Aula 1 Princípios de Toxicologia

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TOXICOLOGIA

FUNDAMENTOS

Noelson
Noelson Magno
Magno

CONCEITOS FUNDAMENTAIS

TOXICOLOGIA
Cincia que estuda os efeitos nocivos das substncias
nos organismos com o objetivo de previnir, diagnosticar
e tratar a intoxicao.

CONCEITOS FUNDAMENTAIS
INTOXICAO
o desequilbrio orgnico, a quebra da homeostasia,
ocasionados pela interao de um agente txico e o
sistema biolgico, que est em quantidade suficiente para
chegar no stio de ao e provocar um dano maior que a
capacidade de reparao do organismo.
Processo patolgico causado por substncias endgenas
ou exgenas, caracterizado pelas alteraes bioqumicas
e evidenciadas por sinais e sintomas ou investigao
laboratorial.

Droga - matria prima de origem mineral, vegetal


ou animal que contm um ou mais frmacos, cuja
administrao modifica as funes biolgicas e a
estrutura do organismo
Medicamento- frmaco com indicao teraputica
RDC 84, 19/03/2002 - produto farmacutico,
tecnicamente obtido ou elaborado, com
finalidade profiltica, curativa, paliativa ou com
fins de diagnstico. uma forma farmacutica
terminada que contm o frmaco, geralmente
em associaes com adjuvantes
farmacotcnicos (especialidade farmacutica)

Droga/ Frmaco/ Medicamento de abuso


Qualquer substncia qumica ou mistura de substncias,
distintas das necessrias em condies normais para a
conservao da sade, pode ser usada para tratar ou
aliviar enfermidades ou com propsitos no teraputicos
(uso indevido);
So substncias psicoativas que modificam o estado
de nimo, o entendimento e o comportamento;
Originam fenmenos de tolerncia, comportamento de
busca, neuroadaptao e generalizao da resposta;
So substncias que induzem a auto-administrao, tem
a propriedade de causar intensos efeitos de reforo e
provocam efeitos prejudiciais sade ou funo social.

CONCEITOS FUNDAMENTAIS
TOXICANTE
Substncia capaz de provocar dano a um sistema biolgico
por alteraes de suas funes normais.

XENOBI
TICOS
XENOBITICOS
Compostos ou substncias qumicas que no sejam
componentes naturais do organismo, aos quais, entretanto
est exposto.
Exemplos:

Naturais
Antropognicos

CONCEITOS FUNDAMENTAIS
DOSE
Teraputica: Quantidade de frmaco ou de medicamento
que se prescreve para ser administrado de uma s vez ou
durante um perodo determinado visando um determinado
efeito.
Toxicologia: Quantidade de substncia ou xenobitico
que penetra no organismo por unidade de peso corporal.
Expresso: massa de substncia / peso corporal

EFEITO T
XICO
TXICO
Resultado indesejado ou nocivo que decorre da ao de
um agente fsico ou qumico sobre um sistema biolgico.

CONCEITOS FUNDAMENTAIS
TOXICIDADE
Capacidade de uma substncia qumica de causar efeito txico
em um organismo exposto
Efeito nocivo produzido no organismo por uma substncia
qumica, que proporcional dose, tempo de exposio e
susceptibilidade do organismo

TOLERNCIA
Capacidade de um organismo vivo suportar sem dano aparente os
efeitos de agentes aos quais est exposto.
Estado adaptativo caracterizado pela diminuio dos efeitos de
uma substncia no organismo, para uma mesma dose, em funo da
exposio continuada.

CONCEITOS FUNDAMENTAIS
LIMITE DE TOLERNCIA
Concentrao mxima de um agente que no deve ser ultrapassada.
Condio tal que, se ultrapassada, a intoxicao iminente.

LATNCIA DE EFEITO
Perodo compreendido entre o momento da exposio ao agente e o
aparecimento dos primeiros efeitos (sinais e sintomas) observveis.

IDIOSSINCRASIA
Hipersensibilidade inata e individual frente a um agente endgeno
ou exgeno determinada geneticamente.

EFEITO T
XICO IDIOSSINCR
TICO
TXICO
IDIOSSINCRTICO
Resultado indesejvel ou nocivo que decorre de uma resposta
anormal do organismo quando exposto e condicionado por
determinantes genticos.

TOLERNCIA
Diminuio da intensidade do efeito de um
frmaco no organismo, aps exposies prvias.
Consiste de um deslocamento para a direita da
curva de relao dose-efeito.
TOLERNCIA METAB
LICA
METABLICA
TOLERNCIA FARMACODINMICA
TOLERNCIA CRUZADA
TAQUIFILAXIA
TOLERNCIA REVERSA
(Sensibiliza
o / Kindling farmacol
gico)
(Sensibilizao
farmacolgico)

EFEITO REBOTE
NEUROADAPTA
O
NEUROADAPTAO
ABUSO
Uso de uma droga ou frmaco por auto-administrao, fora
dos padres mdicos ou scio-culturais.
- Uso no mdico
- Uso compulsivo
Moreau, 1996

DEPENDNCIA
DEPENDNCIA F
SICA
FSICA
DEPENDNCIA PS
QUICA
PSQUICA

FARMACODEPENDNCIA
-Dependence / Addiction
Dependence: padro de uso relacionado a
prejuzos associados ao comportamento de busca,
sndrome de abstinncia e tolerncia aos efeitos.
addiction: estado psicopatolgico relacionado ao
consumo .
Altman e cols., 1996
Sndrome (doena) scio-psico-biolgica
manifestada por uma alterao comportamental
onde o comportamento de busca prioritrio
sobre todos os outros.
OMS, 1981

DEPENDNCIA F
SICA
FSICA
Estado no qual o frmaco produz sensao de
satisfao e h compulso ao uso contnuo e
peridico.

DEPENDNCIA PS
QUICA
PSQUICA
Dependncia fsica - estado no qual h
adaptao do tecido e que se manifesta pelo
aparecimento de transtornos fsicos intensos
quando se interrompe o uso do frmaco.
OMS, 1973

CLASSIFICAO DA INTOXICAO
Intoxicao aguda (a curto prazo): consiste no
aparecimento de um quadro clnico patolgico, s vezes
severo, decorrente de exposio nica ou mltiplas, num
perodo no superior a 24h.
Intoxicao sub-aguda: exposies freqentes ou repetidas
num perodo de vrios dias ou semanas at que os sintomas
apaream.

Intoxicao crnica (a longo prazo): exposies freqentes ou


repetidas (geralmente baixas doses), durante um longo perodo de
tempo.
Manifestaes dos sinais clnicos: Acmulo do Txico ou Adio de
Efeitos

AVALIAO DA TOXICIDADE
Concentrao letal 50 (CL50) ou efetiva 50 (CE50)

Avaliao dose-resposta
- o processo de vincular, quantitativamente, a
informao da toxicidade e a caracterizao da relao
entre a dose do toxicante administrada ou recebida e a
incidncia do efeito adverso sade na populao
exposta

ESTUDO DAS RELAES DOSE-EFEITO E


DOSE-RESPOSTA
Doseefeito*
Relao entre dose e magnitude de um efeito
biolgico

Doseresposta**
Relao entre dose e a proporo de membros
de uma populao que apresenta resposta
especfica
* DOSE/CONCENTRAO-EFEITO
**DOSE/CONCENTRAO-RESPOSTA

Estudos de Toxicidade Aguda


Visam demonstrar a ocorrncia do efeito adverso num
curto perodo (de acordo com procedimentos protocolares)
Administrao de uma nica dose ou exposies
mltiplas em 24 horas
Considera-se o aparecimento de efeito num perodo de
at 14 dias

Estudos de Toxicidade Aguda


DOSE LETAL 50 (DL50
50)
Dose, obtida estatisticamente, em g/kg, de uma determinada
substncia necessria para matar 50% de uma populao de animais.
Geralmente as provas baseiam-se na verificao do evento
letal nas 24 horas aps a administrao e no
acompanhamento dos sobreviventes durante 7 dias

Embora o efeito mais comumente referido seja a


mortalidade, a avaliao da toxicidade de uma substncia
no est limitada dose letal (ex: aumento da presso).

MEDIDAS DE SEGURANA DE FRMACOS


DETERMINANTES DE TOXICIDADE
TESTE EM ANIMAIS

DL50
Conceito: Dose letal para 50% dos indivduos de um grupo
(Vrias doses para cobertura da letalidade de 0 a 100%)
LIMITAES:
Toxicidade subletal
Variao interespcie
Toxicidade
Reaes idiossincrsicas

NDICE TERAPUTICO = DL50/DE50

ndice teraputico = Dose mxima no-txica : Dose mnima eficaz

LIMITAES:
Mesmas da DL50
Dificuldades de definio da eficcia devido s medidas arbitrrias.
Idiossincrasias e variao individual.

RELAO DOSE-RESPOSTA

A) curva de distribuio (ou frequncia)


da resposta
B) curva de resposta acumulativa: curva
dose-resposta

FASES DA INTOXICAO
FASE DE EXPOSIO
Fase de contato das superfcies externas ou internas do organismo
com o toxicante (depende da via de introduo, da freqncia e
durao da exposio, da dose ou concentrao do xenobitico,
das propriedades fsico-qumicas do agente e de fatores
relacionados suscetibilidade individual).

FASE DE TOXICOCINTICA
inclui os processos envolvidos desde a disponibilidade qumica at
a concentrao do toxicante nos rgos-alvo (absoro,
distribuio, armazenamento, biotransformao e eliminao das
substncias inalteradas e/ou metablicos).

FASES DA INTOXICAO
FASE DE TOXICODINMICA
Compreende os mecanismos de interao entre o toxicante e os
stios de ao do organismo assim como o aparecimento dos
efeitos nocivos decorrentes da ao txica.

FASE CLNICA
H evidncias de sinais e sintomas ou alteraes detectveis por
provas diagnsticas que caracterizam os efeitos deletrios
causados ao organismo.

Estudos de Toxicidade Aguda


AGENTE

ANIMAL

VIA

DL50 (mg/Kg)

lcool etlico

VO

10.000

Cloreto de sdio

IP

4.000

Sulfato ferroso

VO

1.500

Morfina

VO

900

Fenobarbital

VO

150

Picrotoxina

SC

Esticnina

IP

Nicotina

IV

d-Tubocurarina

IV

0,5

Tetrododoxina

IV

0,1

Dioxina (TCDBD)

cobaia

IV

0,001

Toxina botulnica

IV

0,00001

IP = Intraperitoneal; IV = Intravenosa; SC = Subcutnea; VO = Via Oral


R = Rato; C = Camundongo
Fonte: Loomis, 1996.

CLASSIFICA
O PARA SUBSTNCIAS QU
MICAS
CLASSIFICAO
QUMICAS
EM CATEGORIAS DE TOXICIDADE

Extremamente
txica

Altamente
txica

Moderadamente
txica

Levemente
txica

100 g/Kg 1 mg/Kg 10 mg/Kg 100 mg/Kg

1 g/kg

Praticamente
no txica

10 g/Kg

Relativamente
atxica

100 g/Kg

Classificao com base nas provveis DL50


para o homem segundo Hodge e Stern (1944).

A MANIFESTAO DA TOXICIDADE DE
SUBSTNCIA
QUMICA
DEPENDE
CARACTERSTICAS DA EXPOSIO

UMA
DAS

PROPRIEDADES FSICO-QUMICAS DA SUBSTNCIA


MAGNITUDE DE EXPOSIO
DURAO DA EXPOSIO
FREQNCIA DA EXPOSIO
VIA DE INTRODUO
DIFERENAS INTERESPECFICAS DE SUSCETIBILIDADE
Esses parmetros determinam a disponibilidade qumica da
substncia

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