Relatório Bloco Cerâmico

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RESUMO

importante conhecer as propriedades dos materiais de construo, por


isso esse ensaio teve por objetivo analisar as caractersticas visuais,
geomtricas e fsicas do bloco cermico, a fim de verificar se as suas
caractersticas atendem ou no as normas que os especificam. Seguindo os
padres de execuo dos ensaios determinados pelas NBR 15270 foram
realizados diversos ensaios e seus resultados comparados com as
especificaes.
Os blocos foram comprados na JLN Materiais de Construo da
Compensa, Zona Oeste de Manaus e produzidos na olaria Cermica
Amaznia.
Palavras chaves: bloco, cermico, caractersticas, verificar.































1. INTRODUCAO

Os materiais cermicos so bastante utilizados na construo civil
devido existncia de uma extensa variedade de materiais que podem ser
utilizados em diversas situaes, sendo empregados principalmente como
refratrios e em aplicaes de resistncia ao desgaste. Sua utilizao de
fundamental importncia para qualquer construo de alvenaria, sendo
vedao ou estrutural.

As caractersticas mais relevantes dos materiais cermicos so: alta
resistncia compresso, alta rigidez, porosidade, capacidade de absorver
gua e alta fragilidade. A ltima caracterstica citada confere ao mesmo
propriedades indesejadas como ductibilidade e baixa resistncia aos choques.
As cermicas esto submetidas a agentes fsicos, agentes qumicos e agentes
mecnicos que podem causar a sua desagregao. A umidade um dos mais
graves entre estes agentes uma vez que possui a capacidade de penetrar nos
poros do material diminuindo sua resistncia compresso.

Os materiais cermicos passam por um rigoroso controle de qualidade, o
qual possui diversas etapas de modo a garantir a qualidade do produto final.
Apesar do fato citado, necessrio que os profissionais da construo civil
avaliem se o material est realmente de acordo com as normas estabelecidas.
quanto s dimenses e uniformidade, resistncia, capacidade de absoro,
entre outras caractersticas.
So diversos os tipos de materiais cermicos, o que foi utilizado nos
ensaios e sero enfatizados nos relatrio so os blocos cermicos, conhecidos
popularmente como tijolos. Os tijolos (blocos) podem ainda ser classificados
como: de vedao e estruturais. Sero abordados somente os de vedao. Os
estruturais sero abordados em posteriores relatrios.
O conhecimento e determinao da qualidade dos blocos cermicos so
determinados experimentalmente por meio de normas regulamentadas que
definem no s o modo de execuo dos ensaios laboratoriais, mas tambm os
valores padres que cada material precisa atingir para que sejam considerados
de qualidade, isto , aptos para desempenhar a funo no qual sero
destinados.


OBJETIVO GERAL:

O objetivo geral dos ensaios realizados foi o de verificar as propriedades
e caractersticas dos blocos cermicos observando se estes atendem ou no
as normas regulamentadoras. Os ensaios feitos analisaram as seguintes
caractersticas: dimenses do bloco, desvio em relao ao esquadro,
planicidade (flecha), ndice de absoro de gua e taxa de suco. As
comparaes qualitativas dos resultados foram feitas atravs da norma da
ABNT NBR 15270-1 Bloco cermico para alvenaria de vedao
Terminologia e requisitos.

EXPERIMENTO I- CARACTERSTICAS VISUAIS

MATERIAIS:
No foi utilizado nenhum material especfico.

MTODOS:
Os 13 blocos foram identificados e cada um passou por uma anlise
visual que procurou verificar quebras, superfcie spera, defeitos, vazios e
imperfeies nas faces expostas.

RESULTADOS
As anlises feitas em cada um dos blocos esto citadas na tabela a
seguir:
Bloco Quebras Superfcie
spera
Defeitos Vazios Imperfeies
nas faces
expostas
1 No Na medida No Sim Sim
2 Sim Na medida No Sim Sim
3 Sim Na medida No Sim No
4 No Na medida No Sim No
5 No Na medida Sim Sim Sim
6 No Na medida Sim Sim Sim
7 Sim Na medida Sim Sim Sim
8 No Na medida No Sim No
9 Sim Na medida Sim Sim Sim
10 No Sim Sim Sim No
11 No Na medida No Sim No
12 No Na medida No Sim Sim
13 No Na medida Sim Sim No
Tabela 1: Caractersticas Visuais

EXPERIMENTO II-CARACTERSTICAS GEOMTRICAS

MATERIAIS:

Os materiais utilizados para a realizao dos ensaios de caractersticas
geomtricas (Dimenses do bloco, desvio em relao ao esquadro e flecha)
foram:
Esquadro de 30cm;
Trena;
Tijolos cermicos- adquiridos na JLN-Materiais de construo
Ltda, no bairro compensa, zona Oeste de Manaus e produzidos
na olaria Cermica Amaznia;
Superfcie plana (Mesa);


MTODOS:

A sequncia seguida do mtodo empregado no experimento das
caractersticas geomtricas do bloco foi:
1. Identificaram-se os blocos, enumerando-os de 1 a 13;
2. Enfileiraram-se os 13 blocos sobre uma superfcie plana e
indeformvel, primeiramente na posio de assentamento e
posteriormente na posio horizontal e depois vertical, para a
medio destes juntos nessas posies. E, como os valores,
tirou-se a mdia;

3. Foi medido as dimenses de cada bloco (altura, largura e
comprimento), conforme as figuras a seguir:

4. Determinao da rea bruta (A
b
) atravs da frmula:
,
em que L a largura e C o comprimento do bloco;
5. Mediu-se o septo (altura e largura) e a distncia da face externa
at o septo. Calculou-se a rea do septo (A
s
), para determinar a
rea lquida atravs da frmula: A
l
= A
b
(8*A
s
);
6. Determinou-se o desvio em relao ao esquadro de cada bloco,
medindo-os em relao a uma das faces destinadas ao
assentamento, conforme a figura a seguir:

7. Verificar a planicidade atravs da determinao sa flecha formada
na diagonal de uma das faces, empregando o esquadro metlico,
como mostra nas figuras abaixo:


RESULTADOS
Os resultados obtidos esto dispostos nas tabelas a seguir:
Medio (cm) Mdia (cm)
Comprimento 245 18,8462
Largura 118 9,0769
Altura 244,5 18,8077
Tabela 2: Medio dos blocos enfileirados

Comparando os valores encontrados com os dados fornecidos pela NBR
15270-1 (2005) (90x190x190 mm) considerando a tolerncia permitida de 3
mm para dimenses quando relacionadas a mdia, verificou-se que os blocos
esto dentro dos padres exigidos, j que houve desvio de 1,5 mm no
comprimento, de 0,8 mm na largura e 1,9 mm na altura.

Bloco Altura (cm) Comprimento
(cm)
Largura (cm)
1 18,7 19,3 9
2 18,5 19,4 9,1
3 18,7 19,2 9,2
4 18,7 19,2 9,2
5 18,9 19,1 9,2
6 18,6 19,1 9
7 18,7 19 9
8 18,6 19,2 9
9 18,7 19,3 9,2
10 18,8 19,3 9,1
11 18,6 19 9
12 18,8 19,2 9
13 18,7 19,4 9

Tabela 3: Dimenses dos Blocos

Segundo a NBR 15270-1 (2005), as dimenses de fabricao para esse
bloco deveriam ser (LxHxC) 90x190x190 mm. Segundo essa mesma norma a
tolerncia mxima permitida de desvio de 5 mm tanto para mais quanto para
menos, todos os 13 blocos da amostra se enquadraram na norma.

Bloco rea Bruta (A
b
) cm
1 173,7
2 176,54
3 176,64
4 176,64
5 175,72
6 171,9
7 171
8 172,8
9 177,56
10 175,63
11 171
12 172,8
13 174,6

Tabela 4: rea bruta dos blocos

Bloco Altura
Do Septo
(cm)
Largura do
Septo (cm)
Face
externa at
o septo
(cm)
rea do
septo (A
s
)
(cm)
rea
lquida (A
l
)
(cm)
1 3,7 3,2 5 11,84 78,98
2 3,6 3,1 5 11,16 87,26
3 3,5 3 4,8 10,5 92,64
4 3,5 3,2 4,8 11,2 87,04
5 3,6 3,2 4,9 11,52 83,56
6 3,6 3 4,9 10,8 85,5
7 3,4 3,1 5 10,54 86,68
8 3,6 3,2 4,9 11,52 80,64
9 3.6 3,1 5 11,16 88,28
10 3,65 3,1 4,9 11,315 85,11
11 3,7 3,1 5 11,47 79,24
12 3,6 3,2 4,9 11,52 80,64
13 3,6 3,2 4,8 11,52 82,44
Tabela 5: Medidas do septo e rea lquida


Bloco Desvio em relao ao esquadro
(mm)
1 4
2 3
3 1,5
4 1
5 4
6 2
7 2
8 5
9 3
10 5
11 0,8
12 1
13 0,2
Tabela 6: Desvio em relao ao esquadro

Segundo a norma, a tolerncia permitida do desvio em relao ao
esquadro de no mximo 3 mm, portanto todos os tijolos esto enquadrados
na norma.
Bloco Flecha (mm)
1 1
2 0,5
3 0,5
4 0,2
5 1,2
6 1
7 0
8 0,5
9 0,5
10 0,2
11 0,6
12 0,5
13 0,6
Tabela 7: Planicidade
Segundo a norma, a tolerncia mxima permitida da flecha de 3 mm,
portanto todos os tijolos esto de acordo com a esta.



EXPERIMENTO III- CARACTERSTICAS FSICAS

MATERIAIS:

Os materiais utilizados nos ensaios de caractersticas fsicas
(determinao da massa seca, determinao do ndice de absoro de gua e
determinao do ndice de absoro de gua inicial) foram:

Balana de preciso;
6 blocos cermicos;
Estufa;
Bandeja;
Papel;
Rgua;
Pano limpo- para enxugar o excesso de gua;
3 baldes;
Papelo-para no danificar a balana;


MTODOS:

DETERMINAO DA MASSA SECA:

O procedimento seguido na execuo do ensaio de determinao da
massa seca foi, na sequncia:

1. Seleo de 6 blocos cermicos. Os escolhidos foram os blocos de
nmero 1, 5, 7, 8, 9 e 11.

2. Em seguida, realizou-se a pesagem dos blocos escolhidos.
3. Aps a pesagem, colocou-se os blocos na estufa no horrio de
16:30 do dia 17/09/2013.

4. Aps 24 horas, conforme recomendado, retirou-se os blocos da
estufa e os mesmos foram novamente pesados, obtendo desta
forma a suas respectivas massas secas.


DETERMINAO DO NDICE DE ABSORO DGUA INICIAL:

O procedimento seguido na execuo do ensaio de determinao Do
ndice de absoro dgua inicial, realizado logo aps a retirada da estufa para
os mesmos 6 blocos foi, na sequncia:

1. Preenchimento com gua de uma bandeja at a altura de 3mm;

2. Aps, colocou-se o bloco 1 na bandeja conforme posio de
assentamento. Cronometrou-se o tempo de 1 minuto, quando o
tempo foi atingido, retiramos o bloco da bandeja, retiramos o
excesso de gua e pesamos o mesmo.

3. Depois de pesado o primeiro bloco, verificamos se a altura da
gua ainda era de 3mm, conforme recomenda a norma 15720.
Como o tijolo havia absorvido um pouco da gua, a altura j no
era mais a mesma. Acrescentou-se ento gua at que a altura
voltasse a ser a mesma de 3mm.


4. Aps acrescentar a quantidade necessria de gua, inseriu-se o
segundo bloco. Aps, foi repetido tudo o que foi exposto nos itens
1,2 e 3, at a insero do ltimo bloco.



DETERMINAO DO NDICE DE ABSORO DGUA:

O procedimento seguido na execuo do ensaio de determinao do
ndice de absoro dgua, realizado logo aps a determinao do ndice de
absoro dgua inicial foi, na sequncia:

1. Primeiramente realizou-se a seleo dos baldes utilizando o critrio de
limpeza;

2. Aps a determinao dos baldes, encheu-se os mesmos de gua de
forma que os tijolos ficassem totalmente submersos. No dia da
realizao do experimento no havia fornecimento de gua na
instituio, ento recorreu-se aos bebedouros para encher os mesmos;

3. Os tijolos permaneceram submersos por um perodo de 24 horas,
quando ento os mesmos foram retirados dos baldes e pesados.

RESULTADOS:

DETERMINAO DA MASSA SECA E UMIDADE:

No experimento de determinao da massa seca, as massas obtidas
antes do processo de secagem e aps o processo de secagem na estufa esto
apresentadas na tabela abaixo:

Peso dos blocos cermicos(g)


Blocos
Massa mida
Antes do processo de
secagem
Massa seca
Aps o processo de
secagem
Umidade(%)
1 2046,5 2040,5 0,29
5 2101,4 2091,3 0,48
7 2045,7 2040,7 0,25
8 2037,8 2034,0 0,19
9 2100,0 2091,4 0,41
11 2090,9 2086,8 0,20
Mdia 2070,38 2064,12 0,27
Tabela 8: Umidade dos blocos cermicos

DETERMINAO DO NDICE DE ABSORO DE GUA INICIAL:

O ndice de absoro de gua inicial (AAI) foi calculado de acordo com a
frmula definida pela norma 15720:



Onde AAI o ndice de absoro de gua inicial em g/193,55cm)/min,
a variao de massa obtida no ensaio em gramas, calculada atravs da
diferena entre o peso obtido aps retirada da bandeja de gua e o peso seco
(aps estufa).

rea, segundo a norma, pode ser tanto a lquida, quanto a bruta.
Optamos pela rea bruta que foi calculada anteriormente no tpico de
condies geomtricas. Estes valores e o ndice de absoro de gua inicial
esto detalhados na tabela abaixo:


NDICE DE ABSORO DE GUA INICIAL
BLOCOS PESO
SECO(g)

PESO APS
BANDEJA(g)

REA
(cm)
AAI
(g/193,55cm)/min
1 2040,5 2050,1 9,60 168,30 11,03
5 2091,3 2100,7 9,40 173,88 10,36
7 2040,7 2049,7 9,00 172,04 10,07
8 2034,0 2043,2 9,20 167,40 10,55
9 2091,4 2100,8 9,40 172,04 10,58
11 2086,8 2096,4 9,60 167,40 11,03
Mdia 2064,12 2073,48 9,34 170,18 10,60
Tabela 9: ndice de absoro de gua inicial

A norma NBR 15270-3 (2005) determina que para blocos cermicos de
vedao que obtiverem uma taxa de suco superior a 30,0 (g/193,55cm)/min
devam ser umedecidos antes do assentamento para que obtenham um melhor
desempenho. Entretanto, os que tiverem o ndice de absoro de gua inicial
inferior a 30 (g/193,55cm)/min podem ser assentados diretamente sem a
necessidade de serem umedecidos. Neste caso, a mdia do AAI para os 6
blocos foi de 10,6, o que permite que os blocos sejam assentados diretamente
sem ter que passar por processo de umidificao.


DETERMINAO DO NDICE DE ABSORO DE GUA :

Atravs deste ensaio podemos calcular no s a umidade, como
tambm a rea lquida. O ndice de absoro de gua calculada atravs da
equao:

()

()

Onde AA o ndice de absoro de gua, mu o peso determinado
aps 24 horas de imerso no balde e ms o peso seco, determinado aps 24
horas na estufa.
A rea lquida calculada atravs da equao:





Onde Aliq a rea lquida, mu o peso determinado aps 24 horas de
imerso no balde, ms o peso seco, y o peso especfico da gua de 1g/cm
e H altura do bloco calculada de acordo com a posio de assentamento.

Os valores encontrados para o ndice de absoro e para a rea lquida
esto demonstrados na tabela abaixo:


REA LQUIDA E NDICE DE ABSORO DE GUA
BLOCOS MU(g) ALiq(cm) AA(%)
1 2343,3 16,19 0,29
5 2429,9 17,92 0,48
7 2363,2 17,25 0,25
8 2357,2 17,34 0,19
9 2427,1 17,95 0,41
11 2422,1 19,03 0,19
Mdia 2390,47 17,61 0,30
Tabela 10: ndice de absoro de gua


REA LQUIDA E NDICE DE ABSORO DE GUA
BLOCOS MU(g) ALiq(cm) AA(%)
1 2343,3 16,19 14,84
5 2429,9 17,92 16,19
7 2363,2 17,25 15,80
8 2357,2 17,34 15,89
9 2427,1 17,95 16,05
11 2422,1 19,03 16,07
Mdia 2390,47 17,61 15,81
Tabela 10: ndice de absoro de gua

O ideal seria que o AA(%) fosse nulo para uma melhor resistncia e
utilidade destes blocos cermicos, mas AA=0,30% ainda aceitvel.
Considerando que na prtica muito difcil obter este ndice nulo, AA=0,30%
no s aceitvel, como bom.

De acordo com a NBR 15270-1 (2005), o ndice de absoro de gua
no deve ser inferior a 8% e nem superior a 22%. Analisando a media obtida
para o ndice AA de 15,81%, nota-se que os blocos esto dentro dos limites
estabelecidos pela norma.





CONCLUSO:


Os ensaios realizados de forma adaptada s condies do laboratrio,
entretanto foram executados o mais prximo possvel segundo a determinao
e padronizao da execuo de experimentos definidos pelas normas da ABNT
para garantir um resultado confivel.

Com a anlise de todos os resultados, notou-se que os blocos cermicos
estavam de acordo com as especificaes da norma. sempre de fundamental
importncia fazer essa anlise da qualidade e das caractersticas fsicas dos
materiais de construo antes de serem empregados em grandes obras para
que no causem problemas futuramente na segurana e durabilidade das
construes.

A execuo destes ensaios foi de fundamental importncia para os
alunos da disciplina Materiais de Construo II, ministrada pela professora e
doutora Valdete Santos, pois proporcionou maior conhecimento pratico,
conhecimento este que ainda que de forma adaptada, e sempre mais benfico
do que possuir apenas o conhecimento terico.

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