O documento descreve um trabalho de conclusão de curso sobre patologia, tratamento e reforço de estruturas de concreto no Metrô de São Paulo. O trabalho apresenta conceitos sobre patologia de concreto armado, tipos de anomalias encontradas, metodologia de diagnóstico e principais procedimentos de reparo e reforço utilizados, incluindo características dos materiais. É feita uma análise específica das estruturas dos pilares do metrô.
O documento descreve um trabalho de conclusão de curso sobre patologia, tratamento e reforço de estruturas de concreto no Metrô de São Paulo. O trabalho apresenta conceitos sobre patologia de concreto armado, tipos de anomalias encontradas, metodologia de diagnóstico e principais procedimentos de reparo e reforço utilizados, incluindo características dos materiais. É feita uma análise específica das estruturas dos pilares do metrô.
O documento descreve um trabalho de conclusão de curso sobre patologia, tratamento e reforço de estruturas de concreto no Metrô de São Paulo. O trabalho apresenta conceitos sobre patologia de concreto armado, tipos de anomalias encontradas, metodologia de diagnóstico e principais procedimentos de reparo e reforço utilizados, incluindo características dos materiais. É feita uma análise específica das estruturas dos pilares do metrô.
O documento descreve um trabalho de conclusão de curso sobre patologia, tratamento e reforço de estruturas de concreto no Metrô de São Paulo. O trabalho apresenta conceitos sobre patologia de concreto armado, tipos de anomalias encontradas, metodologia de diagnóstico e principais procedimentos de reparo e reforço utilizados, incluindo características dos materiais. É feita uma análise específica das estruturas dos pilares do metrô.
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THAIS DA SILVA AMBROSIO
PATOLOGIA, TRATAMENTO E REFORO DE
ESTRUTURAS DE CONCRETO NO METR DE SO PAULO Trabalho de Concluso de Curso apresentado Universidade Anhembi Morumbi no mbito do Curso de Engenharia Civil com nfase Ambiental. SO PAULO 2004
THAIS DA SILVA AMBROSIO PATOLOGIA, TRATAMENTO E REFORO EM ESTRUTURAS DE CONCRETO NO METR DE SO PAULO Trabalho de Concluso de Curso apresentado Universidade Anhembi Morumbi no mbito do Curso de Engenharia Civil com nfase Ambiental.
Orientador: Prof. Eng Fernando Jos Relvas SO PAULO 2004
i
Dedico este trabalho a todas as pessoas que de alguma forma me ajudaram na realizao do mesmo, seja com frmulas, seja com palavras, gestos, com seu silncio, compreenso e at mesmo com um simples sorriso. Os quais com toda certeza foram de grande valia para a concluso no s deste trabalho, mas tambm do curso de Engenharia Civil.
ii AGRADECIMENTOS
Aos professores de Engenharia Civil da Universidade Anhembi Morumbi, por todos os conhecimentos e experincia transmitidos. Principalmente ao professor Fernando Jos Relvas, que dedicou parte de seu tempo para orientar-me na execuo deste trabalho.
Aos engenheiros do Metr de SP, em especial ao engenheiro Freedy Steiner, ao engenheiro Michel Haddad da empresa Maubertec, a qual faz parte do Consrcio responsvel pela inspeo visual e recuperao de concreto armado da CMSP - Metr, que passaram muitas informaes e experincias sobre o tema do trabalho.
Agradeo especialmente ao meu marido, meu filho e a minha famlia pelo incentivo e compreenso ao longo de todos esses anos, aos quais muitas vezes tive que abdicar de meu tempo junto a eles para dedicar-me Engenharia.
Agradeo a Deus por tornar este momento possvel.
iii RESUMO
Os agentes agressivos do meio e as intempries, com o passar do tempo, causam degradao e mau funcionamento das estruturas de concreto. Este fato pode causar colapso das peas estruturais provocando riscos estabilidade e segurana das edificaes.
Na impossibilidade de substituio das peas degradadas, pode-se recorrer recuperao ou reforo de estruturas de concreto, que consiste basicamente em restabelecer as condies de projeto e funcionamento.
Este procedimento pode ser resumido em: levantamento do maior nmero de informaes para o entendimento do problema atravs de vistoria local, do histrico da estrutura e dos resultados de exames complementares; anlise e diagnstico da situao, ou seja, entendimento completo dos fenmenos ocorridos; a definio da interveno mais conveniente para cada caso; escolha dos materiais a utilizar, de acordo com as caractersticas de cada um; interveno propriamente dita.
Este trabalho aborda a Recuperao e Reforo de Estruturas de Concreto na Companhia do Metropolitano de SP - Metr, mostrando como so aplicados os conceitos acima citados, dando um breve relato sobre Patologia das Estruturas, os tipos de anomalias mais encontrados nesta companhia, a metodologia e padronizao para vistoria, anlise e diagnstico, e sendo descritos os principais procedimentos para Reparo e Reforo das Estruturas aplicados nesta empresa, bem como caractersticas tcnicas dos materiais utilizados.
The environment aggressive agents and weather conditions as time goes by cause degradation and low performance to concrete structures. This fact might cause collapses in structural parts bringing hazards to buildings stability and safety.
If replacing the degraded parts is not possible, could to resort to concrete structures recovery or reinforces, that basically consists of reestablishing the design and functional conditions.
This procedure can be summarized as follows: survey on the largest possible amount of subsides for understanding the problem through local inspection, the structure history and the results of complementary checking; status diagnosis, that is, complete understanding of the phenomena occurred; definition of action starting from the selection of the most convenient intervention alternative; selection of materials to be used, in accordance to the characteristics of each material; intervention itself.
This paper deals with Recovery and Reinforcement of Concrete Structures at CMSP Metr, showing as can be aplicated the actual concepts, providing a briefing on Structures Pathology, the more common kinds of anomalies in this company, the methodology and standardization for inspection and diagnosis, the main procedures for Structures Repair and Reinforce are described, as well as the technical characteristics of the materials used for that purpose.
Figura 5.1: As enfermidades do concreto armado.....................................................28 Figura 5.2: Clula de corroso em concreto armado ................................................32 Figura 5.3: Tipos de corroso de armadura e fatores que os provocam...................34 Figura 6.1: Fissuras no-estruturais..........................................................................39 Figura 6.2: Fissuras e lixiviao com carbonatao..................................................41 Figura 6.3: Fissuras em pilar .....................................................................................42 Figura 6.4: Fissurao tpica de retrao trmica .....................................................42 Figura 6.5: Fissurao tpica causada por lcali-agregado.......................................42 Figura 6.6: Concreto segregado e armadura exposta corroda.................................44 Figura 6.7: Concreto Desagregado por lixiviao......................................................45 Figura 6.8: Concreto disgregado devido expanso da armadura oxidada .............47 Figura 6.9: Disgregao do concreto por choque ou impacto...................................47 Figura 6.10: Configurao tpica de eroso em superfcie de concreto ....................49 Figura 6.11: Regies carbonatadas com lixiviao em concreto projetado...............51 Figura 6.12: Mancha de corroso de armadura em superfcie de concreto ..............55 Figura 6.13: Mancha de corroso de armadura em superfcie de concreto ..............56 Figura 6.14: Pr-moldado com armadura exposta e disgregao do concreto.........56 Figura 7.1: Fluxograma genrico para diagnstico de uma estrutura .......................70 Figura 7.2: Medio para intervenes de corte em concreto...................................72 Figura 7.3: Ficha de Inspeo Visual ........................................................................74 Figura 7.4: Planilha de Anomalias.............................................................................76 Figura 7.5: planilha de Ocorrncias...........................................................................78 Figura 7.6: - Inspeo com filmagem........................................................................81 Figura 7.7: - Esquema de filmagem do Shield...........................................................81 Figura 7.8: - Inspeo tradicional em tneis..............................................................81 Figura 7.9: - Inspeo tradicional em elevados.........................................................82 Figura 7.10: - Apicoamento manual ..........................................................................85 Figura 7.11: - Apicoamento mecnico.......................................................................85 Figura 7.12: Corte de concreto - profundidade de remoo......................................86 Figura 7.13: Aplicao de jatos de ar comprimido.....................................................87
vi Figura 7.14: Aplicao de jatos de gua quente e gua fria .....................................88 Figura 7.15: Reposio da seo original de ao por adio de novas barras .........91 Figura 7.16: Adio de novas barras em viga afetada por corroso .........................91 Figura 7.17: Vedao de fendas de grande abertura com mastique.........................93 Figura 7.18: Vedao de fendas de grande abertura com neoprene ........................93 Figura 7.19: Preparao da fenda para a injeo ....................................................95 Figura 7.20: Reparo profundo com argamassa.........................................................98 Figura 8.1: Vista Frontal do Pilar - Dimenses........................................................104 Figura 8.2: Vista em Planta - Nvel dos Aparelhos de Apoio - Seo Macia .........105 Figura 8.3: Vista Geral do Pilar Tpico.....................................................................105 Figura 8.4: Aspecto das fissuras junto aos consolos...............................................106 Figura 8.5: Mapeamento das fissuras de cada pilar................................................106 Figura 8.6: Modelo para anlise Qualitativa da fissurao......................................108 Figura 8.7: Deformada estrutural do modelo evolutivo............................................108 Figura 8.8: Constatao do rompimento das barras de ao dos pilares .................109 Figura 8.9: Configurao das barras rompidas ou com estrico ...........................110 Figura 8.10: Vista em planta dos elementos de protenso projetados....................111 Figura 8.11: Vista frontal dos elementos de protenso ...........................................111 Figura 8.12: Injeo de Fissuras .............................................................................112 Figura 8.13: Localizao de armaduras ..................................................................112 Figura 8.14: Furos para introduo de bainhas e barras de protenso...................113 Figura 8.15: Instalao de bainhas .........................................................................113 Figura 8.16: Instalao de ancoragens, barras de proteo e protenso ...............114 Figura 8.17: Detalhe da armao da proteo das ancoragens..............................114 Figura 8.18: Concretagem da proteo das ancoragens ........................................115 Figura 8.19: Execuo de avano de calota de tnel NATM - Vila Madalena.........121 Figura 8.20: Tnel NATM, revestimento primrio concludo - Vila Madalena..........121 Figura 8.21: Estao em Tnel NATM - Vila madalena ..........................................122 Figura 8.22: Infiltrao prxima a escada fixa - Vila Madalena ...............................124 Figura 8.23: Infiltrao prxima a escada fixa j tratada - Vila Madalena ...............125 Figura 8.24: Infiltrao no teto do tnel - Vila Madalena .........................................125 Figura 8.25: Teto j recuperado - Vila Madalena ....................................................125 Figura 8.26: Infiltraes nas plataformas - Vila Madalena.......................................126 Figura 8.27: Infiltraes nas plataformas depois de tratadas - Vila Madalena ........126
vii LISTA DE TABELAS
Tabela 6.1: Fissuras de Origem No-Estrutural ........................................................39 Tabela 6.2: Fissuras de Origem Estrutural ................................................................40 Tabela 7.1: Tabela da Legenda das Anomalias ........................................................79 Tabela 7.2: Exemplo de Tabela de Variveis de Inspeo .......................................80 Tabela 7.3: Procedimentos de preparo de substrato.................................................84 Tabela 7.4: Procedimentos de limpeza da superfcie................................................86 Tabela 7.5: Exemplos de materiais existentes no mercado brasileiro.....................100
viii SUMRIO
1 INTRODUO...................................................................................................17 2 OBJETIVOS.......................................................................................................19 2.1 Objetivo Geral ........................................................................................................... 19 2.2 Objetivo Especfico ................................................................................................. 19 3 METODOLOGIA DO TRABALHO (OU DA PESQUISA) ..................................20 4 JUSTIFICATIVA ................................................................................................21 5 PATOLOGIA DAS CONSTRUES.................................................................22 5.1 Histrico..................................................................................................................... 22 5.2 Conceito de Patologia de estruturas de concreto armado .......................... 24 5.2.1 Origens das Patologias de concreto armado................................................25 Concepo (projeto)......................................................................................................25 Execuo (construo) .................................................................................................26 Utilizao (manuteno) ...............................................................................................27 5.3 Enfermidades do Concreto Armado................................................................... 27 5.3.1 Corroso do Concreto.......................................................................................28 Processo Corrosivo do Concreto ................................................................................29 Preveno contra a Corroso do Concreto...............................................................31 5.3.2 Corroso das Armaduras .................................................................................31 Processo Corrosivo das Armaduras...........................................................................33 Preveno Contra a Corroso das Armaduras.........................................................35 6 ANOMALIAS NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO DA CMSP (COMPANHIA DO METROPOLITANO DE SO PAULO METR) ..............................................37 6.1 Anomalias nas Estruturas de Concreto Armado e Protendido................... 37
ix 6.1.1 Fissuras...............................................................................................................38 Causas.............................................................................................................................38 Nveis de Alerta..............................................................................................................41 6.1.2 Concreto Segregado .........................................................................................43 Causas.............................................................................................................................43 Nveis de Alerta..............................................................................................................43 Caractersticas de Configurao e Localizao Tpicas .........................................44 6.1.3 Concreto Desagregado.....................................................................................44 Causas.............................................................................................................................45 Nveis de Alerta..............................................................................................................45 6.1.4 Concreto Disgregado/Desplacado..................................................................46 Causas.............................................................................................................................46 Nveis de Alerta..............................................................................................................46 Caractersticas de Configurao e Localizao Tpicas .........................................47 6.1.5 Eroso do Concreto...........................................................................................48 Causas.............................................................................................................................48 Nveis de Alerta..............................................................................................................48 Caractersticas de Configurao e Localizao Tpicas .........................................49 6.1.6 Carbonatao.....................................................................................................49 Causas.............................................................................................................................50 Nveis de Alerta..............................................................................................................50 Caractersticas de Configurao e Localizao Tpicas .........................................51 6.1.7 Desplacamento em Concreto Projetado........................................................52 Causas.............................................................................................................................52 Nveis de Alerta..............................................................................................................52 6.1.8 Escorrimento em Concreto Projetado ............................................................52 Causas.............................................................................................................................53 Nveis de Alerta..............................................................................................................53 6.1.9 Armadura Exposta / Cambota Metlica Exposta / Inserte Metlico Corrodo / Cabos e Bainhas de Proteo Expostos / Ancoragem de Proteo Expostas..............................................................................................................................53 Causas.............................................................................................................................54 Nveis de Alerta..............................................................................................................54 6.1.10 Umidade / Infiltrao .........................................................................................56
x Causas.............................................................................................................................57 Nveis de Alerta..............................................................................................................57 Caractersticas de Configurao e Localizao Tpicas .........................................58 6.1.11 Anomalia em Reparo Anteriormente Executado ..........................................58 Causas.............................................................................................................................58 Nveis de Alerta..............................................................................................................59 6.1.12 Deformao Excessiva Desalinhamento / Desaprumo / Aumento de Seo ou Embarrigamento / Diminuio de Seo ou Afunilamento / Flecha Excessiva............................................................................................................................59 Causas.............................................................................................................................59 Nveis de Alerta..............................................................................................................60 6.1.13 Defeito em Aparelho de Apoio.........................................................................60 Causas.............................................................................................................................61 Nveis de Alerta..............................................................................................................62 Caractersticas de Configurao e Localizao Tpicas .........................................62 6.1.14 Defeito em junta de Dilatao..........................................................................62 Causas.............................................................................................................................63 Nveis de Alerta..............................................................................................................63 6.1.15 Defeito no Material de Vedao da junta de Dilatao ...............................64 Causas.............................................................................................................................64 Nveis de Alerta..............................................................................................................64 Caractersticas de Configurao e Localizao Tpicas .........................................65 6.1.16 Defeito no Material de Proteo da junta de Dilatao ...............................65 Causas.............................................................................................................................65 Nveis de Alerta..............................................................................................................66 Caractersticas de Configurao e/ou Localizao Tpicas....................................66 6.1.17 Defeito no Sistema de Impermeabilizao....................................................66 Causas.............................................................................................................................67 Nveis de Alerta..............................................................................................................67 7 RECUPERAO E TRATAMENTO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO DA CMSP (COMPANHIA DO METROPOLITANO DE SO PAULO METR)...........68 7.1 Recuperao Estrutural ......................................................................................... 68
xi 7.2 Planejamento para a Recuperao Estrutural ................................................. 70 7.3 A Recuperao Estrutural na CMSP Metr ................................................... 72 7.3.1 Inspeo Visual ..................................................................................................73 7.3.2 Anlise das estruturas inspecionadas............................................................82 7.3.3 Preparo e Limpeza da Superfcie a ser recuperada ....................................83 Preparo da Superfcie ...................................................................................................83 Apicoamento...................................................................................................................84 Limpeza das Superfcies ..............................................................................................86 Jato de ar comprimido...................................................................................................87 Lavagem com jatos de gua........................................................................................88 7.3.4 Principais mtodos de Reparo executados na CMSP.................................89 Tratamento Superficial de Concreto Aparente..........................................................89 Tratamento Profundo de Concreto Aparente............................................................89 Selagem de Fissuras.....................................................................................................92 Injeo de Fissuras .......................................................................................................93 7.3.5 Reforo estrutural ..............................................................................................96 Reforo atravs de Protenso Exterior ......................................................................96 7.3.6 Caractersticas Tcnicas dos Materiais mais utilizados ..............................97 Argamassas Polimricas ..............................................................................................98 Grautes de Base Cimento............................................................................................99 Argamassas Base Epxi...............................................................................................99 Selantes.........................................................................................................................101 Adesivos e Primers......................................................................................................102 Vernizes e Hidrofugantes de Superfcie...................................................................102 8 ESTUDOS DE CASO.......................................................................................104 8.1 Caso 1 - Reforo Estrutural em pilares na CMSP......................................... 104 8.1.1 Introduo .........................................................................................................104 8.1.2 Problemas detectados ....................................................................................106 8.1.3 Concluso dos estudos...................................................................................110 8.1.4 A seqncia executiva do tratamento e reforo estrutural........................111 8.2 Caso 2 Tratamento de Infiltraes e Concreto Aparente na CMSP...... 115
xii 8.2.1 Introduo .........................................................................................................115 8.2.2 Critrios de Estanqueidade para Obras Metrovirias................................119 Para estaes...............................................................................................................119 Para tneis de via........................................................................................................119 8.2.3 Mtodo Executivo da estao Vila Madalena .............................................120 8.2.4 Reparos adotados para eliminao das infiltraes ..................................122 9 CONCLUSES................................................................................................127 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS.......................................................................129
17 1 INTRODUO
Desde o incio da civilizao o homem tem se preocupado com a estabilidade e segurana de suas construes.
O desenvolvimento em ritmo acelerado da construo civil para atender demanda crescente por edificaes, sejam elas laborais, industriais ou habitacionais, impulsionado pela prpria modernizao da sociedade, promoveu um grande salto cientfico e tecnolgico.
Naturalmente, houve tambm aumento de conhecimento nas mais diversas reas da engenharia civil, entre elas o campo de estruturas e materiais, que pode sobre tudo se desenvolver com base em estudos e anlises feitas sobre os erros cometidos no passado, que acabavam por ocasionar a deteriorao precoce das estruturas edificadas ou at mesmo, acidentes.
Embora se tenha agregado conhecimento ao longo do desenvolvimento da engenharia civil, muitas estruturas apresentam desempenho insatisfatrio, devido s falhas involuntrias, impercia, a m utilizao de materiais, envelhecimento natural, erros de projeto, enfim a uma srie de fatores que contribuem para a degradao das estruturas.
Tornou-se evidente, diante dos fatos expostos, que seria necessrio promover alteraes de mtodos e tcnicas que permitissem a sistematizao dos conhecimentos na rea da Engenharia Estrutural, apontando para o surgimento de um novo campo, cujo objetivo abordar cientificamente o comportamento e os problemas das estruturas.
O estudo das origens, formas de manifestao, conseqncias e mecanismos de ocorrncia das falhas e dos sistemas de degradao das estruturas, recebe o nome de Patologia das Estruturas.
18 As patologias podem ser simples e passveis de padronizao, sem a necessidade de conhecimentos especializados, com diagnstico e profilaxia evidentes. Ou podem apresentar-se de forma complexa, necessitando de estudos pormenorizados e individualizados com conhecimentos altamente especializados.
Com a aprimorao da Patologia das Estruturas, o auxlio computacional e devido ao avano das tcnicas de anlise, os problemas relativos ao desempenho insatisfatrio das estruturas, comeam a ser melhor compreendidos, passando a integrar o processo de construo desde a modelizao e concepo estrutural at sua construo.
Para que se obtenha sucesso, a Patologia das Estruturas deve ser um processo contnuo de anlise e aprimoramento, iniciado pelo cadastramento da situao existente e estendendo-se ao exame detalhado dos sintomas patolgicos e aes profilticas.
19 2 OBJETIVOS
2.1 Objetivo Geral
O objetivo geral deste trabalho apresentar e discutir tipos de patologias encontradas em estruturas de concreto armado.
Procura-se assim, de forma objetiva, destacar a importncia da identificao e do correto diagnstico das causas de deteriorao das estruturas para a precisa determinao dos mtodos e tcnicas de recuperao destas e assim garantir a vida til, a segurana, durabilidade e esttica das peas, minimizando custos de manuteno e at mesmo de construo.
2.2 Objetivo Especfico
Este trabalho tem como objetivo especfico mostrar a identificao, descrio e a soluo de problemas ocorridos em estruturas de concreto armado aparentes e subterrneas das estaes da Companhia do Metropolitano de So Paulo - Metr.
So apresentados os processos prticos de identificao, diagnstico e recuperao empregados, bem como tcnicas, mtodos, materiais e equipamentos utilizados para a recuperao.
20 3 METODOLOGIA DO TRABALHO
Para a realizao deste trabalho, a metodologia utilizada consistiu em:
- Pesquisa em livros e apostilas relativos ao assunto de patologia, diagnstico e recuperao;
- Estudo de Normas tcnicas a respeito de execuo de estruturas de concreto armado;
- Pesquisa junto empresas especializadas em recuperao de estruturas de concreto, principalmente as que executam o tratamento de concreto armado na Companhia do Metropolitano de SP Metr;
- Visita s estaes e tneis do Metr para mapear os problemas patolgicos encontrados e suas possveis correes;
- Consulta em catlogos e manuais tcnicos de fabricantes, para a obteno de especificaes tcnicas dos materiais utilizados na recuperao de estruturas de concreto;
- Leitura de arquivos em revistas tcnicas relacionadas ao tema.
21 4 JUSTIFICATIVA
O estudo de patologias em estruturas de concreto armado se mostra extremamente valioso e importante, tendo em vista de que se trata ainda do material de maior emprego na construo civil moderna brasileira.
Avaliando-se do ponto de vista de segurana e durabilidade das edificaes em geral e considerando-se tambm a falta de manuteno preventiva, muitas estruturas acabam por apresentarem desgastes e deteriorao precoces, reduzindo a vida til e prejudicando o seu desempenho, conseqentemente, colocando em risco a vida de pessoas que as habitam e nelas circulam, alm do custo de recuperao que este tipo de estrutura apresenta.
No caso de obras pblicas e principalmente em locais de grande circulao de indivduos, como na Companhia do Metropolitano de So Paulo METR, onde diariamente, milhares de pessoas utilizam suas instalaes, a manuteno preventiva, corretiva e sobretudo, o estudo das patologias fundamental e quase obrigatrio, com a finalidade de se evitar acidentes e garantir o bom funcionamento do servio pblico prestado populao.
Outros fatores podem ser apontados como importantes e de igual valor para o desenvolvimento de atividades de estudo e conservao das estruturas, por serem estas dotadas de particularidades inerentes ao tipo de construo, geometria e cargas a que esto sujeitas. Afinal, a maioria destas estruturas no METR de So Paulo est localizada enterrada.
Por fim, o estudo de patologias em estruturas de concreto armado constitui uma ferramenta decisiva para que a recuperao seja bem sucedida. Para tanto, importante o conhecimento das causas e a escolha do mtodo apropriado de tratamento.
22 5 PATOLOGIA DAS CONSTRUES
5.1 Histrico
Desde os primrdios da civilizao que o homem tem se preocupado com a construo de estruturas adaptadas s suas necessidades, sejam elas habitacionais (casas e edifcios), laborais (escritrios, indstrias, etc.) ou de infra-estrutura (pontes, cais, barragens, metrs, etc). Com isto a humanidade acumulou um grande acervo cientfico ao longo dos sculos, o que permitiu o desenvolvimento da tecnologia da construo, abrangendo desde sua concepo, clculo, desenvolvimento de novos mtodos construtivos at a correes de obras que no ficaram como o esperado ou no tiveram um resultado muito bom.
Conforme Cnovas (1988) observou, para se ter uma idia da importncia, como as leses ou enfermidades nas estruturas so fenmenos to velhos como os prprios edifcios, na Mesopotmia, h quatro mil anos, o Cdigo de Hamurabi j assinava cinco regras para prevenir defeitos nos edifcios, sendo pois o primeiro tratado conhecido sobre Patologia na Construo, como segue:
1. Caso um construtor faa uma casa que no seja firme e o seu colapso causar morte do dono da casa, o construtor dever morrer.
2. Caso o colapso provoque a morte do filho do dono da casa, o filho do construtor dever morrer.
3. Caso o colapso provoque a morte do escravo do dono da casa, o construtor dever dar ao dono da casa um escravo de igual valor.
4. Caso o colapso destrua a propriedade, o construtor dever reconstruir a casa por sua prpria conta.
23 5. Caso o construtor execute uma casa para um homem e no fizer de acordo com as especificaes, e uma parede cair, o construtor dever refor-la por conta prpria.
Com este cdigo que previne o colapso com intimidao to forte, exigia-se a construo de edifcios praticamente sem riscos.
No Brasil, o estudo sistemtico dos problemas estruturais sofreu grande impulso com a deteriorao de grandes estruturas como o pavilho de exposies da Gameleira em Belo Horizonte em 04/02/1971, o viaduto Paulo de Frontim no Rio de Janeiro em 20/11/1971, o incndio dos edifcios Andraus e Joelma em So Paulo. Desde ento, o estudo de anomalias das estruturas de concreto armado tem sofrido um grande avano.
Ainda segundo Cnovas (1988), a Patologia das Construes est intimamente ligada Qualidade e embora esta ltima tenha avanado muito e continue progredindo cada vez mais, os casos patolgicos no diminuram na mesma proporo, embora seja verdade que a diminuio tenha sido razovel.
Em contra partida, segundo Souza e Ripper (1998), o avano tem especial nfase nos ltimos 20 anos, no s como resultado das lies emanadas do dia-a-dia das construes, mas tambm pela justificao cientfica alcanada por pesquisas realizadas em diversas instituies e universidades nacionais e internacionais. Para o seu maior desenvolvimento, imperativa a homogeneizao de conceitos e mtodos, de forma que os conhecimentos sobre esta rea to vasta e ainda pouco explorada possam ser aprimorados.
24 5.2 Conceito de Patologia de estruturas de concreto armado
Segundo Souza e Ripper (1998), o crescimento muito acelerado da construo civil, provocou a necessidade de inovaes, trazendo tambm a aceitao de certos riscos, estes os quais, aumenta a necessidade de um maior conhecimento sobre estruturas e materiais, atravs de anlises dos erros acontecidos, que tm resultado em deteriorao precoce ou acidentes. Apesar disto tudo, tem sido constatado que algumas estruturas acabam por ter desempenho insatisfatrio, confrontando-as com as necessidades as quais se propunham.
Este conjunto de fatores gera o que se chama de deteriorao estrutural. As causas da deteriorao podem ser as mais diversas, desde o envelhecimento natural da estrutura at os acidentes, at mesmo a irresponsabilidade de profissionais que optam pela utilizao de materiais duvidosos, alegando fator econmico.
Houve, portanto, a necessidade de promover a indispensvel alterao de mtodos, a comear pela sistematizao dos conhecimentos nesta rea, o que culminou, o desenvolvimento de um novo campo, cujo objetivo abordar, de maneira cientfica, o comportamento e os problemas das estruturas.
Este campo da Engenharia das construes designa-se por Patologia das Estruturas, que se ocupa dos estudos das origens, formas de manifestao, conseqncias e mecanismos de ocorrncias das falhas e dos sistemas de degradao das estruturas.
Assim, a necessidade de reabilitar e manter as estruturas j existentes, ditadas por razes to diversas quanto as de fundo econmico, social, patrimonial ou histrico, est criando uma nova escola no que diz respeito concepo e ao projeto estrutural, em que a avaliao do que j existe, em termos de capacidade de desempenho futuro (segurana, servicibilidade e vida til), tornou-se um dado fundamental.
H a necessidade de estabelecer uma sistematizao dos conhecimentos nesta rea para que possa ser alcanado o objetivo bsico, seja ele qual for, o de abordar
25 de maneira cientfica, a problemtica do comportamento estrutural ao longo do tempo, isto , desde a sua concepo at a manuteno da estrutura, com um enfoque sobre as etapas de projeto e construo.
Utilizando desta sistemtica, os problemas patolgicos podem ser classificados como simples, cujo diagnstico e profilaxia so evidentes; e complexos, que exigem uma anlise individualizada.
pretendido, portanto, modernamente, estabelecer modelos para as vrias obras a serem executadas. Nesta modelizao, os envolvidos devem estar cientes de que os materiais no so perenes, mas envelhecem, precisam de manuteno e tratamento e podem ser reabilitados.
Em nvel de qualidade, exige-se, para a etapa de concepo, a garantia de satisfao do cliente, de facilidade de execuo e de possibilidade de adequada manuteno. Para a etapa de execuo, a qualidade seria seguir fielmente o projeto e para a etapa de utilizao necessrio conferir a garantia de vida til e durabilidade da pea.
Deste modo, os processos patolgicos podem ter origens decorrentes em uma ou mais etapas do processo que se denomina construo civil, as quais podem ser divididas em trs etapas bsicas: concepo, execuo e utilizao.
5.2.1 Origens das Patologias de concreto armado
Concepo (projeto)
Ainda segundo Souza e Ripper (1998), as possveis causas de falhas que podem ocorrer durante esta etapa so aquelas originadas de um estudo preliminar deficiente, ou de anteprojetos equivocados, enquanto que as falhas geradas na realizao do projeto final geralmente so as responsveis pela implantao de problemas patolgicos srios e podem ser por diversos fatores, como:
26 - Projetos inadequados (deficincia no clculo da estrutura, avaliao da resistncia do solo, m definio do modelo analtico, etc.); - Falta de compatibilidade entre a estrutura e a arquitetura, bem como os demais projetos civis; - Especificao inadequada de materiais;
- Detalhamento insuficiente ou errado; - Detalhes construtivos inexeqveis; - Falta de padronizao das convenes; - Erros de dimensionamento.
Execuo (construo)
Ainda segundo Souza e Ripper (1998), seguindo a seqncia lgica do processo de construo civil, deve-se iniciar a execuo aps o trmino da concepo, com concluso de todos os seus estudos e projetos.
Os principais defeitos que podem ocorrer na etapa de execuo so:
- Falhas na armao (estribos, ancoragem, emendas, cobrimento, espaamento); - Falhas na concretagem (lanamento, adensamento, cura, frmas, juntas de dilatao, desfrma e descimbramento); - Diferena entre a planta de armao e a lista de ferro; - Quando a armadura desloca sua posio quando da concretagem. - Projetos inadequados, deficincia no clculo da estrutura ou avaliao da resistncia do solo.
27
Utilizao (manuteno)
Conforme Souza e Ripper (1998), mesmo que as etapas de concepo tenham sido de qualidade adequada, as estruturas podem vir a apresentar problemas patolgicos originados da utilizao errnea ou da falta de um programa de manuteno adequado.
Os problemas patolgicos ocasionados por manuteno inadequada, ou pela ausncia total de manuteno, tm sua origem ligada no desconhecimento tcnico, na incompetncia e em problemas econmicos.
A manuteno peridica pode evitar problemas patolgicos srios e, em alguns casos, a prpria runa da estrutura.
Os procedimentos inadequados durante a utilizao podem ser divididos em dois grupos: aes imprevisveis e aes imprevisveis ou acidentais. Nas aes previsveis, podemos compreender o carregamento excessivo, devido ausncia de informaes no projeto e/ou inexistncia de manual de utilizao. No caso das aes imprevisveis temos alteraes das condies de exposio das estruturas, incndios, abalos provocados por obras vizinhas, choques acidentais, etc.
5.3 Enfermidades do Concreto Armado
Na medicina a doena tem por definio a falta ou perturbao da sade. Segundo Cnovas (1988), na Engenharia Civil, a sade das estruturas pode ser definida como a capacidade delas desempenharem as funes para as quais foram idealizadas. E as enfermidades devem ser encaradas como as anomalias, falhas ou defeitos que podem comprometer o seu desempenho.
28 Neste entendimento, Cnovas (1988), faz uma interpretao sobre quais seriam as enfermidades do concreto.
Sob orientao desta interpretao e baseando-se nos fatos de doena ser falta de sade e sade significar um bom desempenho, est presente algumas definies das vrias enfermidades das estruturas de concreto, conforme indicado na Figura 5.1.
Figura 5.1: As enfermidades do concreto armado (Cnovas, 1988)
5.3.1 Corroso do Concreto
Ainda segundo Cnovas (1988), as estruturas de concreto armado no podem ser consideradas perenes, por esse motivo, devem ser objeto de inspees peridicas para que as anomalias possam ser diagnosticadas e corrigidas a tempo, mediante a um tratamento apropriado. Isso especialmente importante, em obras de grande porte tais como complexos industriais, estruturas porturias, usinas siderrgicas, represas, hidreltricas, metrs e em todas as obras em que o meio possa atuar desfavoravelmente, provocando a corroso do concreto.
29 Processo Corrosivo do Concreto
Segundo Cnovas (1988), o concreto que compe a estrutura deve compreender no apenas condies de resistncia do ponto de vista mecnico, permitindo-lhe suportar esforos e momentos aos quais a estrutura estar submetida, mas tambm condies de constituio que o permita suportar s aes externas de carter fsico e qumico diante das quais continue exercendo seu bom comportamento.
As aes do tipo fsico que podem comprometer um bom desempenho do concreto, inclusive at chegar a destru-lo, so aquelas, devido a efeitos expansivos produzidos por reaes internas, gelo e degelo, ou pela cristalizao mais ou menos profunda dos sais solveis contidos na massa de concreto.
As trs principais causas de corroso qumica do concreto so:
- Gases contidos na atmosfera (gs carbnico, sulfeto de oxignio, etc); - guas puras, turvas, cidas, selenitosas e marinhas; - Compostos fludos ou slidos de natureza orgnica tais como leos, gorduras, combustveis, lquidos alimentares, etc.
Os gases contidos na atmosfera resultam da combusto do carvo, dos derivados de petrleo empregados para fins domsticos, industriais ou de trao. Essas combustes produzem atmosferas contaminadas de gases carbnico e sulfrico que estaro em contato com as superfcies das estruturas e que, em presena da umidade do ambiente, tornar-se-o em cidos carbnico ou sulfrico que acabaro, ao longo do tempo, produzindo uma agresso e corroso ao concreto.
A gua quando pura ou traz dissolvidas substncias qumicas procedentes do ar, da terra ou de produtos de despejo, torna-se o inimigo nmero um do concreto. As guas puras o destroem pelo seu poder de dissoluo. As guas cidas e salinas destroem por dissoluo ou por transformao dos componentes do cimento em sais que so eliminados por lixiviao, ou pela formao de novos compostos incoerentes ou expansivos, tal como o sal de Candlot.
30 Componentes ricos em cal, como o silicato triclcico resiste menos aos cidos, inclusive os considerados fracos, que comeam atacando o hidrxido de clcio liberado na hidratao do cimento.
O sulfato de clcio das guas selenitosas o pior inimigo dos cimentos que contenham uma certa proporo de aluminato triclcico devido formao de sulfoaluminato triclcico com 31 molculas de gua de cristalizao que expansivo, com um aumento de 2,5 vezes sua origem. O sulfoaluminato conhecido como bacilo do cimento devido s suas propriedades destrutivas e semelhana de seus cristais com certos bacilos.
As aes qumicas da gua sobre as estruturas de concreto podem ser agrupadas da seguinte forma:
- Carbonatao, com dissoluo e precipitao do carbonato de clcio; - Ao dos sais de amnia sobre a cal hidratada; - Ao dos cloretos e sulfatos de magnsio sobre a cal hidratada; - Ao dos sulfatos sobre o aluminato triclcico hidratado.
Os fluidos ou slidos de natureza orgnica tambm so prejudiciais para o concreto, especialmente no caso de leos, gorduras, lquidos alimentcios, tais como leite, manteiga, vinho, cerveja, etc.
Os cidos na composio desses produtos abrem caminho atravs do concreto fazendo com que a corroso aumente at conseguir sua total destruio.
Quanto mais fluidos so os leos, mais eles penetram nos poros do concreto, isso faz com que a resistncia compresso nesta rea atingida reduza para 25% a menos a capacidade de aderncia das barras ao concreto.
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Preveno contra a Corroso do Concreto
Ainda conforme Cnovas (1988), a primeira medida a ser tomada contra a corroso fazer um concreto compacto, que oferea proteo frente aos agentes agressivos que se chocam com superfcies fechadas, enquanto num concreto poroso, a gua entra pelos seus poros capilares e, ao encontrar mais superfcie de ataque, aumenta sua ao destruidora avanando para o interior da estrutura. Portanto, um concreto que tenha que ficar em contato com guas fortemente agressivas, tem que ser dosado, atentando-se para as seguintes condies: - Tipo de cimento a ser empregado; - Dosagem de cimento a ser usada; - Contedo de aluminato e silicato triclcico; - Contedo de lcalis do cimento; - Concentrao das solues agressivas; - Temperatura mdia das solues agressivas; - Relao gua-cimento a ser empregada; - Qualidade, natureza e granulometria dos agregados; - Compacidade do concreto endurecido; - Cura.
5.3.2 Corroso das Armaduras
Segundo Helene (1986), pode-se definir corroso como a interao destrutiva de um material com o ambiente, seja por reao qumica, ou eletroqumica. Basicamente, so dois os processos principais de corroso que podem sofrer as armaduras de ao para concreto armado: a oxidao e a corroso propriamente dita.
A oxidao definida como o ataque provocado por uma reao gs-metal, com formao de uma pelcula de xido. Este tipo de corroso extremamente lento temperatura ambiente e no provoca deteriorao substancial das superfcies metlicas, exceto se existirem gases extremamente agressivos na atmosfera. Porm, este no o fenmeno principal de corroso nas estruturas convencionais.
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A corroso propriamente dita, entende-se o ataque de natureza preponderantemente eletroqumica, que ocorre em meio aquoso. A corroso acontece quando formada uma pelcula de eletrlito sobre a superfcie dos fios ou barras de ao. Esta pelcula causada pela presena de umidade no concreto. A corroso atravs do metal e do eletrlito entre nodo e o ctodo pressupe o funcionamento de um circuito fechado formando uma pilha eletroqumica, conforme indicado na Figura 5.2. Se o circuito se interrompe em algum de seus pontos, a pilha no pode funcionar e a corroso se detm. Este tipo de corroso tambm responsvel pelo ataque que sofrem as armaduras antes de seu emprego, quando ainda armazenadas no canteiro. A corroso do ao no concreto armado tem dois inconvenientes importantes: produzir desagregaes no concreto e diminuir a seo resistente das barras.
Em lugares muito midos e com atmosferas contaminadas, muito mais freqente o aparecimento de fissuras devido corroso das armaduras.
Muitas vezes, a corroso do concreto aparece juntamente com a das armaduras, pois a corroso qumica e eletroqumica do ao tem como conseqncia imediata a formao de xido altamente expansivo que diminuir a seo do ao, ao mesmo tempo em que o aumento do volume devido ao xido formado, ocasionar trincas e rupturas no concreto.
Figura 5.2: Clula de corroso em concreto armado (Porrero, 1975, apud Helene, 1986).
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Processo Corrosivo das Armaduras
Segundo Helene (1986), considerando a corroso sob o aspecto qumico e eletroqumico:
Na corroso qumica, o metal reage de forma homognea (em toda a superfcie) com o meio que o rodeia, no havendo reaes de oxidao-reduo e, portanto, no existindo gerao de corrente eltrica, sendo considerada menos importante, ou na qual possa ter todos os requisitos para que esta se faa por meio eletroqumico.
A corroso eletroqumica apresenta-se, principalmente, quando existem heterogeneidades no ao, que podem estar presentes em pontos que atuam como nodos, embora logo possam se generalizar. Estas irregularidades podem ser devido sua prpria natureza, s tenses a que se encontram submetidas as barras de ao e ao meio em que esto localizadas.
A corroso eletroqumica costuma ser a principal causa de deteriorao nas armaduras do concreto armado e protendido.
Ainda segundo Helene (1986), o concreto composto por hidrxidos de clcio, sulfatos, lcalis, etc. produzindo um Ph acima de 12, para as primeiras idades e at 13 para concretos de mais idade. A armadura est num meio alcalino ideal nessas condies, portanto, o ao est em forma passiva; entretanto por diversas causas, a passividade pode desaparecer em pontos localizados ou completamente. No primeiro caso, temos um tipo de corroso, denominada de corroso localizada ou sob tenso e, no segundo, h a corroso generalizada.
Os fatores que desencadeiam a corroso localizada, ou seja, que destroem parcial ou pontualmente a capa passiva, dando origem a nodos nos quais se produzem as corroses, podem ser muito variados. s vezes, alguns no originam diferena de potencial suficiente para produzir uma corroso e esse o caso de heterogeneidade estrutural criada pelo dobramento das armaduras, ninhos de pedra em contato com as barras; em outras vezes, podem produzir diferenas de potencial muito altas,
34 suficientes para por em perigo a passividade, entre elas, podemos citar os cloretos, sulfatos e sulfetos na massa do concreto.
Segundo Andrade (1992), a corroso pode se apresentar de formas diversas. Em geral, so classificadas pela extenso da rea atacada. Os tipos de corroso mais freqentes so: generalizada, localizada, por pite e fissurante, conforme Figura 5.3.
Figura 5.3: Tipos de corroso de armadura e fatores que os provocam (Andrade, 1992)
Segundo Cnovas (1988), a corroso pode ser explicada pelo fato da resistividade eltrica do revestimento que envolve o ao torna-se menor que 5000 a 10000 Ohm/m (um valor normal de 20000 Ohm/m), isto ocorre, quando o oxignio da atmosfera e a gua podem difundir-se atravs do revestimento em quantidade suficiente para formar xido ferrosos que, ao reagir com mais oxignio, transforma- se em cido frrico avermelhado com um aumento de volume de 6 a at 10 vezes ao inicial, quando a quantidade de on-cloro na superfcie do ao est acima do valor indicado anteriormente, embora isso dependa do tipo de cimento utilizado.
Ainda segundo Cnovas (1988), a corroso generalizada se produz como um processo abrangendo todo o metal, que sobre o efeito corrosivo de forma homognea e em toda a superfcie, dando lugar a um aumento de volume notvel no interior do concreto, em conseqncia do xido formado. Esse aumento de volume se traduz em fortes tenses que podem chegar a 40MPa, com as conseqentes fissuras, trincas, desagregaes e perda total de aderncia do ao ao concreto.
35 Os principais aceleradores so o oxignio e a umidade, agindo conjuntamente e acima de uma determinada proporo que de aproximadamente, 60%, de forma que a umidade acima a esta faixa, origina fortes corroses sempre que exista a presena de oxignio.
Preveno Contra a Corroso das Armaduras
Conforme Cnovas (1988), o cimento tem uma natureza alcalina, que torna o ao passivo, e se alm dessa proteo qumica, temos a fsica, produzida por um bom revestimento, compacto e impermevel, certo que as armaduras estaro protegidas contra a corroso, mesmo depois de muitos anos de servio.
Dependendo do meio em que vai exercer sua atividade, uma estrutura pode exigir, alm da proteo sobre o ao, como por exemplo, a proteo catdica, galvanizao e revestimento com resinas sintticas.
A proteo catdica trata-se de evitar os processos andicos no ao, eliminando assim a corroso, ou paralisando o processo corrosivo. Esse sistema tem o inconveniente de necessitar de pessoal altamente especializado, exigindo um controle de manuteno constante, devendo-se aplica-lo em todas as armaduras.
Os sistemas baseados em revestimentos com resinas e asfaltos, tm a desvantagem de sua sensibilidade aos atritos e choques, podendo criar descontinuidades capazes de agravar o problema corrosivo; no obstante, se a proteo bem feita, pode ser empregadas tintas base de epxi, poliuretano. Esse mtodo de proteo caro, requer tcnicas especializadas e pode diminuir a aderncia concreto-ao.
Alm dos mtodos de proteo que agem diretamente sobre o ao, existem outros que o fazem indiretamente atravs do concreto. Entre eles, existem os inibidores de corroso que atuam rompendo a continuidade do circuito eletroqumico ao exercer sua ao sobre a superfcie metlica, dificultando assim, a reao andica. Os inibidores andicos mais utilizados para o ao em meio alcalino e neutro so os
36 nitritos, cromatos, fosfatos e benzoatos, empregando-se como inibidor catdico, o sulfito. Em geral, so apresentados sob a forma de tintas.
Para que o inibidor seja eficaz, deve-se empreg-lo na proporo adequada, de acordo com a agressividade do meio, havendo risco de que a corroso se inicie intensamente caso a dosagem seja inferior a um valor crtico.
Os inibidores so empregados como qualquer outro aditivo, acrescentados na gua de amassamento e, geralmente, seu custo no alto.
37 6 ANOMALIAS NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO DA CMSP (COMPANHIA DO METROPOLITANO DE SO PAULO METR)
6.1 Anomalias nas Estruturas de Concreto Armado e Protendido
Conforme consta no Documento Tcnico do Metr de cdigo Pl-9.00.00.00/7A0-002, os fenmenos patolgicos mais freqentes no concreto e nos demais dispositivos acessrios como aparelhos de apoio, juntas de dilatao, etc, encontrados de maneira geral nas estruturas de concreto armado ou protendido, devem-se a diversos fatores, desde problemas intrnsecos dos materiais e seu envelhecimento, agravados pela presena de ambientes agressivos, at procedimentos inadequados de projeto, de execuo ou de utilizao.
Estes fenmenos so, em geral, manifestados atravs dos principais tipos de anomalias citadas a seguir:
- Fissuras - Concreto Segregado - Concreto Desagregado - Concreto Disgregado/Desplacado - Eroso do Concreto - Carbonatao - Desplacamento Concreto Projetado - Escorrimento em Concreto Projetado - Armadura Exposta - Corroso de Cabos e Bainhas de Protenso - Umidade / Infiltrao - Defeitos em Aparelhos de Apoio - Defeitos em Juntas de Dilatao - Anomalia em Reparo Anteriormente Executado - Deformaes Excessivas
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6.1.1 Fissuras
Ainda no Documento Tcnico do Metr de cdigo Pl-9.00.00.00/7A0-002, as fissuras so descontinuidades que ocorrem no concreto em virtude de sua baixa resistncia trao. Elas podem se apresentar com abertura em nveis de alerta ateno ou crtico, preciso cuidado, pois algum comportamento anormal pode estar acontecendo, levando assim, os componentes da estrutura a perder em suas caractersticas de integridade, de segurana, de durabilidade, de impermeabilidade e demais requisitos fixados na sua concepo.
A correta classificao da fissura, quanto a sua origem, suas dimenses e sobretudo, quanto a sua gravidade essencial para identificar se necessrio proceder ao seu tratamento e para a escolha da tcnica e dos materiais adequados para seu reparo. Aps a sua manifestao e evoluo, as fissuras podem apresentar aberturas que variam ao longo do tempo (fissuras ativas ou evolutivas) ou apresentarem-se estabilizadas (fissuras inativas e estveis), sendo este dado bsico para a definio do tratamento que a fissura deve receber.
Segundo as normas brasileiras, as fissuras so caracterizadas segundo suas aberturas serem inferiores, iguais ou superiores a 0,3mm. As fissuras caracterizadas como anomalias (por apresentarem aberturas superiores a 0,3mm) e as fissuras caracterizadas como simples ocorrncia nas estruturas (por apresentarem aberturas iguais ou inferiores a 0,3mm).
A posio das fissuras nos elementos estruturais, sua abertura, seu espaamento e configurao podem indicar a causa ou as causa que a motivaram.
Causas
Segundo o Documento Tcnico do Metr de cdigo Pl-9.00.00.00/7A0-002 so vrias as causas da fissurao e cada causa produz em geral panoramas tpicos destas. Assim, quanto s causas, as fissuras podem ser como mostra a tabela 6.1.
39 Tabela 6.1: Fissuras de Origem No-Estrutural Fonte: Documento Metr SP, 1999
Figura 6.1: Fissuras no-estruturais (Documento Metr SP, 1999) CAUSA DA FISSURA IDENTIFICAO NA FIGURA LOCALIZAO PEA MAIS SUJEITA Variao de temperatura externa A Junto restrio deformao Lajes / Paredes delgadas / Pavimentos de concreto Retrao trmica B Junto restrio deformao Elementos espessos Retrao hidrulica C Locais de juntas de dilatao potenciais Lajes / Paredes delgadas / Pavimentos de concreto D Na superfcie, em direo diagonal E Na superfcie, em direo aleatria F Sobre armaduras Peas de dimenso vertical considervel G No topo de camadas de concretagem, arqueada Pilares / Paredes H Mudana de profundidade Lajes com espessura varivel Corroso de armaduras I Ao longo das barras ou bainhas Qualquer elemento armado ou protendido Reao lcali- agregado J Contornando os agregados grados Lajes / Paredes delgadas TEMPO DE MANIFESTAO Semanas a meses, conforme a estao do ano e as dimenses da pea Semanas a meses, conforme a estao do ano e as dimenses da pea Vrias semanas ou meses Peas com grandes superfcies de concreto fresco exposto como lajes e pavimentos de concreto Final de pega a semanas Retrao por secagem Assentamento plstico Final de pega a semanas Mais de 2 anos Mais de 5 anos
40 Tabela 6.2: Fissuras de Origem Estrutural
Fonte: Documento Metr SP, 1999 TIPO DE FISSURA PEAS MAIS SUJEITAS CONFIGURAO TPICA - inclinada, se afastando da regio que menos recalcou; - abertura varivel. - mais inclinadas junto ao apoio, verticalizando-se em direo ao meio do vo; - abertura varivel, desaparecendo ao atingir a regio comprimida da pea. - mais concentradas junto s regies de mximo momento fletor e aumentando gradativamente o espaamento, ao se afastarem dessa regio; - abertura varivel, desaparecendo ao atingirem a regio comprimida da pea. Lajes, junto aos cantos (momentos volventes) - diagonal, formando um tringulo aproximadamente issceles com os cantos. Toro Peas lineares, com cargas no coincidentees com seu eixo longitudinal - em forma de hlice ao longo do eixo longitudinal. - perpendiculares direo da carga de trao, seccionando a seo transversal; - mais fechadas junto s armaduras. Peas de Suporte - perpendiculares direo da reao de apoio das peas apoiadas indiretamente. Puno Lajes / Sapatas / Paredes, com cargas perpendiculares a seu plano - tronco-crnicas, contornando a carga concnetrada, em forma de "teia de aranha", em planta. - paralelas direo de aplicao da carga; - abertura varivel, mais abertas aproximadamente metade da maior dimenso da seo transversal da pea, a partir da face carregada. Qualquer pea protendida junto a ancoragens / Pilares / Paredes com cargas concentradas aplicadas segundo seu plano Fendilhamento EXEMPLO Flexo Qualquer elemento Qualquer elemento tracionado longitudinalmente Trao Recalque Diferencial da Fundao Paredes / Vigas Cisalhamento Qualquer elemento
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Nveis de Alerta
Conforme o Documento Tcnico do Metr de cdigo Pl-9.00.00.00/7A0-002, os nveis de alerta para as fissuras so determinados pela dimenso de sua abertura mdia na superfcie de concreto. A faixa de variao padro das aberturas de fissuras est apresentada nos nveis de alerta, dados a seguir:
Normal: abertura entre 0,05mm e 0,3mm (Ocorrncia); Ateno: abertura entre 0,3mm e 0,7mm (Anomalia); Crtico: abertura superior a 0,7mm (Anomalia).
Um dos fatores importantes para determinar a causa e o tratamento a ser dado s fissuras conhecer a abertura mdia das mesmas ao longo do seu comprimento e se ocorre variao cclica desta abertura em funo da temperatura (fissuras ativas ou inativas).
importante salientar que as configuraes acima podem apresentar-se com ou sem a ocorrncia de infiltrao (umidade), sendo identificadas diferentemente para terem o tratamento adequado para cada caso.
Figura 6.2: Fissuras e lixiviao com carbonatao (Documento Metr SP, 1999)
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Figura 6.3: Fissuras em pilar (Documento Metr SP, 1999)
Figura 6.4: Fissurao tpica de retrao trmica (Documento Metr SP, 1999)
Figura 6.5: Fissurao tpica causada por lcali-agregado (Documento Metr SP, 1999)
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6.1.2 Concreto Segregado
Segundo o Documento Tcnico do Metr de cdigo Pl-9.00.00.00/7A0-002, entende- se por uma concentrao heterognea dos componentes da mistura do mesmo, resultando em uma massa no uniforme e via de regra, no coesa.
Causas
Ainda segundo o Documento Tcnico do Metr de cdigo Pl-9.00.00.00/7A0-002, este fenmeno congnito e decorrente de falhas executivas, podendo ocorrer em estruturas tanto de concreto moldado in loco, como de concreto pr-moldado ou de concreto protendido.
Nveis de Alerta
Conforme o Documento Tcnico do Metr de cdigo Pl-9.00.00.00/7A0-002, a segregao do concreto deve ser avaliada atravs do estado em que se encontra a sua superfcie. Assim, a segregao pode ser: Superficial: com falhas apenas na argamassa superficial do concreto, sem aparecimento dos agregados grados; Mdia: com grandes falhas na superfcie do concreto, com aparecimento dos agregados grados; Profunda: com profundas imperfeies na superfcie do concreto, com desprendimento dos agregados grados; ou sem falhas na superfcie, com argamassa de cobrimento dando conformao pea, porm contendo vazios em interior.
44 Caractersticas de Configurao e Localizao Tpicas
Ainda conforme o Documento Tcnico do Metr de cdigo Pl-9.00.00.00/7A0-002, as anomalias de concreto segregado so geralmente constatadas com maior freqncia nas seguintes regies dos elementos estruturais:
- junto a base (de pilares, paredes e elementos estruturais verticais); - junto a face inferior (de vigas, lajes e elementos estruturais horizontais); - em junta de concretagem (de elementos estruturais em geral); - em junta de dilatao (de elementos estruturais em geral); - em juno de elementos; - concreto segregado geral.
A anomalia Concreto Segregado pode ser com ou sem infiltrao, isto deve ser constatado.
Figura 6.6: Concreto segregado e armadura exposta corroda (Documento Metr SP, 1999)
6.1.3 Concreto Desagregado
A desagregao do concreto segundo o Documento Tcnico do Metr de cdigo Pl- 9.00.00.00/7A0-002 um fato no qual o cimento vai sendo retirado pela ao externa da gua ficando, conseqentemente, os agregados livres da unio que lhes proporciona a pasta. Esse fenmeno ocorre em regies onde possa haver percolao de gua pela pea.
45 Causas
Segundo o Documento Tcnico do Metr de cdigo Pl-9.00.00.00/7A0-002 suas principais causas so: a lixiviao, principalmente, se a superfcie apresentar um grau insuficiente de compacidade (alta porosidade); o ataque proveniente de chuva cida e o ataque qumico externo originrio de atmosfera agressiva e/ou lenol fretico contaminados.
Nveis de Alerta
Conforme o Documento Tcnico do Metr de cdigo Pl-9.00.00.00/7A0-002 os nveis devem ser observados atravs do estado em que se encontra a superfcie:
Superficial: com alteraes apenas na argamassa superficial do concreto, sem aparecimento dos agregados grados; Mdia: com grande alterao na superfcie do concreto, com aparecimento dos agregados grados; Profunda: com deteriorao avanada na massa do concreto, com desprendimento dos agregados grados.
importante salientar que as configuraes acima podem apresentar-se com ou sem a ocorrncia de infiltrao (umidade), tendo a necessidade de ser identificadas diferentemente para um melhor tratamento.
Figura 6.7: Concreto Desagregado por lixiviao (Documento Metr SP, 1999)
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6.1.4 Concreto Disgregado/Desplacado
Conforme o Documento Tcnico do Metr de cdigo Pl-9.00.00.00/7A0-002, a disgregao do concreto se caracteriza pelo lascamento ou esfoliao originado por esforos interno ou externos superiores s condies de resistncia do material.
Causas
Ainda conforme o Documento Tcnico do Metr de cdigo Pl-9.00.00.00/7A0-002, sua causa est ligada solicitao externa decorrente de aes de valor exagerado (choque ou impacto, esmagamento direto, esmagamento proveniente de defeito de aparelho de apoio), e corroso de armaduras, quando o esforo for de origem interna, alm de reaes internas de material, provenientes da ao deletria de determinados tipos de agregados com os lcalis do cimento.
Nveis de Alerta
Segundo o Documento Tcnico do Metr de cdigo Pl-9.00.00.00/7A0-002, observando a superfcie, podemos constatar os nveis de alerta, que so:
Superficial: disgregao atingindo apenas a argamassa superficial; Mdia: disgregao com o aparecimento dos agregados grados, sem atingir a armadura; Profunda: disgregao com desprendimentos atingindo toda a espessura de cobrimento.
47 Caractersticas de Configurao e Localizao Tpicas
Conforme o Documento Tcnico do Metr de cdigo Pl-9.00.00.00/7A0-002, o concreto disgregado ocorre geralmente com maior freqncia nos seguintes locais: - em bordas de peas; - ao longo de armadura; - anomalia generalizada.
Figura 6.8: Concreto disgregado devido expanso da armadura oxidada (Documento Metr SP, 1999)
Figura 6.9: Disgregao do concreto por choque ou impacto (Documento Metr SP, 1999)
48 6.1.5 Eroso do Concreto
Eroso segundo o Documento Tcnico do Metr de cdigo Pl-9.00.00.00/7A0-002 o fenmeno de desintegrao progressiva do concreto por ao de abraso e/ou de lixiviao e/ou ataques qumicos.
Causas
Segundo o Documento Tcnico do Metr de cdigo Pl-9.00.00.00/7A0-002 a eroso por abraso o processo de desgaste de uma superfcie atravs do atrito provocado por partculas transportadas pela gua em movimentos ou pela passagem contnua de veculos e tambm pela circulao de pedestres.
Pode tambm ser causada pela lixiviao e o ataque de agentes qumicos, principalmente, se a superfcie de concreto apresentar um grau insuficiente de compacidade (alta porosidade).
Nveis de Alerta
Ainda segundo o Documento Tcnico do Metr de cdigo Pl-9.00.00.00/7A0-002 pelo estado em que a superfcie se encontra, podemos constatar os nveis de alerta, que so:
Superficial: eroso co perda parcial do cobrimento do concreto, sem exposio dos agregados grados; Mdia: eroso com o aparecimento dos agregados grados, sem a exposio da armadura; Profunda: eroso com perda total de cobrimento e exposio da armadura.
49 Caractersticas de Configurao e Localizao Tpicas
Segundo o Documento Tcnico do Metr de cdigo Pl-9.00.00.00/7A0-002, as anomalias de eroso podem estar presentes principalmente nos seguintes locais:
- em superfcies hidrulicas; - em superfcies de rodagem; - em circulao de pedestres; - junto a sadas de drenos; - anomalia generalizada.
Figura 6.10: Configurao tpica de eroso em superfcie de concreto (Documento Metr SP, 1999)
6.1.6 Carbonatao
Conforme o Documento Tcnico do Metr de cdigo Pl-9.00.00.00/7A0-002 a carbonatao a reao entre o dixido de carbono (CO 2 ) do ar e o hidrxido da clcio resultantes da hidratao do cimento, produzindo o carbonato de clcio.
50 Causas
Ainda segundo o Documento Tcnico do Metr de cdigo Pl-9.00.00.00/7A0-002 a causa da carbonatao a penetrao de CO 2 , proveniente do ar, no concreto, o que ocorre quando esse permevel, poroso, se apresenta com a superfcie fissurada, ou com segregao.
A constatao in loco do avano da frente de carbonatao efetuada atravs da abertura de janelas e confirmada atravs de ensaio especfico.
Ao longo da inspeo visual convencional, esta constatao feita quando da presena de material de carbonatao depositado na superfcie do concreto.
Nveis de Alerta
Conforme o Documento Tcnico do Metr de cdigo Pl-9.00.00.00/7A0-002 o grau de carbonatao de uma pea de concreto pode ser classificado aps a realizao de ensaio especfico, segundo sua profundidade, da seguinte forma:
Superficial: carbonatao cuja profundidade mdia menor do que 5mm, h presena de eflorescncia notadamente localizada na superfcie do concreto; Mdia: carbonatao cuja profundidade mdia menor do que a espessura de cobrimento da armadura, sem despassivao da mesma, h eflorescncia causad pela lixiviao dos sais ao longo de toda a espessura do elemento; Profunda: carbonatao cuja profundidade mdia igual ou maior do que a espessura de cobrimento da armadura com despassivao da mesma, h a presena de eflorescncia causada pela lixiviao dos sais, porm acompanhada de mancha morrom-vermelho-acastanhada, originria provavelmente de corroso de armadura no interior do concreto.
O grau de carbonatao de uma pea de concreto pode ser classificado aps uma inspeo visual convencional, da seguinte forma:
51 Superficial: Presena de eflorescarbonatao cuja profundidade mdia menor do que 5mm; Mdia: carbonatao cuja profundidade mdia menor do que a espessura de cobrimento da armadura, sem despassivao da mesma; Profunda: carbonatao cuja profundidade mdia igual ou maior doque a espessura de cobrimento da armadura com despassivao da mesma.
Caractersticas de Configurao e Localizao Tpicas
Segundo o Documento Tcnico do Metr de cdigo Pl-9.00.00.00/7A0-002 as anomalias de carbonatao do concreto vm, geralmente, representadas nas seguintes configuraes:
- em ponto localizado; - em ponto localizado, colmatado; - em ponto localizado, com lixiviao (infiltrao); - em rea localizada da superfcie da pea; - anomalia generalizada.
Figura 6.11: Regies carbonatadas com lixiviao em concreto projetado (Documento Metr SP, 1999)
52 6.1.7 Desplacamento em Concreto Projetado
Segundo o Documento Tcnico do Metr de cdigo Pl-9.00.00.00/7A0-002 ocorre o desplacamento em concreto projetado quando parte da espessura projetada se solta em uma rea ou regio localizada, deixando aparentes os agregados, as barras da armadura ou mesmo o prprio substrato de solo ou rocha.
Causas
Ainda segundo o Documento Tcnico do Metr de cdigo Pl-9.00.00.00/7A0-002, basicamente o desplacamento um problema congnito e decorrente de falhas executivas de dosagem e presso do equipamento de projeo, entre outras.
Nveis de Alerta
Com relao a nveis de alerta, as anomalias de desplacamento podem ser:
Superficiais: com desprendimento apenas da superfcie do concreto em determinada regio, sem exposio da armadura; Mdia: com desprendimento da espessura do revestimento em determinada regio, com exposio parcial da seo de armadura; Profunda: com desprendimento profundo da espessura do revestimento em determinada regio, com exposio total da seo de armadura e/ou exposio do substrato em solo ou rocha.
6.1.8 Escorrimento em Concreto Projetado
Constata-se o escorrimento em concreto projetado quando parte da superfcie do revestimento apresenta-se heterognea com relao textura do acabamento, denotando-se reas com ntido aspecto de escorrimento do material projetado.
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Causas
Conforme o Documento Tcnico do Metr de cdigo Pl-9.00.00.00/7A0-002, o escorrimento um problema decorrente de falha executiva, principalmente relacionada dosagem do concreto projetado.
Nveis de Alerta
O escorrimento pode ser avaliado atravs dos seguintes nveis de alerta:
Superficial: escorrimento em ponto localizado; Mdia: escorrimento em mais de um ponto localizado; Grande: escorrimento em toda uma rea localizada do revestimento.
6.1.9 Armadura Exposta / Cambota Metlica Exposta / Inserte Metlico Corrodo / Cabos e Bainhas de Proteo Expostos / Ancoragem de Proteo Expostas
Segundo o Documento Tcnico do Metr de cdigo Pl-9.00.00.00/7A0-002, as armaduras, bainhas e cabos de protenso, cambotas metlicas, insertes metlicos e ancoragens quando expostas ao ambiente, por se encontrarem indevidamente protegidas, sofrem o processo de corroso do ao.
A corroso a interao destrutiva do ao com o ambiente, seja por reao qumica ou eletroqumica. Basicamente, so dois os processos principais de corroso que podem sofrer as armaduras de ao para concreto armado: a oxidao e a corroso propriamente dita.
54
O processo nitidamente visvel, pois os produtos de corroso tm predominantemente colorao vermelho-marrom-acastanhada e, sendo relativamente solveis, escorrem pela superfcie do concreto, manchando-o.
Causas
Conforme o Documento Tcnico do Metr de cdigo Pl-9.00.00.00/7A0-002, as estruturas de concreto armado e protendido apresentam ocorrncias de corroso das armaduras, dos cabos e das bainhas devido aos seguintes e principais processos desencadeadores:
Cobrimento insuficiente da armadura, bainha ou cabo; Concreto poroso; Fissurao do concreto; Existncia de anomalias no concreto (segregao, desagregao, disgregao, eroso, etc); Utilizao de aditivos a base de cloretos e outros agentes qumicos; Ataque externo de cloretos e outros agentes qumicos; Deteriorao do material de preenchimento do nicho de ancoragem; Falta de preenchimento do nicho de ancoragem; Injeo incompleta de bainhas.
Nveis de Alerta
A corroso das armaduras, das bainhas e dos cabos podem ser classificadas quanto a seus nveis de alerta de acordo com o seguinte critrio:
Superficial: armaduras, bainhas, cabos, etc., expostos no corrodos ou corroso atingindo o estgio de simples formao de pelcula de xido; Mdia:
55 - para o caso de peas de concreto armado, corroso apresentando rea da seo transversal da barra de armadura reduzida em at 20% da seo nominal, - para o caso de peas de concreto protendido, corroso das bainhas de protenso apresentando profunda corroso da parede da bainha e/ou evidenciando a nata de injeo;
Profunda: - para o caso de peas de concreto armado, corroso apresentando rea da seo transversal da barra de armadura reduzida em mais do que 20% da seo nominal; - para o caso de peas de concreto protendido, corroso da bainha de protenso evidenciando pontos aparentes dos fios e cordoalhas de protenso.
Figura 6.12: Mancha de corroso de armadura em superfcie de concreto (Documento Metr SP, 1999)
56
Figura 6.13: Mancha de corroso de armadura em superfcie de concreto (Documento Metr SP, 1999)
Figura 6.14: Pr-moldado com armadura exposta e disgregao do concreto (Documento Metr SP, 1999)
6.1.10 Umidade / Infiltrao
Conforme o Documento Tcnico do Metr de cdigo Pl-9.00.00.00/7A0-002 a umidade ou infiltrao qualquer ocorrncia de passagem ou impregnao de gua junto a poros do concreto, fissuras, falhas ou aberturas em sua superfcie. Essa ocorrncia pode ser causada por infiltraes provenientes da gua de chuva, por falhas dos sistemas de drenagem, pelo contato de guas subterrneas com a superfcie da estrutura, por eventuais vazamentos de tubulaes, etc.
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Causas
Entre os principais fatores desta situao, esto procedimentos inadequados de execuo e deficincias de projeto, como:
Concreto poroso, como consequncia de dosagem e procedimentos executivos inadequados de lanamento, vibrao e cura ou proveniente de tratamento inadequado de frmas; Concreto disgregado; Concreto erodido; Execuo inadequada de juntas de concretagem; Falhas nas juntas de dilatao; Falhas no sistema de drenagem; Perda de estanqueidade ou falhas no sistema de impermeabilizao; Vazamentos atravs de insertos metlicos; Tensores de frmas no retirados das peas ou com cavidades mal preenchidas aps a desfrma.
Nveis de Alerta
A classificao das ocorrncias de umidade / infiltrao quanto sua gravidade so definidas a seguir: Umidade Superficial: gua, originada de infiltrao, impregnada nos poros do concreto saturado, representada pela formao de manchas escuras nas superfcies; Gotejamento: gua livre, originada de infiltrao, impregnada nos poros do concreto saturado, num volume superior capacidade de reteno do mesmo, provocando a sua sada em forma de pingos;
58 Surgncia dagua: gua livre, originada de infiltrao, passando pelos poros, fissuras ou aberturas da superfcie do concreto, em vazo tal, que promova a sua sada em forma de veios, escorrendo pela superfcie.
Caractersticas de Configurao e Localizao Tpicas
Segundo o Documento Tcnico do Metr de cdigo Pl-9.00.00.00/7A0-002, como varivel de inspeo, as ocorrncias de umidade/infiltrao nas superfcies de concreto apresentam as seguintes caractersticas de configurao:
- umidade/infiltrao em ponto localizado da superfcie do elemento estrutural; - umidade/infiltrao em rea localizada da superfcie do elemento estrutural; - umidade/infiltrao presente de forma generalizada na superfcie do elemento estrutural.
6.1.11 Anomalia em Reparo Anteriormente Executado
Esta anomalia pode ser encontrada em reparos executados em pocas passadas, por defeitos congnitos ou pela prpria perda da vida til do material de reparo.
Quando forem identificados reparos com defeitos, dever ser caracterizada tambm a prpria anomalia que est ocorrendo no reparo em funo desse defeito. A caracterizao da anomalia incidente no reparo defeituoso dever ser feita reparada.
Causas
Com relao s causas para a ocorrncia de defeitos em reparos anteriormente executados, as mais provveis so:
trmino da vida til do material utilizado no reparo; m execuo do reparo;
59 ineficincia do procedimento adotado; utilizao de material inadequado para o tipo de reparo executado.
Nveis de Alerta
- superficial: ocorre falha na superfcie do reparo, porm mantendo sua funo de forma eficiente; - mdio: compromete a eficincia do desempenho da funo do reparo; - profundo: deteriorao avanada, com perda completa da funo do reparo.
6.1.12 Deformao Excessiva Desalinhamento / Desaprumo / Aumento de Seo ou Embarrigamento / Diminuio de Seo ou Afunilamento / Flecha Excessiva
Segundo o Documento Tcnico do Metr de cdigo Pl-9.00.00.00/7A0-002, deformao excessiva qualquer desvio no formato do conjunto da estrutura como um todo ou de um determinado elemento estrutural que possa ser detectado a olho nu, de forma que d indcios de problemas estruturais locais ou generalizados, estabilizados ou no.
Causas
Ainda segundo o Documento Tcnico do Metr de cdigo Pl-9.00.00.00/7A0-002, as anomalias relacionadas a deformaes excessivas podem ser originrias de apenas uma causa ou de um conjunto delas e so geralmente decorrentes de erros de projeto e/ou de execuo. Dentre as causas mais provveis para a ocorrncia dessa anomalia, pode-se destacar:
O efeito de carga cclica; O efeito da fluncia do concreto; Subdimensionamento;
60 Sobrecarga (uma solicitao extra superior resistente de dimensionamento de projeto); A realizao de uma desfrma prematura; Ocorrncia de falha no posicionamento ou no nivelamento da frma ou da armadura; Deficincia na rigidez de sistemas de cimbramento; Recalque diferencial da fundao; Conseqncia de defeito de aparelho de apoio; Conseqncia de defeito em junta de dilatao.
Nveis de Alerta
Conforme o Documento Tcnico do Metr de cdigo Pl-9.00.00.00/7A0-002, quando detectado problema de anomalia de deformao excessiva, os nveis de alerta a serem tomados so:
Ateno: deteco de deformao excessiva em um elemento estrutural localizado, sem a constatao de quadro de fissurao estrutural no mesmo; Crtico: deteco de deformao excessiva em um elemento localizado ou no conjunto estrutural como um todo, com quadro de fissurao estrutural.
6.1.13 Defeito em Aparelho de Apoio
Conforme o Documento Tcnico do Metr de cdigo Pl-9.00.00.00/7A0-002, os defeitos nos aparelhos de apoio prejudicam a movimentao das estruturas sob efeito de variaes de temperatura ou esforos externos, podendo dar origem a elevadas tenses no previstas nas mesmas.
61 Causas
Segundo o Documento Tcnico do Metr de cdigo Pl-9.00.00.00/7A0-002, os problemas que atingem os aparelhos de apoio dependem do tipo de aparelho e esto relacionados a:
falhas de concepo, que podem ocorrer em quaisquer tipos de aparelhos de apoio, caso ocorram erros de adequao entre o tipo e as caractersticas do apoio adotado, em relao ao comportamento da estrutura; falhas de fabricao; posicionamento, que pode ocorrer em quaisquer tipos de aparelhos de apoio, causado por inexatido de seu posicionamento na estrutura; corroso, que uma das causas de defeitos nos aparelhos de apoio metlicos, alm das fretagens de ao dos aparelhos de apoio de elastmero fretado; deteriorao, que pode ocorrer nos aparelhos de apoio de concreto e de elastmero, causada por ataque de qualquer substncia agressiva ou mesmo decorrente do envelhecimento do material; obstruo, por existncia de concreto, nata ou argamassa no removidos por ocasio da execuo, podendo prejudicar o funcionamento dos aparelhos de apoio mveis e semi-mveis; falhas de implantao, que esto relacionadas a todos os tipos de aparelhos de apoio, principalmente aos de concreto e de elastmero (com e sem fretagem), que podem apresentar m aderncia nos contatos devido a limpeza inadequada de superfcies, causando trincamento e/ou esmagamento do mesmo; superfcies de contato inadequadas, causando comprometimento das funes do aparelho de apoio atravs de transmisso deficiente dos esforos; esmagamento, que uma anomalia possvel para todos os tipos de aparelhos de apoio, decorrente da existncia de esforos acima da capacidade projetada para o aparelho;
62 umidade, podendo causar a deteriorao precoce de qualquer tipo de aparelho de apoio, advinda de acmulo dgua no seu entorno que, por sua vez, originria de falhas em sistemas de drenagem; esforos no previstos, podendo comprometer qualquer tipo de aparelho de apoio, como por exemplo, esforos de frenagem.
Nveis de Alerta
comprometimento leve: deteriorao superficial do aparelho de apoio; comprometimento mdio: diminuio das caractersticas teis (espessura, recobrimento,etc) do aparelho de apoio, mas mantendo o comportamento elstico; comprometimento profundo: quando o aparelho de apoio perdeu parcial ou totalmente sua funo.
Caractersticas de Configurao e Localizao Tpicas
Os defeitos descritos so identificados de acordo com os principais tipos de aparelhos de apoio, configurados a seguir:
- aparelho de apoio de concreto (Articulao Freyssinet); - aparelho de apoio metlico (Articulao de Ao - fixas e mveis); - aparelho de apoio de elastmero sem fretagem; - aparelho de apoio de elastmero fretado.
6.1.14 Defeito em junta de Dilatao
Conforme o Documento Tcnico do Metr de cdigo Pl-9.00.00.00/7A0-002, junta de dilatao pode ser definida como sendo uma separao entre duas partes de uma
63 estrutura, a fim de que estas possam movimentar-se, uma em relao outra, sem que haja transmisso de esforos entre elas.
Quando defeituosas estas impedem ou restringem o movimento decorrente da dilatao trmica previsto para as estruturas, podendo originar tenses superiores quelas projetadas para serem absorvidas.
Causas
As causas de defeitos em juntas de dilatao esto normalmente ligadas a:
ruptura das bordas do concreto; trincamento ou fendilhamento do concreto adjacente; bloqueamento, obstruo ou cobrimento; posicionamento inadequado; distoro; desnivelamento das bordas; rotao; falta de limpeza; falha no funcionamento da junta por erro de execuo ou de concepo.
Nveis de Alerta
- comprometimento superficial: lascamento das bordas da junta em pontos localizados; - comprometimento mdio: deformao excessiva da junta; - comprometimento profundo: perda da movimentao da junta com travamento da estrutura.
64 6.1.15 Defeito no Material de Vedao da junta de Dilatao
Conforme o Documento Tcnico do Metr de cdigo Pl-9.00.00.00/7A0-002, as juntas podem ser vedadas ou no de acordo com o projeto.
Causas
As causas de defeitos no material de vedao da junta podem ser:
ressecamento; corte; deteriorao por contato com produtos agressivos; fadiga; remoo total ou parcial; posicionamento; distoro; falta de limpeza.
Nveis de Alerta
- comprometimento superficial: deteriorao no material de vedao da junta em pontos localizados; - comprometimento mdio: deteriorao e/ou corte e/ou remoo do material de vedao da junta em diversos pontos; - comprometimento profundo: deteriorao e/ou remoo generalizada do material de vedao da junta.
65 Caractersticas de Configurao e Localizao Tpicas
As anomalias descritas so identificadas de acordo com os principais tipos de vedao de juntas de dilatao, caracterizadas a seguir:
- material de vedao de elastmetro tipo Jeene; - material de vedao de elastmetro tipo Fugenband; - material de vedao com elastmetro - para tneis em shield; - material de vedao com manta asfltica.
6.1.16 Defeito no Material de Proteo da junta de Dilatao
Conforme o Documento Tcnico do Metr de cdigo Pl-9.00.00.00/7A0-002, as juntas podem ser protegidas ou no, de acordo com o projeto.
Causas
As causas de defeitos no material de preenchimento da junta podem ser:
Corroso do material metlico das bordas das juntas; Deteriorao por contato com produtos agressivos; Remoo total ou parcial; Posicionamento; Falta de limpeza; Ressecamento do material / perda de aderncia; Defeito proveniente de ao externa.
66 Nveis de Alerta
Conforme o Documento Tcnico do Metr de cdigo Pl-9.00.00.00/7A0-002, os nveis de alerta a serem observados so:
- Comprometimento Superficial: deteriorao parcial do material de proteo da junta; - Comprometimento Mdio: deteriorao e/ou remoo do material de proteo da junta; - Comprometimento Profundo: deteriorao e/ou remoo total do material de proteo da junta.
Caractersticas de Configurao e/ou Localizao Tpicas
As anomalias descritas so identificadas de acordo com os principais tipos de proteo de juntas de dilatao, caracterizadas a seguir:
- elemento de proteo com material elstico; - material de proteo metlico.
6.1.17 Defeito no Sistema de Impermeabilizao
Segundo o Documento Tcnico do Metr de cdigo Pl-9.00.00.00/7A0-002, os sistemas de impermeabilizao (rgidas, flexvel ou semi-flexvel), quando apresentam deficincias de estanqueidade caracterizam uma falha de desempenho podendo comprometer o funcionamento e a durabilidade dos elementos estruturais.
Essa anomalia pode ter incidncia em sistemas de impermeabilizao tanto interno (paredes e lajes), como externos (lajes de cobertura), podendo provocar o aparecimento de manchas nas superfcies, carbonatao, corroso das armaduras, infiltraes e vazamentos de gua.
67
Causas
Essas anomalias geralmente so decorrentes de:
trmino de vida til do material; execuo inadequada; projeto e/ou especificao inadequados; aes destrutivas.
Nveis de Alerta
- Comprometimento Superficial: danos apenas na camada de proteo mecnica sem o aparecimento de manchas de umidade na face oposta do elemento estrutural; - Comprometimento Mdio: danos na camada de proteo mecnica com o aparecimento de manchas de umidade na face oposta do elemento estrutural; - Comprometimento Profundo: danos na camada de proteo mecnica com gotejamento de gua na face oposta do elemento estrutural.
68 7 RECUPERAO E TRATAMENTO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO DA CMSP (COMPANHIA DO METROPOLITANO DE SO PAULO METR)
7.1 Recuperao Estrutural
Conforme Souza e Ripper (1998), verificando-se que uma estrutura de concreto armado apresenta problemas patolgicos, torna-se necessrio fazer a inspeo detalhada para que se possa determinar as reais condies da estrutura, de forma a avaliar as anomalias existentes, suas causas, nveis de alerta, providncias a serem tomadas e os mtodos a serem adotados para a sua recuperao.
As providncias que devem ser adotadas, e mesmo os nveis de alerta quanto avaliao da periculosidade de determinados mecanismos de deteriorao, podem e devem observar a importncia das estruturas em termos de resistncia e durabilidade, assim como, muito particularmente, a agressividade ambiental. A figura 7.1 apresenta a metodologia genrica para a inspeo de estruturas, dividida em trs etapas bsicas: levantamento dos dados (inspeo visual no local), anlise e diagnstico.
A etapa do levantamento dos dados extremamente minuciosa e deve ser feita com critrios, para que a anlise possa ser feita corretamente, e compreende os seguintes passos: Classificao analtica do meio ambiente, em particular da agressividade estrutura em questo; Levantamento visual e observao normal, com anotaes, e medies nos principais elementos; Estimativa das possveis conseqncias dos danos e, caso necessrio, a tomada de medidas de emergncia, tais como o escoramento de parte ou do todo da estrutura, alvio do carregamento, instalao de instrumentos para medidas de deformaes e recalque e interdio da estrutura; Levantamento detalhado dos sintomas patolgicos, inclusive com documentao fotogrfica, medidas de deformaes, avaliao da presena
69 de cloretos ou de outros agentes agressores, de carbonatao, medidas de trincas e fissuras (posio, extenso, abertura), medidas de perda de seo em barras de ao, etc; Identificao de erros quanto concepo da estrutura (projeto), sua execuo, ou ainda quanto sua utilizao e manuteno; Anlise do projeto original e dos projetos de modificaes e ampliaes, caso existam, de forma a se poder determinar possveis deficincias na concepo ou no dimensionamento dos elementos estruturais danificados; Instrumentao da estrutura e realizao de ensaios especiais, inclusive em laboratrio, caso seja necessrio, os quais so: - tipologia e intensidade dos sistemas de deteriorao e dos agentes agressores; - medies: geometria, nvel, prumo e excentricidades; mapeamento das fissuras; determinao de flechas residuais; evoluo da abertura de fissuras e de deformaes etc; - estudos e ensaios: verificao dimensional dos elementos (seo transversal do concreto; armaduras; cobrimento, etc); investigao geotcnica; avaliao da resistncia do concreto e das caractersticas do ao etc.
A segunda etapa, que a anlise dos dados, conduzir o analista a um perfeito entendimento do comportamento da estrutura e de como surgiram e se desenvolveram os sintomas patolgicos. Esta anlise deve ser feita de forma pormenorizada, para evitar que as anomalias mais graves no sejam detectadas por estarem ocultas por anomalias superficiais, assim como se deve verificar atentamente se no houve mais do que um fator que desencadeou o sintoma patolgico que est sendo analisado.
A ltima etapa, o diagnstico, s poder ser realizada aps a concluso das etapas anteriores que so as de levantamento e de anlise. Freqentemente, ocorre ter-se que retornar primeira etapa, pois s aps algumas tentativas de diagnstico que se tem o conhecimento da necessidade de coleta e anlise de novos elementos. O diagnstico, baseado em muitos fatores (econmicos, tcnicos, de segurana e de conforto), poder levar o analista a diversas solues, inclusive, em casos extremos,
70 recomendar a demolio da estrutura, j que o custo-benefcio pode indicar a inviabilidade de se efetuar a recuperao, em virtude da extenso dos danos e do alto custo envolvido.
Figura 7.1: Fluxograma genrico para diagnstico de uma estrutura (Souza e Ripper, 1998)
7.2 Planejamento para a Recuperao Estrutural
Segundo Souza e Ripper (1998), a qualidade dos servios de recuperao de estruturas de concreto depende da anlise precisa das causas que o tornaram necessrio e do estudo detalhado dos efeitos produzidos. Aps esses dois pontos definidos, define-se a tcnica adequada, que inclui a cuidadosa seleo dos
71 materiais e equipamentos a serem empregados e tambm a mo-de-obra necessria para a execuo do servio.
Quando h deteriorao sofrida pela estrutura, inclusive nas armaduras, o servio de reforo estar inserido nos trabalhos de recuperao. Neste caso, h a necessidade de uma prvia elaborao de trabalhos de clculo estrutural estabelecendo elementos bsicos para: - identificao precisa dos elementos da estrutura em que ser necessrio proceder-se ao reforo e a extenso desta interveno e daqueles em que ser suficiente apenas a recuperao, entendendo-se como tal a reconstituio das caractersticas geomtricas, de resistncia e desempenho originais; - determinao da capacidade resistente residual da estrutura, ou da pea estrutural e, conseqentemente, definio do tipo, intensidade e extenso da recuperao necessria; - verificao da necessidade ou no da adoo de procedimentos de escoramento durante os trabalhos; - avaliao do grau de segurana em que se encontra a estrutura, antes, durante e depois da execuo do reparo; - escolha da tcnica executiva a utilizar; - determinao das atividades necessrias e das quantidades reais de trabalho a realizar, isto , definio do custo real da empreitada, em conjunto com os elementos da inspeo tcnica realizada.
O custo final de obras de recuperao de estruturas de concreto em funo direta da soluo (projeto) adotada para a execuo da mesma, considerando-se a includos clculos, metodologias, especificaes de materiais e trabalhos complementares, como escoramentos e andaimes, por exemplo, que so muitas vezes determinantes na avaliao da prpria viabilidade econmica da obra.
Os servios de interveno em superfcies so normalmente medidos por m da rea original de interveno, ou seja, tm quantidades previamente fixadas, relativamente execuo dos trabalhos, e, para tanto, apenas requerem a garantia de acesso direto ao local de trabalho. Por exemplo, para um servio de corte de concreto como o representado na Figura 7.2, a rea a medir ser:
72
A corte = L (h1 + h2 + b) (m) Figura 7.2: Medio para intervenes de corte em concreto (Souza e Ripper, 1998).
Os valores unitrios do m das atividades de corte em concreto devem incluir os servios preparatrios necessrios, a remoo e transporte dos entulhos provindos dos servios executados.
O projetista deve esclarecer o proprietrio sobre as diversas hipteses que porventura possam ocorrer, comparando custos de execuo e qualidade final (resultado do servio), seguranas a serem atingidas em cada caso e previso dos custos futuros com manuteno, ou seja, estipular, com base nestes dados, a nova vida til da estrutura. Somente assim, poder o cliente estar apto a optar, baseando- se nos dados passados pelo especialista, pela execuo dos servios de reparo, ou, pela no interveno, ou ainda, pela demolio e reconstruo total ou parcial da estrutura.
7.3 A Recuperao Estrutural na CMSP Metr
A metodologia empregada na CMSP para a recuperao estrutural fundamentada no diagrama estabelecido por Souza e Ripper (1998) ver Figura 7.1.
Atualmente, os trabalhos de inspeo, anlise e recuperao estrutural na CMSP realizado atravs de um consrcio entre duas empresas privadas.
73 Todos os documentos necessrios e gerados pelos processos, precisam seguir roteiros e metodologias, para que no haja conflitos entre as trs etapas do processo de recuperao estrutural. Estas trs etapas so: a inspeo visual, a anlise (ou diagnstico) e a recuperao das estruturas.
7.3.1 Inspeo Visual
Segundo o Documento Tcnico do Metr de cdigo PI-9.00.00.00/7A0-002, o objetivo da Inspeo Visual consiste no levantamento quantitativo e na avaliao qualitativa das anomalias existentes nos elementos estruturais das obras em questo.
Essas informaes visam, primeiramente, fornecer subsdios para a anlise da necessidade de ensaios complementares. Em conjunto com os dados fornecidos pelos ensaios complementares, este levantamento visa tambm subsidiar a anlise do estado de conservao da estrutura.
Para a inspeo visual, necessrio haver uma programao entre a empresa contratada e o Metr com antecedncia de 10 (dez) dias para que se tenha acesso aos locais de inspeo. A equipe da Contratada deve estar acompanhada por um funcionrio do Metr (Manuteno).
Os materiais necessrios para a inspeo visual so: prancheta, material para anotaes, binculos, lanterna e os desenhos fontes, que geraro os desenhos mais especficos para um macro-mapeamento e micro-mapeamento das anomalias.
Deve-se usar equipamentos de proteo individual como colete reflexivo (para vias) e calados de segurana.
A primeira inspeo ser somente para planejamento, ou seja, para levantamento de informaes, que seriam: familiarizar-se com a estrutura; ter uma viso do seu estado de conservao; avaliar as dificuldades do local a ser inspecionado (a necessidade ou no de andaimes e/ou escadas, caminhes com brao mecnico e
74 cesta, teodolito e outros); considerar o tempo total disponvel para as dificuldades avaliadas; verificar se os desenhos fonte so suficientes; estimar o nmero de equipes necessrias para executar os trabalhos dentro do tempo previsto; constatar se h interferncias para a realizao da inspeo (tetos com forros, painis, equipamentos, que precisam ser removidos). Aps esta primeira inspeo deve haver reunies entre contratante e contratada para avaliar e planejar a inspeo que ser realmente para anotaes e avaliao das estruturas.
Na inspeo propriamente dita, as equipes tero que seguir roteiros e mtodos de inspeo determinados pelo engenheiro responsvel pela tal, verificar nos check- lists se os materiais equipamentos necessrios para a inspeo esto completos, preenchem a Ficha de Inspeo Visual, conforme Figura 7.3 e as planilhas para identificao das anomalias.
Figura 7.3: Ficha de Inspeo Visual (Documento Tcnico Metr - SP, 2003)
75
Basicamente, o registro das anomalias est fundamentado na realizao de trs atividades: - execuo de um macro-mapeamento, que consiste em identificar a anomalia constatada em um elemento estrutural e loc-la geograficamente no plano estrutural representado pela planta de frmas (desenhos base); - execuo de um micro-mapeamento, que nada mais do que um detalhe ampliado (na forma de croqui) de uma anomalia locada em determinado elemento estrutural no macro-mapeamento. - preenchimento da Planilha de Anomalias e de Ocorrncias: listagem e descrio das anomalias e das ocorrncias detectadas.
Assim, o micro-mapeamento est inserido no macro-mapeamento como uma ampliao das anomalias em seus detalhes, configuraes, dimenses e exata localizao no elemento estrutural.
Na Planilha de Anomalias, conforme a Figura 7.4, o inspetor deve fornecer os seguintes dados sobre cada anomalia constatada:
- A localizao especfica da anomalia; - O elemento estrutural onde est contida a anomalia; - O tipo de anomalia, subdividido em: n de ordem da anomalia, cdigo da anomalia, sigla da anomalia conforme Legenda das Anomalias (conforme Tabela 7.1); - Nvel de alerta da anomalia, estimado pelo inspetor, definido conforme critrios estabelecidos na coluna Nveis de Alerta da Tabela de Variveis de Inspeo (Tabela 7.2); - A quantidade de anomalias semelhantes constatadas no mesmo elemento estrutural; - Espaamento mdio entre as anomalias; - As dimenses bsicas da anomalia; - A provvel causa da anomalia enquadrada na padronizao estabelecida na coluna Causas da Tabela de Variveis de Inspeo; - N da fotografia que ilustra a anomalia;
76 - N do croqui que registra a anomalia; - Observaes adicionais.
Figura 7.4: Planilha de Anomalias (Documento Tcnico - Metr SP, 2003)
77
Nesta planilha sero cadastrados exclusivamente os elementos estruturais que apresentam anomalias durante a inspeo.
Especificamente, no que diz respeito s micro-fissuras, isto , com aberturas de at 0,3mm, essas no devem ser consideradas anomalias, uma vez que se tratam de ocorrncias normais em estruturas de concreto. Dessa forma, essas ocorrncias no devem ser indicadas em mapeamento, nem necessitam ser fotografadas e indicadas na Planilha de Anomalias, exceto para o caso em que um conjunto dessas ocorrncias aparea com freqncia, quantidade e configurao tais que o engenheiro responsvel pela inspeo visual considere o quadro de ocorrncias representativo de uma anomalia da estrutura.
As ocorrncias de micro-fissuras, portanto, devem ser inspecionadas e apenas registradas segundo tipos, quantidades e localizaes, em uma planilha apropriada, denominada Planilha de Ocorrncias (Figura 7.5), tambm utilizada durante a inspeo visual.
78
Figura 7.5: planilha de Ocorrncias (Documento Tcnico Metr SP, 2003)
79 Tabela 7.1: Tabela da Legenda das Anomalias
Fonte: Documento Tcnico Metr SP, 2003
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Tabela 7.2: Exemplo de Tabela de Variveis de Inspeo
Fonte: Documento Tcnico -Metr SP, 2003
A inspeo gerar um relatrio especfico para aquela inspeo visual executada, com todos estes documentos e muitas outras informaes que serviro de base para a prxima etapa que a Anlise.
Caso necessite de ensaios especficos tambm constatado na inspeo visual.
Os ensaios mais comumente necessrios so: profundidade de carbonatao, teor de cloretos e sulfatos.
VARIVEIS DE INSPEO VARIVEIS DE INSPEO NVEIS DE ALERTA CAUSA METODOLOGIA DE INSPEO ANOMALIAS EM ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO OU PROTENDIDO FISSURAS SEM INFILTRAO (F) 1 - FISSURA - NO VO N - Fissura de abertura 1 - Variao de Temperatura Externa 1 - Visual Direta com Foto 2 - FISSURA - JUNTO AO APOIO entre 0,05 mm e 2 - Retrao Trmica 2 - Visual Direta sem Foto 3 - 0,3 mm 3 - M Execuo de Junta de Construo 3 - Visual com Binculo e com Foto 4 - FISSURA - NO BALANO 4 - Retrao por Secagem ou Retrao 4 - Visual com Binculo e sem Foto 5 - FISSURA - AO LONGO DA ALTURA A - Fissura de abertura Hidrulica 5 - Visual com Iluminao e com Foto 6 - FISSURA - JUNTO A BASE entre 0,3 mm e 5 - Assentamento Plstico 6 - Visual com Iluminao e sem Foto 7 - FISSURA - JUNTO AO TOPO 0,7 mm 6 - Corroso da Armadura 7 - Visual com Iluminao, com 8 - FISSURA TRANSVERSAL 7 - Reaes Internas do Concreto Binculo e com Foto 9 - FISSURA LONGITUDINAL C - Fissura de abertura 8 - Recalque Diferencial da Fundao 8 - Visual com Iluminao, com 10 - FISSURA VERTICAL SISTEMTICA superior a 0,7 mm 9 - Cisalhamento Binculo e sem Foto 11 - FISSURA VERTICAL ASSISTEMTICA 10 - Flexo 9 - Visual Direta, com Lupa ou 12 - FISSURAS ALEATRIAS E NO 11 - Toro Fissurmetro e com Foto DIRECIONADAS 12 - Trao 10 - Medida Indireta, atravs de 13 - 13 - Puno Instrumentao 14 - Fendilhamento 15 - Esmagamento FISSURAS COM INFILTRAO (F) 16 - Flambagem de Armadura 17 - Revestimento 101 - FISSURA - NO VO 18 - Aduelamento 102 - FISSURA - JUNTO A APOIO 19 - Excesso de Carga 103 - 20 - Impacto 104 - FISSURA - NO BALANO 21 - Solicitao Dinmica - fadiga de 105 - FISSURA - AO LONGO DA ALTURA trao 106 - FISSURA - JUNTO A BASE 22 - Solicitao Dinmica - fadiga das 107 - FISSURA - JUNTO AO TOPO armaduras 108 - FISSURA TRANSVERSAL 109 - FISSURA LONGITUDINAL 110 - FISSURA VERTICAL SISTEMTICA 111 - FISSURA VERTICAL ASSISTEMTICA 112 - FISSURAS ALEATRIAS E NO DIRECIONADAS 113 -
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Figura 7.6: - Inspeo com filmagem (Metr SP, 1999)
Figura 7.7: - Esquema de filmagem do Shield (Metr SP,1999)
Figura 7.8: - Inspeo tradicional em tneis (Metr SP,1999)
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Figura 7.9: - Inspeo tradicional em elevados (Metr SP, 1999)
7.3.2 Anlise das estruturas inspecionadas
Segundo o Documento Tcnico do Metr de cdigo ES-9.00.00.00/7J9-005, nesta etapa, o engenheiro especialista deve analisar o subtrecho inspecionado, parcial ou integralmente, tomando por base as informaes obtidas na inspeo visual e analisando os resultados dos ensaios e verificaes realizados. Essa anlise deve ser submetida aprovao do Metr atravs do Relatrio Tcnico do Subtrecho.
A cada Anlise Tcnica concluda, a Coordenao Geral da empresa contratada deve emitir um Laudo Tcnico, resumindo todas as informaes relevantes, bem como orientando com relao a providncias a serem adotadas quanto necessidade de reparos, reforos ou acompanhamento das anomalias.
Todos os Laudos emitidos, em concluso aos trabalhos executados, devem ser encaminhados pela Coordenao Geral da empresa contratada ao Metr, para sua aprovao final.
83 O Laudo Tcnico um documento de apresentao, resumida e unificada, das inspees realizadas, dos resultados dos ensaios/instrumentos; o parecer sobre a tomada de deciso quanto a acompanhamento da estrutura, reparo, reforo ou necessidade de verificao estrutural complementar por parte da rea de projetos; a indicao de procedimentos viveis para correo de anomalias a serem reparadas e procedimentos para o acompanhamento futuro de anomalias, corrigidas ou no, para que seja efetivada a manuteno preventiva ou inspees peridicas. Este documento emitido ao final dos trabalhos gerais, sendo um laudo para cada Subtrecho.
7.3.3 Preparo e Limpeza da Superfcie a ser recuperada
Segundo Cnovas (1988), a escolha dos materiais e da tcnica a ser empregada depende do diagnstico, das caractersticas da regio a ser corrigida e das exigncias de funcionamento do elemento que vai ser objeto da correo. Como exemplo, nos casos de elementos estruturais que necessitem ser colocados em carga aps algumas horas da execuo do tratamento, pode ser necessrio e conveniente utilizar sistemas de base epxi ou polister. J no caso de prazos um pouco mais longos, pode-se utilizar argamassas e grautes de base mineral.
Preparo da Superfcie
A tabela 7.3 apresenta alguns procedimentos de preparo de substrato.
84 Tabela 7.3: Procedimentos de preparo de substrato
Procedimento mais adequado para Concreto com superfcie Ao com superfcie Procedimento Seca mida seca mida Escarificao manual Adequado adequado inadequado inadequado Escarificao mecnica Adequado adequado inadequado inadequado Demolio Adequado adequado inadequado inadequado Lixamento manual inadequado aceitvel adequado aceitvel Lixamento eltrico Adequado aceitvel adequado aceitvel Escovamento manual Adequado aceitvel adequado aceitvel Jato de areia seco ou mido Adequado adequado adequado aceitvel Fonte: Helene, 1988
Apicoamento
Apicoar o ato de retirar a camada mais externa do concreto das peas estruturais, normalmente com o intuito de potencializ-las para a complementao com uma camada adicional de revestimento, em concreto ou argamassa, para aumento da espessura de cobrimento das armaduras. Assim, as espessuras de apicoamento so geralmente de at 10mm.
O apicoamento pode ser mecnico ou manual conforme Figuras 7.10 e 7.11 e a escolha do processo depende da profundidade de concreto que se deseja remover e do grau de rugosidade e homogeneidade que se queira conferir superfcie tratada.
Os processos mecnicos devem ser sempre adotados nos casos em que a rea a tratar grande, porque o recurso a meios manuais requer mais tempo. Necessariamente, pelo trabalho que do, requerem a utilizao de martelos pneumticos ou eltricos bem leves (5 kg no mximo), e ponteiros com a extremidade em forma de picador ou xis superposto a cruz.
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Figura 7.10: - Apicoamento manual (Souza e Ripper, 1998).
Figura 7.11: - Apicoamento mecnico (Souza e Ripper, 1998).
Remoo Profunda de Concreto Degradado
De acordo com Helene (1988), o corte pode ser definido como sendo a remoo profunda de concreto degradado. Esta tarefa tem como objetivo a extirpao de todo e qualquer processo nocivo boa sade das armaduras. Assim, o corte de concreto justifica-se sempre que houver corroso do ao das armaduras, j implantada ou com possibilidades de vir a acontecer, como no caso de concreto segregado, e deve garantir no s a remoo integral do concreto degradado, como tambm a futura imerso das barras em meio alcalino. Para tanto, o corte dever ir alm das armaduras, em profundidade pelo menos 2 cm ou o dimetro das barras da armadura, devendo-se atender mais desfavorvel das situaes, caso a caso, como se observa na Figura 7.12.
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Figura 7.12: Corte de concreto - profundidade de remoo (Souza e Ripper, 1998)
Limpeza das Superfcies
A tabela 7.4 apresenta procedimentos de limpeza de acordo com o tipo de substrato.
Tabela 7.4: Procedimentos de limpeza da superfcie
Procedimento mais adequado para Concreto com superfcie Ao com superfcie Procedimento Seca mida Seca mida Jato de gua fria inadequado Adequado Inadequado aceitvel Jato de gua quente inadequado Adequado Inadequado aceitvel Vapor inadequado Adequado Inadequado aceitvel Solues cidas inadequado Aceitvel Inadequado inadequado Solues alcalinas inadequado Adequado Inadequado adequado Remoo de leos e graxas superficiais inadequado Inadequado Adequado adequado Jato de ar comprimido Adequado Aceitvel Adequado aceitvel Solventes volteis Adequado Adequado Inadequado aceitvel Saturao com gua inadequado Inadequado Adequado inadequado Aspirao a vcuo Adequado Inadequado Aceitvel aceitvel Fonte: Helene, 1988
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Jato de ar comprimido
Ainda segundo Helene (1988), a limpeza com jatos de ar comprimido utilizada principalmente para a remoo da poeira e das partculas menores que ficam na superfcie a ser recuperada, aps os trabalhos de corte e apicoamento de concreto danificado, principalmente nos pontos de mais difcil acesso. Assim, normalmente um trabalho complementar, a ser efetuado s nos casos em que os recursos jatos de gua e areia forem insuficientes.
O equipamento o tradicional para outras utilizaes de ar comprimido, exigindo, no entanto, que o compressor seja dotado de filtro de ar e leo, para garantir que o ar no seja sujo e que no venha a danificar a estrutura. O bico de jato deve ser fino e bem direcionado; no caso de limpeza de cavidades, o sopro deve ser do interior para o exterior, devendo estas serem as primeiras a serem limpas e sem seguida protegidas. O jato de ar comprimido tambm muito utilizado para a secagem de superfcies - Figura 7.13.
Outro servio que inclui exclusivamente o uso de ar comprimido para limpeza o de aspirao, particularmente utilizado na limpeza de furos profundos no concreto, como, por exemplo, para a ancoragem de barras de armadura. Nestes casos, o equipamento a ser utilizado um aspirador industrial de alta potncia.
Figura 7.13: Aplicao de jatos de ar comprimido (Helene, 1988)
Os jatos de ar comprimido, em conjunto com o sistema de aspirao, so tambm necessrios para a limpeza e secagem de fissuras, antes da injeo das mesmas.
88 Lavagem com jatos de gua
De acordo com Helene (1988), a lavagem pela aplicao de jatos de gua sob presso controlada muito utilizada como tcnica de limpeza e preparo do substrato para a futura recepo do material de reparao. Normalmente, os jatos so de gua fria e muitas vezes so utilizados junto com os jatos de areia; porm, em determinadas situaes superfcies muito gordurosas ou com manchas de forte impregnao qumica recorre-se a jatos de gua quente, normalmente adicionando-se removedores biodegradveis (Figura 7.14).
O equipamento utilizado uma mquina de alta presso tipo lava-a-jato com bico direcional ou de pato, dependendo se a lavagem em faixa ou em rea. Em servios de limpeza de superfcies, para facilitar a inspeo e o preparo das mesmas, como, por exemplo, para reparos na impermeabilizao de reservatrios, os trabalhos devem sempre ser feitos no sentido descencional e em movimentos circulares, sempre mantendo uma presso constante no compressor.
Em servios de preparao de superfcies, que visam garantir a limpeza de partculas soltas de concreto e a remoo dos vestgios de corroso das armaduras, o jato ser direcional, normalmente aplicado alternadamente com o de areia com o propsito apenas de limpar as superfcies de concreto e de ao expostas.
Figura 7.14: Aplicao de jatos de gua quente e gua fria (Helene, 1988)
89 7.3.4 Principais mtodos de Reparo executados na CMSP
Tratamento Superficial de Concreto Aparente
Segundo o Documento Tcnico do Metr de cdigo ES-9.00.00.00/7J9-005, este tratamento refere-se a todo o tratamento que no ultrapasse 3mm de espessura de concreto aparente e com um quadro leve de fissurao da superfcie, bem como porosidade acentuada.
As superfcies de concreto devero ser lavadas atravs de hidrojateamento com gua fria de forma a retirar toda a sujidade proveniente de depsito de poluio e fuligem da superfcie de concreto. O prximo passo seria o lixamento, prosseguindo com o estucamento (1) e polimento.
Antes da pintura de acabamento, deve-se aplicar uma demo de seladora base acrlica (Nitroprimer AW ou equivalente), depois aplica-se a pintura de acabamento com tinta ou verniz acrlico a base de solvente (Dekguard BS ou equivalente).
Tratamento Profundo de Concreto Aparente
Ainda conforme o Documento Tcnico do Metr de cdigo ES-9.00.00.00/7J9-005, este tipo de tratamento refere-se a todo o tratamento a ser executado nos pontos que apresentam armaduras expostas, falhas de concretagem e concreto deteriorado e solto.
Em funo da profundidade a ser recuperada, definem-se dois tipos de tratamentos profundos:
(1) Segundo Helene (1988), a nata de estucamento preparada com 2 volumes de cimento Portland (CP-32); 1 volume de cimento branco; 1 volume de alvaiade ou areia fina com Dmax 0,30mm. Misturar bem e adicionar soluo de NITOBOND SBR na relao de 1 SBR para 3 de gua. A proporo entre cimento Portland e cimento branco pode variar um pouco em funo da tonalidade original do concreto.
90 - Tratamento Profundo 1, refere-se quele que ultrapasse a 3mm at 25mm de espessura de concreto tratado. - Tratamento Profundo 2, refere-se quele que ultrapasse a 26mm at 50mm de espessura de concreto tratado
Caso a necessidade de tratamento supere 50mm de profundidade, dever ser feito uma remoo e reconstituio do concreto em etapas sucessivas de tratamento profundo 2.
O tratamento profundo (tipo 1 ou 2) dever obedecer as etapas descritas a seguir:
a)Preparo do Local a ser tratado: demarcar o contorno das regies de reparo e delimitao mediante o corte com disco diamantado, com profundidade aproximada de 5mm , sendo que a delimitao dever compreender no mninmo uma faixa de 100mm para cada lado da parte comprometida ou at atingir concreto so. Esta remoo do concreto deteriorado feita atravs de apicoamento manual ou mecnico.
b)Tratamento das Armaduras: deve-se fazer um corte do concreto (ou demolio), deixando livre todo o permetro da armadura a ser tratada, podendo ser atravs do processo manual de raspagem e lixamento com escova de ao, depois feita uma remoo de toda a impureza das barras bem como a aplicao de uma demo de primer rico em zinco, para proteo das armaduras (proteo qumica). cada lado da parte comprometida ou at atingir o concreto so. Esta remoo do concreto deteriorado feita atravs de apicoamento manual ou mecnico. A eventual complementao das armaduras deve ocorrer quando a seo transversal das barras estiverem diminudas em 20% ou mais do seu dimetro nominal, com barras de igual bitola e resistncia, sendo que previamente dever ser apresentada proposta, obedecendo-se os comprimentos de traspasse previstos na NBR 6118, para aprovao da metodologia.
91
Figura 7.15: Reposio da seo original de ao por adio de novas barras (Souza e Ripper, 1998).
Figura 7.16: Adio de novas barras em viga afetada por corroso (Souza e Ripper, 1998)
c)Reconstituio do Concreto: feita com aplicao de argamassa, composta de cimento, acrlico e microsslica, sendo que o acrlico entra em substituio parcial da gua de amassamento na proporo mxima de 20%, devendo-se atender: -teor de microsslica: 5 a 8%; -relao gua+acrlico/cimento+microsslica < que 0,45; -obter consistncia adequada para aplicao inclusive em superfcies verticais e tetos; -areia com granulometria mdia a fina; -consumo de cimento em torno de 400 kg/m 3 ; -aplicao em reas e espessuras limitadas, visando ausncia de quadro fissuratrio; -resistncia aos 28 dias de 20Mpa.
O estudo do trao da argamassa de reconstituio deve ser elaborado previamente, comprovando as condies acima, apresentando ensaios e testes de aplicao realizados em laboratrios idneos, para apresentao da CMSP.
92
Selagem de Fissuras
Segundo o Documento Tcnico do Metr de cdigo ES-9.00.00.00/7J9-005, este servio visa basicamente bloquear a entrada de umidade em fissuras que no comprometem estruturalmente as peas onde ocorrem, sendo identificadas nos mapeamentos.
O concreto, na regio da fissura a ser tratada, dever ser lixado manual ou mecanicamente numa faixa em torno de 5cm ao longo de toda a fissura. A regio da fissura dever passar por limpeza efetuada com escova de ao e jato de ar comprimido, no devendo utilizar gua, eliminando a presena de leos, graxas, fuligem e partculas de concreto, de forma a garantir a penetrao e a aderncia do selante. Caso a fissura esteja mida, o jato de ar comprimido dever ser aplicado o tempo suficiente para sec-la antes da selagem.
O selador deve ser aplicado em toda a extenso da fissura de modo a vedar a abertura da mesma, visando o seu fechamento, impedindo a penetrao de umidade para o interior das estruturas de concreto. Tal vedao poder ser feita com material selador tipo mastique calafetador de base acrlica na cor cinza referncia: Heydicril da Heydi ou Denverplast da Denver ou argamassa elastomrica referncia: Zentrifix F-92 da MC Bauchemie ou produto que apresente caractersticas equivalentes. A aplicao feita com uma esptula.
Para o acabamento dever-se- remover o mximo possvel do excesso de mastique, pela prpria ao de espalhamento e calafetao. E aps a cura da selagem, dever ser avaliada a necessidade de remoo do material por meio de lixamento mecnico, que no comprometa a superfcie do concreto aparente. Aps a vedao da fissura aplicada a pintura de acabamento (verniz).
93
Figura 7.17: Vedao de fendas de grande abertura com mastique (Souza e Ripper, 1998).
Figura 7.18: Vedao de fendas de grande abertura com neoprene (Souza e Ripper, 1998).
Injeo de Fissuras
Segundo o Documento Tcnico do Metr de cdigo ES-9.00.00.00/7J9-005, para estas fissuras, cuja eventual evoluo ou permanncia pode levar um comprometimento estrutural, este servio deve ser executado prioritariamente, independentemente de outros servios previstos.
H a necessidade de na regio da fissura a ser tratada, dever ser lixado manual ou mecanicamente numa faixa em torno de 10cm ao longo de toda a fissura. A regio da fissura dever passar por limpeza efetuada com escova de ao e jato de ar comprimido, no devendo utilizar gua, eliminando a presena de leos, graxas, fuligem e partculas de concreto, de forma a garantir a penetrao e a aderncia do selante. Caso a fissura esteja mida, o jato de ar comprimido dever ser aplicado o tempo suficiente para sec-la antes da selagem.
94 Depois devero ser posicionados tubos ou bicos de perfurao e de adeso exatamente sobre a fissura e perpendiculares superfcie, aplicados por meio de colagem da base sobre a superfcie. Bicos de refer6encia: MC Bauchenie ou equivalente. Deve-se avaliar a necessidade da execuo de furos para a introduo de tubos ou bicos para a injeo, que tero que ser executados cuidadosamente para no haver discordncia da posio do tubo em relao ao caminhamento da fissura.
Os tubos para injeo devero ser fixados pela base ou ao furo, com adesivo tixotrpico base de resina epxi do tipo Sikadur 31 da Sika, Duropoxy MRE da Wolf Hacker ou produto base de poliuretano do tipo MC Dur PU 47 da MC Bauchemie ou produto que apresente caractersticas equivalentes.
Os tubos sero de PVC flexvel, incolor e transparente, apresentando dimetro interno de 10mm, com base para fixao ou compatvel com a furao executada.
Depois feita a selagem da fissura, utilizando-se o mesmo adesivo tixotrpico base de resina especificado acima, o adesivo dever ser aplicado em uma camada de aproximadamente 5mm de espessura. Aps o endurecimento da adesivo feito um teste de ar comprimido isento de leo, com a finalidade de constatar a efetiva comunicao entre os furos. Caso no haja comunicao perfeita entre os furos, devero ser instalados novos respiros.
Como material de injeo devero ser utilizados aqueles base de resina epxi, podero ser utilizados os produtos Sikadur 52 da Sika, Adesivo AU-10 da Wolf Hacker (AU-20 para fissuras de aberturas superiores a 1mm), MC Dur 1264 TRNL da MC Bauchemie ou produto similar.
O pot-life da resina (tempo aps a mistura dos componentes dentro do qual a resina pode ser usada) dever ser suficiente (no mnimo 30 minutos) para permitir um adequado manuseio do produto temperatura ambiente.
95 A injeo propriamente dita, somente poder ser iniciada aps o teste de comunicao citado acima, quando o adesivo de vedao tiver atingido a resistncia adequada.
A injeo dever ser iniciada pelos tubos inferiores, de forma que o produto v penetrando na fissura no sentido ascendente. Assim que for verificada a sada da resina pelo tubo imediatamente acima do que est sendo injetado, o tubo inferior dever ser tamponado e a operao dever prosseguir pelo tubo superior e assim sucessivamente.
Somente dever ser permitido o uso de resinas que ainda no tenham atingido o seu pot-life. Quanto a presso de injeo ideal de 0,1MPa, verificando-se os valores recomendados pelo fabricante da resina.
A operao de injeo da fissura pode ser considerada concluda quando a presso de aplicao da resina no ltimo tubo puder ser mantida constante.
Deve ser realizada a cura final dentro do tempo indicado pelo fornecedor do produto, que normalmente da ordem de 24 horas.
Aps o trmino da cura, os tubos devero ser cortados e em seguida, o excesso de material tem que ser removido por meio de lixamento mecnico. Depois feito o acabamento das superfcies.
Figura 7.19: Preparao da fenda para a injeo (Souza e Ripper, 1998)
96 7.3.5 Reforo estrutural
Segundo Souza e Ripper (1998), os motivos pelos quais so necessrios os trabalhos de reforo de uma estrutura de concreto ou em seus elementos so os seguintes: correo de falhas de projeto ou de execuo; aumento da capacidade portante da estrutura, para permitir modificaes em seu uso; regenerao da capacidade portante, diminuda em virtude de acidentes (choques, incndios, etc) ou de desgaste ou deteriorao; e modificao da concepo estrutural.
Reforo atravs de Protenso Exterior
Ainda segundo Souza e Ripper (1998), este tipo de reforo consiste em introduzir uma fora exterior que seja capaz de compensar a existncia de indesejveis acrscimos de tenses interiores, ou que seja capaz de contribuir para um incremento na capacidade resistente de um determinado elemento estrutural.
O detalhamento desta idia em termos de projeto e at mesmo de execuo no to simples, para que se tenha um bom resultado, este servio requer especializao de pessoal, equipamento e material, que por vezes, necessitar de alta sofisticao. A tcnica de protenso exterior (no aderente), com a utilizao de barras ou cabos, vem sendo a preferida, quase que pela unanimidade dos especialistas, quando se trata de servios de recuperao ou reforo de estruturas.
Em termos de justificao ao uso do recurso protenso, so exemplificados a seguir: - costura de fendas em vigas, sendo realizada pela introduo de uma deformao no sentido contrrio ao de formao da fissura; - inibio de deformao, cujo mtodo semelhante, atravs da introduo de uma deformao no sentido contrrio ao da deformao; - como elemento provocador de redistribuio de esforos em peas contnuas, aliviando vos e apoios mais crticos, e forando a que outros, adjacentes, e mais folgados, em termos de capacidade
97 resistente, possam vir a trabalhar no seu limite, sendo que as hipteses executivas so vrias, devendo ser analisadas caso a caso; - aumento da capacidade de carga de uma pea estrutural, ou seja, reforo por adio; - transversalmente, como correo de ligaes pr-fabricadas ou para melhorar a distribuio de cargas entre vigas de uma ponte, por exemplo; - para criao de apoios adicionais, funcionando como tirantes.
A protenso exterior , na realidade uma ps-tenso quando aplicada como instrumento de reforo ou recuperao, configurando-se a situao de concrreto parcialmente protendido, que requer mtodos prprios de dimensionamento.
Conforme Souza e Ripper (1998), alguns aspectos relacionados com a prpria concepo da protenso exterior so muito importantes para a avaliao das condies de sua execuo. Dentre vrios, destaca-se a garantia da eficincia da ancoragem, posto que, contrariamente ao que ocorre quando os cabos so aderentes ao concreto, se a ancoragem falhar na protenso exterior, o cabo se ressentir e toda a sua extenso e deixar de ser til como elemento resistente. Assim, dever ser entendido que o recurso protenso exterior exige pleno domnio do assunto, pois passar a assentar sobre esses cabos o comportamento em servio da estrutura.
Entendidas tais exigncias, os detalhes executivos sero em tudo semelhantes aos exigidos para a construo de uma estrutura nova e, para os trabalhos preliminares de preparao da estrutura (vedao de fissuras, limpeza de concreto e outros que se mostrem necessrios), devem ser observadas as recomendaes j feitas.
7.3.6 Caractersticas Tcnicas dos Materiais mais utilizados
A tabela 7.5 apresenta alguns materiais existentes no mercado brasileiro para reparo de estruturas de concreto.
98
Argamassas Polimricas
Conforme Souza e Ripper (1998), so argamassas base de cimento Portland modificadas em polmeros, com agregados de graduao adequada formuladas especialmente com aditivos e adies que lhes conferem propriedades especiais. So tambm chamadas de argamassas base mineral e o processo de endurecimento est baseado na reao dos gros de cimento com a gua de amassamento.
Em geral tem retrao compensada e so tixotrpicas para uso em superfcies verticais e inclinadas.
Podem ser formuladas com resinas acrlicas do tipo metilmetacrilato ou estireno- butadieno ou ento com resinas base de PVA. Neste ltimo caso tem aplicaes restritas, baixa resistncia umidade e ao agressiva do ambiente, sendo aconselhvel seu uso somente em ambientes internos. Algumas vezes estas argamassas polimricas de base cimento tambm so chamadas de argamassas com ltex, devido similaridade de algumas das propriedades dessas resinas com as propriedades do material natural ltex utilizado para a fabricao de borrachas.
Figura 7.20: Reparo profundo com argamassa (Helene, 1988)
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Grautes de Base Cimento
Segundo Souza e Ripper (1998), o graute um material fluido e auto-adensvel no estado recm-misturado, formulado para preencher cavidades e subseqentemente tornar-se aderente, resistente e sem retrao no estado endurecido.
Um graute de base cimento constitudo por cimento Portland comum (classe 32 ou 40), composto (classe 32 ou 40) ou de alta resistncia inicial (CPV-ARI), agregados de granulometria adequada, aditivos expansores e aditivos superplastificantes.
Por suas caractersticas de fluidez, boa aderncia, baixa retrao e alta impermeabilidade, este tipo de graute conveniente para reparos em locais de difcil acesso ou em casos de sees densamente armadas.
Argamassas Base Epxi
Os tipos mais comuns de argamassas e grautes para essa finalidade so as de base epxi, geralmente fornecidas em dois ou trs componentes; a resina (epxi), o endurecedor (amina ou poliamidas) e agregados selecionados.
Estas argamassas possuem excelente resistncia a cidos no oxidantes e lcalis e tambm boa resistncia a alguns solventes orgnicos. So atacadas por cidos oxidantes e alvejantes. A resistncia trmica no supera os 70C.
Toleram Ph na faixa de 2,0 a 14,0. O epxi apresenta timas propriedades fsicas e mecnicas, alm de muito boa aderncia a vrios tipos de superfcies.
100 Tabela 7.5: Exemplos de materiais existentes no mercado brasileiro
MATERIAL PRODUTO PRINCIPAIS CARACTERSTICAS APLICAO Aditi vo plastificante pega normal RX322N Reduz o fator gua/cimento e aumenta a plasticidade Concretos em geral Aditi vo plastificante retardador RX322R Reduz o fator gua/cimento e aumenta a plasticidade com retardamento do tempo de pega Concreto em geral, transporte de longa distncia Aditi vo superplastificante retardador RX3000A Reduo de 20 a 30% de gua com acelerao de resistncia Concreto CAD Aditi vo acelerador de pega (CL) RX122CL Acelera a desforma e aumenta a resistncia Concreto pr-fabricado Aditi vo acelerador de pega em p REAX GUNITE SR LQUIDO Acelerao do tempo de pega Concreto projetado via seca Aditi vo acelerador de pega lquido REAX GUNITE LQUIDO Acelerao do tempo de pega Concreto projetado via mida Aditi vo para argamassa RX LA 200/REAXNOL Plastificante e retardador Argamassa em geral Aditi vo impermeabilizante IMPERMEABILIZANT E REAX STOP LAJE 100 Impermeabilizar Concreto e argamassa Micro concreto
MCAD
Fluido, retrao compensada, elevada resistncia
Reparos e reforos estruturais
REAX GROUT Bombevel, isento de retrao, auto- adensvel Fixao de equipamentos, trilhos, etc REAX GROUT SR Fluido, auto-adensvel, expanso controlada Fixao de equipamentos, trilhos, etc Graute REAX GROUT SHIM Seco, isento de retrao Assentamento de calos REAXSEL 10 Fcil acabamento, boa aderncia Revestimentos e impermeabilizao REAXSEL 30 Tixotrpica, retrao reduzida, boa aderncia Reparos superficiais Argamassa polimrica REAXSEL 31 Tixotrpica, retrao reduzida, boa aderncia
Reparos superficiais com pequenas espessuras
101 MATERIAL PRODUTO PRINCIPAIS CARACTERSTICAS APLICAO ADEREX Substrato limpo, base PVA Aderncia concreto novo/concreto velho REAXCRIL Substrato mido, base acrlico Aderncia concreto novo/concreto velho REAXDUR 600 Substrato seco, base epxi Graute, reparos de concreto, revestimento de piso REAXDUR 602 Substrato seco, base epxi Tixotrpico, ancoragem, fixao de apoios estruturais REAXDUR 603 Substrato seco, base epxi Injeo de trincas e fissuras REAXDUR 610 Substrato seco, base epxi, fluido Fixao de apoios, ancoragem, colagem de concretos
Adesi vos REAXDUR 610 A Substrato seco, base epxi, fluido, longo pot-life Fixao de apoios, ancoragem, colagem de concretos Primer para armadura REAX 119 GZn Inibidor de corroso, rico em zinco Proteo da armadura contra corroso Fonte: Souza e Ripper, 1998
Selantes
So materiais utilizados nas juntas de movimentao das estruturas de concreto, com a finalidade de impedir a passagem de lquidos, gases, vapor ou partculas slidas para o interior da estrutura.
No momento em que so solicitados e se deformam, devem possuir caractersticas elsticas e de recuperao compatveis com os esforos e deformaes sofridos. Podem ser formulados a partir das mesmas resinas bsicas usadas em tintas.
A natureza qumica dos selantes, proveniente da resina bsica de formao, responsvel pela resistncia ao intemperismo e aos agentes agressivos, aderncia ao substrato, deformabilidade e recuperao elstica.
Problemas freqentes so observados como o uso destes materiais devido no obedincia ao projeto e no observao de alguns cuidados bsicos tais como: -preparo e reforo da superfcie lateral da junta; -aplicao de primer, geralmente de base epxi; -colocao de um agente que impea a aderncia do selante ao fundo da junta.
102
Adesivos e Primers
So materiais usados como ponte de aderncia entre outros dois materiais, sendo geralmente um deles a superfcie do concreto velho, tambm chamado de substrato. Atuam na melhoria substancial de aderncia entre os diversos materiais tais como concreto velho/concreto novo, ao/concreto novo, concreto velho/argamassa base polister, etc.
Os primers, alm de atuarem como ponte de aderncia, podem atuar tambm como protetores do substrato, ou seja, parte de um sistema de proteo de armaduras contra corroso, por exemplo.
Os adesivos e primers mais empregados so de base epxi e os chamados ltex, ou seja, base acrlica ou base acetato de polivinila ou base estirenobutadieno. Os de base polivinila (PVA) em geral so re-emulsionveis o que os tornam desaconselhveis para uso em locais midos ou reparos de importncia. Os de base epxi tm desempenho estrutural superior aos demais, porm tem o inconveniente de exigirem substrato seco, o que nem sempre vivel em obras.
Vernizes e Hidrofugantes de Superfcie
Podem formar um filme superficial contnuo tais como os vernizes poliuretanos alifticos e os vernizes epxi, ambos bicomponentes, e os vernizes de base acrlica, monocomponentes.
Em algumas condies pode ser mais conveniente utilizar hidrofugantes de superfcie que so capazes de penetrar alguns milmetros no concreto e por um mecanismo de repelncia eletrosttica impedem a penetrao das molculas de gua e das substncias agressivas que podem estar dissolvidas nessa gua, como por exemplo a gua de chuva de atmosferas industriais.
103 Os hidrofugantes so todos de base silicone e podem ser dos seguintes tipos: resina de silicone, silanos ou siloxanos oligomricos. Todos so monocomponentes dispersos em solvente. No recomendvel a utilizao de siliconatos de base gua, pois tm baixa durabilidade e conferem pouca ou nenhuma proteo s armaduras das estruturas submetidas a ambientes agressivos.
Estes produtos tm a vantagem sobre os produtos formadores de filme de permitir a livre circulao do vapor de gua e com isso reduzir, na maioria dos casos, os riscos de condensao e formao de bolhas e bolor na superfcie ou interior do componente estrutural, sob a pelcula de verniz. Evidentemente tm a desvantagem de no serrem to eficazes como barreira contnua aos agentes agressivos, quando comparado aos vernizes formadores de pelcula. Existem no mercado sistemas de proteo que combinam os dois produtos; base silano/siloxano como primer e metilmetacrilato como verniz de acabamento e proteo, conciliando as vantagens de ambos.
104 8 ESTUDOS DE CASO
8.1 Caso 1 - Reforo Estrutural em pilares na CMSP
8.1.1 Introduo
Este estudo de caso foi cedido pela CMSP, baseando-se no Relatrio Tcnico do Metr de cdigo RT-9.02.02.01/7D9-004, e consiste em 72 pilares tpicos em concreto protendido (pea pr-moldada), os quais neste trabalho foram apresentados os reforos estruturais executados em todos os pilares.
A localizao destes pilares entre a Estao Tiet e Carandiru na parte do trecho elevado norte. Como j foi citado, existe um total de 72 pilares que sustentam as vigas do elevado, formando um tabuleiro, neste trabalho, apresenta-se o estudo realizado em 4 destes pilares tpicos (os 4 casos mais crticos) do tabuleiro, cujas dimenses constam nas Figuras 8.1 e 8.2, que detalham um dos pilares.
Figura 8.1: Vista Frontal do Pilar - Dimenses (CMSP, 2002)
105
Figura 8.2: Vista em Planta - Nvel dos Aparelhos de Apoio - Seo Macia (CMSP, 2002)
Figura 8.3: Vista Geral do Pilar Tpico (CMSP, 2002)
Desde 1990 foi observado que haviam muitas fissuras junto aos consolos que unem a viga aos pilares, conforme pode-se observar na Figura 8.4.
106
Figura 8.4: Aspecto das fissuras junto aos consolos (CMSP, 2002)
8.1.2 Problemas detectados
Desde ento, foi feito um acompanhamento atravs de mapeamento da evoluo das fissuras em cada pilar. Atravs deste mapeamento pode-se determinar a configurao das fissuras principais e observou-se que estas aconteciam de forma sistemtica e semelhante, porm, havendo variao de abertura e comprimento, sendo selecionados os quatro piores casos atravs deste mapeamento. A Figura 8.5 detalha um destes mapeamentos.
Figura 8.5: Mapeamento das fissuras de cada pilar (CMSP, 2002)
107 Para efeito de clculos, os esforos solicitantes em cada pilar tpico so:
CARGA MXIMA = PERMANENTE + ACIDENTAL = 276 tf FORA LONGITUDINAL = 5,5 tf FORA TRANSVERSAL = 5,6 tf
CARGA EXCENTRICA = PERMANENTE + ACIDENTAL = 243 tf FORA LONGITUDINAL = 4,0 tf FORA TRANSVERSAL = 2,8 tf
O problema detectado foi que as fissuras entre consolos de apoio das vigas isostticas podem levar runa o suporte das cargas do tabuleiro, caso sua evoluo na vertical reduza a seo resistente, j que as faces laterais dos pilares so inclinadas.
Nas investigaes de campo, foi analisado que as fissuras variavam de 0,7mm (P21) a 6,0mm (P4).
Foi verificado tambm, que as aberturas na passagem de trens eram na faixa de 0,04mm e 0,02mm no consolo oposto e que o deslocamento longitudinal era em torno de 0,11mm.
Foi feito ensaio de injeo de gua na fissura de 6,0mm e constatou-se que era uma fissura passante, ou seja, que deixava a gua passar.
Houve a necessidade de se fazer a verificao estrutural para identificar e analisar o efeito destes problemas detectados quanto ao comportamento estrutural.
Atravs desta verificao foi determinada a insuficincia de armaduras horizontais para cumprir a funo de tirante entre os consolos.
Esta verificao foi feita por meio de um modelo elstico linear (elementos finitos / estado plano de tenses) suficiente para explicar a ocorrncia das fissuras atravs do programa STRAP.
108
Atravs de um outro programa denominado FRANC, foi apresentado um modelo qualitativo de fraturamento, conforme as Figuras 8.6 e 8.7, mostrando o caminhamento da fissura semelhante ao real detectado. O caminhamento das tenses de trao identifica regio com pico de tenses que justificam o incio da fissurao.
Figura 8.6: Modelo para anlise Qualitativa da fissurao (CMSP, 2002)
Figura 8.7: Deformada estrutural do modelo evolutivo (CMSP, 2002)
109 Foi analisado ento, a relao da Segurana x Avano da Fissura e constatado o seguinte:
Comprimento da Fissura = 120cm / Verificao de Segurana Atendida
Comprimento da Fissura > 200cm / Reduo da Segurana
Enfim, esta anlise estrutural concluiu que os esforos de trao nas barras levam tenses que superam a tenso de escoamento do ao, portanto, rompendo-os.
Esta anlise foi comprovada em campo, por meio de janelas de inspeo, feitas em alguns pilares, constatando a estrico ou rompimento da armadura, como mostra a Figura 8.8.
Figura 8.8: Constatao do rompimento das barras de ao dos pilares (CMSP, 2002)
110
Figura 8.9: Configurao das barras rompidas ou com estrico (CMSP, 2002)
8.1.3 Concluso dos estudos
Enfim, atravs de toda esta anlise, concluiu-se a necessidade de um reforo estrutural de todos os 72 pilares. Para isto, foi feito um monitoramento para acompanhamento da evoluo das fissuras em cada um dos pilares, um trabalho bastante meticuloso, mas de bastante valia para chegar-se concluso da soluo adequada para o problema.
A soluo foi atravs de protenso externa no aderente, de quatro unidades, passantes e ancoradas externamente aos consolos, conforme mostram as Figuras 8.10 e 8.11.
111
Figura 8.10: Vista em planta dos elementos de protenso projetados (CMSP, 2002)
Figura 8.11: Vista frontal dos elementos de protenso (CMSP, 2002)
8.1.4 A seqncia executiva do tratamento e reforo estrutural
Primeiramente, foi feita uma injeo das fissuras, conforme citado e explicado no Captulo 7 deste trabalho. A figura 8.12 mostra esta etapa da execuo.
112
Figura 8.12: Injeo de Fissuras (CMSP, 2002)
Depois feita uma localizao das armaduras atravs de apicoamento manual ou eltrico como citado no Cap. 7 deste trabalho, a figura 8.13 demonstra esta fase da execuo.
Figura 8.13: Localizao de armaduras (CMSP, 2002)
Logo aps esta etapa, so executados furos para a introduo das bainhas e barras de protenso, como mostra a figura 8.14.
113
Figura 8.14: Furos para introduo de bainhas e barras de protenso (CMSP, 2002)
Seguindo a execuo, so instaladas as bainhas, como mostra a Figura 8.15.
Figura 8.15: Instalao de bainhas (CMSP, 2002)
Aps esta etapa, feita a instalao de ancoragens, barras de proteo destas ancoragens e barras de protenso, com uma fora de protenso de 35tf, como ilustrado na Figura 8.16.
114
Figura 8.16: Instalao de ancoragens, barras de proteo e protenso (CMSP, 2002)
A Figura 8.17 detalha a armao da proteo das ancoragens.
Figura 8.17: Detalhe da armao da proteo das ancoragens (CMSP, 2002)
A ltima etapa a concretagem da armao de proteo das ancoragens. A Figura 8.18 mostra como fica a pea aps sua finalizao.
115
Figura 8.18: Concretagem da proteo das ancoragens (CMSP, 2002)
8.2 Caso 2 Tratamento de Infiltraes e Concreto Aparente na CMSP
8.2.1 Introduo
Este estudo de caso foi cedido pela CMSP, baseando-se nos Relatrios Tcnicos do Metr de cdigos RT-9.03.01.00/7A7-002 e RT-9.02.01.00/7A9-005, e consiste nos tratamentos de infiltraes e concreto aparente das estao Vila Madalena.
A localizao desta estao na regio oeste de So Paulo na Linha 2 ( Verde).
A adoo de critrios de desempenho para os servios de impermeabilizao ou de tratamento contra infiltraes, como exposto abaixo, procura basicamente dois objetivos:
116 - garantir condio ambiental mnima, quer para a salubridade aos usurios do local (umidade relativa, odores, gerao de fungos) quer para garantir condies operacionais e de durabilidade aos equipamentos instalados (ambiente seco equipamentos que no podem receber gua, umidade relativa); - garantir durabilidade da estrutura ou edificao em si (evitar lixiviao do concreto, corroso de armadura, apodrecimento no caso de estruturas de madeira).
Dada a prpria caracterstica de obras enterradas, como neste caso, sempre ser necessrio sistema de ventilao, o que acaba na maioria das situaes, resolvendo a questo de umidade ambiental, odores, etc.
Podemos salientar um terceiro objetivo, embora indiretamente ligado ao primeiro, que seria a imagem esttica da obra, que de nenhuma maneira leva em conta a possibilidade de convivncia com infiltraes como gotejamentos, escorrimentos, carbonataes, eflorescncias etc., principalmente quando se tratam de locais expostos aos usurios.
Outra questo subjetiva ligada a este terceiro objetivo, o simples fato de que o patamar tecnolgico atual da engenharia e at mesmo de outros setores do conhecimento humano, no , em nosso entendimento, compatvel com obras que apresentem infiltraes.
Para posicionar a filosofia de manuteno civil em relao a estas questes, entrando em aspectos mais objetivos, podemos dizer que estruturas e obras enterradas impe maior ou menor demanda de manuteno, e concorrem em ordem de prioridade de interveno, a garantia da funo operacional, o aspecto esttico e ambiental e a garantia da durabilidade da estrutura.
Para se definir a intensidade destas intervenes, entendendo-se em freqncia e magnitude, esto diretamente ligados, o mtodo executivo (incluindo tipo de revestimento/material e a existncia de elementos de impermeabilizao), a hidrogeologia e o fator tempo de servio/vida til atual da estrutura.
117 As demandas de manuteno ocorrem, num primeiro momento, ao nvel de aes visando condio de contorno para restabelecimento de funes ou condies operacionais, como captao e conduo, pequenos tamponamentos (aes executadas geralmente por equipes internas)
As aes para eliminao definitiva da infiltrao ou aes sistemticas, visando tambm o resgate da durabilidade, ocorrem a posterior, com servios e solues especializadas (aes executadas em planos de manuteno, preponderantemente por empresas contratadas).
Estas aes devem estar em um patamar administrvel, proporcional aos oramentos das empresas.
Avaliando este cenrio, a CMSP atravs de grupos tcnicos de trabalho formados por engenheiros das reas de manuteno, projeto e construo, estabeleceu um frum de discusso constante sobre os problemas de infiltrao em obras enterradas em geral que, entre outros resultados, culminaram com os servios para tratamentos da extenso oeste da linha 2 (estaes Vila Madalena e Consolao), bem como a reanlise dos critrios de desempenho e de concepo de projeto para as futuras obras.
Cabe enfatizar um conceito fundamental, que se aplica em todas as obras, principalmente as que no possuem elemento responsvel exclusivamente pela impermeabilizao:
"A maioria dos problemas de infiltrao e os mais graves, ocorrem nas descontinuidades dos revestimentos, mesmo que em si, os revestimentos sejam impermeveis", segundo os Relatrios Tcnicos da CMSP de cdigos RT- 9.03.01.00/7A7-002 e RT-9.02.01.00/7A9-005.
Entende-se descontinuidades como: - anomalias indesejadas e no previstas em projeto: trincas, falhas de concretagem;
118 - elementos ou procedimentos previstos ou tolerados no mtodo executivo: como drenos superficiais ou profundos, provisrios ou definitivos, juntas de concretagem, ou outras interfaces (entre avanos do NATM New Austrian Tunneling Method -ver figura 8.19); - elementos previstos em projeto: interfaces de cambotas metlicas, juntas de dilatao ou de construo (VCA's Valas a Cu Aberto) com elementos de vedao ("fungenband"), interfaces tnel (shield ou NATM) com VCA's, sadas de tubulaes, fixaes de elementos diversos.
Este conceito se aplica diretamente e principalmente s obras do Metr entre 1980 e 2.000 (linha 3, linha 2 e extenses norte, leste e oeste), cujo projeto adotou o conceito, totalmente vlido sob o ponto de vista econmico e tecnolgico quando de sua concepo, de que o prprio material constituinte do revestimento (de concreto moldado ou projetado) seja impermevel, dispensando elemento responsvel exclusivamente pela impermeabilizao
Podemos dizer com certa propriedade, que todos os revestimentos executados, apresentam caractersticas de impermeabilidade que atendem as especificaes quando considerados intrinsecamente, mas as obras que os utilizam, apresentam grande nmero de problemas de infiltrao, justamente devido s descontinuidades.
A questo fundamental, portanto, que no foi levado em conta o efeito das descontinuidades, na maioria das vezes de difcil combate, como as trincas por retrao trmica das paredes dos VCA's, os elementos de drenagem, juntas dos avanos, interfaces das cambotas nos tneis NATM, a desagregao do concreto junto s armaduras de entorno do elemento de vedao (fungenband).
Cabe ao projeto avaliar, portanto, conforme exposto, para cada estrutura e local, levando em conta a exigncia de estanqueidade total ou parcial (definida em funo da atribuio/caracterstica do local), se ser necessrio uso de elemento exclusivo de impermeabilizao ou se podem ser adotados servios de recuperao das descontinuidades de revestimentos, sendo estes necessariamente previstos e includos como parte do mtodo executivo, visando sempre economia de recursos, j que qualquer reparo executado na fase operacional ter sensvel acrscimo de
119 custo, alm de custos indiretos com a indisponibilidade de sistemas e desconforto aos usurios.
8.2.2 Critrios de Estanqueidade para Obras Metrovirias
Para estaes
De forma geral, aps as etapas de impermeabilizao, os revestimentos dos tneis devero apresentar:
- na meia seo superior (superfcie dos tneis desenvolvida acima do nvel do piso de plataforma):
O revestimento dever permanecer estanque, sem umidecimentos ou gotejamentos. No ser permitida a instalao de drenos exceto aqueles construtivos e provisrios, com funcionamento restrito at a concluso do sistema impermeabilizante, quando devero ser tamponados.
- na meia seo inferior (superfcie dos tneis desenvolvida abaixo do nvel do piso de plataforma):
O revestimento poder apresentar pontos de umidecimento, sem gotejamento ou escorrimento superficial, na proporo de 1 m de rea umidecida para no mximo 5m lineares de faixa de revestimento. Podero como medida de ltimo recurso, ser instalados drenos de alvio definitivos concebidos com filtro interno substituvel, conexo externa para inspeo/limpeza axialmente ao dreno e tubulao para conduo de gua captada a canaleta de drenagem.
Para tneis de via
De forma geral, aps as etapas de impermeabilizao, os revestimentos dos tneis devero apresentar:
120
- na meia seo superior, a partir de 2,0 m acima do nvel do piso das passagens de emergncia, e tambm toda laje de piso entre as canaletas da via, devero ser estanques, sem umidecimentos, no se aceitando em hiptese alguma, pontos de gotejamento e instalao de drenos de alvio. - para as paredes tetos e pisos ou o revestimento dos tneis fora das regies anteriormente citadas, admitem-se reas de umidecimento na proporo de 1 m de rea umidecida a cada 10,0m lineares de faixa longitudinal de revestimento, para cada lateral do tnel. No se admitem pontos de gotejamento ou escorrimento superficial, sendo que podero ser instalados drenos de alvio definitivos (concebidos com filtro interno substituvel, conexo externa para inspeo/limpeza axialmente ao dreno) e tubulao para conduo de gua captada do dreno a canaleta do tnel, instalada aparente.
8.2.3 Mtodo Executivo da estao Vila Madalena
A estao Vila Madalena foi concebida com o seguinte mtodo executivo: - execuo de poo de ataque aos tneis de via e plataformas pelo sistema NATM; - escavao de tneis para abrigar as plataformas pelo sistema NATM sucessiva escavao e execuo de revestimento primrio de tela metlica e concreto projetado em avanos parciais, como mostram as figuras 8.19 e 8.20, em etapas (tnel piloto, calotas e rebaixos); - execuo de revestimento secundrio (final) em concreto armado moldado in-loco; - execuo de estruturas internas em concerto armado, para laje de fundo e plataformas.
121
Figura 8.19: Execuo de avano de calota de tnel NATM - Vila Madalena (CMSP, 1989)
Na figura 8.19, nota-se a infiltrao ocorrendo na descontinuidade, que neste caso, seria a junta entre avanos executados.
Figura 8.20: Tnel NATM, revestimento primrio concludo - Vila Madalena (CMSP, 1989)
descontinuidade entre avanos - infiltrao
122
Figura 8.21: Estao em Tnel NATM - Vila madalena (CMSP, 1989)
Na figura 8.21, nota-se que est em fase de incio do revestimento secundrio para seo superior, nota-se tambm o revestimento secundrio da seo inferior j executado.
8.2.4 Reparos adotados para eliminao das infiltraes
Ao trmino das obras e diante da situao crtica, iniciaram-se avaliaes e testes de vrios materiais e processos de recuperao, sendo preconizado para a concepo executiva da estao, o sistema que apresentamos a seguir.
Adotou-se a concepo de tratamento interno, ou seja, do revestimento secundrio de concreto moldado, j que a utilizao de tratamentos externos, por injees no macio (atrs do revestimento primrio) de materiais a base de acrlicos ou copolmeros vinil acrlicos foi descartado, em funo da maior dificuldade de controle na aplicao do material e incertezas em relao disponibilidade de aplicadores qualificados, tendo em vista a seleo de sistemas onde uma das condies primordiais a responsabilidade solidria entre fabricante dos materiais utilizados e aplicador.
123
Na verdade, como citado anteriormente, o concreto do revestimento secundrio impermevel, sendo que as infiltraes ocorrem nas descontinuidades tpicas do mesmo, ou seja, fissuras (90%), juntas de concretagem, tambm causadas pela complexidade das formas (encontro entre tneis transversais, entre tneis inclinados), bem como interfaces com estruturas de concreto armado.
Com isso o sistema preconizado baseado na recuperao destas descontinuidades, com aplicao por injeo, de resina base epxi, com capacidade de polimerizao em presena de gua, seguindo as etapas:
a) corte/demolio do concreto ao longo da descontinuidade (fissura), formando canaleta em forma de U(profundidade mnima cerca de 3 cm) at o ponto em que no ocorra infiltrao ou a fissura termine, sendo que a execuo da canaleta seguir inclusive ramificaes da mesma fissura/descontinuidade;
b) limpeza com jato de gua e aplicao de pintura de primer epxi (polimerizao em presena de gua) sobre a superfcie das canaletas;
c) instalao de tubo de PVC flexvel corrugado (eletroduto), cortado em meia cana com tubos de injeo / purgadores espaados de 30 a 60 cm, ao longo de cada sistema de canaletas;
d) recobrimento dos tubos, preenchendo parcialmente a canaleta com argamassa cimentcia de pega rpida (polimrica);
e ) fase de teste, aps cura da argamassa, com: - fechamento dos tubos de injeo e purgadores, aplicando-se atravs de um deles presso, verificando-se pontos de falha / vazamentos no sistema; - fechamento total do sistema por perodo de 72hs ao final do qual verifica-se eventual infiltrao em pontos no observados na implantao do sistema de canaletas e tubos.
124 f) se necessrio reviso e incorporao ao sistema inicial de canaletas, dos pontos com infiltrao executando-se os passos de a at e;
g) retirada da gua do sistema de tubos, preparo e execuo da injeo de resina epxi com capacidade de polimerizao em presena de gua no sistema, iniciando- se nos bicos inferiores, avanando o processo de injeo para bicos superiores, e concomitantemente controlando a sada de resina por bicos intermedirios, bem como os limites de presso, at que se complete a injeo de todo um sistema de tubos;
h) aps a concluso e cura da injeo, aguarda-se perodo de alguns meses, enquanto se executam os tratamentos em outras reas, para a verificao final de estanqueidade (conforme os critrios estabelecidos no caso da plataforma estanqueidade total) e somente aps este perodo passa-se a executar o acabamento com tratamento do concreto aparente e aplicao de verniz.
Nas figuras 8.22, 8.23, 8.24, 8.25, 8.26 e 8.27, pode-se comprovar o resultado satisfatrio do tratamento realizado na estao Vila Madalena.
Figura 8.22: Infiltrao prxima a escada fixa - Vila Madalena (CMSP, 1988)
125
Figura 8.23: Infiltrao prxima a escada fixa j tratada - Vila Madalena (CMSP, 1988)
Figura 8.24: Infiltrao no teto do tnel - Vila Madalena (CMSP, 1988)
Figura 8.25: Teto j recuperado - Vila Madalena (CMSP, 1988)
126
Figura 8.26: Infiltraes nas plataformas - Vila Madalena (CMSP, 1988)
Figura 8.27: Infiltraes nas plataformas depois de tratadas - Vila Madalena (CMSP, 1988)
127 9 CONCLUSES
Os problemas causados pela deteriorao de estruturas e dos seus materiais componentes decorrentes em grande parte de projetos inadequados, de execues sem controle e da falta de manuteno, deficincias estas comuns, que desencadeiam a ocorrncia de falhas, resultam na necessidade de recuperao ou reforo estrutural.
Os processos de deteriorao das estruturas podem ser de origem fsica, qumica ou biolgica, sendo estes, decorrentes na maioria das vezes do ambiente em que esto inseridos.
Aps a vistoria, estudo e diagnstico das manifestaes patolgicas, a indicao do procedimento de correo deve levar em conta vrios fatores, como eficincia da interveno, segurana, materiais, equipamentos, custo e condies especficas da obra, temperatura, prazos e agressividade do ambiente durante e aps a correo. Lembra-se que, para cada tipo de problema, pode haver mais de uma soluo, mais de um procedimento de correo, que ser adotado em funo fatores tcnicos e econmicos.
Destaca-se a importncia que os trabalhos de recuperao e reforo de estruturas, devem ser feitas com todo o cuidado, com equipamentos especficos e mo de obra especializada, devendo existir uma fiscalizao eficiente e controle da qualidade dos materiais e de todas as atividades envolvidas, para que se possa chegar a um resultado satisfatrio.
Segundo Datta (1978) apud Souza e Ripper (1998) trabalho de recuperao no um trabalho agradvel de ser feito, mas essencial e requer muito cuidado. Esta afirmao torna-se cada vez mais vlida e deve ser estendida aos trabalhos de manuteno preventivos, que podem evitar ou retardar a necessidade de trabalhos de recuperao ou de reforo das estruturas.
128 A CMSP - Metr de So Paulo, demonstra estar atualizado quanto aos conceitos modernos sobre Patologia, tratamento, recuperao e reforo estruturais, de fato, aplicando-os em seus problemas encontrados nesta rea. Prezando sempre pela qualidade dos servios prestados populao, tambm do ponto de vista da construo civil. Neste caso, preocupa-se, alm do aspecto da salubridade ambiental aos usurios do local (umidade relativa, odores, gerao de fungos), principalmente, preocupa-se em garantir durabilidade e segurana da estrutura ou edificao em si (evitar lixiviao do concreto, corroso de armadura, deteriorao do concreto, etc).
129 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS. NBR 6118/82: Projeto e execuo de obras de concreto armado. Rio de Janeiro, 1982.
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HELENE, P.R.L. Corroso em Armaduras para Concreto Armado. Editora Pini. So Paulo, 1986.
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