, Resweger Jean- Paul, Teorema edies