Sistematizando A Ufologia

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Guia da Tipologia Extraterrestre

Introduo

Sistematizando
a Ufologia

odas as profisses e todos os profissionais tm seu guia. Mesmo aqueles que no so profissionais podem consultar um
livro ou compndio sobre qualquer atividade que os interesse.
Mas, e as cinco milhes de pessoas, principalmente nos Estados Unidos, que, segundo uma pesquisa de opinio feita pelo
Centro Roper para Pesquisa de Opinio Pblica (Roper Center for Public
Opinion Research ), afirmam terem sido abduzidas por seres extraterrestres, elas tm um guia? No, ao menos no at a presente data.
Assim, sejam bem-vindos ao Guia da Tipologia Extraterrestre.
Embora parea algo sado da fico cientfica, este livro inteiramente baseado em descries de testemunhas que tiveram contato
com seres aliengenas. Esses relatos vm de pessoas do mundo todo,
das mais variadas classes sociais, profisses e idades. So mdicos,
policiais, donas de casa, crianas, pilotos, advogados etc. E esses
encontros vm de longa data, na verdade, de sculos atrs.
Caso sejam essas criaturas aquilo que aparentam ser extraterrestres , esse guia indispensvel, especialmente para aqueles
que acreditam ter experimentado contato de terceiro ou quarto
graus. tambm uma obra fundamental para uflogos e amantes do Fenmeno UFO. Os cticos certamente vo ach-lo risvel.
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Thiago Luiz Ticchetti

Como autor, quero esclarecer que, embora eu acredite nos relatos


que deram base a este livro, no a minha inteno mudar a crena
alheia. Peo, apenas, que tenham a mente aberta.
Um pouco de histria

Os relatos de testemunhas que tiveram contato com seres aliengenas,


dentro ou fora de suas espaonaves, no so recentes. H registros desse
tipo de interao h milnios, de acordo com alguns pesquisadores. Segundo
consta na histria da Ufologia, o primeiro registro de contato com uma
aeronave aliengena ocorreu no dia 25 de novembro de 1896. Naquela tarde,
o coronel H. G. Shaw e sua amiga, Camille Spooner, quase foram abduzidos
por trs criaturas com grandes e alongados olhos negros que estavam a
bordo de um objeto cilndrico. Shaw afirmava que os seres eram de Marte.
A histria, na poca considerada um delrio, incrivelmente similar aos
relatos modernos de abdues, imputados aos grays [Cinzas].
Os casos de contatos imediatos continuaram a acontecer. H incidentes registrados em Bournebrook, Inglaterra (1901), em Baltimore,
Estados Unidos (1910), na Austrlia (1919), em La Mancha, Espanha
(1925), para citar alguns. A partir do incio da Era Moderna dos Discos
Voadores, no dia 24 de junho de 1947, os avistamentos e relatos tiveram
um crescimento assustador. importante salientar que os uflogos daquela
poca rejeitavam os depoimentos envolvendo aliengenas, por consider-los
fantsticos em demasia. Acreditar em discos voadores j estava de bom
tamanho, homenzinhos verdes eram inaceitveis.
No incio dos anos 50, entretanto, os relatos de encontros com
seres siderais ganharam uma nova roupagem. Pessoas afirmando
terem tido contato com os irmos do espao eram cada vez mais
frequentes e a tipologia extraterrestre mudou agora tnhamos seres
muito parecidos com os seres humanos.
Um dos primeiros contatados a relatar o encontro com esses seres
foi o controverso George Adamski, um imigrante polons dono de um
restaurante no alto do Monte Palomar, na Califrnia. Adamski tornou-se
conhecido ao mostrar algumas fotografias de espaonaves aliengenas que,
segundo ele, eram autnticas. Em 29 de novembro de 1952, o contatado
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dirigiu at o deserto com alguns amigos para ver uma nave. Ao l chegar,
pediu que seus acompanhantes se mantivessem a uma distncia de dois
quilmetros, enquanto ele iria ao encontro de um ser vindo de Vnus.
O suposto extraterrestre que teria se encontrado com Adamski
tinha aparncia humana, com longos e loiros cabelos. A comunicao
entre eles, segundo o homem, se dava por telepatia e por sinais, sendo
que o venusiano pregava a paz e mostrava preocupao com as armas
nucleares. Dizia tambm que suas naves-me estavam em rbita de nosso
planeta, enquanto discos voadores visitavam a Terra.
Adamski no s alegava que era amigo prximo de outros povos interplanetrios, como tambm que visitara a Lua a bordo de uma
espaonave, achando nosso satlite repleto de rios e rvores. Hoje sabemos que isso um rematado absurdo, mas nos idos dos anos 50 essas alegaes conseguiram fazer algum sucesso. As histrias de George
Adamski e de outros contatados que seguiam a mesma linha, s fizeram
reduzir ainda mais a credibilidade dos encontros e contatos com extraterrestres. Mesmo assim, dezenas de filmes de fico cientfica mostrando
monstros do espao eram exibidos nos cinemas de Hollywood lucrava
com o que era, ento, a febre dos discos voadores. Enquanto isso, os
encontros imediatos continuavam a acontecer.
A situao teve uma reviravolta dramtica em outubro de 1954, quando relatos robustos e com total credibilidade comearam a surgir na Frana
e em outros pases europeus. Ao contrrio dos amistosos e loiros seres de
Adamski, os protagonistas espaciais agora eram humanoides agressivos.
Poucos investigadores franceses levaram a srio os registros, mas, naquele
mesmo ano, nos meses de novembro e dezembro, outra onda de contatos
com seres extraterrestres emergiu, dessa vez na Amrica do Sul. O fato
chamou a ateno de vrios pesquisadores. Entretanto, o mundo continuava
considerando tudo aquilo uma grande fantasia. O panorama mudaria na
dcada seguinte, quando trs episdios importantssimos chegaram ao conhecimento do pblico e ajudaram a convencer as pessoas de que os relatos
no s eram reais, mas potencialmente ameaadores.
O primeiro desses casos ocorreu no Brasil, em novembro de 1957, e
envolveu a primeira abduo de um ser humano, Antnio Vilas Boas, com
propsitos sexuais. O que mais chama a ateno sobre o episdio brasileiro
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o fato de a histria, na poca, ter sido ignorada e taxada de absurda pelos uflogos. Este caso s foi publicado em 1965, em lngua inglesa, pelo
peridico britnico Flying Saucer Review. No mesmo perodo aconteceu o
segundo caso de importncia histrica, o Caso Betty e Barney Hill. Os
Hills foram abduzidos em 1961 em uma estrada em New Hampshire, nos
Estados Unidos. As semelhanas entre este caso e o de Vilas Boas eram
muitas. Como no acontecimento brasileiro, este tambm no foi divulgado
at 1965. Porm, o evento que, segundo dizem, teria convencido o mundo
da realidade das abdues foi outro, como veremos a seguir.
No dia 24 de abril de 1964, Lonnie Zamora, na poca policial de
trnsito, se encontrava nos arredores da cidade de Socorro, no Novo Mxico, perseguindo um suspeito quando um barulho atraiu sua ateno.
Ao virar-se para a direo de onde vinha o som, Zamora viu uma chama
azul surgir no horizonte e descer at um cnion. Tanto a chama quanto o
barulho desapareceram de repente e o policial pde observar um objeto
ovoide a distncia, que chegou a pensar que seria um carro virado de lado.
Quando se aproximou, o homem viu o que pareciam ser duas crianas ao
lado do objeto metlico branco. Um pouco menores do que um adulto,
as supostas crianas vestiam um macaco justo de cor branca. Ento o
policial percebeu que eles no eram o que havia imaginado.
Zamora desviou o olhar da cena por um momento, para comunicarse via rdio com sua central, chamando reforos para ajudar em um possvel
acidente. Ele, ento, parou seu carro e desceu do veculo. Foi quando ouviu
o mesmo som e viu uma chama azul saindo debaixo do UFO, que comeava
a subir. Quando o chefe de polcia respondeu ao seu chamado, o objeto
acelerou e desapareceu. Ao investigar o local do pouso, o policial descobriu
arbustos queimados e viu que a areia tinha virado vidro devido altssima
temperatura emanada do artefato. Alm disso, tambm encontrou quatro
marcas no solo, que foram feitas pelo trem de pouso da espaonave.
A credibilidade da testemunha era to grande que o chefe de polcia
isolou a rea e abriu imediatamente uma investigao que contou com a
participao do FBI, da CIA e da Fora Area Norte-Americana (USAF).
Mas o policial no fora a nica testemunha. A central de polcia da cidade recebeu diversos telefonemas de pessoas afirmando terem visto uma
misteriosa chama azul e ouvido um som muito alto. O caso jamais foi
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solucionado, embora no tenham faltado tentativas de faz-lo. O major


Hector Quintanilla, diretor do Projeto Livro Azul, da USAF, fez tudo o
que podia para desvendar o mistrio, levando o caso at ao conhecimento
do presidente norte-americano, mas nada conseguiu.
No final da dcada de 60, os relatos de contatos com seres extraterrestres no eram mais um tabu na pesquisa ufolgica. O reconhecimento dessa pesquisa veio em 1972, quando o astrnomo e conselheiro
do Projeto Livro Azul, J. Allen Hynek, cunhou o termo contato imediato
do terceiro grau para designar os encontros com criaturas ocupantes de
discos voadores. Quando o cineasta Steven Spielberg comprou os direitos
desse nome para nomear o seu filme, anos depois, em 1977, o assunto
aliengenas entrou em definitivo na mente do pblico.
Os aliengenas

A imagem popular de um extraterrestre a de um ser parecido com o


homem, mas pequeno, com cabea grande, olhos negros amendoados e corpo
frgil. Dizem que eles tm obsesso pela fisiologia e reproduo humana, extrao de esperma e vulos, insero de implantes nasais e que muito disso seria
utilizado para a produo de bebs hbridos. Essa imagem dos grays [Cinzas],
como so conhecidos, tornou-se mundialmente famosa e foi capturada pelo
subconsciente humano depois da publicao, em 1987, do livro de Whitley
Strieber, Comunho [Editora Record, 1999]. A imagem de um gray na capa da obra
fez com que muitas pessoas reconhecessem aquele ser.
Mas, se os grays so os responsveis por isso tudo, para que termos
um guia, poderiam perguntar alguns? Bem, embora eles sejam o tipo mais
comum de extraterrestre relatado, existem muito mais variedades de seres
do que podemos imaginar. Genericamente falando, os grays tm cerca
de 1,5 m de altura e pele cinza. Sua cabea grande, desproporcional ao
corpo, sem qualquer tipo de cabelo ou pelos. Seus olhos so negros e
sem pupilas. No tm nariz, apenas dois orifcios e uma pequena e fina
boca. Seus torsos so pequenos e seus braos e pernas so compridos e
magros. Suas mos tm trs dedos, sem digitais.
Mas tambm temos relatos de grays com 1,8 ou 2 m de altura.
Alguns tm pele marrom ou preta. Outros tm finos fios de cabelo. Ou
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quatro dedos, com ventosas ou garras nas pontas. H tambm variao


na descrio das vestimentas. Alguns usam macaces e outros, roupes.
Em suma, as diferenas de tamanho e aparncia entre os grays podem
representar que so de planetas diferentes. No temos realmente como
saber isso. Existe uma grande diversidade de seres aliengenas nos registros ufolgicos e no acredito que a popularidade seja, necessariamente,
um indicador confivel da realidade. Alm disso, alguns pesquisadores
tendem a ignorar um caso quando o aliengena descrito como sendo
muito estranho ou quando no se tem informaes suficientes para se
basear. Esse livro tenta mudar tal situao, desenhando a anatomia extraterrestre em todas as suas mais diversas formas.
Ao longo dos anos os relatos de aliengenas falam de seres de cor
branca, cinza, preta, laranja, amarela, azul e, claro, verde. Eles podem ser
minsculos ou quase gigantes. As descries vo desde pequenos anes peludos a enormes criaturas carecas. Alguns se parecem com seres humanos,
outros com um tpico marciano. Mas, mesmo com tanta diversidade, existe
certa consistncia nas descries. Embora alguns aliengenas sejam descritos
como uma bolha de gelatina ou uma mquina de refrigerantes, a maioria deles
bpede. A presena de pernas no significa que elas sirvam para locomoo,
j que vrios extraterrestres parecem ter a capacidade de flutuar.
Quase todos os extraterrestres tm um trax, membros superiores
e inferiores e uma cabea. H casos, entretanto, em que no h braos e
outros em que h mais de dois. Tambm h relatos de asas. Os braos,
na maioria dos casos, terminam em mos, mas temos registros de garras
ou estranhos aparelhos. Quanto cabea, alguns parecem no t-la. Mas
os que as tm apresentam s uma. Sendo grandes, pequenas, redondas,
quadradas, no importa. Tendo sido relatado, estar neste guia.
O rosto dos seres outro aspecto muito interessante, pois a
variedade enorme. A grande maioria tem dois olhos. O que no
nos impede de termos relatos de ciclopes. So grandes e negros, ou
so vermelhos. Em certos casos at brilham como luzes de Natal.
Normalmente no apresentam nariz, mas dois orifcios em seu lugar.
A boca, quando exposta, , em geral, um pequeno e fino trao e nem
sempre se movimenta quando o ser fala. Isso pode indicar o uso de
telepatia e o desuso da boca para a comunicao.
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A pele dos aliengenas tambm mostra uma grande variao.


Os famosos grays apresentam uma pele lisa, plida e sem pelos, que
tambm j foi relatada como sendo quase translcida. Entretanto, em
muitos casos, as testemunhas afirmam que no puderam ver a pele dos
seres, pois suas vestes cobrem o corpo inteiro. Isso causa uma pequena
confuso, pois o observador descreve a cor prateada da roupa, como
sendo a cor da pele. A pele enrugada faz com que algumas testemunhas
os classifiquem como velhos, assim como classificam os que possuem
pele esverdeada como sendo marcianos.

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Quem quem
entre os ETs?

urante o sculo passado, vrios pesquisadores tentaram organizar a imensa variedade de formas aliengenas atravs da
criao de um sistema de classificao. No desejo de comprovar a realidade da hiptese extraterrestre, muitos uflogos
tenderam a colocar todos os relatos em uma pequena relao
de tipos. No geral, a entidade extraterrestre pode ser classificada entre quatro tipos bsicos: o pequeno humanoide, o animal experimental, a entidade
semelhante ao ser humano e o rob. Mesmo sendo uma diviso coerente,
ela falha ao deixar de fora vrios tipos de aliengenas e tambm por no
incluir as diferenas entre seres de uma mesma categoria.
Outros uflogos tentaram classific-los pelo tamanho. O pesquisador Richard Hall, por exemplo, dividiu o grupo aliengena em
vrios tipos. H os humanoides de 0,9 a 1,5 m com cabeas grandes
e magros, as entidades com altura entre 1,5 e 1,8 m semelhantes a
humanos e os gigantes ou monstros, com mais de 1,9 m de altura e
aparncia grotesca. Ele tambm tinha uma quarta categoria para seres
no biolgicos, que inclua robs e androides, mas essa classificao
tambm no contemplava todos os tipos relatados.
Uma das mais completas tentativas de classificao vem da dcada
de 60 e foi criada pelo uflogo brasileiro Jader U. Pereira. Ele examinou
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mais de 200 casos envolvendo o avistamento de seres aliengenas em


todo o mundo e descobriu que em quase 96% dos eventos a entidade
tinha a forma humana ou humanoide. Pereira tomou como ponto de
partida de sua classificao o fato de os extraterrestres usarem capacetes
ou algum aparelho para respirar. Isso certamente relevante, pois criaturas que precisam de algo para respirar na Terra so biologicamente
diferentes daquelas que respiram livremente em nossa atmosfera. Pessoalmente, no creio que essa classificao funcione atualmente por
uma simples razo: a maioria dos seres parece no precisar de aparelhos
para respirar. Pereira tambm estava ciente disso, j que cerca de dois
teros das entidades estudadas no usavam nenhum aparato.
Com base nisso, ele classificou seus aliengenas em uma dezena de
tipos, novamente a partir de sua altura. Mas, em algumas categorias, ele
determinava o tipo aliengena pela cultura, ao invs de utilizar suas caractersticas fsicas, algo que eu procurei no repetir em minha classificao. O
tipo 03 do pesquisador, por exemplo, era composto por seres masculinos
com cabelos compridos. Alm do tamanho do cabelo, outras caractersticas que penso serem inapropriadas para listarem as tipologias incluem
a linguagem, roupas e ferramentas ou objetos usados pelas entidades.
Minha maior objeo ao sistema de classificao de Pereira, entretanto,
a falta de uma categoria para seres no humanos ou no humanoides.
Ele classificou os encontros com esses seres como casos isolados,
pois s havia poucos exemplos. Embora realmente s tenhamos poucos
episdios, eles tm que ter uma categoria especfica.
O sistema desenvolvido pelo pesquisador foi muito criticado e nunca
foi realmente utilizado dentro da comunidade ufolgica. O consenso de
que tal classificao seria impossvel. Cada novo ser descoberto parece
de alguma forma to nico que uma fiel classificao tipolgica teria que
ter centenas de tipos, subtipos e variantes. Talvez com isso em mente, os
criadores do Catlogo Humanoide, tambm conhecido como HumCat, do
ingls Humanoid Catalog, no tentaram apenas classificar os seres em si.
Essa coleta de casos ufolgicos com apario de seres extraterrestres comeou no incio da dcada de 70 por meio do trabalho de David
Webb e Ted Bloecher, que arquivavam os casos somente pelo tipo de
evento, caso houvesse uma abduo, sem se importar com a aparn28

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cia dos aliengenas. Quando deslocaram o foco para as descries das


entidades, verificaram que as criaturas poderiam ser divididas em trs
classes. Entretanto, mais uma vez, o sistema era baseado na altura do
ser. Assim, chamaram de classe 01 os que tivessem menos de 90 cm de
altura, fossem anes ou seres vestindo macaces, de classe 02 os seres
normais ou humanoides com altura entre 1,2 e 1,8 m, e finalmente de
classe 03 as entidades gigantes ou antropoides.
O pesquisador francs Eric Zurcher criou, em 1979, para a sua
anlise de casos outra classificao baseando-se quase exclusivamente
no sistema de Jader Pereira. Recentemente, a pesquisadora norteamericana Linda Moulton Howe comeou a idealizar um sistema
informal de classificao das entidades aliengenas que une informaes sobre a altura, presena ou no de cabelos e cor.
O trabalho realizado por Patrick Huyghe e apresentado em seu
livro The Field Guide to Extraterrestrials [Avon Books, 1996] desenvolveu
outra classificao e dividiu os seres em classes, tipos e variantes. As classes so: humanoide, animlia, robtica e extica. Cada classe tem um tipo de
ser, com suas variaes. Os humanoides so classificados entre humanos,
com seis variantes; pequenos grays, com trs variantes; pequenos no
grays, com oito variantes; gigantes, com trs variantes; e no clssicos,
com quatro variaes. J a classe animlia est descrita como mamferos
peludos, com cinco variaes; reptilianos, com trs variantes; anfbios,
com duas variantes; insectoides, com duas variantes; e avirios, com uma
variante. Os robticos esto divididos em metlicos, com trs variaes, e
no metlicos, com quatro variantes. E finalmente, a classe extica est
dividida em fsica e aparies, cada uma com duas variantes.
Huyghe afirma ainda que sem uma classificao atual para examinar
e, consequentemente, sem conhecer as espcies de seres extraterrestres que
visitam o nosso planeta, impossvel que qualquer sistema de classificao
seja 100% completo. Esta tambm a minha opinio.

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A necessidade
de um guia

s casos ufolgicos apresentados neste livro foram cuidadosamente selecionados. No inclu episdios que se provaram falsos, mas no deixei de fora relatos de seres que
so uma controvrsia dentro da comunidade ufolgica,
como o chupacabras. Exclu alguns casos conhecidos,
pois as descries dos seres no so claras e um desenho errneo
pode levar a outro tipo ou variante de classificao.
Alguns eventos, entretanto, no do detalhes sobre as entidades
observadas. Um dos mais famosos que se encaixa nesse exemplo o
caso de Sonny Desvergers, que, em 19 de agosto de 1952, procurava em
uma floresta por um avio que julgara ter cado na regio. Desvergers
era lder escoteiro e deixou trs crianas sozinhas dentro de seu carro,
quando saiu para ver o que tinha acontecido. Ao chegar a uma clareira,
viu um objeto metlico a poucos metros do cho. Antes que desfalecesse devido a uma bola de fogo que o atingiu, o homem viu um ser
horripilante parado sua frente. Quando questionado pelos uflogos
que investigaram o seu caso sobre como seria aquele ser, ele respondeu:
Eu no me lembro. Eu no quero me lembrar. Esqueam isso!
A falta de uma observao precisa dos seres, na maioria dos casos,
nos direciona aos eventos em que o ocupante visto a curta ou mdia
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distncia, ou por meio de relatos dos abduzidos. Eu escolhi casos de vrias


partes do mundo nos quais h uma grande riqueza de detalhes. Gostaria
de esclarecer que no subestimei qualquer caso, no importando se ele
desafiava o meu senso comum. Entretanto, ao contrrio de Huyghe, no
acredito que a presena de um UFO simultaneamente ao avistamento do ser
essencial para este guia. Existem inmeros relatos de estranhas criaturas
que foram vistas no mesmo dia em que um UFO foi testemunhado sobre
a mesma regio. Esse tipo de relato compe o livro porque, em minha
opinio, para temos casos altamente confiveis e com muitas informaes,
esses no precisam mostrar um aliengena no mesmo evento e ao mesmo
tempo do avistamento de UFO para ser registrado aqui.
Outro assunto relacionado ao fenmeno ufolgico, mas que no
utilizei neste livro, so os homens de preto ou MIBs, do ingls men in black, que
so descritos como sendo humanos de elevada estatura, vestidos com terno
e chapu pretos, que geram grande estranheza. Suas peles so muito brancas
e suas vozes tm um tom mecnico, quase robtico. Muitos uflogos creem
que sejam agentes secretos do governo, enquanto outros acreditam que sejam
aliengenas disfarados de seres humanos. At onde eu sei, um MIB nunca
foi visto no mesmo local, na mesma hora e ao mesmo tempo em que um
UFO. Por isso, eu os descartei desta tipologia extraterrestre.
O sistema de classificao que utilizo no pretende ser cientfico.
No estou tentando determinar as bases de uma antropologia extraterrestre, mas simplesmente tentando estabelecer uma tipologia de criaturas
que so relatadas como sendo de natureza extraterrestre. No consegui
classificar os aliengenas observados em espcies, famlias, pelo seu tamanho, cor dos olhos ou dos cabelos. Busquei criar um sistema simples, mas
ao mesmo tempo contendo as informaes necessrias, e esse sistema
pode ser alterado a qualquer momento. As classes so abrangentes e
dentro delas temos os tipos e suas variaes, que podem receber novas
informaes medida que surgirem novos relatos.
Foram quase trs anos de pesquisa e mais de 8 mil casos analisados,
o que resultou em 1.477 estudados profundamente. A bibliografia contou
com mais de 30 livros e outras dezenas de boletins, revistas e artigos de
jornais. Pesquisei os mais conhecidos tipos de classificao de entidades
que existem. Tentei juntar em um s o que considerei o melhor dos
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sistemas de Jader Pereira, Linda Moulton Howe, Richard Haines, Erick


Zurcher e Patrick Huyghe. Neste livro o leitor no encontrar somente
as ilustraes feitas pelo talentoso desenhista Daniel Costa, mas tambm
uma ficha descritiva do caso em que foi relatado, informando sua classe,
tipo e variante, alm de estatsticas e grficos que traam um mapa de
como funciona essa parte do fenmeno ufolgico.
Eu acho que nos encontramos em uma situao pior do que
aquela em que o botnico, zologo e mdico sueco Carolus Linnaeus,
criador da nomenclatura binomial e da classificao cientfica, considerado o pai da taxonomia moderna, se encontrava. Somente aps
a dcima edio de sua obra, publicada em 1758, que se chegou a
um consenso internacional sobre seus resultados, e at hoje, quase
300 anos depois, sua classificao continua a ser atualizada. A nossa,
com certeza, seguir pelo mesmo caminho.
Sistema de classificao

Este sistema de classificao baseado estritamente na aparncia


dos seres. Pensei que dessa forma seria mais simples mant-la atualizada,
pois s acrescentar novos tipos que porventura sejam relatados. A partir
disso defini, seguindo a ideia do citado pesquisador Huyghe, quatro classes
de aliengenas. Mas dentro de cada uma dessas grandes classes descobri
muitos tipos de entidades, e em cada um desses tipos h muitas variantes.
Por isso subdividi os tipos aliengenas em variveis, que so obtidas por
meio de casos especficos e constituem a descrio do evento.
Ressalto que este sistema de classificao o mesmo utilizado por
Huyghe, mas incluiu maior nmero de casos publicados e ocorrncias
que so mais conhecidas na Amrica do Sul. Entre elas, o episdio de
28 de novembro de 1958, acontecido em Caracas, na Venezuela, quando
aliengenas agrediram uma pessoa, o caso dos seres extraterrestres capturados de Varginha e o caso do paulista Tiago Machado.
A primeira e maior classe de aliengenas encontrada a humanoide.
Dessa classe fazem parte aqueles extraterrestres que apresentam o
mesmo tipo de corpo dos seres humanos, com tronco, cabea, dois
braos ligados aos ombros e duas pernas ligadas cintura. Quando
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o aliengena tem um aspecto com acentuadas caractersticas animais,


encaixa-se na classe animlia. Aqui se incluem entidades que tenham
pelos ou escamas, aquelas que se movem em quatro pernas e as que
tm asas. A terceira classe exibe uma natureza mecnica, e eu a chamo
de robtica. A quarta classe denominada extica e abrange todas as
entidades no humanoides, no animlias e no robticas.
Dentro da classe humanoide h cinco tipos de entidades. A primeira
a humana, constituda por seres que poderiam andar entre ns sem chamar
a ateno. Esses seres foram subdivididos em seis grandes variantes. Delas,
a que mais prevalece refere-se aos extraterrestres do tipo nrdico, bem conhecido na literatura ufolgica. So seres altos, com 1,8 m ou mais, de olhos
azuis e belos como anjos, segundo as testemunhas. Outra variante so as
entidades que se parecem conosco, mas que necessitam de roupas espaciais
ou capacetes para permanecer em nossa atmosfera. Depois temos seres
tambm parecidos com os humanos, mas com uma feio enrugada, a quem
chamaremos de velhos. As outras variaes so menos comuns.
O segundo maior grupo do tipo humanoide so os pequenos grays.
So muitos os relatos onde essas criaturas so citadas, e com enorme
variao. Alguns usam capacetes ou algum tipo de aparelho para respirar,
enquanto outros tm traos que lembram insetos. Os pequenos grays que
no se encaixam no molde clssico constituem o terceiro maior grupo
de humanoides, os pequenos no grays. As variantes aqui incluem: homenzinhos verdes, pequenos humanoides com rosto cheio de pequenos
furos, seres muito peludos que se parecem mais com um ser humano do
que com um animal e entidades com poucos centmetros de altura, que,
independente de seu tamanho, tm o aspecto humanoide. As entidades
extremamente altas ou gigantes formam o quarto tipo de humanoides.
Uma varivel aqui uma criatura com mais de dois metros de altura e trs
olhos. O quinto tipo, chamado de no clssico, um apanhado de todos
os seres que no se encaixaram em nenhum dos outros tipos.
A segunda classe de aliengenas, animlia, composta por cinco tipos de seres. Novamente destaco que, apesar de sua aparncia
animal, as aes e comportamentos desses aliengenas esto muito
mais prximos do humano do que de um animal. O primeiro tipo o
mamfero peludo, que se diferencia dos humanoides em virtude dos
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Classe

Humanoide (H)

Animlia (A)

Robticos (R)
Exticos (E)

Tipo

Variantes

Humano (H)

12

Pequeno gray (PG)

Pequeno no gray (PNG)

14

Gigante (G)

No clssico (NC)

Mamfero peludo (MP)

Reptiliano (R)

Anfbio (A)

Insectoide (I)

Avirio (AV)

Metlico (M)

Corpulentos (C)

Fsico (F)

Apario (A)

O quadro resultante deste estudo estatstico dos tipos de seres extraterrestres


j observados nas mais variadas circunstncias em nosso planeta, dentro ou
fora de discos voadores. So quatro grandes classes de seres com um total
de 14 tipos e 70 variantes encontradas e classificadas

pelos que lhe cobrem todo o corpo ou, ao menos, parte visualizada
pela testemunha. So criaturas parecidas com o p grande ou yeti,
animais com quatro patas ou seres com caras de morcego.
O segundo tipo so os reptilianos, que incluem as criaturas verdes com
escamas no lugar de pele e grandes olhos ovais, duendes prateados e criaturas do pntano. O nome do tipo se refere somente ao fato de as criaturas
no terem pelo. J o terceiro tipo, os anfbios, reservado s entidades com
aspecto de sapo. O nome do tipo se refere ao fato de as criaturas terem a
pele lisa e nada tem a ver com capacidades respiratrias.
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No quarto tipo, insectoides, encontram-se os extraterrestres com caractersticas de insetos, tronco comprido e olhos multifacetados. Dentro
desse grupo, temos as variantes que incluem seres com asas, que muitos
chamam de fadas, como tambm gafanhotos e louva-deuses. O quinto tipo
na classe animlia so os avirios, que compreende criaturas com asas de
pssaros. So poucos, mas importantes, os relatos sobre eles.
A prxima classe chamada de robticos e est dividida em dois
tipos de aliengenas. O primeiro tipo, metlicos, so os robs que
parecem ser feitos de lata. O segundo tipo eu chamei de corpulentos
e nele esto os seres androides, que podem ter aparncia humana,
animal ou de robs com braos e pernas de aparncia humana ou
apresentando uma pele escamosa entram nesse tipo.
A quarta classe extraterrestre a extica, que apresenta dois
tipos. A apario constituda por seres fantasmagricos e criaturas
no humanas. Sua manifestao no completa, como se metade
do corpo, por exemplo, estivesse em outra dimenso. O outro tipo
extico chama-se fsico, que so seres realmente estranhos, por
exemplo, em forma de crebro ou de uma bolha.
O sistema de classificao tem como objetivo ser um guia geral,
para ser consultado e, sempre que necessrio, atualizado. Algumas
entidades podem ser enquadradas em mais de uma categoria e existem
transies de formas, ou seja, humanoides que agem como robs e
humanoides peludos que lembram animais.

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