Manual de MeManual de Metodologia de Investigação Cientificatodologia de Investigação Cientifica
Manual de MeManual de Metodologia de Investigação Cientificatodologia de Investigação Cientifica
Manual de MeManual de Metodologia de Investigação Cientificatodologia de Investigação Cientifica
Introduo
O mundo de hoje o mundo da Investigao Cientfica
A investigao cientfica hoje o grande doador de conhecimentos para a sociedade, a
ferramenta mais til que a sociedade humana tem para o seu desenvolvimento scio
econmico em diversas direces.
bvia a importncia da Metodologia de Investigao Cientfica, o seu objecto de estudo
esta bem identificado a Investigao Cientfica.
O objectivo fundamental deste programa de Metodologia da Investigao visa, no
desenvolvimento de capacidades e habilidades do pensamento lgico, permitir trabalhar
com o material de estudo de forma independente, aprender e ser consequentes com o
mtodo cientfico e a lgica da Cincia.
O contedo programtico apresenta um sistema de conhecimentos actualizados e
coerentes, tomando em linha de conta o nvel de desenvolvimento intelectual dos
estudantes.
O programa consta de 5 temas ou unidades, distribudas em 60 horas lectivas. As horas
lectivas incluem aulas tericas, aulas prticas e avaliao.
Objectivos gerais
Objectivos especficos
Conhecer a natureza ou os fundamentos da Cincia e caracterizar o conhecimento
cientfico em relao a outros tipos de conhecimento;
Identificar os principais mtodos tericos e empricos de investigao;
Saber procurar informao e trat-la de forma adequada aos objectivos definidos;
Apresentar e desenvolver noes bsicas sobre o processo da investigao
cientfica;
Adquirir ferramentas que permitam definir conceitos bsicos adequados ao Processo
de Investigao Cientifica.
Prof. Dr. Ricardo Richards Mesa
Dra. Maria Elena Prez Martinez
Doutora Snia Fuertes Blanco
Doutor Nuno Tavares
Prof. Dr. Rene Batista
Plano temtico
Tema
I
II
III
IV
V
Contedos
Introduo
O Conhecimento
Mtodos Cientficos
Processo de Investigao Cientfica
Procedimento de pesquisa
Total
Tericas
08
04
04
02
14
Aulas Prticas
Total
08
04
04
04
06
26
40
30
30
60
Tema I Introduo
1.1 Apresentao da disciplina. Objectivos gerais e especficos. Explicao dos contedos
temticos. Formas de organizao do ensino. Avaliao. Bibliografia;
1.2 A Cincia. Definio. Cincia Moderna. Objecto de estudo;
1.3 A Investigao Cientfica. Definio. Objecto de estudo;
1.4 Metodologia da Investigao Cientfica. Definio. Objecto de estudo;
1.5 O Investigador. Caractersticas;
1.6 Tipos de pesquisas. Pesquisa qualitativa e quantitativa. Caractersticas.
Tema II O conhecimento
2.1 O conhecimento. Definio. Caractersticas gerais do conhecimento;
2.2 Estruturas que permitem o conhecimento no homem: receptor, via aferente, centro
nervoso. Relaes entre elas e com o ambiente externo.
2.3 Tipos de conhecimentos. Caractersticas. Relaes entre eles.
2.4 Os meios especiais do conhecimento;
Tema III Mtodos Cientficos
3.1 O mtodo cientfico. Definio. Origem dos principais mtodos cientficos;
3.2 Tipos de mtodos cientficos. Mtodos tericos e mtodos empricos. Conceito e
caractersticas;
3.3 Tipos de mtodos tericos. Analise e sntese. Induo e deduo. Hipottico dedutivo.
Mtodos dialcticos. Conceito. Caractersticas. Relaes com o processo de
investigao;
3.4 Tipos de mtodos empricos. Observao cientfica. Definio. Tipos de observao.
Importncia da 6observao cientfica. Experincia cientfica. Definio. Importncia.
Medies. Definio. Tipos de medies. Importncia.
3.5 Mtodos especficos das cincias sociais: histrico, comparativo, tipolgicos,
funcionalistas, estatstico. Caractersticas e aplicao.
Tema IV Processo de Investigao Cientfica
4.1 Investigao cientfica. Definio. Conceito de processo e sistema;
4.2 Etapas do processo de investigao cientfica.
4.2.1 Primeira etapa: Preparao, organizao e planificao
Caractersticas.
4.2.2 Segunda etapa: Execuo do trabalho de investigao;
4.2.3 Terceira etapa: Processamento da informao;
4.2.4 Interpretao dos dados recolhidos. Importncia;
4.2.5 Quarta etapa: Redaco do informe de investigao;
4.3
Necessidade do trabalho de pesquisa.
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da
investigao.
Bibliografia
Tema 1 Introduo
O ttulo da disciplina composto por trs palavras que devem ser analisadas para uma
melhor compreenso, pois representam a base do processo de investigao cientfica.
O que metodologia?
A metodologia uma palavra que deriva do grego e que etimologicamente pode ser definida
como estudo de mtodos, sendo o mtodo o caminho ou a maneira para chegar a um
determinado fim ou objectivo (Richardson, 2008, p. 22).
Tomanik (2004, p. 21) considera que metodologia a parte das cincias que se ocupa da
descrio, anlise e avaliao dos mtodos.
Dessa forma, em termos gerais, a metodologia pode ser definida como o conjunto de
operaes logicamente ordenadas e relativas a um problema de pesquisa determinado.
O que significa Investigar ou Pesquisar?
Para estudar o conceito coloquemos em exemplo simples. Quando procuramos por uma rua
buscamos esta informao das mais variadas formas, perguntamos, olhamos. Isto
pesquisar, pois estamos buscando um conhecimento que NO possumos e do qual
necessitamos.
Portanto, investigar significa descobrir, procurar alguma resposta para indagaes
propostas que podem ser encontradas ou no.
Para Silva e Menezes (2001) pesquisar, significa, de forma bem simples, procurar
respostas para indagaes propostas.
Mas, nem toda a pesquisa cientfica.
O que significa Investigao Cientfica?
Significa buscar os conhecimentos apoiando-se em procedimentos capazes de dar
confiabilidade aos resultados, ou seja, todo um conjunto de aces dirigidas a encontrar
soluo para um problema cientfico proposto, utilizando a metodologia de investigao
cientfica.
O aparecimento da Investigao Cientfica esta vinculada necessidade que enfrenta o
Homem de dar soluo aos problemas da vida quotidiana: precisando explicar, predizer e
transformar essa realidade para satisfazer suas necessidades. Podemos assim, considerar
que pesquisar o modo fundamental de produzir conhecimentos.
O que investigar?
Investiga-se aquele problema cuja soluo no se conhece e existe a possibilidade de
conhecer, para dar soluo a uma necessidade da comunidade ou parte dela. Se no se
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Acumulao de conhecimentos;
Segundo Ender-Egg (cit. Marconni e Lakatos, 2007), na sua obra Introduo s Tcnicas
de Investigao Social apresenta um conceito muito abrangente de cincia. O autor definea como:
Conjunto de conhecimentos, racionais, certos e provveis, obtidos metodicamente,
sistematizados e verificveis que fazem referencia a objectos de uma mesma natureza .
NATURAIS
SOCIAIS
QUMICA
BIOLOGIA
Experimentao
Teoria
10
11
Tipos de investigao
Quantitativa
Experimental
Qualitativa
No experimental
Interativa
Pr-experimental
Descritiva
Etnogrfica
Realmente
experimental
Comparativa
Fenomenolgica
Correlacional
Estudo de caso
Survey (de
opinio)
Grounded theory
Quaseexperimental
Um nico sujeito
No Interativa
Anlise
conceitual
Anlise
histrica
Estudos crticos
Ex post facto
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Ex post facto estabelecer relaes causais entre variveis que no podem ser
manipuladas, incide, sobre coisas j acontecidas (ex: internato escolar e certas
caractersticas
INVESTIGAO CIENTIFICA
MTODOS CIENTFICOS
METODOLOGIAS
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5. Faa uma reflexo por escrito, acerca das semelhanas e/ou diferenas entre ser
investigador e ser estudante do ensino superior.
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Tema II - O conhecimento
So muitos os sinais de que o conhecimento se tornou o recurso econmico mais
importante para a competitividade das empresas e dos pases.
Parte destes conhecimentos produto das investigaes cientficas, do pensamento criador
dos homens.
Uma mxima: Para investigar necessrio pensar com lgica, no podemos realizar uma
investigao cientfica, se no sabemos pensar e pensar com a lgica da Cincia, aplicando
a Metodologia da Investigao Cientifica.
muito importante relacionar os objectos, fenmenos e processos que estudamos para ver
que h de geral e particular entre eles, assim como estabelecer as relaes causa efeito.
Isto permitir desenvolver habilidades do pensamento lgico e aprender a identificar,
caracterizar, comparar, argumentar e explicar.
Conhecer os objectos, fenmenos e processos da realidade, as suas relaes, mais os
resultados destas relaes e outros indispensvel para desenvolver um pensamento
criador no estudante
O que o conhecimento?
Para definir o que o conhecimento temos que considerar dois elementos clssicos,
estreitamente relacionados historicamente, o objecto a conhecer e o sujeito que
conhece.
Objecto a conhecer
15
16
O objecto a conhecer?
As estruturas nervosas?
(2)
Y
efeito
causa
efeito
Em (2), (Y) causa e (X) efeito, o qual podemos
(3)
X
17
A sociedade humana transitou por diferentes formaes scio econmicas. Neste transitar
o conhecimento permitiu a evoluo da sociedade humana; o homem teve a capacidade de
criar objectos, coisas, descobrir e explicar fenmenos, processos que enriquecem a sua
realidade objectiva. As mesmas formaes sociais econmicas, expressam materialmente
a organizao e formas de convivncia social que nelas existiram e constituem exemplos da
evoluo do conhecimento no homem. O conhecimento se acumula e evolui a formas
superiores na medida que se transita de uma formao para outra.
Por esta razo, a evoluo do conhecimento pode ser analisado nas diferentes formaes
socioeconmicas da humanidade, elas so:
Evoluo das sociedades
C.. Primitiva
Escravido
Feudalismo
Capitalismo
Calcula-se que os seres humanos aparecem na terra entre 45,000 e 60,000 anos atrs.
Quando o homem surgiu encontrou actuou sobre a realidade objectiva com a qual se
comeou a relacionar e a conhecer.
No comeo, as pessoas viviam sem grandes preocupaes. Para se alimentarem, colhiam
frutos das rvores, caavam animais pequenos, vestiam-se de peles e moravam em
cavernas. Os instrumentos ainda eram poucos desenvolvidos: lascas de pedra, pedaos de
madeira, etc. Todos tinham que trabalhar para viver. O trabalho de todos e de cada um era
trabalho para todos.
Como surgiu a necessidade do conhecimento no homem primitivo?
Quando comearam a perguntar-se qual a causa daquilo que estavam a observar. Nesse
momento surgem as formas mais primitivas do pensamento cientfico.
Para responder quelas perguntas, o pensamento do homem tinha que revisar o passado,
em busca da causa daquilo que no presente interessava saber. Assim surge no
pensamento dos homens primitivos a relao causa-efeito.
Pode-se dizer que a causa se manifesta primeiro e o efeito depois. Agora pode ser o
contrrio. No h efeito sem causa.
Lentamente o progresso foi sendo feito. Os homens aprenderam a fazer vasilhas de barro.
Fizeram arcos e flechas. Comearam a caar animais maiores. Descobriram o fogo,
comearem a construir suas casas. Homens e mulheres passaram a conquistar e a dominar
a natureza. Com tudo isto, o pensamento foi evoluindo e explicando muitas coisas,
produzindo novos conhecimentos que permitiram contribuir ao desenvolvimento scio
econmico.
Atravs destas actividades do homem, a prpria natureza forneceu novos objectos
elaborados pelo pensamento ingnuo do homem, naquela altura. Agora o seu pensamento
amadureceu at adquirir o pensamento consciente e criador, pelo que a comunidade
primitiva uma importante etapa no conhecimento.
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19
O conhecimento cientfico
Apresenta formas, modos e mtodos especficos para conhecer. um conhecimento obtido
de modo racional, conduzido por meios de procedimentos cientficos e transmitido por
intermdio de um treino apropriado. Caracteriza-se pela procura das possveis causas do
acontecido.
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Caractersticas.
Real ou factual: porque lida com ocorrncias ou factos, lida com tudo o que existe e
se manifesta de alguma forma;
Contingente: porque suas proposies ou hiptese tm sua veracidade ou falsidade
conhecida atravs da experincia e no apenas pela razo, como ocorre no
conhecimento filosfico;
Sistemtico: porque um saber ordenado logicamente, constitudo por um sistema
de ideias (teoria) e no conhecimentos dispersos e desconexos;
Verificvel: porque as afirmaes (hipteses) que no podem ser comprovadas no
pertencem ao mbito da cincia;
Falvel: porque no algo definitivo, absoluto ou final;
Aproximadamente exacto: porque com o aparecimento de novas proposies e o
desenvolvimento de tcnicas possvel se transforma o acervo da teoria existente.
21
22
Os materiais;
Os matemticos;
Lgicos lingusticos.
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Estas formas de trabalho intelectual receberam os contributos da cincia para garantir ainda
mais a hegemonia da classe dominante.
A apario destas funes conduz diferenciao e emerso de grupos especiais de
pessoas que realizam funes especficas do trabalho intelectual.
Desta maneira a cincia forma-se historicamente como um processo especial do
conhecimento, utilizado por uma minoria. Em suma
Como concluso pode ser dito que a cincia como forma especial de conhecimento tem trs
funes essenciais: explicar, predizer e transformar a realidade em correspondncia com as
necessidades e demandas da sociedade.
Trabalho individual
1.
2.
3.
4.
O que conhecimento?
O que h de geral na estrutura e funo dos receptores?
O que h de particular na estrutura e funcionamento dos receptores?
Coloca um exemplo na tua especialidade de relao causa - efeito, em que a causa
de um efeito e o efeito se converta em causa.
5. Como a relao entre conhecimento-pensamento explica o percurso histrico da
sociedade humana.
6. No h dvida, as sociedades humanas evoluram, qual a causa ou as causas da
evoluo das sociedades humanas? Explique.
7. Analise a relao causa - efeito nos elementos do processo de conhecimento
Objecto a conhecer
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Tipo de conhecimento
Cientfico
Popular
Objectivo
Sistemtico
Racional
Valorativo
Superficial
Verificvel
Exacto
Aproximadamente
exacto
Falvel
25
Filosfico
Religioso
26
Descartes considera que s se chega certeza por medo da razo, e postula 4 regras:
Da evidncia
Da anlise (decompondo o todo em partes e indo do mais simples ao mais
complexo)
Da sntese (reconstituio do todo)
Da enumerao
Tipos de mtodos
Actualmente h uma grande diversidade de mtodos cientficos que podem ser divididos em
dois grandes grupos, os mtodos tericos e os mtodos empricos.
Mtodos tericos
Os mtodos tericos so um conjunto de processos mentais que permitem o raciocnio
lgico do homem para estudar a realidade e poder estabelecer, teoria, leis, princpios,
generalizaes que devem ser comprovados na prtica.
Os mtodos tericos possibilitam a interpretao conceptual dos dados empricos, a
explicao dos factos e o aprofundamento das relaes e qualidades fundamentais dos
processos no observados directamente.
Caractersticas
Anlise e sntese;
Indutivo;
Dedutivo;
Hipottico dedutivo;
Dialctico.
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O mtodo indutivo tem grande valor porque estabelece as generalizaes sobre a base dos
estudos dos fenmenos singulares.
O mtodo dedutivo - uma forma de raciocnio que parte do geral para o particular,
enunciando de modo explcito a informao j contida nas premissas.
Exemplo:
Todo homem mortal. (premissa maior), Pedro homem. (premissa menor), Logo, Pedro
mortal. (concluso)
Tem o propsito de explicar o contedo das premissas, ao contrrio do mtodo indutivo que
procura ampliar o alcance dos conhecimentos. Os argumentos dedutivos sacrificam a
ampliao do contedo para atingir a certeza, ao passo que os argumentos indutivos
aumentam o contedo das premissas com sacrifcio da preciso.
A induo e a deduo reflecte a lgica objectiva dos fenmenos e processos da realidade,
permitem o enlace entre o singular e o geral da mesma realidade.
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Vejamos um exemplo prtico: Numa investigao em primeiro lugar pode-se usar o mtodo
dedutivo, usando a observao para verificar se determinada teoria existente se confirma na
realidade.
Noutra fase, e porque, por exemplo, o investigador constata que existe algo que no esta
completo em determinada teoria, parte para uma investigao emprica, e utiliza o mtodo
dedutivo para desenvolver uma nova teoria a partir dos dados obtidos na investigao.
Uma comparao entre ambos :
Dedutivos
a. Se todas as premissas so
verdadeiras, a concluso deve ser
verdadeira
Indutivos
a. Se todas as premissas so
verdadeiras, a concluso
provavelmente verdadeira, mas
no necessariamente verdadeira
b.
A
concluso
encerra
informaes que no estavam,
nem
implicitamente,
na
premissa
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Recolha de dados
30
Observao cientfica
Experincia cientfica
Medio
31
32
33
34
35
Para estudar este processo precisamos de fazer uma anlise, dividir o processo A-B, em
partes, de maneira a estudar cada uma das partes separadamente e depois integrar a
mesmas para compreender o que acontece no espao A-B.
Estas etapas ou partes constituem a estrutura interna do Processo de Investigao
Cientfica.
Em quantas partes temos dividido o processo de Investigao Cientfica para melhor
compreenso de sua estrutura interna?
Alguns investigadores para fazer compreensvel este estudo do processo de investigao
cientfica dividem o mesmo em dois, trs ou cinco etapas. Nos vamos a dividir
didacticamente o processo considerando 4 etapas:
As etapas so:
1.- Organizao, preparao e planificao do processo de investigao;
2.- Execuo do processo de investigao;
3.- Processamento dos dados, da informao;
4.- Elaborao do informe de investigao.
Evidentemente estas 4 etapas ou partes sucessivas ou consecutivas no devem-se alterar,
devido a lgica das partes.
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O Relatrio Final deve conter rigoroso ordenamento e alto grau de cientificidade para
expressar todas as relaes captadas desde a primeira etapa at seu momento final. Neste
Relatrio devem aparecer, com claridade, os resultados e possveis aplicaes dos mesmos
e outros aspectos relevantes da investigao realizada.
38
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Esta delimitao comea com a formulao do ttulo que tem que ter-se em conta ao longo
do todo o processo de investigao cientfica. No delimitar o tema uma das falhas mais
comuns para o fracasso da investigao.
O ttulo o contedo especfico que se vai investigar, pelo que no deve oferecer
ambiguidade na interpretao de aquilo que vai a ser estudado.
No ttulo deve aparecer o objecto de estudo e as unidades de anlise, o lugar onde se vai
realizar a investigao e outros aspectos que permitam expressar com claridade e preciso,
aquilo que ser pesquisado.
De forma geral, deve ser escrito de maneira concreta utilizando o menor nmero de
palavras possvel.
De um tema podem ser feitos diferentes trabalhos.
Reviso Bibliogrfica
a realizao de uma pesquisa bibliogrfica que visa identificar, localizar, interpretar e
anotar a informao existente em suportes estveis sobre a questo delimitada.
Inicia-se na primeira etapa da estrutura interna do processo de investigao cientfica e s
termina quando o trabalho de investigao tenha culminado, ou seja, quando os integrantes
da equipa tenham realizado esta actividade em todas as etapas do processo de
investigao.
O que a Informao Cientfico Tcnica?
A Informao Cientfico Tcnica (I.C.T.) o registo em diferentes formatos do contedo
do sistema de conhecimento adquirido a partir da cincia ou tcnica.
A dinmica do mundo actual exige aos estudantes do Ensino Superior, aos professores e
todos aqueles que precisem estudar, investigar e estar actualizados, que sejam organizados
e estejam eficientemente preparados para enfrentar com xito os Sistemas de Informao
Cientifica.
As finais do sculo XVI e princpios do sculo XVII, perodo do surgimento da Cincia
Moderna, a quantidade de cientistas existentes era exgua, hoje maior e deve-se a
diversos factores, entre eles:
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Hoje a I.C.T. eficientemente controlada, embora o seu acesso no seja possvel para
todos os pases e para todos os homens equitativamente por diversas razes, entre elas a
socioeconmicas.
A I.C.T. muito antiga, surgiu com a divulgao dos primeiros trabalhos cientficos
realizados em pocas remotas, quando a mesma era verbal; mais adiante a palavra foi
levada ao papel sob diferentes formas de apresentao at que surgiram os meios
electrnicos.
Cada pessoa segundo o seu nvel de preparao e de desenvolvimento intelectual e
socioeconmico d soluo s suas necessidades atravs dos diferentes meios de
informao cientfica.
A I.C.T. tem como objectivos fundamentais:
1.- Na etapa preliminar, redefinir o tema de forma mais detalhada e equacionar as diferentes
abordagens para dar explicao hiptese;
2.- Servir para elaborar um plano de ndice geral relacionando os diferentes aspectos e
partes do tema;
3.- Identificar as palavras-chave que possam descrever ou estar relacionadas com o tema;
4.- Identificar todas as teorias existente sobre o tema;
5.- Indagar sobre as pesquisas que tem sido feitas sobre o tema em questo e os mtodos
utilizados.
Isto permitir fazer uma ideia acerca dos diversos estudos j desenvolvidos sobre o
assunto, a fim de evitar a desnecessria repetio de trabalhos, permitindo, posteriormente,
a realizao de comparaes e anlises dos resultados obtidos no processo de
investigao cientfica.
A revoluo da Internet
A Internet, rede mundial de computadores, tornou-se uma importante fonte de pesquisa
para os diversos campos do conhecimento. O termo refere-se a uma interligao de
carcter planetrio e aberto ao pblico, que liga redes informticas de organismos oficiais,
educativos e empresariais.
A partir do surgimento dos sistemas electrnicos de informao, a populao mundial
assistiu ao incremento de diferentes e variadas formas de I.C.T., permitindo o acesso dos
interessados a milhares de informaes que esto armazenadas em seus Web Sites,
permitindo consultar e colher elementos informativos e a troca de mensagens e
informaes, com rapidez, eliminando barreiras de tempo e de espao.
So muitos os sites onde podemos obter informao fivel, e cientificamente vlida, porm,
necessitamos de ter j conhecimento prvio para pesquisar nas fontes certas, porque os
perigos de falta de qualidade da informao fornecida, pode fazer incorrer os investigadores
em interpretaes errneas. Sendo assim, recomendvel confirmar as fontes das
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Publicaes Cientficas
Trabalhos Cientficos
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grande 12 x 20 cm;
mdio 10 x 15 cm;
pequeno 8 x 13 cm, que a mais utilizada internacionalmente.
Tipos de fichas
a. Ficha bibliogrfica
A ficha bibliogrfica tem como objectivo identificar a obra consultada.
Trs tipos de documentos so habitualmente objecto deste tipo de ficha: livros,
monografias, artigos cientficos e partes (captulos e seces) de livros.
O formato usual para este tipo de ficha quando se pretende identificar um livro ou
monografia : ultimo sobrenome do autor em maiscula, vrgula, primeiros nomes, ponto,
Ttulo da obra, ponto, edio, ponto, local de edio, dois pontos, nome da Editora, vrgula,
ano da publicao, virgula, nmeros de pginas, ponto.
Ex.:
Assunto: RECURSOS HUMANOS
Local:
43
Ex.: MARTINS, Pedro; Souza, Carlos F., Mtodos Modernos de Gesto, So Paulo: Editora
Fontes, 1994, 250 p.
Para mais de trs autores menciona-se o primeiro seguido da expresso et
al.
Ex.: ALTAMIRO, J. S. et al. A metodologia do ensino na graduao. 2 ed. Rio de Janeiro:
Vozes Ed., 1988, 120 pp
O ttulo, dada sua importncia deve ser destacado, umas vezes a negrito, outras a
itlico, outras a sublinhado, o importante usar um critrio uniforme.
O local de edio e a editora devem ser colocados sem ed., e quando se trata de
uma co-edio ou de um livro publicado em vrios locais, essa informao deve ser
separada por uma barra.
Quando falta alguma informao bibliogrfica essencial dever ser registada da
forma seguinte: sem data = s/d; sem editor = s.n; sem local de edio = s.l.
No caso de artigos inseridos em revistas, devero ser assinalados com o ttulo em
letra normal, seguido do ttulo da fonte original em itlico, volume, nmero da revista,
e intervalo de pginas correspondentes ao artigo.
Ex.: AXELROD, R. Decision for Neoimperialism: The Deliberations of the British Eastern
Committee in 1918. In: Axelrod, R. (Ed.). The Structure of Decision: The Cognitive Maps of
Political Elites. Princeton, NJ, Princeton University Press, 1990, 23-55 pp.
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b. Ficha de contedo
Enquanto a ficha bibliogrfica contm s os elementos de identificao da obra, a ficha de
contedo apresenta uma sntese bem clara e concisa das ideias principais da obra. Na sua
elaborao o pesquisador pode fazer um resumo com suas prprias palavras, evitando
observaes e colocaes subjectivas para que no fuja do assunto central da obra. Deve
ser breve, sem transcries textuais da obra e sem que seja um sumrio ou ndice das
partes componentes do texto. Deve conter todos os aspectos que identificam a obra.
Ex.:
Local:
RESUMO
c. Ficha de citao
Nessa ficha ser reproduzido todo contedo textual da obra que interesse ao pesquisador e
que se pretende usar como citao na redaco do trabalho. Tambm est presente toda a
informao que caracteriza a obra.
Para sua elaborao devem-se observar os seguintes cuidados:
45
Ex.:
Local:
46
Problema
Formular o problema cientfico consiste em dizer de maneira clara, explcita e
compreensvel a dificuldade com a qual nos defrontamos ou pretendemos resolver.
Em geral, o problema uma questo que mostra uma situao deficitria de investigao
cientfica, pelo que o ponto de partida da pesquisa. Da sua formulao depender o
desenvolvimento da investigao.
Responde a pergunta Por que investigar?
As qualidades que devem estar integradas num problema cientfico so:
Objectividade - Subjectividade: Todo problema tem que responder a uma
necessidade real da sociedade;
Totalidade - Especificidade: O problema no pode ser impreciso. A preciso do
problema possibilita determinar dialecticamente o objecto da investigao como
totalidade e especificar questes particulares que interessam dentro da realidade
que se estuda;
Insuficincia terica: deve mostrar que existe um desconhecimento terico do
assunto a estudar e que se precisa resolver.
Este deve ser formulado sem ambiguidade e de forma interrogativa para facilitar a
identificao do que se deseja pesquisar. Ex.:
Quais so as causas...?
O que ?
Porqu ?
Qual o critrio dos...?
Que efeito...?
Como se relacionam...?
Em que condies...?
Qual a via para ?
Como funciona ?
Deve expressar uma relao entre duas ou mais variveis.
Ex.: Na empresa X, em que condies possvel melhorar a gesto empresarial para
atingir o rpido crescimento econmico?
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Objectivos da investigao
O objectivo a finalidade ou metas que o investigador quer atingir com a realizao da
investigao e respondem a pergunta Para qu investigar?
Deve expressar com claridade e objectividade o propsito da pesquisa, para evitar
ambiguidades que possam conduzir perda da direco da pesquisa.
Qualquer trabalho de investigao avaliado pelo cumprimento dos objectivos atravs de
um processo sistemtico, para no se afastar dos mesmos.
Em sua formulao devem:
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tentativa de soluo
resposta antecipada
Problema
hiptese
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H vrias formas de formular hipteses, mas a mais comum aquela que se formula em
forma de proposio mediante a seguinte frmula:
Se X ento Y , onde X e Y so variveis.
Exemplos 1.- Se estudam diariamente, ento tero bons resultados acadmicos.
Variveis
X = estudam diariamente
Y = tero bons resultados acadmicos
As Variveis
As variveis so aspectos ou caractersticas que tm a propriedade de poder variar, ou
seja, aquilo que pode assumir diferentes valores ou aspectos. Essa variao deve ser
mensurvel, de forma quantitativa ou qualitativa. Ex: sexo, preferncia religiosa, etc.
Elas tm que ser definidas em funo do objectivo proposto e esto vinculadas com a
hiptese de forma explcita ou implcita.
Existem diversos tipos de variveis, nos vamos a estudar s trs, a varivel independente, a
varivel dependente e a varivel controlada ou de controlo.
A varivel independente (X) aquela que influencia, determina ou afecta outra varivel;
factor determinante, condio ou causa para determinado resultado, efeito ou
consequncia.
A varivel dependente (Y) consiste naqueles valores (fenmenos, factores) a serem
explicados ou descobertos, em virtude de serem influenciados, determinados ou afectados
pela varivel independente.
Numa pesquisa, a varivel independente o antecedente e a varivel dependente o
consequente. Os investigadores fazem predies a partir de variveis independentes para
variveis dependentes.
Observe o seguinte exemplo de hiptese para tirar a varivel independente e a dependente:
Prof. Dr. Ricardo Richards Mesa
Dra. Maria Elena Prez Martinez
Doutora Snia Fuertes Blanco
Doutor Nuno Tavares
Prof. Dr. Rene Batista
50
Os estudantes que estudam regularmente tero alta possibilidade de obter bons resultados
acadmicos.
Variveis
Estas e outras perguntas so indicadas pela varivel independente amostra, quando lhe
so aplicados os instrumentos, constituindo-se as respostas que a amostra d a estas
perguntas, como os dados ou a informao que sero processados para conhecer se eles
estudam correctamente e verificar ou confirmar a hiptese.
As variveis controladas como o seu nome indica serve para controlar determinados
aspectos que podem fugir ao controlo e actuar em forma negativa, afectando os resultados
da investigao. Exemplo de variveis que podem ser variveis controladas:
Prof. Dr. Ricardo Richards Mesa
Dra. Maria Elena Prez Martinez
Doutora Snia Fuertes Blanco
Doutor Nuno Tavares
Prof. Dr. Rene Batista
51
Sexo;
Idade;
Estatura;
Peso;
Categoria
Outras.
Exemplo: No caso da idade para estabelecer o controlo indicamos que a amostra estar
integrada por crianas do grupo etrio de 6 a 9 anos de idade.
Instrumentos de trabalho
Uma vez seleccionada a amostra, definem-se os instrumentos com as perguntas indicadas
pelas variveis tiradas da hiptese. Estas respostas da amostra constituem a informao
que se precisa para confirmar ou no a hiptese.
Os instrumentos so elaborados na primeira etapa do processo de investigao cientfica e
aplicam-se amostra na segunda etapa, que conhecida como Etapa de Execuo ou
Recolha da Informao.
Os instrumentos (meios especiais do conhecimento) utilizados no processo de investigao
cientfica so muito variados e criam-se segundo as caractersticas da investigao e da
amostra.
So instrumentos:
O que um inqurito?
Segundo Carmo e Ferreira (1998) um inqurito um processo em que se tenta descobrir
alguma coisa de forma sistemtica, o seja, inquirir, questionar, pedir informao da
realidade social para responder a um determinado problema.
Nas Cincias Sociais os inquritos mais utilizados so por Questionrio e por Entrevista.
O principal factor distintivo entre um inqurito por entrevista e um inqurito por questionrio
a presena ou ausncia do investigador no acto de recolha de dados.
Inqurito por questionrio
O questionrio o instrumento mais usado para o levantamento de informao. Consiste
num material impresso com um conjunto de perguntas que constituem um sistema que
devem ser respondidas por escrito. Distingue-se porque a sua aplicao exclui nalguns
casos, a relao de comunicao oral entre inquiridor (pesquisador) e inquirido
(informante). Cabe ao pesquisador elaborar o questionrio e ao informante preench-lo.
52
53
c. Aplicao do questionrio
O pesquisador pode aplicar o questionrio de duas formas: realiz-lo por contacto directo
ou envi-lo pelo correio.
Quando o pesquisador entrega os questionrios directamente para ser respondidos, pode
esclarecer as dvidas aos inquiridos. Pode ser aplicado pelos investigadores ou pessoas
designadas pelos mesmos, que no necessariamente so membros da equipa de
investigao. Neste ltimo caso, importante uma seleco e formao dos
entrevistadores.
Os questionrios respondidos pelo correio devem trazer todas as instrues e tem como
principal desvantagem a baixa taxa de devoluo.
d. Anlise dos resultados
Esta fase inclui, alm de outras operaes, a codificao das respostas, o apuramento e
tratamento estatstico da informao e a elaborao das concluses fundamentais a que o
inqurito tenha conduzido.
e. Apresentao dos resultados
Concretiza-se normalmente na redaco de um relatrio de inqurito.
Como fazer um questionrio?
Os questionrios apresentam duas partes fundamentais: a Introduo e os Blocos de
perguntas.
A introduo do questionrio muito importante porque dela depende o xito ou no dos
resultados obtidos.
Deve estar presente em toda introduo:
54
No ______
55
Qual? ______
Tambm podem ser de escolha mltipla encadeada, onde a segunda resposta dependa
da resposta primeira.
Prof. Dr. Ricardo Richards Mesa
Dra. Maria Elena Prez Martinez
Doutora Snia Fuertes Blanco
Doutor Nuno Tavares
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56
Ex.:
5. Voc participa nalgum projecto social?
_____ Sim
_____ No
De ordenao
De Likert
De VAS (Visual Analogue Scale)
De intensidade
Outras
57
S/R
Pr Teste do questionrio
Antes de administrar o questionrio, o investigador deve proceder a um pr-teste, a fim de:
Para tanto aplicado sobre uma pequena amostra da populao alvo ou semelhante
seguida de entrevista para localizar falhas.
58
1.1.1._______ Masculino
II.- Responda a cada item assinalando uma, e apenas uma X nas questes seguintes. As
opes so:
DF= Discordo Fortemente, D= Discordo, N= Neutro, C=Concordo, CF=Concordo Fortemente
DF
A minha chefia ajuda-me a perceber o que esperado de
mim
A minha chefia comunica de forma aberta e honesta
A minha chefia comunica os objectivos do nosso
departamento eficazmente
Acredito que minha remunerao e o meu desempenho
esto directamente ligados
Obtenho a formao de que necessito para efectuar um
trabalho eficiente
Prof. Dr. Ricardo Richards Mesa
Dra. Maria Elena Prez Martinez
Doutora Snia Fuertes Blanco
Doutor Nuno Tavares
Prof. Dr. Rene Batista
59
CF
60
61
O investigador deve analisar qual a que maior informao oferece para seu estudo.
Ex.: Conte-me como est a funcionar a empresa com o novo sistema de Gesto de
Recursos Humanos implementado. Eu sei que aproximadamente dois anos a empresa
contratou pessoal especializado para a elaborao e estabelecimento de um novo sistema
de Gesto de Recursos Humanos. Poderia, por favor, contar como est a funcionar a
empresa com o novo sistema implementado? (no fazer!)
Devem ser evitadas perguntas tendenciosas ou perguntas que sugere uma resposta
especfica;
Se o informante no sabe responder a uma pergunta, apresente vrias opes
diferentes para ele. Se voc tem interesse numa das opes, coloque-a no meio das
outras opes; ela no deve ser a primeira nem a ltima;
Deve ser realizada a escolha do entrevistado procurando seleccionar passos que
tenham conhecimento do tema pesquisado e segundo o objectivo proposto. Poder
ser personalizada, no caso de amostras intencionais (quando se procura inquirir
entrevistados qualificados ou fazer a escolha dos entrevistados dentro da populao
de forma aleatria). Pode ser individual ou em grupos, segundo os objectivos da
mesma;
Deve ter em conta a disponibilidade do entrevistado fazendo a marcao da
entrevista com antecedncia explicitando data, hora e durao provvel;
62
Exemplos de perguntas:
1)
2)
3)
4)
5)
b. Diante do entrevistado:
Estabelea uma relao amistosa explicando a finalidade da pesquisa, seu
objectivo, relevncia e ressaltar a necessidade de sua colaborao. Escolha
um lugar apropriado, quieto e sem interrupes; preciso obter e manter a
confiana durante a entrevista. Oferea garantia ao entrevistado de sigilo nas
informaes;
Saber escutar muito importante. A interferncia do entrevistador deve ser
mnima, este deve assumir uma postura de ouvinte e apenas em caso de
extrema necessidade, ou para evitar o termo precoce da entrevista, pode
interromper o discurso do informante;
importante em entrevistas pouco estruturadas, saber respeitar os silncios
que por vezes ocorrem no discurso do entrevistado, permitindo-lhe assim
reflectir sobre o que fala. Outras vezes o entrevistador utiliza o silncio
sensvel (ficar em silncio por 1 ou 2 segundos adicionais) que pode servir
para encorajar o informante a falar mais;
Em certas ocasies, repetir a ltima frase ou comentrio do informante serve
para estimular a conversa e /ou confirmar que o pesquisador entendeu a
mensagem do informante, s vezes com um tom de pergunta;
A formulao das perguntas deve ser feita de acordo com o tipo de
entrevista. Na primeira parte devem ser utilizadas perguntas de
aquecimento que contribuam a colocar ao entrevistado no tema de
conversao e que ajude a estabelecer um clima de confiana em pouco
tempo. Ex. Pode perguntar de seu trabalho, sua relao com o tema de
pesquisa, pode intercalar alguma anedota. Ao final de momento inicial, deve
ficar claro que se vai passar realizao das perguntas prprias do assunto
em estudo;
importante durante o decorrer da entrevista fazer perguntas de focagem
que encorajem o informante a falar mais: Ex: que mais? E a? Conte mais
detalhes, conte em detalhe o que aconteceu, etc. O objectivo fazer o
informante continuar detalhando o que ele estava falando ao invs de
encoraj-lo a mudar de tpico. Nessas circunstncias preciso manter o
controlo com diplomacia;
Por vezes o entrevistado precisa fazer perguntas melindrosas, as quais
devem ser posicionadas no fim da entrevista, momento em que existe um
maior clima de confiana e devem ser elaboradas cuidadosamente;
Diante do entrevistado no demonstre insegurana ou admirao excessiva
para que isto no venha a prejudicar a relao entre entrevistador e
entrevistado;
Seja objectivo, j que entrevistas muito longas podem se tornar cansativas
para o entrevistado.
63
c. Registo de respostas
As respostas, se possvel, devem ser anotadas no momento da entrevista, sem deixar que o
entrevistado fique esperando sua prxima pergunta, enquanto voc escreve. Tem que ser
feito de forma que no implique inibies ao inquirido. O registo das respostas deve ser feito
com as mesmas palavras utilizadas pelo entrevistado. Pode anotar gestos, atitudes e
inflexes da voz.
O uso do gravador um recurso til, mas deve ser permitido pelo entrevistado, j que pode
inibir seu desenvolvimento. Leve todo o material necessrio para fazer observaes sobre
as entrevista.
d. Trmino da entrevista
A entrevista deve terminar num ambiente de cordialidade, agradecendo o tempo
dispensado, para que o pesquisador, se necessrio, no futuro possa obter novos dados,
sem que o informante se oponha a isso. Pode ser feita alguma pergunta de confirmao, se
necessrio e pedir novos nomes de pessoas que possam tambm informar sobre a rea de
trabalho.
e. Relatrio
Uma vez realizada a entrevista o pesquisador deve transcrever e analisar as informaes
imediatamente aps a sua realizao.
Pr- Teste da entrevista
preciso realizar um pr-teste da entrevista com algum que poder fazer crticas e validar
a operacionalidade do instrumento antes de se encontrar com o entrevistado de sua
escolha.
Observao Cientfica
Este instrumento foi analisado no captulo III de mtodos cientficos.
A observao cientfica uma tcnica da recolha de dados que utiliza os rgos dos
sentidos na obteno de determinados aspectos da realidade de forma consciente,
sistemtica e objectiva.
No consiste apenas em ver e ouvir, mas tambm em examinar fatos que se deseja
estudar.
Este instrumento pode ser utilizado na pesquisa conjugada com outras tcnicas ou de forma
exclusiva de forma a permitir obter informao do objecto de investigao tal como este se
d na realidade.
O principal problema que a presena do pesquisador pode provocar alteraes no
comportamento dos observados, destruindo a espontaneidade dos mesmos e produzindo
resultados pouco confiveis.
No processo de observao esto presentes cinco elementos:
Prof. Dr. Ricardo Richards Mesa
Dra. Maria Elena Prez Martinez
Doutora Snia Fuertes Blanco
Doutor Nuno Tavares
Prof. Dr. Rene Batista
64
O objecto a observar;
O sujeito ou observador;
O ambiente que rodeia a observao;
Os meios de observao (telescpios, cmaras fotogrficas, microscpios,
cronmetros, cmaras de vdeo, bsculas, etc.);
O conhecimento que o observador possui do objecto a observar.
Caractersticas do observador
Para fazer uma boa observao importante que a pessoa faa treinos da ateno, de
forma de forma a poder aprofundar a capacidade de seleccionar informao do objecto a
observar atravs dos rgos dos sentidos.
Para qualquer investigador, este procedimento implica:
Um treino que propomos para ajudar a incrementar o nvel de ateno consiste em observar
uma vela acesa e fazer 15 observaes do fenmeno que est acontecer. Aconselha-se
fazer observaes no s com a vista como tambm com outros rgos como o tacto. Para
melhor descrio do fenmeno tente fazer tambm observaes quantitativas. Faa um
relatrio de todo o fenmeno observado.
65
Tipos de observao
Segundo Marconi e Lakatos (1999), a observao cientfica pode ser classificada de acordo
com diferentes critrios.
Segundo a participao do observador:
66
Bom
Razovel
Mau
Feita a observao, importante seu rpido registo sob pena de perder elementos valiosos.
Para alm do uso dos prprios guies de observao usual recorrer a um dirio de
pesquisa que um documento aberto em que o investigador vai registando por ordem
cronolgica os acontecimentos mais relevantes observados, e todas as outras informaes
teis a no esquecer.
O dirio de pesquisa pode ser sob suporte digitalizado ou papel.
O relatrio final da observao devera ser feito o mais cedo possvel.
Ficha de observao
Planear a observao significa estabelecer:
67
Exemplo:
Ficha de observao
Ttulo da observao:
Objecto da observao:
Objectivo da observao:
Nome dos observadores:
Data da observao:
Lugar da observao:
Hora de comeo e fim da observao:
Actividade
Bom
Razovel
Mau
68
vamos tirar os indivduos que formam parte da amostra. Devemos ser cuidadosos e manter
as caractersticas da amostra.
Alm disso, quando caracterizamos uma populao, estamos delimitando a mesma e
expressando valores da unidade de anlise que podem ser utilizados como variveis.
Na prtica, em grande nmero de pesquisas, os elementos de uma populao so
demasiado numerosos para serem estudados na sua totalidade, sendo necessrio
proceder-se seleco de uma parte ou subconjunto representativo da populao que se
denomina amostra, onde se aplicam os instrumentos para obter dados ou informao.
Os resultados obtidos do estudo da amostra so inferidos a toda a populao, pelo que
muito importante fazer uma seleco da amostra de tal maneira que seja representativa da
populao, para que os resultados possam cumprir com este fim.
No sentido de resguardar a cientificidade do estudo e das condies para a comprovao
da hiptese necessrio que a amostra seja representativa do universo. A
representatividade da amostra est relacionada com o plano ou regra de seleco definidos
para a escolha dos elementos e com a proporo de elementos seleccionados em relao
ao universo.
Algumas indagaes fundamentais devem ser respondidas no sentido de garantir a
representatividade:
A resposta pergunta Quantos indivduos devem formar parte da amostra? difcil. Se ela
for muito pequena os resultados da pesquisa no podero ser generalizados a toda a
populao.
Geralmente, para pesquisas descritivas uma amostra que represente 10% da populao
adequada, j que a percentagem de erro situa-se volta dos 3 ou 4%. Se a populao
pequena ser necessria uma percentagem maior. Existem tcnicas estatsticas precisas
que determinam o tamanho da amostra.
A seleco da amostra realiza-se utilizando diferentes tcnicas de amostragem. Existem
dois grandes tipos de tcnicas: a probabilstica e a no probabilstica.
Quando aplicamos uma tcnica probabilstica, damos a todos os indivduos da populao a
mesmas possibilidades de estarem presentes na amostra. So seleccionados
aleatoriamente ou ao acaso.
Para operacionalizar esse princpio necessrio, em primeiro lugar, relacionar todos os
elementos que formam a populao, de tal maneira que, por determinado procedimento, se
possa seleccionar ao acaso qualquer elemento para a constituio da amostra. Pode-se
usar desde o simples sorteio s tabelas de nmeros aleatrios, criadas cientificamente e
que aparecem em qualquer livro de estatstica.
69
Existem diversos tipos de tcnicas probabilsticas, delas s vamos a estudar duas Aleatria Simples e a Aleatria Simples Estratificada.
A amostragem aleatria simples a forma bsica da amostra probabilstica o seja, d a
cada integrante da populao a mesma probabilidade de ser includo na amostra.
O exemplo a seguir foi retirado do livro de Carmo e Ferreira (1998).
Suponha que:
i.
ii.
iii.
iv.
99116
15696
97720
11666
71628
40501
22005
f.
70
Exemplo:
A populao constituda por estudantes da Universidade Gregrio Semedo dos cursos de
GCM, GRH e OGE. Considerou-se que as variveis sexo e curso tinham incidncia na
pesquisa a ser feita, pelo que oportuno constiturem-se estratos em relao a cada uma
dessas variveis.
Populao da UGS
Sexo feminino
Sexo masculino
Total
GCM
170
150
320
GRH
220
160
380
OGE
140
130
270
Total
530
440
970
GRH
44
32
76
OGE
28
26
54
Total
106
88
194
Sexo feminino
Sexo masculino
Total
GCM
34
30
64
Trabalho individual
1.- Anlise o seguinte pargrafo: A riqueza de um pas no se mede somente pelo seu PIB
e pela produo de riqueza material, tpica das sociedades industriais, mas tambm pelo
seu potencial de produo cientfica e pelo manancial dos seus cientistas
2.- Interpreta o seguinte esquema:
71
ICT
FICHA
INVESTIGADOR
FICHEIRO DO
INVESTIGADOR
3.- De uma fonte bibliogrfica seleccionada pelo estudante, elabore uma ficha bibliogrfica,
de resumo e de citao.
4.- A partir do tema seleccionado por voc:
a.- Formule um ttulo para seu trabalho
b.- Formule um objectivo geral
c.- Formule o problema
d.- Formule a hipteses
e.- Determine as variveis dependentes e independentes
5.- Elabore um questionrio misto, uma entrevista semi-estruturada e uma ficha de
observao do tema de trabalho seleccionado pelo estudante.
72