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ESTUDO DA CONSTRUO DE BIODIGESTORES TIPO INDIANO POR

ADAPTAO DE CAIXA DE GUA INOX
STUDY OF THE CONSTRUCTION OF BIODIGESTORES INDIAN TYPE
FOR ADAPTATION OF INOX BOX OF WATER
Simone Ishiba Prof. Dr. Jos Luz Silveira, Christian Coronado Rodriguez Campus de Guaratinguet -
Faculdade de Engenharia de Guaratinguet Engenharia de Produo Mecnica [email protected] PAE
Palavras chaves: biodigestores tipo indiano, adaptao de caixa de gua inox
Keywords: biodigestor Indian type, adaptation of water inox box
1. INTRODUO
No Brasil, tecnologias vm sendo desenvolvidas nos ltimos anos no sentido de substituir as
fontes de energia existentes por outras de menor custo, buscando o desenvolvimento mais
sustentvel, devido a elevao dos preos pagos pela energia e a crescente conscientizao da
populao a respeito da importncia da sustentabilidade.
A elevao dos preos pagos por fontes de energia como a eltrica, o diesel e a lenha,
proporcionam um impacto maior no setor rural, pois so as principais fontes de energia no
segmento agropecurio que normalmente composto de pessoas de baixa renda, com menores
condies de arcar com essa elevao de custos, tanto no que diz respeito ao consumo domstico
quanto para as atividades de produo.
A biodigesto anaerbica de resduos dos animais pode ser considerada uma boa resposta para
esse problema, pois propicia o uso mais racional dos recursos disponveis na explorao agrcola,
reduz a transferncia de renda para outros agentes e diminui a dependncia de fontes externas de
energia. Contudo verifica-se que ainda so escassos os estudos com nfase nos aspectos econmicos
da implantao de biodigestores em pequenas escalas de produo, embora essa tecnologia seja
encontrada em regies com forte presena de atividade de suinocultura, em especial nos estados da
regio Sul do Brasil.
2. OBJETIVOS
O objetivo desta pesquisa adaptar uma caixa de ao de inox disponvel comercialmente para a
construo de biodigestor modelo indiano que ser construdo e testado na Faculdade de Engenharia
de Guaratinguet, seguindo-se regras de dimensionamento de literatura disponvel.
3. FUNDAMENTAO TERICA
A biodigesto anaerbica possvel com a utilizao de um equipamento denominado de
biodigestor. O biodigestor constitui-se de uma cmara fechada onde colocado o material orgnico,
em soluo aquosa, onde sofre decomposio, gerando o biogs que ir se acumular na parte
superior da referida cmara.
O principal componente do biogs o metano representando cerca de 60 a 80% na composio
do total de mistura (PECORA, 2006). O metano um gs incolor, altamente combustvel, queimado
comchama azul lils, sem deixar fuligem e com um mnimo de poluio.
De acordo com Sganzerla (1983), o biodigestor modelo indiano o mais usado no Brasil
devido sua funcionalidade. Segundo Benincasa (1991) e Ortolani (1991), esse biodigestor
composto por um corpo cilndrico que possui uma parede divisria separando o tanque de
fermentao em duas cmaras, um gasmetro flutuante confeccionado em ao, uma caixa de
entrada e uma caixa de sada.
4. METODOLOGIA
Um mtodo prtico de estimar o tamanho do biodigestor em volume pelo produto de carga
diria e do tempo de reteno, conforme a frmula:
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( (1)
A metodologia utilizada para o dimensionamento do biodigestor foi baseada na ferramenta
matemtica apresentada por Florentino (2003) que consiste em um modelo de programao no
linear com o objetivo de determinar a altura e o dimetro, respeitando suas restries, que mantm
algumas relaes propostas em Ortolani et al. (1991).
Figura - 1 Biodigestor modelo Indiano (www.see.ds.usp.br).
Para o dimensionamento desse biodigestor foram verificadas as restries para o dimetro
interno Di = 1,15me a altura H = 2,12 m.
(2)

(3)

(4)
A altura H no est dentro das restries, devido a altura padro das caixas disponveis no
mercado.
Verificada as restries para Di e H, foram calculados os parmetros a seguir do biodigestor:
Dimetro do gasmetro
(5) D
g
= 1,15 1,2 m
Altura da parede divisria
(6) h = 1,41333 m
0,10
g i
D D = +
2
3
h H !
3 6 H " "
0, 6 1, 0
i
D
H
" "
2
.
1,1.
4
i
b
D H
V V
#
= !
H - a altura do nvel do substrato;
Di - o dimetro interno do biodigestor;
Dg - o dimetro do gasmetro;
Ds - o dimetro interno da parede
superior;
h1 - a altura ociosa (reservatrio do
biogs);
h2 - a altura til do gasmetro.
a - a altura da caixa de entrada.
e - a altura de entrada do cano com o
afluente.
.
c
V V TRH =
V = volume til do biodigestor (m!)
Vc = volume de carga diria (esterco + gua) (m!/dia)
TRH = Tempo de reteno hidrulica (dias)
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Volume do gasmetro
h
1
0,15 m
(7) h
1
= 0,2 m
h
2
= 0,5 m
(8) V
1
= 0,24382 m!
V
2
= 0,60955 m!
Vg = 0,9 m!
Volume da parede divisria

(9) esp = 0,24 m
V
p
= 0,4 m!

Dimetro interno da parede superior
(10) D
s
= 1,35 m

Dimetro externo da parede superior
(11) D
e
= 1,63 m
Dimetro da base
(12) D
b
= 1,83 m
Volume til da caixa de entrada
(13) n ( perodo de reteno) = 10 dias
v
c
= 0,19875 m!
Segundo Ortolani (1991) a altura entre o solo e o fundo da caixa de entrada, dever ser de a =
0,50 m, pois este valor tem demonstrado ser satisfatrio para o reabastecimento; a altura da parede
do biodigestor acima do nvel do substrato (b), depende da presso mxima p, desejada, sendo esse
valor numericamente igual a p, portanto b = p = 0,15 m.c.a. expresso em coluna dgua; os tubos de
entrada e sada devem ter um bom posicionamento para garantir boa agitao no fundo do
biodigestor por ocasio do reabastecimento devendo ser retos, com as extremidades inferiores
seccionadas tangencialmente parede, a uma altura e = 0,30 m do fundo, com inclinao em torno
de 30 em relao parede, e com dimetro que possibilite livre fluxo do substrato.
5. RESULTADOS E DISCUSSES
A escolha por trabalhar com caixa de gua inox deu-se ao fato de eliminar o problema de
corroso, alem de que o ao inox tem longa vida til, no trinca, no descasca e dispensa pinturas,
2
1
1
. .
4
g
D h
V
#
=
2
2
2
. .
4
g
D h
V
#
=
p
V h Di esp = $ $
0,10
s g
D D = +
2.
e i
D D esp = +
0, 2
b e
D D = +
c
V
v
n
=
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porm, possui um preo elevado em comparao ao polietileno por isso optou-se em uma caixa de
gua de inox e uma caixa de gua de polietileno para o gasmetro ao invs de duas de inox.
De acordo com a metodologia (equao 5), no caso do dimetro do biodigestor, achou-se um
valor de 1,15 para a . Por outro lado, no caso do gasmetro, pela metodologia proposta, achou-se
umvalor de 1,20. A altura do biodigestor foi fixada em 2,12 e altura do gasmetro em0,7m.
A equipe escolheu estes valores considerando as medidas de caixas de gua inox e polietileno
comercialmente disponveis no mercado brasileiro.
No caso do gasmetro, conseguiu-se o oramento de quatro empresas. Procurou-se adquirir a
mais econmica.
Para a construo do selo de gua de aproximadamente 2cm, uma chapa de ao inox ser
colocada no biodigestor. Optou-se por adquirir chapas de ao inox de 1,5 mm de espessura e
material de solda para a correta montagemdo biodigestor e gasmetro.
6. CONCLUSES
A biodigesto anaerbia permite o aproveitamento do esterco animal para a produo de biogs
e biofertilizantes, promovendo uma tecnologia sustentvel com grande aproveitamento dos recursos
locais e integrando as atividades rurais.
Concluiu-se que vivel a construo de biodigestores por adaptao de caixas de gua de ao
inox e pvc disponveis no mercado, fazendo-se uso de uma chapa de inox e duas caixas dgua para
o biodigestor, uma de inox e outra de polietileno,.
Apesar de este projeto permitir uma produo mais sustentvel em reas rurais, os custos de
implantao desse tipo de biodigestor so elevados para o setor rural de baixa renda, que no tem
como arcar com os custos do projeto, com isso v-se a necessidade de formulao de polticas
pblicas voltadas ao fornecimento de subsdios para a implementao dessa tecnologia no segmento
rural para famlias de pequena e mdia escala de produo animal. A adequao de caixas de gua
j disponveis no mercado para construo de biodigestores nas reas rurais, apresenta-se como uma
boa opo tanto econmica como tcnica e de desenvolvimento fcil e rpido.
Na segunda etapa deste projeto, ser feita a montagem e depois a instalao do biodigestor em
uma fazenda da regio, o que permitir a anlise do biogs e assim obteno de seu PCI (Poder
Calorfico Inferior).
7. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
BARRERA, P. Biodigestores: energia, fertilidade e saneamento para a zona rural. So Paulo:
cone, 1993. 106 p.
BENINCASA, M.; ORTOLANI, A.F.; JUNIOR, J.L. Biodigestores convencionais? Jaboticabal:
Faculdade de Cincias Agrrias e Veterinrias, Universidade Estadual Paulista, 1991. 25 p.
ESPERANCINI, Maura S. T.;COLEN, Fernando ; BUENO, Osmar de C. ; PIMENTEL, Andra E.
B.; SIMON, Elias J. Viabilidade Tcnica e econmica da substituio de fontes convencionais
de energia por biogs em assentamento rural do estado de So Paulo. Eng. Agrcola,
Jaboticabal, v.27, n.1, p.110-118, jan./abr.2007.
PECORA, V., Implantao de uma unidade demonstrativa de gerao de energia eltrica a
partir do biogs de tratamento do esgoto residencial da USP Estudo de Caso (Dissertao
de Mestrado). Programa Interunidades de Ps-Graduao em Energia (PIPGE) do Instituto de
Eletrotcnica e Energia (IEE) da Universidade de So Paulo, So Paulo, 2006.
PORTES, Zara Aparecida; FLORENTINO, Helenice de Oliveira. Aplicativo computacional para
projetos e construes de biodigestores rurais. Energ. Agric., Botucatu, vol. 21, n.1, 2006, p.118-
138.
SGANZERLA, Edlio. Biodigestores: uma soluo. Porto Alegre: Agropecuria, 1983.