Anais V Ra Ibnec I Connec

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DIRETORIA DO IBNeC

Presidente: J. Landeira-Fernandez (PUC-Rio e UNESA)


Vice-Presidente: Dora Fix Ventura (USP)
Diretor Secretrio: Alcyr Alves de Oliveira (UFCSPA)
Diretora Tesoureira: Izabel Hazin (UFRN)
HOMENAGEADO
Prof. Dr. Ivan Izquierdo (PUC-RS)
PRESIDENTES DA REUNIO
Prof. Dr. Natanael Antnio dos Santos- V RA do IBNeC
Prof. Dr. Antnio Pereira- I CONNEC
COMISSO ORGANIZADORA
Prof. Dr. Daniel Mograbi (PUC-Rio / KCL)
Prof. Dr. Antnio Pereira (UFRN)
Prof. Dr. Heloisa Veiga D. Alves (PUC-Rio)
Prof. Dr. Izabel Hazin (UFRN)
Prof. Dr. J. Landeira Fernandez (PUC-Rio e UNESA)
Dbora Koshiyama (UFRN)
Maria Clara Veloso (IBNeC)
Yana F. Ribas (IBNeC)
Bernardo Lazaro (IBNeC)
Nathallia Picon (IBNeC)
Raquel Odilon (IBNeC)
COMIT CIENTFICO
Prof. Dr. Alcyr Alves de Oliveira (UFCSPA)
Prof. Dr. Antnio Pedro de Mello Cruz (UnB)
Prof. Dr. Daniel Mograbi (PUC-Rio / KCL)
Prof. Dr. Dora Ventura (USP)
Prof. Dr. Helenice Charchat (PUC-Rio)
Prof. Dr. Izabel Hazin (UFRN)
Prof. Dr. J. Landeira Fernandez (PUC-Rio e UNESA)
Prof. Dr. Rochele Paz Fonseca (PUC-RS)
Prof. Dr. Rosa Maria Martins de Almeida (UFRS)
Prof. Dr. Rosinda Martins Oliveira (UFRJ)
Prof. Dr. Srgio Fukusima (USP-RP)
LOCAL DO EVENTO:
Hotel Tropical Tamba
Av. Almirante Tamandare, 229, Tamba
Joo Pessoa, PB
CEP: 58039-010

Programa Cientfico
V Reunio Anual do IBNeC
02 a 04 de Outubro de 2014
Hotel Tropical Tamba
DIA 02/10/2014 - QUINTA-FEIRA
08:00 - 17:00 - CREDENCIAMENTO
SECRETARIA
09:00 - 17:00 - NEUROBRIGHT
AUDITRIO SRGIO BERNARDES
Olimpada em neuropsicologia e neurocincia comportamental
09:00 - 17:00 - CERTIFICAO EM NEUROPSICOLOGIA CLNICA
SALO JACUAM
Prova escrita
09:00 - 12:00 / 14:00 - 17:00 - CURSOS PR-REUNIO - DURAO DE 06 HORAS
SALO CABEDELO
HELENICE CHARCHART (PUC-RIO)
Novas tecnologias na avaliao e reabilitao neuropsicolgica
SALO LUCENA
GUSTAVO GAUER (UFRGS)
Tomada de deciso: da teoria ao laboratrio
SALO MANAIRA
LUIS ANUNCIAO (PUC-RIO)
Mtodos quantitativos e avaliao psicolgica
09:00 - 12:00 - CURSOS PR-REUNIO - DURAO DE 03 HRS
( permitido participar de um curso pela manh e outro pela tarde, totalizando assim 6 horas em dois cursos)

SALO CABO BRANCO I


MARIO JURUENA (USP-RP)
Psiconeuroendocrinologia: do estresse precoce depresso bipolar
SALO CABO BRANCO II
JOS APARECIDO DA SILVA (USP-RP)
Inteligncia gentica x ambiente

14:00 - 17:00 - CURSOS PR-REUNIO - DURAO DE 03 HRS


( permitido participar de um curso pela manh e outro pela tarde, totalizando assim 6 horas em dois cursos)

SALO CABO BRANCO I


ROSA MARIA MARTINS DE ALMEIDA (UFRGS)
Crebro, comportamento e emoo
SALO CABO BRANCO II
NICOLLE ZIMMERMANN (UFRJ)
Instrumento de avaliao neuropsicolgica breve neupsilin: curso de aplicao,
correo e levantamento
18:00 - 18:30 - ABERTURA
AUDITRIO SRGIO BERNARDES
NATANAEL ANTNIO DOS SANTOS (UFPB) - Presidente da V RA do IBNeC
ANTONIO PEREIRA (UFRN) - Presidente do I CONNEC
J. LANDEIRA-FERNANDEZ (PUC-RIO), DORA VENTURA (USP), ALCYR ALVES
DE OLIVEIRA (FSCSP) E IZABEL HAZIN (UFRN) - Diretoria do IBNeC
RICARDO GORAYEB (USP-BR)- Presidente da Sociedade Brasileira de Psicologia
WILLIAM GOMES (UFGRS)- Presidente da VI RA do IBNeC- Gramado,RS-2015
NAYARA ARGOLO (UFBA)- Presidente do II IBNequinho- Salvador, BA- 2015
REPRESENTANTE DA UFPB/PPGNEC
REPRESENTANTE DA UFRN/INSTITUTO DO CERBRO
18:30 - 19:30 - CONFERNCIA DE ABERTURA
AUDITRIO SRGIO BERNARDES
IVAN IZQUIERDO (PUC-RS)
Consolidao da memria
19:30 - 20:20 - HOMENAGEM
AUDITRIO SRGIO BERNARDES
JOCIANE DE CARVALHO MYSKIW (PUC-RS)
Homenagem a Ivan Izquierdo (PUC-RS)
20:30 - 21:30 - COQUETEL DE CONFRATERNIZAO
SALO PARABA

DIA 03/10/2014 - SEXTA-FEIRA


9:00 - 17:00 - CERTIFICAO EM NEUROPSICOLOGIA CLNICA
SALO JACUAM
Discusso de caso clnico
09:00 - 10:00 - CONFERNCIAS
AUDITRIO SRGIO BERNARDES
WILLIAM GOMES (UFRGS)
Possibilidades e limites da perspectiva de primeira pessoa em estudos neurocognitivos
SALO CABEDELO
DANIEL MOGRABI (PUC-RIO)
Anosognosia e reabilitao neuropsicolgica
SALO LUCENA
MARCUS LIRA BRANDO (USP-RP)
Modulao de resposta ao medo por mecanismos dopaminrgicos
SALO MANAIRA
BERNARDINO FERNANDEZ CALVO (UFPB)
Os testes cognitivos no processo diagnstico da demncia
SALO CABO BRANCO I
DANILO ASSIS PEREIRA (IBNEURO)
Metodologia de caso clnico em neuropsicologia clnica
SALO CABO BRANCO II
LIANA C. MENDES-SANTOS (PUC-RIO)
Neuropsicologia, percepo e artes
10:00 - 10:30 - COFFEE BREAK
SALO PARABA
10:30 - 12:30 - SIMPSIO, SESSES CLNICAS E MESAS REDONDAS
AUDITRIO SRGIO BERNARDES
Simpsio: Cognio implcita
ERICK CONDE (UFPE)
JOS NEANDER SILVA ABREU (UFBA)
ANTNIO PEREIRA (UFRN/INSTITUTO DO CREBRO)
SALO CABEDELO
Discusso de caso clnico
CASO 01- ANGLICA BUENO MEDEIROS
Impacto do transtorno de ansiedade na infncia sobre a avaliao neuropsicolgica
CASO 02- LIANA C. MENDES-SANTOS
avaliao da ateno e memria de trabalho em jovem universitria com histria
clnica de depresso
DEBATEDORA- MONICA MIRANDA (UNIFESP)

SALO LUCENA
Discusso de caso clnico
CASO 01 - LUCIANA MELLO DI BENEDETTO, ANDR LUIZ SOUSA, LAS
LOPES DE FREITAS, FERNANDA DO NASCIMENTO PADILHA, ORLANDO
BUENO, BRUNA DE OLIVEIRA JULIO, SARAH CUEVA C. S. DE ARAUJO E
CLUDIA BERLIM DE MELLO
Aspectos neuropsicolgicos de uma criana com polissomia do cromossomo X
CASO 02- GILMARA DE LUCENA LEITE
Leso do lobo frontoparietal esquerdo na infncia: estudo de caso de tumor
(astrocitoma grau I)
DEBATEDORA: IZABEL HAZIN (UFRN)
SALO MANARA
Mesa redonda: Percepes e transtornos mentais
ALINE MENDES LACERDA (ESUDA)
Percepo visual em pacientes com depresso maior
MARIA LCIA DE BUSTAMENTE SIMAS (UFPE)
Alterao na organizao sensrio perceptual na esquizofrenia e depresso
RENATA M. T. B. LYRA NOGUEIRA (UFPE)
Processamento visual em pacientes esquizofrnicos
SALO CABO BRANCO I
Mesa redonda: modelos animais para o estudo da circuitaria neural da memria
JOCIANE MYSKIW (PUC-RS)
Participao do hipocampo na memria
FLVIO FREITAS BARBOSA (UFPB)
Circuitos neurais envolvidos na memria episdica em modelos animais
SALO CABO BRANCO II
Mesa redonda: Percepo musical
JANDILSON AVELINO DA SILVA (UFPB)
Diferenas de percepo musical entre homens e mulheres
JOS LINO DE OLIVEIRA BUENO (USP-RP)
Emoes, escuta musical e percepo de tempo
12:30 - 14:00 - ALMOO
14:00 - 16:00 - SIMPSIO, SESSES CLNICAS E MESAS REDONDAS
AUDITRIO SRGIO BERNARDES
Simpsio: Neurocincias e educao
ANTNIO PEREIRA (UFRN/INSTITUTO DO CREBRO)
LIA BEVILACQUA (UFRN/INSTITUTO DO CREBRO)
DOMINGOS DINIZ (UFPA)
ANA KARLA AMORIM (UFPA)

SALO CABEDELO
Discusso de caso clnico
CASO 01- ANA LARA SOARES BLUM E DENISE GRECCA
Perfil neuropsicolgico de paciente com doena de Parkinson com depresso
CASO 02- EDUARDA NAIDEL
O impacto da avaliao neuropsicolgica na caracterizao clnica da doena de
Huntington: importncia para o estabelecimento de critrios para percia mdica e
aposentadoria
DEBATEDORA- ROSINDA OLIVEIRA (UFRJ)
SALO LUCENA
Discusso de caso clnico
CASO 01- RICARDO A. U. TOSCANO, JAYANA RAMALHO VENTURA
Avaliao e reabilitao neuropsicolgica de um adulto vtima de um traumatismo
crnio-enceflico
CASO 02- SILVIA C. DE FREITAS FELDBERG, FLVIA HELOSA DOS SANTOS,
CLUDIA BERLIM DE MELLO E ORLANDO BUENO
Avaliao da cognio numrica no contexto neuropsicolgico: uma discusso a partir
de um caso de paralisia cerebral
CASO 03- IASMIN ANDRADE GABRIG, ROSINDA MARTINS OLIVEIRA E ANA
CLUDIA BECATTINI DE OLIVEIRA
Tecnologia de converso de texto em voz na reabilitao cognitiva: aplicabilidade
clnica
DEBATEDOR- JOS NEANDER SILVA ABREU (UFBA)
SALO MANARA
Mesa redonda: Leses cerebrais na infncia: especificaes e modelos de interveno
IZABEL HAZIN (UFRN)
Avaliao e interveno neuropsicolgicas de crianas com tumores cerebrais
NAYARA ARGOLO (UFBA)
Avaliao neuropsicolgica em pacientes com doena falciforme
CLAUDIA BERLIM (UNIFESP)
Modelos de interveno em crianas com leses cerebrais
SALO CABO BRANCO I
Mesa redonda: Aprendizagem simblica em animais e bebs humanos
GERSON APARECIDO YUKIO TOMANARI (USP)
Evidncias recentes de comportamento simblico em ANIMAIS
MARIA STELLA COUTINHO DE ALCANTARA GIL (UFSCAR)
Requisitos da aprendizagem simblica: o ensino de discriminao simples para bebs

SALO CABO BRANCO II


Simpsio: Fatores cotidianos que interferem na memria operacional e funes
executivas: modelos, cronobiologia, cafena e glicemia
SABINE POMPEIA (UNIFESP)
GIULIANO EMERENCIANO GINANI (UNIFESP)
JULIANA LANINI MARIANO (UNIFESP)
16:00 - 17:30 - APRESENTAO DE PAINIS E COFFEE BREAK
SALO PARABA
17:30 - 18:30 - CONFERNCIAS
AUDITRIO SRGIO BERNARDES
Reunio de pesquisadores da Regio Nordeste
SALO CABEDELO - FABIOLA DA SILVA ALBUQUERQUE (UFPB)
Bases biolgicas da cognio: a mente como parte do corpo
SALO LUCENA
ROCHELE PAZ FONSECA (PUC-RS)
Programas de Re(h)abilitao de componentes executivos e comunicativos em crianas
e adultos
SALO MANARA
OLAVO GALVO (UFPA)
Um modelo experimental animal de comportamento cognitivo disponibilizado para
avaliao de atividade cortical
SALO CABO BRANCO I
ROSA MARIA MARTINS DE ALMEIDA (UFRGS)
Funes executivas, impulsividade e controle inibitrio
SALO CABO BRANCO II
LUCIENE ROCINHOLI (UFRRJ)
Avaliao neuropsicolgica em bebs

DIA 04/10/2014 - SBADO


09:00 - 17:00 - CERTIFICAO EM NEUROPSICOLOGIA CLNICA
SALO JACUAM
Discusso de caso clnico
09:00 - 10:00 - CONFERNCIAS
AUDITRIO SRGIO BERNARDES
ALCYR ALVES DE OLIVEIRA (FSCSP)
Transplantes neurais
SALO CABEDELO
NAYARA SILVA ARGOLLO VIERA (UFBA)
Neuropsicologia infantil
SALO LUCENA
JOS APARECIDO DA SILVA (USP-RP)
O valor econmico da inteligncia
SALO MANARA
RICARDO JORGE MENEZES DE LUCENA (UFPB)
Sade mental e dependncia qumica
SALO CABO BRANCO I
MARIA MARTHA COSTA HBNER (USP)
Estudo em comportamento verbal na anlise do comportamento: avanos e polmicas
SALO CABO BRANCO II
FERNANDO CRDENAS (UNIANDES)
Enriquecimento ambiental: efeitos positivos e negativos sobre o comportamento
normal em ratos
10:00 - 10:30 - COFFEE BREAK
SALO PARABA
10:30 - 12:30 - SIMPSIO, SESSES CLNICAS E MESAS REDONDAS
AUDITRIO SRGIO BERNARDES
Simpsio: Contribuies da psicologia evolucionista para a compreenso dos processos
bsicos
MARIA EMILIA YAMAMOTO (UFRN)
FIVIA LOPES (UFRN)
ANGELA DONATO OLIVA (UFRJ)
SALO CABEDELO
Discusso de caso clnico
CASO 01- PRISCILA DO NASCIMENTO MARQUES
A importncia da avaliao neuropsicolgica na identificao de um caso de deficincia
intelectual
CASO 02 - CAMILA ASSIS
Diagnstico diferencial de depresso e demncia no envelhecimento

DEBATEDORA- CLAUDIA BERLIM (UNIFESP)


SALO LUCENA
Discusso de caso clnico: Apoio escolar domiciliar coordenado com reabilitao
neuropsicolgica em dificuldades de aprendizagem: facilitao do transfer? A
discusso de dois casos
CASO 01- ANDREZA MORAIS E EDUARDA PEANHA
Reabilitao neuropsicolgica, com apoio escolar, de criana com rebaixamento da
memria de trabalho associada a DEL
CASO 02- ANA ELENA VEDOVELI
Reabilitao neuropsicolgica de criana com atraso no desenvolvimento das funes
executivas, coordenada com apoio escolar
DEBATEDORA- ROSINDA OLIVEIRA (UFRJ)
SALO MANARA
Mesa redonda: Avaliao infantil:
desenvolvimento
ELAINE CRISTINA ZACHI (USP)
Neuropsicologia do autismo

interseces

entre

neuropsicologia

ROSANI ANTUNES TEIXEIRA (USP)


Neuropsicologia do TDAH
DANIELA TSUBOTA ROQUE (USP)
Avaliao neuropsicolgica precoce e suas possveis intervenes
SALO CABO BRANCO I
Mesa redonda: Efeitos teraputicos de produtos naturais
LIANA CLBIA SOARES LIMA DE MORAES (UFPB)
Sistema nervoso central: pesquisa com os alimentos tanto em estudos clnicos e prclnicos
REINALDO NBREGA DE ALMEIDA (UFPB)
Estudo pr-clnico para avaliar a atividade ansioltica
SALO CABO BRANCO II
Mesa redonda: pesquisas em formao de professores da rede pblica de ensino: a
experincia de trs estados brasileiros
MONICA MIRANDA (UNIFESP)
Programa de formao em desenvolvimento cognitivo, com base nas neurocincias,
para professores da educao infantil
IZABEL HAZIN (UFRN)
Ampliando o dilogo entre neuropsicologia e educao: a experincia do LAPEN-RN
ROCHELE PAZ FONSECA (UFRGS)
Capacitao de educadores gachos sobre neuropsicologia das funes executivas:
prevenindo dificuldades de aprendizagem

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12:30 - 14:00 - INTERVALO PARA O ALMOO


14:00 - 16:00 - SIMPSIO, SESSO CLNICA E MESAS REDONDAS
AUDITRIO SRGIO BERNARDES
Simpsio: Recursos naturais: potencialidades e desafios
ANDERSON HERCULANO (UFPA)
CARLOMAGNO OLIVEIRA (UFPA)
MAXWELL SANTANA (UFPA)
Nota: Nesse simpsio JULIO AMRICO PINTO NETO (UFPB) dar um testemunho sobre o
uso do canabidiol sobre a epilepsia refratria (de difcil controle)

SALO CABEDELO
Discusso de caso clnico
CASO 01- PRISCILA DO NASCIMENTO MARQUES E IZABEL SOUZA
Auto-eficcia e desempenho cognitivo: conjugando psicoterapia e reabilitao
neuropsicolgica em um caso de dificuldade de aprendizagem
CASO 02- EDUARDA PEANHA T. MOURA E GABRIELA I. S. CESRIO DE
MELLO
Reabilitao neuropsicolgica do funcionamento executivo e da ateno para melhorar
o desempenho acadmico
DEBATEDORA- ROCHELE PAZ FONSECA (PUC-RS)
SALO LUCENA
Mesa redonda: Ansiedade e seus impactos na comunicao e aprendizagem
ANNA ALICE FIGUEIREDO DE ALMEIDA (UFPB)
Ansiedade e Comunicao
CARLA ALEXANDRA DA SILA MOITA MINERVINO (UFPB)
Ansiedade e desempenho escolar
MARINE RAQUEL DINIZ ROCA (UFPB)
Ansiedade e Zumbido
SALO MANARA
Mesa Redonda: Intervenes em grupo na perspectiva cognitivo-comportamental:
experincias nos contextos da clnica-escola e hospitalar
NEUCIANE GOMES DA SILVA (UFRN)
O tratamento cognitivo comportamental em grupo com ansiosos sociais no contexto de
uma clnica-escola
SUELY SANTANA (UNICAP)
De Psi para Psi... relaxando e psicoeducando entre pares: relato de uma experincia
LEOPOLDO NELSON FERNANDES BARBOSA (FPS)
Interface entre avaliao neuropsicolgica e a terapia cognitivo-comportamental com
crianas
SALO CABO BANCO I
Mesa redonda: Investigaes sobre expresses faciais de emoes
NELSON TORRO ALVES (UFPB)

11

Assimetria cerebral na percepo de expresses faciais


SRGIO FUKUSIMA (USP-RP)
Percepo de expresses faciais de emoes
MELYSSA K. CAVALCANTI GALDINO (UFPB)
Expresses faciais de emoes no contexto clnico: da interpretao ressignificao
em terapia cognitivo-comportamental
SALO CABO BRANCO II
Simpsio: A certificao em neuropsicologia clnica
JEFFERSON DE SOUZA BERNARDES (Conselho Federal de Psicologia)
RICARDO GORAYEB (Presidente da Sociedade Brasileira de Psicologia)
ROSINDA OLIVEIRA (UFRJ)
16:00 - 17:30 - APRESENTAO DE PAINIS E COFFE BREAK
SALO PARABA
17:30 - 18:30 - CONFERNCIAS
AUDITRIO SRGIO BERNARDES
VALDINEY VELOSO GOUVEIA (UFPB)
Teoria funcionalista dos valores humanos: evidncias genticas e neurolgicas
SALO CABEDELO
LISIANE BIZARRO ARAJO (UFRGS)
Comportamento de fumar
SALO LUCENA - ERICK CONDE (UFPE)
Neuropsicologia, esportes, sade e sociedade
SALO MANARA
CCERO FRANCISCO BEZERRA FELIPE (UFPB)
Efeito neuroprotetor da peprina em camundongos submetidos convulso induzida
por pilocarpina
SALO CABO BRANCO I
TNIA MARIA NETTO (UFRJ)
Memria e neuroimagem
SALO CABO BRANCO II
SRGIO FUKUSIMA (USP-RP)
A teoria de deteco de sinal para avaliar diagnsticos
18:30 - 19:30 - ENCERRAMENTO
AUDITRIO SRGIO BERNARDES
Premiao dos melhores painis, premiao dos vencedores do NeuroBright e
Cerimnia de encerramento
21:00- JANTAR DE CONFRATERNIZAO

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Equipes participantes do 3 NeuroBright


Olimpada em neuropsicologia e neurocincia comportamental
Nome da equipe: Stroopiados
Orientadora: Rosinda Martins Oliveira
Instituio: UFRJ
Participantes: Tamiris de Moura Pinto, Isabela Alves Santiago da Nbrega e Douglas de
Farias Dutra.

Nome da equipe: Dficit Punk


Orientadora: Rosinda Martins Oliveira
Instituio:UFRJ
Participantes: Rebeca Bartolote da Silva, Otto de Mello e Souza Lehmann da Silva e Diana
Ges de Souza.

Nome da equipe: How I met your brain


Orientadora: Rosinda Martins Oliveira
Instituio: UFRJ
Participantes: Ana Elena Vedoveli Francisco, Paula Nativa Martins Mata, Priscila do
Nascimento Maarques.

Nome da equipe: Two and a Half Brain


Orientadoras: Rosinda Oliveira/ Helenice Charchat Fichman
Instituies: UFRJ/ PUC-Rio
Participantes: Eduarda Peanha Telles Moura, Carolina Vicente dos Santos e Antnio
Malvar Martins Neto.

Nome da equipe: Genetc


Orientadora: Claudia Berlim de Mello
Instituio: UNIFESP
Participantes: Andr Luiz de Souza, Kassia Xiao Zou e Luciana Mello di Benedetto.

Nome da equipe: Trissomia de Berlim


Orientadora: Claudia Berlim de Mello
Instituio: UNIFESP/ UFRN
Participantes: Roberta Magalhes Barrocas, Mariane Arajo Dantas eTatiana Ges Freitas.

Nome da equipe: Potencial de Ao


Orientador: John Fontenele Araujo
Instituio: UFRN
Participantes: Cleanto Rogrio Rego Fernandes, Laura Carolina Ahumada Hernandez e
Nathlia Lucena Diniz.

Nome da equipe: The Big Brain Theory


Orientadora: Maria Emilia Yamamoto
Instituio: UFRN
Participantes: Wilson Nogueira Holanda Jnior, Phitica Rassa Rodrigues da Silva e
Yves Martins Varela.

13

Nome da equipe: Brain Team


Orientador: Erick Francisco Quintas Conde
Instituio: UFPE
Participantes: Fabola Freire Lauria Cavalcanti, Mauricio da Silva Jnior e Monyque de
Souza Melo.

Nome da equipe: Neurotransmissoras


Orientador: Erick Francisco Quintas Conde
Instituio: UFPE
Participantes: Adriana Oliveira de Santana, Rosenir Maria da Silva e Sofia Holmes
Carvalho.

Nome da equipe: As Nervosas


Orientador: Erick Francisco Quintas Conde
Instituio: UFPE
Participantes: Even Paula Lima da Silva, Taciana Elaine de Moura Dias, Ikla Lima
Cavalcante.

Nome da equipe: Cere-Belas


Orientadora: Renata Maria Toscano Barreto Lyra Nogueira
Instituio: UFPE
Participantes: Ana Paula Pessoa, Larissa de Siqueira Coelho e Maynary Elizabethe
Azevedo de Souza.

Nome da equipe: Brainy


Orientadora: Renata Maria Toscano Barreto Lyra Nogueira
Instituio: UFPE
Participantes: Mariana Bentzen Aguiar, Janicleide Nascimento de Souza,
Ndia Oliveira da Silva.

Nome da equipe: NeuroAo


Orientadora: Carla Alexandra da Silva Moita Minervino
Instituio: UFPB
Participantes: mille Burity Dias, Marynara Alves Gabriel e Roberta Rayanne Guedes
Flix Rolim.

Nome da equipe: Sinapse


Orientadora: Carla Alexandra da Silva Moita Minervino
Instituio: UFPB
Participantes: Estephane Enadir Lucena Duarte Pereira, Joo Martins de Arajo Jnior e
Marivnia Leite da Silva.

14

RESUMOS
CASOS CLNICOS
DIAGNSTICO DIFERENCIAL
ENVELHECIMENTO

DE

DEPRESSO

DEMNCIA

NO

Camila de Assis Faria


Pontifcia Universidade Catlica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)
O diagnstico diferencial de depresso e demncia no envelhecimento ser discutido
atravs de um caso clnico atendido no ambulatrio de geriatria de um hospital pblico do
Estado do Rio de Janeiro. A paciente concordou em participar da pesquisa sobre o perfil
neuropsicolgico de idosos. IG, 65 anos, tcnica de enfermagem aposentada e mora
sozinha. Ela procurou o servio de geriatria em 2007, com a queixa de esquecimento. Disse
que esquecia onde guardava objetos; nomes e j esqueceu senha de banco. A paciente
apresentava sintomas de tristeza, apatia, sentimento de culpa, desinteresse e alterao de
sono. Iniciou tratamento medicamentoso para depresso com psiquiatra. Apresentava
osteoartrose e osteoporose. Em 2007 ela ainda trabalhava e ajudava a cuidar da me, que
portadora de Doena de Alzheimer, no final-de-semana. Alm disso, fazia atividade fsica
regular. Os exames neurolgicos de imagem estavam sem alteraes. A avaliao cognitiva
de rastreio teve como resultados: 27 pontos no MEEM; 14 pontos no TFV animais; MiniCog, Katz e Lawton normais. A hiptese clnica da Geriatra foi de esquecimento associado
depresso.
Em 2010, IG foi avaliada com uma bateria neuropsicolgica ampla, composta pelos
testes: Escala Mattis de Demncia (DRS), Memria para Figuras, RAVLT, Memria Lgica
e Reproduo Visual (WMS), Teste Stroop, Dgitos verbais e visuoespaciais (WMS), Teste
de Trilhas, Figura de Rey, Labirintos, Teste do Relgio, Fluncia verbal F, A e S e Animais,
Cubos e Cdigos (WAIS-III). Alm destes testes, foram aplicadas tambm as escalas Pfeffer
e GDS 30. Os resultados revelaram funcionamento cognitivo global levemente
comprometido com dficit na memria episdica antergrada, funes executivas e memria
de trabalho. A nova hiptese diagnstica da Geriatra foi de Comprometimento Cognitivo
Leve, ansiedade e depresso.
Em 2012, IG foi reavaliada e os resultados revelaram um declnio dos processos da
memria episdica antergrada; aprendizagem, ateno e funes executivas, que geraram
um declnio significativo no funcionamento cognitivo global. A RNM crnio revelou
discreta atrofia cortical e reduo dos hipocampos (2012) e exames laboratoriais
continuaram normais, incluindo TSH e vitamina B12. A nova hiptese diagnstica da
Geriatra foi de Demncia do tipo Doena de Alzheimer.
A Avaliao neuropsicolgica ajudou o servio de geriatria a definir o diagnstico da
paciente IG.

Contato: [email protected]

15

O IMPACTO DA AVALIAO NEUROPSICOLGICA NA CARACTERIZAO


CLNICA DA DOENA DE HUNTINGTON: IMPORTNCIA PARA O
ESTABELECIMENTO DE CRITRIOS PARA PERCIA MDICA E
APOSENTADORIA
Eduarda Naidel Barboza e Barbosa
Pontifcia Universidade Catlica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)
PRS, 47 anos, 9 anos de escolaridade, vigilante armado, buscou esta avaliao
neuropsicolgica para a investigao do comprometimento das funes cognitivas para
anexao ao processo de pedido de aposentadoria para o INSS. O paciente portador da
Doena de Huntington (DH), com incio dos sintomas aos 42 anos e histrico familiar de 4
entes acometidos (pai, 2 irmos gmeos e sobrinho). Seu diagnstico gentico foi
determinado em setembro de 2012, alcanando 41 repeties do trinucleotdeo CAG no
cromossoma 4. Segundo o neurologista Marcelo Cagy, PRS apresenta prejuzo da
memria de trabalho e episdica antergrada, disfuno executiva com impersistncia
motora, dificuldade na tomada de decises e impulsividade e grande limitao funcional.
Foi realizado o MMEM na Rede Sarah e seu escore foi de 19 (de um total de 30). Alm dos
sintomas motores, foi observado pela esposa, mudanas no aspecto comportamental, como
agressividade e impacincia em momentos mais estressantes. Ela diz que comeou a reparar
em pequenas alteraes como fraqueza nas mos ao segurar alguma coisa, desconforto ao
ficar sentado por um tempo, lentificao na realizao das atividades e dificuldade na fala.
Esses sintomas j eram conhecidos devido ao adoecimento dos outros parentes e a busca por
ajuda mdica veio logo em seguida.
O pacientes mostrou-se esforado para a realizao dos testes. A avaliao ocorreu
em duas sesses nas quais PRS se mostrou colaborativo e interessado nas atividades, apesar
de demonstrar ansiedade e nervosismo, alm da impacincia e agitao sintomas
caractersticos da DH. Os seguintes aspectos foram avaliados: ateno, memria,
coordenao visuomotora, funo executiva, praxia construtiva, orientao espao-temporal
e linguagem compreensiva e expressiva. A avaliao neuropsicolgica foi composta pelo
Teste de Memria de Figuras, Teste de Fluncia Animais, Mini-Mental State Examination
(MMSE), Teste do Relgio, Teste de Aprendizagem Auditivo Verbal de Rey, Escala
Weschler de Inteligncia para Adultos (WAIS- III), Memria Lgica e Memria Visual,
Cpia da Figura de Rey, Fluncia FAS, Escala Geritrica de Depresso (GDS-15), Escala de
Atividades Instrumentais de Vida Diria Lawton e Questionrio de Atividades Funcionais
Pfeffer. Em relao avaliao neuropsicolgica, PRS apresentou rebaixamento acentuado
no funcionamento cognitivo global decorrente de um distrbio de memria (episdica,
semntica e operacional) e comprometimento das funes executivas (memria de trabalho,
planejamento, organizao e monitoramento) e processos atencionais (velocidade de
processamento e percepo de detalhes). Com isso, observou-se que o paciente encontra-se
inapto para retornar s atividades laborais por apresentar um desempenho abaixo da mdia
na maior parte das funes cognitivas avaliadas pelos testes utilizados. Sendo assim,
percebe-se a importncia da avaliao neuropsicolgica investigando o perfil
neuropsicolgico do sujeito com a finalidade de produo de documentos legais, nesse caso
para aposentaria pelo INSS, como mais um instrumento de auxlio na deteco do que est
comprometido, qual seu grau de comprometimento e sua influncia no dia a dia profissional
do sujeito. Com esse documento em mos, laudo da mdica responsvel pelo caso e auxilio
de mdico durante a percia na previdncia, houve parecer favorvel para o afastamento do
paciente de seu trabalho e consequente aposentadoria pelo INSS.
Contato: [email protected]

16

LESO DO LOBO FRONTOPARIETAL ESQUERDO NA INFNCIA: ESTUDO DE


CASO DE TUMOR (ASTROCITOMA GRAU I)
Gilmara de Lucena Leite
Universidade Federal de So Paulo (UNIFESP)

ESTUDO DE CASO
1o
o
o
o
2-

DADOS DE IDENTIFICAO:
G.P.
Sexo masculino
8 anos de idade
Ensino fundamental I- Alfabetizao.
HISTRIA CLNICA PREGRESSA:

Segundo informaes colhidas com a Me na Anamnese, G. P nasceu de parto cesrea,


com intercorrncia na gestao, pois nasceu aos oito meses. Segundo filho, reside com os
pais e mudou-se por vrias vezes por causa do trabalho do pai (engenheiro), morando em
vrios estados e recentemente em outro pas, a saber, Costa Rica. Seguem-se alguns aspectos
gerais mais relevantes do seu histrico neurodesenvolvimental: mamou at os 3 anos, sentou
at os seis meses e andou com menos de 1 ano. Segundo a genitora, as habilidades motoras
eram preservadas. Era um beb que sorria bastante e no apresentava um padro de sono
estvel, pois se mexia bastante e acordava vrias vezes. S conseguiu dormir bem depois dos
2 anos. Nas brincadeiras, costumava se interessar mais por partes de um brinquedo ou objeto
do que us-lo em sua funo original. Com um ano e seis meses, apresentava crises de
ausncia. Por volta dos dois anos, apresentou um tumor benigno entre a bexiga e o reto
(Ganglioblastoma maduro). Fez o tratamento e o tumor foi retirado com xito, sem sequelas.
Neste mesmo perodo, observou-se um atraso no desenvolvimento da linguagem e segundo a
me: falava um espcie de lngua nativa ou palavras isoladas, como papai e mame,
por volta dos 3-4 anos comeou a falar outras palavras e formar pequenas frases. Ingressou
na escola aos quatro anos, gostava de pinturas, mas tinha dificuldades em manusear o lpis e
utilizar tesouras. No tocante vivncia social, G.P no se relacionava bem com as outras
crianas, demonstrava-se introspectivo e se isolava nas atividades em grupo. Nesta fase,
descobriu um novo tumor, agora na regio do lobo frontoparietal esquerdo (astrocitoma)
tambm benigno. Foi submetido a uma neurocirurgia para a retirada do tumor, sendo esta
realizada com sucesso. G.P apresenta atividades epileptformes e faz uso de topiramato e
trileptal. Atualmente reside em Cajazeiras- PB, com os pais e mais dois irmos, um menino
mais velho e uma menina mais nova. Vale salientar que irmos no apresentam histrico de
problemas na aprendizagem ou atrasos neurodesenvolvimentais. G.P apresenta dficits
significativos na linguagem; seu vocabulrio limitado para sua idade, pronuncia palavras
de forma errada e tem dificuldades de compreenso. Cursa a alfabetizao, tendo muita
influncia da lngua espanhola, fato este que dificulta a sua adaptao e reabilitao
fonoaudiolgica. Apresenta dificuldades de aprendizagem, principalmente em leitura e
escrita, gosta de atividades que envolvam habilidades motoras como: correr, pular, saltar e
seletivo na alimentao, por vezes come material escolar e apresenta alteraes durante o
sono (fala, levanta e senta). Relacionado dinmica familiar, a genitora demonstra
preocupao com as recorrentes queixas de dificuldade escolar.
3- HISTRIA ATUAL

17

G.P foi encaminhado para avaliao neuropsicolgica, devido s queixas de desateno e


s dificuldades de aprendizagem. O encaminhamento sugere melhor compreenso do atual
perfil cognitivo e socioafetivo da criana na tentativa de compreender possveis questes
clnicas subjacentes as dificuldades de aprendizagem e possveis sequelas cognitivas.
4- METODOLOGIA
Foram realizadas cinco sesses de avaliao neuropsicolgica, investigando-se os
seguintes domnios: nvel intelectual; linguagem; ateno; memria; visoespacialidade;
funcionamento executivo; aspectos sociais/ habilidades sociais;
Para tanto, foram utilizados os seguintes testes e tcnicas:
o Escala de Inteligncia Weschler para Crianas III (WISC-III);
o Teste de Fluncia Verbal;
o Teste de Aprendizagem Auditivo-Verbal de Rey (Lista de Palavras);
o Teste de Ateno por Cancelamento;
o Teste de Cpia e Reproduo por Memria de Figuras Complexas (Figuras
Complexas de Rey);
o Teste de Trilhas Coloridas;
o WISCONSIN- Classificao de cartas;
o Provas de Leitura, Escrita e Aritimtica;
o Inventrio de Habilidades Sociais para Crianas;
Alm dos instrumentos e tcnicas supracitados, foram realizadas entrevistas com os
pais e observao comportamental da criana.
4.1- RESULTADO DA AVALIAO NEUROPSICOLGICA
CAPACIDADE INTELECTIVA
O instrumento de avaliao utilizado para investigao da capacidade intelectiva foi a
do WISC-III, que fornece QIs e ndices Fatoriais. Composta por 12 subtestes, o WISC-III
funciona como ponto de partida para o exame das funes cognitivas, atravs de rastreio
inicial dos pontos fortes, fracos e peculiares ao perfil cognitivo de G.P, tanto no domnio
verbal quanto no-verbal. As descries qualitativas dos escores em QI do WISC III, seguem
as seguintes classificaes: 130 e acima (muito superior), 120-129 (superior), 110-109
(mdio superior), 90-109 (mdio), 80-89 (mdio inferior), 70-79 (limtrofe) e 69 e abaixo
(intelectualmente deficiente).
Os resultados obtidos apontam para um acentuado desequilbrio entre os
desempenhos nos domnios no-verbal e verbal. Desta forma, no se considera o QI total
como medida fidedigna da capacidade intelectiva global de G.P e, por conseguinte, procedese anlise individualizada dos ndices e subtestes. De modo global, os resultados obtidos no
WISC-III apontam para um contraste entre os desempenhos encontrados entre os domnios
verbal e no-verbal, sendo o segundo o seu ponto forte de funcionamento.
No que se refere ao QI verbal, o desempenho de G.P Limtrofe. Segue-se a anlise
dos subtestes que compem o QI Verbal, seus respectivos ponderados e suas respectivas
classificaes: Compreenso 7 (mdio inferior), Vocabulrio -7 (mdio inferior),
Semelhanas 6 (limtrofe), Aritmtica 5 (limtrofe) Informao -1 (deficitrio), Dgitos
- 1 (deficitrio), destaca-se que a maior pontuao de G.P neste domnio foi encontrada no
subteste Compreenso com classsificao (mdio inferior) e Vocabulrio com classificao
(mdio inferior). O subteste Compreenso avalia o raciocnio verbal e conceituao,
compreenso verbal e expresso, habilidade para avaliar e utilizar experincias anteriores e
para transmitir informaes de ordem prtica, conhecimentos padres de comportamento,

18

julgamento, maturidade e bom senso. Em suma, um inventrio das habilidades sociais. J o


subteste Vocabulrio tem como objetivo medir o conhecimento de palavras e a formao de
conceitos verbais. O menor desempenho de G.P neste domnio foi em Dgitos, que avalia a
memria verbal de curto prazo e a memria operacional.
No que se refere ao QI no-verbal, o desempenho de G.P est Superior Mdia.
Segue-se a anlise dos subtestes que compem o QI no-Verbal, seus respectivos ponderados
e suas respectivas classificaes: Armar objetos 15 (superior), Cubos -14 (superior),
Completar Figuras -13 (mdio superior), Cdigo 8 (mdio inferior), Procurar Smbolos
10 (mdio inferior) Arranjo de figuras 6 (limtrofe). Destaca-se a maior pontuao nos
subtestes Armar Objetos e Cubos. O primeiro avalia a capacidade de organizar um todo a
partir de elementos separados e o segundo examina a capacidade de organizao e
processamento visoespacial/no-verbal. O menor desempenho de G.P neste domnio foi em
Arranjo de Figuras, que requer uma boa capacidade de anlise perceptiva, bem como uma
integrao do conjunto das informaes disponveis.
ATENO
Foram aplicados trs instrumentos que avaliam a ateno seletiva e alternada,
exigindo uma boa capacidade de discriminao perceptiva, que componente importante do
funcionamento executivo. G.P demonstrou uma acentuada dificuldade na execuo destas
tarefas, tendo seu desempenho classificado entre a zona mdia inferior e inferior.
Segundo dados colhidos em entrevistas com a equipe docente, o mesmo se apresenta
bastante desatento, tendo dificuldades em desempenhar as atividades escolares quando se
encontra exposto a vrios estmulos externos.
MEMRIA
No subteste Informao (WISC-III) que avalia o nvel dos conhecimentos adquiridos
a partir da educao na escola, na famlia e a memria de longo prazo, G.P no apresentou
um bom desempenho. No Subteste Vocabulrio (WISC III) que avalia a memria semntica,
G.P apresentou uma classificao Mdio Inferior. Vale salientar, que ambos os testes so
bastante sensnveis a interferncias educacionais e socioculturais, fornecendo indcios da
necessidade de estimulao na busca de ampliao dos conhecimentos gerais e semnticos.
No Teste de Aprendizagem Auditivo-Verbal de Rey, G.P no demonstrou um bom
armazenamento da informao em curto prazo verbal, no entanto apresentou curva
ascendente de aprendizagem (ao longo das tentavas sucessivas). Outro dado relevante foi seu
armazenamento de longo prazo, houve um aumento na recordao tardia das palavras e sem
a interferncia de elementos distratores sobre a aprendizagem.
No que se refere a memria semntica de longo prazo , nas tarefas de fluncia verbal,
especificamente na gerao livre de palavras nas categorias semnticas, G.P demostrou um
desempenho abaixo do esperado nas categorias (animais, roupas e frutas).
No subteste Dgitos do WISCIII (ordem direta), que avalia a ateno auditiva verbal e
a memria auditiva verbal imediata, G.P no obteve um bom desempenho, demonstrando
dificuldades na capacidade atencional e preservao das etapas de codificao,
armazenamento e recuperao de material verbal.
No domnio da memria visual, avaliado pelas tarefas das Figuras Complexas de Rey,
G.P no obteve bom desempenho, sendo classificado muito abaixo da mdia.
VISOESPACIALIDADE E VISOCONSTRUO
No que concerne dimenso da visoespacialidade e visoconstruo, Gustavo foi
avaliado pela reproduo de cpia das Figuras Complexas de Rey e pelo ndice de

19

Organizao Perceptual do WISC-III. Em Figuras Complexas de Rey (cpia e memria) G.P


obteve percentil -1.43 na cpia e -3.10 pontos na reproduo de memria, sendo estes
classificados respectivamente como inferior a mdia. Configurando uma acentuada
dificuldade em visoespacialidade e visoconstruo.
J nos subtestes que compem o ndice de Organizao Perceptual (WISC III), como
Cubos (WISC III) que solicita a conceitualizao visoespacial e em Armar Objetos (WISC
III) que avalia a capacidade de organizar um todo a partir de elementos separados e requer
capacidade de integrao perceptiva, G.P apresentou uma classificao Superior a mdia,
apoiando-se em modelos mentais prvios, j que nesse teste foi demandada formar estmulos
previamente armazenados (ex: carro, bola e etc). Portanto, de modo geral, G.P apresenta
dificuldades em habilidades visoconstrutivas, no entanto suas habilidades visoespaciais
foram o ponto forte de sua cognio.
Destaca-se apenas a impreciso das linhas do desenho e das letras, sugerindo
dificuldade na coordenao motora fina.
FUNES EXECUTIVAS
No domnio das funes executivas, G.P foi avaliado pelo Teste WISCONSIN de
Classificao de Cartas, pela habilidade de organizar e planejar a ao na cpia das Figuras
Complexas de Rey, por tarefas que propem avaliar a memria operacional, tais como o
span de dgitos na Ordem Inversa (WISCIII) e a Flexibilidade Mental nos testes de trilhas
ordem inversa.
O desempenho de G.P nas tarefas que exigem habilidades executivas revela prejuzos
notadamente na flexibilidade cognitiva, no controle inibitrio e no planejamento. G.P teve
dificuldades para traar estratgias, para modific-las diante de feedback negativo do
examinador. No foi capaz de seguir instrues, ainda que as mesmas fossem repetidas ao
longo da tarefa. Demonstrou comportamento perseverativo e dificuldades para aprender com
a experincia, bem como lentificao no processo de tomada de deciso.
Ainda no domnio executivo, resolveu algumas atividades de forma impulsiva,
demonstrando dificuldades no controle inibitrio. Alm disso, em outras ocasies, revelou
dficits significativos na memria operacional, ou seja, na habilidade para manter na
memria imediata informaes relevantes e operar com estas de forma a resolver problemas.
HABILIDADES NUMRICAS E DE LEITURA/ESCRITA
No tocante s habilidades aritmticas, G.P possui conhecimento limitado
relacionado aos princpios precursores para da aprendizagem de habilidades matemticas, a
saber, conservao de quantidade; correspondncia um-a-um; princpio de contagem; e
princpio de ordinalidade (ou seja, compreenso bsica das noes maior / menor).
G.P reconhece e l smbolos numricos; copia nmeros e figuras simples
corretamente; classifica nmeros; no monta operaes adequadamente; no compreende o
significado dos sinais de operao e no realiza operaes matemticas.
Em provas qualitativas de aritmtica e escrita, G.P soube escrever at 50, no entanto
tem problemas em sequnciar, se beneficiando de pistas ou apoio externo para dsemepenhar
a atividade. Relacionado escrita, no apresenta um bom padro grafomotor e no consegue
relacionar espacialmente tanto as letras como os nmeros.
No tocante a leitura, G.P ainda no est alfabetizado. No escreve o alfabeto sem
ajuda e tambm demosntrou problemas em sequenciar as letras. Notadamente, observa-se
que o desempenho de G.P, relacionado escrita, aritimtica e leitura merecem ateno, pois
o mesmo ainda no apresenta os pr-requisitos bsicos para o 1 ano do Ensino
Fundamental I.

20

5-

HIPTESE ETIOLGICA E ORIENTAO PARA TRATAMENTO

Partindo-se dos dados analisados nesta avaliao neuropsicolgica, algumas


concluses podem ser fornecidas em termos do funcionamento cognitivo e comportamental
de G.P.
Em primeira instncia, merece destaque o contraste entre desempenho intelectivo de
G.P, no domnio Verbal e Execuo. No domnio Verbal a classificao foi Limtrofe, j no
domnio Execuo a classificao foi Mdio Superior. Portanto, os resultados obtidos no
WISC-III apontam para uma acentuada diferena nos desempenhos entre os domnios Verbal
e No-Verbal, sendo o segundo seu ponto forte de funcionamento.
O perfil neuropsicolgico de G.P fornece indcios que os prejuzos no domnio
Verbal esto provavelmente associados s sequelas do tumor que acometeu a regio
frontoparietal esquerda. Leses no hemisfrio esquerdo, prximo fissura de Sylvius,
afetam mais a formao de palavras e frases. Tendo em vista que a leso de G.P ocorreu no
hemisfrio esquerdo, bem prximas as reas relacionadas a linguagem, prope-se que este
comprometimento no domnio verbal possa estar associado a estas alteraes
neuroanatmicas e neurofisiolgicas.
O processo avaliativo indica prejuzos executivos, provavelmente decorrentes das
sequelas ocasionadas pelo tumor, que tambm afetou a regio frontal (frontoparietal
esquerda). Sabe-se, que leses em regies frontais podem estar associadas dficits no
planejamento, no comportamento orientado para o futuro, ateno seletiva, manuteno da
ateno, inibio e autorregulao. Portanto, diante da anlise psicomtrica e clnica dos
aspectos cognitivos de G.P, sugere-se comprometimento em alguns subcomponentes do
funcionamento executivo, a saber: flexibilidade mental, memria operacional e controle
inibitrio.
Nos testes que avaliam ateno seletiva, G.P no apresentou um bom desempenho.
No tocante a ateno sustentada, G.P no se manteve concentrado nas tarefas por muito
tempo, perdendo o foco atencional com facilidade. Corroborando com informaes
fornecidas pela genitora e equipe docente.
No que concerne dimenso visoconstruo, G.P demosntrou um comprometimento
significativo nas habilidades visoconstrutivas, as quais para alm da conceitualizao
visoespacial, h a necessidade de reproduo grfica do objeto (incluindo s funes
motoras e habilidades de coordenao). Esta dificuldade pode ser refletida na grafia, G.P
reproduz letras grandes, no dimensionando o espassamento enrte entre letras e nmeros. J
na visoespacialidade, G.P apresentou um excelente desempenho. Portanto, observa-se
habilidades cognitivas relacionadas ao processamento de informaes visuais, como a
localizao no espao encontram preservadas.
Sugere-se, que diante das dificuldades cognitivas relacionadas ao hemisfrio
dominante (esquerdo), G.P tende a se apoiar nas habilidades cognitivas relacionadas ao
hemisfrio no dominante (direito), que parece estar associado a orientao espacial,
percepo de estmulos, anlise da posio corpo no espao, com a imagem corporal,
percepo do todo do estmulo, relaes visuoespaciais, bem como participao da mediao
na expresso emocional. Assim, o hemisfrio direito lida predominantemente com estmulos
no-verbais, musicais, gestuais e com a prosdia (melodia das palavras).
Faz-se necessrio, estimular a reabilitao das habilidades lingusticas, se apoiando
nos processos de neuroplasticidade, que refere-se capacidade do sistema nervoso de
mudar, adaptar-se e moldar-se a nvel estrutural e funcional ao longo do desenvolvimento
neuronal. Como G.P tem 8 anos e suas funes cognitivas esto em desenvolvimento,
provavelmente a estimulao e reabilitao mediaro mudanas nas estruturas e funes
cerebrais.
Segundo a Me e equipe docente, as habilidades sociais apontam para uma no
adequao do comportamento social, para uma no identificao de normas e valores, bem

21

como a capacidade de se colocar no lugar do outro e analisar situao de seu ponto de vista
(teoria da mente).
Neste sentido, os dados da avaliao neuropsicolgica evidenciam que G.P dispe de
arsenal cognitivo para a superao/minimizao do evento em questo, de forma a
desenvolver todo o potencial que apresenta. Assume especial interesse a questo da
escolarizao, contando com apoio da equipe pedaggica para elaborar estratgias
interventivas e adaptar-se as limitaes do mesmo. O tratamento psicopedaggico e
fonoaudiolgico tambm de fundamental importncia no apoio destas estratgias.
Portanto, no que concerne ao tratamento, orienta-se o acompanhamento clnico e
avaliao neuropsicolgica sistemtica, de forma a monitorar o neurodesenvolvimento de
G.P, uma vez que suas estruturas cerebrais esto em transformao e em fase de
reorganizao ps-leso.
Em suma, diante do perfil neuropsicolgico, sugere-se:
1. Acompanhamento sistemtico psicoterpico e equipe multidisciplinar, com o objetivo
de elaborar estratgias para lidar com as dificuldades de aprendizagem e minimizar os
impactos destas dificuldades cognitivas e psicolgicas, tanto no dia a dia, quanto nos
processos de aprendizagem.
2. Estratgias de estudo sistemticas, com as quais seja possvel aumentar o rendimento
da criana, sem perder de vista intervalos para descanso ou resistematizao de
cronograma, quando necessrio.
3. Nova avaliao em 10-12 meses para avaliar o impacto da reabilitao sobre as
funes cognitivas do paciente e possveis mudanas comportamentais no cotidiano da
criana.
6-

DIFICULDADES DURANTE A AVALIAO NEUROPSICOLGICA

No processo avaliativo, G.P demonstrou reciprocidade emocional para com a psicloga.


No entanto, apresentou oscilaes na motivao durante as avaliaes, por vezes foi
necessrio interromper processo avaliativo. Perdia com facilidade o foco atencional nas
atividades e esquecia das instrues dadas para a execuo das mesmas. Em atividades que
solicitam esforo mental por grande perodo de tempo e maior complexidade, ele
demonstrou desinteresse e, por conseguinte, perda de rendimento.
Para facilitar o manejo da avaliao neuropsicolgica, foi elaborado um
planejamento das atividades com a criana antes de cada sesso, intercalando a aplicao
dos testes neuropsicolgicos com atividades ldicas.

Contato: [email protected]

22

ASPECTOS NEUROPSICOLGICOS DE UMA CRIANA COM POLISSOMIA DO


CROMOSSOMO X
Luciana Mello Di Benedetto1, Andr Luiz Sousa1, Las Lopes de Freitas2, Fernanda do
Nascimento Padilha1, Orlando Francisco Amodeo Bueno2 Bruna de Oliveira Julio2, Sarah
Cueva C. S. deAraujo2, Cludia Berlim de Mello2
1

Ncleo de Atendimento Neuropsicolgico Infantil Interdisciplinar NANI, 2 Universidade


Federal de So Paulo.
Ser apresentado o caso de uma criana com uma anomalia cromossmica rara,
envolvendo uma polissomia do X, com nfase nos aspectos neuropsicolgicos,
fonoaudiolgicos e psicopedaggicos, que podem contribuir para uma melhor compreenso
do fentipo comportamental em doenas genticas associadas ao cromossomo X. Dados de
identificao do caso: E. P., sexo feminino, 9 anos e 6 meses, estudante do 2 ano do Ensino
Fundamental. Histria clnica pregressa: Ao nascer, houve suspeita de sndrome
malformativa ou anomalia cromossmica, sendo confirmada a Pentassomia do Cromossomo
X por meio de exame de caritipo. E. nasceu com cardiopatia de comunicao intra
ventricular (CIV) e apresentou espasmos musculares at os dois anos de idade, sendo
necessrio o uso de Gardenal. Alm disso, houve atraso significativo no desenvolvimento
neuropsicomotor e a criana foi submetida interveno baseada no mtodo teraputico de
Reorganizao Neurofuncional (mtodo Padovan). No histrico familiar, uma tia materna
tem Sndrome de Down. Quanto escolarizao, E. ingressou na escola aos cinco anos e
apresentou dificuldades escolares globais, sendo reprovada no 2 ano do Ensino
Fundamental. Histria atual: Atualmente, a criana no est alfabetizada, ainda apresenta
alteraes na fala, dificuldades na coordenao motora, no possui controle noturno dos
esfncteres e mostra-se dependente na maioria das atividades de vida diria e habilidades
sociais. Quanto ao comportamento, a criana possui dificuldade em seguir regras prestabelecidas. Faz acompanhamento com fonoaudiloga e psicopedagoga. Metodologia: Na
avaliao neuropsicolgica foram utilizados medidas psicomtricas para avaliao do
quociente intelectual (Q.I) tais como: Escala Wechsler de Inteligncia para crianas 4
Edio (WISC IV), Matrizes Progressivas coloridas de Raven e Desenho da Figura Humana
(DFH-III). Para avaliao do comportamento adaptativo foi utilizada a Escala Vineland 2
Edio e foi aplicado o Inventrio de Comportamentos para Crianas e Adolescentes entre
6-18 anos (CBCL) para avaliao do perfil comportamental. As avaliaes de linguagem
oral e escrita foram realizadas principalmente atravs de observao clnica, devido a grande
dificuldade que a criana apresentou na realizao da maioria das tarefas, desta forma os
instrumentos padronizados utilizados foram ABFW (Fonologia) e Par Educativo. Resultado
da avaliao neuropsicolgica: Atravs da Escala WISC IV obteve resultado de deficincia
intelectual global (QIT 44), assim como nos subdomnios avaliados nesta escala:
Compreenso Verbal (IVC 45), Memria Operacional (IMO 45), Velocidade de
Processamento (IVC 45) e Organizao Perceptual (IOP 61). Os resultados obtidos por meio
da Escala Matrizes Coloridas Progressivas de Raven demonstraram indicadores de
desempenho mdio inferior (Percentil 9). Em anlise da Escala de Comportamento
Adaptativo Vineland II, verificou-se que E. obteve desempenho abaixo da mdia esperada
para sua idade em questes relacionadas comunicao (Stand. Score 64), habilidades da
vida diria (Stand. Score 63) e habilidades motoras (Stand. Score 70). Em relao
socializao, apresentou desempenho moderadamente abaixo da faixa etria (Stand. Score
78). Em inventrio comportamental Child Behavior Checklist (6-18 anos), a anlise das
respostas da famlia revelou perfil clnico para aspectos como problemas sociais e
comportamento desafiador opositor. No foram evidenciados, porm, perfil clnico para
sintomas de ansiedade, queixas somticas, problemas de pensamentos, problemas de

23

ateno. Em relao linguagem oral, observou-se prejuzo significativo tanto na recepo


quanto na expresso oral foram observadas dificuldades na compreenso de frases
complexas sem apoio gestual. E. reconheceu e nomeou figuras e identificou conceitos (como
grande, pequeno, maior, menor, alto, baixo), formas geomtricas simples e cores.
Apresentou vocabulrio receptivo e expressivo escasso e presena de fala com muitos
processos fonolgicos, alm de dificuldade na estruturao frasal, elaborando perodos
muito simples. Apesar das dificuldades, E. se esforou para comunicar-se por meio de gestos
e desenhos. Em relao linguagem escrita, reconheceu as letras do alfabeto (apresentou
mais facilidade para letras de forma maisculas), utilizou a estratgia de leitura logogrfica e
escreveu palavras muito familiares a ela. Quanto aritmtica, no soube nomear nmeros,
mas falou a sequncia correta de 1 a 10 e conseguiu quantificar objetos com auxlio. A
criana realizou jogo simblico e demonstrou gostar de criaes com materiais variados
(papis coloridos, cola, tesoura, tinta). Aparentou insegurana em ambiente desconhecido,
porm o explorou adequadamente quando adquiriu confiana e solicitou ajuda quando
necessrio. Seus desenhos ainda so imaturos para sua idade. Perfil neuropsicolgico: Com
base nos resultados obtidos nas avaliaes neuropsicolgicas, psicopedaggica e
fonoaudiolgica, conclui-se que E. apresenta indicadores de deficincia intelectual e
dificuldades neuropsicolgicas difusas. exceo das habilidades motoras, E. mostrou
sinais de imaturidade no desenvolvimento dos diversos domnios das habilidades
adaptativas. O perfil comportamental mais externalizante do que internalizante no contexto
familiar; o oposto parece acontecer no ambiente social. Alm disso, foram observadas
alteraes importantes na linguagem oral, escrita e aritmtica. Ao longo dos atendimentos
conseguiu estabelecer bom vnculo com os examinadores, o que a fez estar mais
participativa e realizar as atividades. Devido s dificuldades comunicativas de E. e tambm
pela imaturidade em manter o foco da ateno, no foi possvel realizar a bateria
neuropsicolgica completa nem de realizar avaliao fonoaudiolgica e psicopedaggica
utilizando-se dos instrumentos convencionais. Orientao para tratamento: Diante do
exposto, foram sugeridas famlia intervenes em modelo de reabilitao holstica voltado
para definio de metas e planejamento de estratgias orientadas para autonomia, ampliao
da comunicao, habilidades sociais, com participao sistemtica da famlia; manter
acompanhamento fonoaudiolgico e psicopedaggico com participao ativa do profissional
de reabilitao; indicao de escola regular inclusiva com implantao de adaptaes
curriculares individualizadas; incentiv-la para ajudar nos trabalhos domsticos que forem
compatveis com as suas habilidades (como dobrar roupas, arrumar a cama), ensinando a ela
o passo a passo e elogiando cada etapa que ela realizar corretamente. necessrio partir
sempre de tarefas simples e ir, aos poucos, evoluindo para tarefas mais difceis; deixar que
ela execute as atividades sozinha, oferecendo apenas uma ajuda inicial; estabelecer
combinados e deix-la fazer algo que goste depois de completar a tarefa at o final; Em
ambiente escolar, sugere-se que seja realizada adaptao curricular; trabalhar rimas (com
msicas, que podem ser escritas em cartazes coloridos/chamativos, para que ela relacione o
som da rima ao que est escrito, por exemplo); ensinar o som das letras e slabas com
atividades ldicas, usando desenhos e jogos; mant-la em contato com a leitura (colando
palavras familiares nos respectivos objetos e oferecendo livros com ilustraes e palavras ou
pequenas frases, por exemplo); De maneira geral estimul-la a contar objetos e organiz-los
de acordo com cores, formas ou tamanhos; nomear os objetos, cores, formas e tamanhos
(maior, menor, grande, pequeno, fino, grosso); trabalhar quantidades por meio de jogos (que
seja necessrio a contagem de pontos, por exemplo); ensinar contedos diversos de forma
ldica (com contar de histrias, figuras, vdeos, msicas ou teatro, por exemplo); estimul-la
a realizar recortes e colagens, bem como a construir objetos com massinhas; nomear tudo o
que for realizado por ela (dizer os nomes e estimul-la a repetir); permitir que ela expresse o
conhecimento adquirido por meio de gestos ou desenhos, mas dar preferncia para que ela se
esforce para se expressar verbalmente tambm; estimul-la a interpretar figuras ou tirinhas

24

de histrias, pedindo que faa o reconto; necessrio que sejam oferecidas instrues
pequenas e simples e verificar se houve compreenso adequada; instru-la a organizar seu
material e brinquedos; construir com ela um cartaz de lista de tarefas que devem ser
realizadas por diariamente (utilizando figuras e palavras familiares, como o desenho de
comida e, ao lado, a palavra almoo, ou o desenho de caderno e, ao lado, a palavra
tarefa).
Contato: [email protected]
Fomento: Associao Fundo de Incentivo a Pesquisa (AFIP)

25

AVALIAO E REABILITAO NEUROPSICOLGICA DE UM ADULTO


VTIMA DE UM TRAUMATISMO CRNIO-ENCEFLICO
Ricardo Aires Urquisa Toscano1, Jayana Ramalho Ventura2
1

Faculdade Santa Maria, 2Universidade Federal da Paraba

P. E., sexo masculino, 42 anos, casado, ensino mdio completo, agente de trnsito de
um municpio do interior da Paraba, foi encaminhado por um neurologista oito meses aps
ter sofrido um Traumatismo Crnio Enceflico (TCE), fronto-temporal esquerdo, em
detrimento de um acidente de moto, para a realizao de avaliao neuropsicolgica em
virtude de queixas de memria e descontrole de impulsos no falar. Na primeira consulta,
estava acompanhado de sua esposa, com a marcha normal, bom humor e trazia consigo um
exame de ressonncia magntica. Relatou que esquecia constantemente e facilmente as
atividades realizadas no cotidiano mesmo aquelas que estavam habituado a fazer antes do
acidente , trocava o nome das pessoas inclusive dos familiares e estava impulsivo em
dilogos interpessoais, causando constrangimento no uso inapropriado das palavras. No
intuito de conhecer o paciente e subsidiar a avaliao neuropsicolgica, foi feita uma
anamnese com informaes pregressas clnicas, histrico pessoal, familiar e psicossocial. P.
E. contou que sempre teve uma vida normal, gostava de trabalhar e de vaquejada, possua
bom relacionamento com a famlia, amigos e colegas de trabalho, no tendo apresentado at
o momento doenas neurolgicas, psiquitricas e psicolgicas. Foi montada a seguinte
bateria para avaliao neuropsicolgica: Mini Exame do Estado Mental (MEEM), Figura
Complexa de Rey, Verbal Learning Test de Rey, Neupsilin, BTN (Bateria de Testes
Neuropsicolgicos) e Teste Pictrico de Memria Visual (TEPIC-M). P. E. demonstrou um
dficit cognitivo leve de memria recente, uma vez que no conseguia reproduzir
adequadamente as figuras apresentadas, associar fisionomias a nomes e nem evocar
corretamente palavras apresentadas aps algumas repeties. Da mesma forma, foi
constatado um comprometimento leve da funo inibitria, localizada na rea pr-frontal do
crtex. Entretanto, outras funes executivas estavam preservadas: ateno e capacidade de
reconhecimento das palavras, o que evidenciou a consolidao de memria verbal
(viabilizada atravs da ala fonolgica), a qual era mais satisfatria que a memria visual
(viabilizada atravs do esboo visuo-espacial). Ento, tendo em vista os referidos prejuzos
cognitivos, foi estabelecida a seguinte proposta de reabilitao: percorrer os locais dirios
munido de um caderno para desenhar cada evento e aes tomadas, gerando dicas de
memria visual. No final do dia, P. E. deveria fazer uma redao com essas dicas (reforo da
memria grfica e visual) e, em seguida, ser lida para sua esposa por meio de um discurso
direto e informal (reforo da ala fonolgica em conjunto com as lembranas visuais). Foi
sugerido que o paciente fizesse associaes de nomes de parentes, amigos e pessoas
prximas s fotografias recentes. Alm disso, tambm foi recomendado o
acompanhamento/tratamento psicoterpico para o controle da impulsividade, inclusive com
o mesmo profissional que realizou a avaliao e a reabilitao. P. E., durante todo o
processo, mostrou-se continuamente atento, disposto e colaborativo, no sendo identificada
nenhuma dificuldade. Atualmente, o cliente retomou suas atividades laborais, h o controle
da sua impulsividade, h um desempenho satisfatrio da memria, est dirigindo sozinho
automveis e apresenta, contudo, algumas oscilaes no humor. Foram aproximadamente
cinco meses entre avaliao e reabilitao neuropsicolgica e um ano e meio de psicoterapia.
Contato: [email protected]

26

AVALIAO
DA
COGNIO
NUMRICA
NO
CONTEXTO
NEUROPSICOLGICO: UMA DISCUSSAO A PARTIR DE UM CASO DE
PARALISIA CEREBRAL
FELDBERG, S.C.F.1, SANTOS, F. H.2, MELLO, C.B.1, BUENO O.F.A.1
1

Universidade Federal de So Paulo, 2Universidade do Minho, Portugal

O termo Paralisia Cerebral (PC) descreve um grupo de desordens motoras, no


progressivas, no entanto sujeitas a alteraes, resultante de uma leso no crebro nos
primeiros estgios do seu desenvolvimento. Pode ocorrer no perodo pr, peri ou ps-natal
afetando o Sistema Nervoso Central (SNC) em fase de maturao estrutural e funcional.
Devido variabilidade etiolgica das leses (anxia, infeco, traumatismos, malformaes,
entre outras causas) os tipos clnicos de PC tambm variam, assim como os prognsticos
funcionais. A classificao de PC pode ser feita seguindo critrios diversos, levando em
conta o momento da leso, o local da leso, a etiologia, os sintomas ou a distribuio
topogrfica. A classificao baseada em aspectos anatmicos e clnicos tenta especificar o
tipo de alterao de movimento que a criana apresenta, incluindo os tipos: espstico,
extrapiramidal (atetide, corico e distnico), atxico ou misto. Dependendo da localizao
e extenso do comprometimento, h a manifestao por monoplegia, hemiplegia, diplegia,
triplegia ou tetraplegia. O tipo de acometimento cerebral ocorrido na PC relaciona-se
tambm com o perodo em que ocorreu ao longo do desenvolvimento. Crianas prematuras
geralmente apresentam leucomalcia periventricular, e crianas nascidas a termo na maioria
dos casos apresentam distrbios de mielinizao e leso isqumica para crtex cerebral,
ncleos da base e tlamo. Insultos ocorridos durante o nascimento comumente so
decorrentes de leses hipxico-isqumicas. Crianas com PC so de alto risco para
dificuldades de aprendizagem e dificuldades aritmticas em particular (Schenker, Coster, e
Parush, 2005; Frampton, Yude & Goodman, 1998; Jenks et al., 2007; Jenks et al., 2012). Em
relao cognio numrica, os estudos existentes mostram que as crianas com PC tm
pior desempenho em contagem, subitizing e operaes aritmticas simples em comparao
aos seus pares com desenvolvimento tpico (van Rooijen, Verhoeven & Steenbergen, 2011).
O transtorno especifico da habilidade em Aritmtica, tambm chamado de discalculia
do desenvolvimento observado em aproximadamente 3 a 6% da populao em idade
escolar. A discalculia do desenvolvimento (DD) um transtorno do neurodesenvolvimento,
que afeta a aquisio normal de competncias aritmticas. Indcios genticos,
neurobiolgicos e epidemiolgicos vm confirmando o envolvimento de disfuno cerebral
nesta condio, e que a prevalncia semelhante dislexia. Dentre as possveis causas da
DD esto a prematuridade, associada a baixo peso ao nascer. Tambm pode estar associada a
uma variedade de desordens neurolgicas, tais como dficit de ateno e hiperatividade,
distrbios da linguagem, epilepsia e sndrome do x-frgil. H evidncias neurais e
neuropsicolgicas de que a DD envolve um dficit central no senso numrico, possivelmente
associado ao envolvimento de alteraes do esboo visuoespacial da memria operacional,
bem como de aspectos do executivo central responsveis pela mediao com a memria de
longo prazo. Ainda h necessidade, entretanto, de uma compreenso mais ampla a respeito
da associao do dficit de senso numrico com as demais funes cognitivas, bem como de
suas bases neurobiolgicas comuns.
O objetivo desse estudo foi analisar aspectos da Cognio Numrica e funes
cognitivas em um menino com Paralisia Cerebral por meio da avaliao neuropsicolgica.
1. IDENTIFICAO E.L., sexo masculino, 11 anos de idade, teve diagnstico de
Paralisia Cerebral Hemiplgica logo aps o nascimento. Atualmente cursa o 4 ano do

27

ensino fundamental de escola particular no municpio de SP. Primognito de uma prole de


dois, mora num bairro de classe mdia na Zona Sul de So Paulo com a av materna.
2. HISTORIA CLINICA PREGRESSA E.L. nasceu prematuro (31 semanas), com 900 g e
32 cm de altura, de parto cesrea. Apresentou hemorragia intracraniana ao nascer, grau IV,
e retinopatia da prematuridade. Permaneceu na UTI neonatal por dois meses e dezoito dias.
Evoluiu com encefalopatia crnica no progressiva (paralisia cerebral), hemiplegia direita,
com componentes atetides. Quanto ao desenvolvimento neuropsicomotor, as aquisies
ocorreram dentro dos marcos etrios da normalidade: andou sem apoio ao 1 ano e 2 m e
disse as primeiras palavras aos 9 meses. Apresenta estrabismo flutuante, mas sem prejuzo
para o processamento visual. Em relao ao histrico clnico, foi submetido a cirurgia para
correo de assoalho plvico, fez uso de neuleptil at 2009 e possui diagnstico de
transtorno do dficit de ateno (TDA).
3. HISTORIA ATUAL E.L. apresenta adequada mobilidade e independncia em
atividades de vida diria, mas h queixas de dispraxia, expressando-se especialmente em
dificuldade para andar de bicicleta e no manuseio de talheres. No que concerne s questes
comportamentais, h queixas de desateno, desorganizao e insegurana no desempenho
escolar. A av refere que ele tende a desistir facilmente das tarefas, no segue ordens
sequenciadas e tem necessidade constante de monitoria nos estudos. Por outro lado, no
apresenta problemas de socializao. Em relao s atividades escolares, h relato de
dificuldades moderadas de leitura e interpretao de texto, e acentuadas em matemtica. A
escrita prejudicada pela dispraxia.
4. AVALIAO NEUROPSICOLGICA - E.L. foi avaliado pela equipe do Ncleo de
Atendimento Neuropsicolgico Infantil NANI, em junho de 2013, no contexto de um
programa em reabilitao neuropsicolgica. A avaliao envolveu a escala WISC-III, alm
de bateria de testes neuropsicolgicos tradicionais. Foi dada nfase a uma investigao de
habilidades de cognio numrica, abrangendo o ZAREKI-R, uma bateria especializada
em tratamento numrico e clculos. Foram adotadas escalas comportamentais respondidas
pelo cuidador para a avaliao comportamental segue-se uma descrio dos procedimentos:
Desempenho intelectual
- Matrizes Progressivas do RAVEN, escala geral (Angelini, Alves, Custodio, Duarte, &
Duarte, 1999). Trata-se de medida de inteligncia fluida, no verbal; WISC-III (Wechsler,
2002).
Habilidades Visuoespaciais e Visuoconstrutivas
- Subteste Cubos da escala WISC-III: medida da habilidade para perceber e analisar formas
e seu raciocnio, capacidade de organizao e processamento visuoespacial/no-verbal e
decompor mentalmente os elementos constituintes do modelo a reproduzir.
- Subteste Completar Figuras WISC-III: avalia o reconhecimento de objetos, a
discriminao visual e a habilidade para diferenciar detalhes.
- Figuras Sobrepostas e Incompletas (subteste do Exame Neuropsicolgico Infantil): a
criana tem de descobrir quais as figuras sobrepostas presentes em trs pranchas e em
seguida identificar a desenhada de forma incompleta.
- Teste da Figura Complexa de Rey (Rey, 1999): foram adotadas a tarefa de cpia como
medida de atividade perceptiva e a de memria visual.
Ateno e Funes Executivas
- ConnersCPT Continuous Performance Test (Miranda, Sinnes, Pompia & Bueno, 2009): medida
de ateno sustentada visual.

- Teste dos cinco dgitos (Sed, 2007): Avalia a velocidade de processamento cognitivo, a

28

ateno concentrada e a eficcia do indivduo para lidar com a alternncia de processos


mentais.
Memria operacional
- AWMA Automated Working Memory Assessment (Alloway, 2007), traduzido e adaptado para o
Brasil por Santos e Engel (2008): A bateria um programa computadorizado que contm um
conjunto de tarefas para aplicao em crianas e adultos. A verso breve utilizada no presente estudo
foi constituda por trs subtestes: (a) Dot Matrix (matriz de pontos): avalia a memria de curto prazo
visuoespacial; (b) Counting Recall: avalia a memria operacional verbal por contagem; (c) Mister X:
avalia a memria operacional visuoespacial. Os subtestes da bateria foram descritos em Ribeiro &
Santos (2012).

- Dgitos do WISC III: medida clssica de reteno da memria imediata, da memria


auditiva sequencial, bastante sensvel s flutuaes da ateno (dgitos na ordem direta) e
memria operacional (dgitos na ordem inversa).
Percepo Social
- Subtestes de percepo social do NEPSY-II: Reconhecendo Emoes e teoria da mente
(Argollo, 2010): o primeiro avalia a habilidade de reconhecer emoes bsicas em
fotografias de crianas. O segundo avalia crenas, intenes e entendimento do pensamento
e sentimentos do outro, entre outras habilidades. A tarefa de percepo contextual avalia a
habilidade de relacionar a emoo com o contexto social.
Avaliao da Linguagem oral
- Teste de supresso de fonemas (Lopes-Silva et al., 2014): a tarefa de supresso de fonemas
uma medida de conscincia fonolgica, habilidade lingustica referente percepo e
manipulao explcita dos sons das palavras.
Leitura, Escrita e Aritmtica
- Subteste de leitura, escrita e aritmtica do TDE Teste de Desempenho Escolar (Stein,
1994).
Bateria de Cognio Numrica
- ZAREKI-R (Von Aster & Dellatolas, 2006). A bateria constituda de 12 subtestes: (a)
Enumerao de pontos; (b) Contagem oral em ordem inversa; (c) Ditado de nmeros; (d)
Clculo mental; (e) Leitura de nmeros; (f) Posicionamento de nmeros em escala vertical;
(g) Memorizao de dgitos; (h) Estimativa visual de quantidades; (i) Estimativa qualitativa
de quantidades no contexto; (j) Problemas aritmticos apresentados oralmente; (k)
Comparao de nmeros escritos. Os subtestes foram descritos em Santos et al (2012)
Senso numrico
- Tarefa de comparao de magnitudes no-simblicas (Costa et al, 2011): nesta tarefa
computadorizada, o participante instrudo a indicar qual, entre dois conjuntos, contm mais
pontos. Cada numerosidade apresentada 8 vezes. A tarefa compreende 8 ensaios de
aprendizagem e 64 ensaios experimentais.
Avaliao comportamental
- Aspectos comportamentais foram avaliados por meio de escalas comportamentais e teste
grfico projetivo com foco na relao com a aprendizagem. O Par Educativo (Coviella e
Palacios, 1985) uma tcnica projetiva psicopedaggica, que tem como objetivo investigar
o vinculo de aprendizagem que o sujeito estabelece no domnio escolar. As escalas
comportamentais foram as seguintes: (a) CBCL Child Behaviour Checklist (Bordin, Mari e
Caeiro, 1995). Foi analisada a presena de problemas de comportamento associados ao perfil
externalizante (ex: agressividade, problemas de conduta) e internalizante (ex: depresso,

29

ansiedade), alem de sintomas de hiperatividade e ateno. (c) Escala EACI-P (Brito, 1987):
avalia o comportamento infantil quanto presena de Hiperatividade/Problemas de Conduta
Funcionamento Independente/Inateno Neuroticismo/Ansiedade e Socializao.
5- RESULTADOS DA AVALIAO NEUROPSICOLGICA:
Avaliao das funes cognitivas e da aprendizagem
E.L. apresenta nvel de desempenho intelectual compatvel faixa etria (percentil 30;
RAVEN e QI 96; WISC III). No que se refere memria verbal episdica, apresentou
dificuldades importantes. Por exemplo, no teste de Memria para Lista de Palavras, E.L.
apresentou indicadores de pobre habilidade de memria associada aprendizagem serial.
Observou-se, ainda, curva de aprendizagem oscilante, indicando pouco benefcio da
exposio mais contnua informao. Este prejuzo pode estar associado a oscilaes da
ateno. Em relao aos domnios avaliados pelo AWMA (memria de curto prazo
visuoespacial, memria operacional verbal e visuoespacial) o desempenho mostrou-se
mdio. No que concerne ao componente visuoespacial da memria operacional, E.L.
tambm apresentou desempenho adequado em tarefa de manipulao da informao
complexa. A manuteno e manipulao de informaes tambm mostrou-se bem
desenvolvida nas esferas verbal e visual, mas melhor nas atividades visuais.
J no que se refere habilidade de armazenamento e evocao da memria visual de longo
prazo, E.L. apresentou mais dificuldade (desempenho mdio inferior) na recordao tardia
(aps 30 minutos) da figura complexa de Rey.
No domnio da ateno, E.L. apresentou desempenho oscilante. No instrumento
informatizado de ateno visual contnua (CPT), seu desempenho sugeriu a presena de um
perfil clnico compatvel com dficit de ateno. No que se refere aos testes que avaliaram
habilidades visuoespaciais, exibiu habilidades percepto-gnsicas adequadas em tarefas de
integrao de informaes visuais e de reconhecimento de figuras em configuraes
incompletas ou posies incomuns. As habilidades visuoperceptivas e visuoconstrutivas
relacionadas capacidade de reproduzir figuras complexas revelaram-se abaixo da mdia
esperada para sua idade tanto no armazenamento visual quanto no processo de recuperao
da figura de Rey. Na tarefa de comparao de magnitudes no-simblicas, E.L. apresentou
dificuldade importante. Nas tarefas de percepo social e reconhecimento de emoes
apresentou desempenho dentro da mdia. Quanto aos aspectos comportamentais, foram
obtidos indicadores de perfil clnico para problemas de ansiedade e dficit de ateno
(CBCL). No EACI-P foram detectadas dificuldades relacionadas ansiedade. Na avaliao
de aspectos afetivos emocionais relacionados aprendizagem, por meio da prova projetiva
(par educativo), foram evidenciados indicadores de um vinculo negativo, com baixa
autoestima no contexto escolar.
E.L. teve bom desempenho no teste de conscincia fonmica. No TDE na classificao por
ano escolar (4 ano) no subteste de escrita, leitura e aritmtica seu desempenho foi mdio,
vale ressaltar que em relao faixa etria na classificao por idade (11 anos) apresentou
desempenho inferior. Em relao cognio numrica exibiu prejuzos em 3 dos 11
subtestes do ZAREKI-R (Enumerao de Pontos, Leitura de nmeros e Problemas
Aritmticos). Em relao aos clculos necessitou de mediao em contas de subtrao com
emprstimos e a automatizao da tabuada no est bem estabelecida. No executa
operaes de diviso.
6- CONCLUSES
Os resultados do exame neuropsicolgico com nfase em cognio numrica indicam que
E.L. tem prejuzos sugestivos de Discalculia do Desenvolvimento, pois, apresentou

30

dificuldades significativas principalmente em problemas aritmticos quando havia demanda


de abstrao para a resoluo. O prejuzo de senso numrico observado na tarefa de
comparao de magnitudes no-simblicas tambm justifica as dificuldades na matemtica.
Neste sentido, o protocolo adotado mostrou-se til para identificar caractersticas da DD.
Entretanto, outros prejuzos evidenciados podem justificar parte de suas dificuldades em
cognio numrica; o exame da morfologia cerebral poderia esclarecer esta questo. E.L.
exibiu um perfil clnico de dficit de ateno e falhas de memria verbal de longo prazo. O
dficit de ateno tende a afetar particularmente seu desempenho de tarefas com maior
demanda de automonitoramento, o que deve ser levado em conta tambm em processos de
interveno. Foram, ainda, identificados sinais de uma relativa imaturidade das funes
visuoconstrutivas, o que pode ter um impacto na elaborao de clculos por escrito. A
avaliao especifica de cognio numrica associada a outras provas neuropsicolgicas pode
favorecer a abordagem teraputica, uma vez que fornece dados mais amplos sobre o
funcionamento cognitivo como um todo na discalculia.
Contato: [email protected]

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31

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202209.

32

TECNOLOGIA DE CONVERSO DE TEXTO EM VOZ NA REABILITAO


COGNITIVA: APLICABILIDADE CLNICA
Iasmin Andrade Gabrig1, Rosinda Martins Oliveira2, Ana Cludia Becattini de Oliveira2
1

Pontifcia Universidade Catlica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), 2 Universidade Federal do


Rio de Janeiro (UFRJ)

Apesar de escassos, alguns estudos j apontam a tecnologia de converso de texto em


voz (text-to-speech converter) como importante ferramenta da reabilitao cognitiva de
pacientes com queixa de dificuldade de aprendizagem, TDAH, dislexia, autismo, afasia e
perda visual. O recurso oferece possibilidade de ser utilizado tanto quanto estratgia
compensatria para a perda da capacidade de leitura, quanto para estimulao cognitiva,
como instrumento para aumento da velocidade leitora, foco atencional no contedo lido e
como mediador das relaes grafema-fonema. Com o objetivo de esclarecer os potenciais
clnicos dessa ferramenta, o presente trabalho ir expor a reabilitao cognitiva
informatizada de dois diferentes casos: Caso 1: A.C., 40 anos, mdica neurologista,
diagnosticada com degenerao macular, apresenta perda visual progressiva. Processo
degenerativo comeou durante a graduao em medicina, com agravamento no fim do
doutorado. Precisou de apoio de familiares para a leitura de artigos. No fim de 2012
procurou atendimento neuropiscolgico. Apresentava dificuldade na discriminao de rostos
na rua e para leitura, mesmo com lupa. O objetivo da cliente reingressar no ambiente
acadmico e retomar sua produo cientfica. No foi realizada avaliao neuropsicolgica
integral, posto que no havia queixa cognitiva. Os resultados nos subtestes realizados foram:
QI estimado (cubos e vocabulrio)=120, Vocabulrio=15, Cubos=12, Semelhanas=14,
Dgitos=15 - OD:6/ OI:7, Nmeros e letras= 12 (span:5), RAVLT: 8,13,13,15,14, B:6, 15,13
(Reconhecimento de A: 15, de B:14 7 falsos positivos). Apresenta timo funcionamento
cognitivo, embora dificultado pelo perodo adaptativo nova condio visual. A reabilitao
cognitiva, realizada 2 vezes por semana (uma vez por terapeuta em consultria e outra por
co-terapeuta, em domiclio) foca estratgias de transposio de informaes visuo-espaciais
para material fonolgico, usando como recurso de adaptabilidade o conversor de texto em
voz para tablets, sugerido pela prpria cliente. Os objetivos so: 1) automatizar e agilizar a
capacidade de leitura por udio, atravs do uso mais eficiente da memria fonolgica e, 2)
promover estratgias de compreenso-leitora e estruturao do racicnio lgico que no
dependam de apoio visual. Embora ainda no mensurados em termos quantitativos,
resultados aps 6 meses relevam excelente adaptabilidade leitura ouvida, alm de aumento
da velocidade de leitura, compreenso leitora e estruturao do pensamento, auxiliando a
cliente a ser aproximar de suas metas profissionais. Caso 2: H.H., 62 anos, 3 grau completo
(medicina ginecolgica e obstetrcia), sofreu AVC em 2008. Ressonncia Magntica do
Encfalo (2012) mostrou comprometimento fronto-temporo-parietal e menos acentuado no
lobo occipital, alm de degenerao valeriana do trato cortio-espinhal e cortio-talmica,
direita. H tambm encefalomalcia no lobo parietal alto esquerda e hemiparesia
esquerda (em todo corpo) conjugado com heminegligncia audio e visuo-espacial. Avaliao
neuropsicolgica (2012) identificou como queixas mais crticas as relacionadas linguagem,
como afasia expressiva severa (Nomeao de Boston=17/45), com intensas parafasias (em
maior quantidade semnticas), anomia, agramatismo e agrafia. Apresenta ainda dificuldade
atencionais, relacionadas concentrao e inibio de impulsos. A reabilitao cognitiva,
realizada 2 vezes por semana em domiclio, com durao de 1:30h, visa o reestabelecimento
da fala e da capacidade de leitura por intermdio do uso do tablet, incluindo a tecnologia de
converso de texto em voz. Resultados aps 2 anos mostram excelente adaptabilidade
tecnologia, com grande engajamento ao tratamento. Houve melhora significativa da
capacidade expessiva e atencional, com diminuio acentuada das parafasias, retomada da

33

capacidade de leitura e escrita de sentenas simples (sem apoio externo) e expanso da


capacidade de armazenagem na memria de curto-prazo fonolgica.
Contato: [email protected]

34

A
IMPORTNCIA
DA
AVALIAO
NEUROPSICOLGICA
IDENTIFICAO DE UM CASO DE DEFICINCIA INTELECTUAL

NA

Priscila do Nascimento Marques, Rosinda Martins Oliveira


Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

Identificao: A.B.G., 7 anos, sexo feminino.


Queixa atual: A.B.G. foi encaminhada para avaliao neuropsicolgica para investigao de
comportamentos agressivos, alm da dificuldade para se alfabetizar.
Histria clnica: Desde o incio da infncia, A.B.G. se apresenta intolerante frustrao,
com dificuldade para respeitar regras e limites nas relaes com a famlia e com a escola.
A.B.G. tem acessos de raiva diante de situaes em que contrariada, dirigindo ataques de
agresso fsica contra crianas de mesma idade ou adultos. Devido ocorrncia de
comportamentos agressivos na escola, A.B.G. teve que mudar de escola diversas vezes no
mesmo ano letivo, no tendo aproveitamento suficiente para ser aprovada no primeiro ano
do ensino fundamental. Apesar de a famlia relatar trocas no discurso oral (por exemplo, dos
nomes das cores) e atraso na leitura e escrita, no havia suspeita de dificuldade cognitiva.
A.B.G. era descrita pela famlia como uma criana perspicaz e de rpido aprendizado, com
capacidade de compreenso e comunicao nos contextos sociais. Tendo em vista que a
paciente havia sido adotada aos 2 anos de idade, a suspeita da famlia era de que a
agressividade apresentada pela paciente se devia vivncia do abandono, sendo unicamente
de ordem subjetiva. Em funo disto, A.B.G. iniciou acompanhamento psiquitrico e
psicoterapia em 2013, recebendo diagnstico de TDAH com hiptese de desregulao
emocional. Aps a tentativa de uso da Ritalina, A.B.G. foi medicada com Trileptal e
Risperdal. Apesar da estratgia medicamentosa para conteno dos comportamentos
agressivos, os episdios de agressividade na escola e em casa se tornaram mais frequentes e
intensos com o incio da alfabetizao. Com pouca mudana nos sintomas de agressividade
aps 5 meses de atendimento psicoterpico, a paciente foi encaminhada pela psicoterapeuta
para avaliao neuropsicolgica, com hiptese de associao entre queixas de
comportamento e alteraes cognitivas. Durante a anamnese, foram relatadas intercorrncias
no perodo de gestao e atraso global no curso do desenvolvimento, causadas por privao
nutricional e infeco pulmonar nos primeiros meses de vida.
Metodologia: Foram avaliadas as funes cognitivas: funes executivas e ateno,
memria, linguagem receptiva e expressiva, assim como as habilidades de leitura, escrita e
conhecimento numrico. A avaliao neuropsicolgica utilizou os seguintes instrumentos:
Escala Wechsler de Inteligncia para Crianas 3a edio (WISC-III), Escala de Maturidade
Mental Columbia, Teste do Desenho da Figura Humana (DFH), assim como tarefas de
avaliao da linguagem receptiva e expressiva, do conhecimento alfabtico e numrico, e
leitura e escrita de palavras isoladas com padro simples.
Resultados da avaliao neuropsicolgica: A.B.G. apresentou QI Total classificado como
Intelectualmente deficiente (QI 61), com QI Verbal intelectualmente deficiente (QI 55) e QI
de Execuo Limtrofe (QI 74). Os ndices Organizao Perceptual e Velocidade de
processamento foram classificados como limtrofe; j os ndices Compreenso Verbal e
Resistncia Distrao foram compatveis com intelectualmente deficiente. A paciente
obteve classificao inferior na Escala de Maturidade Columbia, com ndice de Maturidade
4i e percentil abaixo de 4%. No teste do Desenho da Figura Humana, A.B.G. obteve

35

classificao deficiente, com percentil equivalente a 1. Na tarefa de avaliao de linguagem


receptiva, A.B.G. nomeou corretamente 38 dentre 43 palavras de uso comum, e foi capaz de
compreender 4 dentre 4 sentenas simples. Dentre os erros na nomeao de palavras
isoladas, foi notada a ocorrncia de parafasias semnticas e fonolgicas. Na avaliao da
linguagem expressiva, a produo do discurso se mostrou sem coeso e coerncia, com
alterao na sintaxe e intruso de palavras inexistentes. A.B.G. mostrou dificuldade para
evocar o nome das vogais e consoantes, embora conseguisse identificar a forma. As
habilidades de leitura e escrita so compatveis com nvel pr-fontico. Por fim, A.B.G. foi
capaz de recitar a seqncia numrica de 1 at 30 com auxlio, e foi capaz de estabelecer a
correspondncia entre nmeros e quantidades de 1 at 10.
Dificuldades durante a avaliao: A paciente apresentou reao evitativa, embora no
agressiva, diante de tarefas em que era necessrio pensar para resolver um problema,
sobretudo quando requeriam o uso de lpis e papel. Mostrou dificuldade para lidar com
atividades que achava difceis, sendo necessrio despender tempo acima do esperado para
que a paciente aceitasse realizar as atividades propostas.
Perfil neuropsicolgico: A.B.G. apresentou nvel de funcionamento cognitivo global muito
aqum do esperado para a idade. As funes cognitivas avaliadas se encontraram
comprometidas em funo do atraso global nos processos de pensamento. A partir das
parafasias e dificuldade na linguagem oral, assim como no conhecimento alfabtico, h
indcios de alteraes nas habilidades lingsticas. No foram observadas alteraes
evidentes no controle motor grosso. O conhecimento de palavras de uso cotidiano (como
cores, animais, frutas e objetos de uso domstico) se mostrou relativamente preservado,
assim como o conhecimento numrico (conhecimento do nome e forma dos algarismos,
conhecimento da seqncia dos algarismos, e conceito de nmero). A paciente mostrou se
beneficiar de mediao utilizando apoio concreto, e foi capaz de fazer uso de estratgia de
verbalizao aprendida por modelagem. Durante a avaliao, A.B.G. se mostrou capaz de
aprender novas palavras de uso cotidiano.
Hiptese etiolgica e orientao para o tratamento: Na presente avaliao, A.B.G. mostrou
perfil cognitivo compatvel com deficincia intelectual leve, com prejuzo sobretudo nas
habilidades lingusticas. Foi feito encaminhamento para estimulao cognitiva, assim como
para avaliao fonoaudiolgica e para avaliao neuropeditrica, tendo em vista as
intercorrncias orgnicas ocorridas nos primeiros meses de vida. Adicionalmente, foi
sugerida a continuidade do tratamento psicoterpico e medicamentoso.
Em suma, apesar de A.B.G. ter domnio do conhecimento pragmtico relacionado a
vivncias cotidianas, os processos de pensamento requeridos para o aprendizado formal e
para a auto-regulao das respostas se encontravam muito aqum do esperado. Atravs da
investigao detalhada do perfil cognitivo foi possvel identificar fatores no percurso de
desenvolvimento de A.B.G. que estavam associados aos seus sintomas comportamentais,
ampliando a hiptese que abordava o caso somente enquanto transtorno especfico de
inibio comportamental. A identificao da deficincia intelectual como fator etiolgico
primrio dos sintomas de A.B.G. tornou possvel a interveno no atraso global de
desenvolvimento, atravs de encaminhamento para atendimento especializado que
melhorem o prognstico tanto no nvel comportamental como cognitivo e funcional.
Contato: [email protected]

36

AUTO-EFICCIA
E
DESEMPENHO
COGNITIVO:
CONJUGANDO
PSICOTERAPIA E REABILITAO NEUROPSICOLGICA EM UM CASO DE
DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM
Priscila do Nascimento Marques1, Izabel Souza1, Iasmin Gabrig2, Diana Ges1
1

Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), 2Pontifcia Universidade Catlica do Rio


de Janeiro (PUC-Rio)
1-Dados de identificao: I.V.S., sexo feminino, 13 anos, estudante do 7 ano do ensino
fundamental de escola particular do Rio de Janeiro.
2-Histria atual (queixa neuropsicolgica e psicolgica): I.V.S. foi encaminhada para
avaliao neuropsicolgica em Abril de 2012, com queixa de dificuldade para memorizar
contedos escolares, tendo por consequncia aprendizado lento. Na escola, a paciente se
mostra dispersa durante a aula, tendo maior dificuldade na organizao e compreenso
textual. Diante das dificuldades, a paciente no se engaja nos exerccios e provas escolares.
Apesar de ter obtido aprovao em todos os anos, seu desempenho acadmico sempre
abaixo da mdia da turma, ainda que dispenda muitas horas para o estudo. Durante as
entrevistas iniciais, so evidenciados aspectos psicolgicos relacionados a dificuldade de
aprendizagem, tais como nervosismo e preocupao recorrente diante das provas escolares.
3-Histria clnica pregressa: Desde o incio da vida escolar, aos 3 anos de idade, I.V.S.
apresenta dificuldade para lembrar os contedos aprendidos, se mostrando lentificada para
realizar as atividades. Aos 6 anos, I.V.S. esquecia as letras do alfabeto que aprendia,
necessitando auxlio de professora particular para alfabetizao. A lentificao de I.V.S.
aparece como uma queixa importante para a famlia, j que tambm se apresenta na
realizao de atividades cotidianas, como por exemplo, ao se vestir, ao organizar seu
material escolar. Quando mais nova, a paciente apresentava dificuldade para memorizar
canes infantis, sendo necessrio repetir muitas vezes para que aprendesse. No h indcios
de alteraes neurolgicas ou psiquitricas. A me de I.V.S. relata tambm ter dificuldade
para memorizar, e h um caso de dislexia na famlia materna. O curso de desenvolvimento
da paciente, assim como a gestao, foram dentro do esperado. I.V.S. fez atendimento
fonoaudiolgico devido a trocas de letras e dificuldade para organizao textual, e apesar de
ter apresentando melhora relativa, ainda apresenta dificuldade nestes aspectos. Em avaliao
psicopedaggica realizada em agosto de 2011, I.V.S. apresentou desempenho em escrita e
aritmtica apropriado para sua faixa etria. Apesar de desempenho acima do esperado em
conscincia fonmica e silbica, I.V.S. apresentou dificuldade em habilidades de leitura, e
lentificao no acesso ao lxico. No foi iniciado atendimento psicopedaggico aps esta
avaliao. I.V.S. fazia psicoterapia em grupo voltada para desenvolvimento de habilidades
sociais desde 2010, sendo interrompida no incio de 2013. Apesar de relatos de melhora nas
interaes em grupo e na timidez, I.V.S. ainda apresentava sintomas de ansiedade em
perodo de provas escolares. Adicionalmente, de acordo com a famlia, I.V.S. intolerante a
fracassos, ficando muito irritada quando se percebe em desvantagem e at mesmo quando
no vence um jogo.
4-Metodologia: Na avaliao neuropsicolgica foram investigadas as seguintes funes
cognitivas: memria, ateno, funes executivas e linguagem. Foram utilizados os
instrumentos: Escala Wechsler de Inteligncia para Crianas 3a edio (WISC-III) e Figura
Complexa de Rey, alm de paradigmas para avaliao das funes executivas, memria
episdica, semntica e tardia (Aprendizagem Auditivo-Verbal de Rey, Teste de Stroop e
Tarefa de Fluncia Verbal Semntica e Fonolgica).

37

5-Resultados da avaliao neuropsicolgica e perfil cognitivo: Resultados obtidos na WISCIII: Observou-se funcionamento cognitivo global dentro do esperado para a faixa etria (QI
total = 101), estando os QIs Verbal (QI=103) e de Execuo (QI=97) na mdia. A memria
episdica se mostrou preservada, embora a capacidade da memria de trabalho (sobretudo
da ala fonolgica) se mostrou aqum do esperado. I.V.S. foi capaz de implementar
estratgias para resolver problemas, embora apresentasse dificuldade para monitorizar a
execuo. Observou-se vocabulrio aqum do esperado, e prejuzo na organizao do
discurso.
Perfil Neuropsicolgico: 1- As dificuldades executivas comprometem a resoluo de
problemas e o acesso ao lxico, acarretando em lapsos atencionais e lentificao. 2Empobrecimento semntico, que compromete a organizao do discurso.
Dificuldades durante a avaliao neuropsicolgica: Apesar de colaborar com as atividades
propostas, I.V.S. apresentava atitude passiva diante de problemas que lhe propunham
desafio, persistindo pouco em uma estratgia de resoluo e desistindo da tarefa antes de
tentar resolver.
6-Orientao para tratamento: I.V.S. foi encaminhada para reabilitao neuropsicolgica,
que teve como objetivo o desenvolvimento das funes executivas (com foco na memria de
trabalho), a organizao do discurso, e o enriquecimento do vocabulrio. Em funo da
queixa de preocupao diante das provas, I.V.S. tambm foi encaminhada para psicoterapia.
7-Interveno 1: Reabilitao Neuropsicolgica: A reabilitao Neuropsicolgica teve incio
em outubro de 2012, estando em andamento at o momento. Em funo das dificuldades
executivas e da limitao da capacidade da memria de trabalho (sobretudo ala fonolgica),
assim como dficits na organizao do discurso e empobrecimento semntico, foram
trabalhadas atividades que requeriam funes executivas no contexto da compreenso e
produo lingustica. Estratgias de estimulao utilizadas: 1-Atividades para organizao
do pensamento a partir de texto escrito; 2- Atividades de compreenso de histrias em
quadrinhos curtas e de imagens, voltadas para desenvolvimento da leitura intencional, assim
como para investigao das relaes semnticas e inferenciais nas histrias; 3- Atividades
para aumento da capacidade da ala fonolgica da memria de trabalho, atravs de
estratgias como imagem mental; 4- Atividades para enriquecimento do vocabulrio,
buscando o significado das palavras a partir de suas relaes contextuais. Estratgias de
compensao utilizadas: I.V.S. se beneficiou de mediao da terapeuta, que a auxiliou
sobretudo na manuteno na atividade quando a paciente recuava diante da tarefa.
8- Interveno 2: Terapia Cognitivo-Comportamental: I.V.S. iniciou atendimento em
psicoterapia no incio de 2013, dando continuidade at o momento. Foram investigadas as
crenas da paciente e de sua famlia referentes a desempenho acadmico e s capacidades de
I.V.S. Na avaliao dos pensamentos automticos e crenas, I.V.S. desqualifica suas
prprias capacidades e conquistas, e se considera menos competente que seus familiares.
Devido s crenas de incapacidade, I.V.S. apresenta preocupaes diante das atividades
escolares, e julga que seu desempenho sempre poderia ter sido melhor. Diante disto, so
recorrentes sintomas de ansiedade durante a realizao de provas, alm da angstia diante do
medo de errar. Os pais de I.V.S. reconhecem a dificuldade de aprendizagem de I.V.S.,
atribuindo hiptese de dislexia. Entretanto, apresentam altas expectativas em relao a
sucesso acadmico, e comparam o desempenho acadmico e cognitivo de I.V.S. com o de
seu irmo mais velho, que sempre obtivera notas acima da mdia. Em funo das

38

dificuldades de I.V.S. na escola, a famlia lhe cobrava que dispendesse maior tempo de
dedicao aos estudos, e lhe punia quando no obtinha um desempenho satisfatrio.
A psicoterapia cognitivo-comportamental teve como objetivo tratamento dos
sintomas de ansiedade diante das atividades escolares, alm da reestruturao das crenas de
auto-eficcia, que mostraram efeitos em sua atitude diante da resoluo de problemas e
tarefas escolares. O atendimento teve como eixo o questionamento socrtico para a
reestruturao de pensamentos disfuncionais referentes s suas prprias capacidades e autoestima, alm das preocupaes com cometer erros. Alm disto, foram trabalhadas tcnicas
de respirao para reduo dos sintomas de ansiedade, e psicoeducao para manejo da
ansiedade. Foram realizadas sesses de orientao com os pais, que tiveram como objetivo
informar sobre o prognstico na dificuldade de aprendizagem, e discutir condutas mais
adaptativas para auxiliar o desenvolvimento cognitivo e emocional da paciente.
9- Resultados das intervenes: Aps 1 ano e 6 meses de reabilitao neuropsicolgica,
conjugado a 1 ano de atendimento psicoterpico, foram notadas mudanas no desempenho
acadmico e cognitivo (aumento do QI Verbal na reavaliao realizada em 2014), associada
reduo dos sintomas de ansiedade diante das provas, e das preocupaes frente a
possibilidade do erro.
Considerando que a paciente apresentava dificuldade de aprendizagem em funo
sobretudo de dficits no funcionamento executivo, o trabalho psicoterpico associado
estimulao cognitiva forneceu recursos emocionais para o enfrentamento da dificuldade de
aprendizagem, promovendo um melhor prognstico. A aliana entre reabilitao
neuropsicolgica e psicoterapia cognitivo-comportamental teve efeito positivo na
mobilizao de capacidades para a resoluo de desafios cognitivos. A reestruturao de
crenas referentes a desempenho e autoconceito, aumentaram o engajamento da paciente
com o aprendizado, e I.V.S. pde se beneficiar de modo mais efetivo da reabilitao
neuropsicolgica.
Contato: [email protected]

39

AVALIAO DA ATENO E MEMRIA DE TRABALHO EM JOVEM


UNIVERSITRIA COM HISTRIA CLNICA DE DEPRESSO
Liana Chaves Mendes-Santos
Pontifcia Universidade Catlica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)

M. A. universitria e tem 21 anos, foi diagnosticada com depresso em 2009 e


durante um ano fez uso de venlafaxina. No perodo em que a avaliao neuropsicolgica foi
realizada, ela relatava ausncia de sintomas e j no fazia acompanhamento mdico e uso de
medicao h trs anos. A paciente foi avaliada com os seguintes testes: Lista de
Aprendizagem Auditivo-Verbal de Rey - RAVLT, Teste da Figura Complexa de Rey, alguns
subtestes da Escala Wechsler de Inteligncia - WAIS III (Cdigos, Procurar Smbolo,
Aritmtica, Dgitos, Sequncia de Nmeros e Letras), TECON 1,TEACO-FF, Trilhas
Coloridas, Teste de Stroop, Wisconsin Cards, R-1 e o CompCog (uma bateria
neuropsicolgica, criada utilizando um software de desenvolvimento de aplicativos da Apple
para IPad, que avalia diferentes domnios cognitivos: ateno, memria, funes executivas,
percepo e velocidade de processamento de informaes). M. A. apresentou um perfil
cognitivo global classificado como mdio e demonstrou um rebaixamento acentuado no
processamento da memria de trabalho e velocidade de processamento, bem como, na
ateno. A classificao do percentil (em relao idade) nos testes de ateno concentrada,
TEACO e TECON 1, foram inferior e mdio inferior, respectivamente. Nos subtestes do
WAIS-III, ficou evidenciado o valor inferior em Aritmtica e os valores abaixo da mdia em
Cdigos e Procurar Smbolo; alm do spam de armazenamento e processamento de 4 em
Dgitos Ordem Inversa. Os escores no Teste Wisconsin Cards esto muito abaixo da mdia.
Em relao ao desempenho no CompCog, destaca-se a dificuldade no controle inibitrio (no
Teste de Controle Inibitrio), um spam de memria de trabalho de armazenamento de 4, e de
armazenamento e processamento de 3 (no Teste de Memria de Curto-prazo Visuo-espacial,
nas sequncias direta e inversa, respectivamente). Por fim, os resultados desses testes
indicam que a paciente apresenta um comprometimento nas funes executivas, bastante
evidenciado nos componentes de memria de trabalho, ateno e controle inibitrio, apesar
do auto-relato de ausncia de sintomas de depresso h trs anos.
Contato: [email protected]

40

IMPACTO DO TRANSTORNO DE ANSIEDADE NA INFNCIA SOBRE A


AVALIAO NEUROPSICOLGICA
Angelica Yolanda Bueno Bejarano Vale de Medeiros1,2, Liana Chaves Mendes-Santos3,
Natalia Pinho Ribeiro1,2
1

Laboratrio de Pnico e Respirao IPUB/UFRJ, 2Faculdades Integradas Maria Thereza


(FAMATh), 3 Pontifcia Universidade Catlica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)

Sofia tem 11 anos e cursa o 6 ano do Ensino Fundamental, mora com seus pais e
uma irm (quatro anos). Ela apresenta choro frequente (sem causa) cada vez que deve fazer
uma prova ou enfrentar um desafio. Sudorese e batimentos cardacos acelerados foram
sensaes descritas diante dessas situaes pela criana. Foi observada uma tendncia ao
perfeccionismo e intolerncia frustrao. Segundo o relato da me, em casa, briga
constantemente com a irm, chegando a bater nela. Tem dificuldades para dormir e medo do
escuro. Sofia apresenta eczemas em vrias partes do corpo devido Dermatite Atpica. De
acordo com a me, os eczemas pioram quando est ansiosa. No foram relatados problemas
de ateno, concentrao, memria ou aprendizagem na escola. Interage com outros sem
dificuldade, mas s quando chamada. Segundo o laudo do neuropediatra, Sofia tem Fobia
e Transtorno de Ansiedade.
A paciente est fazendo psicoterapia (Terapia Cognitivo-Comportamental-TCC) h
alguns meses e foi encaminhada para o Servio de Psicologia Aplicada (SPA) da PUC-Rio
para fazer Avaliao Neuropsicolgica (AN). Os instrumentos utilizados pela psicoterapeuta
para avaliar a ansiedade, a depresso e o estresse foram: a Escala de Stress Infantil (ESI), o
Inventrio de Ansiedade de Beck (BAI) e a Hospital Anxiety and Depression Scale (HADS).
A ESI foi aplicada no stimo ms de terapia e os resultados demonstraram uma pontuao
alta na categoria: reaes psicolgicas com componente depressivo. Os resultados obtidos
do BAI (aplicado no oitavo ms de terapia) indicaram que a criana encontrava-se na
classificao grave de ansiedade. Os resultados da HADS, aplicada no nono ms da terapia,
foram indicativos de um estado leve de ansiedade e um estado normal de depresso para
pacientes com doena fsica. A criana preencheu os critrios diagnsticos do DSM-V e da
CID-10 para o Transtorno de Ansiedade Generalizada. As estratgias teraputicas utilizadas
na TCC e um trabalho diferenciado na elaborao de jogos ldicos e atividades
personalizadas tm evidenciado algumas mudanas significativas no comportamento.
Tambm foi observada uma diminuio dos eczemas durante alguns perodos.
Durante a AN foram utilizados os seguintes testes: Escala Wechsler de Inteligncia
para Crianas 4a Edio (WISC-IV), Mini-Exame do Estado Mental, Teste de Stroop,
Teste de Fluncia Verbal Fonmica (Letras F, A, M) e Semntica (Animais), Lista de
Aprendizagem Auditivo-Verbal de Rey, Teste da Figura Complexa de Rey, Teste do
Desenho do Relgio, Trail Making Test e o CompCog (uma bateria neuropsicolgica, criada
utilizando um software de desenvolvimento de aplicativos da Apple para IPad, que avalia
diferentes domnios cognitivos: ateno, memria, funes executivas, percepo e
velocidade de processamento de informaes).
Sofia apresentou-se muito ansiosa principalmente durante a primeira sesso da AN.
Ansiedade bem demonstrada no incio dos testes. Durante as tarefas, ela sempre apresentou
um padro e pouca flexibilidade cognitiva, comum em pacientes diagnosticados com
ansiedade; alm de dificuldade de controle inibitrio (evidente no CompCog), perseverao
(demonstrado no teste de Fluncia Verbal) e demora para se organizar, quando no h uma
estrutura pr-estabelecida (evidenciada, por exemplo, na lentido para conseguir montar um
modelo com nove cubos, no subteste Cubos do WISC-IV). A paciente tambm apresenta
dificuldade na memria de trabalho, demonstrada no Teste de Memria de Figuras. Outra

41

questo importante que diante da novidade e da possibilidade do erro ou do fracasso, Sofia


se comporta de forma impulsiva e algumas vezes isso que provoca o seu erro, o que pode
ser observado no CompCog.
As seguintes hipteses de perfil cognitivo foram geradas a partir da AN e sero
discutidas durante a apresentao do caso clnico: a ansiedade gera a dificuldade de autoregulao do comportamento ou uma disfuno executiva geraria essa dificuldade de autoregulao, o que aumentaria o nvel de ansiedade, ou ainda, pode est acontecendo as duas
situaes. Inclusive, a dificuldade de auto-regulao vinculada ao manejo da frustrao
aparece no discurso da me, por exemplo: Chora sempre sem ter uma causa toda vez que
vai fazer uma prova.; Bate nas coisas quando no pode fazer o que ela quer.
Por outro lado, foram evidenciados que os sintomas da ansiedade afetavam de forma
significativa o quadro clnico da Dermatite Atpica aumentando as sensaes de coceira, e
causando problemas de adequao na escola e um comportamento agressivo em casa.
Segundo o DSM-V, o Transtorno de Ansiedade Generalizada no devido a efeitos
fisiolgicos diretos de uma substncia (medicamentos, abuso de substncias, etc.) ou de uma
condio mdica ou doenas (como hipertireoidismo, lpus e diabetes). Mas, as pesquisas na
literatura relatam que pessoas com Dermatite Atpica podem desenvolver uma
personalidade particular, denominada Personalidade Atpica, caracterizada por serem
hipercinticos, irritveis e manipuladores, com traos psicolgicos de ansiedade, depresso e
a agressividade. Assim, um caso como este pode ser observado sob dois pontos de vista: o
emocional, mais relacionado personalidade da criana ou, o cognitivo, mais relacionado
disfuno executiva.

Contato: [email protected]

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APRESENTAO DOS PSTERES


DIA 03/10/2014 SEXTA-FEIRA
3.01 - A RELAO ENTRE NEUROCINCIA E PSICANALISE: UM ESTUDO DE
REVISO BIBLIOGRFICA.
Tatiane Andr Maiorga, Monalisa de Cssia Fogaa, Isaac Lucas Camargo Arruda, Marisa
Sidlauskas Santos, Nela Maria de Barros Pereira, Cristina Vivanco Blanco
Universidade Nove de Julho
Eixo Temtico: Psicologia Clnica e Neurocincias
Palavras-chave: psicanlise, psicologia, neurocincia.
A proximidade entre neurocincia e psicanlise no novidade, a psicanlise
filha da neurologia. Freud, pai da psicanlise, era mdico, e iniciou seus trabalhos em
1983 no laboratrio de neurologia de Meynert. Nessa poca que surgem as primeiras
manifestaes de seu interesse pela psicopatologia, sendo considerado exmio especialista
em diagnosticar locais de leso cerebral. Freud, ao criar a psicanlise, postulava ser ela uma
cincia natural, ou seja, o ajustamento entre os aspectos psicolgicos e biolgicos, elemento
essencial constituinte do modelo psicanaltico freudiano, negar esse paradigma afastar-se
do prprio referencial psicanaltico. A descrio psicanaltica de como a mente se forma, se
desenvolve e trabalha, mostra que ela se mescla com o funcionamento cerebral de tal
maneira, que, para entender suas origens, inevitvel penetrar em suas razes biolgicas. A
neurocincia atual fornece dados importantes para investigar como nosso crebro se
transforma no que somos e como obtemos a experincia subjetiva. O objetivo deste trabalho
foi verificar a relao entre psicanalise e neurocincia, atravs de reviso bibliogrfica nas
bases de dados Lilacs e Pubmed, realizada no ms de setembro de 2013, com as seguintes
palavras-chaves: neurocincia AND psicanalise. O perodo pesquisado foi de 2001 a
2013. Foram encontrados 43 artigos, sendo que 21 deles estavam simultaneamente
indexados nas mesmas bases de dados. A psicanlise contribui cada vez mais para
compreenso da mente humana, seus distrbios e seu tratamento. Por outro lado, as
neurocincias vm confirmando inmeros postulados psicanalticos modernos, no estudo das
funes cerebrais mais diferenciadas. Entretanto, os neurocientistas no podem mais deixar
de lado as contribuies da cincia do inconsciente, assim como psicanalistas no devem
desprezar os desenvolvimentos dos conhecimentos das cincias cognitivas e das
neurocincias em geral. O dilogo emergente entre psicanalistas e neurocientistas pode
ajudar no s no restabelecimento de uma posio slida da teoria psicodinmica e
tratamento psicanaltico na medicina contempornea, mas tambm superar a diviso entre o
tratamento "psicolgico" e o tratamento "somtico" permitindo importantes insights sobre a
relao mente-crebro.
Contato: [email protected]

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3.02 - DIAGRAMA DA INTERSEO: PSIQUIATRIA, NEUROPSICOLOGIA E


BIOMEDICINA. ASPECTOS HISTRICOS E FILOSFICOS.
Luis Anunciao, Matheus Almeida, J. Landeira-Fernandez
Pontifcia Universidade Catlica do Rio de Janeiro
Eixo-temtico: Aspectos histricos e filosficos das Neurocincias
Palavras-chave: neurocincia, psiquiatria, biomedicina, histria.
Dentre as possibilidades explicativas da realidade, a cincia despontou como a mais
confivel para as explicaes dos fenmenos da natureza na rea das disciplinas naturais e
para elucidao ou ampliao do conhecimento em diversos tpicos em cincias humanas,
como a correlao entre situaes consideradas dspares (ex: associao entre tipo de
trabalho e adoecimento mental), a comparao de teorias ontolgicas da natureza humana
(ex: cognitivo ou modelado por contingncias de reforamento), os marcos psicolgicos do
desenvolvimento (ex: abstrao da realidade e aprimoramento cognitivo), o
desenvolvimento de tecnologias variadas (ex: instrumentos para avaliao de rendimento ou
performance, medidas para reabilitao de pacientes) entre outros. No obstante o avano, a
cronologia do mesmo aponta para eventos e situaes cuja relevncia foram angulares para
criao de novos paradigmas, como as revolues em psiquiatria quando considerada a
introduo dos medicamentos antidepressores auxiliando a criao do que hoje considera-se
psiquiatria biolgica, a fuso de disciplinas isoladas para correlao entre atributos
psicolgicos e sua relao com a neurologia, dando origem ao campo da Neurocincia, o
desenvolvimento da Psicometria e da Neuropsicometria, estendendo sua capacidade
explicativa frente s diversas escalas de mensurao numrica, onde outrora era apenas a
nominal e com o avano da Teoria de Resposta ao Item intervalar e a integrao com
reas da biomedicina, proporcionando o desenvolvimento de aparato tecnolgico para
reabilitao fsica e cognitiva de pessoas com deficincia e que sofreram traumatismos
variados. Esta histria tem pontos cujo interesse acadmico deve se debruar, como as
mltiplas explicaes ontolgicas sobre a natureza humana, as diferenas sobre o conceito
de explicao e correlao, as formas de pesquisa qualitativa e quantitativa no decorrer deste
processo e os erros e acertos cometidos durante este perodo, onde encontra-se tanto o
localizacionismo da frenologia de Franz Gall, que serviu como um dos suportes para o
mapeamento conceitual e prtico do crebro humano quanto a definio de inteligncia
proposta por Francis Galton, cuja finalidade era melhorar a espcie a partir de uma lgica
eugnica. Desta forma, o trabalho pretende apresentar grandes paradigmas das
Neurocincias em trs pontos: revolues psiquitricas, emerso da Neuropsicologia e
aproximao com a biomedicina para desenvolvimento de tecnologias variadas para
manuteno e aprimoramento do corpo humano.
Contato: [email protected]
Fomento: CNPq

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3.03 - COMO SE EU FOSSE VOC: AVANOS DA NEUROCINCIA AFETIVA


SOBRE A COMPREENSO DOS MECANISMOS ATIVADORES DA EMPATIA
Yves Martins Varela, Fvia de Arajo Lopes
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Eixo Temtico: Neurocincia Comportamental
Palavras-chave: empatia, Teoria da Mente, emoo, insula anterior, crtex cingulado
anterior.
A empatia o meio pelo qual a percepo das emoes e pensamentos de outros
indivduos influencia os estados afetivos, a cognio e os comportamentos do observador.
Apesar da imprescritibilidade do tema para estudiosos do comportamento social, apenas
recentemente cresce a parcela de experimentos neurocientficos sobre a empatia se
comparada, por exemplo, quela destinada aos demais processos sensoperceptivos e
cognitivos do sistema nervoso. O foco deste trabalho incide sobre a descrio dos principais
mecanismos neurofisiolgicos envolvidos na empatia. Por meio de uma reviso
bibliogrfica, avaliou-se o papel que regies cerebrais especficas tm sobre a expresso da
empatia em seus diferentes nveis de complexidade isto , somatossensorial, emocional e
cognitivo. A ateno direcionada regio corporal de uma terceira pessoa, que aparenta
sentir dor, por exemplo, correlaciona-se com a maior ativao do crtex somatossensorial do
prprio observador. O crtex insular (sobretudo sua poro anterior) e o crtex cingulado
anterior so estruturas responsveis pela interocepo do organismo, mas que tambm so
habitualmente recrutadas durantes situaes de empatia. Enquanto a regio anterior da nsula
liga-se mais diretamente expectativa de dor, a regio posterior ativa-se sobremaneira
durante o processamento da dor. O crtex cingulado anterior mostra-se mais intensamente
ativo quando o indivduo exposto a situaes que lhe inspiram atrao ou repulsa. A
empatia experimentada pelo sujeito varia segundo o quanto ele se importa e conhece aquele
que expressa a emoo, diminuindo em situaes de punio fsica sobre trapaceiros no
familiares e se relacionando, em alguns indivduos, com a ativao do ncleo accumbens
enquanto percebem a punio imposta sobre um trapaceiro. Nessas situaes, de julgamento
e tomada de deciso complexos, so recrutadas intensamente reas cerebrais menos ativas
durante etapas iniciais do desenvolvimento ontogentico humano, pertinentes aos crtices
fronto-temporais, que permitem que os indivduos infiram os pensamentos dos outros e, a
partir disso, planejem e executem suas prprias aes. Dado o exposto, cabe salientar, por
um lado, o esforo crescente das Neurocincias para compreender os fenmenos empticos
e, por outro, o desafio de executar experimentos que investiguem esse objeto preservando
sua validade ecolgica.
Contato: [email protected]

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3.03A - A CONSTRUO DO INDIVIDUO SOB AS INFLUNCIAS DOS GRUPOS


SOCIAIS
Simone Alves da Silva, Byanca Eugnia Duarte Silva, Jayro Edran Monteiro
Faculdade Santa Maria Cajazeiras-PB
Eixo Temtico: Psicologia Evolucionista
Palavras-chave: grupos sociais, socializao, interao social.
Os grupos sociais podem ser definidos como grupos formados a partir das relaes
interacionais de indivduos que esto no mesmo lugar ao mesmo tempo e que possuem
objetivos e interesses em comum, formado por grupos especficos. Os grupos sociais
existem desde os primrdios da histria porque o ser humano desde sua origem um ser
social, considerando os aspectos da socializao primria, que o contato inicial com a
famlia e a secundria que dar nfase a interao social uns com os outros, sendo com isso os
primeiros passos para a socializao (MEYERS, MICHENER, DELAMATER , 2005).
importante destacar que existe uma infinidade de grupos sociais que esto presentes em toda
sociedade contempornea. Nesse sentindo realizou-se uma observao naturalista e
posteriormente uma entrevista semi-estruturada com os membros da Pastoral do Menor
PAMEN, na cidade de Cajazeiras- PB. Com o objetivo de verificar como os processos
sociais influenciam nas relaes desses grupos. O trabalho foi realizado com crianas e
adolescentes, na faixa etria de oito quinze anos, sendo treze do sexo masculino e sete do
sexo feminino, focalizando os processos sociais relacionados comunicao, cooperao,
competio, conflito, facilitao social dos processos. Durante a observao, foram
identificado os processos de comunicao, cooperao e facilitao social. A observao
permitiu analisar que os aspectos comportamentais geralmente refletem a realidade
vivenciada. A interao no grupo promove a comunicao favorecendo a partilha de
experincia, que essencial no processo de aprendizagem e desenvolvimento humano do
individuo. A cooperao foi um fator de destaque dentro do grupo, que alm de promover a
troca de conhecimento e aprendizado mutuo, fortalece as relaes interpessoais. Como bem
retrata MEYERS, MICHENER, DELAMATER (2005) facilitao ocorre quando a mera
presena de um individuo influencia o outro, essas influncias podem ser significantes no
processo socializao e construo do individuo, pois na execuo das atividades atribudas
o grupo interagiu de forma positiva o que possibilitou a expresso do processos aqui
identificado. Dessa forma, percebe-se que o meio tem uma grande parcela de contribuio
na constituio do indivduo, atravs das relaes dinmicas que admitem a possibilidade de
influenciar e ser influenciado pelo meio. Os grupos sociais funcionam como agentes de
socializao e promovem a troca de experincia, facilitando assim a expresso dos processos
sociais no cotidiano.
Contato: [email protected]

46

3.04 - ATRIBUTOS DO PARCEIRO IDEAL: EXPLICAES DA PSICOLOGIA


EVOLUCIONISTA
Marina Pereira Gonalves1, Ana Isabel Arajo Silva de Brito Gomes2, Isabel Cristina
Vasconcelos de Oliveira2, Bruna da Silva Nascimento2, Thiago Medeiros Cavalcanti2
1

Universidade Federal do Vale do So Francisco, 2Universidade Federal da Paraba

Eixo Temtico: Psicologia Evolucionista


Palavras-chave: parceiro, psicologia evolucionista, evoluo, atributos.
O amor parece ser um tema de essencial importncia na vida humana. Deste modo,
a maioria das pessoas est em algum momento de suas vidas em busca de um (a) parceiro (a)
ideal. Neste contexto de procura destaca-se um conjunto de caractersticas, que a priori, o
potencial parceiro dever apresentar a fim de satisfazer determinadas exigncias seletivas,
tornando-se o parceiro ideal. A Psicologia Evolucionista procura entender esse processo de
seleo de parceiros, buscando identificar se os mecanismos psicolgicos humanos so
produtos da histria evolucionria do homem e se os achados sobre relacionamentos ntimos
se repetiam em diferentes culturas. Para esta abordagem homens e mulheres apresentam
diferentes padres de seleo de parceiros tendo em vista seu histrico evolutivo.
Considerando a centralidade do amor e dos relacionamentos ntimos na vida das pessoas, o
objetivo deste trabalho foi identificar quais seriam os atributos mais relevantes na seleo do
parceiro ideal tendo em conta o sexo daquele que escolhe. Obteve-se uma amostra de 372
pessoas da populao geral da cidade de Joo Pessoa, sendo 178 do sexo feminino (47, 9%)
com 100 de orientao heterossexual e 78 de orientao homossexual; do sexo masculino
foram 194 (52,1%) com 105 heterossexuais e 89 homossexuais. A idade variou entre 18 e 52
anos (M = 25,0; DP = 6,38), a maioria solteira (73,7%). Os participantes responderam a
Escala de Atributos do Parceiro Ideal e perguntas scio demogrficas. Quanto aos
resultados, os homens apresentaram uma pontuao mais alta (M = 3,5; DP = 0,93) que as
mulheres (M = 3,0; DP = 0,97) nos atributos da dimenso atltica com diferena
significativa (F=19,10, p<0,005); J na dimenso afetuosa, as mulheres (M = 4,7; DP =
0,40) pontuaram mais alto que os homens (M = 4,6; DP = 0,58) com diferena
estatisticamente comprovada (F = 5,80, p<0,05); E por fim, na dimenso batalhadora o sexo
feminino tambm se diferenciou do masculino, em que as mulheres pontuaram mais alto (M
= 4,1; DP = 0,70) que os homens (M = 3,9; DP = 0,70), confirmando maior importncia
dada pelas mulheres aos atributos desta dimenso (F = 5,32, p<0,05). Os resultados
corroboram os pressupostos da Psicologia Evolucionista ao confirmar que homens e
mulheres se diferenciam quanto a importncia dada aos atributos de seleo do parceiro
ideal, onde ele vai dar maior nfase que ela aos atributos da dimenso fsica, e ela, mais que
ele, aos atributos de uma dimenso mais social.
Contato: [email protected]

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3.05 - A SYSTEMATIC REVIEW OF NEUROIMAGING EVIDENCE IN MORAL


DILEMMA EXPERIMENTS
Bruna Wagner Fritzen, Gustavo Gauer
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Eixo Temtico: Mtodos em Neurocincias
Palavras-chave: neuroimaging, moral dilemma, fMRI, experiment.
Scientific understanding of moral cognition has greatly benefited from neuroscience.
Advances in neuroimaging techniques have made it possible to probe brain processes
involved in moral decision-making. By 2004, research using fMRI had already found results
involving greater activation of medial frontal gyrus, posterior cingulate gyrus and bilateral
angular gyrus when subjects were exposed to personal moral dilemmas compared to
impersonal moral dilemmas and not moral dilemmas exposure. The present systematic
review aims to bring together articles published in the last ten years (2005-2014), from Web
of Science and PubMed. Focus was on experiments that investigate the moral cognition in
moral dilemmas through neuroimaging techniques. Electronic searches were conducted in
those sites with descriptor parameters "fMRI AND moral dilemma" and "neuroimaging
AND moral dilemma". Articles were excluded if they used inter-subjects comparisons (e.g.,
clinical groups versus controls). Five articles remained from the selection, with one study
being methodological in character, identifying the effectiveness of using fMRI to understand
the processes related to morality. Each of the other studies provided novel empirical
evidence on how the neural processes relate to moral decision making.
Despite some diversity in the hypotheses for each study and differences in
experimental design, a tendency found in the paradigms is to analyze neural activity through
the generation of emotional conflicts in the subjects. In two studies researchers used
information provided about the possible dilemmas victims as an independent variable. The
greater the identification with the victim, the greater the tendency to save him.
Neuroimaging data showed higher activation in the anterior cingulate cortex/medial
orbitofrontal cortex, anterior insula/inferior frontal gyrus, anterior midcingulate cortex,
precuneus/posterior cingulate cortex (areas related to the increase of negative affect,
emotional conflict, vicarious emotions and behavioral control) and in the medial prefrontal
cortex, left lateral orbitofrontal cortex and left dorsolateral prefrontal cortex (associated with
resolving complex tradeoffs). One study highlights the importance of the variance of
correlation between bilateral amygdala and ventromedial prefrontal cortex to the resolution
of moral dilemmas according to the automaticity of the answer. The remaining studys
results were that counterintuitive moral judgments were associated with greater difficulty
and with activation in the rostral anterior cingulate cortex, suggesting that such judgments
may involve emotional conflict and intuitive judgments were linked to activation in the
visual and premotor cortex.
The progress and continuous monitoring of the neuroimaging studies about morality
provide theoretical and empirical support for the development and acknowledgement of the
neural processes related to moral decision making. Nevertheless, the relatively small number
of articles found shows that the field is still in progress. We briefly discuss the implications
of every articles results to the understanding of existing theories on moral judgment. From
this revision it is also possible to perform an important ethic caveat of neuroimaging
techniques: the need for exposure of human subjects to highly engaging emotional situations
and sometimes ethically questionable to obtain supporting results to certain theories.
Contato: [email protected]; Fomento: CNPq

48

3.06 - DECISES EM DILEMAS MORAIS E SUPERVISO DA RESPOSTA ENTRE


JOVENS ESTUDANTES UNIVERSITRIAS: RESULTADOS PRELIMINARES
E. Rocha, M. Antunes, M. A. Camplo, N. Mota
Departamento Fundamentos de Psicologia. Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Eixo Temtico: Processos Cognitivos
Palavras-chave: funes executivas, moral, neurodesenvolvimento, adolescncia.
A relao entre aspectos neuropsicolgicos e moral vem sendo constantemente
apontada por aqueles estudos interdisciplinares em neurocincias que pesquisam, em
especial, a ativao do crtex pr-frontal medial, rbitofrontal e ventromedial, e do crtex
cingulado anterior. Estas regies cerebrais apresentam um desenvolvimento tardio, mais
marcado durante o fim da adolescncia. Entretanto, ainda h escassa compreenso sobre a
natureza desta relao, especialmente em perodo de desenvolvimento neuropsicolgico.
Para esta fase preliminar, objetivou-se estudar, entre 15 estudantes universitrias (19 - 20
anos) sem histria de transtornos neurolgicos ou psiquitricos, a correlao entre um ndice
de superviso da resposta (total de erros perseverativos no Self-Ordered Pointing Task;
figuras abstratas) e o tipo de escolha (moral/emptica ou pragmtica) em dilema moral. Com
menor quantidade de erros perseverativos, houve maior tendncia escolha de decises
orientadas por princpios ou regras morais em dilema moral (rS = ,535, p = ,020). A maior
capacidade de observao e monitoramento da prpria conduta (menos perseveraes)
demonstra maior controle da sua resposta em interaes com o entorno. Os resultados
sugerem que esta autorregulao tambm se expressa na deciso em dilema moral. Assim, as
escolhas orientadas por princpios e normas sociais parecem demandar maior capacidade de
controle deliberado de si do que aquelas orientadas por recompensas ou sanes.
Contato: [email protected]
Fomento: Fundao de Amparo Pesquisa do Rio de Janeiro (FAPERJ)

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3.07 - TOMADA DE DECISES FRENTE A QUESTES MORAIS: EFEITO DA


NEUROMODULAO DO CRTEX PR-FRONTAL DORSOLATERAL
Valeschka Martins Guerra1, Rebecca Alves Aguiar Athayde2, Rafaella de Carvalho
Rodrigues Arajo2, Leogildo Alves Freires3, Maria Gabriela Costa Ribeiro2
1

Universidade Federal do Esprito Santo, 2Universidade Federal da Paraba, 3Universidade


Federal de Roraima
Eixo Temtico: Mtodos em Neurocincias
Palavras-chave: tomada de decises, normatividade, estimulao transcraniana.
Estudos no campo de neurocincias tm observado o envolvimento de reas
cerebrais concernentes ao crtex frontal e cingulado no processo de tomada de decises
frente a questes morais. Tambm aparecem associados ao crtex pr-frontal ventromedial
(VMPFC) e adjacente orbitofrontal, alm do crtex ventrolateral, amgdala e crtex prfrontal dorsolateral (CPFDL). Assim, este estudo foi pensado visando dirimir tais incertezas,
verificando o efeito neuromodulatrio, via estimulaes transcranianas por corrente contnua
(ETCC), do CPFDL na tomada de deciso. Participaram deste estudo 45 pessoas, a maioria
do sexo feminino e com idade mdia de 26,9 anos (DP = 7,02), as quais foram divididas, por
meio do procedimento do quadrado latino, em trs grupos: 1) condio de
estimulao/andica; 2) condio de inibio/catdica; e 3) condio controle. A tomada de
decises foi avaliada por meio do Balloon Analog Risk Task, um teste em que a pessoa
escolhe entre tentar ganhar mais dinheiro inflando o balo ao mximo, arriscando explodi-lo,
e, consequentemente, perder todo o dinheiro, ou infl-lo menos para no arriscar que ele
exploda, contentando-se com menor quantidade de dinheiro. Este teste foi respondido aps a
etapa interventiva, a qual durou 15 minutos; a corrente eltrica teve intensidade de 2mA,
valor considerado seguro e sem risco algum para o participante. Anlises de varincia foram
realizadas a fim de comparar os grupos (situao andica, catdica e controle) quanto ao
teste de tomada de decises. Como esperado, a mdia do grupo que foi inibido na regio do
CPFDL (condio catdica) foi maior (M = 1.618,9, DP = 568,65) do que aqueles que foram
estimulados em tal regio (M = 1.107,3, DP = 456,45; condio andica); os escores para a
condio de controle se situaram entre aqueles dois grupos experimentais (M = 1.419,8, DP
= 620,07). Tal diferena foi estatisticamente significativa [F (2) = 3,23; p < 0,05]. Isso
indica que os participantes do grupo de estimulao ficaram mais receosos em arriscar,
alcanando uma pontuao estatisticamente menor do que aqueles que foram inibidos na
regio (condio catdica). Estes resultados confirmam o envolvimento do CPFDL no
processo de tomada de deciso frente a questes morais, demonstrando que tal rea
relaciona-se a uma maior normatividade e preocupao com as regras.
Contato: [email protected]

50

3.08 - EFEITO DA NEUROMODULAO DO CRTEX PR-FRONTAL


DORSOLATERAL NOS VALORES HUMANOS
Valdiney Veloso Gouveia, Rebecca Alves Aguiar Athayde, Ana Karla Silva Soares,
Anderson Mesquita do Nascimento, Tailson Evangelista Mariano
Universidade Federal da Paraba
Eixo Temtico: Mtodos em Neurocincias
Palavras-chave: valores humanos, medida implcita, estimulao transcraniana.
Este estudo visou verificar se efeitos neuromodulatrios do crtex pr-frontal
dorsolateral (CPFDL), via estimulaes transcranianas por corrente contnua, implicam em
uma modificao nos escores implcitos das subfunes experimentao e normativa.
Pesquisas tm demonstrado a relao entre o CPFDL e comportamentos de respeito as
normas e regras da sociedade, porm os valores tm sido desconsiderados. Neste contexto, o
presente estudo foi pensado. Participaram do mesmo 45 pessoas, a maioria do sexo feminino
e com idade mdia de 26,9 anos (DP = 7,02). Estas responderam a medidas implcitas de
valores humanos nas verses Experimentao e Normativa (SC-IAT-Valores). Por meio do
procedimento do quadrado latino, os participantes foram equitativa e randomicamente
designados para uma das trs condies do estudo: 1) condio de estimulao/andica; 2)
condio de inibio/catdica; e 3) condio controle. Eles foram submetidos s seguintes
tarefas: 1) pr-teste (SC-IAT-Valores); 2) estimulao ou inibio do CPFDL (grupos 1 e 2)
/ placebo (grupo 3); 3) ps-teste (SC-IAT-Valores). O tempo total de estimulao/inibio
foi de 15 minutos, com uma intensidade de corrente de 2mA, valor considerado seguro e
sem risco algum para o participante. Anlises de varincia e testes t foram realizados,
consecutivamente, para avaliar as diferenas inter e intragrupo (pr e ps teste). Quanto aos
valores da subfuno normativa, no foram observadas diferenas estatisticamente
significativas entre os grupos. Contudo, quando os grupos foram comparados quanto aos
valores de experimentao a nvel implcito, observou-se que os participantes da condio
andica apresentaram mdia menor (M = -0,02, DP = 0,34) do que aqueles da condio
catdica (M = 0,23, DP = 0,19); esta ltima tambm diferiu do grupo controle (M = 0,02,
DP = 0,24). Tal diferena foi estatisticamente significativa [F (2) = 3,58; p < 0,05]. O teste
post hoc corroborou tal diferena entre os grupos. No houve diferenas significativas ao
comparar os valores do pr e ps teste nos trs grupos. Mesmo diante das limitaes, como o
nmero de sujeitos, pode-se concluir que o CPFDL que vinha sendo fortemente relacionado
aos comportamentos e julgamentos morais tambm parece estar relacionado aos valores de
experimentao, qui sugerindo que tais pessoas estejam menos dispostas a darem
importncia a preservao de normas tradicionais, sendo menos obedientes e religiosas e
estando mais abertas s mudanas sociais. Portanto, estima-se que, ao menos indiretamente,
a relao entre dita rea e a dimenso normativa foi corroborada, visto que ao inibi-la
aumentou-se os escores nos valores menos congruentes com a subfuno normativa.
Contato: [email protected]

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3.08A - DA FAMILIARIDADE LEMBRANA: MEMRIA EPISDICA PARA


FIGURAS EMOCIONAIS
Cleanto Rogrio Rego Fernandes, John Fontenele Araujo
Departamento de Fisiologia, Centro de Biocincias, Universidade Federal do Rio Grande do
Norte
Eixo Temtico: Processos Cognitivos
Palavras-chave: alerta, valncia, reconhecimento.
De acordo com a teoria do duplo processo, a memria episdica constituda por
dois componentes: lembrana e familiaridade. Entre os fatores que modulam este sistema de
memria est a emoo, a qual pode ser entendida como variando em nvel de alerta e
valncia (de negativo a positivo). A maioria dos estudos sobre a modulao emocional da
memria utilizaram apenas estmulos negativos e alertantes e mostraram um efeito de
aumento da vividez, detalhamento e confiana na recuperao. No bem compreendido
como as dimenses de alerta e valncia afetam a memria episdica e, em particular, seus
componentes de lembrana e familiaridade. Com o objetivo de investigar o efeito das
dimenses da emoo nos componentes da memria episdica, realizamos um experimento
no qual 38 universitrios (24 mulheres, 18-35 anos) participaram de uma tarefa de
reconhecimento de figuras emocionais do International Affective Pictures System. As figuras
eram de trs tipos - negativas de alto alerta (NegAL), positivas de alto alerta (PosAL) e
positivas de baixo alerta (PosBA). Durante o treino, 150 figuras foram apresentadas, sendo
50 de cada tipo. Na sesso de teste, realizada no dia seguinte, os participantes discriminaram
entre as figuras que foram vistas no treino e uma igual quantidade de distratores, alm de
avaliarem o grau de confiana na sua resposta. A partir destas respostas, calculamos, para
cada tipo de figura, a acurcia no reconhecimento e construmos curvas ROC para estimar os
ndices de lembrana e familiaridade. A acurcia foi semelhante entre as listas (NegAL:
Mdia=0,70; Erro-padro=0,02; PosAL: M=0,65; EP=0,03; PosBA: M=0,65; EP=0,03;
p=0,31). Entretanto, quando analisamos os componentes da memria episdica, verificamos
que o ndice de lembrana foi maior para as figuras NegAL (M=0,66; EP=0,05) que para as
PosAL (M=0,51; EP=0,07; p>0,05) e as PosBA (M=0,57; EP=0,03; p<0,05). Os ndices de
familiaridade foram semelhantes entre as listas (NegAL: M=1,11; EP=0,14; PosAL:
M=1,45; EP=0,21; PosBA: M=1,25; EP=0,12). Assim, a valncia negativa aumentou a
contribuio da lembrana para o desempenho no reconhecimento. Esse efeito no se deve
ao alerta, pois no houve diferena entre as figuras positivas de alto e baixo alerta. Nenhuma
das dimenses emocionais influenciou a familiaridade. Nossos resultados esto de acordo
com estudos anteriores que demonstraram que a emoo favorece a vividez e o
detalhamento da memria. Ns demonstramos, pela primeira vez com um controle das
dimenses emocionais, que esse efeito se deve especificamente valncia negativa. Alm
disso, este estudo mostra a importncia de se considerar as dimenses emocionais e os
componentes de lembrana e familiaridade no estudo da modulao emocional da memria
episdica.
Contato: [email protected]
Fomento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico (CNPq)

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3.09 - THE NORMATIVE LIFE: VALENCE, AGE, GENDER AND PERSONAL


IMPORTANCE OF LIFE SCRIPT EVENTS IN A BRAZILIAN SAMPLE
Juliana vila-Souza1, Andr Luiz Moreno2, Manoela Ziebell de Oliveira3, Luciana Karine
de Souza1, Gustavo Gauer1
1

Universidade Federal do Rio Grande do Sul; 2Universidade Federal do Tringulo Mineiro;


Pontifcia Universidade Catlica do Rio Grande do Sul.
Eixo temtico: Processos Cognitivos
Palavras-chave: Life-Scripts, normative events, autobiographical memory, episodic memory,
semantic memory.
3

Life-Scripts (LS) are culturally shared expectations about the order and timing of
life events in a prototypical life course, from birth to death. They represent normative
comprehension, shared public knowledge, and relate to a fixed temporal order of events that
are expected to occur in a person's life in that specific culture. A LS sets parameters and
helps to structure individual life stories by providing a general schema from which a
particular instance can be organized and evaluated. In terms of autobiographical memory
cognitive systems, LS are a form of semantic knowledge, whereas a life narrative represents
episodic or autobiographical knowledge. The LS Paradigm requests participants to list the
seven events more likely to occur in the life course of a typical newborn.
This study aimed to describe the prevalence of LS events in terms of emotional
valence, personal importance, frequency in general population, estimated age at the event
and distance in years from the current age of the subject. We also tested the data for gender
differences, temporal orientation and subjects' age. 422 Brazilian undergraduates, 71.3%
(300) female and 28.7% (122) male, responded to an online LS questionnaire. From a total
of 2954 events, 85.2% were reported as positive, 9.35% neutral and 5.5% negative; 63.6% of
the events were dated at a time posterior to the current age of the subject, 33.8% prior, and
2.6% at subjects' current age. Association between gender and valence tended to statistical
significance (2=5.257, p=0.07); an analysis of adjusted residuals showed a higher
frequency of positive events reported by women, with neutral and negative associated to
men's responses. There was no significant association between gender and reporting events
prior or posterior to subjects' current age. Valence and time orientation of the event
exhibited significantly strong association between positive posterior events, and
neutral/negative priors events (2=75.73, p<0.001). A significant difference was found
between men and women for typicality (t=2.26, p<0,05), but not for importance. Significant
differences were found between prior/posterior events and typicality, with more typical
events reported as dating posterior to subjects' current age (t=11.97, p<0.001); and between
prior/posterior events and importance (t=11.22, p<0.001), with events dated posterior to
subjects' current age rated as more important. A multivariate model explaining event
valence, considering the age of the subjects as a covariate, showed a significant interaction
(F=44.69, p<.001) between prior events and valence, but no effect for subjects' age. That
result shows a tendency to positive expectations related to posterior events independently
from the subjects' age.
The results are discussed in terms of the potential uses of LS in cognitive and
clinical psychology. The LS paradigm allows for the comparison of autobiographical
memory processes and contents across cultures, and for the explanation of the different
forms of long-term knowledge individuals rely upon to evaluate their lives. Moreover, LS
data might inform interventions such as simulated expositions with standardized data on
culturally shared typical and/or referential types of events.
Contato: [email protected]
Fomento: CNPq

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3.10 - EFEITOS DE IDADE, TIPO ESCOLA, EVIDNCIAS DE FIDEDIGNIDADE E


DE VALIDADE DO TESTE DE CANCELAMENTO DOS SINOS VERSO 3 (TCS3)
Hosana Alves Gonalves, Geise Machado Jacobsen, Caroline de Oliveira Cardoso, Yves
Joanette, & Rochele Paz Fonseca
Pontifcia Universidade Catlica do Rio Grande do Sul, Universidade de Montreal
Eixo Temtico: Neuropsicologia Clnica e Experimental
Palavras-chave: Teste de Cancelamento
neuropsicologia do desenvolvimento.

dos

Sinos,

evidncias

psicomtricas,

A neuropsicologia da ateno, em especial da ateno concentrada seletiva, tem


sido cada vez mais alvo de interesse de pesquisadores de neuropsicologia do
desenvolvimento, considerando-se as queixas prevalentes de desateno em mbito escolar e
clnico. Neste mbito, testes de cancelamento vem sendo desenvolvidos nacional e
internacionalmente para atender esta populao. Este tipo de instrumento tem se mostrado
sensvel na avaliao da ateno nos mais diversos quadros que acometem a populao
infantil, principalmente quando alm de escores atencionais, oferece tambm interpretao
de componentes executivos relacionados seletividade. Este estudo visou a investigar
efeitos de idade, tipo escola, evidncias de fidedignidade e de validade de um instrumento
para tais fins, o Teste de Cancelamento dos Sinos verso 3 (TCS 3). Um total de 426
crianas saudveis igualmente distribudas entre escolas pblicas e privadas e quanto ao
sexo foram avaliadas com o TCS 3. Os participantes tinham entre 6 e 12 anos (M=8,86,
DP=1,91), sem queixas escolares, nvel intelectual rebaixado e histrico de repetncia. Para
assegurar a fidedignidade da interpretao do teste entre avaliadores, os protocolos de 37
participantes foram pontuados por dois juzes independentemente. Aps a correo, foram
realizadas anlises de correlao para avaliar a concordncia entre eles. Para investigar
evidncias de estrutura interna do instrumento, fez-se uma anlise de correlao de
Spearman entre os escores obtidos pelas 426 crianas avaliadas. Anlises de comparao de
grupos foram realizadas para investigar os efeitos de idade e de tipo de escola nas variveis
do TCS 3. E por fim, anlises foram, ainda, conduzidas para verificar se h diferenas entre
28 crianas com TDAH emparelhados por escolaridade, idade, tipo de escola e sexo com
crianas saudveis. De acordo com os resultados obtidos, a grande maioria das correlaes
entre julgamentos de juzes foram fortes e altamente significativas. Quanto s evidncias de
estrutura interna do TCS 3, houve correlaes significativas fracas e em maior nmero de
moderadas a fortes entre todas as variveis mensuradas de omisses tanto no tempo 1 quanto
no tempo 2 do teste. Efeitos de idade foram observados nos escores obtidos nas variveis
omisses e tempo de execuo (tempo 1 e tempo 2) com diferenas significativas entre os
grupos etrios. Em relao ao tipo de escola, percebem-se diferenas significativas entre os
grupos quanto ao tempo de execuo do TCS 3 (tempo 1, tempo 2 e tempo total), sendo que
as crianas de escolas privada levaram, em geral, menor tempo para realizar a tarefa. Houve
desempenho indistinto entre os participantes dos dois tipos de escola em relao aos erros e
s omisses. J em relao ao grupo com TDAH versus controles, diferenas significativas
foram observadas apenas quanto ao nmero de omisses, sendo maior nmero verificado no
grupo de crianas com TDAH. Da mesma forma, foram observadas diferenas significativas
entre eles quanto estratgia utilizada para a execuo da tarefa, tendo o grupo clnico
obtido maior percentual de estratgias desorganizadas. Em suma, o TCS 3 mostrou-se uma
ferramenta vlida e sensvel para a pesquisa e a clnica neuropsicolgica.
Contato: [email protected]

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3.11 - ANLISE MULTISSENSORIAL DA PERCEPO DE FRUTAS: UM NOVO


PARADIGMA PARA O ESTUDO DAS FALSAS MEMRIAS
Emmy Uehara2, Carlos Eduardo Nrte1, Ana Lia Aguiar Castro1, Elenice Aquino1, Mahany
Marcello Soares1, Maria Luysa R. Amaral1, Michelle Pereira Campos1, Sinclair Farias de
Magalhes1, Vanessa Cristina N. Rosa1
1

Centro Universitrio Celso Lisboa; 2Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

Eixo Temtico: Processos Cognitivos


Palavras-chave: falsas memrias, percepo, memria, psicologia cognitiva, psicologia
experimental.
O fenmeno das Falsas Memrias (FM) surge no momento em que lembramos de
situaes que nunca foram presenciadas ou acreditamos que pessoas e objetos estavam
presentes quando que nunca estiveram. As FM surgem quando distorcemos o que realmente
houve na medida em que associamos lembranas verdadeiras com sugestes vindas do meio
interno ou externo, permitindo que nossa memria fique vulnervel a no se lembrar ou
modificar a fonte da informao. A literatura aponta que a investigao do fenmeno das
Falsas Memrias pode ocorrer a partir de diferentes mtodos, tais como: apresentao de
fotografias, exibio de vdeos, histrias em prosa e listas de palavras associadas. Entretanto,
apesar da vasta produo sobre o tema, poucos estudos apresentam paradigmas
experimentais com o uso de estmulos gustativos e experimentos multissensoriais. O
objetivo do presente trabalho apresentar um novo paradigma para o estudo experimental
das falsas memrias atravs da percepo multissensorial de frutas. No Paradigma de
Percepo de Frutas, os participantes so convidados a avaliar o sabor, o aroma, a textura e o
estado de conservao de quatro frutas. Em seguida, so convidados a associarem cada fruta
com um animal presente em uma lista com estmulos semanticamente associados (ex.:
felinos). As fases de teste ocorrero em uma e duas semanas aps a exposio ao materialalvo no mesmo local da fase de aquisio. Ser administrado um teste de reconhecimento,
aos quais os participantes sero convidados a evocarem as lembranas das caractersticas
sensoriais e a associao semntica realizada em cada fruta experimentada na fase de
aquisio. Nessa etapa, ser apresentada aos sujeitos uma folha de resposta, similar a
utilizada na primeira fase, contendo uma fruta falsa (que no foi experimentada e que
substituiu a fruta original na folha de respostas). Alm disso, os participantes recebero uma
nova listagem de palavras semanticamente associadas contendo oito animais (quatro felinos
presentes na listagem original e quatro novos felinos distratores) em que os sujeitos devem
reconhecer quais foram associados com a fruta experimentada. Desse modo, o Paradigma de
Percepo de Frutas pretende ser um mtodo de investigao ecolgico e mais amplo do
fenmeno das falsas memrias a partir da incluso de variveis multissensoriais, com o
intuito de ampliar a literatura sobre o tema e auxiliar na compreenso desse fenmeno em
nosso cotidiano.
Contato: [email protected]

55

3.12 - TAREFA STROOP COMPUTADORIZADA: UMA ADAPTAO PARA


ESTUDOS ONLINE DE LATNCIA DE RESPOSTA
Eva Dias Cristino, Alex Sandro de Moura Grangeiro, Walberto Silva Santos
Universidade Federal do Cear, Universidade Federal da Paraba
Eixo Temtico: Mtodos em Neurocincia
Palavras-chave: Tarefa Stroop, computadorizada, adaptao, avaliao.
O efeito Stroop tem sido bastante explorado em pesquisas na rea da
Neuropsicologia, mais especificamente, na avaliao do controle inibitrio. As tarefas
Stroop de cores e palavras so a principal forma de observao desse efeito e,
consequentemente, uma das tcnicas mais utilizadas na avaliao do controle inibitrio tanto
na prtica clnica como na pesquisa. No obstante, conforme reviso sistemtica da
literatura, so poucos os estudos brasileiros que tm por objetivo desenvolver uma verso
computadorizada da tarefa que permita a sua aplicao online. Nesse sentido, o presente
estudo teve por objetivo principal adaptar uma tarefa Stroop cores e palavras
computadorizada para o contexto brasileiro. Contou-se com a participao de 170 pessoas,
provenientes de diversos estados do Brasil, sendo, em sua maioria, cearenses (83,5%), com
idade mdia de 24,3 anos (dp = 8,16), do sexo feminino (60,6%), e com ensino superior
incompleto (64,7%). A amostra foi de convenincia (no-probabilstica). Os colaboradores
que aceitaram participar do estudo responderam alm da verso computadorizada da Tarefa
Stroop proposta nesse estudo, a um questionrio scio demogrfico e ao Teste Ishihara para
triagem de daltonismo. Deve-se destacar que, na composio da tarefa, optou-se por
considerar apenas dois estmulos (AZUL e VERDE), apresentados em trs condies
distintas (Neutra, Congruente e Incongruente). Para verificar a ocorrncia do efeito Stroop,
comparou-se, por meio de Anlise de Varincia para medidas repetidas, os tempos mdios
de latncia de resposta dos participantes em cada uma das trs condies. Os resultados
demonstraram que o tempo de latncia de resposta foram significativamente diferentes entre
as trs condies observadas [F (1,19; 201,09) = 78,71, p<0,001]. Avaliando as diferenas
existentes entre cada par de condio, por meio do Post-Hoc de Bonferroni, pode-se
verificar que os tempos mdios de reao da condio Incongruente (m = 618,65; dp =
219,67), foram significativamente (p<0,001) superiores queles obtidos nas condies
Congruente (m = 528,53; dp = 107,71) e Neutra (m = 530,26; dp = 116,87). A partir dos
resultados encontrados, pode-se inferir que a tarefa Stroop proposta foi capaz de mensurar o
efeito Stroop, uma vez que conseguiu diferenciar significativamente os tempos de reao da
condio Incongruente quando comparada as condies Neutra e Congruente mesmo com
um nmero reduzido de estmulos.
Contato: [email protected]

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3.13 - OBTENO DE DADOS NORMATIVOS SOBRE O TESTE DE STROOP EM


IDOSOS SAUDVEIS DA CIDADE DE CARUARU
Huirllayane Mirtys da S. Ramalho, Vera Lucia Gomes Santiago
1

Faculdade Redentor, Universidade Federal de Pernambuco

Palavras-chave: idosos, teste de Stroop, avaliao neuropsicolgica.


Os idosos tem sido objeto de estudos e pesquisas mediante seu grande crescimento
populacional, sendo esta faixa etria de grande relevncia tambm para a rea da
neuropsicologia. Uma vez que a avaliao neuropsicolgica possibilita estabelecer a relao
entre declnio cognitivo associado idade e patologias neurolgicas ou ainda alteraes
comportamentais. Contudo, no Brasil e principalmente no nordeste esta ainda uma rea
muito carente de padronizao e normatizao de testes de rastreio cognitivo. Assim, esse
estudo buscou obter dados preliminares sobre o teste de Stroop (verso Victoria) em
populao acima de 60 anos residentes na cidade de Caruaru-PE. Participaram deste estudo
de maneira voluntria 60 idosos saudveis de ambos os sexos residentes na cidade de
Caruaru, com idade entre 61 a 87 anos, divididos em grupos de vinte sujeitos com nvel de
escolaridade baixa (2 a 4 anos), vinte com nvel de escolaridade mdia (5 a 9 anos) e vinte
com nvel de escolaridade alta (10 anos ou mais). Como critrios de excluso foram
utilizados os seguintes parmetros: idosos com histrico ou evidncia clnica de acidente
vascular cerebral (AVC), doena de Parkinson, doenas neurolgicas, histrico de epilepsia,
neurocirurgia e trauma craniano, pessoas com perda visual e/ou auditivo, sem correo e
dficit motor e estar fora da mdia no Mini Exame do Estado Mental. Como critrio de
incluso utilizou-se os parmetros: idosos saudveis com idade igual ou superior a sessenta
anos, com no mnimo dois anos de escolaridade, residentes na cidade de Caruaru a pelo
menos dez anos. A avaliao foi realizada de maneira individual e ocorreu na dependncia
de uma das unidades de servio da assistncia social do municpio em espao cedido pela
secretaria de ateno bsica de Caruaru e coordenadora da unidade referida. Todo processo
de avaliao foi realizado em apenas um encontro, com durao mxima de 60 minutos. Os
resultados obtidos foram apresentados atravs das classificaes por idade e escolaridade.
Notou-se que apenas nos grupos estratificados por escolaridade obtivemos diferenas na
varivel tempo. O desempenho dos participantes com maior nvel de escolaridade
configurou-se superior ao dos participantes com menor escolaridade. Correlacionando a
varivel idade 60 a 69 versus 70 a 87, no houve achados significativos nem para tempo
nem para erros. Os resultados sugerem a influncia da escolaridade sobre o desempenho dos
grupos no tempo de execuo da tarefa, mas no da idade.
Contato: [email protected]

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3.14 - AQUISIO DE INFORMAO PARA TOMADA DE DECISO COM


OU SEM A UTILIZAO DE STOPPING RULES
Roberto Guedes de Nonohay, Eduarda Mercanti Azambuja, Gustavo Gauer
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Eixo Temtico: Processos Cognitivos
Palavras-chave: tomada de deciso, aquisio de informao, regras.
Uma questo relevante no estudo de tomada de decis o se existe uma quantidade
determinada de informao que o(a) decisor(a) deve obter para sent ir-se confortvel para
realizar a escolha. A importncia maior quando as opinies sobre determ inado assunto so
vastas e o custo de aquisio das informaes alto. O indivduo pode escolher por rea lizar
uma ao, no realizar ou at mesmo no decid ir no momento. Para realizar essa escolha o
indivduo normalmente busca informaes sobre o alvo. possvel buscar auxlio de
profissionais, familiares, amigos ou at mesmo de fruns via internet que iro lhe retornar
opinies que o(a) decisor(a) ir determinar que so positivas ou negativas. Existe uma vi so
integrativa para determinar um conjunto de regras chamadas de stopping rules. Existe uma
regra que segue probabilidades bayesianas calculadas atravs das opinies a favor e contra
de um nmero n de opinies na populao em questo. Contudo seria cog nitivamente muito
demandante calcular probabilidades bayesianas para qualquer deciso. Ne sse sentido
sugere-se outras regras que podem ser utilizadas tais como tamanho fixo da amostragem e
tentativas consecutivas. No caso do tamanho fixo da amostragem, o indivduo determina um
nmero de amostras que ir buscar e o resultado que aparecer mais vezes ser escolhido (tal
como ossets em um jogo do vlei). No caso das tentativas consec utivas os indivduos
escolheriam o resultado das informaes que sassem de forma consecutiva um dado nmero
de vezes. O objetivo deste experimento piloto foi de testar um paradigma para posterior
testagem de diferenas entre- e intra-sujeitos. O propsito da tarefa verificar se os
participantes utilizam ou no as regras de seleo, sem serem informados sobre elas. Os
participantes foram expostos a 12 situaes onde eles(as) deveriam realizar decises de
cunho econm ico. Para cada situao eram disponibilizadas 20 informaes as quais
poderiam ser escolhidas com um custo, caso os participantes comprassem muitas
informaes ficariam sem dinheiro. A ordenao das informaes foi realizada de forma
pseudoaleatria sendo que para cada situao havia um ponto onde os participantes
deveriam escolher de acordo com uma das duas regras, tanto positiva como negativamente.
Um total de 13 participantes (7 homens, idade mdia de 25,76) voluntariamente
responderam s situaes. Em nenhum caso houve falta de dinheiro. Em 33,33% das
situaes os participantes tomaram a dec iso sem consultar nenhuma informao. Em um
dos cenrios, 53,85% dos participantes decidiram dessaforma, para o prosseguimento do
estudo esta questo ser revista. Do total de respostas dadas, 11,54% eguirams as regras que
foram determinadas para o cenrio. Em 9,62% dos casos os participantes procrastinaram, o
que demonstra que a maioria estava segura para tomar a deciso. Esse piloto mostrou qu e,
contrrio ao que se esperava, que os indivduosou no atingem o ponto alvo das stopping
rules, ou no param de buscar informaes no momento em que o atingem. No
prosseguimento do experimento, alm deajustes necessrios, sero comparados dois grupos,
com manipulao de informao estratgica: um grupo realizar o experimento sem
informao sobre as stopping rules para cada cenrio, o outro saber.
Contato: [email protected]

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3.15 - EFEITO DE AUTORREFERNCIA EM RECONHECIMENTO EPISDICO:


UM ESTUDO-PILOTO COM POTENCIAIS RELACIONADOS A EVENTOS
Guilherme Lannig, Juliana vila de Souza, Gustavo Gauer
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Eixo temtico: Processos Cognitivos
Palavras-chave: memria episdica, autorreferncia, potenciais relacionados a eventos.
O efeito de autorreferncia sobre a memria de longo prazo tem sido bem
documentado e consiste em que mais informaes so recuperadas com maior facilidade
sobre um evento quando ele foi codificado pelo sujeito em alguma relao a si mesmo. Tais
efeitos so especialmente relevantes em termos de memria episdica, referente reteno e
recuperao de informao sobre eventos passados pessoalmente experienciados em tempo e
espao especficos. Estudos com correlatos eletrofisiolgicos dos efeitos de autorreferncia
em memria episdica, embasados num modelo de duplo processo, tm demonstrado uma
relao entre o processamento autorreferente e um componente de Potenciais Relacionados a
Eventos (PREs) de positividade parietal entre 400ms e 800ms ps-estmulo, ligado a
processos de recordao consciente. Uma dissociao encontrada no contraste com um
componente de familiaridade predominantemente frontal em torno de 400ms. O objetivo
deste estudo identificar a presena dos componentes de PREs ligados a recordao e
familiaridade no reconhecimento de itens estudados com ou sem autorreferncia. A hiptese
de que se identifique respectivamente a presena do componente de recordao para itens
codificados em condio de processamento autorreferente (o item aplica-se a mim) e do
componente de familiaridade para itens codificados em processamento referente a objetos
inanimados, porm similares forma e propores humanas (item aplica-se a esttuas).
Dados foram coletados num estudo-piloto com onze estudantes universitrios (idade mdia
23,27; 7 homens), que responderam tarefa de reconhecimento com manipulao de
autorreferncia. A tarefa foi composta de trs fases: estudo (apresentao de lista com 52
palavras nas duas condies, distribudas aleatoriamente); filler (tarefa distratora totalizando
5min); e teste (apresentao das palavras da lista de estudo entre 50 palavras distratoras para
reconhecimento). Os dados comportamentais indicaram associao significativa (p<0.05)
entre as condies de codificao e a acurcia da memria, com mais acertos em
autorreferncia (84,6%) do que objeto inanimado (77,7%). Tempos de reao no
apresentaram diferena significativa na comparao entre as condies experimentais.
Quanto aos dados eletrofisiolgicos para o componente FN400, a mdia de amplitude no
intervalo 400-520ms indicou diferena significativa entre as condies experimentais
(p<0.05) localizado nos eletrodos frontais F3 e F4. O intervalo de interesse de 416-464ms
nos eletrodos P3 e P4 para o efeito de recordao consciente no apresentou diferenas
significativas entre as condies experimentais (p=0.512). Tampouco foram encontrados
efeitos significativos de lateralidade. Os resultados corroboram a hiptese de processos de
familiaridade no reconhecimento de palavras estudadas quando comparadas com novas.
Testes do processo de recordao, embora esteja aparente na inspeo grfica, no
apresentou significncia estatstica, podendo ser confirmada com o aumento da amostra. Os
efeitos so similares aos encontrados na literatura, corroborando a relevncia da teoria de
duplo processo para a compreenso dos efeitos de autorreferncia no reconhecimento de
itens pela memria episdica.
Contato: [email protected]
Fomento: CNPq

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3.16 - DESEMPENHO EM HABILIDADES VISUOCONSTRUTIVAS E MEMRIA


VISUAL E SUA RELAO INTELIGNCIA FLUIDA
Leonardo Aparecido Silva, Rebeca Bartolote da Silva, Katherine Branco Leal, Mariana
Rodrigues Barbosa, Joice Dickel Segabinazi2 , Josiane Pawlowski
Universidade Federal do Rio de Janeiro, Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Eixo Temtico: Processos Cognitivos
Palavras-chave: memria visual, habilidades visuoconstrutivas, raciocnio.
O Teste de Reteno Visual de Benton (BVRT) avalia habilidades
visuoconstrutivas e memria visual utilizando figuras geomtricas de complexidade
crescente, em que podem ser verificados seis principais tipos de erros: Distoro, Omisso,
Perseverao, Troca de Posio, Erro de Tamanho e Rotao. Estes erros podem estar
relacionados ao raciocnio lgico e a formao conceitual verbal, cuja mensurao pode ser
realizada por subtestes da Escala de Inteligncia Wechsler Abreviada (WASI). Objetivo:
Investigar o desempenho de indivduos saudveis em tarefas que avaliam memria visual e
habilidades visuoconstrutivas e sua relao a habilidades especficas avaliadas pelos
subtestes da WASI. Participaram 44 brasileiros, residentes no Estado do Rio de Janeiro, de
20 a 61 anos (M = 41,73; dp = 12,58) e com 4 a 26 anos de estudo formal (M = 13,91; dp =
5,64). Os participantes responderam os instrumentos: questionrio scio-cultural, BVRT
(Administrao A: tarefa de memria e Administrao C: tarefa de cpia), WASI (subtestes
Vocabulrio, Semelhanas, Cubos e Raciocnio Matricial) e o Inventrio de Depresso de
Beck II. Os dados foram submetidos a anlises descritivas e de correlao de Pearson. Na
avaliao dos acertos e erros no BVRT, os participantes apresentaram, em mdia, 6,14
acertos na tarefa de memria (dp = 2,64), 8,95 acertos na de cpia (dp = 1,76), 5,77 erros em
memria (dp = 4,97) e 1,16 erros em cpia (dp = 2,3). Encontrou-se uma correlao positiva
e significativa (p < 0,01) entre o nmero de acertos no BVRT e os subtestes de Raciocnio
Matricial (memria: r = 0,69; cpia: r = 0,55) e Semelhana (memria: r = 0,65; cpia: r =
0,61). Avaliando-se os tipos de erros mais frequentes nesta amostra, em memria foram os
de distoro, troca de posio e rotao, nesta ordem; e em cpia, troca de posio e
distoro. Verificou-se correlao negativa e significativa (p < 0,01) entre os erros de
distoro em memria e os subtestes Semelhana (r = - 0,61) e Raciocnio Matricial (r = 0,57), e entre os erros de rotao (r = - 0,59) e troca de posio (r = - 0,51) em cpia e
Semelhana. Os resultados indicaram que os participantes com melhor desempenho em
habilidades visuoconstrutivas e memria visual tambm tendem a apresentar melhor
capacidade de raciocinar em termos abstratos e de estabelecer relaes de categorizao
entre palavras e estmulos visuais. Os erros mais frequentes em distoro, troca de posio e
rotao e sua relao s tarefas de Semelhana e Raciocnio Matricial apontam a existncia
de habilidades comuns requeridas para executar essas tarefas. As habilidades para solucionar
um problema abstrato, sobre o qual o indivduo tem pouco conhecimento prvio, bem como
a organizao visuoespacial, o planejamento e a manipulao mental de imagens esto
relacionadas ao funcionamento executivo e inteligncia fluida. Sugere-se, para estudos
futuros, avaliar se erros especficos no BVRT poderiam ser um preditor do desempenho em
testes que avaliam raciocnio abstrato ou inteligncia fluida. Ressalta-se tambm a
necessidade de estudos que aprofundem a avaliao qualitativa sobre os tipos de erros no
BVRT.
Contato: [email protected]
Fomento: CAPES; CNPq

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3.17 - ANLISE QUANTITATIVA DA TCNICA PROJETIVA DO PAR


EDUCATIVO: DADOS PRELIMINARES
Renata Trefiglio Mendes Gomes1, Bruna De Oliveira Julio2, Orlando Francisco Amodeo
Bueno1, Claudia Berlim de Mello1
1

Universidade Federal de So Paulo (UNIFESP), 2Ncleo de Atendimento Neuropsicolgico


Infantil Interdisciplinar (NANI CPN)
Eixo Temtico: Neuropsicologia Clnica e Experimental
Palavras-chave: par educativo, correo, vnculo com a aprendizagem.
Na abordagem das dificuldades de aprendizagem, especificamente no contexto
clinico, a compreenso do vinculo de aprendizagem da criana pode favorecer o processo
interventivo. Essa compreenso se baseia frequentemente em tcnicas projetivas, baseadas
no uso de desenhos, como, por exemplo, o procedimento conhecido como Par Educativo.
Essa tcnica deve ser aplicada, preferencialmente, de forma individual e tem como objetivo
investigar o vnculo de aprendizagem por meio de um desenho elaborado pela criana. A
tcnica consiste em pedir ao entrevistado que desenhe duas pessoas: uma que ensina e outra
que aprende. Aps a execuo do desenho, solicita-se ao entrevistado que d um ttulo,
escreva uma frase e relate o que est acontecendo no desenho. A anlise do desenho
realizada, desde seu surgimento, de forma qualitativa. Este estudo tem por objetivo propor
uma metodologia de correo, baseada em oito critrios propostos por diferentes autores,
com o objetivo de obteno de dados quantitativos que podem contribuir para uma analise
mais objetiva do vinculo com a aprendizagem, alm de uniformizar mtodos de analises
importantes para pesquisas em Psicopedagogia e Neuropsicologia. Esse estudo faz parte de
um projeto mais amplo que busca investigar o efeito de um programa de educao
emocional sobre indicadores de comportamentos internalizantes e externalizantes,
metacognio, habilidade social e vnculo com a aprendizagem. Participaram do estudo
trinta crianas de ambos os sexos, com idade entre 7 e 9 anos, oriundas de escolas pblicas
do municpio de So Paulo. Todos os responsveis consentiram por escrito com a
participao na pesquisa. As crianas foram submetidas tcnica do Par Educativo, entre
vrios outros instrumentos. Seguiu-se a instruo formal tradicional de aplicao da tcnica.
Para a anlise dos desenhos, foram propostos oito grandes conjuntos de indicadores e suas
interelaes que podem oferecer uma pauta interpretativa no que diz respeito aos detalhes do
desenho (Posio, mbito, Tamanho, Distncia, Perspectiva, Personagens, Ttulo e Relato
Oral). Calcularam-se pontuaes proporcionais importncia do indicador quanto relao
com o vnculo de aprendizagem. Foram solicitados dois juzes independentes para a
avaliao dos resultados e observou-se alto grau de concordncia quanto ao seu julgamento.
Portanto, os critrios adotados mostraram-se, a princpio, bem delineados para a descrio
de questes relevantes ao objetivo proposto. A adoo de critrios consistentes possibilitou
concluir que o instrumento pode ser til para aplicao clnica, mas estes so dados
preliminares de uma pesquisa que ainda est em andamento.
Contato: [email protected]

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3.18 - COMPARAO ENTRE EYE TRACKERS DE DIFERENTES CUSTOS:


ACURCIA DE FIXAO TEMPORAL E PRECISO ANGULAR
Marcos Ricardo Janzen, Francielle Machado Beria, Isadora Silveira Ligrio, William
Barbosa Gomes
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Eixo temtico: Mtodos em Neurocincias
Palavras-chave: eye tracking, acurcia temporal, preciso angular, rastreamento ocular,
metodologia.
Pesquisas com utilizao de tecnologias de eye tracking, ou rastreamento ocular,
tm crescido num nvel exponencial nos anos recentes. Contudo, ainda so raras entre
pesquisadores brasileiros. Dificuldades esto associadas importao dos aparelhos,
preparao do setup experimental, e escolha do aparelho, visto que h indcios que a
resoluo temporal e espacial de eye trackers pode no ser acurada. Poucos milmetros
podem dar diferenas estatsticas significativas que enviesam ou omitem achados
importantes. Esse estudo procurou comparar a acurcia temporal e espacial de dois modelos
de Eye Tracker disponveis no mercado, um (1) de valor inferior, com resoluo em 30Hz
ou 60Hz e acurcia de 0.5 a 1, e outro (2) de valor consideravelmente superior, com
resoluo de 60Hz e acurcia relatada de 0.5. Participaram do estudo 27 adultos, 20 no Eye
Tracker 1 (8 com culos) e 19 no Eye Tracker 2 (8 com culos), de 17 anos a 53 anos, com
viso normal ou corrigida. A coleta em cada modelo era realizada duas vezes, com pausa
entre coletas. Alguns participantes foram testados em ambos modelos. A tarefa consistia em
cruzes de fixao apresentadas sequencialmente em um monitor atravs do software open
source OGAMA, a serem acompanhadas pelo participante. Oitenta e uma cruzes de fixao
com 2 de distncia entre elas e 1500ms de durao foram apresentadas randomicamente.
Somente foram aceitas calibraes que apresentassem valores acima dos propostos como
adequados pelos fabricantes. Diversos sujeitos no participaram do estudo por calibrao
insatisfatria, especialmente na condio com culos. Os participantes descansaram o
queixo em um trip e eram instrudos a no mexer a cabea. Foram definidas reas de
interesse com 1 de tolerncia (uma a duas vezes a resoluo apontada pelo fabricante) ao
redor das cruzes de fixao apresentadas. Foram calculados os tempos de fixao em cada
cruz, bem como a mdia do grupo por cruz de fixao. Os dados foram organizados por
distncia em relao ao centro da tabulao dos 81 pontos. Hipotetizava-se que o resultado
geraria uma correlao negativa, visto que os pontos mais distantes do centro demoram mais
para serem fixados pela viso. Esse resultado foi encontrado para o Eye Tracker 1 na
condio sem culos (r=-0,571 e p<0,001) e com culos (r=0,-354 e p=0,01), porm no foi
encontrado com o Eye Tracker 2. A disperso e perda de dados no Eye Tracker 2
possivelmente inviabilizou encontrar resultados significativos. Para confirmar essa hiptese,
foi verificada a distncia em relao cruz de fixao dos centros calorimtricos dos mapas
de calor para os grupos sem culos (os grupos com maior preciso) em ambos os Eye
Trackers. O Eye Tracker 1 obteve bons resultados (0,16 de disperso mdia no eixo
horizontal e 0,2 no eixo vertical). O Eye Tracker 2 apresentou resultados insatisfatrios e
fora das especificaes do fabricante (0,33 no eixo horizontal e 1,08 no eixo vertical).
Dessa forma, questiona-se a utilizao do Eye Tracker 2, visto que o Eye Tracker 1 se
mostra como um instrumento mais fidedigno.
Contato: [email protected]
Fomento: CAPES

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3.19 - COMPARAO ENTRE EYE TRACKERS: ACURCIA TEMPORAL PARA


NGULOS VISUAIS DISTINTOS
Marcos Ricardo Janzen, Francielle Machado Beria, Isadora Silveira Ligrio, William
Barbosa Gomes.
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Eixo temtico: Mtodos em Neurocincias
Palavras-chave: eye tracking, acurcia temporal, velocidade sacdica, tecnologias,
metodologia.
O desenvolvimento de tecnologias de eye tracking, ou rastreamento dos olhos, tem
crescido num nvel exponencial nos anos recentes. Os olhos possuem um repertrio simples
e j bem definido de movimentos possveis. A relao prxima entre os movimentos dos
olhos e o processamento cognitivo humano tem gerado muitas pesquisas e aberto diversos
campos de atuao. Esses campos de atuao e pesquisa incluem: estudos cognitivos,
pesquisa mdica, usabilidade de computadores, deteco de fadiga, conduo de veculos,
advertising, desenvolvimento de produto e treinamentos diversos: funcionrios, esportistas,
mdicos. Mesmo considerando a reconhecida importncia das tcnicas e aparelhos de eye
tracking em psicologia, esses materiais ainda so raros entre pesquisadores brasileiros.
Dificuldades esto associadas importao dos aparelhos e a preparao do setup
experimental. A boa utilizao das tecnologias eye tracking requer setup experimental de
alta preciso. Alguns milmetros podem dar diferenas estatsticas significativas que
enviesam ou omitem achados importantes. Esse estudo procurou analisar a acurcia
temporal de dois modelos de Eye Tracker disponveis no mercado, um de valor inferior com
resoluo em 30Hz ou 60Hz e acurcia de 0.5 a 1, e outro de valor consideravelmente
superior com resoluo de 60Hz e acurcia relatada de 0.5. Participaram do estudo 27
adultos, 20 no Eye Tracker 1 (8 com culos) e 19 no Eye Tracker 2 (8 com culos), de 17 a
53 anos, com viso normal ou corrigida. A coleta em cada modelo era realizada duas vezes,
com pausa entre as coletas. Alguns participantes foram testados em ambos os modelos. A
tarefa consistia em estmulos apresentados em um monitor atravs do software open source
OGAMA. Pequenas fixaes apareciam por 1500ms, a serem acompanhadas pelo
participante, sem ele tentar prever onde a prxima apareceria. A tarefa foi precedida por uma
calibrao de nove pontos. Somente foram aceitas calibraes que apresentassem valores
acima dos propostos como adequados pelos fabricantes. Diversos sujeitos no participaram
do estudo por calibrao insatisfatria, especialmente na condio com culos. Os
participantes descansaram o queixo em um trip e eram instrudos a no mexer a cabea.
Uma MANOVA comparando os Eye Trackers com ambos os grupos apresentou o teste de
Levene como significativo, ou seja - no homogeneidade de varincias, impossibilitando
comparao de mdias entre grupos. Realizaram-se ento MANOVAS intra-eye tracker,
comparando as condies com e sem culos. Essas MANOVAS apontaram homogeneidade
de varincias, sem diferenas significativas entre as mdias dos grupos. Analisando-se as
mdias e os desvios padres dos grupos encontrou-se que as mdias foram semelhantes, mas
os desvios padres foram muito mais altos no Eye Tracker 2, impossibilitando testes que
comparassem os dois modelos conjuntamente. Era esperado que esse construto apresentasse
valores de desvio padro baixos. Assim, questiona-se a utilizao do Modelo 2, visto que o
Modelo 1 se mostra como um instrumento mais fidedigno. Sugere-se replicar estudos com
poder de efeito conhecido para verificar se esse valor se manteria igual para ambos os Eye
Trackers.
Contato: [email protected]
Fomento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico

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3.20 - IMPLICIT PROCESSING DURING INATTENTIONAL BLINDNESS: AN


EVENT-RELATED POTENTIAL PILOT STUDY
Alexandre de Pontes Nobre, Guilherme Lannig, Luiz Eduardo Barcellos Rodrigues,
Juliana vila de Souza, Gustavo Gauer
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Eixo temtico: Processos Cognitivos
Palavras-chave: innatentional blindness, implicit processing, consciousness, event-related
potentials (ERPs), pattern recognition.
Theories of consciousness often assume that attention is a necessary condition for
consciousness. Under this assumption, stimuli that are not attended to do not enter
awareness, but can still be processed implicitly. Inattentional blindness (IB) is an
experimental paradigm developed to investigate the processing of unattended stimuli by
manipulating top-down attention. However, there is no consensus as to what constitutes a
good measure of implicit processing. Several authors recommend the use of online measures
to assess implicit processing, in order to avoid confounds related to memory and sensitivity.
In this pilot study, we replicated a previous IB study which used EEG as an online measure
of unnoticed stimuli to test ERP measures of implicit processing in situations of IB. Eleven
undergraduate students aged 19 to 28 years (M 22.18, SD 2.85, 7 women) participated in the
experiment. Target stimuli presented on the computer screen consisted of a rotating outer
ring containing eight discs, any one of which became dimmer during 300ms in 10% of the
trials. Inside the ring, a 20x20 grid was presented, consisting of white line segments, which
assumed one of eight possible orientations in each trial, alternating between a random
configuration (50% of trials) and a pattern forming the unexpected stimuli (US). US
consisted of geometrical patterns, appearing in half the trials. The duration of configurations
overlapped with the presentation of dimmer discs. The subjects task consisted in pressing a
key whenever they noticed a dimmer disc. The experiment comprised a practice phase
followed by three test phases, each representing one condition (inattention, divided attention
and full attention), with 600 stimuli presented in each phase. During practice and first phase,
no mention was made regarding the patterns. After the first and second phases, subjects
responded to an awareness questionnaire. This consisted of a yes-or-no question regarding
conscious perception of the UE and confidence ratings ranging from 1 (very confident of not
seeing) to 5 (very confident of seeing). The scale was answered by the participant in
response to the presentation of six patterns, two of them which had appeared on pattern trials
and four foil patterns. Participants were divided in two groups: aware (n = 6) and unaware (n
= 5) according to awareness of the US: subjects were considered aware if they answered yes
in the yes-or-no detection task or if they rated above 3 in confidence ratings. EEG measures
were collected during the whole experiment. Electrophysiological data showed a difference
in mean amplitude in the interval between 200-260ms, located in the left occipital region
(electrode O1) between pattern trials and random trials. No significant interactions were
found between group and trial type. However, given the small sample size in this pilot study
and low observed power (under.70), interactions between the variables might be found when
the sample is completed. Development of the paradigm based on the results of the present
pilot regard the use of ERPs to investigate the effects of other variables, such as movement
and perceptual load, in implicit processing during IB.
Contato: [email protected]
Fomento: CAPES, FAPERGS

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3.21 - INNATENTIONAL BLINDNESS AND IMPLICIT PROCESSING: A


SYSTEMATIC REVIEW
Luiz Eduardo Barcellos Rodrigues, Alexandre de Pontes Nobre, Gustavo Gauer
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Eixo temtico: Processos Cognitivos
Palavras-chave: innatentional blindness, implicit processing, consciousness, event-related
potentials (ERPs), eye-tracking.
The aim of this study was to review articles which investigated implicit processing
in situations of inattentional blindness (IB). A systematic review was conducted in the
databases Web of Science, Scopus, PubMed and PsycINFO, using the search term
inattentional blindness in combination with the terms implicit*, aware* or
conscious*. The search returned 614 papers, of which 391 were excluded due to
repetition. Theoretical and review papers, conferences, theses and dissertations, book
chapters and studies investigating computational models were also excluded (n = 41), as
well as articles not written in English (n = 3). We read 108 articles to inspect whether they
fit to the review criteria, resulting in the exclusion of 85 papers. Four articles were excluded
due to their design not matching the criteria. The final sample consisted of 19 articles. The
articles were categorized according to types of paradigm (static or dynamic), of measure of
consciousness, of measures to assess implicit processing and to use of neuroimaging (fMRI),
biosignals (EEG and MEG) or eye-tracking measures. The majority of the studies (13/19)
used static IB paradigms. Most studies (n = 10) employed a combination of objective
(performance-based) and subjective (report-based) measures of consciousness. Eight studies
used objective measures (yes/no detection and recognition tasks), while one study employed
only subjective measures. Objective measures included forced-choice recognition and yes/no
detection tasks. Subjective measures comprised free reports and confidence ratings. A
variety of measures were used to assess implicit processing: slowing in reaction times, eye
movements, task performance, bias in response location, same-object advantage, Simon
effect, recognition tasks and priming. Task performance and eye movements were used most
frequently. Neuroimaging, biosignals and eye-tracking measures accounted for three, two
and four of the studies, respectively. fMRI results suggest that unconscious processing of the
critical stimulus is correlated with activity in the prefrontal cortex during IB. In general, eyetracking studies allowed for measurement of location and duration of eye fixations while
stimuli were being presented. All four studies indicated there were no significant differences
between participants who noticed and those who did not notice the unexpected stimuli.
Additionally, both groups were equally likely to make saccades near the unexpected stimuli.
Results also evidenced a lack of sensitive measures of consciousness in several studies,
compromising the assertion of implicitness, although some studies used online measures,
which are generally regarded as better in situations of IB. Overall, a number of studies
observed reliable implicit processing of the unexpected stimulus in the absence of attention.
However, this processing occurred mostly in early or basic stages of processing, as opposed
to later stages such as response selection or higher-order visual processing. Results are
discussed according to theories of consciousness and attention.
Contato: [email protected]
Fomento: CAPES

65

3.22 - LOCATION EFFECTS ON SEARCHING FOR OBJECTS IN SCENES


Joice D. Segabinazi1, Hayward Godwin2, Maxciel Zortea1, Anne P. Hillstrom3, Valerie
Benson2, Denise Ruschel Bandeira1, Simon P. Liversedge2
1

Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2University of Southampton, 3University of


Portsmouth
Eixo Temtico: Processos Cognitivos

Palavras-chave: scene perception, eye movements, search guidance.


It is well established that we target our saccades to meaningful objects in relation to
task requirements during scene perception. However, we do not know whether expected
target location is more important than the actual target object in guiding search, when shown
a preview of the scene. This study investigated whether a likely target location, compared to
an unlikely and implausible target location, would be fixated faster, more frequently, and for
longer when searching for a target with and without scene preview. We used a 2 (preview
type: real scene versus mask scene) by 3 (object location: Likely, Unlikely and Implausible)
repeated measures design to address this question. Participants were 20
undergraduate/postgraduate students ranging from 19 and 25 years with normal or correctedto-normal vision. All participants were unfamiliar with the stimuli material. The search
scenes consisted of 36 real-world scenes combined with 36 objects (one for each scene)
from the Hemera photo-objects library. For each scene, we built four different scenarios,
which differed in the location of the target object as follows: Initial Likely, Final Likely,
Unlikely and Implausible, giving rise to 144 different scene stimuli in total, which were
presented in random order for each participant. Participants had to search visually for objects
(the target name was first presented for 2000ms followed by a real or a masked preview of
the scene for 60ms) and press a button when the object was found. Eye movements were
recorded with an EyeLink 1000 tower system. We ran ANOVAs and t-tests to analyse the
eye movement data. Participants were faster to find the target when it appeared in the likely
location. This was caused by landing on it sooner, reflecting a benefit of likely location in
guidance, as opposed to identifying it more rapidly having fixated the object, which would
have reflected a benefit to decision-making. Participants also had a slightly elevated number
of fixations on the Likely targets, which could have indicated that they had been in doubt as
to whether they were fixating was the target. However, when we analysed the probability
that participants would fixate the Initial Likely location, broken down as a function of trial
type, we found that participants were more likely to fixate the Initial Likely location when
the target was moved to an Implausible location. This provides evidence that participants
were prioritising search to likely locations, meaning that they visited these locations first in
their search for a target when that target was positioned in an implausible location. The
results overall indicate that expected location is a strong driver for targeting initial saccades
in scene search tasks.
Contato: [email protected]
Fomento: CAPES

66

3.23 - AVALIAO NEUROPSICOLGICA DA ATENO E MOVIMENTOS


OCULARES E SUA RELAO COM PADRES DE RESPOSTAS
COMPORTAMENTAIS AGRESSIVAS, PASSIVAS E ASSERTIVAS
Jayston W. J. Soares Neves, Melyssa K. Cavalcanti Galdino, Monique de Ftima Alves
Silva
Universidade Federal da Paraba
Eixo temtico: Psicologia Clnica e Neurocincias
Palavras-chave: mecanismos atencionais, habilidades sociais, assertividade, movimento
ocular.
A anlise dos mecanismos atencionais utilizados em determinados contextos e sua
relao com padres de respostas comportamentais assertivas, passivas ou agressivas,
fundamental para compreenso do processamento de informaes vinculado a estas classes
de respostas. Uma forma de investigao dos mecanismos atencionais atravs da avaliao
neuropsicolgica. Por outro lado, a avaliao das habilidades sociais utilizada para a
compreenso das interaes sociais dos sujeitos, que so influenciadas pelo nvel de ateno
empregado para o outro e para s mesmo. O objetivo do estudo foi investigar o modo como a
ateno contribui para a manifestao de comportamentos passivos, agressivos e assertivos,
em adultos a partir da anlise do movimento ocular de cena visual complexa. Os voluntrios
(n=27) responderam ao IHS-Del-Prette (2001), a RAS (1994) e ao PFT. Foram submetidos
ao Eye Tracker (rastreamento ocular) e aos testes neuropsicolgicos de avaliao da ateno
(Teste do A, dos Dgitos, das Trilhas e o Stroop). Utilizou-se a anlise de juzes para a
classificao das respostas ao PFT em termos comportamentais. As anlises estatsticas
descritivas e de frequncia foram realizadas com o auxlio do programa SPSS. Os resultados
do estudo demonstram que os indivduos ao observarem as cenas as quais lhes foram
apresentadas, observando um foco visual/atencional mantiveram um padro de respostas de
olhar para o outro, no mantendo seu foco na observao para si, e tiveram um padro
passivo em suas respostas, enquanto que indivduos que possuem um foco atencional em si
mesmos emitem respostas assertivas. A amostra deste estudo se caracteriza por sujeitos em
sua maioria passivos e com baixos nveis em habilidades sociais. O impacto deste estudo
tem aplicao direta ou indireta nas reas da terapia cognitivo-comportamental,
neurocincias, neuropsicologia psicologia da sade, sade mental dentre outras reas.
Pesquisas dessa natureza so inditas e podem permitir o aperfeioamento de testes
especficos para a avaliao de padres de respostas assertivas, passivas e agressivas e sua
relao com os processos atencionais.
Contato: [email protected]

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3.24 - DESEMPENHO ATENCIONAL E EXECUTIVO EM PARTICIPANTES


SAUDVEIS: UMA ANLISE DE CORRELAO
Roberta Gonalves Batista1, Elissandra Serena de Abreu2, Tayse Conter de Moura1, Charles
Cotrena1, Natalie Pereira1, Rochele Paz Fonseca1.
1

Pontifcia Universidade Catlica do Rio Grande do Sul, 2Universidade do Vale do Rio dos
Sinos
Eixo Temtico: Neuropsicologia Clnica e Experimental

Palavras-chave:
funes
neuropsicolgica.

executivas,

processamentos

atencionais,

avaliao

As funes executivas (FE) esto interligadas com o sucesso da vida laboral e ao


desenvolvimento scio-emocional-cognitivo. Assim, a neuropsicologia do desenvolvimento
investiga o que se espera para indivduos sem diagnsticos, como uma base de comparao e
interpretao em diferentes patologias e dficits neuropsicolgicos. A literatura aponta que
tarefas que envolvem componentes atencionais tendem a ter processos de FE subjacentes.
Prope tambm que, tratando-se de ateno concentrada seletiva ou dividida, quanto menos
familiar a atividade, mais componentes atencionais controlados sero necessrios e,
consequentemente, maior esforo cognitivo e demanda de FE, com seus principais
componentes: controle inibitrio (CI), memria de trabalho (MT) e flexibilidade cognitiva
(FC). Assim, este estudo procurou verificar quais processamentos e construtos parecem
relacionar-se em atividades que demandam habilidades atencionais e executivas.
Participaram da amostra total 37 brasileiros, sem presena de diagnstico neurolgico ou
psicopatolgico (mensurado por entrevista diagnstica semiestruturada e avaliao clnica).
Os participantes tinham mdia de idade M(DP) =25,75(7,44); anos de ensino formal
15,80(3,18); classe socioeconmica 30,67(6,58); e frequncia de hbitos de leitura e escrita
18,62(4,22). As variveis comportaram-se de forma no paramtrica, analisando-se a relao
entre escores por correlao de Spearman (p0,05). Para avaliao atencional,
administraram-se os instrumentos Stroop Color-World Test, Ateno Sustentada (AS) e
Ateno Dividida (AD); para exame executivo, Trail Making Test, Wisconsin Cards Sorting
Test modificado, Span de Dgitos da WAIS-III e Span Auditivo de Palavras em Sentenas
do Instrumento de Avaliao Neuropsicolgica Breve NEUPSILIN. Os resultados
evidenciaram correlaes positivas e negativas de intensidades moderadas a fortes entre
escores dos testes de FE. De modo geral, os escores de acertos e erros para AS e AD
parecem ter uma relao direta com aqueles que mensuram FC, CI e MT. Quanto aos
escores de velocidade de processamento, os testes de ateno, de forma inversa,
relacionaram-se com a qualidade do desempenho. Portanto, em parte demonstrou-se que os
processamentos atencionais parecem necessitar, de fato, de duas importantes habilidades
executivas -para manuteno ou alternncia de estratgias- e da constante atualizao da
memria de trabalho para um desempenho acurado e veloz. Por tratar-se de um estudo
preliminar com amostra de participantes saudveis ainda reduzida, sugere-se continuao
deste estudo em busca de maior linha de base atencional versus executiva para panorama de
dissociaes em populaes clnicas, confirmando-se quais habilidades influenciam o
desempenho nas tarefas atencionais, com anlises de causa e efeito. Alm disso, estudos que
explorem diferentes fatores socioculturais nesse modelo proposto podem trazer informaes
importantes, evitando-se falsos positivos.
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3.25 - ATIVIDADE FSICA E ATENO ESPACIAL: UM ESTUDO


COMPARATIVO COM IDOSOS SUBMETIDOS AOS TREINAMENTOS DE
FORA E AERBIO
Ikla lima Cavalcante, Fabola Freire Lauria Cavalcanti, Taciana Elaine de Moura Dias,
Monyque de Souza Melo, Andr dos Santos Costa, Erick Francisco Quintas Conde
Universidade Federal de Pernambuco
Eixo Temtico: Neurocincia Comportamental
Palavras-chave: envelhecimento, Teste de Simon, exerccio fsico.
Estudos demonstram efeitos neuroprotetores do exerccio fsico na cognio de
idosos e suas contribuies para um envelhecimento saudvel. Porm, apenas um estudo
recente estudou efeitos agudos do exerccio fsico no desempenho de idosos em uma tarefa
de Simon, tendo demonstrado que a prtica do exerccio fsico no teve influncias no
referido teste. O teste de Simon uma ferramenta para estudo da ateno espacial com base
na medida do tempo de reao manual (TRM), onde os participantes devem responder de
acordo com uma caracterstica intrnseca ao estmulo visual (forma, cor, etc.). A relao
entre a localizao do estmulo e da resposta pode ser compatvel, (mesmo lado da tecla de
resposta - tempos mais rpidos) ou incompatvel (lado oposto da tecla tempos mais lentos).
O estudo buscou investigar possveis efeitos crnicos de duas modalidades de exerccio
fsico: musculao e atividade aerbia. Para isso comparou o desempenho de dois grupos de
idosos submetidos a um programa de 3 meses de atividade fsica, sendo que 8 praticaram
musculao e 8 praticaram exerccios aerbios (caminhada). O teste foi realizado 3 vezes
por semana, durante 1 hora, em uma sala com atenuao luminosa e sonora, onde
acomodou-se os participantes frente de uma mesa com a cabea apoiada em um suporte de
fronte e queixo, a fim de manter a posio estvel e padronizada, com seu campo de viso
centralizado na distncia de 57cm. Para anlise dos dados foi realizada uma ANOVA com
base na mdia dos TRMs corretos, considerando como variveis intergrupos o Tipo de
Exerccio (musculao e aerbio) e como variveis intragrupos, os fatores Correspondncia
(Correspondentes e no correspondentes) e Campo (esquerda e direita). Os resultados
demonstraram significncia apenas para o fator Correspondncia (F (1,14)= 6.47; p= 0.02)
revelando um alto efeito Simon global onde a condio compatvel (762 ms) foi 56ms mais
rpida do que a incompatvel (818ms). Todavia, no foram identificadas diferenas entre os
grupos (F (1,14)= 0.05; p= 0.83). Concluindo, os resultados sugerem que no existem
vantagens atencionais dentre os efeitos cognitivos decorrentes das prticas nas modalidades
de atividade fsica investigadas.
Contato: [email protected]

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3.26 - EFEITOS DE UM PROGRAMA INTERATIVO DE EXERCCIOS FSICOS


NO NVEL DE ATENO DE UNIVERSITRIOS
Janne Eyre Araujo de Melo Sarmento, Wverky Vieira, Iris Lima e Silva2, Heron
Beresford2, Fabrcio Bruno Cardoso2
1

Centro de Ensino Superior de Macei CESMAC,


Janeiro.

Universidade do Estado do Rio de

Eixo Temtico: Neurocincia Comportamental


Palavras-chave: universitrios, ateno, Programa Interativo de Exerccios Fsicos.
O cansao do dia cheio de trabalho e a distncia do ambiente de trabalho
desencadeiam no estudante universitrio do turno noturno um imenso cansao fsico e
mental. Diversos estudos mostram que estes indivduos apresentam em sua maioria
dificuldades em relao a manter o nvel de ateno, de concentrao e consequentemente de
aprendizagem. Neste sentido, jogos eletrnicos interativos tm sido utilizados para a
estimulao de funes executivas em adultos jovens, especialmente no que se refere as
capacidades de concentrao e de processamento de informaes de maneira mais
organizada. O objetivo do presente estudo foi avaliar os efeitos de um programa interativo
de exerccios fsicos (IPEP) na ateno sustentada de universitrios. Participaram desse
estudo 30 estudantes universitrios com idade entre 18 e 25 anos, de ambos os sexos,
estudantes do CESMAC, Faculdade particular, da cidade de Macei, estado de Alagoas
(Grupo A - 15 universitrios que foram submetidos ao IPEP; Grupo B 15 universitrios que
no foram submetidos a nenhum tipo de atividade), sendo o IPEP composto pelo jogo tetris,
sendo realizado pelo equipamento MAKEY_MAKEY. Para avaliao da ateno sustentada
(ASUS) utilizamos a medida de Tempo Tarefa, que verificou nvel de ateno sustentada
dos participantes durante uma leitura de textos especficos. Para a o registro do nvel
atencional utilizou-se o equipamento de neurofeedback-EEG MINDWAVE(NEUROSKY),
que captou sinais eltricos de FPZ1, FPZ e FPZ2. Os protocolos utilizados foram aprovados
pelo comit de tica do CESMAC (parecer no. 563.369) Nossos resultados mostram que o
IPEP aumentou em 35,45% o nvel de ateno dos universitrios do grupo A, o que foi
corroborado atravs de uma analise de varincia num sentido de comparao intergrupos
(PRXPS IPEP), onde para um F= 43,489 foi revelado um p <0,001. Portanto, podemos
sugerir que o IPEP, utilizando o jogo tetris atravs do MANKEY-MANKEY, conforme
proposto neste estudo, pode aumentar a capacidade de ateno e, consecutivamente, a
discriminao intrasensorial dos universitrios praticantes desse estudo portadoras de
TDAH e que apresentam dificuldade em manter uma ateno sustentada durante suas aulas.
Contato: [email protected]

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3.27 - ALTERAES
DE
VOLUME
E
ESPESSURA CORTICAL
CORRELACIONADAS COM O CONTROLE ATENCIONAL EM PACIENTES
COM EPILEPSIA DO LOBO TEMPORAL
Michel Gomes de Melo, Pedro Gomes dos Reis Neto, Jssica Vanessa R. Diniz, Paula
Rejane Beserra Diniz
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
Eixo Temtico: Neuroimagem
Palavras-chave: imagem de ressonncia magntica, epilepsia do lobo temporal, testes
neuropsicolgicos.
A Epilepsia do Lobo Temporal (ELT) o tipo de epilepsia mais comum nos
servios especializados, com prevalncia elevada na populao brasileira de 18,6 por 1000
habitantes, semelhante a outros pases em desenvolvimento. Na maioria dos casos de ELT, a
Ressonncia Magntica (RM) evidencia atrofia e aumento de sinal em um dos hipocampos,
caracterizando a esclerose hipocampal (EH). Porm, existem estudos que demonstram a
existncias de alteraes, tanto de volume como de espessura cortical, em regies extratemporais e que essas alteraes podem resultar em danos cognitivos e comportamentais. No
entanto, ainda so poucos os trabalhos que buscam correlacionar os danos cognitivos com as
alteraes visveis na neuroimagem. Dessa forma, esse trabalho visa a verificao de quais
regies cerebrais apresentam alteraes de volume e espessura cortical, correlacionando com
os aspectos cognitivos. Trata-se de um estudo retrospectivo, transversal, analtico, utilizando
dados dos exames de RM e pontuao dos Testes Neuropsicolgicos Stroop e Wisconsin de
Classificao de Cartas para avaliao de ateno e controle inibitrio. Foram investigados
122 pacientes (56 com leso do hipocampo direito e 66 com leso no hipocampo esquerdo)
com EH, com idade mdia de 37,1 anos(8,9) e 105 controles normais com idade mdia de
32,3 anos (16,3). Para o processamento e anlise das imagens de RM, utilizou-se o
FreeSurfer que permitiu a segmentao das estruturas enceflicas, alm do Qdec, utilizado
para a anlise estatstica. Como resultados, foram encontradas alteraes de afilamento
cortical significativo (p<0,05) nos pacientes, especificamente nas regio Supra marginal e
Precuneus do Hemisfrio Esquerdo (HE) e nas regies Paracentral, Rostral mdio-frontal,
Parietal Inferior e Ps-central do Hemisfrio Direito (HD). J as alteraes significativas
(p<0,05) de volume foram evidenciadas nas regies Ps-central, Temporal Superior e
Precuneus do HE e Caudal Frontal Mdio, Temporal Transverso, Precuneus e Temporal
Mdio do HD. Quando correlacionado as alteraes de espessura cortical e de volume com
os escores dos testes, encontramos associao do volume e espessura cortical com o giro
ps-central e giro frontal mdio. J para a espessura cortical, as regies que tiveram
associao foram o Precuneus e giro parietal inferior e, por fim, a regio que apresentou
correlao s com o volume foi o giro temporal mdio. Esses achados evidenciam que
quanto menor a espessura e/ou volume dessas regies pior o desempenho dos pacientes nos
testes, evidenciando que essas avaliaes proporcionam um melhor entendimento sobre o
substrato fisiopatolgico dos dficits cognitivos e danos globais causados pela ELT.
Contato: [email protected]

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3.28 - DESENVOLVIMENTO DO TREINA


Giovani Gatto, Kamilla Irigaray Torquato, Fabrcio Diniz Dutra, Murilo Ricardo Zibetti,
Natalia Becker, Thirz Baptista Frison, Juciclara Rinaldi
Universidade Federal de Cincias da Sade de Porto Alegre (UFCSPA)
Eixo Temtico: Neuropsicologia Clnica e Experimental
Palavras-chave: reabilitao neuropsicolgica, treino cognitivo, ateno.
A ateno um processo cognitivo, afetivo e volitivo que determina a seleo do
processamento de estmulos e de categorias de informaes especficas. Sintomas
atencionais, caracterizados por dificuldade de concentrao, fadiga e esquecimentos so
frequentemente relatados por pacientes aps leso cerebral. Essas dificuldades
comprometem a qualidade de vida do paciente, sendo necessrio o trabalho de reabilitao
neuropsicolgica. Existem poucos protocolos de treinos brasileiros especficos para a
reabilitao da ateno. O presente trabalho objetiva apresentar o desenvolvimento de um
protocolo nacional para treino da ateno denominado TREINA (Terapia de Reabilitao e
Interveno Neuropsicolgica da Ateno). O TREINA foi desenvolvido a partir do modelo
clnico da ateno de Sohlberg e Mateer, o qual sugere que os processos atencionais mais
bsicos so necessrios para os processos mais complexos, na seguinte hierarquia: I) ateno
focada; II) ateno mantida; III) ateno seletiva; IV) ateno alternada; V) ateno
dividida. Para o desenvolvimento do TREINA, foi realizado um grupo focal com cinco
terapeutas estudantes da rea de da neuropsicologia. Neste grupo foram desenvolvidas as
atividades e a estrutura de cada sesso. O protocolo final foi avaliado por dois juzes
especialistas na rea da reabilitao neuropsicolgica. Foram realizados ajustes a partir dos
apontamentos feitos. O TREINA foi estruturado em doze sesses, das quais duas so
dedicadas para a avaliao da ateno e dez para o seu treinamento. Cada sesso de
treinamento tem a durao de 50 minutos e est dividida em: a) mini avaliao inicial; b)
treinos auditivos informatizados; c) treinos visuais informatizados; d) tarefas ecolgicas; e)
mini avaliao final; f) psicoeducao com feedback dos treinos. De acordo com o modelo
hierrquico da ateno, foram destinadas duas sesses para cada um dos cinco nveis. O
presente trabalho apresentou um protocolo para treino especfico dos processos atencionais.
Destaca-se que o TREINA foi pensado para brasileiros e possui alm dos treinos cognitivos
tambm os ecolgicos, de modo a facilitar a generalizao das habilidades para as atividades
do dia-a-dia. Este protocolo de uma verso preliminar. Estudo piloto com amostra clnica
poder indicar a efetividade do protocolo.
Contato: [email protected]

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3.29 - MECANISMOS ATENCIONAIS DO FANATISMO NO FUTEBOL: UM


ESTUDO COM A COMPATIBILIDADE ESTMULO-RESPOSTA
Adriana Oliveira de Santana, Rosenir Maria da Silva, Sofia Holmes Carvalho, Erick
Francisco Quintas Conde
Universidade Federal de Pernambuco
Eixo Temtico: Neuropsicologia Clnica e Experimental
Palavras-chave: futebol, fanatismo, ateno espacial, tempo de reao manual.
Estudos demonstram que caractersticas afetivas de um estmulo visual podem
influenciar processos cognitivos, como ateno e tomada de deciso. O presente busca
investigar se o fanatismo por times de futebol pode influenciar a interao com estmulos, de
times favorito e rival, por uma adaptao do teste de Compatibilidade Estmulo-Resposta
(CER). O CER um teste utilizado para estudo da ateno espacial pela medida do Tempo
de Reao Manual (TRM) em duas condies experimentais: a) Compatvel: respostas
realizadas com a tecla do mesmo lado do estmulo visual e b) Incompatvel: respostas
realizadas com a tecla do lado oposto ao estmulo. Pesquisas recentes demonstram que o
TRM mais rpido quando misturadas respostas compatveis ao estmulo do time Favorito e
incompatveis ao estmulo do time Rival, do que quando se responde ao pareamento
Favorito-incompatvel e Rival-compatvel. No presente estudo, 30 voluntrios responderam
a Escala de Fanatismo de Torcedores de Futebol (EFTF), sendo divididos em um grupo com
alto escore e outro com baixa pontuao. Posteriormente realizou-se o teste CER, com
estmulos de acordo com as preferncias do participante (time favorito e principal rival). No
primeiro bloco, metade dos participantes deveria responder, o mais rpido possvel,
pressionando a tecla do mesmo lado que aparecesse o estmulo do time favorito e pressionar
a tecla do lado oposto ao estmulo do time rival. No segundo bloco este pareamento foi
invertido. A outra metade dos participantes realizou o procedimento com os dois blocos na
ordem inversa. As mdias adquiridas no teste CER foram organizados de acordo com o nvel
de fanatismo, obtido na EFTF e submetidos a uma ANOVA com as variveis: 2 Fanatismos
(grupo de alto nvel de fanatismo e grupo de baixo nvel de fanatismo) X 2 Condies
(Favorito-compatvel/Rival-incompatvel e Favorito-incompatvel/Rival-compatvel) X 2
Preferncias (favorito e rival) X 2 Teclas de Resposta (direita e esquerda). Resultados
parciais estabelecem-se na interao entre Fanatismo e preferncia (F(1, 28) = 4.78; p =.
0372), onde o grupo com alto ndice de fanatismo possui maior velocidade para responder
aos estmulos do time favorito e do time rival. Dentro do grupo de pessoas com alto escore
na EFTF, as respostas ao time favorito (535ms) tambm foram mais rpidas do que para o
time rival (551ms). Esses resultados demonstram que o nvel fanatismo influencia o
desempenho em um teste de ateno espacial. Em concluso, a pesquisa mostra-se como
proposta pioneira no estudo das bases neuropsicolgicas do fanatismo por futebol.
Contato: [email protected]

73

3.30 - ESFORO COGNITIVO, TIPOS DE PROCESSAMENTO E DILATAO DA


PUPILA DURANTE TAREFAS DE DIFERENTES DEMANDAS COGNITIVAS
Marcus Vinicius C. Alves, Susanny Tassini, Orlando Francisco A. Bueno
Universidade Federal de So Paulo/Escola Paulista de Medicina
Eixo Temtico: Processos Cognitivos
Palavras-chave: pupilometria, sistemas de processamento, esforo cognitivo, avaliao
neuropsicolgica.
A dilatao pupilar tende a ser diretamente proporcional ao aumento do esforo
cognitivo empreendido pelos indivduos em tarefas, proporcionando um ndice de atividade
cerebral dinmico para a correlao de dados psicolgicos e fisiolgicos. O esforo
cognitivo est altamente relacionado com o tipo de informao que est sendo processada,
sendo elas processadas por dois tipos diferentes de sistemas: o primeiro realizando um
processamento automtico e o segundo um processamento controlado. O Sistema
Automtico processa as informaes de forma rpida, sem avaliao consciente e com o uso
de mnimos recursos atencionais. O processamento pelo Sistema Controlado se d
majoritariamente de forma consciente, com tarefas habitualmente mais complexas e lentas.
O presente estudo visou verificar como resultados pupilomtricos esto relacionados com o
esforo e o controle cognitivo empreendidos em tarefas de diferentes demandas. Foi
realizado um experimento com 20 participantes saudveis de 18 a 35 anos. Suas pupilas
foram registradas pelo aparelho Tobii T120 Eye-Tracker. Os participantes realizaram
diferentes tarefas: Contagens de 1 a 9 de um nmero a cada 2, 1 e 0,8 segundos; Contagem
de nmeros mpares a cada segundo; e Gerao Aleatria de Nmeros (GAN) com geraes
de nmeros a cada 2, 1 e 0,8 segundos. Ademais, havia uma condio interposta em que os
participantes no realizavam tarefa, chamado de intervalo Vazio. A ordem para a realizao
das tarefas era aleatorizada e cada intervalo com ou sem tarefa durou 3 minutos. Os
resultados indicaram diferena na dilatao da pupila entre o intervalo Vazio, as tarefas de
Contagem (associadas ao processamento automtico) e as tarefas de Gerao Aleatria de
Nmeros (associadas ao processamento controlado). As tarefas GAN se mostraram
igualmente demandantes, porm todas mais demandantes (com maior dilatao da pupila)
que as tarefas Contagem, estas tambm igualmente demandantes entre si, porm mais
demandantes que o intervalo Vazio. Tais resultados indicam a possibilidade de mensurar o
empreendimento cognitivo dos indivduos com bases pupilomtricas, garantindo uma
diferenciao entre tipos de processamento cognitivo a partir da demanda exigida por
diferentes tarefas. O esforo cognitivo aqui se torna expresso de forma psicofisiolgica. Tais
resultados possibilitam a utilizao das tarefas aqui apresentadas para utilizao clnica,
tendo em vista que estas so de fcil acepo e manuteno.
Contato: [email protected]
Fomento: Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal do Nvel Superior (CAPES);
Fundao de Amparo Pesquisa do Estado de So Paulo (FAPESP); Associao Fundo de
Incentivo Pesquisa (AFIP)

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3.31 - A INFLUNCIA DO PRIMING PR-SOCIAL


COMPORTAMENTO DE PARTILHA EM CRIANAS

SOBRE

Mayara Wenice Alves de Medeiros, Ingrid Raissa dos Anjos Rocha, Wallisen Tadashi
Hattori, Maria Emlia Yamamoto
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Eixo Temtico: Psicologia Evolucionista
Palavras-chave: psicologia evolucionista, cooperao em crianas, comportamento prsocial, medidas implcitas.
Os comportamentos pr-sociais so vistos diariamente na nossa vida,
frequentemente presenciamos pessoas ajudando desconhecidos, doando sangue, cuidando
dos filhos de um amigo, entre outros. Em uma perspectiva evolucionista, esses
comportamentos se fazem presente pelo seu alto valor adaptativo para nossa espcie,
justamente pela dependncia que temos da vida em grupo para nossa sobrevivncia.
Provavelmente, igualmente por questes de sobrevivncia, desde crianas j mostramos uma
preferncia por comportamentos pr-sociais a comportamentos antissociais, sendo essa
preferncia mais visvel ao passo que crescemos. Ainda em uma linha evolucionista
compreende-se a importncia de fatores ontogenticos e do ambiente na expresso de um
dado comportamento, por isso, a preferncia por comportamentos pr-sociais e a
demonstrao desses comportamentos no se do de forma igualitria entre todas as
crianas. Os experimentos com priming permitem avaliar a influncia ambiental com o uso
de pistas ambientais sutis e seus efeitos sobre os julgamentos e comportamentos de
indivduos. Assim, o presente estudo teve como objetivo investigar a influncia de um
priming pr-social sobre o comportamento de partilha entre a criana e seu melhor amigo de
sala de aula. Participaram da pesquisa 117 estudantes da rede pblica de Natal, Brasil, entre
6 e 12 anos de idade. As crianas foram divididas em duas condies: as que passavam pelo
experimento com priming (condio priming) e as que no passavam pelo priming (condio
neutra). As crianas que passavam pelo priming assistiam a dois vdeos curtos que
mostravam ajuda e partilha entre pares, em seguida, montavam um quebra-cabea simples,
como atividade de distrao, e por fim, escolhiam dois entre quatro materiais didticos e
decidiam se gostariam de dividir ou no com seu melhor amigo de sala de aula. A diferena
entre as duas condies era a ausncia dos vdeos na condio neutra. Os resultados
encontrados mostraram que na condio neutra as crianas entre 6 e 8 anos de idade doaram
significativamente menos (m = 0,450) que as crianas de 9 a 12 anos (m = 1,050), (p =
0,01). Na condio priming a diferena entre as duas faixas etrias desapareceu, tanto pelo
aumento da doao no grupo de crianas menores (m = 0,641) como pela diminuio
significativa para o grupo de crianas maiores (m = 0,080; p = 0,01). Estudos que mostram
um efeito reverso do priming discutem que modelos extremos podem levar ao reverso do
que esperado, no nosso caso, os vdeos pr-sociais levaram a diminuio do comportamento
pr-social em crianas maiores. Assim, o priming pode ter funcionado como modelo
extremo para as crianas maiores, mas no para as crianas menores. O estudo mostra a
influncia de pistas ambientais sutis sobre o comportamento de crianas e a relao dessas
com diferenas ocasionadas pelo prprio desenvolvimento humano.
Contato: [email protected]
Fomento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico (CNPq)

75

3.32 - ESTRESSE TXICO EM CRIANAS DE BAIXA RENDA


Sarah Larissa Nunes Ereias1, Jessica Regina de Jesus Silva2, Izabelle Cristiane Siqueira
Nossa1, Fernanda Costa de Queirs3, Chrissie Ferreira de Carvalho3, Rita de Cssia
Saldanha de Lucena3
1

Universidade Salvador (UNIFACS), 2Faculdade Castro Alves, 3Universidade Federal da


Bahia (UFBA)
Eixo temtico: Desenvolvimento Neural e Plasticidade
Palavras-chave: estresse txico, criana, desenvolvimento.
O estresse est presente na vida das pessoas e necessrio aprender a lidar com ele
desde a infncia, pois este um aspecto fundamental para o desenvolvimento saudvel da
criana. Entretanto, o estresse excessivo ou prolongado pode ser txico para o
desenvolvimento do crebro. Quando a criana vivencia experincias fortes e adversas como pobreza extrema - sem o apoio de adultos que poderiam ajud-la a adaptar-se aos
desafios do cotidiano, ela sofre uma ativao significativa do sistema de resposta ao estresse,
tornando este txico e disruptivo para o desenvolvimento dos circuitos cerebrais. A
experincia precoce de estresse txico pode interferir na aprendizagem, sade fsica e
mental. Adultos com experincias mais adversas na primeira infncia tem maior
probabilidade de problemas crnicos de sade - alcoolismo, depresso, doenas cardacas e
diabetes. Fatores como ambiente de pobreza, exposio violncia, condies inadequadas
de estimulao psicossocial, especialmente nos primeiros 5 anos de vida, podem interferir
significativamente no desenvolvimento saudvel da criana. Crianas em ambientes de
baixo poder econmico como o nordeste do Brasil, tm um maior risco de exposio ao
estresse txico devido a m-nutrio, residncia em bairros com infra-estrutura inadequada e
altos ndices de violncia, o que pode afetar o desenvolvimento do crebro e a performance
escolar ao longo da vida. Diante desta necessidade, um estudo foi proposto para melhorar o
entendimento cientfico sobre o impacto da exposio ao estresse txico nas habilidades
scio-emocionais e cognitivas em crianas de baixa renda em uma regio nordeste do Brasil.
O estudo um corte transversal, iniciado em maro de 2014, no qual esto sendo avaliadas
crianas entre 6 e 10 anos, de um bairro de baixa renda e elevado ndice de violncia de uma
cidade da Bahia. Os instrumentos utilizados so: Bateria e Teste Neuropsicolgico
Automatizado de Cambridge - CANTAB (Cambridge Automated Neuropsychological Test
and Battery), Escala de Inteligncia Abreviada Wechsler - WASI (Wechsler Abbreviated
Scale of Intelligence), questionrio de Ateno, Comportamento, Linguagem e Emoes
(ABLE) e triagem de perfil sociodemogrfico. At o momento foram includas 55 crianas
no estudo e a finalizao das avaliaes est prevista para novembro de 2014. Os ambientes
em que a criana vive e a qualidade dos relacionamentos com adultos relacionam-se com o
desenvolvimento cognitivo, emocional e social. O estudo poder ajudar a entender melhor os
mecanismos que comprometem o desenvolvimento infantil e nortear aes que minimizem
as desvantagens impostas pelo contexto social.
Contato: [email protected]

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3.33 - DESEMPENHO COGNITIVO E A RELAO ENTRE BAIXO PESO AO


NASCER: RESULTADOS PRELIMINARES
Cristina Maria Duarte Wigg, Graciella Faico Ferreira, Carolina Zarur, Raquel Kepler, Sacha
Alvarenga
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
Eixo temtico: Processos Cognitivos
Palavras-chave: dificuldade de aprendizagem, baixo peso ao nascer, quociente de
inteligncia.
O desenvolvimento da tecnologia mdica tem permitido que indivduos tenham
maiores chances na recuperao de traumas e doenas, embora se tenha observado um
aumento no nmero de pessoas com sequelas em virtude do dano sofrido. Este fato se repete
na rea neonatal, onde crianas nascidas muito prematuras sobrevivem sem significativa
deficincia, embora possam sofrer com problemas acadmicos e comportamentais que se
estendem a fase adulta. As dificuldades mais evidentes esto relacionados a baixo
desempenho matemtico e problemas de ateno. O estudo buscou verificar se existe
diferena significativa entre o desempenho cognitivo de crianas que nasceram com peso
normal e aquelas que nasceram abaixo do peso. A metodologia empregada consiste em uma
anlise preliminar de informaes cadastradas no Banco de Dados do Projeto Avaliao
Neuropsicolgica de Crianas e Adolescentes com Dificuldade de Aprendizagem
desenvolvido no Setor de Neuropsicologia do Instituto de Neurologia do Hospital Deolindo
Couto INDC/UFRJ. As medidas usadas foram: o Teste de Desempenho Escolar (TDE),
Teste de Ateno Concentrada (AC), Teste de Classificao de Cartas de Wisconsin
(WCST), da Escala de Inteligncia Wechsler para Crianas, 3a edio (WISC-III) e dos
indicadores ACID, ACIDAS e/ou ACADIS baseados nos subtestes da WISC III. A amostra
consiste em 14 crianas e adolescentes, de ambos os sexos, com idade entre 10 e 16 anos
atendidas pelo Ncleo de Ensino, Pesquisa e Extenso em Neuropsicologia (NEPEN/UFRJ)
atravs de diversos encaminhamentos. Dentre os participantes da pesquisa, 7 nasceram com
peso inferior a 2,500 kg e 7 com peso superior a este. Para comparar os grupos, o teste noparamtrico Wilcoxon-Mann-Whitney foi adotado. Os resultados mostraram que somente o
subteste Aritmtica do TDE apresentou diferena significativa entre os grupos [U(12)=2.157; p<0.05; d=0.27], no entanto o tamanho do efeito medido pelo coeficiente d de Cohen
foi baixo, o que indica um poder fraco de discriminao entre os grupos. O estudo
corroborou parcialmente a hiptese de diferenas no desempenho cognitivo de crianas com
dificuldade de aprendizagem que nasceram abaixo do peso em face quelas que nasceram
com peso normal, restringindo essa afirmao somente ao desempenho matemtico. Por se
tratar de um estudo preliminar, o tamanho da amostra e o predomnio de pacientes do
ambulatrio do INDC podem ter sido limitadores dos resultados. Este estudo pretende
levantar questes de discusso e incentivar futuras pesquisas sobre dificuldade de
aprendizagem relacionada ao baixo peso ao nascer. O estudo seguir com o aumento da
amostra, o que permitir, futuramente, concluses mais consistentes.
Contato: [email protected]

77

3.34 - ORGANIZAO E DIFERENCIAO DE FUNES COGNITIVAS AO


LONGO DO DESENVOLVIMENTO INFANTIL: DADOS DE CRIANAS
BRASILEIRAS
Iasmin Andrade Gabrig1, Ana Elena Vedoveli Francisco2, Douglas de Farias Dutra2, Rosinda
Martins Oliveira2, Helenice Charchat Fichman1
1

Pontifcia Universidade Catlica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), 2Universidade Federal do


Rio de Janeiro (UFRJ)
Eixo temtico: Neuropsicologia Clnica e Experimental
Palavras-chave: desenvolvimento cognitivo, organizao cognitiva, ateno, memria de
curto prazo.
Estudos mostram que a organizao dos processos cognitivos se diferencia ao longo
do desenvolvimento cognitivo, partindo de um estado mais generalista caracterstico das
habilidades cognitivas infantis para ento alcanar estado mais especfico e especializado
na vida adulta. Tal processo paralelo mudanas na atividade do crtex cerebral, que
passa de ativaes de reas mais abrangentes para ativao de circuitos mais pontuais. Em
termos psicomtricos, essa diferenciao se expressa por gradativa reduo das correlaes
entre testes que avaliam diferentes habilidades cognitivas durante o desenvolvimento
infantil. Com o objetivo de investigar se a trajetria de desenvolvimento cognitivo de
crianas brasileiras corrobora com a hiptese de diferenciao cognitiva maturacional, foram
utilizados paradigmas clssicos de avaliao de memria, ateno e fluncia verbal (Teste de
Aprendizagem Auditivo-verbal de Rey, Stroop e Fluncia Verbal - fontica e semntica) em
396 crianas (212 meninas e 184 meninos) de 7 a 15 anos, estudantes de escolas particulares
do Rio de Janeiro, que atendem preferencialmente s classes socioeconmicas C, D e E. A
amostra foi dividida em quatro faixas etrias: 7 e 8 anos (174 crianas); 9-10 anos (106); 1112 anos (95); e 13-15 anos (76). Procedeu-se anlise de dados atravs de correlao de
Pearson. Embora que com alguma flutuao durante a trajetria de desenvolvimento, o
nmero de interaes entre as variveis estudadas tende a se reduzir com a idade (7-8
anos=21,5% de interaes; 9-10=15,2%; 11-12=20%; 13-15=15,7%). No que tange s
funes investigadas, no grupo de 7-8 anos a velocidade de processamento mostrou relao
sistemtica com grande maioria das variveis estudas (correlao significativa para 17/25
dos escores; 0,183 r 0,508; 0,000 p 0,050), enquanto que essa relao tende a se
diluir gradativamente nas faixas etrias posteriores, tendendo ao desaparecimento aos 13-15
anos (correlao significativa para 4/25 dos escores; 0,251 r 0,415; 0,000 p 0,047).
O mesmo ocorre para memria de curto prazo, que em 7-8 anos interage com aspectos
atencionais e fluncia verbal (correlao significativa para 7/13 dos escores; 0,187 r
0,240; 0,003 p 0,044), mantendo depois apenas leve relao com fluncia semntica aos
13-15 anos (correlao significativa apenas para 1/13 dos escores; r=0238; p=0,038). Esses
dados sugerem que a capacidade de velocidade de processamento e de memria de curto
prazo no to determinante para adolescentes quanto para crianas mais novas, supondo
haver sim diferenciao cognitiva maturacional ao longo do desenvolvimento infantil.
Contato: [email protected]
Fomento: CNPq; FAPERJ

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3.35 - CONSIDERAES SOBRE O DESENVOLVIMENTO INFANTIL A PARTIR


DOS RESULTADOS PRELIMINARES DA APLICAO DO ASQ-SE EM
CRIANAS DO MUNICPIO DO RIO DE JANEIRO EM 2012.
Luis Anunciao, Matheus Almeida, J. Landeira-Fernandez
Pontifcia Universidade Catlica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)
Eixo-temtico: Desenvolvimento Neural e Plasticidade
Palavras-chave: neurocincia, desenvolvimento infantil, avaliao psicolgica, pesquisa.
As pesquisas em neurocincia apontam que a infncia uma etapa do
desenvolvimento humano cujas estimulaes cognitivas e ambientais adequadas auxiliam
tanto para emerso de um desenvolvimento psicolgico saudvel como para criao das
bases de comportamentos sociais esperados. Desta forma, padres de maturao podem ser
vistos em sentido neurogentico e funcional e abrangem a gestao, o perodo neonatal e os
primeiros anos de vida. Apesar da relevncia do tema, instrumentos que avaliem o
desenvolvimento infantil ainda so escassos no Brasil e o objetivo deste trabalho foi analislo o a partir da populao composta por crianas que fazem uso de creches pblicas do
municpio do Rio de Janeiro com o Ages and States Questionnaire Social Emotional visando
tanto a adaptao e validao do instrumento quanto fornecer conhecimento amplo sobre o
desenvolvimento da populao.
Tal instrumento um questionrio de rastreio sobre a avaliao do
desenvolvimento de crianas entre 3 e 66 meses cujo objetivo a identificao de crianas
com potenciais problemas em competncias sociais e emocionais. A anlise preliminar dos
dados de 2012 apontam uma populao de N=42.262 crianas avaliadas em 10 CREs
(Coordenadoria Geral de Educao), com idade mdia de X = 37,3 meses, desvio padro =
10,56 e erro padro de 0,05. A CRE modal foi a 10 (12,7%), regio de Santa Cruz, na zona
oeste, que registrou o maior crescimento demogrfico segundo o censo IBGE de 2010 , IDH
de 0,742, que figura entre os ltimos quando comparado aos outros bairros do municpio e
renda mdia de R$1.500, o que tambm o coloca no ltimo quartil. Frente aos resultados
preliminares e luz da neurocincia, que versa sobre a relao intrnseca sobre maturao
cerebral e estimulaes adequadas, torna-se primordial que tais concluses sirvam para criar
polticas pblicas mais adequadas populao local e que considere seus aspectos
econmicos e sciodemogrficos. Existe conhecimento cientfico que crianas com
dificuldade ou atrasos em seu desenvolvimento acabam por se desenvolver com menor
arsenal psicolgico, limitaes cognitivas e competncias sociais empobrecidas. Portanto,
espera-se com este trabalho que tais fatores sejam profundamente considerados para
estimulaes e adequaes educacionais adequadas visando uma maturao saudvel.
Contato: [email protected]

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3.36 - ESTUDO PILOTO DA TAREFA DE STROOP ANIMAL: UMA MEDIDA DE


CONTROLE INIBITRIO E FLEXIBILIDADE COGNITIVA PARA CRIANAS
Chrissie Carvalho1, Nara Andrade2, Jos Garcia Vivas Miranda1, Quzia Aguiar1, Tatiana
Correia1, Cludia Berlim de Mello3, Neander Abreu1
1

Universidade Federal da Bahia, 2Universidade de So Paulo (USP), 3Universidade Federal


de So Paulo (UNIFESP)
Eixo Temtico: Neuropsicologia Clnica e Experimental

Palavras-chave: controle inibitrio, flexibilidade cognitiva, impulsividade, Stroop.


Controle inibitrio definido como a habilidade de inibir comportamento
automtico ou mais predominante para assumir outro comportamento menos automtico,
sendo importante o estudo do desenvolvimento desta funo ao longo da infncia. Este
estudo tem como objetivo apresentar os dados do desenvolvimento e do estudo piloto do
teste computadorizado Stroop de Animais que uma nova medida para a funo de controle
inibitrio. A verso brasileira foi adaptada do instrumento desenvolvido por Wright,
Waterman, Prescott e Murdoch-Eaton (2003) com conflito cognitivo em duas dimenses.
Assim como no original, o instrumento contm trs condies: nomeao de animais (vaca,
porco, pato e jacar); conflito (corpo de um animal com a cabea de outro animal) e
condio controle (corpo do animal com uma figura geomtrica no local da cabea sem
interferncia de outro animal). Nas condies de conflito e controle a criana foi solicitada a
nomear o corpo do animal. Cada criana respondeu um bloco de teste de 36 estmulos (12 de
cada condio) apresentados individualmente de forma aleatria na tela do computador. O
software foi desenvolvido com o intuito de registrar a medida do tempo de resposta verbal
(TRV) a partir da emisso oral da criana que captada por um microfone. O registro feito
em milissegundos contabilizando o intervalo de tempo entre a apario do estmulo na tela e
a resposta verbal. Alm disso, so contabilizados acertos e erros por ao. Participaram 41
crianas entre 3 e 6 anos, 56 % sexo feminino e 44% sexo masculino, 58% escola pblica e
42% escola privada. A anlise das mdias dos TRV por condio demonstrou que as
crianas foram mais lentas na condio de conflito quando comparada com a condio de
nomeao e controle: Nomeao (M=2837,3) < Conflito (M=3501,2) p<0.001; Controle
(M=3065,1) < Conflito (M=3501,2), p=0,02. No houve diferena significativa no TRV
mdio entre as condies de nomeao e controle. A anlise do TRV mdio por tipo de
estmulo (animal) revelou que os itens alvos Vaca e Porco foram capazes de discriminar de
forma significativa as condies conflito e nomeao. Apesar de no apresentar diferena
estatstica significativa, o item alvo Porco obteve um TRV mdio inferir na condio de
nomeao quando comparada a de conflito. O TRV mdio do item alvo Jacar no
apresentou diferena entre as condies. Houve correlao positiva entre idade em meses e
nmero de acertos (rs=0,37, p=0,22) e os grupos etrios tiveram desempenho em termos de
acerto significativamente diferentes. No houve correlao significativa entre TRV mdio da
condio conflito e a idade da criana. Os resultados do estudo piloto permitiu a adaptao
do instrumento com a excluso de itens pouco discriminativos. Alm disso, optou-se por
uma nova verso do instrumento com trs blocos de testagem para que os registros ocorram
separadamente para as condies de nomeao (congruente), inibio (conflito) e ser
acrescentado um bloco de alternncia de respostas. Os achados revelaram que o instrumento
desenvolvido foi capaz de discriminar o efeito de interferncia em pr-escolares.
Contato: [email protected]

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3.37 - CRITRIOS DE PONTUAO DA FIGURA COMPLEXA DE REY E


ESPECIFICIDADES DO DESENVOLVIMENTO INFANTIL
Andreza Moraes da Silva1, Rosinda Martins Oliveira1, Jane Correa, Helenice CharchatFichman, Eduarda Peanha
1

Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), 2Pontifcia Universidade Catlica Rio de


Janeiro (PUC-Rio)
Eixo Temtico: Neuropsicologia Clnica e Experimental
Palavras-chave: Figura Complexa de Rey, habilidade de planejamento, estratgia de
organizao, estilo de organizao, DSS-ROCF.
Este trabalho tem como objetivo o estudo das estratgias de planejamento e
organizao empregadas por crianas e adolescentes na cpia da Figura Complexa de ReyOsterrieth (ROCF). Objetivou comparar os sistemas de Osterrieth e do DSS-ROCF para a
avaliao destas estratgias, examinando sua eficcia para discriminar mudanas em funo
da idade. Foram analisados os desenhos feitos, na fase de cpia do teste, por crianas de
desenvolvimento tpico, na faixa etria de 7 a 13 anos. As crianas eram oriundas de famlia
de status socioeconmico C, D e E. Os resultados mostram que tanto os critrios de
Osterrieth quanto o DSS-ROCF apresentam efeito de idade. Crianas mais novas
reproduzem a figura com estratgias menos elaboradas (estratgia IV e V) e apresentam
maior ocorrncia de linhas descontnuas (estilo parte-orientado). Crianas mais velhas, por
outro lado, utilizam estratgias elaboradas (I e II) e produzem mais linhas continuas (estilos
configuracional e intermedirio). Em contrapartida, em ambos os sistemas, na faixa etria de
9 a 13 anos, houve uma concentrao de ocorrncia da estratgia IV (Osterrieth) e do estilo
intermedirio (DSS-ROCF). Porm, o estilo intermedirio aparece associado a todas as
estratgias, exceto a V. Assim, a estratgia IV pode incluir reprodues cujas linhas so em
grande maioria descontnuas e, ento, classificadas como parte-orientadas. Por outro lado, a
mesma estratgia IV engloba reprodues com continuidade suficiente das linhas para serem
enquadradas no estilo intermedirio. Analisando a estratgia IV, por meio da avaliao de
subcategorias referentes existncia ou no de uma sequncia ordenada de partes da figura
durante o desenho, foi possvel observar que as crianas fragmentam a ROCF de forma
diferente. Existem fragmentaes que seguem uma ordem lgica e outras que ocorrem de
forma aleatria, sendo as primeiras freqentes em crianas mais velhas e as outras em
crianas mais novas. De modo geral, mostrou-se que o exame da sequncia seguida pela
criana durante a cpia pode contribuir para a compreenso da heterogeneidade da estratgia
IV de Osterrieth, permitindo a identificao de modos diferentes de planejamento na ampla
faixa etria em que ela ocorre. Isto pode vir a contribuir para o desenvolvimento de um
sistema de avaliao da capacidade de planejamento mais sensvel a mudanas com a idade.
Contato: [email protected]
Fomento: CAPES

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3.37A - APLICABILIDADE DO TESTE DE APRENDIZAGEM AUDITIVO


VERBAL DE REY, VERSO REDUZIDA COM 12 PALAVRAS, EM CRIANAS
COM DEFICINCIA INTELECTUAL.
A. L. Sousa, O.F.A. Bueno, Mello, C.B. Mello
Universidade Federal de So Paulo (UNIFESP)
Eixo Temtico: Neuropsicologia Clnica e Experimental
Palavras-chave: avaliao neuropsicolgica, neurodesenvolvimento, deficincia intelectual,
Sndrome Malformativa.
Indivduos com Deficincia Intelectual (DI) de diferentes etiologias tem baixo
desempenho em provas de memria explicita. A memria implcita tende a ser preservada,
embora adequada idade mental dos indivduos. Evidencias em Sndrome de Down
apontam que as alteraes predominam nos processos de codificao e recuperao. No
entanto, ainda h necessidade de melhor compreenso do envolvimento dos processos de
memria mais prejudicados na DI. Neste sentido, fundamental avaliar o desenvolvimento,
adaptao e a analise da aplicabilidade de procedimentos de avaliao da memria episdica
em pessoas com deficincia intelectual, considerando-se aspectos tais como o grau de
dificuldade da tarefa, nmero de itens, complexidade dos estmulos e possibilidades de
compreenso das instrues. O objetivo desse trabalho avaliar a aplicabilidade de um teste
de memria episdica auditivo-verbal adaptada em crianas brasileiras, desenvolvido por
pesquisadores brasileiros Oliveira; R. M. Charchat-Fichman. Participaram no estudo 20
crianas com DI (QI 50 a 70) de diversas etiologias, de 7 a 14 anos de idade, acompanhadas
no Ncleo de Atendimento Neuropsicolgico Interdisciplinar Infantil, no ano de 2014.
Foram considerados os seguintes critrios, nmero de palavras inicialmente recordadas (AI),
recordao de uma lista de Interferncia (B), Lista de Recordao ps-interferncia (A6),
lista de recordao tardia (A7) e lista de reconhecimento. Analises qualitativas e
quantitativas mostraram que a lista de palavras reduzida facilitou a compreenso das
crianas com DI, independentemente da idade, em comparao lista com 15 palavras como
na verso original.
Contato: [email protected]
Fomento: Associao Fundo de Incentivo Psicofarmacologia (AFIP)

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3.38 - DESEMPENHO DE CRIANAS PR-LEITORAS E LEITORAS INICIANTES


EM TAREFA DE MEMRIA: ANLISE DA RELAO COM AS
PROPRIEDADES DA PALAVRA
Kriscieli Fonsaca, Carla Alexandra da Silva Moita Minervino, mille Burity Dias,
Estephane Enadir Lucena Duarte Pereira, Gabrielle Rocha Cordeiro de Assis
Universidade Federal da Paraba
Eixo Temtico: Processos Cognitivos
Palavras-chave: leitura, memria de trabalho, propriedades da palavra.
A leitura uma atividade que perpassa o nosso cotidiano em diversos segmentos e
atividades, algumas mais simples e outras mais complexas. Neste sentido, a aquisio da
leitura emerge a partir de um processo longo e multifacetado, implicando aspectos
interpessoais, contextuais, biolgicos, emocionais e cognitivos. A abordagem cognitiva
explicita as habilidades envolvidas na literacia emergente, dentre elas, a memria de
trabalho compreende-se como fundamental no processo de aquisio de leitura. Estudos
comprovam a contribuio da memria para o raciocnio verbal, como tambm para a
recordao das regras de converso grafo-fonmicas durante o processo de decodificao
das palavras. Diante disso, a atual investigao buscou analisar as relaes entre as
propriedades da palavra (extenso, frequncia e regularidade) e o desempenho de crianas
pr-leitoras e leitoras iniciantes na tarefa de memria. Participaram da presente pesquisa 173
crianas, de ambos os sexos, com idades entre 4 a 7 anos, matriculadas em turmas da prescola e 1 ano (alfabetizao) do ensino fundamental de escolas pblicas e particulares, do
Municpio de Joo Pessoa-PB. Para atender aos objetivos propostos nesta investigao foi
utilizada a tarefa de memria do Teste de Habilidades Preditoras da Leitura (THPL), em sua
verso informatizada. Os resultados encontrados constataram correlaes significativas entre
as propriedades da palavra e a resposta ao item (acerto e erro) em crianas pr-leitoras e
leitoras iniciantes. Alm disso, houve diferenas significativas entre os grupos de prleitores e leitores iniciantes em relao ao desempenho e o percentual de acerto. As
comparaes entre os grupos apontaram para dados j vistos na literatura: leitores iniciantes
ou proficientes possuem desempenho maior na memria de trabalho do que os pr-leitores
ou no-proficientes. O estudo comprovou a relevncia do THPL, que ajusta os itens da tarefa
de memria ao nvel de habilidade de cada criana, alm de permitir a anlise da resposta
obtida de cada criana, item a item.
Contato: [email protected]

83

3.39 - A CONTRIBUIO DA HABILIDADE VERBAL E DO VOCABULRIO NA


VELOCIDADE E PRECISO DE LEITURA DE PALAVRAS EM ESCOLARES DO
3 ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL
Giuliana Ramires, Jane Correa
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
Eixo temtico: Processos Cognitivos
Palavras-chave: velocidade de leitura, preciso de leitura, habilidade verbal.
As habilidades do processamento fonolgico possuem um corpo significativo de
evidncias corroborando suas contribuies para a aprendizagem da leitura. Por sua vez, a
habilidade verbal, isto , a linguagem oral em seus aspectos mais gerais, assim como o
vocabulrio, tanto na capacidade de expressar, quanto de compreender o que expresso,
necessitam de investigaes que evidenciem, de forma mais precisa, sua importncia para a
leitura. Desta maneira, o objetivo do presente trabalho foi verificar a associao da
habilidade verbal e do vocabulrio velocidade e preciso na leitura de palavras.
Participaram deste estudo 18 crianas (M = 110 meses; DP = 6 meses) de desenvolvimento
tpico cursando o 3 ano do Ensino Fundamental em uma escola particular do municpio de
Niteri-RJ. As habilidades de velocidade e preciso de leitura de palavras foram avaliadas
pelo subteste de leitura do Teste de Desempenho Escolar (TDE). A velocidade de leitura foi
avaliada pelo nmero de palavras lidas em um minuto (ppm), enquanto, para a preciso foi
contabilizado o total de palavras corretamente lidas. No que tange habilidade de verbal,
foram utilizados os subtestes verbais da Escala de Inteligncia Wechsler para Crianas
(WISC-III). O vocabulrio foi avaliado pelo Teste Infantil de Nomeao (TIN vocabulrio
expressivo) e pelo subteste vocabulrio do WISC-III (conceituao). Objetivando investigar
os possveis padres de associao existentes, foram realizadas anlises de Correlao de
Pearson. A velocidade e a preciso de leitura esto positiva e significativamente
correlacionadas. A habilidade verbal mostrou-se correlacionada tanto velocidade, quanto
preciso de leitura; enquanto o vocabulrio (nomeao e conceituao) esteve
correlacionado somente preciso de leitura. Os resultados sugerem que a velocidade de
leitura diretamente afetada pela preciso com que a leitura realizada. A velocidade e a
preciso de leitura compartilham um mesmo correlato, a habilidade verbal, denotando a
importncia do desenvolvimento desta habilidade nas sries iniciais de escolarizao. A
associao existente entre o vocabulrio e a preciso de leitura, de outro lado, fornece
informaes sobre a relevncia da criao de representaes lexicais para a leitura precisa.
Com isso, conclui-se que o desenvolvimento da habilidade verbal e do vocabulrio pode
impactar e facilitar, diferentemente, a velocidade e a preciso com que a leitura realizada.
Contato: [email protected]
Fomento: CAPES

84

3.40 - A INFLUNCIA DAS HABILIDADES LINGUSTICO-COGNITIVAS E DOS


TEXTOS NARRATIVOS E EXPOSITIVOS NA COMPREENSO LEITORA
Carmen Lucia Gbel Coelho, Jane Correa
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
Eixo temtico: Processos Cognitivos
Palavras-chave: leitura, compreenso leitora, habilidades lingusticocognitivas, tipo de
texto.
Investigaes acerca da compreenso leitora vm permitindo ampliar o
conhecimento na rea da leitura, demonstrando a contribuio de diversas habilidades
lingustico-cognitivas para seu desenvolvimento. No entanto, h uma carncia de estudos
que investigam a interao entre as diferentes habilidades envolvidas na compreenso
textual e o tipo de texto empregado. Este estudo buscou examinar quais habilidades
lingustico-cognitivas, avaliadas no incio do ano letivo do segundo ano do Ensino
Fundamental, poderiam ser associadas ao desenvolvimento da compreenso leitora ao final
do ano escolar, assim como a possvel variao entre essas habilidades e a tipologia
(narrativa e expositiva) de texto empregada. Participaram da pesquisa 27 crianas (M = 7
anos e 5 meses; DP = 6 meses), de uma mesma turma do segundo ano do Ensino
Fundamental de uma escola particular situada na cidade de Nova Friburgo-RJ. A
investigao de habilidades do processamento fonolgico envolveu tarefas de nomeao
automatizada rpida (cores, objetos, dgitos e letras), de conscincia fonmica, investigada
por meio das Provas de Habilidades Metalingusticas e de Leitura (PROHMELE), assim
como do subteste dgitos (WISC III), para avaliar a memria de trabalho. Ainda por meio do
WISC III, mensurou-se a habilidade verbal, o vocabulrio (subteste vocabulrio) e a ateno
(ndice de resistncia distrao). Para avaliar a conscincia morfolgica foram utilizadas as
tarefas de associao morfolgica e de analogia. A preciso de leitura foi medida por meio
dos subtestes de leitura e de escrita de palavras do Teste de Desempenho Escolar - TDE. O
monitoramento da compreenso foi mensurado por meio da tarefa de deteco de erros. Para
avaliar a compreenso leitora, foi utilizada a tarefa de Cloze, construda a partir de dois tipos
textuais, um narrativo e outro expositivo. A partir dos resultados desse estudo, foi verificado
que a conscincia fonmica, a nomeao seriada rpida para objetos e o monitoramento
contriburam para a compreenso leitora nos dois tipos de texto. No entanto, no texto
expositivo, houve a contribuio de outras habilidades, alm daquelas importantes na
narrativa, a saber: a nomeao seriada rpida de cores, a preciso de leitura e a memria de
trabalho, denotando um aumento de exigncia de processamento nos textos expositivos.
Contato: [email protected]

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3.41 - PROPRIEDADES DAS PALAVRAS E SEGMENTAO SILBICA: UMA


RELAO POSSVEL?
Estephane Enadir Lucena Duarte Pereira, Carla Alexandra da Silva Moita Minervino,
Gabrielle Cordeiro Rocha de Assis, mille Burity Dias, Kriscieli Fonsaca
Universidade Federal da Paraba
Eixo temtico: Processos Cognitivos
Palavras-chave: leitura, segmentao silbica, propriedade das palavras.
A segmentao silbica uma habilidade da conscincia fonolgica e consiste na
capacidade de analisar e manipular conscientemente as menores unidades da fala (slabas).
Esta competncia desempenha um papel fundamental na aquisio formal em leitura, visto
que a percepo e manipulao das slabas proporciona o primeiro passo para aquisio de
outras competncias (ex.: conscincia dos fonemas). Contudo, as pesquisas no mbito
nacional proporcionam poucas informaes acerca das habilidades que interferem ou que
esto envolvidas na aquisio da conscincia silbica (segmentao silbica), sendo
necessrios novos estudos que relacionem variveis lingusticas com a conscincia silbica.
O presente estudo teve como objetivo analisar a relao entre as propriedades das palavras -extenso das palavras, frequncia da ocorrncia das palavras no vocabulrio infantil e
regularidade ortogrfica dos vocbulos e o desempenho em segmentao silbica, avaliada
atravs do tempo de reao. A escolha de variveis lingusticas no lugar de outras
competncias justificada por estudos que apontam variaes na leitura diante de estruturas
lingusticas distintas (efeito de extenso, regularidade e frequncia). Participaram do estudo
155 crianas, distribudas no jardim I, jardim II (compondo o grupo de pr-leitores) e
alfabetizao (compondo o grupo de leitores iniciantes), com idade mdia de cinco anos e
trs meses, de ambos os sexos. Para compreender a relao entre a competncia
segmentao silbica e as propriedades da palavra foi utilizado o Teste de Habilidades
Preditoras da Leitura (THPL), verso informatizada. Os dados obtidos com o THPL foram
submetidos a anlises descritivas e inferenciais. Os resultados revelaram baixo desempenho
em segmentao silbica nos dois grupos considerados: leitores iniciantes e pr-leitores.
Contudo, observaram-se diferenas entre os grupos na diviso silbica em funo da
propriedade da palavra: regularidade e frequncia. Alm disso, os estudantes iniciantes na
leitura e os pr-leitores apresentaram diferenas no tempo de reao em funo das
propriedades das palavras (extenso, regularidade e frequncia). Os resultados tambm
apontaram uma relao positiva e estatisticamente significativa entre as propriedades das
palavras extenso e regularidade e o desempenho em segmentao; o que evidencia a
facilidade na manipulao da segmentao silbica em palavras de curta extenso e
vocbulos regulares em relao s palavras de longa extenso e vocbulos irregulares. Esta
investigao contribuiu para ampliar o conhecimento acerca do constructo segmentao
silbica, trazendo reflexes tericas e suscitando novas linhas de investigao.
Contato: [email protected]

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3.42 - PROPRIEDADE
ALITERAO

DAS

PALAVRAS

EM

TAREFAS

DE

RIMA

mille Burity Dias, Carla Alexandra da Silva Moita Minervino, Gabrielle Cordeiro Rocha
de Assis, Estephane Enadir Lucena Duarte Pereira, Kriscieli Fonsaca
Universidade Federal da Paraba
Eixo Temtico: Processos Cognitivos
Palavras-chave: rima, aliterao, propriedades da palavra, teste adaptativo.
O presente estudo versa sobre as tarefas de rima e aliterao, consideradas pela
literatura como algumas das tarefas que acessam a conscincia fonolgica. Diversos estudos
afirmam a correlao positiva entre conscincia fonolgica e aprendizado da leitura. Estudos
atuais consideram tambm a conscincia fonolgica como uma competncia preditora da
aquisio da leitura. Ao visitar o imenso cabedal terico existente sobre a temtica
questionou-se as tarefas de rima e aliterao considerando as propriedades da palavra
(extenso, frequncia e regularidade). Neste sentido, para compreender a possvel relao
entre as propriedades da palavra e os resultados obtidos pelas crianas em tarefas de rima e
aliterao, foi realizada a presente investigao. Teve como objetivo central analisar o
desempenho de pr-leitores e leitores iniciantes nas tarefas de rima e aliterao, desempenho
observado atravs da resposta dada ao item (acerto/erro) e o tempo de reao para execuo,
teve-se como variveis as propriedades da palavra: extenso, frequncia e regularidade. A
amostra foi composta por 149 crianas, dividida em grupos de pr-leitor e leitor iniciantes,
advindas de escolas pblicas e particulares de Joo Pessoa-PB. Para auxlio da coleta de
dados foi utilizado o Teste de Habilidade Preditoras da Leitura THPL, que informatizado
e adaptativo, o instrumento permite uma anlise individualizada da criana, considera o
nvel de dificuldade do item, o poder discriminativo do item e a possibilidade do acerto
casual. O THPL analisa a resposta da criana item a item e permite que o aplicador possa
vislumbrar as propriedades da palavra de cada item respondido pela criana. A anlise dos
dados coletados foi feita a partir de tcnicas estatsticas descritivas mdias e desvios
padres e inferenciais correlaes e diferenas entre grupos. Observou-se que a extenso,
frequncia e regularidade exercem influncia sobre o desempenho de pr leitores e leitores
iniciantes em tarefas de rima e aliterao de diferentes formas, dentre elas a habilidade em
que leitores iniciantes tinham responder de modo rpido a itens formados por propriedades
complexas da palavra, ou seja: com baixa frequncia, irregular e extensa.
Contato: [email protected]

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3.43 - CONSCINCIA FONOLGICA EM ADULTOS NO ALFABETIZADOS


Adna Pontes Neves Lopes, Carla Alexandra da S. M. Minervino, Joceane Carneiro dos
Santos
Universidade Federal da Paraba
Eixo Temtico: Processos Cognitivos
Palavras-chave: leitura, conscincia fonolgica, adultos no alfabetizados.
O ato de ler embora parea ser natural ao homem uma habilidade que deve ser
ensinada e aprendida, diferente da fala que uma habilidade interconectada com a gentica
humana e habilita a criana desde os primeiros meses de vida a discriminar os sons da fala, a
leitura requer uma modificao neural que d condies para a decodificao dos smbolos
grficos e sonoros que representam a fala, uma capacidade adquirida com o ensino, e que
apesar de parecer uma tarefa simples, caracterizado como ato complexo e multifacetado que
envolve fatores sociais, cognitivos, emocionais e ambientais para que ocorra de forma
satisfatria e eficaz. Hoje consenso na literatura sobre a importncia da leitura para o pleno
desenvolvimento social e cognitivo do ser humano. Independente de ser na infncia ou na
vida adulta, a leitura s adquirida se for ensinada, entretanto em crianas essa habilidade
mais fcil de ser adquirida do que em adultos. Nesse contexto multifacetado de
aprendizagem formal, pesquisadores nacionais e internacionais ressaltam a importncia do
desenvolvimento da conscincia fonolgica para a aquisio da leitura. A presente
investigao visou analisar o nvel de desempenho em conscincia fonolgica de adultos no
alfabetizados. Participaram da pesquisa 44 adultos, de ambos os sexos, com idades entre 28
e 56 anos (M= 40,9; Dp= 7,6). Para a seleo da amostra foi utilizada a tcnica de
amostragem por convenincia. Os sujeitos foram divididos em dois grupos, sendo um de
adultos no alfabetizados, e o outro de adultos alfabetizados. Foram utilizados como
instrumentos: ficha de dados sociodemogrficos; teste de habilidades preditoras da leitura
(THPL): composto por tarefas de rima, aliterao, segmentao. O THPL fora administrado
individualmente e com o auxlio de um dispositivo mvel (tablet). Com base nos achados,
pode-se concluir que houve diferena no desempenho dos adultos no alfabetizados e
alfabetizados, evidenciando um perfil de acertos mediante os estmulos apresentados nas
tarefas. A tarefa de aliterao foi a que obteve maior mdia de acertos, seguida das tarefas de
rima e segmentao para ambos os grupos. Esses achados, quando comparados aos estudos
anteriores com crianas no alfabetizadas, demonstram um perfil semelhante nos resultados
e o insucesso na tarefa de segmentao sugere que essa habilidade uma forte aliada na
aquisio da leitura tanto em crianas como em adultos no alfabetizados. Dessa forma, os
resultados desta pesquisa corroboram para o aperfeioamento de programas de alfabetizao
para adultos e fortalece o campo de pesquisa que visa compreender a relao entre adultos
no alfabetizados e a leitura.
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3.44 - CONSCINCIA FONOLGICA EM ESCOLARES COM E SEM QUEIXA DE


ATRASO NA LEITURA
Joceane Carneiro dos Santos, Carla Alexandra S. Moita Minervino, Adna Pontes Neves
Universidade Federal da Paraba (UFPB)
Eixo Temtico: Processos Cognitivos
Palavras-chave: conscincia fonolgica, leitura, atraso de leitura.
O presente estudo investigou o nvel de desempenho em tarefas de conscincia
fonolgica (Rima, Aliterao e Segmentao) em escolares com e sem queixa de atraso na
leitura. Participaram da pesquisa 40 crianas matriculadas na 3 ano do ensino fundamental
de escolas pblicas e particulares da cidade de Joo Pessoa/PB divididas em dois grupos, um
por escolares com queixa de atraso na leitura e outro sem queixa de atraso na leitura. Os
resultados da anlise encontram valores significativos para o desempenho em cada tarefa de
conscincia fonolgica em comparao entre-grupos e valores significativos para o nvel de
conscincia fonolgica em comparao intra-grupos. Diante dos resultados possvel
constatar a relao e a importncia da conscincia fonolgica no processo de aquisio da
leitura e na formao de leitores fluentes, havendo a necessidade de maior instruo dos
profissionais da educao a respeito da conscincia fonolgica para contribuio no
processo de desenvolvimento da leitura e de novas pesquisas com a utilizao do THPL.
Contato: [email protected]

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3.45 - ANLISE DAS HABILIDADES COGNITIVAS E COMPREENSO LEITORA


DE CRIANAS DA PR-ESCOLA E ENSINO FUNDAMENTAL
Estephane Enadir Lucena Duarte Pereira1, Carla Alexandra da Silva Moita Minervino2,
Niedj de Sousa Mello2, Gabrielle Cordeiro Rocha de Assis2, mille Burity Dias2, Kriscieli
Fonsaca2
1

Centro Universitrio de Joo Pessoa, 2Universidade Federal da Paraba

Eixo temtico: Processos Cognitivos


Palavras-chave: compreenso leitora, memria auditiva, conscincia fonolgica.
O desempenho em compreenso leitora apresenta-se associada a um conjunto de
processos cognitivos intervenientes que comprometem ou favorecem o acesso s ideias do
texto, constituindo requisitos necessrios para que a leitura ocorra de maneira automtica e
fluente. Nesta perspectiva, a presente pesquisa teve como objetivo analisar as habilidades
cognitivas memria auditiva e conscincia fonolgica , e o seu efeito na compreenso em
leitura. Participaram da investigao 49 crianas, distribudas em trs anos escolares: pralfabetizao, primeiro e terceiro ano do ensino fundamental. Para efetuar a coleta de
informaes foram empregados trs instrumentos: (1) protocolo de avaliao das habilidades
cognitivo-lingustico, (2) teste de habilidades preditoras da leitura, e o (3) texto A Coisa
de Ruth Rocha. Ressalta-se que foram observados todos os preceitos ticos do Conselho
Nacional de Sade (Brasil). Para analisar os dados obtidos foram realizadas anlises
descritivas e inferenciais. Os resultados apontaram uma diferena significativa no efeito das
variveis: memria auditiva, conscincia fonolgica e compreenso em leitura, ao longo dos
anos escolares, demonstrando que algumas habilidades perdem a fora correlacional com o
avanar dos anos. Foi constatado que as habilidades de memria auditiva e conscincia
fonolgica tm um efeito preditivo sobre a compreenso em leitura. Neste sentido, observase que as habilidades cognitivas mostram-se interdependentes, atuando conjunta e
concomitantemente na formao do leitor competente. O presente estudo contribuiu para
evidenciar a importncia das habilidades cognitivas (memria auditiva e conscincia
fonolgica) no processo de compreenso em leitura, subsidiando prticas interventivas e
preventivas na area da leitura. Por fim, sugere-se que novos estudos sejam realizados tendo
em vista analisar outras variveis que possam estar imbricadas no processo de compreenso
leitora. Alm disso, ressalta-se a necessidade de estudos multicntricos ou longitudinais com
a finalidade de amplificar o conhecimento acerca da validade preditiva da memria auditiva
e conscincia fonolgica na leitura, em diferentes etapas da escolaridade.
Contato: [email protected]

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3.46 - NOMEAO SERIADA RPIDA EM ESCOLARES COM E SEM QUEIXAS


DE PROBLEMAS DE LEITURA
mille Burity Dias, Gabrielle Cordeiro Rocha de Assis, Carla Alexandra da Silva Moita
Minervino, Estephane Enadir Lucena Duarte Pereira, Kriscieli Fonsaca
Universidade Federal da Paraba
Eixo Temtico: Processos Cognitivos
Palavras-chave: nomeao seriada rpida, dificuldades de leitura, leitura.
Para compreender as dificuldades de leitura, faz-se necessrio conhecer e entender
o sistema de leitura, neste sentido estudar as habilidades cognitivas envolvidas de
fundamental importncia. Tarefas de nomeao seriada rpida (NSR) fornecem informaes
sobre este sistema. Verifica-se que os estudos sobre nomeao seriada rpida e fluncia de
leitura contribuem para a construo de instrumentos de avaliao de boa qualidade
preditora e, em consequncia, processos de interveno que visam auxiliar a criana a se
tornar um leitor fluente. O presente estudo teve como objetivo geral analisar o desempenho
em velocidade de processamento visual, intragrupo e entre grupos atravs de tarefas de
nomeao seriada rpida (cores, figuras, letras e dgitos) em crianas com e sem queixas de
dificuldade de leitura. Especificamente, o presente estudo investigou a variabilidade do
desempenho nas tarefas de nomeao seriada rpida em crianas de 5 ano com dificuldades
de leitura, comparando-o ao de crianas de mesma idade, mas competentes em leitura (5
ano), e ao de crianas mais jovens (2 ano), com mesmo desempenho em leitura do que o
das crianas com dificuldades. Visando cumprir com os objetivos propostos a amostra
constitui-se de 2 grupos, a saber: grupo 1 - 5 ano com e sem dificuldades de leitura e grupo
2- 2 ano sem dificuldades de leitura. As idades variaram entre 7 e 14 anos. Para diviso dos
grupos foi utilizado o Teste de Competncia de Leitura de Palavras e Pseudopalavras
(TCLPP), para anlise da velocidade do processamento visual foram utilizadas as tarefas de
nomeao seriada rpida do Teste de Habilidades Preditoras da Leitura (THPL), verso
papel e lpis. Os resultados revelaram diferenas estatisticamente significativas entre os
grupos de 5 ano com e sem dificuldades de leitura nas tarefas de nomeao seriada rpida
(NSR) de letras visuais e letras fonolgicas. Aponta-se as tarefas de NSR de letras visuais,
letras fonolgicas e no palavras como eficazes para anlise de crianas com dificuldades de
leitura. As hipteses levantadas a partir dos resultados obtidos revelam a necessidade de
novas investigaes com anlises preditivas acerca da velocidade do processamento visual,
atravs de tarefas de nomeao seriada rpida.
Contato: [email protected]

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3.47 - ASPECTOS NEURAIS DA LEITURA


mille Burity Dias, Carla Alexandra da Silva Moita Minervino
Universidade Federal da Paraba
Eixo Temtico: Neurocincia Comportamental
Palavras-chave: neurocincia, leitura, reciclagem neuronal.
Como uma cincia multidisciplinar a neurocincia contribui para a compreenso
acerca do processo subjacente da aprendizagem da leitura. Compreendendo a leitura como
uma inveno cultural , considera-se que para que seu acontecimento na histria se firmasse,
reas cerebrais antes destinadas ao reconhecimento de formas, rostos e objetos deveriam
adaptar-se ao reconhecimento de letras. Atualmente com os exames de neuroimagem
possvel fazer inferncias e predies sobre a especializao cerebral durante o processo de
aquisio da leitura, bem como confirmar suas teorias de desenvolvimento. Atravs de
exames de ressonncia magntica funcional (fIRM) imagens neurolgicas indicam as reas
ativadas durante o processo de aprendizagem da leitura. Na fase inicial da leitura, onde o
pr-leitor ainda no est alfabetizado a palavra reconhecida do mesmo modo que um
objeto, sendo assim reas de ambos os hemisfrios cerebrais so ativada. Percebe-se que
regies occipito-temporal e ventral direita responsveis pelo reconhecimento de objetos e
faces se associam com intuito de processar visualmente a letra. Em seguida, as palavras so
reconhecidas pelas regies temporais laterais e pela regio occipto-temporal esquerda que
ativada para perceber as diferentes formas visuais que uma palavra pode admitir, esta regio
conhecida como caixa de letras. Estudos que utilizaram a fIRM em pr-leitores
observaram que a medida que o nvel de leitura melhora a ativao da rea occipto-temporal
esquerda aumenta. Sendo assim, a medida que palavras escritas so apresentadas ao prleitor observada rpida convergncia em direo as reas da leitura do hemisfrio
esquerdo, no adulto tal convergncia d-se em 170-200 milissegundos e reflete a capacidade
de reconhecer as cadeias imutveis de caracteres. Logo, intui-se que a rea responsvel pelo
reconhecimento de palavras do hemisfrio esquerdo especializa-se ao decorrer da
aprendizagem da leitura, processo cunhado como reciclagem neuronal.
Contato: [email protected]

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3.48 - ESCRITA EM ESPELHO: ESTUDO DE CASO A PARTIR DE AVALIAO


INTERDISCIPLINAR
Lilian Del Poz1, Renata Trefiglio Mendes Gomes2, Tania Augusto Nascimento1, Renata
Pereira Garzi1, Verena Larm Hermann1, Mauro Muszkat2, Claudia Berlim de Mello2,
Orlando Francisco Amodeo Bueno2
1

Centro Paulista de Neuropsicologia (CPN),


(UNIFESP)

Universidade Federal de So Paulo

Eixo Temtico: Neuropsicologia Clnica e Experimental


Palavras-chave: escrita espelhada, leso cerebral, avaliao interdisciplinar.
Grande parte das crianas em idade escolar que buscam avaliao interdisciplinar
apresentam queixas de dificuldades de aprendizagem, principalmente nas habilidades de
escrita. Dentre os problemas de escrita que podem se manifestar na infncia, encontram-se as
queixas relacionadas com a escrita em espelho. Esse termo descreve uma gama de eventos e
fenmenos da escrita que pode ocorrer tanto na direo oposta ao convencional quanto
inverso de letras. A escrita invertida e espelhada pode ocorrer em crianas na fase inicial do
processo de alfabetizao, at aproximadamente os sete anos de idade, uma vez que ainda
encontram-se em fase de maturao de reas visoespaciais e consolidao da lateralidade. A
permanncia desse padro pode estar associada, entre outros fatores, a leso cerebral. Este
estudo descreve um caso de criana com leso cerebral que apresenta escrita invertida e
espelhada. D.R.A., 9 anos e 5 meses, sexo feminino, cursando 4 ano do ensino fundamental
em escola pblica regular, dominncia manual esquerda, prematura, com histrico de
sofrimento fetal, anxia e ictercia, com leucomalcia periventricular, foi submetida a
avaliao neurolgica, neuropsicolgica, fonoaudiolgica, psicopedaggica e de terapiaocupacional, no Ncleo de Atendimento Neuropsicolgico Infantil Interdisciplinar. Os
principais achados neurolgicos foram: dupla hemiparesia espstica com predomnio direita,
estrabismo divergente direita, nistagmo semi-espontneo, dficit de convergncia e sinal de
Babinsky direita. As demais avaliaes concluram: desempenho intelectual dentro do
esperado para idade, mas com discrepncia entre funes verbais e de execuo; bom
desempenho atencional; grande dificuldade visomotora; dificuldade visocontrutiva
significativa; dificuldades significativas de planejamento e flexibilidade (pensamento
abstrato); dficit de conscincia fonolgica; vocabulrio restrito; dificuldades de leitura e
aritmticas. Estes fatores refletem no desempenho da escrita, que se apresenta com
espelhamento, inverso da direita para a esquerda, erros ortogrficos sistemticos, no mais
esperados para sua idade e escolaridade. Foi possvel observar que as dificuldades
visocontrutivas e visomotoras se expressam na sua escrita bastante incomum. Os dados
corroboram com os achados em estudos da rea, que apontam que esse padro de escrita pode
estar associado a leso cerebral em hemisfrio esquerdo, dominncia manual esquerda e
alteraes de ordem visual direita. Ressalta-se a importncia da avaliao interdisciplinar
para o diagnstico diferencial, planejamento teraputico, estabelecimento de estratgias de
interveno no mbito familiar e acadmico, bem como orientaes quanto aos servios em
rede.
Contato: [email protected]

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3.49 - CONTRIBUIO DA COMUNICAO ALTERNATIVA E /OU


SUPLEMENTAR EM PESSOAS COM DEFICINCIA QUE APRESENTAM
COMPROMETIMENTO DA LINGUAGEM
Janana de Ftima Soares Santa Rosa , Melyssa Cavalcanti
1

Centro Universitrio de Joo Pessoa , 2Universidade Federal da Paraba

Eixo temtico: Neuropsicologia Clnica e Experimental.


Palavras-chave: comunicao alternativa e/ ou suplementar, pessoas com deficincia, dficit
na comunicao.
A Comunicao Alternativa e/ ou Suplementar surgiu da necessidade de encontrar
formas de comunicao possveis para pessoas que no conseguiam faz-lo por meio da fala.
Embora do ponto de vista histrico possa ser considerada uma rea muito jovem, com
poucas dcadas de existncia, muitas tm sido as conquistas tanto na consolidao de
conhecimento terico subjacente aos aspectos relacionados Comunicao Alternativa e/ ou
Suplementar, quanto no desenvolvimento de tecnologias que viabilizem o seu uso. A
comunicao alternativa e/ ou suplementar auxilia e melhora a capacidade do sujeito de se
comunicar. Diante de algumas tcnicas pode- se destacar as Picture Exchange
Communcation System (PECS) que significa, Sistema de Comunicao por Troca de
Figuras que um mtodo que ensina a pessoa com dficit de comunicao ou mesmo com
autismo, uma forma funcional que por intermdio da troca de figuras aumenta o
desenvolvimento de habilidades comunicativas dessas pessoas incapazes ou limitadas de
utilizar a comunicao verbal. Objetivo: O objetivo deste artigo avaliar o estado atual das
investigaes sobre a comunicao alternativa e / ou suplementar em pessoas com
deficincia na comunicao oral. Mtodo: Foi realizada uma pesquisa bibliogrfica nas
bases de dados MedLINE, , Bireme e Scielo e com as palavras chaves comunicao
alternativa e suplementar, comunicao alternativa, comunicao alternativa em pessoas
com deficincia e auxiliares de comunicao para pessoas com deficincia na busca de
artigos publicados a partir de 2005. Resultados: A comunicao alternativa e /ou suplementa
um recurso que ajuda no desenvolvimento da oralidade, na satisfao de necessidades
bsicas e aumenta as interaes sociais. Foi observada que a partir de 2007 houve um
aumento de 38,4% nas pesquisas sobre comunicao alternativa e/ ou suplementar em
pessoas que apresentam dficit na comunicao verbal, existindo ainda uma limitao sobre
o conceito. Os artigos abordam que os sujeitos submetidos por procedimentos realizados
com o uso dos programas de comunicao alternativa e/ ou suplementar aumentam
significativamente as funes comunicativas e mostra-se como importante recurso mediador
e facilitador do processo de aprendizagem. Concluso: Existe uma escassez de trabalhos na
rea. A Falta de orientao e suporte para uso da comunicao alternativa e /ou suplementar
pode estar relacionada ao nmero reduzido de trabalhos. Torna-se necessrio estudos
empricos, de caso controle, desenvolvimento de protocolos, para que assim haja mais
material de pesquisa como modelo, proporcionando novas possibilidades discursivas e o
estabelecimento das relaes dialgicas fundamentais para a constituio de uma discusso
relevante para o fortalecimento da Comunicao alternativa e /ou suplementar.
Contato: [email protected]/ [email protected]

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3.50 - AVALIAO DA PERCEPO E ATENO EM CRIANAS COM


TRANSTORNO DE DFICIT DE ATENO (TDA)
Carlos Henrique Resende Freire; Ceclia Coimbra da Silva Raposo; Silvana Barbosa
Mendes Lacerda; Aline Mendes Lacerda
Faculdade de Cincias Humanas ESUDA FCHE, Universidade Lusfona de
Humanidades e Tecnologias
Eixo temtico: Processos Cognitivos
Palavras-chave: Transtorno de Dficit de Ateno, Figuras Complexas de Rey, Bateria
Psicolgica para Avaliao da Ateno.
A Ateno e a Percepo so dois processos cognitivos de fundamental importncia
para o ser humano, pois envolve desde questes crticas de sobrevivncia at a aquisio de
novos conhecimentos por meio da aprendizagem. Entre os sintomas de crianas com
Transtorno de Dficit de Ateno (TDA), um deles diz respeito justamente a esses processos
cognitivos: a dificuldade de ateno, que por sua vez est diretamente ligada percepo,
visto que uma depende da outra. Neste sentido, crianas com TDA acabam por ter
dificuldades acadmicas. Desta forma, compreende-se a necessidade de um melhor
entendimento acerca desses processos cognitivos em crianas que so diagnosticadas com
este transtorno. Neste contexto, o objetivo deste estudo foi avaliar a ateno e a percepo
visuo-construtiva em crianas com TDA. Para isso, duas crianas com 11 e 12 anos de idade
(Sujeito 11 e Sujeito 12) e diagnstico de TDA realizaram os testes das Figuras Complexas
de Rey e a Bateria Psicolgica para Avaliao da Ateno (BPA). Os resultados obtidos pelo
Sujeito 11, no teste das Figuras Complexas de Rey, foram 26 pontos, o que representou um
resultado muito inferior mdia (percentil < 10). A criana realizou a cpia do tipo IV
(justaposio de detalhes), em um tempo considerado normal para sua faixa etria (quatro
minutos). No BPA, o Sujeito 11 obteve ateno concentrada e alternada inferior mdia
(percentil = 15 e 10, respectivamente), e ateno dividida mdio inferior (percentil = 25). A
ateno geral dele tambm foi considerada inferior mdia (percentil = 10). J o Sujeito 12
obteve 32 pontos no teste da cpia das Figuras Complexas de Rey, o que representou um
resultado mdio inferior (percentil = 40). A criana realizou a cpia do tipo II (detalhes
includos na armao), em um tempo considerado normal para sua faixa etria (quatro
minutos). No BPA, o Sujeito 12 obteve ateno concentrada inferior mdia (percentil =
10), ateno dividida dentro da mdia (percentil = 50) e ateno alternada classificada como
mdio inferior (percentil = 30). Alm disso, o Sujeito 12 obteve percentil igual a 30,
considerado como mdio inferior no que se refere ateno geral. Estes resultados
preliminares indicam um possvel dficit tanto na percepo visuo-construtiva quanto na
ateno geral dessas crianas.
Contato: [email protected]

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3.51 - AVALIAO DO PADRO CORTICAL EM CRIANAS COM


TRANSTORNO DE DFICIT DE ATENO E HIPERATIVIDADE APS
APLICAO DE UM PROGRAMA DE NEUROFEEDBACK
Fabrcio Cardoso
Sholl-Franco1

1,2

, Anna Carolina Miguel1, Juliana Rodrigues2, Claudia Dantas2, Alfred

Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), 2Universidade do estado do Rio de Janeiro


(UERJ)
Eixo Temtico: Neurocincia Comportamental
Palavras-chave: mapeamento cortical, EEG, TDAH, Neurofeedback.

Verifica-se que crianas com TDAH apresentam uma perda progressiva de ateno
sustentada e prontido de resposta, o que prejudica a realizao de tarefas motoras. Neste
sentido, o Neurofeedback (NFB) vem sendo utilizado para a estimulao de funes
executivas em crianas e jovens, especialmente no que se refere processamento de
informaes de maneira mais organizada. O objetivo do presente estudo foi avaliar os efeitos
do NFB no padro cortical em crianas com TDAH, durante a fase de planejamento de uma
tarefa motora complexa. Participaram deste estudo 12 crianas com idade entre 6 e 8 anos.
Os participantes foram divididos em dois grupos (A - crianas com TDAH que realizaram o
NFBB - crianas com TDAH que no realizaram o NFB;), sendo o programa de de NFB
composto por um conjunto de quatro jogos realizados com o equipamento MINDWAVE
NEUROSKY , em trs sesses semanais, com durao de 20 minutos cada (total de 20
sesses). Para a avaliao do padro cortical utilizamos registro eletroencefalogrfico em 21
canais (sistema 10/20), sendo os sinais adquiridos atravs do software BWAnalysis, durante
a realizao da tarefa motora (preenso de objeto em queda livre) .Os protocolos utilizados
foram aprovados pelo comit de tica da UFRJ (parecer no. 517.483) Nossos resultados
mostram que a realizao do NFB diminuiu o tempo para realizao da tarefa motora em
18,23%% nas crianas do grupo A. Em relao ao registro da atividade cortical, todas as
crianas apresentaram inicialmente uma desorganizao temporal quando da analise das
ondas alfa obtidas nas regies frontais e parietais. Quando avaliadas novamente as crianas
com TDAH que foram submetidas ao NFB apresentaram, a frequncia e a potncia de ondas
alfa mais organizadas e temporalmente distribudas, o que sugere um cenrio cortical mais
favorvel para a realizao da tarefa motora proposta.
Contato: [email protected]
Fomento: CAPES; FAPERJ; IEFD-UERJ; OCC

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3.52 - ESTRATGIAS DE INTERVENO DA TERAPIA COGNITIVO


COMPORTAMENTAL (TCC) NO TRATAMENTO DO TRANSTORNO DE
DFICIT DE ATENO E HIPERATIVIDADE (TDAH)
Waleska Viviane Paixo da Souza Nbrega1, Andresa Ventura Marques2
1

Consultrio Particular, Especialista em Neuropsicologia, 2UNIFAVIP| DeVry (Faculdade


do Vale do Ipojuca), Mestre em Psicologia Cognitiva pela Universidade Federal de
Pernambuco (UFPE)
Eixo Temtico: Transtornos Neuropsiquitricos e Doenas Neurolgicas
Palavras-chave: Transtorno de Dficit de Ateno e Hiperatividade, terapia cognitivocomportamental, metilfenidato.
Um dos transtornos mais comuns na clnica psicolgica e psiquitrica atuais o
Transtorno de Dficit de Ateno e Hiperatividade (TDAH), que cursa, na maioria dos
casos, atravs de um quadro de desateno, hiperatividade e impulsividade que prejudica as
atividades de aprendizagem e de relacionamento social de quem possui tal quadro. Apesar
de ser um transtorno bem definido e classificado pelos manuais diagnsticos internacionais,
constata-se certo exagero e irresponsabilidade na forma como vem sendo conduzido nos
consultrios mdicos e de psicologia, com o diagnstico apressado e o tratamento
medicamentoso sendo prescrito na maioria dos casos. O Metilfenidado, mais conhecido no
Brasil como Ritalina, vem sendo o tratamento de escolha para tal quadro, mas ainda muito
controverso em relao aos efeitos colaterais e adversos de mdio e longo prazo que pode
originar. Em vista deste quadro de incerteza em relao ao tratamento medicamentoso,
torna-se importante buscar vias de tratamento menos invasivas. Esta pesquisa buscou
enquanto objetivo geral, analisar as Estratgias de Interveno da Terapia Cognitivo
Compotamental (TCC) no TDAH. Como objetivos especficos, descrever e explorar o
TDAH em seu quadro geral de sinais e sintomas, as estratgias e eficcias da TCC no
tratamento de tal transtorno, bem como se com o acompanhamento do psiclogo possvel
uma diminuio do uso do Metilfenidato ou at mesmo a abolio do uso de tal
medicamento. Por tratar-se de tema exploratrio e descritivo, utilizou-se como estratgia
metodolgica de uma busca bibliogrfica em livros, peridicos e sites especializados, a
exemplo do Scielo e Medline, com os seguintes descritores: Transtorno de dficit de
ateno e hiperatividade associado Terapia Cognitivo Comportamental. Em relao aos
sites especializados, foram coletados ao todo 11 artigos que trataram sobre o tema em lngua
portuguesa, demonstrando assim a escassez de trabalho associando estes dois eixos de
pesquisa. Os resultados mostraram que o uso da TCC no TDAH apresenta resultados
benficos para o paciente, na melhora do quadro de desateno, impulsividade,
comportamento anti-social e hiperatividade, todavia por ser uma tcnica que se utiliza de
estratgias cognitivo-comportamentais limita-se de acordo com a idade do paciente. No
entanto, alguns autores no defendem o uso isolado da TCC e sim em associao com a
medicao, que juntas dariam um resultado mais satisfatrio. Como reflexo final, alm da
notria falta de discusso sobre o tema, percebe-se uma fora dos artigos que defendem uma
viso biolgica do transtorno, prejudicando avanos em relao a mtodos apenas
psicolgicos.
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3.53 - SNDROME DE ASPEGER E AS PERSPECTIVAS EM RELAO A


PSICOTERAPIA COGNITIVO COMPORTAMENTAL
Carmen Luciane Souza Regis1, Ana Cristina Taunay2, Rosngela Acioli da Cunha3
1

Faculdade de Cincias Humanas ESUDA,


3
Faculdade Frassinetti do Recife (FAFIRE)

Universidade Federal de Pernambuco,

Eixo Temtico: Neuropsicologia Clnica e Experimental


Palavras-chave: sndrome de aspeger, psicoterapia cognitivo comportamental, adolescente.
A Sndrome de Asperger foi identificada pelo mdico pediatra Hans Asperger, mas
s foi reconhecida como critrio de diagnstico no DSM-IV em 1994. Esta sndrome parece
representar uma desordem neurobiolgica, onde suas principais caractersticas so; difcil
interao social, nmero limitado de interesses, fcil irritabilidade e QI normal ou acima da
mdia. Apresentamos, o caso de um menino L.L.B, natural do Recife, estudante do ensino
fundamental incompleto. O paciente apresenta dificuldade de adequao social, falta de
disciplina, heteroagressividade, baixa subordinao aos pais, dificuldade de relacionamento
social. Foi solicitada para investigao de hiptese de transtorno de personalidade.
Apresentam dificuldades interpessoais e retraimento emocional, nega a existncia de
psicopatologia (ansiedade e, depresso, TDAH. No faz uso de medicao. Foram
empregados testes e escalas padronizados de exame cognitivo e tcnicas de investigao
qualitativas, analisando, as funes cognitivas: global, de memria, ateno, linguagem,
clculo, funes executivas, conceituao e abstrao, habilidades visuo - construtivas,
percepo, praxia, afetividade e sintomas psiquitricos. Foram recomendados: Psicoterapia
cognitivo-comportamental, sobretudo de habilidades sociais. Foi ento iniciado trabalho de
habilidades sociais, seguindo o modelo proposto no Manual de avaliao e treinamento de
Vicente Caballo. As sesses foram feitas uma vez por semana, com durao de 45 minutos.
Inicialmente o paciente apresentou resistncia a terapia. Foi necessrio investir de forma
mais enftica no processo de relao teraputica, buscando pontos de interesse do paciente.
Descobrimos o seu interesse pela msica, e pela leitura e tambm por jogos de uma forma
geral. Trabalhamos, livros e msicas, inclusive estimulando o paciente a desenvolver
interesse por aprender a tocar instrumentos musicais. O terapeuta sempre se colocava no
lugar de quem orientava de forma no diretiva, ao dilogo ameno e no agressivo. Foi
trabalhado no segundo momento a assertividade fazendo-o identificar atitudes assertivas e
no assertivas. Deste ponto em diante, iniciaram-se alguns exerccios teraputicos e ltima
etapa: ensaio comportamental em casa. Paciente passa a trabalhar comportamentos de afeto:
como abraar a me e ajuda-la nas tarefas domsticas. Passa tambm a ficar sozinho com o
co da famlia, passa a andar de nibus desenvolvendo autonomia. Hoje L.L.B. est em alta,
e o trabalho agora intensificado com os pais, para desenvolver habilidade de como lidar
com o filho de forma tranquila.
Contato: [email protected]

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3.54 - A NEUROPSICOLOGIA
CINEMATOGRFICA

DO

AUTISMO:

REPRESENTAO

Ademria Martins Alencar e Sousa, Melyssa Kellyane Cavalcanti Galdino


Centro Universitrio de Joo Pessoa (UNIP), Universidade Federal da Paraba
Eixo Temtico: Transtornos Neuropsiquitricos e Doenas Neurolgicas
Palavras-chave: autismo, neuropsicologia, anlise cinematogrfica.
A presente pesquisa trata-se de uma anlise cinematogrfica das principais alteraes
neuropsicolgicas do autismo, ilustradas no filme Uma Viagem Inesperada, uma vez que
esse aborda as caractersticas do autismo no contexto familiar, escolar e social, sem
estereotipar ou caricaturiz-lo, assim como mostrado na maioria dos filmes. A anlise
retoma alguns recortes do filme e apia-se em dados atuais da literatura para discutir pontos
referentes neuropsicologia do autismo, focalizando nos principais dficits cognitivos
relacionados cognio social, tais como, Teoria da Mente, percepo emocional e social.
Entre outras, discutem-se as especificidades quanto ao diagnstico e as persistentes
confuses com nomenclaturas atravs de um breve panorama histrico do autismo. Ademais
relata-se as interfaces deste com a neuropsicologia, ressaltando a importncia da avaliao
neuropsicolgica como ponte norteadora no planejamento de interveno. Por fim, ressaltase a importncia do cinema como um forte aliado interveno social do Espectro Autista,
uma vez que este pode desmistificar esteretipos e preconceitos, bem como nortear famlias
e a sociedade de um modo geral quanto s reais possibilidades de diagnstico e interveno,
apesar das barreiras, preconceitos e das prprias limitaes impostas pelo Espectro. Concluise que o uso da mdia, especialmente, a representao cinematogrfica um recurso didtico
adequado para o estudo do autismo, servindo de auxlio populao geral quanto s formas
de lidar com as dificuldades cotidianas em diversos contextos, bem como no direcionamento
de uma interveno mais focalizada. Observou-se a necessidade de produo e divulgao
de mais filmes com foco no diagnstico precoce, avaliao adequada e interveno
multidisciplinar baseadas em descobertas cientficas atuais, como o caso da
neuropsicologia e suas interfaces com o autismo.
Contato: [email protected]

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3.55 - RELAO ENTRE NEURNIOS-ESPELHO E A TEORIA DA MENTE NO


TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA
Ceclia Coimbra da Silva Raposo, Carlos Henrique Resende Freire, Aline Mendes Lacerda
Faculdade de Cincias Humanas ESUDA
Eixo temtico: Processos Cognitivos
Palavras-chave: teoria da mente, neurnios-espelho, transtorno do espectro autista.
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) pode ser definido como um transtorno do
neurodesenvolvimento que afeta cerca de 70 milhes de pessoas no mundo. Este trabalho
tem como objetivo descrever os aspectos neuropsicolgicos do sujeito portador do TEA e
discutir sua relao com a Teoria da Mente. Existe uma hiptese segundo a qual o sujeito
com TEA apresenta dificuldades em interpretar os fenmenos da mente alheia. Existe no
crebro um circuito especfico e sofisticado que concede ao homem a possibilidade de
pensar sobre ele mesmo e sobre os outros, precipitando uma base para comportamentos que
exijam cooperao e, consequentemente, a interao social. Esta tese diz respeito Teoria da
Mente. Neste sentido, estudos de imageamento apontam que um tipo especial de neurnio,
os neurnios-espelho, tm sido relacionados a vrias modalidades do comportamento, como:
a capacidade de imitar, aprender novas habilidades, compreenso das prprias intenes,
comportamentos, emoes e a compreenso das intenes de outras pessoas. A relao que
se estabelece entre os neurnios-espelho e a Teoria da Mente, recentemente, vem sendo
apontada de forma consistente pela neurocincia, pois tem gerado discusses e reflexes
para um novo construto sobre o sujeito com TEA. Grande parte dos autistas (valendo-se de
que existem vrios graus de Autismo) no compreendem que o outro algum com
pensamentos, intenes, desejos e comportamentos prprios, justificando, com isso as
marcantes dificuldades de interao social, comunicao verbal e no verbal no Autismo.
Para reiterar, estudos apontam que pessoas portadoras do TEA no desenvolvem, ou
apresentam dificuldades, na capacidade de formular hipteses sobre o que se passa com o
outro, provocando um tom de profunda frustrao, estresse, mal estar nas interaes sociais
e, consequentemente, o afastamento do seu crculo de possveis relacionamentos. Em funo
desse contexto peculiar muito comum que no consigam estabelecer contato visual direto,
compartilhar sentimentos e apresentar atraso no desenvolvimento e aquisio da linguagem
(no raro o mutismo). Observa-se tambm no quadro autista uma hipersensibilidade a
estmulos sonoros, fixao em rotinas e interesses por objetos ou situaes especficas,
sendo possvel assistir esses comportamentos, antes mesmo, dos trs anos de idade. Este
trabalho de reviso literria foi realizado atravs da bvs-psi com os diretores Transtorno do
Espectro Autista, Autismo e Teoria da Mente. Foram consultados artigos do Scielo, Lilacs e
Pepsic.
Contato: [email protected]

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3.56 - POSSVEIS CONEXES DA NSULA RELEVANTES PARA O ESTUDO DO


AUTISMO
Cubillos, L.Y., Cardenas, FP
Universidad de los Andes, Bogot, Colmbia
Eixo temtico: Neurocincia Comportamental
Palavras-chave: autismo, nsula, ratos, estratgias de enfrentamento, buspirona.
No estudo neuro-anatmico humano do autismo, tem se avanado muito pouco no
relacionado avaliao das conexes entre regies cerebrais. Quando realizada essa anlise,
geralmente os estudos no vinculam os achados anatmicos com variveis comportamentais.
O diagnstico de autismo, segundo o DSM-V, inclui dficits persistentes na comunicao e
na interao social, comportamentos repetitivos e diminuio da flexibilidade cognoscitiva,
sintomas que podem aparecer nos perodos iniciais do desenvolvimento. A nsula apresenta
conexes sensoriais (amgdala, crtex pr-frontal ventromedial, ncleos do tlamo ou ncleo
para-braquial) e motoras (ncleo accumbens, tronco cerebral, habnula e ncleos
hipotalmicos, entre outros) cuja alterao poderia explicar parte da sintomatologia achada
em autismo. Algumas dessas conexes se relacionam com a regulao homeosttica e com o
reconhecimento de sinais ambientais relevantes para a comunicao social e para a
flexibilidade cognoscitiva. Assim, possvel pensar que alteraes da nsula possam ser
responsveis de parte da sintomatologia do autismo. O objetivo desta reviso, sistematizar
a informao relacionada com as conexes aferentes e eferentes da nsula, a funcionalidade
dessas conexes e a sua possvel vinculao com os sintomas achados no autismo. Uma
nfase especial ser feita na rea do estudo do autismo em modelos animais, tais como o a
induo de alteraes cognoscitivas e sociais em ratos tratados pr-natalmente com
valproato sdico.
Contato: [email protected]

101

3.57 - PERCEPO ESPACIAL DE DOWN ATRAVS DE AO MOTORA


Hell Nice Terrvel1, Marina Tavares de Oliveira2
1

Faculdade de Tecnologia e Cincias de Feira de Santana, 2Universidade Estadual de Feira


de Santana (UEFS)

Eixo temtico: Percepo e Psicofsica


Palavras-chave: sndrome de down, percepo visual, ao motora e psicofsica.
Trata-se de uma pesquisa de campo realizada atravs de mtodos psicofsicos de
estimao de magnitude de distncias egocntricas de carter exploratrio e cunho
quantitativo que teve como objetivo verificar a acurcia do julgamento vsuo-motor de
indivduos com Sndrome de Down (SD) praticantes de atividades desportivas da
Associao de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Feira de Santana-BA.
Participaram da pesquisa 12 sujeitos sendo 08 do sexo masculino e 04 do sexo feminino que
apresentam idade cronolgica mdia de 26 anos. Utilizamos teste de julgamento motor:
arremesso de bola ao alvo para verificarmos a percepo e as relaes espao temporais
desta populao, visto existir uma estreita relao entre motricidade e percepo estudada
por diferentes campos da cincia. Nessa proposta, abordamos esse tema avaliando e
quantificando os mecanismos de adaptao nos complexos comportamentos motores
apresentados pelos indivduos com Sndrome de Down. Os resultados obtidos atravs da
analise estatstica simples e de mtodos psicofsicos (Funo Potencia) indicam que a
populao estudada acurada e tem um processo de maturao motora adaptada para as
tarefas propostas e em geral tem estabelecido, do ponto de vista motor, um bom
relacionamento com o meio ambiente.
Contato: [email protected]

102

3.58 - EFEITO DO ESTERETIPO SOBRE PESSOAS COM SNDROME DE


DOWN EM RESPOSTAS COMPORTAMENTAIS E ELETROFISIOLGICAS EM
TAREFA DE DECISO SOCIAL
Gabriel Gaudencio do Rgo, Camila Campanh, Julia Horta Egito, Paulo Srgio Boggio
Universidade Presbiteriana Mackenzie
Eixo Temtico: Neurocincia Comportamental.
Palavras-chave: ultimatum game, sndrome de Down, Potenciais Relacionados a Eventos
(ERP), Medial Frontal Negativity (MFN), P300.
O Ultimatum Game (UG) um paradigma utilizado para investigar reao
injustia. Neste jogo, um esplio dividido entre um propositor, que apresenta ofertas de
diviso do valor inicial, e um respondente, que deve aceit-la ou rejeit-la. Caso aceite, os
dois ganham o valor proposto, caso rejeite ningum recebe. Os Potenciais Relacionados a
Eventos (ERPs) mais explorados no UG so o MFN, associado quebra de expectativa (no
caso do UG, de normas sociais de comportamento justo) e a aspectos motivacionais/afetivos,
e o P300, associado processos atencionais e motivacionais. O UG em conjuno com os
ERPs tem sido til na investigao da influncia de fatores psicolgicos e sociais na tomada
de deciso social e na percepo de injustia. Entre estes fatores, um ainda no investigado
a influncia do esteretipo sobre pessoas com Sndrome de Down no processo decisrio. O
presente estudo buscou investigar diferenas no padro de respostas comportamentais e
eletrofisiolgicas (MFN e P300) durante o UG em participantes jogando como respondentes
com dois propositores: um com Desenvolvimento Tpico e outro com Sndrome de Down.
Participaram do experimento 32 sujeitos entre 18 e 29 anos (M = 22,22 2,82). Alm do
UG, os participantes responderam s escalas de Desejabilidade Social de Marlowe-Crowne,
Identidade Moral e Autoestima de Rosenberg, e responderam ao Teste de Associao
Implcita (IAT) sobre pessoas com Sndrome de Down. 13 participantes foram excludos por
excesso de rudo na eletroencefalografia (EEG). Os resultados comportamentais do UG
foram similares ao encontrado da literatura e iguais entre os dois propositores. Quanto ao
MFN, este no foi detectado. O P300 apresentou maior amplitude para propostas justas do
propositor tpico e este resultado foi maior para pessoas com baixa autoestima. Os resultados
do MFN e P300 sugerem que a introduo de um propositor com Down modificou a forma
como os participantes perceberam o jogo. Uma hiptese para este fenmeno que o
esteretipo sobre pessoas com Sndrome de Down tenha flexibilizado as normas e
expectativas sobre o UG, tornando os participantes indiferentes s propostas injustas dos
dois propositores. Apesar do resultado comportamental semelhante entre os propositores, o
P300 sugere que os participantes tenham considerado as propostas dos Tpicos como de
maior relevncia. Este estudo mostrou pela primeira vez a modulao de processos
cognitivos automticos e controlados durante a interao com pessoas com Sndrome de
Down. Os resultados so de grande relevncia para estudos sobre preconceito e incluso
social.
Contato: [email protected]
Fomento: Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel de Superior (CAPES)

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3.59 - A NEUROGNESE COMO EXPLICAO PARA OS TRANSTORNOS


GLOBAIS DO DESENVOLVIMENTO: UMA REVISO DA LITERATURA
Maria Lucicla Barros1, Fbio Torres Cunha1, Iasmin Marcela Siqueira da Silva1 Izaura
Silva de Assis2
1

Centro Universitrio Maurcio de Nassau (UNINASSAU),


Humanas ESUDA

Faculdade de Cincias

Eixo Temtico: Desenvolvimento Neural e Plasticidade


Palavras-chave: neurulao, transtornos, desenvolvimento, sinapses.
Os transtornos globais do desenvolvimento apresentam-se como um grupo
heterogneo de patologias que acometem diversas reas cerebrais, bem como afetam
variadas funes cognitivas como, linguagem e comunicao, memria, ateno,
motricidade, dentre outras, manifestando-se com diferentes graus de comprometimento
cognitivo, decorrentes de alteraes morfofisiolgicas no processo de desenvolvimento,
diferenciao e maturao cortical cerebral, com fortes evidncias de participao de fatores
endgenos e exgenos, durante os perodos anteriores e ulteriores gestao. O presente
trabalho pretende descrever as bases neurofisiolgicas que contribuem para o surgimento
dos transtornos, destacando a contribuio de fatores invasivos ao desenvolvimento. Trata-se
de um estudo de reviso literria tipo coorte retrospectivo priorizando artigos entre 2007 e
2012, tendo como descritores, neurulao, transtornos, desenvolvimento e sinapses,
adquiridos nas bases de dados Scielo, NCBI, Bireme, Lilacs e Peridicos Capes, nos quais
os textos salientem as possveis relaes entre os descritores supracitados. Muitas so as
etapas que constroem o destino final do neurnio, processo este que se inicia desde a vida
intra-uterina at o final da adolescncia. O primeiro passo para se conectar o conjunto do
sistema nervoso a gerao dos neurnios, com as estruturas neuronais desenvolvendo-se
em trs estgios principais: proliferao, migrao e diferenciao celulares. Alm destes
acontecimentos primordiais da neurulao, encontramos ainda, mais duas etapas que
podemos definir de finais. Trata-se da sinaptognese, ou seja, a formao de mltiplas
sinapses entre clula e alvo, onde muitas dessas passaro por diversos rearranjos (poda
dendrtica), e finalmente, o que chamamos de morte celular programada, pelo processo
denominado apoptose, onde somente as conexes mais importantes ficaro no crtex
definitivo. Sugere-se que fatores como: alcoolismo, tabagismo e gentica, talvez faam com
que as sinapses escolhidas no sejam as mais indicadas para a funo ou rea cortical, e a
poda e morte celular destruam mais clulas do que o nmero inicial estabelecido. De uma
maneira geral podemos destacar alguns tpicos relevantes que podem nos indicar evidncias
de uma provvel conexo dos transtornos globais do desenvolvimento e a neurognese.
Dentre estes, podemos destacar as quantidades anormais das substncias branca e cinzenta
entre crianas normais e afetadas, defeitos na migrao e organizao do crtex cerebral e
participao significativa de defeitos genticos, que determinam o aparecimento das
sndromes.
Contato: [email protected]

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3.60 - AVALIAO DAS HABILIDADES DE VIDA DIRIA EM CRIANAS COM


DEFICINCIA INTELECTUAL, COM BASE NA ESCALA VINELAND II.
Kassia Xiao Zou, Orlando Francisco Amodeo Bueno, Claudia Berlim de Mello
Universidade Federal de So Paulo
Eixo Temtico: Neuropsicologia Clnica e Experimental
Palavras-chave: habilidades de vida diria, deficincia intelectual, habilidades motoras,
sndromes genticas, terapia ocupacional.
A deficincia intelectual uma condio freqente, segundo a Associao
Americana sobre Deficincia Intelectual do Desenvolvimento (AAIDD), na deficincia
intelectual h um funcionamento intelectual inferior mdia (QI), associado a limitaes
adaptativas em pelo menos duas reas de habilidades (comunicao, autocuidado, vida no
lar, adaptao social, sade e segurana, uso de recursos da comunidade, determinao,
funes acadmicas, lazer e trabalho), com incio anterior a 18 anos. As causas da
deficincia intelectual so complexas sendo que fatores genticos e ambientais so
considerados. Seu diagnstico depende de medidas de desempenho intelectual e tambm da
avaliao das habilidades adaptativas. A escala Vineland II um dos instrumentos mais
utilizados para avaliao das habilidades adaptativas compreendendo os seguintes domnios:
comunicao, habilidades de vida diria, socializao, habilidades motoras e comportamento
mal-adaptativo. Na Terapia Ocupacional comum o uso de avaliaes de habilidades de
vida diria como o Inventario de Avaliao Peditrica de Incapacidade (PEDI) e de
habilidades motoras como o Gross Motor Function Measure (GMFM) para nortear o
processo teraputico. Assim a escala Vineland II foi escolhida por apresentar os domnios de
habilidades de vida diria e habilidades motoras, o instrumento foi utilizado para verificar a
sua aplicabilidade. O Objetivo do trabalho foi descrever crianas com deficincia intelectual
e o desempenho nos domnios habilidades de vida diria e habilidades motoras, verificando
se as crianas com deficincia intelectual possuem maior prejuzo nas habilidades motoras
ou habilidades de vida diria. Foi avaliada uma amostra de onze crianas entre seis a quinze
anos, de ambos os sexos, selecionadas do ambulatrio de gentica do ncleo de atendimento
neuropsicolgico infantil interdisciplinar (NANI), os responsveis das crianas assinaram
termo autorizando a participao na pesquisa. Cinco crianas tm diagnstico (Penta X,
sndrome de Moebius, Klippel-Feil, sndrome da deleo do cromossomo 18 brao curto e
sndrome Willians Beuren) e seis em investigao diagnstica. As crianas foram avaliadas
com base no WISC IV ou Matrizes Coloridas de Raven. Os pais foram solicitados a
responder a Vineland II com superviso do pesquisador. Nos resultados verificamos que
89% obtiveram desempenho inferior nas habilidades de vida diria e 63% desempenho
inferior em habilidades motoras, sendo que os dficits em habilidades de vida diria
prevalecem sobre as habilidades motoras. A concluso do trabalho que a escala Vineland
II se mostrou til para a avaliao e os resultados sugerem a importncia da interveno
teraputica para a estimulao de autonomia e independncia e das habilidades motoras.
Contato: [email protected]

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3.61 - PROBLEMAS COMPORTAMENTAIS ASSOCIADOS SNDROME DE


DELEO DO 18p: ANLISES COM BASE EM UM INVENTRIO
COMPORTAMENTAL (CBCL/6-18)
Larissa Salustiano Evangelista Pimenta1, Las Lopes de Freitas2, Fernanda do Nascimento
Padilha1, Orlando Francisco Amodeo Bueno2 Vera de Freitas Aires Meloni2, Cludia Berlim
de Mello2
1

Ncleo de Atendimento Neuropsicolgico Infantil Interdisciplinar NANI; 2 Universidade


Federal de So Paulo

Eixo Temtico: Neuropsicologia Clnica Experimental


Palavras-chave: Sndrome de deleo 18p, fentipo neurocognitivo e comportamental,
funcionamento cognitivo.
A sndrome de deleo cromossmica 18p foi descrita pela primeira vez em 1963
por Grouchy et al. caracterizada pela deleo do brao curto do cromossomo 18. Suas
principais caractersticas so retardo de crescimento, dimorfismo craniofacial, incluindo
rosto redondo, orelhas displsicas e boca larga, como tambm, anomalias nos membros, nos
rgos genitais, crebro, olhos e corao. O quociente intelectual varia de deficincia
intelectual leve a severa (QI 25 a 75). Alm disso, h relato de alteraes comportamentais,
incluindo agitao, labilidade emocional, medo de pessoas desconhecidas e baixa
concentrao. No entanto, trata-se de uma sndrome rara e com grande variabilidade
fenotpica, assim mais descries de aspectos cognitivos e comportamentais podem ser teis
para melhor delimitao diagnstica da sndrome. O presente estudo tem como objetivo
descrever caractersticas dos aspectos cognitivos e comportamentais em uma amostra de
cinco pacientes do Centro de Gentica Mdica da Universidade Federal de So Paulo com
diagnstico da sndrome da deleo 18p, de ambos os sexos, com idade variando de 6 a 18
anos. Os pacientes foram submetidos a medidas de desempenho intelectual com base na
escala Wechsler de inteligncia para crianas (3 edio). Os aspectos comportamentais
foram avaliados descritivamente, visando verificar a frequncia de problemas
comportamentais com base no inventrio comportamental para crianas e adolescentes
(CBCL). Considerou-se ainda variveis clnicas, como nmero de sinais dismrficos e
variveis ambientais (frequncia escolar e composio familiar).
Os resultados
evidenciaram que quanto s variveis ambientais todos os pacientes avaliados frequentavam
escola, porm, apenas uns estava alfabetizado. No que concerne s variveis clnicas
verificou-se um grande nmero de alteraes malformativas em todos os pacientes com
variao de 17 a 27 alteraes. Constatou-se tambm a incidncia de deficincia intelectual
em todos os casos. Na anlise da escala comportamental verificou-se que no domnio do
comportamento internalizante dois pacientes apresentaram ansiedade e um de isolamento em
nvel clnico. J no que se relaciona ao perfil comportamento externalizante, no foi
evidenciado nenhuma alterao comportamental a nvel clnico. Nos outros comportamentos
avaliados, verificou-se a presena de dois casos associados a problemas sociais em nvel
clnico. Portanto, alm de numero de sinais dismrficos, alteraes clnicas, deficincia
intelectual e tendncia a problemas comportamentais internalizantes podem constituir
variveis mais teis no s para o diagnstico, mas alertar equipes multidisciplinar para a
nfase da abordagem comportamental.
Contato: [email protected]
Fomento: Associao Fundo de Incentivo a Pesquisa (AFIP)

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3.62 - ESTUDO DO FENTIPO NEUROCOGNITIVO NA SNDROME DE


DELEO
22q11.2:
DESEMPENHO
INTELECTUAL
E
MEMRIA
OPERACIONAL EM UMA AMOSTRA PEDITRICA
Larissa Salustiano Evangelista Pimenta1, Leslie Domenici Kulikowski1, Vera de Freitas
Aires Meloni2, Claudia Berlim de Mello2, Orlando Francisco Amodeo Bueno2, Chong Ae
Kim1
1

Universidade de So Paulo, 2Universidade Federal de So Paulo

Eixo Temtico: Neuropsicologia Clnica Experimental


Palavras-chave: Del22q11.2, fentipo neurocognitivo e comportamental, memria
operacional.
A Sndrome de Deleo 22q11.2 (SD22q), tambm descrita como Sndrome de
Velocardiofacial ou Sndrome de DiGeorge, uma condio gentica que ocorre quando h
uma microdeleo no brao longo da regio q11.2 do cromossomo 22 nos seres humanos.
Com incidncia de aproximadamente um em cada 4000 nascidos vivos (OMIM #188400#192430). O fentipo bastante variado entre os indivduos afetados; so descritas mais de
180 alteraes fenotpicas clnicas e morfolgicas como aplasia ou hipoplasia do timo ou das
glndulas paratireoides, cardiopatias, palato fendido, hipocalcemia, face tpica, como
tambm transtornos psiquitricos, em especial a esquizofrenia. Na literatura em que consta
mensurao do Quociente Intelectual (QI), os sujeitos avaliados apresentam em sua grande
maioria um desempenho intelectual mdio (QI total variando entre 70 a 90 na
escala Wechsler de inteligncia). No so frequentes, entretanto, descries precisas do
fentipo neurocognitivo e comportamental nestes casos. O objetivo deste trabalho
apresentar aspectos do funcionamento neuropsicolgico de 11 pacientes diagnosticados com
a sndrome de deleo 22q11.2, entre 11 e 15 anos de idade, sendo 06 meninos e 05
meninas. Para tanto, foi realizada uma avaliao do desempenho intelectual global por meio
da Escala Wechsler de Inteligncia para crianas (4 edio) e para avaliao da memria
operacional tanto nos seus aspectos visuais quanto verbais, foi utilizado um conjuntos de
testes informatizados (Automated Working Memory Assessment - AWMA). Os resultados
foram analisados com nfase no desempenho intelectual (QI) e anlise dos ndices fatoriais
(Compreenso Verbal, Organizao Perceptual, Memria Operacional, Velocidade de
Processamento). Dos 11 pacientes avaliados 08 tiveram desempenho intelectual abaixo da
mdia e 03 dentro da mdia (QI variando entre <40 e 93). De todos pacientes 05
apresentaram discrepncia significativa entre as habilidades verbais e no verbais, com
pontuao variando de 11 a 16 pontos de diferena, constando um maior prejuzo nas
habilidades no verbais. As reas de melhor desenvolvimento foram evidenciadas nos
domnios, Compreenso Verbal (ICV) e Velocidade de Processamento (IVP). E as reas de
maior fragilidade em todo o grupo abrangeram nos ndices de Organizao Perceptual e
Memria Operacional (IMO). Nas tarefas de memria operacional do teste AWMA,
somente 08 dos 11 pacientes responderam as atividades. Dos 08 avaliados a rea de maior
desempenho foi na atividade que avaliou memria verbal de curto prazo. Nas tarefas de
memria operacional verbal, dos 08 pacientes, 05 apresentaram um desempenho abaixo ou
extremamente abaixo da mdia. Na avaliao da memria de curto prazo visuoespacial, 04
pacientes apresentaram desempenho abaixo ou extremamente abaixo da mdia. Nas provas
de memria operacional visuoespacial, 03 dos 08 avaliados apresentaram desempenho
limtrofe. Verificamos assim que a caracterizao do fentipo neurocognitivo da SD22q,
assim como de outras sndromes de origem gentica, pode ser favorecida por descries bem
delimitadas, gerando informaes que podem ser de grande interesse para fins diagnsticos e

107

tambm de pesquisa, no que concerne estudos sobre as bases genticas do comportamento.


Tal interesse tem aumentado com os recentes avanos no campo do mapeamento gentico
humano.
Contato: [email protected]
Fomento: CNPq

108

3.63 - PERFIL COMPORTAMENTAL NA SNDROME DE DELEO DO


CROMOSSOMO 22q11.2: DADOS PRELIMINARES
Benedetto, L.M., Salustiano, L., Kim, C.A., Melaragno, M.I., Bueno, O.F.A., Mello, C.B.
Centro Paulista de Neuropsicologia (CPN) Ncleo de Atendimento Neuropsicolgico
Infantil (NANI)
Eixo Temtico: Neurocincia Comportamental
Palavras-chave: Del22q11.2,
comportamental.

perfil

comportamental,

fentipo

neurocognitivo

A Sndrome de Deleo do 22q11.2 (SD22q) uma condio gentica que ocorre


quando h uma microdeleo no brao longo da regio q11.2 do cromossomo 22. A
incidncia de aproximadamente um em cada 4000 nascidos vivos (OMIM #188400). A
sndrome descrita na literatura sob outras nomenclaturas, como Sndrome de
Velocardiofacial ou Sndrome de DiGeorge, devido a ter o fentipo bastante variado entre os
indivduos afetados. Na literatura, as descries sobre aspectos neurocognitivos associados
sndrome SD22q abrangem deficincia intelectual e elevada frequncia de transtornos
psiquitricos, em especial esquizofrenia e transtorno obsessivo compulsivo. Ainda h
poucos estudos constando de uma investigao mais ampla de aspectos do funcionamento
neuropsicolgico e, particularmente, comportamentais. O objetivo deste trabalho
apresentar dados preliminares de uma pesquisa mais ampla sobre o fentipo
neuropsicolgico da SD22q, com nfase nos aspectos comportamentais. Participaram do
estudo dez indivduos diagnosticados com SD22q, com idades entre 11 e 18 anos, sendo seis
meninos. Para a avaliao dos aspectos comportamentais foram adotados o inventrio Child
Behavior Checklist (CBCL) e a Escala de Comportamento Adaptativo de Vineland II,
ambos respondidos pelos responsveis dos sujeitos participantes da pesquisa. Foram
considerados, com base nos escores-t, os ndices relacionados aos perfis internalizante
(ansiedade, depresso) e externalizante (violao de regras, agressividade) no CBCL e os
dos domnios de comunicao, atividades da vida diria, socializao e comportamento
adaptativo da escala Vineland. Os dados foram submetidos a uma anlise descritiva,
incluindo mdias e desvio-padro. Os resultados revelaram que apenas os ndices do perfil
internalizante mostraram-se clinicamente significantes na maioria dos participantes. Todos
os domnios do comportamento adaptativo revelaram-se deficitrios na amostra, e
diretamente associados ao desempenho intelectual. Pode-se concluir que os instrumentos
utilizados foram adequados para a investigao neurocognitiva de indivduos portadores de
SD22q. Estudos desta natureza so importantes em pesquisas em gentica comportamental,
bem como para favorecer processos diagnsticos clnicos.
Contato: [email protected]
Fomento: CNPq

109

3.64 - PERCEPO E MEMRIA VISUOCONSTRUTIVAS EM CRIANAS COM


HISTRICO DE CRISES CONVULSIVAS: UM ESTUDO PILOTO
Ceclia Coimbra da Silva Raposo, Carlos Henrique Resende Freire, Silvana Barbosa
Mendes Lacerda, Aline Mendes Lacerda
Faculdade de Cincias Humanas ESUDA, Universidade Lusfona de Humanidades e
Tecnologias
Eixo temtico: Processos Cognitivos
Palavras-chave: crises convulsivas, Figuras Complexas de Rey, percepo visuoconstrutiva.
As crises convulsivas se caracterizam por uma descarga desorganizada de
eletricidade que podem acometer todo o crebro causando uma srie de alteraes
importantes, incluindo danos s reas responsveis pela percepo visual e memria. A
percepo e a memria so processos cognitivos fundamentais para que haja uma boa
relao do sujeito com o mundo, sendo objetos de avaliao de alguns testes
neuropsicolgicos. Figuras Complexas de Rey um desses testes que tem como objetivo
avaliar a atividade perceptiva, a memria visual e desempenho visuo-construtivo, alm
disso, tem ganhado espao por ter boas qualidades informativas do desenvolvimento,
auxiliando no processo educacional e tambm na reabilitao. Neste sentido, este trabalho
utilizou o teste das Figuras Complexas de Rey para avaliar trs crianas com histrico de
crise convulsiva de nove a 11 anos, todas do sexo masculino, beneficirias da ONG
UNEDIN, localizada no bairro de San Martin, na cidade de Recife PE. O teste foi aplicado
em dois momentos. No primeiro foi realizada a cpia da figura e no segundo, a reproduo
da figura na sua ausncia fazendo uso apenas da memria, como prope o teste. Foi
realizada a anlise dos dois momentos de acordo com os seguintes critrios: tipo da cpia,
tempo de cpia e anlise dos elementos da figura nas duas fases do teste (cpia e memria).
Na fase da cpia, todas as crianas fizeram o tipo IV, dominante nesta faixa etria. No tipo
IV, a criana faz o desenho atravs de uma justaposio de detalhes. O tempo utilizado pelo
grupo para construir o desenho foi classificado como normal. Quanto aos elementos da
figura, os participantes tiveram percentis classificados como mdio inferior (percentil=40),
inferior mdia (percentil=20) e o outro apresentou uma pontuao abaixo da classificao
inferior a mdia (percentil<10), uma vez que o manual no faz aluso a resultados to
baixos. Na fase da memria, as crianas fizeram o tipo III (a partir do contorno geral), IV
(justaposio de detalhes) e V (detalhes sobre fundo confuso). O tempo utilizado pelo grupo
para construo do desenho foi classificado como normal. Quanto aos elementos da figura,
dois participantes tiveram percentis classificados como mdio (percentil=50) e o outro
apresentou uma pontuao abaixo da classificao inferior a mdia (percentil<10). Esses
resultados, ainda preliminares, apontam que o teste de Rey sensvel para avaliar alteraes
na percepo e memria provocadas pelas crises convulsivas.
Contato: [email protected]
Fomento: Iniciativa prpria

110

3.65 - PREJUZOS COGNITIVOS ASSOCIADOS A QUADROS EPILPTICOS EM


CRIANAS: REVISO SISTEMTICA DE LITERATURA
Maciel-Lima, D., Pereira, A.P.A.
Universidade Federal do Paran (UFPR)
Eixo Temtico: Processos Cognitivos
Palavras-chave: neuropsicologia, epilepsia infantil, crianas, reviso sistemtica de
literatura.
Embora, na neuropsicologia, se reconhea que exista associao entre epilepsia
infantil e prejuzos cognitivos e apesar de existir vrios estudos sobre o tema, existem
poucos estudos brasileiros que renam esses estudos em um todo coerente. Sendo assim, o
objetivo do presente trabalho o de estudar a relao entre epilepsia infantil e prejuzos
cognitivos. Ou seja, seu objetivo o de verificar quais prejuzos cognitivos esto associados
a quadros de epilepsia infantil (at 16 anos). Para tanto, utilizou-se de uma reviso
sistemtica de literatura a partir das palavras-chave: epilepsy AND children AND cognitive,
nos bancos de dados LILACS e SCIELO. Encontrou-se 30 artigos no primeiro (7
satisfizeram os critrios de incluso) e 25 no segundo (2 foram utilizados). Tambm foram
achados dois artigos de reviso de literatura e dois captulos de livros. Como forma de
complementar reviso, usou-se as referncias dessas revises. No total, foram encontrados
21 artigos. Conclui-se que a funo cognitiva que mais aparece comprometida nos estudos
a ateno seguida de comprometimento cognitivo global. O teste mais utilizado nessa
populao foi o WISC-III e para funes atencionais: teste d2, teste de cores Stroop, The
Conners Continuous Performance Test (CPT-II), Trilhas coloridas e Balloon piercing. A
principal metodologia de pesquisa encontrada foi a de ex-post facto.
Contato: [email protected]

111

3.66 - AVALIAO DOS ASPECTOS COMPORTAMENTAIS ASSOCIADOS AO


TRANSTORNO DO ESPECTRO ALCOLICO FETAL (TEAF): ANLISE
DESCRITIVA DE UMA AMOSTRA DE PACIENTES PEDITRICOS
Roberta Magalhes Barrocas, Graziela Paronetto Machado Antonialli, Orlando Francisco
Amodeo Bueno, Claudia Berlim de Mello
Universidade Federal de So Paulo
Eixo Temtico: Neuropsicologia Clnica e Experimental
Palavras-chave: avaliao neuropsicolgica, neuropsicologia
Transtorno do Espectro Alcolico Fetal, Sndrome Alcolica Fetal.

do

desenvolvimento,

O Transtorno do Espectro Alcolico Fetal (TEAF) constitui um quadro caracterizado


por alteraes fsicas, comportamentais e cognitivas resultantes do efeito teratognico do
lcool sobre o embrio ou feto. Pacientes com TEAF podem apresentar dismorfias faciais,
restrio de crescimento e alteraes estruturais, neurolgicas e funcionais do Sistema
Nervoso Central. Estudos neuropsicolgicos sobre o quadro so escassos no Brasil, porm
evidncias na literatura internacional apontam para imensa variabilidade nas expresses
cognitivas e comportamentais que incluem prejuzos na capacidade intelectiva,
aprendizagem, memria, funcionamento executivo e visoespacial e dificuldades atencionais.
Neste trabalho apresentamos os resultados da avaliao neurocognitiva e comportamental de
11 pacientes peditricos diagnosticados com TEAF segundo os Critrios de Washington,
atendidos no Centro de Gentica Mdica da Universidade Federal de So Paulo, com mdia
de idade 8,9 (moda 8), dos quais cinco eram meninas. Destes, dois residiam em abrigo, dois
viviam com pelo menos um dos pais biolgicos, dois passaram por processos de adoo
extrafamiliar e cinco viviam com parentes biolgicos. No que tange escolaridade, a
maioria (10/11) frequentava escolas regulares e apenas um participava de sala especial no
contraturno. Todos obtiveram confirmao de exposio intrauterina ao lcool (EIA).
Segundo classificao diagnstica, quatro se encaixaram no grupo de Sndrome Alcolica
Fetal (SAF), cinco no grupo de Sndrome Alcolica Fetal Parcial (SAFP) e dois no
obtiveram classificao diagnstica (SD). Dez pacientes foram submetidos a medidas de
desempenho intelectual (WISC-III), que revelaram mdia classificada como limtrofe (71,3,
DP 15,79). Em anlise dos aspectos comportamentais, avaliados pela Child Behavior
Checklist (CBCL), verificou-se que cinco participantes no apresentaram indcios de
problemas comportamentais, dois obtiveram somente resultados limtrofes e quatro
apresentaram indicadores clnicos em pelo menos um dos domnios avaliados. O maior
nmero de resultados limtrofes ou clnicos foi constatado no domnio da ateno (T-escore
mdio 63, DP 10,19), seguido pelo comportamento agressivo (T-escore mdio 57,45, DP
10,06). Problemas de pensamento constituram o domnio com menor T-escore mdio
(53,72, DP 6,31). Dos participantes que obtiveram escores clnicos, dois pertencem ao grupo
SD, um foi diagnosticado com SAFP e outro com SAF. A literatura em TEAF documenta
incidncia elevada de problemas comportamentais, porm o presente estudo encontrou-os
em apenas 36% dos participantes. Destacou-se ainda que a ausncia de diagnstico esteve
relacionada a maior incidncia de problemas comportamentais. No houve diferena entre
sexos. O estudo de caractersticas comportamentais associadas ao TEAF pode contribuir
para uma compreenso mais detalhada do amplo espectro de alteraes decorrentes da EIA.
Contato: [email protected]

112

3.67 - UM ESTUDO DA PREVALNCIA DA SNDROME DE IRLEN EM


CRIANAS EM IDADE ESCOLAR DE UMA ESCOLA MUNICIPAL DA REDE DE
ENSINO DE PERNAMBUCO
Mariana Bentzen Aguiar, Mariana Correia de Barros, Caroline Oliveira Antunes, Renata
Maria Toscano Barreto Lyra Nogueira
Universidade Federal de Pernambuco
Eixo Temtico: Percepo e Psicofsica
Palavras-chave: Sndrome de Irlen, percepo visual, desenvolvimento, criana.
A Sndrome de Irlen (S.I.) caracterizada por uma alterao visuoperceptual,
ocasionada por um desequilbrio da capacidade de adaptao luz, que produz alterao na
percepo e dficits de leitura. No presente estudo o objetivo investigar a prevalncia da
S.I. em crianas com idade entre 7-12 anos da rede pblica de ensino, verificando a evoluo
da sndrome em funo da idade e sua relao com o desempenho escolar. Para isto, foi
utilizado o Teste de Desempenho Escolar (TDE) e o teste do Screening, padro do Mtodo
Irlen adaptado ao Brasil (com 10 overlays coloridas e o Irlen Reading Perceptual Scale,
IRPS). Todos os voluntrios tinham acuidade visual normal ou corrigida (6:6 ou 20:20)
avaliados pela cartela de optotipos de Snellen. Outras comorbidades foram averiguadas por
meio de avaliao sintomatologia e histrico de patologias oftalmolgicas, assim como pela
Escala de Transtorno de Dficit de Ateno/Hiperatividade (TDAH) na verso a ser
respondida pelos professores, para averiguar possvel quadro de TDAH. Participaram da
pesquisa 322 crianas de ambos os sexos, contudo foram excludas da amostra 137 crianas
por atenderem alguns critrios de excluso e 24 crianas por no participarem de todos os
testes. Sendo assim, ficamos com uma amostra de 138 estudantes divididos em cinco
grupos: 27 crianas entre 7-8 anos, 44 entre 8-9 anos, 32 entre 9-10 anos, 25 entre 10-11
anos e 10 com idade entre 11-12 anos. Nesta amostra de participantes foi encontrava uma
prevalncia de 27,5% de estudantes acometidos pela Sndrome de Irlen (38 pessoas). No
houve diferena significativa na prevalncia da Sndrome no que concerne o sexo, posto que
20 eram do sexo masculino (52,6%) e 18 do sexo feminino (47,4%). Ademais no houve
correlao significativa entre a S.I. e um desempenho no TDE inferior (0,179 para o
Coeficiente de Correlao de Pearson). Os resultados encontrados indicam que a prevalncia
da S.I. encontrada (27,5%) consoante com os achados da literatura nos quais a variao
da prevalncia oscila entre 5% a at mesmo 36%. Essa prevalncia aumenta somente em
algumas populaes especficas, como por exemplo em pacientes dislxicos (46%). Sendo
assim, percebemos que sob divergncias quanto a metodologia aplicada para a comprovao
da sndrome (podendo ser pelo IRPS, Intuitive Coloured Overlays, Assessments of Visual
Stress, Wilkins Rate of Reading Test, etc.) os resultados continuam confluentes. O nico
dado que vai de encontro aos achados da literatura foi a no correlao entre um maior grau
da S.I. (classificada em leve, mdio e severo) com um desempenho inferior no TDE. Isto
sugere que amostra deve ser ampliada com o intuito de averiguar esta correlao a S.I. e o
baixo desempenho no TDE encontrado em outros estudos. Por fim, devemos salientar que a
proposta de verificar a ocorrncia da Sndrome de Irlen no estado de Pernambuco,
procurando obter uma estimativa da populao acometida por esta sndrome. Estudos
futuros, utilizando outras tcnicas como o neurofeedback, sensibilidade ao contraste e tempo
de reao devem ser empregadas visando investigar os mecanismos subjacentes as
alteraes visuo-perceptuais associadas a Sndrome de Irlen.
Contato: [email protected]

113

3.68 - INVESTIGAO DO FUNCIONAMENTO COGNITIVO DE CRIANAS


COM LEUCEMIA LINFOIDE AGUDA
Ediana Gomes, Izabel Hazin, Danielle Garcia, Dbora Leite
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Eixo Temtico: Neuropsicologia Clnica e Experimental
Palavras-chave: Leucemia Linfide Aguda, funcionamento
neuropsicolgica, neurodesenvolvimento, quimioterapia intratecal.

cognitivo,

avaliao

Dados do Instituto Nacional de Cncer estimam que a incidncia dos tumores


peditricos no Brasil de aproximadamente 3%, perfazendo cerca de 11.840 novos casos
anualmente. Neste contexto, as regies Sudeste e Nordeste se destacam como aquelas com o
maior nmero de casos novos diagnosticados, 5.600 e 2.790, respectivamente, seguidas
pelas regies Sul, Centro-Oeste e Norte. As informaes mais recentes mostram que os
bitos por neoplasias para a faixa etria de 1 a 19 constituem-se como principal doena
associada morte de crianas e adolescentes brasileiros, sendo a leucemia o tipo de cncer
mais comum na populao infantojuvenil, representando cerca de 30% das neoplasias
peditricas. A Leucemia Linfoide Aguda (LLA) a mais frequente na infncia,
correspondendo a aproximadamente 75% das leucemias que acometem indivduos menores
de 15 anos de idade. Dados da literatura revelam que at a dcada de 70 a grande maioria
das crianas diagnosticadas com esse tipo de cncer no sobrevivia. Todavia, ao final do
sculo passado a LLA comeou a ser considerada uma das doenas mais compreendidas e
curveis, de modo que na contemporaneidade aproximadamente 80% das crianas com LLA
integram o grupo de sobreviventes. Essa evoluo no ndice de sobrevivncia tem
possibilitado e impulsionado prticas e pesquisas que objetivam acompanhar os pacientes
curados por um perodo mais prolongado, exigindo a investigao acerca dos efeitos
secundrios da doena e seu tratamento, notadamente aqueles relacionados ao tratamento
profiltico do Sistema Nervoso Central (SNC), tambm conhecido como terapia preventiva e
responsvel pelo aumento na taxa de cura na infncia. Nesse contexto, o presente trabalho
investigou o funcionamento cognitivo de crianas diagnosticadas com Leucemia Linfide
Aguda (LLA). Participaram 20 crianas diagnosticadas com LLA, de ambos os sexos, com
idades entre seis e doze anos, que realizaram tratamento exclusivamente quimioterpico
como profilaxia do SNC. O protocolo de avaliao neuropsicolgica utilizado contemplou
as seguintes habilidades cognitivas: capacidade intelectiva, sistemas atencionais, memria e
funes executivas. Os dados foram analisados atravs de medidas descritivas e inferenciais
com o auxlio do Teste U de Mann-Whitney e Teste t, considerando-se a influncia das
variveis sexo, idade ao diagnstico e momento em relao ao tratamento (em tratamento ou
fora de tratamento) sobre o desempenho das crianas. A avaliao da capacidade intelectiva
revelou pontuaes reduzidas para os grupos fora de tratamento, do sexo feminino e de
crianas com idades inferiores a cinco anos no diagnstico, destacando-se dificuldades em
habilidades verbais e memria operacional. Quanto aos sistemas atencionais os diferentes
grupos apresentaram desempenho dentro do esperado para suas faixas etrias. Observou-se
escores significativamente rebaixados nos diferentes grupos na avaliao das funes
executivas, em aspectos concernentes ao desenvolvimento de estratgias para resoluo de
problemas, auto-regulao, flexibilidade cognitiva e controle inibitrio. Conclui-se que estas
informaes apresentam consonncias e dissonncias com a literatura da rea, aludindo a
impactos associados intruso de componentes quimioterpicos no curso maturacional do
SNC.
Contato: [email protected]

114

3.69 - RELAES ENTRE FUNCIONAMENTO INTELECTUAL E MODALIDADE


DE TRATAMENTO DO CNCER INFANTIL
Danielle Garcia1, Izabel Hazin1, Ediana Gomes1, Bruna Balaban Garcia1, Dbora Leite1,
Carolina Vilar1, Amanda Guerra1, Francisco Pedrosa2, Arli Pedrosa2
1

Universidade Federal do Rio Grande do Norte,


Fernando Figueira

Instituto de Medicina Integral Prof.

Eixo Temtico: Neuropsicologia Clnica e Experimental


Palavras-chave: radioterapia, leucemia, tumores fossa posterior, funcionamento intelectual.
A Leucemia Linfoide Aguda (LLA) e os Tumores de Fossa Posterior (TFP) so os
tipos de cncer mais comuns em crianas brasileiras. Paralelamente sofisticao no
tratamento e a sobrevida, vem crescendo a preocupao com a neurotoxicidade do
tratamento anti-neoplsico e seu efeito sobre o neurodesenvolvimento. O objetivo do
presente estudo foi comparar o impacto da modalidade de tratamento sobre a capacidade
intelectiva de crianas sobreviventes de TFP e LLA. Participaram do estudo 22 crianas e
adolescentes com idades entre 06 e 14 anos, sendo 06 crianas com astrocitoma, 06 com
meduloblastoma e 10 com LLA. As crianas com astrocitoma foram submetidas a cirurgia
para resseco do tumor; as crianas com meduloblastoma foram submetidas resseco
cirrgica, a quimioterapia sistmica e a radioterapia de crnio e neuroeixo (54Gy) e; as
crianas com LLA quimioterapia sistmica e intratecal. A capacidade intelectiva foi
avaliada atravs da WISC-III, e o desempenho dos subgrupos foi comparado atravs do teste
ANOVA (one-way), seguido de post hoc LSD. As crianas com astrocitoma obtiveram
desempenho mdio adequado em todos os domnios, enquanto as crianas com
meduloblastoma e LLA obtiveram rebaixamentos nos escores da WISC-III. Crianas com
LLA obtiveram melhor resultado que as crianas com meduloblastoma em todos os ndices,
a exceo dos escores verbais (QIV e ICV) e no ndice fatorial Resistncia Distrao
(IRD). Observou-se contrastes estatisticamente significativos no desempenho dos grupos,
em se destacando as diferenas de desempenho entre as crianas com meduloblastoma e os
demais grupos nos escores de natureza no-verbal, notadamente a velocidade de
processamento. Os dados sugerem que a combinao da cirurgia, quimioterapia sistmica e
radioterapia potencializa a incidncia de sequelas cognitivas. Ademais, reforam a hiptese
de que a radioterapia craniana est associada a prejuzos cognitivos mais acentuados, via
danos substncia branca cortical e subcortical, notadamente sobre a velocidade de
processamento motora e mental. Por sua vez, a quimioterapia intratecal associada
sistmica promove impactos significativos sobre o funcionamento executivo, em especial
sobre a memria operacional.
Contato: [email protected]

115

3.69A - RELAES ENTRE QUALIDADE DE VIDA E ESTADO EMOCIONAL DE


CUIDADORES DE CRIANAS PORTADORAS DE PARALISIA CEREBRAL EM
REABILITAO: RESULTADOS PRELIMINARES
Jandara de Moura Souza1, Suelen Boccalon1, Fabiana Rita Camara Machado1,2, Priscilla
Pereira Antunes1, Antnio Cardoso dos Santos2, Daniela Centenaro Levandowski1, Alcyr
Alves de Oliveira Jr.1
1

Universidade Federal de Cincias da Sade de Porto Alegre (UFCSPA), 2Hospital de


Clnicas de Porto Alegre
Eixo Temtico: Psicologia Clnica e Neurocincias
Palavras-chave: qualidade de vida, cuidadores, paralisia cerebral.
A Paralisia Cerebral (PC) uma condio neurolgica caracterizada por distrbios
permanentes do desenvolvimento, da postura e do movimento, com consequentes limitaes
das atividades dirias. A restruturao familiar e a aceitao do diagnstico da PC sero
fundamentais para o processo de terapia e reabilitao, mas dependem de diversos fatores. A
ateno para o paciente exigida dos familiares/cuidadores pode interferir diretamente nos
cuidados prestados a ele, bem como nos aspectos emocionais desses familiares. O presente
estudo avaliou a relao entre qualidade de vida e aspectos emocionais de cuidadores e o
grau de comprometimento motor de crianas com PC que frequentam o programa de
reabilitao da unidade de Fisiatria do HCPA. 25 cuidadores foram avaliados atravs do
WHOCOLBREF, das escalas Beck Anxiety Inventory (BAI) e Beck Depression Inventory
(BDI), e do Inventrio de Ansiedade Trao-Estado (IDATE). Tambm foram submetidos ao
Zarit Caregiver Burden Interview, que avalia a sobrecarga do cuidador. As crianas tiveram
seu desenvolvimento motor avaliado atravs da escala Gross Motor Function Classification
System (GMFCS). Os resultados apresentam uma associao inversa significativa entre os
escores da BDI, BAI, IDATE Parte II e Zarit com os escores de qualidade de vida do
WHOQOL, ou seja, quanto maior os nveis de ansiedade, depresso e sobrecarga, menor os
escores de qualidade de vida do cuidador. Em relao ao nvel de PC das crianas, avaliado
pela GMFSC, no ocorreram associaes com os escores de qualidade de vida, o que indica
que o nvel de desenvolvimento motor da criana no influencia diretamente o estado
emocional dos cuidadores. No foi encontrada associao significativa entre os escores da
BDI, BAI, IDATE Parte I e Parte II e os escores do nvel de desenvolvimento motor das
crianas. Os resultados sugerem que no existe associao entre qualidade de vida, estado
emocional dos cuidadores e o desenvolvimento motor de crianas portadoras de PC.

Contato: [email protected]

116

3.70 - DESENVOLVIMENTO DE UM PROGRAMA DE ESTIMULAO DAS


FUNES EXECUTIVAS EM ESCOLARES: ANLISE DE JUZES
Chrissie Carvalho, Bianca Reis de Matos, Mauricio da Silva Fonseca, Daniele Monteiro
Silva, Rafael Sarno Neves, Rmulo Sousa dos Santos, Caroline Anice Santos, Karina
Almeida, Quzia Aguiar, Fernanda Queirs, Neander Abreu
Universidade Federal da Bahia
Eixo Temtico: Neuropsicologia Clnica e Experimental
Palavras-chave: funes executiva, programa de interveno, autorregulao.
Autores tm enfatizado a necessidade do ensino sistemtico e explicito de
estratgias baseadas no aporte das funes executivas e de autorregulao, como o ensino de
estratgias de planejamento, organizao, memria, controle inibitrio, reconhecimento de
emoes e autorregulao. O presente trabalho objetivou a apresentao do desenvolvimento
do Programa de Estimulao das Funes Executivas e a anlise de juzes. O
desenvolvimento do Programa ocorreu a partir das seguintes etapas: 1-reviso bibliogrfica;
2-escrita da introduo terica de cada mdulo; 3-desenvolvimento das atividades de
estimulao de cada mdulo; 4-confeco dos anexos e material de apoio; 5-Reviso e
Padronizao; 6-Anlise de Juzes; 7-Reviso das atividades inadequadas. O Programa
desenvolvido tem por objetivo estimular prticas para o estmulo das funes executivas em
sala de aula a ser conduzida por professores do 2o ao 5o ano. O Programa foi organizado em
quatro mdulos com uma introduo sobre os principais conceitos relacionados aos
domnios enfocados distribudos da seguinte forma: Mdulo 1 Organizao e
Planejamento com 14 atividades; Mdulo 2 Ateno, Controle Inibitrio e Flexibilidade
Cognitiva com 16 atividades; Mdulo 3 Memria de Trabalho e Prospectiva com 7
atividades; Mdulo 4 Emoes e Autorregulao com 6 atividades. Participaram da etapa
de avaliao 3 juzes. Cada juiz recebeu o Programa completo e um questionrio com 8
critrios de avaliao incluindo: adequao de idade, instrues claras aos professores,
compreenso por parte das crianas, adequado ao contexto escolar, coerncia com o objetivo
proposto, estmulo s funes executivas e facilidade de uso por parte dos professores. Os
juzes julgaram os critrios de todas as atividades de cada mdulo, seguida de uma avaliao
global de cada Mdulo atravs de uma escala likert variando de Totalmente Inadequado (1)
a Totalmente Adequado (4). A anlise da frequncia de concordncia entre os juzes de
forma pareada foi a seguinte: Juiz A com B = 74,6% de concordncia; Juiz A com C =
71,6% de concordncia; Juiz B com C = 69,5% de concordncia. A fim de classificar as
atividades julgadas como adequadas pelos juzes, foi calculada a mdia de avaliao dos 3
juzes e categorizados em adequado e inadequado, apenas as mdias inferiores a 3,5 foram
julgadas como inadequadas para o critrio avaliado. Os resultados indicaram: 68% de
adequao do Mdulo-1; 86% de adequao do Mdulo-2; 91% de adequao do Mdulo-3,
e; 100% de adequao do Mdulo-4. O Mdulo 1 obteve a menor porcentagem de
adequao, o mdulo teve o critrio instrues claras para os professores e compreenso das
crianas classificados como inadequados em pelo menos metade das atividades. A anlise de
juzes permitiu que as alteraes de reviso das atividades pudessem ser revisadas de acordo
com o critrio que foi julgado inadequado. Por fim, a anlise de juzes foi eficaz para
verificar a adequao ao contexto, idade, compreenso, coerncia entre o objetivo proposto e
do julgamento de que tais atividades esto de fato estimulando as funes executivas,
permitindo os aprimoramentos necessrios das atividades para a estimulao das funes
executivas em escolares do 2o ao 5o ano.
Contato: [email protected]
Fomento: Fundao de Amparo Pesquisa do Estado da Bahia (FAPESB)

117

3.71 - PROPOSTA DE IMPLEMENTAO DE MATERIAL DE APOIO PARA


ESTIMULAO INFANTIL EM CASA
Carolina Irurita Ballesteros1, Emmy Uehara2, Luciana Brooking3, Luciene Rocinholi2
1

Pontifcia Universidade Catlica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), 2Universidade Federal Rural


do Rio de Janeiro (UFRRJ), 3Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)
Eixo Temtico: Desenvolvimento Neural e Plasticidade
Palavras-chave: desenvolvimento infantil, estimulao, qualidade de vida, preveno.
A neurocincia tem fornecido evidncias de que as primeiras experincias afetam o
desenvolvimento cerebral e podem ter um efeito a longo prazo sobre o bem-estar da criana,
seja em relao sade fsica e mental, ou aprendizagem e ao comportamento. A
qualidade da interao entre as crianas e seus pais fundamental para o desenvolvimento
eficaz da estrutura cerebral, suas funes e habilidades. Prticas parentais com um maior
afeto positivo podem alterar de modo considervel trajetrias de desenvolvimento emocional
e cognitivo, possuindo maior probabilidade de alcanar um maior nvel de felicidade, sade,
produtividade e criatividade. O objetivo do presente estudo propor um protocolo de
atividades que possa ser realizado pelos cuidadores visando potencializar o desenvolvimento
de habilidades, promover a qualidade de vida e atuar como uma ao preventiva para
atrasos e transtornos do desenvolvimento. A construo desse material de apoio foi adaptado
da Escala Bayley de Desenvolvimento Infantil (Bayley-III), alm da criao de outras
atividades simples e possveis de serem realizadas no cotidiano dessas crianas e de seus
pais. O material consiste em atividades facilmente aplicadas pelos cuidadores, que envolvem
o desenvolvimento das habilidades cognitivas, lingusticas, motoras, socioemocionais e
comportamentos adaptativos. A disponibilizao deste material gratuito aos cuidadores ir
oferecer subsdios para um maior enriquecimento no desenvolvimento de seu filho e
encorajar seu crescimento nestes anos iniciais.
Contato: [email protected]

118

3.72 - PLATAFORMA MUNDO DAS AVENTURAS: ESTIMULAO


COGNITIVA E IDENTIFICAO DE SINAIS DE TDAH ATRAVES DE JOGOS
ELETRNICOS
Pompia Villachan-Lyra1, Lucas Freitas Alencar 2, Pedro Barbosa Queiroz 2, Perseu Adolfo
Bastos Gomes2
1

Universidade Federal Rural de Pernambuco, 2BrainOn Portodigital


Eixo Temtico: Processos Cognitivos
Palavras-chave: estimulao cognitiva, games, ateno, funes executivas, TDAH.

So crescentes as contribuies da Neurocincia para a Educao e para a Psicologia


Clnica e do Desenvolvimento Infantil. sabido que diversas atividades do cotidiano
impactam no processo de desenvolvimento e neurodesenvolvimento infantil. Entendemos
que a criana e o seu processo de aprendizagem e desenvolvimento so resultantes tanto do
contexto scio-histrico-cultural no qual esto inseridos, como tambm da maturao de um
sistema nervoso em constante processo interativo com o seu ambiente. A criana em
desenvolvimento no se apropria passivamente do seu universo cultural, mas, ao contrrio,
apropria-se dele, ressignificando-o e transformando-o de modo dialtico e dinmico. Essa
nova gerao de crianas, os chamados nativos digitais, nasceram em um caldo cultural
recheado de tecnologias para serem utilizadas com e por eles. Desde muito pequenos so
convidados a usar a tecnologia para criar, explorar, construir, entreter-se, expressar-se e se
comunicar com os outros. tambm marcante a presena de jogos digitais na vida das
crianas, pois esto disponveis, cada vez mais e de modo mais fcil, as ferramentas
tecnolgicas necessrias para o jogo. Assim, as novas tecnologias se constituem como novos
instrumentos culturais que so, ao mesmo tempo, apropriados e transformados pela ao das
crianas. Alm disso, mediadas por tais instrumentos, so tambm introduzidas novas
formas de brincar e se relacionar durante a infncia e juventude. Desta forma, considerando,
por um lado, o carter plstico e imaturo do sistema nervoso durante a infncia e a influncia
das experincias no curso do neurodesenvolvimento infantil e, por outro, a imerso dessas
crianas no universo da tecnologia e dos games, nesse trabalho, temos por objetivo: 1.
Baseando-se nos principais instrumentos usados na avaliao neurocognitiva, desenvolver
uma plataforma de games que visem favorecer estimulao cognitiva de crianas,
particularmente nos domnios da ateno e funes executivas; 2. Favorecer a identificao
de sinais de alerta de dificuldades nesses domnios; 3. Disponibilizar aos especialistas que
acompanhem a criana com dificuldades uma ferramenta que favorea acompanhar a sua
evoluo e principais pontos de dificuldades. Apresentaremos a plataforma BrainOn . Uma
ferramenta tanto para estimulao cognitiva como para o auxlio em mtodos de avaliao e
acompanhamento neurocognitivo, capaz de gerar relatrios sobre o desempenho cognitivo
dos jogadores cadastrados na plataforma. Em nossa primeira proposta, Playful Mundo das
Aventuras, buscamos integrar famlia e especialistas, sendo uma ferramenta de auxlio no
monitoramento do desenvolvimento cognitivo infantil (6 a 10 anos) por meio de 10 mini
games. Os relatrios de Playful auxiliam especialistas na identificao de possveis sinais de
risco para a presena de alteraes cognitivas e, em especial, de TDAH. Playful considera
tanto o tempo de jogo como a media de acertos e erros, bem como, quando pertinente, o tipo
de erro (se por ao ou omisso). Apresenta tambm a possibilidade de comparar o
desempenho da criana com aquele apresentado por outras crianas da mesma idade e nvel
de escolaridade. Desses 10 mini games, 4 j esto desenvolvidos em fase de testes de
usabilidade com crianas com diferentes perfis (com e sem diagnstico de TDAH) e 6 esto
em fase de elaborao.
Contato: [email protected]
Fomento: CNPq

119

3.73
COMPREENSO
PSICOMOTRICIDADE

DOS

PROFESSORES

RESPEITO

DA

Carla Lcio Alves, Jessyka Natalya de S. Cavalcanti


Universidade Federal da Paraba
Eixo Temtico: Processos Cognitivos
Palavras-chave: aprendizagem, desenvolvimento humano, metodologia de ensino,
psicomotricidade.
O sucesso escolar dependente de fatores particulares do sujeito aprendente, assim
como tambm dos estmulos que o meio pode proporcionar. No mbito escolar o professor
desempenha papel fundamental para tornar possvel a aprendizagem. Para tanto, deve
utilizar uma metodologia que possibilite o aprendizado. A psicomotricidade o que realiza a
relao entre as funes neuropsicolgicas com o corpo, resultando no contato entre homem
e meio, um influenciando o outro. E ao trabalhar a psicomotricidade, a aprendizagem atravs
do movimento, o professor utiliza a educao psicomotora como metodologia, o que
importante, j que a psicomotricidade constitui a personalidade e engloba todo o
desenvolvimento humano. Considerando, portanto, a importncia do professor no processo
de ensino-aprendizagem e o significado que tem o desenvolvimento psicomotor na insero
do cidado na sociedade, este estudo objetivou verificar se os professores da educao
infantil tm conhecimentos acerca da psicomotricidade, considerando sua importncia para o
desenvolvimento e aprendizagem do ser humano. Tambm se buscou saber se esses
professores utilizam a psicomotricidade em sua metodologia de ensino. Participaram do
estudo os professores da educao infantil da instituio escolhida. Quanto a metodologia da
pesquisa foi adotada um estudo de caso numa abordagem qualitativa. Para tanto se elaborou
um instrumento classificado como questionrio, dividido em duas partes, a primeira com
respostas objetivas e a segunda com respostas abertas. O mesmo instrumento foi aplicado
em uma escola pblica, sendo respondido apenas por cinco professores da Educao Infantil
dos nove que eram esperados. Cinco disseram saber o que psicomotricidade, assim como
compreender sua importncia no desenvolvimento humano. Porm, quando testados na
segunda parte do questionrio, apenas um soube explicar o conceito de psicomotricidade e
dois souberam explicar a importncia da psicomotricidade. Assim, a presente pesquisa foi
concludo que os professores no possuem conhecimento acerca do que a psicomotricidade
e, consequentemente, no a utilizam em sua metodologia de ensino. Situao que pode ser
trabalhada por outros profissionais, como por exemplo, o psicopedagogo, tambm relatado
neste estudo. Foi possvel concluir tambm que a falha dos professores no compreenderem
os aspectos do desenvolvimento psicomotor se deve ao fato de que no uma temtica
trabalhada em suas graduaes.
Contato: [email protected]

120

3.74 - TRANSFORMAES NO SISTEMA DE PONTUAO DA TAREFA DE


FLUNCIA VERBAL: A ORIGEM DOS ESCORES ESTRATGICOS E SUAS
IMPLICAES CLNICAS
Priscila do Nascimento Marques1, Rosinda Martins Oliveira1, Jane Corra1, Helenice
Charchat-Fichman2
1

Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2PUC-Rio

Eixo Temtico: Aspectos histricos e filosficos das Neurocincias


Palavras-chave: Fluncia Verbal, cluster, switch, funes executivas, memria semntica.
A Tarefa de Fluncia Verbal foi elaborada inicialmente para avaliao das
habilidades verbais em afsicos, visando investigar a integridade do lxico. Nesse contexto,
a anlise tradicional do desempenho na Tarefa de Fluncia Verbal utiliza o nmero total de
palavras emitidas pelo sujeito como escore. As evidncias de validade desta Tarefa em
populaes clnicas variadas (pacientes com leso cerebral, com transtornos neuropsiquitricos e desordens cognitivas) e indivduos saudveis em diferentes faixas etrias, do
indcios da natureza multifatorial da Tarefa de Fluncia Verbal, ampliando posteriormente
seu uso para a avaliao do funcionamento executivo. Neste novo contexto, o escore
tradicional se mostra insuficiente para expressar o funcionamento executivo. A fim de
investigar os processos requeridos pela Tarefa de Fluncia Verbal, so, ento, elaborados
escores estratgicos que avaliam a qualidade da busca de palavras na memria semntica.
Dentre os novos mtodos de pontuao da Fluncia sero destacados no presente trabalho os
mtodos de Raskin et al (1992), Troyer et al (1997), Abwender et al (2001) e Sauzeon et al
(2004), alm da avaliao do nmero de palavras emitidas em sucessivos intervalos de
tempo, ao longo da tarefa. Diante da importncia do uso destas medidas para avaliar a
qualidade da busca de palavras, e considerando as divergncias nas concluses obtidas em
cada um destes mtodos, o presente trabalho visa investigar a origem dos escores
estratgicos nesta Tarefa, e comparar as contribuies clnicas e os impasses decorrentes da
utilizao dos sistemas estratgicos citados.
Contato: [email protected]

121

3.75 - VALIDAO DE UMA NOVA BATERIA NEUROPSICOLGICA NO IPAD:


COMPCOG
Liana Chaves Mendes-Santos1, Gabriela de Andrade Montenegro2, Gabriela Martins
Pinheiro1, Marlia Marcela de Carvalho Corra1, Natlia Machado da Silva1, Marina
Cavalcanti Pilotto Domingues1, Helenice Charchat-Fichman1
1

Pontifcia Universidade Catlica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), 2Universidade Federal do


Rio de Janeiro (UFRJ)
Eixo Temtico: Neuropsicologia Clnica e Experimental
Palavras-chave: CompCog, testes neuropsicolgicos computadorizados, validao de
instrumentos.
As baterias neuropsicolgicas computadorizadas trazem grandes vantagens para a
quantificao de variveis de tempo, como tempo de reao e durao da resposta, alm de
padronizar as condies de apresentao de estmulos e o registro das respostas. Essas tm
se mostrado ferramentas teis para avaliao de diferentes domnios cognitivos aproveitando
as vantagens das inovaes tecnolgicas da atualidade. Neste contexto, o presente estudo
teve como objetivo avaliar a validade de constructo de uma nova bateria de testes
neuropsicolgicos computadorizados denominada CompCog. O CompCog foi criado
utilizando um software de desenvolvimento de aplicativos da Apple para IPad e avalia
diferentes domnios cognitivos: ateno, memria, funes executivas, percepo e
velocidade de processamento de informaes. Participaram da pesquisa 28 estudantes (sete
do sexo masculino e 21 do sexo feminino) universitrios (mdia de 12,54 anos de estudo;
DP = 0,99) saudveis, com idades entre 18 e 23 anos (mdia de idade de 19,46 anos; DP =
1,52). Os voluntrios fizeram os seguintes testes: Aprendizagem Auditivo Verbal de Rey,
Teste da Figura Complexa de Rey, Teste de Stroop, Teste de Trilhas Coloridas, TEACO,
TECON 1, Winsconsin Cards, Teste R-1, alguns subtestes da Escala Wechsler de
Inteligncia-WAIS-III (Cdigos, Procurar Smbolo, Aritmtica, Dgitos, Sequncia de
Nmeros e Letras) e o CompCog. Os resultados do CompCog foram correlacionados com as
medidas de lpis e papel para testar a validade de constructo de cada novo teste
computadorizado proposto. A anlise estatstica foi realizada com o teste de Correlao de
Pearson e foi encontrada correlao significativa entre os testes computadorizados que
medem ateno (tempo de reao), memria de trabalho (acerto e tempo de reao) e
memria episdica (acerto) com os respectivos paradigmas clssicos avaliados com o lpis e
papel. Portanto, o CompCog se mostrou uma bateria sensvel para avaliar ateno, memria
de trabalho e memria episdica antergrada. Novos estudos esto sendo desenvolvidos para
verificar a confiabilidade inter e intra examinador, bem como a validade clnica para
demncia, comprometimento cognitivo leve e transtorno do dficit de ateno.
Contato: [email protected]

122

3.76 - MAPEAMENTO ELTRICO CORTICAL DE ADULTOS JOVENS APS


ESTMULO-ESPOSTA DE NATUREZA EMOCIONAL
Iris do Cu Lima e Silva1, Fabrcio Bruno Cardoso2, Lucianne Fragel Madeira
Universidade Federal Fluminense (UFF), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
Eixo Temtico: Neurocincia Comportamental
Palavras-chave: mapeamento cortical, emoo, corpo.
Pesquisadores das neurocincias vm desenvolvendo estudos baseados em
neuroimagens, buscando esclarecer os fenmenos fisiolgicos cerebrais e seus componentes
que configuramo processamento deuma experincia emocional. Um destes componentes o
The late positive potential (LPP) que, se acredita, reflete um estado de ativao facilitador
do processamento de estmulos emocionais em comparao a estmulos neutros. Assim, o
objetivo deste estudo foi verificar a ocorrncia do LPP diante de estmulos visuais
emocionais. Para se alcanar tal objetivo se aplicou como estmulo visual, em um estudo
piloto com quatro indivduos de idade variando entre 21 e 30 anos, o Instrumento de
avaliao da linguagem corporal de educandos (IACLICE), composto de fotos com
contedo emocional relacionado s emoes de tristeza, raiva e ansiedade, bem como fotos
de expresses neutras, enquanto se registrava o padro de atividade cortical em aparelho de
eletroencefalograma de 25 canais, BrainWave II,com 21 canais dispostos pelo sistema 1020. Para anlise dos resultados utilizou-se tcnicas de potenciais relacionados a eventos
(ERPs) selecionando-se,para cada participante, os perodos aps apresentao de cada um
dos124 estmulos(31 de tristeza; 31 de ansiedade; 31 de raiva e 31 neutras) que compem o
IACLICE. Calculou-se a transformada rpida de Fourier (FFT) em resoluo mxima, com
bandas normatizadas entre 0,5 40 Hz, com uma janela de 10%, gerando-se, assim, as
ativaes mdias de todos os perodos de 1s ps-estmulos emocionais e ps-estmulos
neutros, observando-se os eletrodos dispostos em Pz, Cz e Fz. Os resultados relacionados a
freqncia mostram uma predominncia de ativao normal nas regies frontal e central
porm na regio parietal foi identificada uma freqncia < 10 HZ. Na anlise dos potenciais
evocados,ps-estmulos emocionais observou-se potenciais positivos entre os 400 e os
600ms nas regies frontal e central, que se mostraram na regio parietal de forma mais lenta,
com frequncia media de 1000 ms, podendo ser compatveis com o LPP. A mesma forma
de onda no ocorreu ps-estmulos neutros.
Contato: [email protected]

123

3.77 - AVALIAO DO PADRO CORTICAL DE ADOLESCENTES COM


DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM DURANTE A APREENSO DE UM
OBJETO EM QUEDA LIVRE
Fabrcio Cardoso1,2, Adriana Mello1, Giselle G. de O. Matos1, Iris Lima e Silva12, Thiago
Roseiro1, Margareth Attianezi1
1

Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), 2Universidade Federal do Rio de


Janeiro (UFRJ)
Eixo Temtico: Neurocincia Comportamental
Palavras-chave: mapeamento cortical, desenvolvimento perceptivo-motor, adolescentes,
dificuldades de aprendizagem.
Estudos apontam que indivduos com dificuldades de aprendizagem apresentam
comprometimento no desenvolvimento do sistema perceptivo-motor. Assim, este estudo,
como parte do projeto Leitura e escrita intervindo na aprendizagem (LEIA), aprovado pelo
Comit de tica em pesquisa do Hospital Pedro Ernesto/UERJ), teve por objetivo identificar
possveis alteraes no padro cortical de adolescentes durante a apreenso de objeto em
queda livre. Participaram dez adolescentes de 13 a 14 anos, divididos em dois grupos (Grupo
1: cinco adolescentes com dificuldades de aprendizagem; e Grupo 2: cinco adolescentes sem
dificuldades de aprendizagem). Para a coleta dos dados utilizou-se dois computadores. No
primeiro, realizou-se a captao, monitorizao e armazenamento dos dados da atividade
eltrica cerebral, que foi registrada atravs de aparelho de EEG BrainWave de 21 canais,
dispostos pelo sistema 10-20; no segundo, captaram-se os dados relacionados execuo da
tarefa motora, especialmente focado no tempo de reao motora. Isto permitiu registrar, de
maneira concomitante, o padro cortical, o momento de planejamento e o momento de
realizao da referida tarefa motora. O avaliado foi posicionado sentado em uma cadeira
com altura de quarenta centmetros, com os braos pronados e com flexo de cotovelos a
90, apoiados sobre os membros inferiores, tendo um tubo lanador de bolas posicionado
lateralmente ao seu corpo, a 30 cm acima da linha da cabea. O lado de colocao do tubo
foi selecionado de acordo com a predominncia da lateralidade do sujeito. Foram lanadas
20 bolas a uma velocidade de 5 km/h, com intervalos de quatro segundos entre cada
lanamento a serem apreendidas pelo avaliado. Os resultados mostram que os adolescentes
com queixas de dificuldades aprendizagem (grupo 1) registraram um tempo de reao
aumentado em 32% em relao aqueles do grupo 2. Quanto aos dados da atividade cortical,
foi feita uma anlise utilizando-se o software BWanalysis, identificando-se uma frequncia
< 5,5 Hz nos participantes do grupo 1 e uma frequncia < 22Hz nos adolescentes do grupo
2. Na analise dos potencias evocados obteve-se tempo mdio de latncia 330 ms,
observando-se os canais FZ e F4, com potencia positiva nos adolescentes com dificuldades
de aprendizagem. J para os participantes do grupo 2, a potncia mostrou-se negativa e a
latncia foi de 105 ms. Conclui-se que adolescentes com dificuldades de aprendizagem
apresentam um diferente padro da atividade cortical ao monitorar e regular informaes,
quando comparados aos sem dificuldade de aprendizagem, o que pode indicar uma
inapropriada resposta a estmulo perceptivo-motor.
Contato: [email protected]

124

3.78 - AVALIAO NEUROPSICOLGICA DE ADOLESCENTES EM SITUAO


DE VULNERABILIDADE
Lisley Carolinne Costa Siqueira1, Monilly Ramos Araujo Melo2
1

Universidade Estadual da Paraba, 2Universidade Federal de Campina Grande

Eixo Temtico: Processos Cognitivos


Palavras-chave: avaliao neuropsicolgica, adolescncia, vulnerabilidade.
A neuropsicologia estuda as inter-relaes entre as funes cerebrais e o
comportamento em processos mediados pela cognio. Os processos cognitivos constituemse continuamente em interaes recprocas entre a pessoa e seu contexto atravs do tempo.
O desenvolvimento dos circuitos neuronais depende da estimulao ambiental, ou seja, das
experincias vividas pelo indivduo. Essas interaes tm o potencial de causar mudanas
duradouras no funcionamento neuropsicolgico, incluindo fatores de risco para o
desenvolvimento de dificuldades cognitivas. Tais condies do ambiente fsico e psicolgico
apontam para a concepo de vulnerabilidade social desenvolvida na Amrica Latina com o
objetivo de ampliar a anlise dos problemas sociais, ultrapassando a referncia renda ou
posse de bens materiais, para incluir aspectos relativos ao Estado de Bem Estar Social. No
Brasil as oportunidades para o desenvolvimento na adolescncia se mostram
desproporcionais em virtude da desigualdade social e os ndices de negligncia so
significativos. Tendo em vista a gravidade do quadro e a perspectiva de evoluo a partir da
melhor compreenso acerca do tema, este trabalho teve como objetivo analisar as relaes
entre os indicadores de vulnerabilidade social e as funes neuropsicolgicas em
determinado grupo de adolescentes atendidos em um Centro de Atendimento Especializado
a Criana e ao Adolescente situado no interior do estado da Paraba. Estes jovens so
encaminhados pelas escolas da rede pblica com queixas de dificuldades de aprendizagem.
Foram selecionados 30 adolescentes, de ambos os sexos, com idade variando entre 13 e 18
anos. Os instrumentos aplicados foram os seguintes: o Protocolo de Atentimento
Psicossocial utilizado na instituio que apresenta os indicadores de vulnerabilidade social e
a bateria de testes NEUPSILIN. A anlise dos dados revelou um baixo desempenho nos
subtestes que avaliam a ateno, memria - evocao tardia e memria a longo prazo e
linguagem. Foram observadas correlaes significativas com os indicadores que dizem
respeito s condies de vida em uma comunidade, histria escolar e presena de eventos
estressores. Tais problemas levantam importantes reflexes com relao ao meio fsico e
psicolgico no entorno destes adolescentes. At que ponto as alteraes observadas na
avaliao neuropsicolgica sugerem dficits neurocognitivos como causalidade? Prope-se a
avaliao dos indicadores de vulnerabilidade social como procedimento inicial de
investigao em instituies que atendem a essa demanda, como tambm, a conscientizao
acerca dos prejuzos neuropsicolgicos decorrentes deste meio apontando para o caos social
gerado diante da falta de oportunidades de desenvolvimento na adolescncia.
Contato: [email protected]

125

3.78A - ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL FRONTAL: IMPULSIVIDADE


AUTO E HETEROAVALIADA E SNDROME DISEXECUTIVA
Morgana Scheffer1, Chrystian Kroeff1, Bibiana Gallas Steigleder1, Lidiane Andreza Klein2,
Rosa Maria Martins de Almeida1
1

Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), 2Universidade do Vale do Rio dos
Sinos (UNISINOS)
Eixo temtico: Neuropsicologia Clnica e Experimental
Palavras-chave: leso vascular frontal, funes executivas, impulsividade, heteroavaliao.

Leses em circuitos frontais podem desencadear alteraes comportamentais


relacionadas impulsividade. Estudos demonstraram que o padro impulsivo de
comportamento relaciona-se com o baixo desempenho em tarefas de FEs, visto que as
mesmas envolvem inibio de respostas preponderantes, mudana de estratgia e adiamento
de recompensas. Reconhece-se, ainda, a distino entre os padres de
concordncia/discordncia entre informantes quanto ao relato de sintomas. O estudo
objetivou avaliar a impulsividade e funes executivas em indivduos que sofreram Acidente
Vascular Cerebral (AVC) na regio frontal direita. Foram feitas comparaes entre auto e
heteroavaliao da impulsividade e deste ltimo com o desempenho nas FEs e foi verificada
a relao entre a presena de Disfuno Executiva (DE) e impulsividade. A amostra foi de
13 indivduos com leso crnica frontal direita e 13 familiares mais prximos,
predominantemente filhos (46,2%), seguidos dos cnjuges (38,5%). A mdia de idade dos
pacientes foi M=64,61(8,21) e anos de estudo M=12(6,11). A leso esteve localizada
predominantemente no giro frontal superior e giro frontal mdio. Os instrumentos utilizados
foram: BIS-11; EsAvI-A; BADS; WCST-48 cartas; Five Digits Test; e a tarefa Go-NoGo.
No houve correlaes estatisticamente significativas entre a impulsividade avaliada atravs
de auto e heteroavaliao. Comparando-se, as medidas de escalas de impulsividade de
autoavaliao com testes de FEs, falta de concentrao e persistncia avaliada pela EsAvI-A
correlacionou-se de forma estatisticamente significativa positiva com flexibilidade cognitiva
avaliada pelo Five Digits Test (r=0,63, p=0,020). J na comparao da impulsividade
heteroavaliada e do desempenho dos pacientes em testes de FE foram encontradas
correlaes entre impulsividade atencional avaliada pela BIS-11 e ensaios administrados
(r=0,57, p=0,042), nmero de acertos (r=-0,68, p=0,011) e erros perseverativos (r=0,6,
p=0,012), fornecidos pelo WCST e, tambm, com flexibilidade cognitiva, avaliada pelo Five
Digits Test (r=0,63, p=0,021). O nmero de acertos no WCST tambm foi correlacionado
com o escore total da BIS-11 (r=-0,67, p=0,012) e com o controle cognitivo avaliado pela
EsAvI-A (r=0,69, p=0,009). Os indivduos com DE apresentaram maior nmero de erros de
omisso na tarefa Go-NoGo (U=4,000, z=-1,34, p=0,034). Os dados sugerem maior
concordncia entre os relatos feitos pelos familiares com a expresso comportamental da
impulsividade, quando comparados com a autoavaliao, corroborando a literatura. Os
indivduos com DE apresentaram maior evidncia de falta de controle inibitrio. As
alteraes que acometem estes indivduos parecem ser predominantemente no aspecto
impulsivo atencional. Conclui-se que os familiares possuem papel fundamental no contexto
clnico, podendo fornecer diretrizes para a investigao dos dficits dos pacientes com DE.
Contato: [email protected]

126

3.79 - AMINOCIDOS, CARBOIDRATOS, LIPDEOS, NUCLEOTDEOS E


PSICOLOGIA CLNICA: CAD MEU PACIENTE? A IMPORTNCIA DA
PSICOFARMACOLOGIA PARA O PSICLOGO.
Luis Anunciao, Matheus Almeida, J. Landeira-Fernandez
Pontifcia Universidade Catlica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)
Eixo temtico: Neuropsicofarmacologia
Palavras-chave: neuropsicofarmacologia, psicologia clnica, formao profissional.
A Psicologia clnica persiste como a rea maior atuao profissional do psiclogo.
Diversas consideraes podem ser feitas a partir dessa informao, j que trata-se de rea: 1.
Imersa no setor sade, 2. Relaciona-se com outras disciplinas, como a psiquiatria e a
neurologia, 3. Apresenta divergncia acadmica entre suas reas explicativas, como
orientaes dspares entre a psicanlise de um lado e a anlise experimental do
comportamento humano de outro, 4. Atua, igualmente, no auxilio de setores do Direito,
como em casos de determinao jurdica de atendimento psicolgico e na solicitao de
documentos para subsidiar decises de magistrados e 5. Tem impacto amplo na sociedade,
dado que atua, tambm, para clnica de crianas, casas e famlias entre outros. Frente ao
leque exposto, os manuais internacionais de classificao de patologias frequentemente
ilustram as relaes entre psicoterapia e psicofarmacologia, recomendando, quase que em
unanimidade em unssono, que a melhor forma de reabilitao de diversas psicopatologias se
d no tratamento combinado. Porm, as grades curriculares em psicologia muitas vezes no
abrangem a farmacologia, criando um hiato entre as recomendaes peremptrias e a
competncia profissional do psiclogo que, no raro, acabar por diagnosticar consequncias
medicamentosas em vez das reais patologias ou tender a ver de forma distorcida
apresentaes clnicas que so, de fato, efeitos medicamentosos. Em uma analogia
frequentemente vista, a neuropsicofarmacologia atua como uma varivel importante sob
formato de mola com duas variveis magistralmente conhecidas: comportamento e
sintomas. Mexe-se na medicao do paciente, altera-se seu comportamento e seu padro
sintomtico. Em outra ponta, caso altere-se qualquer uma das outras variveis, certamente
haver alteraes, mesmo que pouco perceptveis luz da clnica, nos outros fatores. Face
ao exposto, o presente trabalho serve para defender com elevada magnitude que o estudante
de psicologia e o psiclogo precisam ter conhecimento de psicofarmacologia e que sua
formao deva contemplar as bases biolgicas do comportamento humano. Para dar cabo
proposta, ser ilustrado os medicamentos mais prescritos em psiquiatria pela srie temporal
do Datasus entre os anos de 2000 e 2010 com suas repercusses cognitivas, emocionais e
fsicas. Acredita-se, com isto, que as revises de grades curriculares contemplem tal
informao como um dos critrios utilizados para mudana acadmica.
Contato: [email protected]
Fomento: CNPq

127

3.80 - CARACTERIZAO PSICOFARMACOLGICA


ANGUSTIFLIA MILLER EM MODELOS ANIMAIS

DA

LAVANDULA

Gssica Almeida de Freitas, Meiryland Melo da Cunha, Sandy Ferreira Martins, Fabola
Llis de Carvalho, Klbya Hellen Dantas de Oliveira, Vanessa Rezende Luna, Ingrid
Brasilino Montenegro Bento e Sousa, Diogo Vilar da Fonsca, Liana Clbia de Morais
Pordeus
Universidade Federal da Paraba
Eixo Temtico: Neuropsicofarmacologia
Palavras-chave: leos essenciais, tratamento, pertubaes psicticas.
leos Essenciais puros e concentrados so utilizados popularmente para prevenir
e/ou tratar problemas de sade associados a distrbios do sistema nervoso central (SNC), em
virtude disto podem ser ferramentas inovadoras para o arsenal teraputico de transtornos
mentais, considerando que alm de possuir baixa toxicidade um remdio de fcil acesso
pela populao. As condies mentais mais frequentes tratadas incluem transtornos do
humor, ansiedade, declnio cognitivo, perturbaes psicticas, sintomas do estresse e dores
crnicas. Atravs da inalao, uma das vias mais rpidas de acesso ao crebro, que os
componentes volteis dos leos entram na corrente sangunea, atravessam a barreira
hematoenceflica e chegam ao SNC. O presente estudo teve como objetivo investigar
possveis efeitos antipsicticos da Lavandula Angustiflia Miller sobre o SNC de roedores
pela via inalatria. Com aprovao de Comisso de tica no Uso de Animais do CBiotecUFPB, CEUA N 1211/13, utilizou-se camundongos Swiss machos, albinos, pesando de 3249 g, com aproximadamente 02 meses de idade. Os dados foram analisados com o Graph
Pad Prism, sendo os resultados considerados significativos quando apresentaram um nvel
de significncia de 5% (p < 0,05). No teste de Catatonia induzida por Haloperidol (1 mg/kg
i.p) observou-se que o tempo de catatonia dos animais tratados com o leo essencial de
lavanda (33,5 5,7 s) foi menor que o observado com os animais pr-tratados com
Haloperidol+salina (52,9 4,4 s). No teste de Catatonia induzida Halperidol via oral no
houve resultado significativo, contudo, possvel observar uma diminuio do tempo de
catatonia (s) do grupo leo (30,7 4,9 s) em relao ao Haloperidol+Salina (44,2 7,9 s).
No teste de Estereotipia induzida por Apomorfina (20 mg/kg i.p) detectou-se que a lavanda
5% via inalatria (0,4 1,5) inibiu o comportamento estereotipado comparado
Apoforfina+Salina 2,8 (2,4 3,2). No teste do Climbing induzido por Apomorfina (20
mg/kg i.p), o nvel do comportamento de subida dos animais tratados com o leo de lavanda
foi menor (0,4 1,6) mostrando-se um resultado significativo, p < 0,05, comparado
Apoforfina+Salina 2 (1,5 2,0). A anlise dos resultados sugere que o tratamento com a
Lavanda Angustiflia Miller 5% via inalatria em modelos animais apresenta indicativos
de atividade antipsictica visto que foi capaz de reverter catatonia, de inibir o
comportamento estereotipado e de subida (climbing) em roedores.
Contato: [email protected]
Fomento: CNPq; UFPB

128

3.81 - EFEITO DO LEO ESSENCIAL Lavandula Angustiflia Miller SOBRE OS


SINTOMAS EXTRAPIRAMIDAIS INDUZIDOS POR HALOPERIDOL
Gssica Almeida de Freitas, Meiryland Melo da Cunha, Sandy Ferreira Martins, Fabola
Llis de Carvalho, Klbya Hellen Dantas de Oliveira, Vanessa Rezende Luna, Ingrid
Brasilino Montenegro Bento e Sousa, Liana Clbia de Morais Pordeus
Universidade Federal da Paraba
Eixo Temtico: Neuropsicofarmacologia
Palavras-chave: doena de Parkinson,via
tratamento, Lavandula Angustiflia Miller.

nigroestriatal,

comprometimento

motor,

A Doena de Parkinson (DP) a segunda doena neurodegenerativa mais frequente,


definida como uma progressiva desorganizao neuronal, caracterizada pela perda contnua
de neurnios dopaminrgicos (DA) na substncia negra do mesencfalo, o que resulta na
diminuio de dopamina na via nigroestriatal. Esta via faz parte do sistema nervoso
extrapiramidal e a deficincia de dopamina nos gnglios da base leva a um
comprometimento motor, alm de produzir acatisia, distonia acinesia e/ou hipocinesia,
rigidez muscular, desequilbrio, instabilidade postural e marcha em festinao. Tais sintomas
tambm podem ser observados como efeito colateral de muitos frmacos antipsicticos, o
que denomina-se de parkinsonismo farmacolgico. Com isto, o objetivo do presente estudo
consistiu em investigar os efeitos da Lavandula Angustiflia Miller sobre os sintomas
extrapiramidais em roedores. Mediante a aprovao da Comisso de tica no Uso de
Animais do CBiotec-UFPB, CEUA N 0905/14, utilizou-se camundongos Swiss machos,
albinos, pesando de 33-49g, com aproximadamente 02 meses de idade. A anlise dos dados
foi realizada com o Graph Pad Prism, sendo considerados resultados significativos quando
apresentaram um nvel de significncia de 5% (p < 0,05). No teste de Hipolocomoo
induzida por Haloperidol (2 mg/kg i.p) os parmetros observados durante 15 minutos foram:
movimento ambulatrio, rearing, quantidade de pulos e de descanso (s), distncia (cm),
velocidade (mm/s), rotao horria e anti-horria. O movimento ambulatrio dos animais
tratados com o leo essencial de lavanda (28,6 17,8) foi menor em relao aos animais
pr-tratados com Haloperidol+salina (97,9 32,6). A quantidade de pulos do grupo tratado
com leo foi significativamente menor (1,3 1,1) p < 0,01 ao ser comparado ao
Haloperidol+Salina (5,0 1,6). Em relao quantidade de descanso no houve diferenas
significativas, porm, possvel observar que o grupo leo (5,8 1,8) descansou mais do
que o Haloperidol+Salina (4,3 0,9) e o Salina (4,5 1,2). A distncia percorrida pelos
animais tratados com o leo (60 39,4) foi consideravelmente menor que os do grupo
Haloperidol+Salina (204,1 69,8). Quanto velocidade, o tratamento com o leo (1,1 0,6)
foi capaz de reduzi-la, comparado ao grupo Haloperidol+Salina (3,5 0,8). Na rotao
horria os animais que receberam o tratamento com a lavanda (2,6 1,1) foi
significativamente diminuda, p < 0,01, em relao ao grupo Haloperidol+Salina (9,7 3,5).
E na rotao anti-horria tambm verificou-se uma diminuio do grupo da lavanda (4,2
2,3) p < 0,05 comparado ao Haloperidol+Salina (7,7 2,5). A partir da anlise dos dados,
conclui-se que o tratamento com a Lavanda Angustiflia Miller 5% via inalatria foi capaz
potencializar os efeitos do haloperidol, o que sugere uma atividade sedativa, supostamente
antipsictica.
Contato: [email protected]
Fomento: CNPq; UFPB

129

3.82 - REPERCUSSES DA DESNUTRIO


ENCEFLICO DE FMEAS DE 22 DIAS

PROTEICA

NO

TRONCO

Shirley Maria de Sousa, Mariana Pinheiro Fernandes, Claudia Jacques Lagranha


Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
Eixo temtico: Desenvolvimento Neural e Plasticidade
Palavras-chave: tronco enceflico, desnutrio proteica, estresse oxidativo.
A desnutrio proteica no perodo crtico da vida pode ocasionar um aumento das
espcies reativas de oxignio e um desbalano oxidativo no tronco enceflico, influenciando
o surgimento de doenas cardiovasculares principalmente a hipertenso neurognica. Devido
a isso o objetivo foi avaliar os efeitos da desnutrio proteica no tronco enceflico de ratas
fmeas aos 22 dias de idade em relao ao equilbrio oxidativo, avaliando Malondealdeido
(MDA), Carbonilas, a atividade enzimtica da Superxido dismutase (SOD), Catalase
(CAT), Glutationa-S-Transferase (GST), e nveis de grupamento Thiois e Sulfidrilas. Foram
utilizados ratos da linhagem Wistar, aps acasalamento as ratas foram acomodadas
individualmente em gaiolas recebendo dieta de 17 ou 8% de acordo com os grupos
experimentais: Controle (C, 17% de casena) e Desnutrido (D, 8% de casena) na gestao e
lactao. 24 horas aps o nascimento os animais foram manipulados e a ninhada
normatizadas em 9 filhotes por ninhada. Aos 22 dias de idade os animais foram sacrificados
via decapitao e o tronco enceflico retirado e armazenado a -20C imediatamente.
Posteriormente foram realizados os seguintes procedimentos: homogeneizao do tecido,
dosagem de protenas e processamento das analises bioqumicas. Os dados so apresentados
em mdia erro padro da mdia. Os procedimentos realizados para manejo e cuidado dos
animais esto de acordo com as normas do Comit Brasileiro de Experimentao Animal e
pela comisso de tica em Experimentao Animal do Centro de Cincias Biolgicas-UFPE
(Processo: 23076.017806/2014-62). Ns observamos que a desnutrio promove aumento
significativo na peroxidao lipdica (N= 0.5130 0.1499; D= 2.898 0.1046; P= <
0.0001), a oxidao de protenas (Carbonilas) houve diferena significativa (N= 29.80
4.291; D=55.43 4.227; P= 0,0090). Nas enzimas antioxidantes observamos diferena
significativa na Superxido dismutase (SOD) (N= 10.64 0.5171; D= 17.51 3.771;
P=0,0070), Catalase houve diferena significativa (CAT) (N= 2.316 0.2530; D= 0.9867
0.1930; P=0,0113), entretanto na atividade da Glutationa-S-Transferase (GST) no houve
diferena significativa (N= 3.187 0.4961; D= 2.167 0.3429; P=0,1339), no grupamento
Thiois no houve diferena significativa (N= 7.651 0.5019; D= 6.510 0.4294; P=
0,1442) e na sulfidrilas houve diferena significativa (N= 0.2963 0.007535; D= 0.1158
0.004641; P= <0.0001). Diante do exposto podemos sugerir que a desnutrio durante o
perodo crtico do desenvolvimento em ratas fmeas pode ser um agente promotor de doena
na vida adulta por promove um desbalano oxidativo aumentando os nveis de leso
oxidativa no tronco enceflico por reduo da atividade de enzimas antioxidantes.
Contato: [email protected]
Fomento: Facepe

130

3.83 - MODULAO DO ESTRESSE SOBRE A MEMORIA OPERACIONAL


EM SAGUIS (Callithrix jacchus) JUVENIS
Nicole Leite Galvo- Coelho, Ana Ceclia de M. Galvo, Karen Mylenna Lustoso Pereira,
Mery Ingrid Guimares de Alencar, Maria Bernardete Cordeiro de Sousa, Antnio Pereira
Junior
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)
Eixo Temtico: Neurocincia Comportamental
Palavras-chave: primata no-humano, estresse, perodo crtico, memria.
A exposio a estressores crnicos pode causar alteraes cognitivas transitrias ou
permanentes, particularmente em perodos crticos de plasticidade neural, como a fase
juvenil, que so etapas caracterizadas por uma maior susceptibilidade do sistema nervoso s
influencias ambientais. Este estudo investigou como o isolamento social modula a memria
operacional em machos juvenis de Callithrix jacchus no Laboratrio de Estudos Avanados
em Primatas da UFRN. Foram utilizados dois grupos de animais, um no qual o animal foi
mantido em ambiente familiar e isolado socialmente apenas para realizao do teste (GF;
n=4) e outro em isolamento social crnico (4 meses) (GI; n=5). . A memria operacional foi
aferida na execuo de dois testes de aprendizagem reversa. No teste 1, de memria
espacial, adaptado de Murai et al. (2013), foi utilizada uma caixa de acrlico (30x30x30cm)
cuja abertura (17cm) em um dos lados, deveria ser aprendida pelo animal tanto na fase
direta quanto na reversa, onde uma nova localizao era estabelecida aleatoriamente. O teste
2, de discriminao de objetos, foi adaptado de Ridley et al. (2004), no qual dois objetos
tridimensionais foram apresentados ao animal, um padro e outro que variava. Na fase direta
uma recompensa alimentar sempre estava associada ao objeto padro e na fase reversa ao
objeto que variava. Em ambas as fases o animal deveria aprender onde estava a recompensa.
Em ambos os testes, foi considerado que o animal havia aprendido a tarefa quando este
obteve 6 acertos consecutivos. Foram realizados 3 dias de teste para cada fase, com no
mximo 15 tentativas/dia. Os dados categricos de acerto (A), erro (E) e ausncia de
interesse (AI) de cada animal, por dia de teste, foram transformados em dados contnuos. O
teste no paramtrico de Mann- Whitney foi utilizado para investigar se houve diferena
entre o GI e GF, para o P valor de 0,05. Na fase direta do teste 1, o GI apresentou ndices
maiores de A (U = 40,5 p = 0,14), e E (U = 33 p =0,004) e o GF maiores ndices de AI (U =
28,5 p = 0,002). Os 5 animais do GI passaram para fase reversa, mas nenhum conseguiu
obter 6 acertos consecutivos. Na fase direta do teste 2, no houve diferena significativa
entre A (U = 44 p = 0,25), E (U = 71 p = 0,373) e AI (U = 47,5 p = 0,37). Apenas dois
animais do GI passaram para fase reversa, mas nenhum conseguiu obter 6 acertos. Apesar de
nenhum dos dois grupos ter conseguido aprender a tarefa inversa em ambos os testes,
observou-se que o GI apresentou melhor habilidade em responder as tarefas. Estes
resultados indicam que a aprendizagem de C. jacchus em desenvolvimento modulada pelo
isolamento e responde de modo diferenciado, dependendo se o estressor de natureza aguda
ou crnica. Alm disto, foi observado maior dificuldade de realizao do teste 2, o que j
era esperado, vez que, estudos sugerem melhor habilidade em tarefas de aprendizado social
e cooperao, que de memoria operacional.
Contato: [email protected]

131

3.84 - EFEITOS DA ADMINISTRAO PR-TREINO DO ANTAGONISTA DO


RECEPTOR NMDA (MK-801) NA MEMRIA SIMILAR EPISDICA EM
RATOS
Lvia Rodrigues Neves, Raniere Almeida Golzio, Ingrid Brasilino Montenegro Bento de
Souza, Paulo Henrique Santos de Medeiros, Isabella Moreira Barreto Gomes de Brito, Jalles
Dantas de Lucena, Davi Drieskens Carvalho de Castro S Barreto, Flvio Freitas Barbosa
Universidade Federal da Paraba
Eixo Temtico: Neuropsicofarmacologia
Palavras-chave: memria similar episdica, receptor NMDA, MK-801.
Memria similar episdica um subtipo especfico da memria declarativa
estudada em modelos animais atravs da recordao de o que, onde e quando um evento
especfico aconteceu, integrando elementos temporais e espaciais ao evento. O objetivo do
estudo foi replicar a tarefa desenvolvida por Kart-Teke et al. (2006) e investigar o papel do
receptor NMDA nos processos de aquisio e consolidao utilizando o antagonista MK801. A tarefa realizada composta de trs sesses, sendo dois treinos e um teste, com
durao de cinco minutos cada. No primeiro treino, o animal colocado em um campo
aberto circular para explorar quatro objetos iguais (A), aps o intervalo de 1 hora, os animais
iniciam o segundo treino com outros quatro objetos (B) em disposio espacial diferente do
primeiro. Na etapa do teste so apresentados quatro objetos, sendo dois recentes (B) e dois
antigos (A), dois deslocados (A2 e B2) e dois estacionrios (A1 e B1). Foram utilizados 36
ratos Wistar machos e adultos divididos em dois protocolos. No primeiro experimento, 12
animais realizaram a tarefa sem interveno farmacolgica com um intervalo de tempo de 1
hora entre treino e o teste. No segundo experimento, 12 animais receberam administrao de
salina e 12 do MK-801, 90 minutos antes do primeiro treino. A medida tempo de
explorao entre os treinos e teste, em todos os grupos, foi analisada atravs de uma
ANOVA para medidas repetidas. Para a medida taxa de explorao dos objetos, foi
realizado um teste-t pareado comparando os objetos antigos e os objetos recentes. Os
animais sem tratamento farmacolgico passaram mais tempo explorando os objetos no
treino I do que nas outras sesses. No entanto, para os grupos tratados com salina e MK-801,
no foi encontrada diferena nos tempos de explorao para as trs sesses. De maneira
geral, o grupo sem interveno farmacolgica, no intervalo de 1 hora, replicou parcialmente
o padro esperado, porm, no discriminou significativamente os objetos recentes. No
segundo protocolo, o grupo tratado com salina demonstrou uma tendncia ao padro de
resposta, embora no tenham sido encontrados resultados estatsticos significativos. O grupo
tratado com o MK-801 exibiu uma configurao no esperada para um tratamento com
droga amnsica, demonstrando uma semelhana com o padro achado no grupo salina. De
acordo com os resultados, podemos concluir que o receptor NMDA no est envolvido na
aquisio/consolidao da tarefa similar episdica. Contudo, so necessrios mais estudos
para confirmao desses resultados preliminares.
Contato: [email protected]
Fomento: CNPq

132

3.85 - EFEITO DO ENRIQUECIMENTO AMBIENTAL SOBRE AS RESPOSTAS DE


ANSIEDADE, ESTRESSE E NVEIS DE CORTICOSTERONA EM RATOS WISTAR
UTILIZADOS PARA EXPERIMENTAO
Karen Corredor P.1,2, Daniela Marin P.2, Christian Garcia L.2, Gladys S. Martnez1,
Fernando Cardenas P.2
1

Centro de Investigacin en Biomodelos (CIBIOM), 2Universidad de los Andes

Eixo temtico: Neurocincia Comportamental


Palavras-chave: enriquecimento, ratos, bem-estar animal, ansiedade, estresse, corticosterona.
O estudo das respostas emocionais em modelos animais supe a possibilidade de
comparar entre sujeitos, mas geralmente no so levadas em considerao as diferenas
associadas histria prpria de cada indivduo. No estudo do comportamento animal tanto
normal como patolgico as variaes achadas nas respostas obtidas nos diferentes testes,
podem estar associadas a fatores genticos, do genro, do desenvolvimento e do ambiente.
Em geral, na pesquisa so controlados esses fatores. Contudo, nem sempre as condies
ambientais dadas aos animais so pensadas especificamente para melhorar a sua qualidade
de vida. Sabe-se que animais com estresse, depresso ou qualquer doena no devem ser
utilizados em pesquisa, principalmente quando o objeto da pesquisa e o comportamento.
Assim, resulta importante procurar as melhores condies possveis para os animais de
experimentao visando obter os melhores resultados na pesquisa. A utilizao de
enriquecedores ambientais pode mudar as condies de resposta dos animais em vrios
testes. Por tanto, neste trabalho ser avaliado o efeito do alojamento em ambientes
enriquecidos sobre a resposta de vulnerabilidade ao estresse em ratos. O enriquecimento
ambiental ser utilizado como uma estratgia para o refinamento do cuidado e do uso de
animais de laboratrio. Para isso, em uma primeira fase do estudo foi avaliada a preferncia
de ratos Wistar por alguns estmulos (sacolas de tecido de algodo ou papel contendo
maravalha, cordas de juta, troos de papelo, tubo de PVC e tocas de plstico). O ndice de
preferncia foi obtido em caixas acrlicas divididas em trs compartimentos. Dois desses
compartimentos continham um estmulo cada um. O tempo de permanncia em cada
compartimento, assim como o tempo de interao com os objetos foi registrado e analisado.
Os dados de interao com os objetos mostraram que os ratos presentaram preferencia pelos
tubos de PVC de 4 polegadas, as cordas de juta e as sacolas de tecido de algodo contendo
maravalha (57, 79 e 71%, respetivamente). A segunda fase do estudo consistir no
alojamento dos animais por vrias semanas em caixas contendo os objetos para os quais foi
apresentada preferencia e a posterior avaliao no teste de preferncia de sacarose (33%)
depois da exposio a estresse crnico variado. A utilizao dos estmulos adequados de
enriquecimento ambiental no s melhora a qualidade de vida dos animais de
experimentao, mas tambm pode ter um efeito importante sobre o processo de coleta de
resultados. Por essa razo e importante no s fornecer estmulos de enriquecimento quanto
selecionar os mais adequados.
Contato: [email protected]

133

3.86 - MICROINJEO LOCAL NO NCLEO DORSAL DA RAFE DO AGONISTA


5-HT1A (BUSPIRONA) EM RATOS RESIELIENTES AO ESTRESSE NO MODELO
DE ESTRESSE CRNICO VARIADO
Zarate, SG1, Bruges, AB1, Cardenas, FP1; Leon, LA1,2
1

Universidad de los Andes, 2Universidade de So Paulo (USP)

Eixo temtico: Neurocincia Comportamental


Palavras-chave: resiliencia, vulnerabilidade, receptor 5-HT1A, estratgias de enfrentamento,
buspirona.
Embora o substrato fisiolgico da resposta ao estresse tem padres gerais nos
indivduos, sabe-se que existem respostas diferenciais. Assim, existem indivduos resilientes
e outros vulnerveis ao mesmo estimulo estressante. Uma possvel explicao refere-se ao
tipo de estratgias de afrontamento, sendo as estratgias ativas relacionadas com a
resilincia e as passivas associadas com a vulnerabilidade ao estresse. O sistema
serotonrgico tem sido associado com psicopatologias, tais como ansiedade e depresso. A
atividade das conexes do circuito hipotalmico-hipofisrio-adrenal com o ncleo dorsal da
rafe, o hipocampo e o crtex pr-frontal medial, est envolvida na regulao do estresse e,
portanto, na forma como os indivduos o afrontam. Especificamente, o receptor 5-HT1A
parece desempenhar um papel importante na expresso do comportamento resiliente devido
ao seu controle regulador atravs da liberao de serotonina. Para estudar esse fenmeno
neuroqumica e comportamentalmente existem modelos animais que podem ser de utilidade
para a compreenso dos mecanismos por trs da vulnerabilidade ou da resiliencia ao estresse
em humanos, tais como o estresse crnico variado. Assim, o objetivo deste estudo
determinar se existe correlao entre o nvel de expresso de receptores 5-HT1A e as
estratgias de afrontamento em ratos Wistar apos ser submetidos ao estresse crnico variado
(CUS). Para isso utilizou-se o teste de consumo de sacarose, para selecionar os ratos que
apresentaram sintomas depressivos de aqueles que no. Depois, todos os animais (resilientes
e vulnerveis) receberam uma injeo local no ncleo dorsal da rafe de buspirona (agonista
seletivo dos 5-HT1A; 10ug/ul) e o comportamento no teste de nado forado foi avaliado.
Subsequentemente, sero analisadas diferenas na expresso do receptor no ncleo dorsal da
rafe, o hipocampo e o crtex pr-frontal medial em ambos os grupos de ratos. Os dados
colhidos at o momento referem-se fase inicial da separao de ratos resilientes de
vulnerveis. Foi achada uma porcentagem de 56.7 de ratos resilientes. Os dados da segunda
fase do trabalho (efeito da buspirona no teste de nado forado nos dois grupos) esto sendo
colhidos neste momento e os resultados sero analisados na terceira semana de Setembro.
Quando finalizado o estudo, ser possvel determinar se existe uma interao entre o nvel
de expresso do receptor 5-HT1A e as estratgias de afrontamento ao estresse. Alm disso,
os resultados podem mostrar se os efeitos paradoxais encontrados na literatura sobre os
efeitos de drogas que agem sobre o sistema serotonrgico, so devidos presena de
diferentes nveis de expresso do receptor.
Contato: [email protected]

134

3.87 - INVESTIGAO DO COMPORTAMENTO SOCIAL PS-PUBERAL EM


MACHOS E FMEAS: POSSVEL CORRELAO COM DISFUNO
TIREOIDIANA MATERNA
Juciara da Costa Silva1, Gisele Giannocco1,2, Miriam Oliveira Ribeiro3,4, Carlos Alberto
Avellaneda Pennatti1
1
4

UNINOVE, 2Faculdade de Medicina do ABC, 3Universidade Presbiteriana Mackenzie,


Universidade Federal Paulista

Eixo Temtico: Neurocincia Comportamental


Palavras-chave: tireoide, disfuno, comportamento, hipotireoidismo, espectro autista.
A disfuno tireoidiana materna com destaque no hipotireoidismo causa
representativos danos neurolgicos para o feto. As repercusses neuronais se assemelham s
alteraes neurobiolgicas dos transtornos do espectro autista: dficits de migrao cortical,
comprometimento da especializao neuronal e modificaes nas circuitaria cortical. No
entanto, h uma escassez de estudos que esclaream e caracterizem as alteraes de
comportamento social e comunicabilidade na prole ps-puberal, cujo impacto no
neurodesenvolvimento intrauterino ocorrera. O delineamento experimental ocorreu atravs
da formao de trs grupos tendo a atribuio da prole: controle (mes sem nenhum tipo de
manipulao), metimazol (primeira gerao de mes tratadas com metimazol 0,05%) e
controle negativo (segunda gerao de mes tratadas com metimazol 0,05%). Atravs de
modelo murino de hipotireoidismo materno validado em literatura, identificamos
comportamentos sociais na prole aps o perodo ps-puberal de forma distinta em machos e
fmeas. Esta abordagem permitiu um correlato comportamental em estudos de desarranjos
do neurodesenvolvimento humano nos seus aspectos de comunicao e interao social. O
delineamento experimental comparando a prole macho e fmea de mes previamente
tratadas cronicamente com metimazol via oral antes da gestao ocorrer; estas aps a
suspenso do antitireoidiano foram acasaladas com machos no manipulados. A prole
descendente adulta jovem foi submetida aos paradigmas comportamentais para
autopreservao (i.e.; avaliao de medo e ansiedade em ambos os sexos): aplicamos o teste
de campo aberto (prole com 44,50 e 58 dias), labirinto em cruz elevado (prole com 65 dias)
e marble burying (prole com 44,50 e 58 dias) e para as adaptaes neurovegetativas
aplicamos nest building (70 dias). Podemos atribuir que prole provenientes de mes tratadas
com metimazol 0,05% tiveram um retardo de 3 dias no processo de abertura ocular quando
comparada aos demais grupos. Na diferenciao entre os sexos e a atividade exploratria, as
fmeas apresentaram maior atividade de locomoo. Conclumos que a exposio materna
ao metimazol na dose de 0.05% durante um ms mostra-se vivel para estudos
comportamentais/cognitivos na prole descendente. Esses resultados sugerem que a
administrao do metimazol em fmeas antes do perodo gestacional pode ocasionar
repercusses na idade adulta da prole, visto a necessidade dos hormnios tireoidianos
(tiroxina e triiodotironina) no processo de neurodesenvolvimento do crebro fetal, perodo
esse que em roedores compreende ao 10 dia de gestao, nos quais quaisquer alteraes no
desenvolvimento podem comprometer as atividades arquiteturais do sistema nervoso central.
Portanto, os resultados sugerem uma diferenciao entre os sexo com maior atividade do
sistema motor destacando as fmeas e comprometimento do perfil de emocionalidade
(ansiedade) nos animais machos.
Contato: [email protected] / [email protected]
Fomento: FAPESP; CAPES/PROSUP

135

3.88 - EFEITOS DA ADMINISTRAO AGUDA DA CETAMINA NA MEMRIA


SIMILAR EPISDICA EM RATOS WISTAR
Ingrid Brasilino Montenegro Bento de Souza, Lvia Rodrigues Neves, Paulo Henrique
Santos de Medeiros, Isabella Moreira Barreto Gomes de Brito, Ricardo Marques C. Arago,
Jalles Dantas de Lucena, Davi Drieskens Carvalho de Castro S Barreto, Flvio Freitas
Barbosa
Universidade Federal da Paraba
Eixo Temtico: Neuropsicofarmacologia
Palavras chaves: memria similar episdica, cetamina, antagonista NMDA.
A Cetamina um antagonista no competitivo NMDA disponvel na prtica clnica
que apresenta efeitos no desempenho cognitivo. A memria similar episdica a
recordao de onde e quando determinado evento (o qu) aconteceu e um modelo
promissor para avaliao de doenas neurodegenerativas, como o Alzheimer. O objetivo do
estudo foi avaliar os efeitos de duas doses sub-anestsicas de Cetamina no processo de
consolidao e evocao da memria do tipo episdica. O procedimento experimental
composto de trs sesses, sendo dois treinos e um teste, com durao de cinco minutos cada.
No primeiro treino, o animal colocado em um campo aberto circular para explorar quatro
objetos iguais (A), aps o intervalo de 1 hora, os animais iniciam o segundo treino com
outros quatro objetos (B) em disposio espacial diferente do primeiro. Na etapa do teste so
apresentados quatro objetos, sendo dois recentes (B) e dois antigos (A), dois deslocados (A2
e B2) e dois estacionrios (A1 e B1). Neste estudo, 32 ratos Wistar machos e adultos foram
divididos em quatro grupos com 8 animais cada. Um grupo recebeu Salina 0.9% (i.p.), dois
grupos receberam Cetamina, na dose de 8mg/kg (i.p.) e o na dose de 15 mg/kg (i.p.). O
grupo controle realizou a tarefa sem interveno farmacolgica. Os objetos e grupos foram
randomizados e as anlises foram duplo-cego. As medidas utilizadas foram o tempo de
explorao e a taxa de explorao dos objetos na sesso de teste. O Kruskal-Wallis
mostrou efeito significativo para o tratamento farmacolgico no tempo total de explorao
ao comparar o grupo da dose mais alta de Cetamina aos grupos controle e salina. No teste de
Wilcoxon o grupo controle apresentou o desempenho padro estatisticamente significativo,
A1>A2 e B2>B1, integrando os trs elementos da memria episdica. O grupo salina
apresentou uma tendncia ao perfil do grupo controle na taxa de explorao dos objetos
antigos e recentes. Os dois grupos que receberam Cetamina no apresentaram diferenas
estatisticamente significativas entre os objetos antigos e recentes que foram deslocados ou
estacionrios, mostrando dficit de memria similar episdica. Conclui-se que a Cetamina
ocasionou um dficit na consolidao/evocao da memria episdica com possvel efeito
motor no grupo que recebeu a dose de 15mg/kg de Cetamina, uma vez que esse efeito no
apareceu no grupo que recebeu a dose mais baixa (8mg/kg). Assim, mais estudos so
necessrios para confirmao de processos plsticos que envolvem a Cetamina e fatores
cognitivos.
Contato: [email protected]
Fomento: CAPES

136

3.89 - AVALIAO DOS EFEITOS SOBRE O SISTEMA NERVOSO CENTRAL DE


ALGAS MARINHAS
Sandy Ferreira Martins, Renan Marinho Braga, Liana Clbia de Morais Pordeus, Luciano
Leite Paulo, Gssica Almeida de Freitas
Universidade Federal da Paraba
Eixo Temtico: Neuropsicofarmacologia
Palavras chaves: extrato hidroalcolico da Padina sanctae, tepenides, Sistema Nervoso
Central.
O indivduo que tem o Sistema Nervoso Central comprometido pode ter um
tratamento com base em substncias bioativas, como por exemplo antioxidantes,
nutracuticos e leos essenciais. Todavia no h um parecer cientfico que confirme o uso
dessas substncias, ainda mais, que se o uso destas for feito de forma inadequada poder
trazer ao utilizador do tratamento impactos a sua sanidade. Quanto as informaes da
Padina sanctae, a sua classe denomina-se de Phaeophyceae, cujo os organismos que esto
dentro dessa classificao foram estudados quase de forma estrita com a finalidade de
explorar o potencial bioatividade dos seus produtos metablicos. J a famlia que esta alga
integra denominada de Dictyotaceae, as quais produzem ricamente molculas de
terpenides de distintas origens, assim, exercem significativa importncia no que tange aos
estudos de metablitos de origem marinha. Plantas que contm derivados terpnicos tm o
seu uso tanto na medicina popular quanto na medicina teraputica com a finalidade de
induzir as aes, anticonvulsivantes, sedativas e tranquilizantes. H uma escassez quanto as
informaes de carcter psicofarmacolgico da alga Padina sanctae. Este fato, serviu de
estigma para o presente estudo, o qual consiste em investigar os possveis efeitos
psicofarmaclogos desta alga em modelos comportamentais que mimetizam a ansiedade
bem como situaes dolorosas ao serem colocados em observao utilizando-se
metodologias especficas. Nesse ensaio experimental, teve como substncia-teste o extrato
hidroalcolico da alga Padina sanctae que foi obtido do Laboratrio de Fitoqumica
localizado no Cbiotec da Universidade Federal da Paraba (UFPB). No experimento,
utilizou-se camundongos Swiss, albinos machos, pesando de 25-35 g, com
aproximadamente 03 meses de idade. Os resultados obtidos foram analisados atravs de
ANOVA, seguido do teste de Dunnet (para medidas paramtricas) e Kruskal-Wallis seguido
do teste de Dunn (para medidas no-paramtricas). Os valores foram expressos em mdia
erro padro da mdia (e.p.m.), sendo os resultados considerados significativos quando
apresentaram um valor de p < 0,05). Dentre os testes realizados tm-se o campo aberto para
avaliao da atividade ansioltica, o que foi percebido uma diminuio na ambulao e
nmero de levantadas. E obteve-se resultados significativos para o grooming. Para a
avaliao da atividade antinociceptiva realizou-se o teste de medida das contores
abdominais induzidas por cido actico, em que cada animal foi observado individualmente
por um perodo de 10 minutos quanto apresentao de contores abdominais seguidas de
extenses dos membros posteriores (Koster et al.,1959). Observou-se que na dose testada,
no foi capaz de aumentar significativamente o tempo para o surgimento das contores
abdominais, bem como no reduziu de forma significativa o nmero de contores
abdominais. Finalmente, fica demonstrado que o extrato hidroalcolico da Padina sanctae
apresentou efeito significativo para os testes em campo aberto: Ambulao, rearing e
grooming. Assim, esta alga apresenta atividade depressora do sistema nervoso central, como
sugerido aps a triagem farmacolgica comportamental.
Contato: [email protected]

137

3.90 - EFEITO ANTINOCICEPTIVO DO LEITE E SORO DO LEITE DE CABRA


EM CAMUNDONGOS
Camyla Rocha de Carvalho Guedine, Klbya Helen Dantas de Oliveira, Fabola Llis
Carvalho, Vanessa Resende de Luna, Gssica Almeida Freitas, Roberta de Arajo Gouveia,
Liana Clbia de Morais Pordeus
Universidade Federal da Paraba
Eixo Temtico: Neurocincia Comportamental
Palavras-chave: leite de cabra, soro do leite de cabra, alimento funcional, dor, formalina.
Alimento funcional pode ser definido como todo aquele alimento ou ingrediente,
que alm das funes nutricionais bsicas, quando consumido como parte da dieta usual,
possui efeitos metablicos e/ou fisiolgicos e/ou benficos sade, devendo ser seguro para
consumo sem superviso mdica. Com isso, o leite e o soro do leite de cabra podem ser
considerados produtos nobres, devido principalmente ao alto valor biolgico, sendo esses
alimentos ricos em aminocidos essenciais. Porm, apesar do leite e soro do leite caprino
apresentarem compostos bioativos, capaz de agir em nvel de Sistema Nervoso Central,
escasso nmero de trabalhos em relao a esses possveis efeitos. Investigar possveis efeitos
antinociceptivos do leite e do soro do leite caprino em camundongos. Foram utilizados
camundongos Swiss, albinos, adultos, machos pesando de 25-35g, tratados durante 30 dias,
com 2 mL de leite/100g de peso do animal, 2ml de soro do leite caprino/ 100g do animal.
Aps esse perodo, os animais foram submetidos ao teste antinociceptivo: formalina. Todos
os procedimentos experimentais foram aprovados pelo comit de tica e pesquisa animal
com N 030411. Os dados foram analisados no programa estatstico Prisma verso 4.0,
sendo utilizados mtodos paramtricos ANOVA, seguido do teste de Bonferroni. Os
resultados foram considerados significativos quando apresentaram um valor de p<0,05. No
teste da formalina, durante a primeira fase, a dose utilizada do leite caprino (56,22 4,89) e
do soro do leite de cabra (50,30 4,72) no provocaram alteraes no tempo da lambida da
pata quando comparados ao grupo controle (64,6 6,29). O mesmo aconteceu na segunda
fase, onde o grupo tratado com leite (131,4 26,19) e o grupo tratado com soro do leite
(135,8 26,69) em relao ao controle (156,1 31,27) no apresentou diferena estatstica.
O leite e o soro do leite de cabra, em dose nica de 2 mL/ 100g de peso do animal, no teste
avaliado, no apresentaram ao antinociceptiva em camundongos.
Contato: [email protected]
Fomento: MCTI; CNPq; MEC; Capes

138

DIA 04/10/2014 SBADO


4.01 - ASPECTOS TERICO-METODOLGICOS
COGNITIVA DA VONTADE CONSCIENTE

DA

NEUROCINCIA

Jos Hugo Gonalves Magalhes


Universidade Federal de Pernambuco
Eixo Temtico: Processos Cognitivos
Palavras-chave: ao voluntria, atividade cerebral, conscincia, livre-arbtrio, neurocincia
cognitiva.
No curso da vida cotidiana, bastante comum agirmos de maneira consciente
durante nossas aes. Pegamos um nibus, escolhemos o que comer, movemos um dedo:
acumulamos vivncias que ao longo da vida embasam uma teoria intuitiva do senso comum
(folk psychology) acerca do lugar que ocupa a conscincia no desempenho do
comportamento. Segundo esse entendimento, a conscincia est no comando, tendo destaque
no processo de preparao e realizao da ao voluntria, medida que subjetivamente
sentimos que estamos definindo a sua orientao. Este senso de livre-arbtrio, que
acompanha a experincia de estarmos agindo conscientemente no direcionamento de nossas
vontades, um elemento fundamental desta teoria por justificar, de um ponto de vista
subjetivo (isto , de uma perspectiva de primeira pessoa), a certeza de que temos controle
sobre nossas condutas e decises. No campo das neurocincias, cada vez maior o nmero
de publicaes interessadas em pesquisar a funo desempenhada pela conscincia (e isto
conseqentemente envolve o referido senso de livre arbtrio) na determinao da ao
voluntria. Deste interesse, surgiu um vasto conjunto de evidncias experimentais que tm
demonstrado que a inteno consciente de ao precedida por padres de atividade
cerebral em um escala de tempo que varia entre 200 ms e 7 segundos; refutando portanto as
intuies do senso comum. Isto , de acordo esses estudos, a experincia de livre arbtrio se
configura mais como um efeito do que como propriamente uma causa da ao voluntria.
Durante essas pesquisas so realizadas tarefas cognitivas e coleta de autorrelatos em paralelo
com o uso de EEG, fMRI, entre outros; visando investigar mais aprofundadamente os
processos cerebrais (e em alguns casos, tambm os seus correlatos fenomenais,
principalmente para a co-validao de dados de primeira e terceira pessoa) subjacentes
inteno consciente. Alm de fomentar a rea de investigao sobre a relao crebroconscincia, tais estudos tm fornecido subsdios para o encaminhamento de discusses de
natureza moral, quando fundamentam empiricamente a ideia de que o livre-arbtrio (a tese
de que temos controle consciente sobre nossas aes) uma iluso provocada por um truque
da mente. Levando em conta este cenrio, o presente trabalho objetiva traar um panorama
geral a respeito deste programa de pesquisa, cada vez mais promissor dentro das
neurocincias cognitivas; oferecendo especial acento ao mapeamento de questes e mtodos
investigativos basilares em seu estado atual, bem como, propondo a anlise de seus
encaminhamentos futuros.
Contato: [email protected]

139

4.02 - MTODOS EM NEUROCINCIAS: PESQUISA QUANTITATIVA NO


AVANO CIENTFICO DA PSICOLOGIA
Luis Anunciao, Matheus Almeida, J. Landeira-Fernandez
Pontifcia Universidade Catlica do Rio de Janeiro
Eixo temtico: Mtodos em Neurocincias
Palavras-chave: neurocincia, avaliao psicolgica, formao profissional, pesquisa.
O campo das Neurocincias formado por um leque de disciplinas cujo interesse
comum o estudo do Sistema Nervoso Central (SNC) e suas relaes com funes
psicolgicas (cognitivas e emocionais) e comportamentos. Para dar cabo misso, as
pesquisas so processos indispensveis para fazer avanar o conhecimento, colocar teorias
sob formato de hipteses testveis para confirm-las ou refut-las, melhorar programas de
interveno e reabilitao, divulgar o conhecimento sobre o desenvolvimento humano entre
outras. Dentre as metodologias de pesquisa, a quantitativa baseia-se na delimitao de
objetos de estudo para quantificao de suas propriedades afim de criar indicadores e ndices
que sirvam de estimativas vlidas, precisas e de linguagem padronizada sobre o objeto
pesquisado. Em outro sentido, a legislao sobre a graduao em Psicologia exige um
mnimo de 4.000 horas para assegurar que o formando tenha competncia em temas como a
construo e o desenvolvimento do conhecimento cientfico. Desta forma, percebe-se que h
associao entre a pesquisa de natureza quantitativa e o esperado para o perfil do psiclogo
frente as suas mltiplas atuaes profissionais. Frente a isto, em 2012 foi realizada a
aplicao de um instrumento de rastreio do desenvolvimento infantil em aproximadamente
42.000 crianas da rede pblica de ensino do municpio do Rio de Janeiro, cujas anlises
preliminares apontam para a relao entre condies inadequadas de estimulao e sua
consequncia na formao de competncias emocionais e sociais e para interface entre
aspectos socioeconmicos, como faixa de renda familiar, e adequao de maturao infantil,
o que adequado teoria da neurocincia cognitiva. Ainda, dada a natureza quantitativa da
pesquisa e as propriedades psicomtricas do instrumento, possvel criar indicadores do
desenvolvimento infantil para posteriormente classifica-lo em categorias nominais (eg:
adequado, alentecido) e auxiliar em polticas pblicas em diversos nveis que privilegiem tal
etapa da vida humana, j que sabe-se da relao temporal entre desenvolvimento infantil
incipiente e pobreza cognitiva em adultos. Desta forma, visa-se com tal trabalho estimular e
fomentar a pesquisa quantitativa para ampliar sua nfase na docncia universitria, fortalecer
a aproximao entre cincias exatas, cuja base numrica, e humanas e desenvolver
competncias extras tanto para a Psicologia como cincia como para os profissionais desta,
que podem ampliar seu leque instrumental de aes a partir deste conhecimento.
Contato: [email protected]
Fomento: CNPq

140

4.03 - IS THERE ANYBODY IN THERE? NATUREZA HUMANA E OBJETOS DE


PEQUISA EM PSICOLOGIA. LEVANTAMENTO BIBLIOGRFICO
Luis Anunciao, J. Landeira-Fernandez
Pontifcia Universidade Catlica do Rio de Janeiro
Eixo temtico: Aspectos histricos e filosficos das Neurocincias
Palavras-chave: histria da psicologia, filosofia da mente, agncia humana.
A histria da Psicologia como cincia confunde-se com as pesquisas e
conhecimento sobre o comportamento humano. Com a construo do primeiro laboratrio
experimental em 1879, WilhelmWundt oficialmente separa a Psicologia da Filosofia e cria o
cenrio inicial para pesquisas de metodologia cientfica para explicao de assuntos
humanos. Porm, ainda encontra-se com elevada frequncia em literatura diversa
questionamentos e argumentos que retiram o estatuto cientfico desta disciplina. Grande
parte desta discusso centra esforos na diferenciao do conceito de cincia, entretanto, o
presente trabalho focar em dois pontos considerados nevrlgicos: a questo da definio do
objeto de pesquisa da Psicologia e da natureza humana. Em face do exposto, possvel
arguir que h uma correlao entre ambos e a histria tece exemplos que os apresentam. Ao
definir o ser humano como inconsciente, Freud visa o entendimento de diversos objetos de
pesquisa, como a libido, ancorado nesta natureza humana; j para os cognitivistas, o ser
humano consciente de si mesmo e seu comportamento derivado de processos mentais.
Desta forma, este o objeto que deve ser estudado em suas qualidades. Os
comportamentalistas, por sua vez, optam por colocar o locus de pesquisa sobre a interao
ambiente e comportamento e assim analisar suas teorias luz deste pressuposto. Nesta
mirade histrica, encontra-se autores, teorias e escolas que compartilham sua incluso na
Psicologia no obstante no terem uma convergncia conceitual. Ainda neste sentido, as
reas tecnolgicas e instrumentais para avaliao de temas humanos, como a inteligncia, a
personalidade, o desenvolvimento e a socializao entre outros faz avanar o conhecimento
e com regularidade acabam por tornarem usurias de diversas teorias diametralmente
opostas. Em coadunao ao supracitado, o presente trabalho visa apresentar os resultados do
levantamento bibliogrfico das escolas em Psicologia frente suas definies da natureza
humana e de seus objetos de pesquisa, auxiliando, assim, para construo de uma cartografia
adequada que possa beneficiar alunos, profissionais e sociedade em geral.
Contato: [email protected]
Fomento: CNPq

141

4.04 - MEDIDA IMPLCITA DE PRECONCEITO


Valdiney Veloso Gouveia1, Isabel Cristina Vasconcelos de Oliveira1, Carla Fernanda de
Lima Santiago da Silva2, Larisse Helena Gomes Macdo Barbosa1, Alex Sandro de Moura
Grangeiro1
1

Universidade Federal da Paraba, 2Universidade Federal do Piau

Eixo Temtico: Processos Cognitivos


Palavras-chave: preconceito, racismo, negro, medidas implcitas, teste de associao
implcita.
O estudo do preconceito constitui-se como uma importante rea da Psicologia
Social e, em geral, est atrelado questo racial. Considerando que na sociedade moderna a
manifestao explcita de atos de discriminao legal e publicamente condenada, esta vem
sendo substituda por formas menos evidentes e difundidas de racismo. Nesse sentido, surge
a necessidade de instrumentalizao pautada nos processos cognitivos, em detrimento de
medidas explcitas ou latentes. O teste de associao implcita, portanto, surge como uma
estratgia de mensurao de atitudes implcitas, nos quais os processos de pensamento so
calculados a partir do intervalo de tempo entre a apresentao do estmulo e a resposta
produzida. A partir do exposto, o presente trabalho objetivou avaliar o preconceito implcito
frente a negros, a partir da associao dos termos brancos e negros a adjetivos positivos
e negativos. Para tanto, participaram da pesquisa 89 estudantes de cursos superiores, com
idade mdia de 26,6 anos (DP=7,1), sendo a maioria do sexo feminino (65,5%), declarandose de cor branca (41,9%), parda (37, 2%), mulata (7%), amarela (7%) e negra (7%). Estes
responderam a um questionrio demogrfico e a uma medida implcita de preconceito, do
tipo lpis e papel, composta por dois blocos: um de treinamento (para familiarizao com a
tarefa a ser realizada) e outro de emparelhamento de palavras positivas (honesto, bom e
agradvel) e negativas (desonesto, ruim e desagradvel) aos termos brancos e negros.
Para o clculo do escore implcito, utilizou-se a frmula produto: raiz quadrada da diferena,
de forma que os dados foram analisados com base em estatstica descritiva e inferencial, por
meio da Anlise de Varincia para medidas repetidas. Os resultados encontrados apontaram
para a existncia do efeito da associao implcita, uma vez que foram observadas diferenas
estatisticamente significativas [F (18, 69) = 7,08, p < 0,001] entre as pontuaes para os
adjetivos positivos e negativos. Isto , a categoria negro foi mais fortemente associada aos
adjetivos negativos, ao passo que a categoria branco mostrou-se associada aos adjetivos
positivos, apontando, dessa forma, para uma manifestao implcita e mascarada do
preconceito. Tais achados parecem requerer a criao de propostas interventivas para a
reduo do preconceito, bem como sugerir que o preconceito racial manifesta-se atualmente
de forma mais sutil, sendo necessrio, portanto, outros instrumentos de pesquisa e avaliao,
pautados em processos implcitos e cognitivos.
Contato: [email protected] / [email protected]

142

4.05 - CRIAO DE UMA MEDIDA COGNITIVA IMPLCITA


AVALIAO DA INTENSIDADE DO CIME ROMNTICO

PARA

Denis Izac Pereira de Souza, Valdejane Lisboa de Sousa, Wallisen Tadashi Hattori
Departamento de Psicologia, Escola de Sade, Universidade Potiguar - Laureate
International Universities; Laboratrio de Evoluo do Comportamento Humano,
Departamento de Fisiologia, Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Eixo Temtico: Psicologia Evolucionista
Palavras-chave: avaliao psicolgica, cognio implcita, diferenas sexuais, psicologia
evolucionista, Teste de Associao Implcita.
Uma das perspectivas evolucionistas prope que a espcie humana possui
caractersticas universais e que algumas dessas caractersticas podem divergir entre homens
e mulheres, pois ambos teriam passado por diferentes presses seletivas no ambiente de
adaptao evolutiva. Dentre essas caractersticas que apresentam diferenas sexuais tpicas
est o cime romntico. Tal perspectiva, alm de nortear os estudos sobre cime romntico
de base evolucionista, vem sofrendo uma srie de crticas, sendo uma delas que tais estudos
esto ancorados exclusivamente em medidas cognitivas explcitas. Neste estudo, visamos
explorar a cognio implcita do cime romntico atravs da criao de um Teste de
Associao Implcita para o Cime Romntico (TAI-CR). Para tanto, foram selecionados
dezesseis estmulos visuais (imagens e palavras) por um jri (N = 42) para construo de um
instrumento capaz de detectar diferenas na intensidade da ameaa ao relacionamento
romntico. Em seguida, foi realizada a aplicao do instrumento construdo para explorar a
cognio implcita do cime romntico em uma amostra universitria (N = 74). Aps a
aplicao do TAI-CR, os participantes responderam um Questionrio Socioeconmico.
Nossos resultados indicam que, em geral, h distino clara na intensidade da ameaa ao
relacionamento romntico dos diferentes estmulos, o que confirma a dicotomia nas
respostas que o TAI prope. Adicionalmente, observamos a no ocorrncia de diferena
significativa entre homens e mulheres em relao intensidade implcita do cime
romntico. O presente trabalho acrescenta evidncia cientfica que abre novos horizontes
para discutir a percepo do cime romntico, incluindo a avaliao implcita deste aspecto
dos relacionamentos romnticos, levantando novas discurses sob a perspectiva
evolucionista e integrando com outras abordagens como a psicologia cognitiva.
Contato: [email protected]

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4.06 - DESUMANIZAO IMPLCITA DA MULHER E VALORES HUMANOS:


DIFERENAS ENTRE HOMENS E MULHERES
Walberto Silva dos Santos1, Renan Pereira Monteiro2, Roosevelt Vilar Lobo de Souza2,
Tailson Evangelista Mariano2 e Alessandro Teixeira Rezende2
1

Universidade Federal do Cear, 2Universidade Federal da Paraba

Eixo Temtico: Processos Cognitivos


Palavras-chave: desumanizao, mulher, sexo, valores humanos.
A negao da humanidade para os outros tem sido denominada desumanizao e
observada, sobretudo, quando se trata das minorias, a exemplo das mulheres. Alguns fatores
contribuem para sua ocorrncia, todavia o sexo parece ser um dos mais influentes. Contudo,
no se pode atribuir a este ltimo um papel determinante, demandando-se considerar outras
variveis para a sua compreenso, como os valores humanos. Destarte, objetivou-se neste
estudo verificar em que medida a desumanizao implcita da mulher se relaciona aos
valores, comparando homens e mulheres. Participaram do estudo, 48 pessoas da populao
geral, com idade entre 18 e 57 anos (M = 24,85; DP = 8,86), em maioria do sexo feminino
(66,7%) e catlica (48,5%), que responderam ao Teste de Associao Implcita Animais e
Humanos, ao Questionrio dos Valores Bsicos (QVB) e a questes demogrficas. Os
resultados demonstraram que, considerando o escore D, respondentes do sexo masculino (M
= 0,20; DP = 0,44) associaram em maior medida mulheres a animais quando comparados
aos do sexo feminino (M = -0,10; DP = 0,33), revelando que os primeiros tendem a
desumanizar as mulheres em maior medida [t (46) = 2,64; p < 0,0]. Em relao a valores e
desumanizao considerando os homens, observou-se correlao entre a subfuno
valorativa interativa e o bloco incongruente (r = 0,64; p < 0,001), valores de realizao e
escore C (r = 0,51; p < 0,05) e D (r = 0,50; p < 0,05). Quanto s mulheres, verificou-se
associao entre valores normativos e escore C (r = 0,37; p < 0,05), subfuno interativa e
bloco congruente (r = -0,38; p < 0,05), valores de existncia e bloco congruente (r = -0,35; p
< 0,05). Deste modo, infere-se que homens que priorizam valores interativos tendem a
associar em menor medida mulheres a animais e, assim, desumaniz-las em menor nvel. J
homens que se pautam em valores de realizao, de orientao pessoal, tendem a
desumanizar as mulheres. Por sua vez, mulheres normativas desumanizam mais a prpria
mulher. Todavia, quando estas priorizam valores interativos, priorizando as relaes sociais,
assim como valores de existncia, a associao entre mulheres e animais tende a ser menor.
Considerando estes resultados, observa-se que, alm do sexo, os valores influenciam a
desumanizao da mulher, indicando que estes poderiam auxiliar em possveis estratgias de
reduo das consequncias danosas deste fenmeno.
Contato: [email protected]

144

4.07 - AVALIAO DA ATIVIDADE MOTORA EM


SUBMETIDOS TERAPIA ESPELHO: RELATOS DE CASOS

HEMIPLGICOS

Eloise de Oliveira Lima, Thyciane Mendona de Andrade, Gssika Arajo de Melo,


Adriana Carla Costa Ribeiro Clementino, Moema Teixeira Maia Lemos, Carlos Andr
Gomes Silva
Universidade Federal da Paraba, Faculdade de Cincias Mdicas da Paraba.
Eixo temtico: Desenvolvimento Neural e Plasticidade
Palavras-chave: atividade motora, hemiplegia, acidente vascular cerebral, neurniosespelho, fisioterapia.
Sabe-se que o Sistema Nervoso Central do adulto sofre modificao em suas sinapses
e circuitos neuronais aps uma leso, fenmeno conhecido como neuroplasticidade. Estudos
tem mostrado que, quando o crtex cerebral se torna desorganizado pela leso ou quando
ocorre mudana na via de informao, a reorganizao cortical possvel com a assistncia de
sistemas de membros virtuais, como por exemplo, a caixa de espelho. A Terapia Espelho
mostra-se uma alternativa potencialmente benfica para a reabilitao das diferentes
desordens cognitivas do sistema nervoso central, em destaque aos que apresentam sequelas
motoras ps Acidente Vascular Enceflico. Este estudo teve como objetivo investigar a
melhora da motricidade do membro superior comprometido de dois indivduos acometidos
por AVE. Participaram do estudo dois participantes, com sequelas motoras aps um AVC,
que foram submetidos a 10 sesses de tratamento com a terapia espelho, o protocolo de
atividades realizadas consistiu de cinco tarefas voltadas para a funcionalidade. Os indivduos
foram avaliados, antes e aps o incio da terapia, por meio da escala funcional de FuglMeyer de avaliao dos membros superiores. Para anlise dos dados, realizou-se a estatstica
descritiva atravs da verificao das pontuaes e percentuais, e observada as diferenas
entre os valores obtidos na avaliao inicial e na reavaliao. Ambos os participantes
apresentaram um considervel aumento na pontuao da escala de Fugl-Meyer, o que
refletiu em um ganho de 13,8% para o sujeito 1 e de 25,8% para o sujeito 2. Neste estudo, a
Terapia Espelho proporcionou os seguintes efeitos: melhora na velocidade usada para
realizao da tarefa proposta no item VIII, aumento da motricidade fina na realizao das
atividades de punho e mo, na motricidade grossa na realizao dos movimentos de ombro e
melhora considervel na sensibilidade e dor. Aps a anlise dos resultados, observa-se que a
terapia espelho proporcionou ganhos satisfatrios, em ambos os participantes da pesquisa,
aps um perodo de cinco semanas de aplicao. Outro aspecto que chamou ateno foi o
fato de que os sujeitos da pesquisa apresentaram melhoras mesmo se tratando de pacientes
neurolgicos crnicos, com tempo de leso maior que trs anos. Este fato gera indcios de
que a terapia proposta neste estudo pode ter estimulado a criao de novas conexes
sinpticas, fenmeno este chamado de neuroplasticidade. Com a realizao deste estudo
pode-se observar que a terapia espelho proporcionou uma melhora na motricidade em ambos
os participantes, gerando ganhos de atividade motora fina, principalmente na realizao de
atividades de punho e mo, aumento na atividade motora grossa na realizao dos
movimentos de ombro, e uma diminuio no tempo de realizao da tarefa, alm de
proporcionar uma melhora considervel na sensibilidade e dor. A terapia proposta se
mostrou uma alternativa ao tratamento fisioteraputico convencional, podendo ser utilizada
como terapia complementar por ser acessvel, de baixo custo e pela sua boa aceitao.
Contato: [email protected]

145

4.08
ASPECTOS
COMPORTAMENTAIS

EMOCIONAIS

NAS

TERAPIAS

COGNITIVO-

Silvana Queiroga da Costa Carvalho1, Arlindo Felix da Costa Neto2, Jayana Ramalho
Ventura2, Melyssa Kellyane Cavalcanti Galdino 2
1

Faculdade Santa Maria, 2 Universidade Federal da Paraba

Eixo Temtico: Psicologia Clnica e Neurocincias


Palavras-chave: emoo, abordagem cognitivo-comportamental, terapia.
A emoo considerada um processo psicolgico bsico, fundamental na gnese
comportamental do ser humano. Na prtica clnica, o contedo emocional trabalhado de
diversas formas na Terapia Cognitivo Comportamental (TCC). O presente estudo teve como
objetivo relatar sobre o funo das emoes na TCC, especificamente no que se refere a trs
terapias: Terapia Racional Emotivo Comportamental (TREC), Terapia Cognitiva (TC)
clssica linear de Beck e Terapia Construtivista. As duas primeiras formas so classificadas
como abordagens racionais e a perspectiva construtivista considerada uma abordagem
ps-racional. Foi realizada uma anlise crtica sobre os conceitos da emoo e sua relao
com a cognio na Psicologia e nas TCCs. O foco da interveno teraputica nas TCCs
prioritariamente na cognio, o que leva a uma viso distorcida de minimizao do
componente emocional no tratamento. Entretanto, em sua fundamentao e aplicao, as
TCCs assumem que as emoes so reaes complexas e padronizadas do organismo. Por
expressar a medida pessoal e ntima do que acontece na vida social, so essenciais para os
relacionamentos interpessoais e para sade mental do indivduo. Na psicoterapia, os
terapeutas cognitivo-comportamentais tendem a focar principalmente nas emoes que esto
associadas aos processos cognitivos. Na TREC, a funo das emoes ainda se encontra
submetido ao papel central das crenas, assumindo uma postura coadjuvante no que se refere
elaborao final do comportamento. J na TC clssica linear de Beck, as emoes
apresentam um papel passivo, uma vez que funcionam apenas como sinalizadores de uma
crena anterior que as originam. A Terapia Construtivista enfatiza que o sistema emocional
se relaciona com a cognio, surgindo de uma realidade interna que vai mediar um padro
de significado construdo para, ento, existir a significao total. Conclui-se que existem
divergncias na compreenso da emoo na prtica clnica das TCCs e que, apesar do
enfoque eminentemente cognitivo e comportamental predominante nas TCCs, a funo das
emoes tem se destacado como elemento participante da estruturao e reestruturao
cognitiva e comportamental do indivduo.
Contato: [email protected]

146

4.09 - OS PROCESSOS COGNITIVOS E A ABORDAGEM DA TERAPIA


COGNITIVA COMPORTAMENTAL NO CONTEXTO HOSPITALAR
Elisabete Correa Vallois
Psicloga do Exrcito, Psicloga na Oncovitae
Eixo temtico: Processos Cognitivos
Palavras-chave: psicologia hospitalar, terapia cognitivo comportamental, processos
cognitivos.
Processos cognitivos so realizaes das funes estruturais da representao, que
a idia ou imagem que concebemos do mundo e das coisas que esto ao nosso redor. Os
mecanismos mentais agem quando se percebe, se memoriza, se elabora mentalmente um
dado objeto, quando se aprende, etc. O Psiclogo cognitivo estuda os meios pelos quais o
indivduo alcana um conhecimento organizado do mundo em categorias, como tambm a
maneira pela qual este conhecimento utilizado para direcionar e planejar aes sobre o
ambiente. Este conhecimento em categorias torna-se indispensvel como instrumento de
compreenso e atuao sobre a realidade. No estuda s a forma, mais tambm as
informaes externas extradas, e como estas informaes so organizadas internamente.
Visa os aspectos que implicam elaboraes internas, partindo do pressuposto de que a
resposta dada determinada situao-estmulo sofreu algum tipo de elaborao dentro do
indivduo, e que esta elaborao no depende apenas do estimulo externo apresentado, mas
de processos mentais internos presentes na mente do indivduo em um momento
determinado do seu desenvolvimento e em funo de elaboraes anteriores que tenham sido
efetuadas. No contexto hospitalar, esse profissional auxilia no manejo interdisciplinar. Sabese que o processo de hospitalizao altera a dinmica da pessoa que o vivencia e interfere
diretamente na sade mental dessa pessoa, comprometendo a qualidade de vida e as
respostas do sujeito ao tratamento administrado. Quando o paciente procura o hospital,
constata-se que a experincia de adoecimento assume vrias conotaes e constitui elemento
importante a ser considerado. A abordagem da Terapia Cognitivo-Comportamental vem
sendo tambm utilizada no contexto hospitalar ao auxiliar os indivduos hospitalizados a
terem um manejo mais adequado do quadro vivenciado, tendo em vista que ansiedade e
crenas errneas fazem parte desse momento pela maioria dos pacientes. O significado
pessoal e as representaes que a enfermidade desperta no ser humano possibilita reagir de
formas diferentes ao adoecer. Assim sendo, a atuao da Psicologia junto ao paciente no
contexto hospitalar, medida que identifica e compreende fatores emocionais associados
experincia de adoecimento e suas representaes mentais, resgata estratgias de
posicionamento ativo no tratamento.
Contato: [email protected]

147

4.10 - AVALIAO NEUROPSICOLGICA DE PROCESSOS PERCEPTUAIS DA


VISO
Jayana Ramalho Ventura1, Jssica Bruna Santana Silva1, Silvana Queiroga da Costa
Carvalho2, Arlindo Felix da Costa Neto1, Ricardo Urquiza Aires Toscano2, Michael Jackson
Oliveira de Andrade1, Natanael Antonio dos Santos1
1

Universidade Federal da Paraba, 2Faculdade Santa Maria

Eixo Temtico: Neuropsicologia Clnica e Experimental


Palavras-chave: testes neuropsicolgicos, percepo visual, habilidades visuoespaciais e
visuoconstrutivas.
A Neuropsicologia uma rea interdisciplinar do conhecimento cientfico que
estuda o funcionamento normal e patolgico do Sistema Nervoso Central atravs de
ferramentas cognitivas e comportamentais. A avaliao neuropsicolgica consiste em
investigar as funes cognitivas preservadas e comprometidas a partir da aplicao de
instrumentos padronizados, validados e baseados no desempenho esperado para cada faixa
etria, escolaridade e nvel socioeconmico. Apresentando-se como uma funo cognitiva, a
Percepo Visual (PV), especificamente, consiste na apreciao das informaes por meio
da viso, incluindo as habilidades visuoespaciais e visuoconstrutivas. O presente estudo foi
realizado com o objetivo de revisar a literatura sobre os principais testes neuropsicolgicos
utilizados e validados para a populao jovem/adulta brasileira para avaliar a PV. Foram
encontrados os seguintes instrumentos: Neupsilin (subteste de avaliao da PV e de
cancelamento de figuras); Teste Wisconsin de Classificao de Cartas (WCST); Escala de
Inteligncia Wechsler para Adultos - WAIS-III (subtestes Cubos, Procurar Smbolos, Armar
Objetos); Figura Complexa de Rey-Osterriech; Teste de Stroop (Stroop Color Word Test);
Teste das Trilhas (Trail Making Test) partes A e B; Teste do Relgio; e Cubo de Necker.
Os atributos da PV como cor, forma, visuoespacial e visuoconstruo tambm so avaliados
pelos referidos testes. Por fim, vlido salientar que estes instrumentos, por serem
complexos, avaliam mais de uma funo cognitiva, ou seja, alm da PV, memria; ateno;
funes executivas; flexibilidade cognitiva; velocidade de processamento; controle
inibitrio, entre outras.
Contato: [email protected]

148

4.11 - EXISTEM RELAES ENTRE ALTERAES HEPATOBILIARES E


VISO DE CORES DE FRENTISTAS BRASILEIROS
Armindo de Arruda Campos Neto1, Ana Raquel de Oliveira2, Joo Carlos Lima Rodrigues
Pita2, Marianna Vieira Sobral Castello Branco2, Natanael Antnio dos Santos2
1

Instituto Federal do Mato Grosso, 2Universidade Federal da Paraba

Eixo Temtico: Percepo e Psicofsica


Palavras-chave: solventes orgnicos, viso de cores, hepatotoxicidade, frentistas.
Frentistas brasileiros so expostos diariamente a vapores orgnicos contendo
misturas de hidrocarbonetos altamente txicos e volteis. A exposio a estas substncias
pode comprometer o funcionamento de diversos rgos e sistemas, causando alteraes na
percepo visual de cores e leses hepticas. Assim sendo, os objetivos deste estudo foram:
comparar o desempenho de um grupo de frentistas e de um grupo controle em teste
psicofsico de viso de cores; verificar se existiram comprometimentos hepatobiliares nos
frentistas; e correlacionar o resultado do teste psicofsico dos frentistas com os marcadores
hepatobiliares. Esta pesquisa teve aprovao do Comit de tica do Centro de Cincias da
Sade da Universidade Federal da Paraba (CAAE: 06746612.4.0000.5188) e obedeceu ao
regido pela resoluo 466/12 do Conselho Nacional de Sade (CNS). Aps triagem de 45
participantes, foram excludos casos que relataram interao medicamentosa, uso de lcool,
entre outros. Assim, a avaliao psicofsica foi realizada com 38 frentistas do sexo
masculino (Grupo Exposto), com idade mdia de 32,7 anos (DP = 1,30), com 9,68 anos de
escolaridade (DP = 0,34) e 38 voluntrios (Grupo Controle) tambm do sexo masculino,
sem histrico de exposio a produtos qumicos com idade mdia de 31 anos (DP = 1,54) e
9,84 anos de escolaridade (DP = 0,34). A avaliao das taxas hepatobiliares foi realizada
com uma amostra de 13 frentistas, escolhidos aleatoriamente do GE. Todos os participantes
tinham acuidade visual de 20/20 ou corrigida e no apresentavam discromatopsias
congnitas pelo teste de Ishihara. Para a avaliao do ndice de confuso de cores (ICC) foi
utilizado o Teste D15 Dessaturado de Lanthony (D15d) e para avaliao dos indicadores
hepatobiliares foram analisadas, a partir de exame sanguneo, as seguintes taxas: Aspartato
Aminotransferase (AST), Alanino Amino Transferase (ALT), Bilirrubina Direta (BD),
Bilirrubina Indireta (BI), Bilirrubina Total (BT) e Gama GT. Os resultados evidenciaram
que o grupo exposto apresentou um valor mdio de ICC (M = 1,36; DP = 0,53)
significativamente superior (U= 356; p<0,01) ao grupo controle (M = 1,13; DP = 0,26). Com
relao aos indicadores hepatobiliares, 100% dos frentistas apresentaram valores alterados
para BD (>0,20) e 62,5% tambm para BT (>1,00). Verificou-se uma correlao do ICC
com AST (= 0,638; p= 0,019) e ALT (= 0,57; p= 0,04). Os resultados convergiram com
estudos que indicam dficits na viso de cores de trabalhadores expostos a solventes
orgnicos e apontaram uma disfuno na eliminao da bilirrubina conjugada que pode estar
ligada a exposio aos solventes. Alm disso, demonstrou-se que alteraes na percepo de
cores mantiveram altas correlaes com determinados marcadores biolgicos hepticos,
sugerindo que diferentes aspectos devem ser levados em conta quando se trata da avaliao
de indivduos expostos a misturas de solventes orgnicos, a fim de obter uma maior
compreenso sobre o mecanismo de ao destas substncias no corpo humano.
Contato: [email protected]
Fomento: Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel Superior (CAPES)

149

4.12 - AVALIAO DA ACUIDADE VISUAL DE CRIANAS EXPOSTAS AO


LCOOL NO PERODO PR-NATAL
Alessandra Cristina Vieira de Arajo, Natanael Antnio dos Santos
Universidade Federal da Paraba
Eixo temtico: Neurocincia Comportamental; Percepo e Psicofsica
Palavras-chave: acuidade visual, exposio pr-natal ao lcool, desenvolvimento infantil.
A acuidade visual pode ser definida como sendo a capacidade de detectar ou
perceber e diferenciar dois objetos no espao quando esto muito prximos. Essa capacidade
pode variar em funo do menor objeto detectvel, a menor distancia entre objetos que
permite perceb-los como separados e o menor objeto que pode ser reconhecido. A
exposio pr-natal ao lcool se caracteriza como qualquer evento onde a mulher grvida faz
ingesto de bebida alcolica. Nesse sentindo o objetivo desse trabalho avaliar se existe
alguma relao entre a exposio pr-natal ao lcool e o processamento visual. Mtodo:
Estudo descritivo de delineamento transversal, ex-pos-facto. Foram avaliadas crianas entre
seis meses e trs anos de idade por meio dos scores primrios dos Cartes de Acuidade de
Teller (CAT) e questionrios de exposio materna ao lcool durante a gestao. As crianas
que apresentaram resultados abaixo da escala de normatizao do CAT foram encaminhados
para avaliao mdica clinica e oftalmolgica. Resultados: Na amostra de 52 duas crianas
avaliadas (50%) eram do sexo feminino e (50%) do sexo masculino. Destas, 11 crianas
foram identificadas como expostas ao lcool durante a gravidez, 45% eram meninas e 55%
meninos. Em analise comparativa com o grupo controle a mdia de acuidade visual para o
grupo de estudo foi de 5,74 e mediana de 4,80 e para o grupo controle foi de Mdia 8,27 e
mediana de 6,50. Aproximadamente 90% das crianas se enquadraram no padro de
normalidade do CAT. Embora as mdias dos dois grupos sejam diferentes, as anlises
parciais mostram diferenas no significantes. Concluso: no se pode afirmar que o
consumo de lcool durante a gestao interfere na acuidade visual de crianas, contudo o U
de Mann-Whitney foi de 40 com um valor de probabilidade associada de 0,30, que mostra
ser possvel que a presena de outlines tenham ocorrido por erro amostral. A avaliao da
acuidade visual em crianas menores de trs anos fcil de realizar, rpida e traz benefcios
a puericultura. A triagem precoce pode favorecer o diagnstico e tratamento mais adequado
permitindo que possveis correes possam ser realizadas com mais eficcia e em tempo
hbil.
Contato: [email protected]

150

4.13 - AVALIAO COGNITIVA E VISUAL DE CRIANAS QUE FORAM


ACOMETIDAS POR CATARATA CONGNITA BILATERAL: RESULTADOS
PRELIMINARES
Valtenice de Cssia Rodrigues de Matos Frana1, Russell David Hamer1, Mauro Waiswol2,
Dora Fix Ventura1, Marcelo Fernandes da Costa1
1

Universidade de So Paulo Instituto de Psicologia, 2Santa Casa de Misericrdia de So


Paulo Departamento de Oftalmologia.

Eixo Temtico: Desenvolvimento Neural e Plasticidade


Palavras-chave: catarata congnita bilateral, Escalas Bayley - III, desenvolvimento
cognitivo, comportamento adaptativo, acuidade visual.
A catarata definida como a opacificao do cristalino. Na criana, a catarata
classificada de acordo com a idade de seu aparecimento, recebendo a denominao
congnita quando estiver presente no nascimento ou surgir at o terceiro ms de idade.
Outros critrios de classificao so: a lateralidade (unilateral ou bilateral); a morfologia
(parcial ou total); e a progresso do tamanho e densidade. A etiologia da catarata peditrica
mltipla e pode ser decorrente de doenas oculares, traumas, infeces intrauterinas,
sndromes, distrbios cromossmicos, doenas musculares, doenas renais, doenas
dermatolgicas, desordens metablicas, herana gentica e idioptica. consenso na
literatura que a privao visual pela catarata peditrica causa prejuzos visuais e cegueira
caso no seja tratada precocemente. Os poucos estudos encontrados na literatura que
investigaram os efeitos da catarata congnita bilateral na cognio foram realizados com
crianas na idade escolar e adultos. Esses estudos mostraram a presena de dficits na
ateno visuoespacial, no reconhecimento de faces e leitura labial muitos anos aps a
cirurgia de catarata congnita bilateral. O objetivo deste trabalho investigar as possveis
alteraes visuais, cognitivas e comportamentais decorrentes da privao visual em crianas
na faixa etria de 1 a 3 anos que apresentaram catarata congnita bilateral. Foram avaliadas
quatro crianas, aps a cirurgia de catarata congnita bilateral. Essas crianas no
apresentavam sndromes genticas, doenas neurolgicas ou sistmicas. Avaliou-se a
acuidade visual dos participantes com a tcnica do Potencial Visual Evocado de Varredura e
o Teste dos Cartes de Acuidade de Teller. Para a avaliao do desenvolvimento cognitivo e
comportamento adaptativo utilizaram-se duas das cinco escalas que constituem as Escalas
Bayley de Desenvolvimento Infantil III: Cognitiva e Comportamento Adaptativo. Os
resultados mostraram que todas as crianas apresentaram reduo na acuidade visual. Em
comparao com as amostras normativas internacionais das Escalas Bayley III, duas
crianas apresentaram desempenho cognitivo deficitrio e duas crianas apresentaram
desempenho cognitivo de acordo com a mdia esperada para a idade. Avaliou-se o
comportamento adaptativo de trs crianas. Todas as crianas demonstraram desempenho
deficitrio em pelo menos uma rea do domnio adaptativo prtico. Duas crianas
apresentaram desempenho inferior no domnio adaptativo social. No foram observados
dficits no domnio adaptativo conceitual. Esse estudo encontra-se em andamento. Outras
crianas sero avaliadas para uma melhor compreenso dos efeitos da privao visual na
cognio, comportamento e percepo visual. Para as anlises dos resultados esto sendo
considerados alguns fatores, tais como os limiares de acuidade visual, escolaridade dos pais,
tempo de privao visual, renda familiar, ingresso na creche, dentre outros.
Contato: [email protected]
Fomento: Fundao de Amparo Pesquisa do Estado de So Paulo (FAPESP)

151

4.14 - CONTRASTE DE LUMINNCIA DE


CONCNTRICAS EM ADOLESCENTES E ADULTOS

GRADES

SENOIDAIS

Ana Raquel de Oliveira, Michael Jackson Oliveira de Andrade, Maria Jos Nunes Gadelha,
Natlia Leandro de Almeida, Natanael Antnio dos Santos
Universidade Federal da Paraba
Eixo Temtico: Percepo e Psicofsica
Palavras-chave: sensibilidade ao contraste, grade senoidal concntrica, adolescentes, adultos.
A sensibilidade ao contraste (SC) tem sido utilizada para avaliar a capacidade do
sistema visual humano para detectar a varincia de luminncia no espao. No entanto, a
maioria dos trabalhos que procuraram relacionar a sensibilidade ao contraste e o processo de
maturao do sistema visual foram realizados com crianas, utilizando padres de estmulos
visuais do tipo grade senoidal linear. Diante disto, o objetivo do presente estudo foi
caracterizar a SC de adolescentes e adultos utilizando estmulos visuais circulares
concntricos. Participaram deste estudo 20 indivduos de ambos os sexos: Grupo A (10
adolescentes na faixa etria de 13-19 anos; M = 16,5; DP = 1,65); e Grupo B (10 adultos na
faixa etria de 20-26 anos; M = 21,8; DP = 2,04). Utilizou-se o mtodo psicofsico da
escolha forada entre duas alternativas temporais (2AFC) para medir a sensibilidade ao
contraste nas frequncias espaciais de 0,6; 2,5; 5 e 20 graus de ngulo visual (cpg). A anlise
de varincia (ANOVA One Way) mostrou diferena significativa entre os grupos (F [(4;
237) = 3,74; p < 0,05]). O teste post-hoc Tukey HSD apresentou diferena significativa para
as frequncias 0,6 (p < 0,05) e 20 cpg (p <0,05). Os adolescentes foram menos sensveis na
frequncia espacial baixa (0.6cpg) e mais sensveis na frequncia alta (20 cpg), quando
comparados aos adultos. Estes resultados sugerem que o contraste de luminncia se
comporta de forma diferente quanto aos mecanismos sensrios que processam o contraste ao
longo da maturao do sistema visual. Estudos desta natureza podem contribuir para
melhorar o processo de caracterizao dos mecanismos visuais em jovens e adultos. Alm
disso, os estmulos visuais circulares concntricos ofereceram uma boa medida para avaliar
os efeitos da idade sobre a SC em reas corticais superiores.
Contato: [email protected]

152

4.15 - MEDIDAS PSICOFSICAS DO CONTRASTE VISUAL: EFEITO DA


DESNUTRIO EM REAS VISUAIS CORTICAIS
Kamila Maria de Albuquerque F. Santos, Natlia Almeida, Prof. Doutor Natanael Antonio
dos Santos
Universidade Federal da Paraba
Eixo Temtico: Percepo e Psicofsica
Palavras-chave: desnutrio, sensibilidade ao contraste, percepo visual.
As consequncias da desnutrio precoce aparecem como alterao do
comportamento e da cognio, alterao do crescimento somtico e alteraes metablicas.
Alm disso, o sistema nervoso central em desenvolvimento corre o risco de sofrer alteraes
graves, fisiolgicas e morfolgicas, como distrbios anatmicos, bioqumicos e
comportamentais, bem como alteraes no desenvolvimento do contraste e da acuidade
visual. Sabe-se que a cognio dependente de um funcionamento perfeito das estruturas
cerebrais superiores envolvidas na percepo. Pesquisas sugerem que existem dficits em
reas corticais responsveis pelo processamento visual em crianas desnutridas, visto que as
informaes que chegam ao crtex visual primrio, so distribudas para demais reas de
modo a concentrar caractersticas especficas, como por exemplo, as reas visuais
secundrias V2, V3, V4 e V5 (ou MT). A maioria dos estudos psicofsicos envolvendo a
funo de sensibilidade ao contraste (FSC) utiliza estmulos de grades senoidais baseados na
ideia de que estmulos dessa natureza possibilitam o mapeamento de vias e reas que
respondem seletivamente a atributos especficos da cena visual. Desta forma, os dados
encontrados mostram que os tipos de desnutrio (atual e pregressa) interagem de formas
diferentes com os mecanismos sensrios que processam contraste. O estudo buscou avaliar a
percepo visual de crianas com e sem histria de desnutrio. Mediu-se a Sensibilidade ao
Contraste (SC) visual de 14 crianas de 5 a 12 anos de ambos os sexos. Foram utilizados
como estmulos visuais de teste: Grade senoidal angular com frequncias de 3,0; 12,0; 24,0;
48,0; 96,0 cpg. Os participantes tinham que escolher entre os estmulos qual era o estmulo
teste atravs do mtodo psicofsico da escolha forada entre duas alternativas temporais
(2AFC). A ANOVA mostrou diferena significativa entre os grupos [F(4, 472) = 5,0441; p<
0,001], e a anlise com teste Newman Unequal HSD mostrou que houve diferena
significativa para a freqncia 3,0 (cpg). Pode-se observar que o grupo de crianas com DEP
pregressa foram cerca de 1,93 menos sensveis que as crianas sem DEP na frequncia de
3,0 (cpg). No geral, a pesquisa em questo nos mostrou a ligao direta dos efeitos da
desnutrio (atual e pregressa) na percepo visual, ou no processamento visual de estmulos
de grade senoidal angular. Visto que as crianas com DEP atual precisaram de mais
contraste para perceber as frequncias espaciais baixas e mdias e as crianas com DEP
pregressa precisaram de mais contraste para perceber as frequncias baixas.
Contato: [email protected]
Fomento: CNPq; UFPB

153

4.16 - INFLUNCIA DO ENVELHECIMENTO SOBRE A FUNO DE


SENSIBILIDADE AO CONTRASTE E FUNES COGNITIVAS: ESTUDO
TRANSVERSAL E CORRELACIONAL
Joenilton Saturnino Caz da Silva1, Maria Jos Nunes Gadelha1, Natanael Antonio dos
Santos1, Bernardino Fernndez Calvo2
1

Universidade Federal da Paraba, 2Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Eixo Temtico: Percepo e Psicofsica


Palavras-chave: funo
envelhecimento.

sensibilidade

ao

contraste,

medidas

neuropsicolgicas,

O envelhecimento exerce profundo impacto na eficcia geral dos sistemas


sensoriais, principalmente visual, e cognitivo. O presente trabalho objetivou avaliar como a
Sensibilidade ao Contraste, funo relevante do sistema visual, e alguns Processos
Cognitivos, com demanda de carga perceptiva, se apresentam em adultos e idosos, buscando
posteriormente verificar possveis interaes entre essas medidas. Para tal proposito foi
selecionada uma amostra de 20 adultos e idosos livres de doenas, divididos em dois grupos:
G1 composto por dez voluntrios, com idades variando entre 20 a 29 anos (M= 24,00; DP=
2,16); G2 com dez participantes com mdia de 68 anos (DP= 6,54). Cada participante foi
submetido a duas sesses experimentais, onde na primeira delas realizava-se o teste de
Sensibilidade ao Contraste para estmulos do tipo grade senoidal vertical nas frequncias
0,6; 2,5; 5 e 12 ciclos por graus de ngulo visual (cpg). No dia posterior voltava-se ao
laboratrio para a realizao do reteste das mesmas frequncias. Parte dos testes cognitivos
era aplicada na primeira sesso e o restante na segunda. Os resultados mostraram que os
adultos tiveram melhores indicadores de sensibilidade ao contraste do que os idosos nas
frequncias 2,5 (z = -3,78; p < .001); 5 (z = -3,78; p < .001) e 12 (z = -3,78; p < .001) cpg,
demonstrando alteraes na Sensibilidade ao Contraste relacionada ao envelhecimento.
Correlaes negativas entre a varivel idade e as pontuaes nos testes neuropsicolgicos
indicaram um comprometimento de todos os processos cognitivos avaliados a medida em
que a idade aumentava. Em anlises subsequentes foi verificado que as frequncias mdias
(2,5 e 5 cpg) e altas (12 cpg) foram as que apresentaram melhores indicadores de correlao
com os testes neuropsicolgicos. Ao se excluir o efeito da idade no foram encontradas
correlaes significativas entre quaisquer das frequncias espaciais e as medidas
neuropsicolgicas. A possvel relao entre habilidades visuais, especialmente sensibilidade
ao contraste e capacidades cognitivas, e como estas sofrem comprometimento ao longo do
envelhecimento pode ser compreendida atravs de algumas hipteses. Dentre elas pode-se
citar a que postula a ideia de que o processo de envelhecimento normal provoca uma
diminuio da eficincia do sistema sensorial visual e cognitivo, refletido no desempenhar
de suas funes. Em suma, pode-se inferir que ambos as medidas, sensibilidade ao contraste
e pontuaes neuropsicolgicas demonstraram reduo ao longo do avano da idade. Alm
disso, verificou-se que a sensibilidade ao contraste, principalmente para as frequncias
mdias e altas apresentou correlaes fortes e positivas com as medidas cognitivas,
demonstrando algum tipo de interao entre as mesmas.
Contato: [email protected] / [email protected]

154

4.17 - INFLUNCIA DO CRONOTIPO E DO HORRIO DA MEDIDA NA


FUNO DE SENSIBILIDADE AO CONTRASTE
Michael Jackson Oliveira de Andrade, Victor Hugo Dias Pereira, Luiz Henrique de Carvalho
Diniz Melo, Natanael Antonio dos Santos
Departamento de Psicologia, Universidade Federal da Paraba
Eixo temtico: Percepo e Psicofsica
Palavras-chave: cronobiologia, ritmo circadiano, sistema visual, sensibilidade ao contraste.
Os seres vivos enfrentam variaes dirias de luminosidade que afetam processos
fisiolgicos e comportamentais associados viso. Dessa forma, a luz exerce um papel
fundamental para formao de aspectos perceptivos e cognitivos da viso. Esse estudo teve
como objetivo avaliar a funo de sensibilidade ao contraste (FSC) acromtico para
estmulos de grades senoidais verticais de frequncias espaciais de 0,2; 0,6; 1; 3,1; 6,1; 8,8;
13,2 e 15,6 ciclos por grau de ngulo visual, em um ritmo de 24 horas. Esse estudo foi
aprovado pelo Comit de tica da Universidade Federal da Paraba (protocolo n. 0318/12).
Participaram da pesquisa 18 voluntrios do sexo masculino com idade entre 19 e 31 anos.
Todos possuiam acuidade visual normal avaliada pelos cartes de optotpos E de Rasquim
(20/20). Os participantes foram divididos em grupos de acordo com o padro de
comportamento dirio: Matutino (n = 5; M = 22,8; DP = 2,39), Intermedirio (n = 9; M =
24,78; DP = 4,32) e Moderadamente vespertino (n = 4; M = 22,7; DP = 1,25). Utilizaram-se
como instrumentos o teste de Stroop para avaliar a ateno seletiva e o software Metropsis
para avaliar a FSC. Os estmulos foram apresentados em um monitor de vdeo colorido de
tudo de raio catdico com tela plana de 19; resoluo de 1.024 x 786 pixels e taxa de
atualizao de 100 Hz. O monitor foi controlado por um microcomputador por meio de uma
placa de vdeo com entrada VGA e DVI, conectado ao ViSaGe, um hardware gerador de
estmulos com linguagem computacional Matlab capaz de controlar precisamente a
voltagem da tela do monitor em 14 bits. Os participantes foram dormir aproximadamente s
00h20min (DP = 4515 min) e acordaram s 06h40min (DP = 4030 min) apresentando uma
amplitude de sono de 06h20min (DP = 5803 min). As medidas mostraram ndices
satisfatrios para qualidade (M = 0,82; DP = 0,7), latncia (M = 0,81; DP = 0,9) e durao
do sono (M = 0,75; DP = 0,6). Alm disso, os dados mostraram escores atencionais e de
qualidade de sono constantes. A FSC apresentou variao diria para indivduos Matutinos
[F (2; 9) = 11,45; p < 0,05; = 0,87] e Intermedirios [F (2; 161) = 1,94; p < 0,05; =
0,28]. Dessa forma, indivduos Matutinos so mais sensveis para frequncia espacial mdia
(3,1 cpg) durante o perodo da manh, quando comparado ao perodo da tarde e noite.
Ainda, indivduos Intermedirios so mais sensveis para frequncia espacial mdia (1 cpg)
durante o perodo da manh quando comparado ao perodo da noite. Considerando que
estmulos fticos modulam informaes visuais e que a sensibilidade ao contraste foi
alterado em um ritmo dirio, pode-se concluir que a FSC pode ser um bom indicador do
ritmo circadiano.
Contato: [email protected]
Fomento: Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel Superior (CAPES)

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4.18 - EFEITOS DO CONSUMO CRNICO DE LCOOL NA SENSIBILIDADE AO


CONTRASTE DE LUMINNCIA DE ADULTOS
Jssica Bruna Santana Silva, Melyssa Kellyane Cavalcanti-Galdino, llen Dias Niccio da
Cruz, Michael Jackson Oliveira de Andrade, Renata Maria Toscano Barreto Lyra
Nogueira, Natanael Antonio dos Santos
Universidade Federal da Paraba, Universidade Federal de Pernambuco
Eixo Temtico: Percepo e Psicofsica
Palavras-chave: alcoolismo, mtodo psicofsico, frequncia espacial, sensibilidade ao
contraste.
O alcoolismo um problema de sade pblica mundial e pode ser definido como
um distrbio crnico de dependncia do lcool. O consumo excessivo ou crnico dessa
substncia ao longo do tempo causa alteraes estruturais, cognitivas e comportamentais no
Sistema Nervoso Central. Nesse sentido, o objetivo deste estudo foi medir a sensibilidade ao
contraste visual (CS) de luminncia utilizando grades senoidais verticais com frequncias
espaciais de 0,6, 2,5, 5,0 e 20,0 ciclos por grau de ngulo visual (cpg) em alcoolistas em
perodo de abstinncia. Participaram da pesquisa 20 voluntrios distribudos em dois grupos:
o grupo de estudo (GE), composto por 10 voluntrios com histria clnica de abstinncia de
alcoolismo crnico, com idades de 26-59 anos (M= 47,1, DP= 11,2), que haviam consumido
lcool por um perodo de 6-27 anos (m= 17,6, dp= 8,51) e no faziam uso de lcool h pelo
menos um ano (M= 12,65, DP= 8,76); e o grupo controle (GC), formado por 10 voluntrios
saudveis com idades entre 21-58 anos (M= 31,7, DP= 13,5). Todos os participantes
apresentavam acuidade visual normal ou corrigida e estavam livres de doenas
identificveis. Os estmulos visuais foram gerados em um monitor de vdeo CRT (Cathodic
Ray Tube), LG colorido de 19 polegadas, com resoluo da tela 1024x768 pixels, frequncia
de atualizao da imagem de 70 Hz, alm do programa LightScan com um fotmetro
OptiCAL para medir a luminncia mdia da tela do monitor (41.2 cd/m2). Alm disso, foi
utilizado o Inventrio de Depresso de Beck (BDI) para avaliar os sintomas depressivos dos
participantes. Nenhum participante obteve um resultado acima do ponto de corte (20), com
mdia de 10,3 (DP= 8,3). Utilizou-se o mtodo psicofsico da escolha forada entre duas
alternativas temporais (2AFC) para mensurar a CS. A tarefa do participante foi identificar
binocularmente o estmulo teste. A anlise de varincia (two way) mostrou diferena
significativa entre os grupos [F (1, 238) = 134,52, p = 0,001; 2 = 0,32] e interao entre as
frequncias espaciais [F (4, 235) = 668,75, p = 0,001]. Os resultados mostraram diferenas
significativas para todas as frequncias espaciais testadas (p<0,001). Estes achados sugerem
alteraes na percepo visual associadas ao uso crnico de lcool, mesmo depois de anos
de abstinncia. Contudo, faz se necessrio a realizao de novas pesquisas procurando
refinar as caractersticas da amostra para estabelecer parmetros mais homogneos intra e
entre grupos e melhor esclarecer o efeito do uso crnico de lcool na percepo visual.
Contato: [email protected]

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4.19 - EFEITOS MEDICAMENTOSOS NA SENSIBILIDADE AO CONTRASTE


ACROMTICA DE ESQUIZOFRNICOS
Jssica Bruna Santana Silva1, Michael Jackson Oliveira de Andrade, Kamila Maria de
Albuquerque F. Santos1, Paloma Cavalcante Bezerra de Medeiros3, Renata Maria Toscano
Barreto Lyra Nogueira, Natanael Antonio dos Santos
1

Universidade Federal da Paraba, Universidade Federal de Pernambuco, 3Universidade


Federal do Piau
Eixo Temtico: Percepo e Psicofsica

Palavras-chave: esquizofrenia, psicotrpicos, psicofsica, sensibilidade ao contraste.


Os transtornos neuropsiquitricos figuram entre os problemas mais agravantes
alteraes cognitivas e comportamentais no Sistema Nervoso Central. O tratamento com
base em drogas psicotrpicas em pacientes esquizofrnicos modula a variao de luminncia
espacial para estmulos elementares no processamento de respostas visuais. Desta forma, o
objetivo desse estudo foi mensurar a funo de sensibilidade ao contraste (FSC) espacial
utilizando estmulos com grades senoidais angulares. Participaram do estudo 22 voluntrios
com idade entre 22 e 48 anos distribudos em quatro grupos: grupo controle (GC), composto
por 10 sujeitos isentos de transtornos neuropsiquitricos; grupo de estudo I (GEI), composto
por cinco voluntrios que faziam uso apenas de antidepressivos; grupo de estudo II (GEII),
composto por quatro sujeitos que faziam uso de antidepressivos e ansiolticos e; grupo de
estudo III (GEIII), composto por trs sujeitos que faziam uso de antipsicticos. Todos os
participantes apresentavam acuidade visual normal ou corrigida (20/20). Para mensurar a
FSC utilizaram-se estmulos elementares acromticos com padres de grade senoidal
angular com frequncias espaciais de 2, 4, 24, 48 e 96 ciclos/360. Os estmulos visuais
foram gerados em um monitor de vdeo CRT (Cathodic Ray Tube), LG colorido de 19
polegadas, com resoluo da tela 1024x768 pixels, frequncia de atualizao da imagem de
70 Hz. Utilizou-se o mtodo psicofsico da escolha forada entre duas alternativas temporais
(2AFC) para mensurar a curva de sensibilidade ao contraste. A ANOVA (two way)
apresentou diferena significativa entre o GC e todos os grupos de estudo [F(12, 1744) =
6,4660; p < 0,001]. O teste post-hoc Unequal HSD mostrou diferena significativa para
frequncia espacial de 24 ciclos/360 (p < 0,001) entre o GEI e o GEII, no qual o GEII
precisou de 1,3 a mais de contraste para perceber o estmulo padro. Alm disso, o GEI foi
mais sensvel que o GEIII nas frequncias de 24 e 48 ciclos/360 (p < 0,001), no qual o
GEIII precisou, respectivamente, de 1,47 e 1,58 a mais de contraste. Estes resultados
indicam que pacientes esquizofrnicos medicados podem ter alteraes no processamento
visual de contraste de luminncia, principalmente os que fazem uso de antipsicticos.
Contudo, faz se necessrio a realizao de novas pesquisas visando esclarecer os efeitos de
psicotrpicos associados a percepo visual.
Contato: [email protected]
Fomento: PIBIC; CNPq

157

4.20 - AVALIAO DE ALTERAES PERCEPTUAIS ATRAVS DA


SENSIBILIDADE AO CONTRASTE EM PACIENTES ESQUIZOFRNICOS
MEDICADOS
Thiago Monteiro de Paiva Fernandes, Natanael Antonio dos Santos, Renata Maria Toscano
Barreto Lyra Nogueira
Universidade Federal da Paraba
Eixo Temtico: Transtornos Neuropsiquitricos e Doenas Neurolgicas
Palavras-chave: percepo visual, sensibilidade ao contraste, esquizofrenia.
O presente estudo tem como objetivo investigar possveis alteraes na percepo
visual humana relacionadas com a esquizofrenia e o uso teraputico de drogas psicotrpicas.
A esquizofrenia um transtorno mental severo e crnico que afeta aproximadamente 1% da
populao mundial, caracterizado por apresentar sintomas positivos como delrios e
alucinaes e sintomas negativos como apatia e embotamento afetivo. Para tanto, realizou-se
medidas de sensibilidade ao contraste (SC), uma das ferramentas clnicas mais ricas e
utilizadas para avaliao do sistema visual humano (SHV). Assim, participaram 10
voluntrios com idade entre 21 e 41 anos, acuidade visual normal ou corrigida e
escolaridade similar entre os grupos. Dentre eles, 5 utilizavam antipsicticos (Grupo
Experimental - GE) e 5 isentos de patologias (Grupo Controle - GC). Mediu-se a Funo de
sensibilidade ao contraste para estmulos de grade senoidal vertical com frequncias
espaciais de 0,25; 2,0; 4,0 e 8,0 cpg, utilizando o mtodo psicofsico da escola forada com
duas alternativas temporais. As medidas foram obtidas com viso binocular e luminncia
mdia de 40,1 cd/m. Os participantes foram orientados a pressionar o boto do controle que
indicasse a posio (direita ou esquerda) do estmulo apresentado. A anlise de varincia
com a Anova One-way mostrou diferena significante entre os grupos (F (4, 100) = 16,77; p
< 0,001). J o teste post hoc Tukey HSD mostrou diferena significante apenas na
frequncia de 4 e 8 cpg (p < 0,01). O grupo controle foi mais sensvel 2,85 e 7,5 que o grupo
experimental nas freqncias de 4 e 8 cpg, respectivamente. Estes resultados sugerem
alteraes nos mecanismos visuais que processam grades senoidais verticais associadas
esquizofrenia.
Contato: [email protected]

158

4.21 - ALTERAES NA ORGANIZAO PERCEPTUAL EM PORTADORES DE


ESQUIZOFRENIA: UM ESTUDO BIBLIOGRFICO ENTRE 2012 A 2014.
Mariana Bentzen Aguiar, Ndia Oliveira da Silva, Renata Maria Toscano Barreto Lyra
Nogueira
Universidade Federal de Pernambuco
Eixo temtico: Percepo e Psicofsica
Palavras-chave:
bibliogrfico.

percepo,

organizao

perceptual,

esquizofrenia,

levantamento

A esquizofrenia uma sndrome heterognea altamente incapacitante que envolve


srios distrbios neurofisiolgicos, neuroqumicos, psicolgicos e sociais. Pode ser
acompanhada de prejuzos sensoriais e cognitivos. Contudo, os distrbios na percepo
visual esto entre as caractersticas mais significativas da esquizofrenia. O presente trabalho
tem como objetivo, traar uma reviso bibliogrfica, entre os anos de 2012 a 2014, acerca
das alteraes na visuo-perceptuais associadas a esquizofrenia. Para isso, foi realizado um
levantamento bibliogrfico no peridico PubMEd, utilizando as palavras chave visual
perception e schizophrenia. Somente foram includos na pesquisa artigos que
contemplassem o nosso tema e que possuam o Free PMC article ou Freearticle. Foram
encontrados 340 artigos, contudo, apenas 27 se encontrarem dentro dos critrios de incluso.
A maioria dos trabalhos datavam do ano de 2013 (63%), seguido por 2012 (33%) e,
finalmente, 2014 com apenas um artigo (4%). No obstante, os artigos foram divididos em
eixos de acordo com o enfoque que dava ao estudo da percepo: de contraste (6 artigos),
faces (4), processamento visual (10), forma e tamanho (1) e, por fim, frequncias espaciais
(5). Ademais, em todos os trs anos h uma predominncia entre seus artigos da temtica
processamento visual empatando somente, no ano de 2014, com o tema percepo de
contraste. Esta nfase pode ser interpretada pelo fato do estudo do processamento visual ser
produzido quando buscava-se compreender como se dava a percepo visual. Somente aps
uma compreenso geral que os estudos passaram a enfatizar, cada vez mais, uma temtica
em especial. Com relao metodologia utilizada pelos respectivos artigos, houve uma
prevalncia do uso de: (i) elementos alvo de Gabor e grades senoidais horizontais, com uma
mdia de 3 frequncias espaciais nos estudos de percepo de contraste; (ii) uso de imagens
para reconhecimento das emoes sob monitorao de EEG, fMRI e neuroimagem em
percepo de faces; (iii) uso de imagens com tomografia computadorizada, EEG, elementos
alvo Gabor, nos estudos de processamento visual; (iv) iluso de Ebbinghaus no artigo
encontrado sobre percepo de forma e tamanho; e (v) uso de imagens, fMRI e EEG nos
estudos de freqncias espaciais. Esses achados apontam para o aumento do uso de tcnicas
que permitem o mapeamento das funes mentais e estruturas cerebrais, possibilitando
observar de forma confivel, a organizao perceptual dos portadores de esquizofrenia. Com
isto, o presente trabalho nos permitiu averiguar de forma sistemtica, os achados e as
lacunas relacionadas as disfunes perceptuais na esquizofrenia. Neste sentido, estudos que
investiguem fatores que contribuem para induzir, acentuar ou atenuar alteraes na visuoperceptuais nesta patologia podem auxiliar na compreenso da fisiopatologia deste
transtorno e/ou auxiliar numa conduta clnica favorvel ao paciente.
Contato: [email protected]

159

4.22 - UMA REVISO SISTEMTICA DA SNDROME DE MEARES-IRLEN: DE


1992 A 2014
Mariana Bentzen Aguiar, Mariana Correia de Barros, Renata Maria Toscano Barreto Lyra
Nogueira
Universidade Federal de Pernambuco
Eixo Temtico: Percepo e Psicofsica
Palavras-chave: reviso de literatura, Sndrome de Meares-Irlen, percepo visual.
A sndrome de Meares-Irlen (MIS) caracterizada por distores na percepo
visual e sintomas de estresse visual que se mantm constantes aps possveis intervenes
ortpticas, mas so aliviados atravs do uso de filtros ou transparncias coloridas (overlays).
Na bibliografia h duas principais explicaes para a etiologia da sndrome: uma relacionada
ao padro do olhar e a outra referente a uma hiperexcitabilidade cortical. Por suas possveis
causas e mltiplos sintomas a MIS pode ser conhecida como Sndrome de Irlen (SI),
Sndrome da Sensibilidade Escotpica (SSS), Meares-Irlen Syndrome/visual stress
(MISViS), dentre outras nomenclaturas. Da mesma forma que ainda no h um maior
consenso na literatura acerca da nomenclatura da sndrome, tambm se averigua
divergncias sobre o que determina o diagnstico da MIS. Em geral, o diagnstico recai
sobre o uso das overlays/filtros coloridos pelo indivduo, ou quando h de fato uma melhora
de no mnimo 5% nos testes de leitura com o uso das overlays ou filtros coloridos apesar
de haverem outras metodologias para diagnosticar a sndrome. O tratamento da MIS feito
com os filtros colorido embora alguns os estudos ainda procurem comprovar a eficcia
destas. Frente a este panorama insipiente e bastante divergente sobre a MIS, este trabalho
tem como foco fazer um apanhado geral do que se estuda e se fala na literatura acadmica
sobre a MIS atravs dos peridico Pudmed e o Google acadmico. Tendo como objetivo
fazer uma sistematizao dos principais achados, tipos de metodologia e diferentes enfoques
destes artigos. As palavras chaves foram todas as nomenclaturas supracitadas da sndrome (a
saber, MIS, SI, SSS, MISViS) e foram includos no estudo todos os artigos que (i) falassem
sobre a MIS independente de como intitulasse-a e/ou sobre o uso das overlays e filtros
coloridos, e (ii) estivessem disponveis gratuitamente para a Universidade Federal de
Pernambuco. Ao total foram encontrados 40 arquivos sobre a MIS (12 no Pubmed e 28 no
Google Acadmico). Foram analisados apenas 38 artigos, deixando de fora uma tese e uma
carta para o editor produzida por Kappor, por no serem relevante para este estudo. Os
artigos divididos em 2 grandes blocos (um com enfoque na sndrome e o outro nas
overlays), subdivididos em 2 subclasses. A subclasse 1 falando a sndrome (possveis
caractersticas, estudos de neuroimagem, sensibilidade ao contraste, da etiologia, etc.). A
subclasse 2 que procura ver a relao da MIS com outras populaes. No outro grupo, a
subclasse 3, procura avaliar a eficcia das overlays. E, por fim, a subclasse 4 que aborda a
especificidade da escolha das overlays. Todos esses artigos vm apontar alguns problemas
conceituais, metodolgicos e evidenciam possveis conflitos entre os achados na literatura,
alm de uma forte dificuldade de mensurar quando h ou no o diagnstico ou uma melhora
no grau do acometimento da MIS. Esta dificuldade, j averiguada em um trabalho a cinco
anos atrs, parece tentar ser sanada pelos estudiosos, que procuram investigar a etiologia,
caractersticas gerais, distrbios e/ou disfunes referente a sndrome, analisando o seu
tratamento, o papel das overlays neste mbito, dentre outros aspectos.
Contato: [email protected]

160

4.23 - EFEITOS DA MANIPULAO DA INTENSIDADE EMOCIONAL PELA


TCNICA DE MORPHING NOS BANCOS DE FACES JACFEE E NIMSTIM
Rianne Gomes e Claudino, Thobias Cavacanti Laurindo Pereira, Nelson Torro Alves
Universidade Federal da Paraba
Eixo temtico: Mtodos em Neurocincias
Palavras-chave: expresses faciais, morphing, JACFEE, NimStim.
Com a relevncia do estudo das emoes e interao social nas ltimas dcadas
foram criados e validados conjuntos de expresses faciais em diferentes contextos
socioculturais, pretendendo-se padronizar os estmulos usados nas investigao do
reconhecimento emocional. O presente estudo teve por objetivo investigar a percepo de
expresses faciais estticas e dinmicas em 29 voluntrios saudveis [Idade Mdia = 21,33
anos, DP = 2,49] nos bancos Japanese and Caucasian Facial Expressions of Emotion
(JACFEE) e NimStim Emotional Face Stimuli Database. O experimento foi constitudo de
duas sesses. Na primeira sesso, foram apresentados estmulos estticos (fotografias) em
diferentes gradaes (25%, 50%, 75% e 100%). Na segunda, foram apresentados estmulos
dinmicos (vdeos) nas mesmas intensidades. Para a anlise dos dados, realizou-se uma
ANOVA de modelo: (2 bancos x 4 Emoes x 4 Intensidades) x 2 condies. A anlise
estatstica no mostrou diferenas significativas no reconhecimento das expresses faciais
em ambas as condies pertencentes aos dois bancos de faces. Contudo, observou-se que as
expresses com intensidade de 25% (condio esttica) e 50% (condio dinmica) foram
mais bem reconhecidas no banco NimStim, enquanto as intensidades de 75% (condio
esttica) e 100% (condio dinmica) foram mais bem reconhecidas no banco JACFEE.
possvel inferirmos que a manipulao dos estmulos seria mais eficaz no banco NimStim,
possivelmente devido ao padro facial das expresses, que facilitou a produo de estmulos
de maior qualidade entre a face neutra e a forma expressiva.
Contato: [email protected]

161

4.24 - RECONHECIMENTO DAS EXPRESSES FACIAIS DAS EMOES EM


CRIANAS ATRAVS DE ESTMULOS PICTOGRFICOS
mille Burity Dias, Carla Alexandra da Silva Moita Minervino, Nelson Torro-Alves
Universidade Federal da Paraba
Eixo Temtico: Processos Cognitivos
Palavras-chave: emoes, reconhecimento de expresses faciais, competncia emocional.
Inseridas nas complexas capacidades de adaptao do organismo ao meio, as
emoes apresentam-se como importantes fontes de informao e fundamentais reguladoras
interpessoais do comportamento. A capacidade de compreender as emoes envolve o
reconhecimento das expresses faciais, o entendimento de suas causas externas e suas
relaes com outros estados mentais (crenas), assim como suas formas de regulao e
ambivalncia. Este estudo teve por objetivo investigar a capacidade de reconhecimento das
expresses faciais de crianas atravs da apresentao de estmulos pictogrficos, assim
como investigar as denominaes utilizadas no reconhecimento das emoes. Participaram
40 crianas de ensino fundamental de escolas pblicas, com idade mdia de 7,7 anos
(Dp=1,45), divididas em dois grupos, a saber: (1) mais novas com 6 a 7 anos e (2) mais
velhas com 8 a 11 anos. As crianas realizaram tarefas de reconhecimento e denominao
de emoes: bsicas, complexa e neutra. Para a anlise do reconhecimento emocional de
expresses faciais foram utilizadas representaes pictogrficas de imagens da srie
Radboud Faces Database. Os resultados indicaram diferenas estatisticamente significativas
entre o reconhecimento dos estmulos pictogrficos entre os grupos. As crianas mais velhas
foram mais hbeis no reconhecimento das expresses faciais das emoes em estmulos
pictogrficos, principalmente quando eram expressas por desenho de meninos. Com respeito
a anlise semntica, as crianas mostraram-se competentes para denominar as emoes
bsicas, no entanto, as denominaes no foram congruentes para a emoo complexa. O
avanar da idade consiste no fator que potencializa maiores xitos nas tarefas de
identificao das expresses faciais. A frequncia de denominaes satisfatrias para as
emoes bsicas corrobora as perspectivas tericas que indicam a presena de melhorias
nessa capacidade entre os 5 e os 8 anos de idade.
Contato: [email protected]

162

4.25 - RECONHECIMENTO DE EXPRESSES FACIAIS EM CRIANAS ENTRE


OS 6 E 11 ANOS DE IDADE
Natany de Souza Batista, Larissa Alves Oliveira, Nelson Torro Alves
Universidade Federal da Paraba
Eixo Temtico: Mtodos em Neurocincias
Palavras-chave: validao, banco de expresses faciais, emoes, crianas.
Nos ltimos anos, crticas tm sido feitas com relao ao uso de estmulos faciais
estrangeiros na pesquisa sobre o reconhecimento emocional. Este trabalho teve por objetivo
avaliar o reconhecimento de expresses faciais em crianas com estmulos provenientes da
populao brasileira. Participaram do estudo 37 crianas, sendo 29 do sexo feminino e 8
masculino, com idades variando entre 6 a 11 anos (M=8,6 DP=1,36).No teste, as crianas
sentaram-se em frente ao computador e receberam as instrues do tarefa. O software
Superlab 2.0 foi usado no controle da apresentao dos estmulos e coleta das respostas.
Foram apresentadas 98 fotografias: 10 modelos (06 homens e 04 mulheres) com as 7
expresses bsicas (alegria, tristeza, medo, raiva, surpresa, nojo e neutra). Cada face foi
apresentada na tela do computador em conjunto com sete possveis opes de resposta e a
crianas deveriam indicara emoo da face observada. Os dados foram agrupados em grupo
1, crianas com idades entre 9 a 11 anos, e grupo 2, crianas com idades entre 6 a 8
anos.Uma ANOVA Between-Within para medidas repetidas indicou diferenas
significativas entre os grupos [F(1,35) = 6, 174, p < 0,01], com as crianas mais velhas
apresentando um melhor reconhecimento.As expresses que obtiveram maior diferena no
reconhecimento foram surpresa e a face neutra. Tambm foram calculadas as frequncias de
acertos das emoes atribudas. Em ambos os grupos, as emoes de alegria, raiva, tristeza e
nojo tiveram alta taxa de reconhecimento, acima de 77%. Em consonncia com outras
pesquisas, a emoo de alegria obteve o maior taxa de reconhecimento (Grupo1: 95,95% e
Grupo 2 : 98,75%). A expresso de medo teve uma taxa de reconhecimento inferior a 60%
em ambos os grupos, sendo confundida com surpresa. Os resultados indicam haver um
aperfeioamento no reconhecimento emocional na faixa etria entre os 9 e 11 anos,
especialmente para a identificao da emoo de surpresa e a face neutra.
Contato: [email protected]
Fomento: CNPq

163

4.26 - RECONHECIMENTO DE EXPRESSES FACIAIS EM IDOSOS: UMA


REVISO SISTEMTICA
Cyntia Digenes Ferreira, Nelson Torro Alves, Maria Jos Nunes Gadelha, gina Karoline
Gonalves da Fonseca
Universidade Federal da Paraba
Eixo Temtico: Processos Cognitivos
Palavras-chave: expresses faciais, envelhecimento, emoo.
As alteraes no funcionamento cognitivo e perceptivo so caractersticas no
processo de envelhecimento. No presente trabalho foi realizada uma reviso sistemtica de
estudos que avaliaram o reconhecimento facial de emoes em idosos sem patologias.
Buscou-se nas bases de dados eletrnicas PsycNET, Pubmed, e Web of Science, utilizando as
palavras-chave facial expressions and aging. Assim, foram selecionados 15 artigos
publicados entre 2003 a 2014. De um modo geral, verificou-se que os idosos apresentaram
um declnio no reconhecimento de emoes, principalmente no reconhecimento de emoes
negativas. No entanto, foram identificados alguns estudos que apresentaram a emoo de
nojo com um reconhecimento significativo por parte dos idosos em comparaes com as
amostras estudadas. Uma limitao para a generalizao dos resultados dos estudos reside na
diversidade de recursos metodolgicos utilizados, e ainda, em sua maioria, a utilizao de
estmulos emocionais estticos em detrimento das expresses dinmicas, o que pode refletir
em diferenas no reconhecimento.
Contato: [email protected]

164

4.27 - COMPARAO ENTRE O RECONHECIMENTO DE EXPRESSES


FACIAIS DA EMOOEM CRIANAS, ADULTOS E IDOSOS
Natany de Souza Batista, Larissa Alves Oliveira, Marcelli Roberto Rodrigues, Nelson Torro
Alves
Universidade Federal da Paraba
Eixo Temtico: Mtodos em Neurocincias
Palavras-chave: validao, banco de expresses faciais, desenvolvimento, emoes.
Estudos em psicologia e neurocincias tm utilizado expresses faciais para estudar
o reconhecimento emocional ao longo do desenvolvimento. No presente estudo, foi
explorado o reconhecimento de expresses faciais em crianas, jovens adultos e idosos com
estmulos faciais provenientes populao brasileira. Participaram do estudo 35 estudantes
universitrios (16 homens e 19 mulheres, maiores de 18 anos, Idade mdia= 23,0, DP=
3,45), 23 idosos (6 homens e 11 mulheres; Idade mdia =68,34, DP=7,86) e 37 crianas com
idades variando entre 6 a 11 anos (29 do sexo feminino e 8 do masculino, Idade mdia=8,6,
DP=1,36). No estudo, os participantes foram solicitados a sentar-se em frente ao computador
e receberam as instrues da tarefa. O software Superlab 2.0 foi usado no controle da
apresentao dos estmulos e coleta das respostas dos participantes. Foram apresentadas 98
fotografias, sendo 10 modelos (06 homens e 04 mulheres) com as 7 expresses bsicas
(alegria, tristeza, medo, raiva, surpresa, nojo e neutra). Cada face foi apresentada na tela do
computador em conjunto com sete possveis opes de resposta. Os participantes indicavam
a opo de resposta que melhor se ajustava expresso observada. Para a anlise dos
resultados, foram calculadas as frequncias de acertos das emoes. As expresses de
alegria, raiva, tristeza e a face neutra apresentaram alta frequncia de reconhecimento, acima
de 70%, para todos os grupos. Verificou-se uma diminuio na capacidade de
reconhecimento dos idosos em relao aos outros grupos em todas as emoes, o que est
parcialmente de acordo com estudos que indicam haver um pior desempenho na senioridade
para o reconhecimento de emoes, especialmente as negativas. As crianas e adultos
apresentaram taxas de reconhecimento semelhantes, porm adultos reconheceram mais
facilmente as expresses de nojo, surpresa e a face neutra. A expresso de medo teve taxa de
reconhecimento por volta de 50% em todos os grupos, sendo na maioria das vezes
confundida com surpresa devido similaridade entre as expresses. Os achados do estudo
sugerem a presena de alteraes nos padres de reconhecimento emocional ao longo das
diferentes etapas do desenvolvimento.
Contato: [email protected]
Fomento: CNPq

165

4.28 - PROCESSAMENTO DE EXPRESSES FACIAIS EM PACIENTES COM


TRANSTORNO BIPOLAR E TRANSTORNO DEPRESSIVO MAIOR
Laura Damiani Branco1, Marcelo klock Bujak1, Jamille Saboia korndorfer1, Clarissa Martins
de Mello1, Andr Ponsoni1, Roberta Salvador-Silva1, Silvio Jos Lemos Vasconsellos,
Flvio Milman Shansis, Charles Cotrena1, Rochele Paz Fonseca1
1

Pontifcia Universidade Catlica do Rio Grande do Sul, 2Universidade Federal de Santa


Maria, 3Hospital Psiquitrico So Pedro

Eixo Temtico: Neuropsicologia Clnica e Experimental


Palavras-chave: expresses bsicas, Transtorno Bipolar, Transtorno Depressivo Maior,
software de expresses faciais.
Estudos atuais vm apontando que o Transtorno Bipolar (TB) pode apresentar
alteraes funcionais na circuitaria fronto-lmbica relacionadas a perodos de humor
denominados episdios depressivos, hipomanacos e/ou manacos. O Transtorno Depressivo
Maior (TDM), por sua vez, definido pela presena de alteraes de humor circunscritas ao
enfrentamento de episdios depressivos. Ambos transtornos esto relacionados a prejuzos
sociais, funcionais e laborais, assim como a danos neurocognitivos. O processamento e a
identificao das expresses faciais so fundamentais tanto para a comunicao quanto para
a interao social. Alguns estudos apontam prejuzo destas capacidades em portadores de
TB e TDM. Entretanto, h escassez de especificidade quanto relao destes prejuzos com
cada um destes quadros diagnsticos, especialmente em pacientes eutmicos. Desta forma, o
objetivo deste estudo foi comparar pacientes com TB, TDM e indivduos sem estas
patologias visando a analisar possveis disparidades entre os grupos quanto ao
reconhecimento de expresses faciais. Para tanto, foi utilizado um software de identificao
de expresses faciais apresentando as seis emoes bsicas e universais na espcie humana:
medo, tristeza, alegria, nojo, surpresa e raiva. A tarefa contm 78 imagens divididas em trs
blocos, que se distinguem pela durao do tempo pelo qual os estmuos so exibidos na tela
(200ms, 500ms e 1000ms). Ademais, os participantes foram solicitados a definir a
intensidade da emoo expressa em uma escala de 1 (pouco intensa) a 5 (muito intensa).
Foram selecionados para esse estudo 32 indivduos adultos (13 controles, 13 portadores de
TB, 7 portadores de TDM). A acurcia do reconhecimento facial e a atribuio de
intensidade de cada emoo foram comparados entre os grupos de participantes por meio de
One-Way ANOVA com nvel de significncia de p<0,05. Os resultados evidenciaram que
durante a exposio por 200ms, participantes com TB demonstraram menor sensibilidade
(acurcia no reconhecimento facial) s expresses de tristeza em comparao aos controles e
indivduos com TDM, e menor sensibilidade s expresses de medo em relao aos
pacientes com TDM. Para a exposio por 500ms, participantes controle julgaram
expresses de tristeza como sendo de menor intensidade do que bipolares e pacientes com
TDM. Na exposio por 1000ms, participantes com TB foram menos sensveis s
expresses de surpresa do que indivduos com depresso e sem transtornos, e julgaram
expresses de tristeza como sendo de maior intensidade do que aquela inferida pelo grupo
controle. Esses resultados convergem com achados atuais na literatura apontando prejuzos
no processamento emocional de pacientes com TB e TDM, e a estudos de neuroimagem, que
apontam uma hiperativao lmbica desses pacientes. Pacientes com TB tambm
demonstraram desempenho inferior no reconhecimento de expresses faciais quando
comparados a indivduos com TDM, sugerindo que o TB pode estar associado a prejuzos
mais graves no processamento emocional. Sugerem-se mais estudos envolvendo a
associao de distintos paradigmas de reconhecimento de faces, ferramentas de exame

166

neurocognitivo de funes executivas mais frias, tcnicas de neuroimagem funcional e


controle de fatores clnicos para a melhor compreenso e diferenciao do processamento
emocional nestes pacientes, assim como a observao de padres disfuncionais no
funcionamento neurocognitivo fronto-lmbico em quadros de humor.
Contato: [email protected]
Fomento: CAPES/FAPERGS; BPA/PUCRS

167

4.29 - INFLUNCIA DO TRAO DE EMPATIA E DE AFETO POSITIVO NA


AVALIAO EMOCIONAL DE FOTOGRAFIAS DE CENAS COM E SEM
INTERAO SOCIAL
Gabriela Guerra Leal de Souza1, Heraldo Diones Silva1, Cssia Regina Vieira Arajo1,
Bruna Eugnia Ferreira Mota1, Fernanda Silva Rodrigues de S1, Thiago Guimares
Teixeira1, Roberta Snia Rodrigues Alvares1, Jos Magalhes de Oliveira2, Eliane Volchan2,
Vanessa da Rocha Rego2, Rafaela Ramos Campagnoli2
1

Universidade Federal de Ouro Preto, 2Universidade Federal do Rio de Janeiro

Eixo Temtico: Neurocincia Comportamental


Palavras-chave: ativao, interao social, empatia, trao de afeto positivo, valncia.
De uma perspectiva evolutiva, responder prontamente a pistas pr-sociais tem
grande valor adaptativo, uma vez que favorece a manuteno de vnculos sociais, garantindo
a sobrevivncia das espcies sociveis, incluindo os seres humanos. Dada a relevncia
primordial para a sobrevivncia, sinais de elos sociais representam segurana e tem valor
hednico para as espcies sociveis. Os objetivos deste estudo foram: investigar a avaliao
da agradabilidade (valncia) e da ativao de fotografias de pessoas em cenas com e sem
interao social; e verificar a influncia dos traos de afeto positivo e de empatia.
Participaram do estudo 283 estudantes (182 mulheres) da Universidade Federal de Ouro
Preto (M = 21,5 anos; DP = 2,9). A avaliao das fotografias seguiu os padres do manual
do International Affective Picture System (IAPS). Os estudantes visualizaram 1 dos 10
blocos contendo 90 fotografias distribudas igualmente em 3 categorias: positivas (30),
neutras (30) e negativas (30). Todas as fotografias neutras e negativas foram provenientes do
IAPS. Dentre as fotografias positivas utilizadas em cada bloco, 16 foram do IAPS e 14
foram tiradas por fotgrafa profissional, agrupadas em duas subcategorias de interesse: fotos
de cenas com interao social (7) e fotos de cenas sem interao social (7), totalizando 70
fotos com interao e 70 fotos sem interao social. Posteriormente, os voluntrios
preencheram escalas de trao de afeto positivo e de empatia. Houve diferena significativa
entre a valncia das fotografias positivas, neutras e negativas, e entre a ativao das fotos
positivas e negativas em relao s neutras. As fotos com interao social foram
classificadas como mais agradveis e mais ativantes do que as fotos sem interao.
Encontramos correlaes positivas entre o trao de afeto positivo e as valncias das fotos
neutras, positivas, com interao e sem interao social; e a ativao das fotos neutras,
positivas e com interao social. O trao de empatia se correlacionou positivamente com a
valncia das fotos positivas, com interao e sem interao social, e com a ativao de todas
as categorias de fotos. Finalmente, os indivduos mais empticos classificaram as fotos
negativas como mais desagradveis. Conclumos que, cenas de interao social so
estmulos mais relevantes evolutivamente, visto que essa subcategoria de fotos foi
classificada como mais agradvel e mais ativante do que as fotos sem interao. Alm disso,
o trao de afeto positivo e de empatia parecem ser importantes moduladores da resposta
subjetiva a fotografias emocionais, influenciando no julgamento de valncia e ativao
emocional das mesmas.
Contato: [email protected]
Fomento: UFOP; CAPES; CNPq; FAPEMIG

168

4.30 - CENAS DE INTERAO SOCIAL IMPACTAM AS ATIVIDADES


CEREBRAL E MUSCULAR RELACIONADAS AO AFAGO
Rafaela Ramos Campagnoli, Laura Krutman2, Isabela Lobo, Jos Magalhes de Oliveira,
Cludia Domingues Vargas, Letcia de Oliveira2, Mirtes Garcia Pereira2, Isabel Antunes
David2, Eliane Volchan1.
Universidade Federal do Rio de Janeiro, Universidade Federal Fluminense
Eixo Temtico: Neurocincia Comportamental
Palavras-chave: interao social, EEG/ERP, EMG, toque social, potencial de prontido.
A visualizao de fotografias com cenas afetivas de interao social relatada
como muito agradvel e evoca predisposies para aes pr-sociais como proteger, abraar
e acariciar. A interao social bastante relevante biologicamente e apresenta caractersticas
funcionais que induzem cuidado e proximidade. O toque social (contato ttil prazeroso)
assume nos primatas, incluindo humanos, uma funo proeminente e particularmente
importante nos vnculos sociais. Estudos recentes revelaram a existncia de vias sensoriais
somestsicas dedicadas especificamente ao processamento do toque afetivo, entretanto,
circuitos motores pr-definidos para o toque social ainda no foram descritos. Estudo prvio
do nosso grupo mostrou reduo da amplitude de um potencial relacionado ao movimento
(potencial de prontido) precedendo a interao com estmulos agradveis (objetos). A
menor amplitude desse potencial est associada facilitao para planejar um movimento
compatvel com o contexto. O objetivo do presente estudo foi investigar representaes
motoras relacionadas ao toque social. Para isso utilizamos o registro eletroencefalogrfico e
estudamos o potencial de prontido, um marcador eletrofisiolgico para o planejamento
motor. Participaram do estudo 35 voluntrios destros (20 mulheres, idade mdia = 21,6 anos,
DP = 2,57). A tarefa consistiu em flexionar os dedos da mo esquerda (movimento
semelhante carcia) em um pano macio. Fotografias de dades em interao social
(condio com interao social) foram apresentadas por 8 segundos, enquanto os
participantes desempenhavam a tarefa. Os estmulos controle foram fotografias de dades
no interagindo (sem interao social). Registros eletromiogrficos de msculos flexores
dos dedos da mo esquerda foram coletados. Os registros eletroencefalogrficos e
eletromiogrficos foram comparados entre as condies de exposio a cenas com e
sem interao social. Mostrou-se menor amplitude do potencial de prontido quando os
participantes desempenhavam a tarefa visualizando fotografias de interao social em
comparao s fotografias controle. Adicionalmente, a amplitude da atividade
eletromiogrfica dos msculos flexores dos dedos foi maior para a condio com interao
social. Esses resultados revelam que a exposio a contextos com interao social exerce
facilitao para planejar e executar movimentos com caractersticas que guardam
semelhana com toque social, corroborando a existncia de predisposies motoras prdefinidas para essas aes.
Contato: [email protected]
Fomento: CAPES; CNPq; FAPERJ

169

4.31 - PESQUISAS SOBRE MENTIRA E COMUNICAO NO-VERBAL: UMA


REVISO SISTEMTICA
Jamila Leo Leime, Danilo Wgner de Souza Matias, Nelson Torro Alves
Universidade Federal da Paraba
Eixo Temtico: Neurocincia Comportamental
Palavras-chave: mentira, comunicao no-verbal, instrumentos de avaliao.
A mentira, vista como elaborao cuidadosa de um falso discurso, escondendo do
interlocutor informaes e comportamentos indesejados, tem sido um frequente objeto de
pesquisa. O presente estudo de reviso se props a fazer um levantamento sistemtico das
pesquisas publicadas na ltima dcada com respeito s metodologias e instrumentos de
avaliao do comportamento mentiroso, a fim de verificar sua eficcia. Para o levantamento,
as palavras-chave Deception, Detection, Lie e Nonverbal foram utilizadas nos bases
de dados Science Direct, Pubmed e Scielo, considerando suas possveis combinaes. Foram
identificados 11 estudos na reviso sistemtica, de acordo com os critrios de incluso: a)
vinculao ao tema proposto, b) publicao na ltima dcada, c) verso completa, d) idioma
ingls, e) apresentarem as palavras-chave no ttulo ou resumo. Preliminarmente, foi possvel
observar uma grande diversidade de instrumentos de avaliao da mentira e seus indicadores
no-verbais (22 no total), destacando-se o uso de vdeos (5 estudos - 16%), entrevistas (3
estudos - 9%) e ressonncia magntica funcional (4 estudos - 13%). De maneira geral, os
estudos indicaram que a eficcia da avaliao (se eles detectam o comportamento mentiroso)
restrita, frente subjetividade inerente aos instrumentos e divergncia metodolgica de
aplicao e anlise, em especial de vdeos e entrevistas. Visto que a investigao da mentira
algo relativamente recente, cabe aos pesquisadores da rea dar continuidade s inovaes
metodolgicas para aperfeioar a avaliao do comportamento mentiroso.
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170

4.32 - EXISTE DIFERENA NA DISCRIMINAO DE NOTAS MUSICAIS ENTRE


CEGOS E VIDENTES?
Paloma Cavalcante Bezerra de Medeiros , Ana Raquel de Oliveira, Michael Jackson
Oliveira de Andrade, Jandilson Avelino da Silva, Jssica Bruna Santana Silva, Natanael
Antnio dos Santos
Universidade Federal do Piau, Universidade Federal da Paraba
Eixo temtico: Percepo e Psicofsica
Palavras-chave: discriminao, cegos, notas musicais.
Privao visual congnita propicia a formao de novas conexes sinpticas,
processo de neuroplasticidade, que pode compensar funo sensorial perdida. O presente
trabalho objetivou verificar a discriminao de notas musicais (R, F, L) entre trs grupos:
videntes (GC), cegos que percebem luz (GE1) e cegos que no percebem (GE2).
Participaram 12 voluntrios de ambos os sexos, sendo quatro no GC, quatro no GE1, quatro
no GE2. Utilizou-se o mtodo psicofsico da escolha forada temporal, onde o participante
tinha que escolher entre dois estmulos, o estmulo teste (nota R, F ou L). Os estmulos
distratores foram as notas ascendente ou descendente vizinha a nota teste. Os estmulos
sonoros foram gerados pelo software PsySounds. O teste Kruskal-Wallis evidenciou que o
GE2 obteve maior pontuao nas notas R (mediana = 7,75) e F (mediana = 7,63) e o GE1
na nota L (mediana = 8,50), o GC apresentou menor ndice nas trs condies, mas no
p
p=
h
p = 0,38. Quanto a varivel sexo, os homens cegos discriminaram
melhor as trs notas (mediana R = 5; F = 6; L = 5,6), mas no diferiram
p=
signifi
perceptuais auditivas, considerando as variveis em questo. Sugere-se que a privao visual
pode beneficiar a habilidade de discriminao auditiva.
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171

4.33 - CONSEQUNCIAS DO ALCOOLISMO PARA


NEUROPSICOLOGICO DAS FUNES EXECUTIVAS

DESEMPENHO

Cristian Matheus da Silva Soares, Brunno Alves, Camila de Freitas Silva, Jesumira Pereira
de Lucena, Anglica de Oliveira Silva, Fernanda kennya de Souto ngelo, Jos Marciel
Arajo Porcino
Faculdades Integradas de Patos
Eixo Temtico: Processos Cognitivos
Palavras-chave: alcoolistas abstmios, Alcolicos Annimos, atividades neurocognitivas,
funes executivas.
O consumo crnico de lcool, conhecido como alcoolismo, afeta de forma ampla o
funcionamento de todo o organismo, principalmente das reas enceflicas, ocasionando
assim alteraes comportamentais quando comparados a indivduos saudveis. Essas
alteraes neuronais so parcialmente reversveis ao longo dos anos de abstinncia da
substncia, porm, no se sabe ainda objetivamente quais so os danos, bem como seus
nveis e perodos de reverso. No entanto, se faz necessrias avaliaes mais globais das
atividades neurocognitivas para que se possa ter uma compreenso geral do ajustamento do
encfalo agredido a longo prazo pelo etanol e consequentemente de seu desempenho em
termos de comportamentos apresentados pelos indivduos. Esta pesquisa tem por finalidade
questionar e complementar informaes sobre os efeitos do consumo crnico de lcool em
alcoolistas abstmios nas funes neurocognitivas bsicas das funes executivas avaliadas
em conjunto por meio da comparao com pessoas que no possuem a atinente doena. Os
voluntrios, que totalizaram 150, eram todos frequentadores de grupos de Alcolicos
Annimos e tinham consumido lcool por 15 anos em sequncia, todos eram destros,
superiores ou iguais a 40 anos e menores que 50 anos, estavam com sade fsica e mental
adequadas, no momento das experimentaes, e possuam pelo menos nove anos de estudo
concludos. Os mesmos foram divididos em dois grupos, um grupo experimental (GE),
composto por alcoolistas abstmios, e um grupo controle (GC) formado por indivduos no
alcoolistas, sendo todos irmos consanguneos dos prprios alcoolistas. Foi possvel avaliar
esses critrios por meio do Questionrio Scio-bio-demogrfico e Clnico, por escalas
psicolgicas como o Questionrio de Lateralidade de Edinburgh, Inventrio de Depresso de
Beck BDI e o Teste para Identificao das Desordens pelo Uso do lcool AUDIT. Em
decorrncia da ampla variao de perodo de abstinncia dos alcoolistas, dividiu-se o GE em
cinco grupos diferentes de 30 pessoas agrupadas segundo a abstinncia de trs anos (GE1,
GE2, GE3, GE4, e GE5), comparando cada um dos grupos experimentais com o grupo
controle institudo por 30 no alcoolistas. Contataram-se os administradores de cada um dos
AA que integraram o estudo, para liberao institucional, em seguida apresentou-se a
proposta de estudo ao grupo de alcoolistas abstmios que concordaram em voluntariar-se a
pesquisa e realizaram separadamente o grupo de testes experimentais em salas do prprio
grupo de AA. A testagem ocorrendo em dia nico. Antes de cada sesso experimental, por
meio do Questionrio Scio-bio-demogrfico, e de escalas psicolgicas descritas antes,
garantiu-se a adequao dos participantes as necessidades do estudo. Foi constatada
alteraes no comportamento de inibio de respostas, bem como a flexibilidade mental,
parecem permanecer prejudicadas, ainda que se tenha manuteno da ausncia de lcool no
organismo de 1 a 15 anos depois.
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4.34 - EFEITOS DA INGESTO MODERADA DE ETANOL NA DISCRIMINAO


ENTRE NOTAS MUSICAIS DE UMA ESCALA OCIDENTAL PADRO
Fernanda Kennya de Souto Angelo, Anglica de Oliveira Silva, Jos Marciel Arajo
Porcino, Cristian Matheus da Silva Soares, Jandilson Avelino da Silva
Curso de Psicologia Faculdades Integradas de Patos - FIP
Eixo Temtico: Percepo e Psicofsica
Palavras-chave: ingesto agudo-moderada de etanol, percepo auditiva, notas musicais.
Partindo do princpio de que o indivduo utiliza a capacidade de discriminar sons
para interagir com o meio, identificar ameaas e at mesmo para compreender ou compor
melodias atravs da identificao de notas musicais, surgiu a necessidade de investigar os
efeitos do etanol sobre esta percepo, sabendo que se trata de uma substncia depressora do
sistema nervoso que pode provocar uma srie de rebaixamentos cognitivos funcionais no
indivduo. Esse estudo avaliou as consequncias da ingesto aguda e moderada de etanol
(0,08% BAC) para a percepo de frequncias sonoras correspondentes as notas musicais de
uma escala padro ocidental correspondente as teclas brancas da quarta oitava do piano (D,
R, MI, F, SOL, L, SI) em mulheres e homens adultos jovens. Participaram 20 homens e
20 mulheres, ente 21 e 29 anos de idade sem experincia de estudo formal ou informal com
msica, possuindo boa sade fsica e mental e no faziam uso atual ou anterior de
substncias txicas, exceto etanol de forma moderada e contnua, sem intercorrncias
pessoais e/ou familiares. Destes participantes, 90% faziam uso de lcool pelo menos uma
vez por semana, sendo que desse total 60% bebiam vodka e 25% cerveja. Utilizaram-se um
Questionrio Scio-bio-demogrfico e Clnico e o software PsySounds para obteno dos
dados necessrios. Todos os voluntrios passaram pelas fases de ingesto de lcool e de
placebo, tendo um intervalo entre eles de aproximadamente duas semanas. Avaliou-se a
discriminao de cada nota musical por 20 vezes consecutivas. Estatisticamente, avaliaramse os resultados por meio de testes X2 (Qui-Quadrado) de aderncia. Os resultados obtidos
mostraram que a percepo das notas musicais altera-se negativamente pela ingesto de
etanol quando comparado ao momento da ingesto de placebo. Os homens tiveram
predominncia de acertos em relao s mulheres, com exceo da nota musical SOL. Para
tanto, conclui-se que o etanol pode afetar a percepo das notas musicais, incluindo-se o fato
de que elas podem ser percebidas de formas diferentes quando relaciona-se ao sexo dos
indivduos.
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173

4.35 - CONSEQUNCIAS DA INGESTO DE ETANOL NO FUNCIONAMENTO


PERCEPTIVO DA AUDIO EM MULHERES UNIVERSITRIAS
Camila de Freitas Silva, BrunnoAlves, Cristian Matheus da Silva Soares, Jesumira Pereira
de Lucena, Jandilson Avelino da Silva
Faculdades Integradas de Patos
Eixo Temtico: Percepo e Psicofsica
Palavras-chave: ingesto de etanol, mulheres universitrias, percepo auditiva.
A percepo auditiva resulta do processo de anlise de frequncias geradas pela
propagao de ondas ocasionadas pela vibrao dos objetos no ambiente. Sabe-se que as
bebidas alcolicas possuem etanol, substncia qumica depressora do sistema nervoso que
pode provocar uma srie de rebaixamentos cognitivos funcionais nos indivduos. O presente
estudo avaliou os efeitos da ingesto moderada de etanol na percepo auditiva de jovens
adultas, conduzindo uma tarefa psicofsica de discriminaes de notas musicais de uma
escala ocidental padro simulado na quarta oitava de um piano, aps ingesto experimental
agudo-moderada de lcool, na concentrao de 0,08% BAC. Para amostra incluram-se 20
mulheres com a faixa etria de 21 a 29 anos de idade, que passaram pelas condies de
ingesto de lcool e de placebo, em duas fases separadamente. Para garantir que as
participantes estavam de acordo com os critrios de incluso do estudo, antes de cada sesso
experimental, elas responderam ao Questionrio Scio-bio-demogrfico, como tambm as
escalas psicolgicas como o Questionrio de Lateralidade de Edinburgh, o Inventrio de
Depresso de Beck e o Teste para Identificao das Desordens pelo Uso do lcool. Aps
resoluo dos testes as participantes foram vendadas dando incio ao protocolo de avaliao
da percepo auditiva. Neste protocolo as respostas eram dadas de forma oral pelas
participantes, sendo que o prprio experimentador era quem apertava o boto de um mouse
para indicao da resposta. Observou-se maior quantidade de acertos na condio placebo,
assim os resultados obtidos confirmaram as hipteses de que as respostas dos indivduos
aps a ingesto de etanol seriam afetadas negativamente. Pode-se detectar que as
participantes se diferenciaram em suas respostas antes e aps a ingesto de etanol em todas
as notas musicais, sendo que aps o uso do etanol, elas cometeram uma quantidade maior de
erros. A partir desse estudo pode-se concluir que a ingesto agudo-moderada de bebidas
alcolicas altera negativamente a audio, dificultando a discriminao de frequncias
sonoras correspondentes s notas musicais D, R, Mi, F, Sol, L, e Si.
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174

4.36 - CONSEQUNCIAS DO ALCOOLISMO PARA A DISCRIMINAO ENTRE


NOTAS MUSICAIS
Camila de Freitas Silva, BrunnoAlves, Cristian Matheus da Silva Soares, Jesumira Pereira
de Lucena, Jandilson Avelino da Silva
Faculdades Integradas de Patos
Eixo Temtico: Percepo e Psicofsica
Palavras-chave: alcoolistas abstmios, percepo auditiva, notas musicais.
O alcoolismo uma doena relacionada dependncia fsica e psicolgica de lcool
que afeta o comportamento dos indivduos. Alguns estudos tem tentado avaliar o
funcionamento neurocognitivo de indivduos abstinentes de acordo com o tempo que eles
ficaram sem ingerir bebidas alcolicas. Contudo, existem ainda poucos estudos em relao
percepo auditiva nesses casos. Este estudo avaliou como o lcool pode afetar a atividade
auditiva de descriminao de frequncias ligada ao processo geral do som nos alcoolistas
abstmios, avaliando a percepo das notas musicais de uma escala ocidental padro.
Participaram do estudo 192 alcoolistas entre as idades de 40 e 50 anos, esses participantes
deveriam ser frequentadores de grupos de Alcolicos Annimos (AA) e haviam consumido
lcool por 15 anos seguidos. Alm do grupo de alcoolistas abstmios (GE: Grupo
Experimental), esse estudo contou tambm com um grupo de indivduos no alcoolistas
(GC: Grupo Controle), que deveriam ser irmos dos componentes do grupo experimental.
Para garantir que os participantes estavam de acordo com os critrios de incluso do estudo,
antes de cada sesso experimental, eles responderam ao Questionrio Scio-biodemogrfico, como tambm as escalas psicolgicas como o Questionrio de Lateralidade de
Edinburgh, o Inventrio de Depresso de Beck BDIe o Teste para Identificao das
Desordens pelo Uso do lcool. Aps resoluo dos testes os participantes foram vendados
dando incio ao protocolo de avaliao da percepo auditiva, neste protocolo as respostas
eram dadas de forma oral pelos participantes, sendo que o prprio experimentador era quem
apertava o boto de um mouse para indicao da resposta. Formaram-se cinco grupos
experimentais de acordo com a variabilidade de abstinncia de 1 a 15 anos que foram
comparados separadamente a um grupo controle. Os resultados indicaram que os alcoolistas
apresentam uma menor quantidade de acertos ao discriminar as notas musicais e que h
menos dficits de acordo com a quantidade de anos de abstinncia. A partir deste estudo
concluiu-se que a ingesto crnica de bebidas alcolicas pode alterar negativamente a
audio, dificultando a discriminao de frequncias sonoras correspondentes s notas
musicais. Do mesmo modo, o tempo de abstinncia do lcool parece est relacionado
quantidade dos dficits encontrados nos indivduos com alcoolismo, ou seja, quanto mais
tempo de abstinncia menos dficits encontrados dentro de um perodo de 1 a 15 anos.
Contato: [email protected]

175

4.37 - EFEITOS DA INGESTO MODERADA DE ETANOL NA PERFORMANCE


NEUROPSICOLGICA DA MEMRIA
Anglica de Oliveira Silva, Cristian Matheus da Silva Soares, Brunno Alves, Camila de
Freitas Silva, Jesumira Pereira de Lucena, Fernanda Kennya de Souto ngelo, Jos Marciel
Arajo Porcino, Jandilson Avelino da Silva
Faculdades Integradas de Patos
Eixo Temtico: Neuropsicologia Clnica e Experimental
Palavras-chave: ingesto agudo-moderada de etanol, funcionamento neurocognitivo,
memria.
O consumo agudo de lcool, mesmo que moderado, pode acarretar agravos
reversveis como problemas motores, aumento do tempo de reao aos estmulos e
decrscimos em amplas atividades cognitivas. Ainda que momentaneamente, essa substncia
tem sido corriqueiramente relacionada principalmente a deturpaes nas estruturas das
regies enceflicas. Esse estudo teve como objetivo avaliar as consequncias da ingesto
agudo-moderada de etanol para a memria de mulheres e homens adultos jovens, tendo
como parmetro a concentrao alcolica sangunea de 0,08% BAC. Participaram desta
pesquisa 40 estudantes universitrios, entre mulheres e homens, destros, com idades de 18
anos a 30 anos. Estavam com sade fsica e mental adequadas, e no faziam uso atual ou
anterior de frmacos ou outras substncias txicas. Realizou-se o controle da amostras por
meio de um Questionrio Scio-bio-demogrfico e Clnico, e por testes psicolgicos como o
Questionrio de Lateralidade de Edinburgh, o Inventrio de Depresso de Beck BDI, e o
Teste para Identificao das Desordens pelo Uso do lcool AUDIT. Cada um dos
indivduos participou separadamente das duas fases do experimento em dois dias diferentes
com um espao de tempo aproximado de duas semanas entre as sesses, sendo que o mesmo
grupo passou pelas condies de ingesto de lcool e de placebo. Como resultados,
percebeu-se que o etanol pode influenciar negativamente alguns aspectos da memria ao
passo que no intervm em outros. A memria de trabalho, as curvas de aprendizagem, as
taxas de aprendizagem auditivo-verbal e ao longo das tentativas, a memria de longo prazo,
e as taxas de reconhecimento e de esquecimento dos homens parecem ter sido piores,
enquanto que apenas as curvas de aprendizagem, as taxas de aprendizagem auditivo-verbal e
ao longo das tentativas, a memria de longo prazo, e a taxa de esquecimento das mulheres
que parecem ter sido prejudicadas. Interferncias proativa ou retroativa parecem no ter sido
prejudicadas pelo etanol para quaisquer dos grupos. Portanto, pode se concluir que o
consumo de lcool, mesmo que de forma agudo-moderada, pode ocasionar prejuzos
orgnicos aos nveis neurobiolgicos e comportamentais nos indivduos levando a
deficincias neurocognitivas para funes psicolgicas especficas como a memria.
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4.38 - AVALIAO DA PERCEPO VISUAL DE FORMA E TAMANHO EM


VOLUNTRIOS COM ESTRESSE CRNICO
Ma. Erika Cristiane da Silva1, Dra. Maria Lcia de Bustamante Simas2
1

Faculdade Estcio do Recife/Fir, 2Universidade Federal de Pernambuco

Eixo Temtico: Percepo e Psicofsica


Palavras-chave: percepo de forma, percepo de tamanho, estresse crnico, Dali,
Rorschach.
O estresse crnico um fator de risco para o desenvolvimento de vrias desordens
somticas e/ou psquicas. O presente estudo buscou investigar se pessoas com estresse
crnico apresentam diferenas na percepo visual de forma e tamanho, fazendo uso de
pinturas de Salvador Dali como teste experimental e de lminas do teste de Rorschach. Foi
comparado o grupo experimental (GE), composto por professores da rede de ensino pblico
Estadual de Pernambuco, que apresentavam estresse crnico e o grupo controle (GC), que
consistiu de pessoas que no apresentaram estresse. Para a triagem dos grupos foram usados
o Mini Exame do Estado Mental e o Inventrio de Sintomas de Stress para Adultos de Lipp
(ISSL). Na etapa de teste foram usadas 10 fotografias de pinturas de Salvador Dali e tambm
fotografias das 10 pranchas do Rorschach. Os voluntrios foram instrudos a indicar, em
cada fotografia, a figura percebida em primeiro lugar. Posteriormente, o dimetro das figuras
indicadas foi medido em milmetros. Os resultados foram transformados em grau de ngulo
visual para anlise estatstica. A ANOVA, conforme segue: Dal [(F9,270) = 0,90620, p <
0,52025] e Rorschach [(F9,270) = 0,54865, p < 0,83809], mostrou no haver diferenas
entre os dois grupos, GE e GC. Portanto, este estudo no pode afirmar que h uma relao
direta entre presena de estresse e alterao na percepo visual de forma e tamanho.
Contato: [email protected]

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4.39 - NEUROFEEDBACK: UMA FERRAMENTA


MODULAO DA NEUROPLASTICIDADE

PROMISSORA

NA

ven Paula Lima da Silva1, Tamires Lima da Silva2, Valdenilson Ribeiro Ribas1
Universidade Federal de Pernambuco1, Faculdade Maurcio de Nassau2
Eixo Temtico: Desenvolvimento Neural e Plasticidade
Palavras-chave: neurofeedback, neuroplasticidade, plasticidade cerebral, crebro.
Ao contrrio do que se pensou, durante muito tempo, o crebro possui a
plasticidade como uma caracterstica marcante e constante do seu funcionamento. As clulas
do sistema nervoso no so imutveis, de modo que o crebro capaz de mudar e
reorganizar-se em resposta a estmulos e mudanas nas condies ambientais, desde leses
traumticas at alteraes oriundas da aprendizagem e experincia. E o neurofeedback,
tcnica ainda pouco conhecida no Brasil, propicia a alterao dos nveis de ondas eltricas
do crebro, otimizando a neuroplasticidade. Nesse sentido, buscou-se com este estudo
apresentar o neurofeedback como uma alternativa promissora na modulao da
neuroplasticidade. Realizando, para tal propsito, consulta na base de dados do Google
Acadmico e artigos em ingls. E a partir do que se tem na literatura, o neurofeedback uma
tcnica que permite, numa interface crebro-computador, que a prpria pessoa regule sua
atividade neural e altere os nveis de ondas eltricas cerebrais atravs de treino e
aprendizagem. Assim, com tais mudanas no funcionamento do sistema nervoso, estimularia
a plasticidade a nvel neurolgico e comportamental, permitindo a regenerao e
desenvolvimento das potencialidades das funes neurais do indivduo, corrigindo distrbios
e aprimorando as funes cerebrais. Dessa forma, o neurofeedback pode ser uma ferramenta
promissora para modular a plasticidade cerebral de forma segura, indolor e natural,
otimizando as capacidades neurais, resultando, portanto, num melhor desempenho
psicolgico e comportamental do indivduo.
Contato: [email protected]

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4.40 - ESTIMULAO DA JUNO TEMPOROPARIETAL E EFEITO NA


TOMADA DE DECISO
Carla Fernanda de Lima Santiago da Silva1, Layrtthon Carlos de Oliveira Santos2, Anderson
Mesquita do Nascimento2, Hysla Magalhes de Moura2, Alessandro Teixeira Rezende2
1

Universidade Federal do Piau, 2Universidade Federal da Paraba

Eixo Temtico: Mtodos em Neurocincias


Palavras-chave: valores humanos, medida implcita, estimulao transcraniana, juno
temporoparietal.
Os estudos acerca da juno temporoparietal ainda so escassos e os que existem
so ambguos, demonstrando, em alguns casos a relao da rea com interatividade, empatia
e ateno e, em outros, relacionando-a com a tomada de deciso durante uma interao
social. Neste sentido, o presente estudo teve como intuito verificar o efeito da estimulao
da juno temporoparietal (TPJ), via estimulao transcraniana por corrente contnua, no
processo de tomada de deciso. Participaram deste estudo 45 pessoas, sendo 66,7% do sexo
feminino, com idade mdia de 25,5 anos (DP = 5,77); as mesmas foram randomicamente
divididas em trs grupos: 1) condio de estimulao/andica; 2) condio de
inibio/catdica; e 3) condio controle. Os grupos das condies de estimulao e inibio
foram submetidos corrente eltrica de intensidade de 2mA durante 15 minutos. No caso do
grupo controle, realizou-se uma falsa estimulao, onde os eletrodos foram colocados na
mesma posio, mas a estimulao foi interrompida aps 30 segundos, apenas para dar a
sensao de uma estimulao real. Avaliou-se a tomada de deciso por meio do Balloon
Analog Risk Task, um teste em que a pessoa escolhe entre tentar ganhar mais dinheiro
inflando o balo ao mximo, arriscando explodi-lo e, consequentemente, perder todo o
dinheiro, ou infl-lo menos para no arriscar que ele exploda, contentando-se com menor
quantidade de dinheiro. Foram realizadas anlises de varincia a fim de comparar os grupos
(situao andica, catdica e controle) quanto ao teste de tomada de deciso. A mdia do
grupo que foi inibido na regio do TPJ foi maior (M = 1.866,00, DP = 580,41) do que
aqueles que foram estimulados em tal regio (M = 1.298,6, DP = 449,16); os escores para a
condio de controle se situaram entre aqueles dois grupos experimentais (M = 1.776,87, DP
= 815,72). Tal diferena foi estatisticamente significativa [F (2) = 3,48; p < 0,05] e o teste de
Bonferroni indicou que esta ocorre entre os grupos de estimulao e inibio, mas no destes
com o controle. Deste modo, os resultados evidenciam que a TPJ uma regio cerebral
envolvida no processo de tomada de deciso. Contudo, cabe esclarecer se isto se reflete em
comportamentos do dia a dia e quais as consequncias de tal influncia. Tais achados
podero contribuir, de modo prtico, em pacientes lesionados na regio, visando entender as
mudanas de comportamento decorrentes da leso e ajudar aos mesmos e aos seus familiares
no acompanhamento mdico e psicolgico.
Contato: [email protected]

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4.41 - EFEITOS DA ESTIMULAO TRANSCRANIANA POR CORRENTE


CONTNUA SOBRE PARMETROS CELULARES E MOLECULARES DO
CRTEX CEREBRAL
Giselle Machado Magalhes Moreno, Alinny Isaac Rosendo, Ricielle Lopes Augusto, Raone
Marques Moreira, Belmira Lara da Silveira Andrade da Costa
Universidade Federal de Pernambuco
Eixo Temtico: Desenvolvimento Neural e Plasticidade
Palavras-chave: ETCC andica, crtex cerebral, microglia, GAP-43, astrcitos.
A estimulao transcraniana por corrente contnua (ETCC) consiste na aplicao de
corrente direta de baixa intensidade atravs do crnio. Capaz de induzir efeitos
neuromodulatrios na excitabilidade cerebral, a ETCC tem se mostrado eficaz no tratamento
de diversas desordens neurolgicas e psiquitricas. Apresenta vantagens em relao s
outras tcnicas de estimulao cerebral por ser no invasiva, indolor, de baixo custo e fcil
uso. Apesar de extensas pesquisas clnicas sobre os efeitos desta tcnica frente a diversas
patologias seus mecanismos bsicos de ao permanecem desconhecidos. Acredita-se que a
ETCC capaz de promover plasticidade sinptica a partir de potenciao ou depresso a
longo prazo (LTP e LTD respectivamente). Considerando a grande participao glial e de
molculas envolvidas no crescimento axonal, na dinmica de funcionamento das sinapses
(no novo modelo de sinapse quadripartite) e na excitabilidade cortical, o objetivo deste
estudo foi verificar os efeitos da ETCC andica sobre parmetros celulares e moleculares
relacionados plasticidade sinptica. Foram utilizados 20 ratos Wistar machos adultos,
divididos aleatoriamente em dois grupos: (i) ETCC ativa andica (E), e (ii) ETCC fictcia,
sham (S). Os animais receberam ETCC andica com intensidade de corrente igual a 400 A,
durante 10 minutos por dia, durante cinco dias consecutivos. Aps o tratamento foi feita
anlise imunohistoqumica para reatividade microglial (Iba1) e astrocitria (GFAP), foram
investigadas possveis alteraes teciduais estruturais (HE) e degenerao neuronal (FJC),
bem como quantificao da expresso da protena associada ao crescimento axonal, GAP43. Os ratos do grupo E apresentaram aumento de ~90% na expresso da protena GAP-43
em homogenados de todo o crtex cerebral (p = 0.032). Tambm foi observado aumento na
reatividade microglial por uma extensa rea cortical em torno da regio estimulada, quando
comparados ao grupo S. No foram observadas alteraes anatomopatolgicas no tecido
nem sinais de astrogliose ou neurodegenerao no crtex cerebral dos animais que
receberam ETCC. Conclui-se que os parmetros de estimulao utilizados no presente
estudo so capazes de induzir alteraes moleculares e celulares no crtex cerebral de
animais saudveis, na ausncia de injria ao tecido nervoso. Uma vez que (1) aumentos na
expresso da protena GAP-43 vm sendo apontados como uma evidncia de ativao
neuroplstica, e (2) a microglia, como membro da sinapse quadripartite, participa ativamente
no processo de eliminao e estabilizao das sinapses, nossos achados sugerem que tais
mecanismos podem estar envolvidos nas aes da ETCC sobre a plasticidade sinptica e
excitabilidade cortical apontada pela maioria dos estudos clnicos.
Contato: [email protected]
Fomento: CNPq; PROPESQ/UFPE.

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4.42 - CONHECIMENTO E AUTOEFICCIA DE MEMRIA: O PAPEL DO


NVEL EDUCACIONAL EM ADULTOS
Maxciel Zortea, Camila Schorr Min, Jerusa Fumagalli de Salles
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Eixo temtico: Processos Cognitivos
Palavras-chave: metamemria, escolaridade, adultos.
O nvel educacional est associado a fatores protetivos contra o declnio cognitivo
na idade adulta, incluindo dificuldades de memria. Entretanto, no h clareza sobre a
relao entre nvel educacional e como adultos pensam, agem e se sentem frente a situaes
que requerem memorizao, ou seja, habilidades de metamemria. Este trabalho teve como
objetivo examinar se h diferenas em conhecimento e autoeficcia de memria entre
adultos de diferentes nveis educacionais e como o nvel socioeconmico, profisso e a
frequncia de hbitos de leitura e escrita se relacionam com esses processos. Participaram do
estudo 20 adultos com nvel superior completo (mdia de 17 anos de estudo) e 20 adultos
com at nvel mdio completo (mdia de 9 anos de estudo), com idades entre 28 e 59 anos
(M = 46,6 anos). Foram aplicados o Questionrio de Metamemria em Adultos
(Questionrio MIA), que avalia conhecimento e autoeficcia de memria pelas subescalas
estratgia, tarefa, meta, capacidade, controle, mudana e ansiedade, e uma ficha de dados
sociodemogrficos que inclua questes sobre frequncia de hbitos de leitura e escrita e
critrios de classificao econmica da ABEP. Os resultados apontaram que adultos com
nvel superior relataram maior conhecimento de memria [t(38) = 2,82; p = 0,008; d = 0,89],
bem como maior conhecimento sobre estratgias [t(38) = 3,40; p = 0,002; d = 1,08] e maior
percepo de controle sobre a memria [t(38) = 3,12; p = 0,003; d = 0,98], em comparao
aos adultos com no mximo ensino mdio completo. Do primeiro grupo, 75% dos
indivduos eram professores da rede pblica de ensino fundamental e mdio. O segundo
grupo envolvia indivduos de diversas profisses, como administrador de empresa,
domstica, funcionrio pblico, porteiro, recepcionista, etc. Nvel socioeconmico e hbitos
de leitura e escrita se correlacionaram (r entre 0,32 e 0,52) positiva e significativamente (p <
0,05) com estratgia e controle. No houve correlao entre os escores das subescalas do
Questionrio MIA e idade. Estes resultados possuem relevncia no cenrio nacional, uma
vez que muitos adultos de idade intermediria tm apenas ensino fundamental completo.
Igualmente, os dados respaldam o desenvolvimento de polticas de incentivo ao maior
envolvimento de adultos em atividades intelectuais, como leitura e escrita. Considerando-se
que a baixa escolaridade possa estar associada ao menor sentimento de controle sobre a
memria e menor conhecimento de estratgias que auxiliem na memorizao, pesquisas
futuras poderiam investigar como isso impacta na aprendizagem de novos contedos e no
uso da memria no dia a dia.
Fomento: CAPES; FAPERGS

181

4.43 - DESEMPENHO NAS ATIVIDADES DA VIDA DIRIA EM IDOSOS COM


COMPROMETIMENTO COGNITIVO LEVE E DEMNCIA
Roberto Alves Loureno1, Helenice Charchat-Fichman2, Daniel Mograbi2, Maria Anglica
Sanchez1, Emylucy Paradela1, Pricila Ribeiro3, Camila Faria2
1

Faculdade de Cincias Mdicas/UERJ, 2Puc-Rio, 3Universidade Federal de Minas Gerais

Eixo Temtico: Neuropsicologia Clnica e Experimental


Palavras-chave: comprometimento cognitivo leve, demncia, atividades da vida diria.
Alteraes na capacidade funcional podem preceder o processo demencial,
principalmente na evoluo de comprometimento cognitivo leve (CCL) para demncia.
Entender como estas alteraes se manifestam nos diferentes nveis de funcionamento
cognitivo importante para diferenci-los e para a deteco precoce de demncia. A
capacidade funcional a habilidade para realizar tarefas e resolver situaes do cotidiano. A
perda da capacidade funcional gera necessidade maior de cuidados, perda de autonomia e de
qualidade de vida. A capacidade funcional avaliada atravs de escalas das atividades da
vida diria (AVDs) e so classificadas em bsicas, instrumentais e avanadas. O presente
estudo teve como objetivo investigar a associao entre as AVDs e cognio em idosos com
CCL e demncia. Participaram do estudo 243 idosos clientes de uma operadora de sade da
cidade do Rio de Janeiro. Foram utilizados modelos de regresso passo a passo para explorar
a relao entre a AVDs e variveis demogrficas (escolaridade, sexo e idade), clnicas
(grupo de diagnstico) e as cognitivas (MMSE, dgitos, fluncia fonmica, fluncia
categrica, memria imediata e tardia RAVLT). O grupo de idosos com demncia tiveram
um prejuzo significativamente maior que o grupo com CCL e o grupo controle nas AVDs
bsicas, instrumentais e avanadas (p <0,001 em todos os casos). Todos os modelos de
regresso predisseram significativamente o prejuzo nos trs tipos de AVDs (p 0,001 em
todos os modelos). Para as AVDs bsicas, o melhor modelo incluiu: escolaridade
(padronizado = -.25, p = 0,002) e fluncia fonmica ( padronizado = 0,26, p = 0,007).
Para as AVDs instrumentais, o melhor modelo incluiu :diagnstico (padronizado = -.18, p
= 0,016), sexo ( padronizado = 0,15, p = 0,009), idade (padronizado = -.25, p <0,001),
escolaridade ( padronizado = - 0,15, p = 0,011), fluncia categrica (padronizado = 0,18,
p = 0,011), MMSE ( padronizado = 0,16, p = 0,023) e evocao imediata RAVLT
(padronizado = 0,17, p =. 025). Para AVDs avanadas, o melhor modelo incluiu: fluncia
fonmica (padronizado = 0,32, p <.001), sexo ( padronizado = 0,14, p = 0,036), idade
(padronizado = -.25, p <.001). Os resultados mostram que o grupo com demncia teve um
desempenho pior nas AVDs bsicas, instrumentais e avanadas, do que os grupos CCL e
controle. Alm disso, os resultados mostram que o baixo desempenho nas funes
executivas, junto com variveis demogrficas e clnicas, esto associados ao prejuzo nos
trs tipos de AVDs.
Contato: [email protected]

182

4.44 - COMPROMETIMENTO COGNITIVO LEVE NA DOENA DE PARKINSON


EM UMA AMOSTRA DO HOSPITAL FEDERAL DOS SERVIDORES DO ESTADO
DO RIO DE JANEIRO
Ana Lara Soares Blum Malak1, Manuela Cruz1, Denise Vieira Greca1, Luiz Felipe
Vasconcellos2,3, Joo Santos Pereira2, Helenice Charchat-Fichman1
1

Pontifcia Universidade Catlica do Rio de Janeiro; 2Ps Graduao em Cincias Mdicas,


Universidade Estadual do Rio de Janeiro,RJ ; 3Hospital Federal dos Servidores do Estado,
RJ
Eixo temtico: Neuropsicologia Clnica e Experimental
Palavras-chave: Parkinson, CCL, cognio.
A Doena de Parkinson (DP), classicamente caracterizada por sintomas motores,
cursa com dficit cognitivo nas vrias fases da doena apresentando prevalncia elevada nos
estgios avanados. Consequentemente h importante impacto na qualidade de vida dos
pacientes e cuidadores. Estudos enfatizam a importncia do diagnstico precoce do
Comprometimento Cognitivo Leve (CCL) na DP, visando tratamento precoce. O objetivo
foi verificar a diferena no desempenho cognitivo entre pacientes com DP e controles,
identificando a presena de CCL no grupo com DP. Participaram deste estudo 26 sujeitos
com DP (20 homens e seis mulheres) com mdia de idade de 62,50 anos (dp 8,719) e 10,00
(dp 4,138) anos de estudo, todos pacientes do ambulatrio de Neurologia do Hospital
Federal dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro. Todos foram submetidos avaliao
neuropsicolgica com os instrumentos Mini-Exame do Estado Mental, Teste do Desenho do
Relgio, Teste de Memria de Figuras, Fluncia Verbal Semntica (animais) e Fonmica
(FAS), Teste Stroop (verso Victria), Teste de Trilhas, Subteste Dgitos Wais-III, Teste
de Organizao Visual Hooper, Teste Auditivo Verbal de Rey e Escala Beck de Depresso.
Do total de pacientes avaliados com DP, 23,1% apresentaram desempenho cognitivo
normal, 7,7% CCL amnstico, 57,7% CCL amnstico mltiplos domnios, 7,7% CCL no
amnstico mltiplos domnios e 3,8% resultados que sugerem demncia. Na anlise
comparativa entre os grupos DP e controle (Teste T de duas amostras independentes) as
funes Memria Visual, Memria de Trabalho e Velocidade de Processamento
apresentaram diferenas significativas (p<0,005), onde o grupo controle obteve resultados
superiores. A DP, nesta amostra, foi caracterizada com predominncia de CCL amnstico
mltiplos domnios. A avaliao apresentou resultados semelhantes aos encontrados na
literatura, onde mais de 50% dos pacientes sem demncia apresentam alguma forma de
dficit cognitivo (20% memria; 30% disfunes executivas). Contrariamente, no foram
encontradas diferenas significativas na funo visuoespacial. Sendo esta uma amostra
inicial, faz-se necessrio a avaliao de um nmero maior de indivduos, de forma a melhor
caracterizar o CCL na DP.
Contato: [email protected]
Fomento: CNPq

183

4.45 - A REPERCUSSO DA DEPRESSO EM INDIVDUOS PORTADORES DE


DEMNCIA
Mara Lopes da Costa, Ana Carolina Daher Ribas Galvo, Filipe Emanuel Oliveira de
Almeida, Raisa Maria Bezerra de Melo, Bernardino Fernndez Calvo, Carlcia Ithamar
Fernandes Franco1
1

Universidade Estadual da Paraba (UEPB), Universidade Federal Rio Grande do Norte


(UFRN)
Eixo Temtico: Transtornos Neuropsiquitricos e Doenas Neurolgicas
Palavras-chave: demncia, cognio, depresso.
As demncias e o transtorno depressivo maior so doenas altamente prevalentes na
populao idosa e que determinam elevadas taxas de incapacidades. Alguns estudos sugerem
que a depresso possa representar um fator de risco ou uma manifestao precoce da
Demncia. Estas doenas apresentam, habitualmente, comorbidades associadas,
caracterizando-se como doenas complexas e que envolvem mltiplos mecanismos
fisiopatolgicos e polimorfismos. O comprometimento das funes cognitivas usualmente
acompanhado e, s vezes, antecedido por alteraes psicolgicas, do comportamento e da
personalidade. Objetivo: Analisar a repercusso e o estado de depresso em portadores de
demncia assistidos pelo Sistema nico de Sade (SUS). O estudo do tipo transversal,
observacional, descritivo e analtico, com abordagem quantitativa. A amostra foi constituda
por 44 indivduos de ambos os sexos com diagnstico clnico de demncia, assistidos pelo
Sistema nico de Sade da cidade de Campina Grande- PB. Os instrumentos utilizados para
caracterizao da amostra estudada foram o Questionrio Sociodemogrfico e Clnico, a
Escala de Avaliao Clnica Demncia- CDR , para avaliar o estadiamento da demncia, o
Mini-Exame do Estado Mental- MEEM para o rastreio dos quadros demenciais e a Escala
Cornell de Depresso em Demncia ECDD para examinar o estado emocional,
contemplando as caractersticas clnicas do paciente com demncia, quantificando os
sintomas. Resultados: Observou-se que a amostra apresentou idade mdia de 79,378,1
anos, predominando o gnero feminino (74% %), com 1 a 4 anos de escolaridade (34,9%) e
vivos (27,9%). Com relao ao perfil de demncia, encontrou-se uma maioria de
indivduos diagnosticados com demncia do tipo Alzheimer (60,5%). Verificou-se que
31,8% dos portadores de demncia eram incapazes de realizar o MEEM, dentre os que
realizaram o teste 68,2% apresentaram valores de 11,666,32 no escore total, indicando
comprometimento cognitivo grave. Em relao CDR, a maior parte dos usurios
apresentou demncia grave (52,3%), seguido de demncia moderada com (31,8%). Foi
analisado o comportamento depressivo na Escala Cornell de Depresso em Demncia, onde
verificou-se que a populao do presente estudo (n=44) apresentou valor de 11,955,9,
sugerindo assim um possvel quadro depressivo. Diante dos dados expostos, conclui-se que
o aparecimento do estado depressivo aumenta medida que ocorre progresso da demncia
de leve para moderada, seguida da grave. Dessa forma, fica claro a relao da progresso da
demncia e do surgimento de sinais da depresso, visto que uma patologia que
compromete as funes cognitivas, emocionais e funcionais, interferindo em todo o cenrio
biopsicossocial do portador, tornando-o mais vulnervel ao desenvolvimento de sinais e
sintomas depressivos.
Contato: [email protected]
Fomento: CNPq; UEPB

184

4.46 - ASSOCIAO ENTRE O DESEMPENHO NAS ATIVIDADES DA VIDA


DIRIA E DEPRESSO E/OU DEMNCIA NO ENVELHECIMENTO
Helenice Charchat-Fichman1, Roberto Alves Loureno2, Daniel Mograbi1, Maria Anglica
Sanchez2, Emylucy Paradela2, Pricila Ribeiro3, Camila Faria1
1

Puc-Rio, 2Faculdade de Cincias Mdicas/UERJ, 3Universidade Federal de Minas Gerais

Eixo Temtico: Neuropsicologia Clnica e Experimental


Palavras-chave: depresso, demncia, atividades da vida diria.
A capacidade funcional, entendida como a habilidade para realizar as atividades
bsicas, instrumentais e avanadas da vida diria, critrio decisivo para diferenciar as
alteraes normais do envelhecimento das alteraes patolgicas. Estudos apontam o
comprometimento da capacidade funcional como um preditor da sndrome demencial em
idosos. Alm das demncias e demais transtornos cognitivos, a depresso tambm aparece
associada s alteraes funcionais e cognitivas em indivduos com idade avanada.
Compreender como as alteraes da capacidade funcional se diferenciam a partir de
comprometimentos cognitivos e emocionais pode contribuir para aumentar a preciso
diagnstica e a adequao dos tratamentos de pacientes idosos com graves prejuzos
funcionais. O presente estudo tem como objetivo investigar a associao entre o
desempenho nas atividades da vida diria (AVDs) e depresso e/ou demncia no
envelhecimento. Participaram do estudo 214 idosos clientes de uma operadora de sade da
cidade do Rio de Janeiro. Para explorar as diferenas de AVDs, uma ANOVA fatorial 2x2
foi calculada para cada tipo AVD (avanada, instrumental e bsica) em indivduos com
diagnstico de demncia (demncia ou sem demncia) e depresso (depresso ou sem
depresso). Em relao s AVDs, os seguintes resultados foram observados: 1) os pacientes
com demncia apresentaram prejuzo maior nas AVDs bsicas (F (1, 202) = 15,75, p
<0,001), instrumentais (F (1, 204) = 80.37, p <.001) e avanadas (F (1, 201) = 28.46, p
<.001), comparados aos pacientes sem demncia; 2) houve uma interao significativa entre
depresso e demncia para as AVDs instrumentais (F (1, 204) = 6.44, p = 0,012), ou seja, os
controles sem depresso apresentaram melhor desempenho que o grupo demncia sem
depresso. Estes grupos, por sua vez, apresentaram melhor desempenho que os controles
com depresso. O grupo com maior prejuzo funcional foi o com demncia associada
depresso. Os resultados mostram que o desempenho nas atividades da vida diria,
especialmente instrumentais e avanadas, est relacionado com o comprometimento
cognitivo no envelhecimento e a depresso acentua o prejuzo funcional.
Contato: [email protected]

185

4.47 - DEMNCIA: IMPACTO SOBRE


INSTRUMENTAIS DA VIDA DIRIA

AS

ATIVIDADES

BSICAS

Ana Carolina Daher Ribas Galvo, Mara Lopes da Costa, Filipe Emanuel Oliveira de
Almeida, Raisa Maria Bezerra de Melo, Bernardino Fernndez Calvo, Carlcia Ithamar
Fernandes Franco1
Universidade Estadual da Paraba (UEPB), Universidade Federal do Rio Grande do Norte
(UFRN)
Eixo Temtico: Transtornos Neuropsiquitricos e Doenas Neurolgicas
Palavras-chave: demncia, qualidade de vida, cognio, atividades de vida diria.
O objetivo foi evidenciar a influncia da demncia sobre o estado cognitivo e as
atividades bsicas e instrumentais da vida diria de indivduos portadores de demncia. O
estudo do tipo transversal, observacional, descritivo e analtico com abordagem quantitativa
de base domiciliar. A amostra foi composta por 44 indivduos com diagnstico de demncia,
atendidos no Servio Municipal de Sade e na clnica escola de Fisioterapia da UEPB. Os
instrumentos utilizados para coleta de dados foram: Questionrio sociodemogrfico e clnico
para caracterizao da amostra, o Mini Exame do Estado Mental (MEEM) para rastreio de
dficits cognitivos, a Escala de Avaliao Clnica da Demncia (CDR) para estadiamento da
demncia e a Escala de Avaliao de Incapacidade para Demncia (DAD) para medir o
desempenho nas atividades da vida diria. Os dados foram analisados atravs do programa
estatstico SSPS Statistics 22.0, sendo considerados valores significantes p<0,05. Este
estudo foi submetido e aprovado pelo Comit de tica e Pesquisa da Universidade Estadual
da Paraba-UEPB, sob o n 22438213.2.0000.5187. Aps a anlise dos dados observou-se
que os indivduos portadores de demncia apresentaram mdia de idade de 79,378,1 anos,
com predominncia do sexo feminino (74%). Verificou-se que 31,8% dos portadores de
demncia eram incapazes de realizar o MEEM, dentre os que realizaram o teste, 68,2%
apresentaram valores de 11,666,32 no escore total, indicando comprometimento cognitivo
grave. Em relao ao estadiamento da demncia na CDR, a maior parte dos usurios
apresentou demncia grave (52,3%), seguido de demncia moderada com (31,8%). A escala
DAD apresentou mdia de 26,5% do escore geral de 0 100%, indicando baixa capacidade
funcional. Quanto ao desempenho das Atividades Bsicas da Vida Diria (ABVDs) e as
Atividades Instrumentais da Vida Diria (AIVDs) 70,45% apresentaram algum grau de
incapacidade no desempenho dessas atividades e 29,55% mostraram melhor desempenho
para execuo dessas tarefas. Indicando que o alto grau de progresso da doena, est
diretamente relacionado ao comprometimento dessas funes. Diante do exposto, conclui-se
que a capacidade funcional no que diz respeito a realizao das ABVDs e AIVDs, quanto
mais elevado o nvel de demncia, pior o desempenho dos idosos nestas atividades, o que
endossa uma forte relao entre o nvel cognitivo e a habilidade funcional. Ressalta-se que
no presente estudo, a maior parte da populao estudada encontra-se no estgio moderado ou
grave da demncia, indicando que o declnio cognitivo um dos principais determinantes da
presena e progresso de incapacidade em pacientes com demncia.
Contato: [email protected]
Fomento: CNPq; UEPB

186

4.48 - PREVALNCIA DAS DEMNCIAS EM USURIOS DO SISTEMA NICO


DE SADE (SUS) NA CIDADE DE CAMPINA GRANDE
Ana Carolina Daher Ribas Galvo, Mara Lopes da Costa, Filipe Emanuel Oliveira de
Almeida, Raisa Maria Bezerra de Melo, Bernardino Fernndez Calvo, Maria das Graas
Loureiro das Chagas3, Carlcia Ithamar Fernandes Franco1
Universidade Estadual da Paraba (UEPB), Universidade Federal do Rio Grande do Norte
(UFRN), 3Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)
Eixo Temtico: Transtornos Neuropsiquitricos e Doenas Neurolgicas
Palavras-chave: demncia, prevalncia, Campina Grande.
No Brasil a prevalncia de demncia varia de 0,6% entre as pessoas com idade de
65 a 69 anos, a 38,9% naqueles com mais de 84 anos. Sendo a Demncia de Alzheimer a
principal causa de demncia na populao idosa, responsvel por cerca de 60 a 70% de todas
as demncias, cuja prevalncia est aumentando progressivamente, devido sobretudo, ao
envelhecimento da populao. Ressaltando que essa prevalncia dobra, em mdia, a cada
cinco anos, passando de 1% aos 60 anos e chegando a mais de 40% da populao com mais
de 85 anos de idade. Objetivo: Rastrear e investigar os tipos de demncias prevalentes na
populao da cidade de Campina Grande-PB, assistida pelo Sistema nico de Sade (SUS).
Metodologia: Estudo do tipo transversal, observacional, descritivo e analtico com
abordagem quantitativa de base domiciliar. A amostra foi composta por 88 indivduos com
diagnstico de demncia, atendidos no Servio Municipal de Sade e na clnica escola de
Fisioterapia da UEPB, contudo apenas 44 desses adequaram-se aos critrios de incluso da
pesquisa. Os instrumentos utilizados para coleta de dados foram: Questionrio
sociodemogrfico e clnico para caracterizao da amostra, o Mini Exame do Estado Mental
(MEEM) para rastreio de dficits cognitivos e a Escala de Avaliao Clnica da Demncia
(CDR) para estadiamento da demncia. Os dados foram analisados atravs do programa
estatstico SSPS Statistics 22.0, sendo considerados valores significantes p<0,05. Este estudo
foi submetido e aprovado pelo Comit de tica e Pesquisa da Universidade Estadual da
Paraba-UEPB, sob o n 22438213.2.0000.5187. Resultados: Observou-se mdia de idade de
79,378,1 anos, com predominncia do sexo feminino (74%). Quanto ao tipo de demncia,
verificou-se que a amostra estudada apresentou prevalncia demncia do tipo Alzheimer,
com 60,5% dos idosos, seguido de 16,3% de demncias a esclarecer, 9,3% tanto para
demncia vascular quanto para demncia mista, 2,3% de casos decorrentes de DP e 2,3% de
demncia senil. Verificou-se que 31,8% dos portadores de demncia eram incapazes de
realizar o MEEM, dentre os que realizaram o teste, 68,2% apresentaram valores de
11,666,32 no escore total, indicando comprometimento cognitivo grave. Em relao a
CDR, 52,3% dos usurios apresentaram demncia grave (CDR3). Concluso: Mediante a
anlise dos dados possvel concluir que na cidade de Campina Grande a demncia do tipo
Alzheimer possui a maior prevalncia entre os usurios estudados, equivalendo a mais da
metade da amostra. De forma inesperada, a segunda maior prevalncia foram os casos de
demncia a esclarecer, indicando a necessidade de exames e avaliaes complementares
para a veracidade do diagnstico, alm do melhor acompanhamento multidisciplinar dos
profissionais da sade, sobretudo, neurologistas, psiquiatras e neuropsiclogos. Ressalta-se a
importncia de polticas de promoo e preveno a sade, no mbito das doenas
neurodegenerativas e transtornos cognitivos com o intuito de conscientizar a populao a
cerca dos sinais e sintomas iniciais sugestivos de demncia, objetivando uma interveno
precoce no quadro clnico destes indivduos.
Contato: [email protected]
Fomento: CNPq; UEPB

187

4.49 - CONSERVAO DA MEMRIA DE LONGO E CURTO PRAZO EM IDOSA


COM ALZHEIMER: RELATO DE CASO
Ana Paula de Castro Arajo, Maria Anailsa dos Santos Furtado, Nolia Kally Marinho de
Sousa, Patrcia Emille Bento Gonalves, Lanna Cristyna do Rego e Silva, Isabelle Tavares
Amorim
Faculdade Santa Maria
Eixo temtico: Transtornos Neuropsiquitricos e Doenas Neurolgicas
Palavras-chave: Alzheimer, memria musical, memria de curto e longo prazo.
A Doena de Alzheimer uma patologia neurodegenerativa caracterizada pelo
declnio progressivo das funes cognitivas, incluindo a capacidade de aprender novos
conceitos como de evocar os mesmos. Ou seja, ocorre um comprometimento da memria de
curto e longo prazo, da comunicao e da linguagem. O presente trabalho tem por objetivo
investigar a conservao da memria de curto e de longo prazo em uma idosa diagnosticada
com Alzheimer por meio de um estudo de caso descritivo e qualitativo a partir de uma
entrevista semiestruturada. M. J. tem 72 anos de idade, casada, ensino mdio completo, foi
diagnstica com Alzheimer h 5 anos. Ao trmino da entrevista, percebeu-se que a idosa no
conseguiu responder nenhuma das questes que envolviam atividades rotineiras e
acontecimentos recentes e/ou antigos. Esta no se lembrava de fatos da sua infncia ou
juventude, nem de fatos que aconteceram no dia da entrevista, pois no conseguia evocar
suas memrias de curto e longo prazo de maneira eficaz. Entretanto, quando questionada
sobre as canes de sua juventude, a idosa lembrou-se de forma rpida e clara de todas as
msicas que cantava na igreja. Importante acrescentar que a idosa tocou teclado
harmoniosamente em nossa presena, mesmo sem recordar do conhecimento terico sobre o
instrumento que toca desde a juventude. Mediante os dados coletados, foi possvel verificar
que a idosa teve um comprometimento da evocao das memrias de curto e longo prazo.
Porm, foi percebido que a sua memria musical estava bem conservada, corroborando
assim com os estudos de Crystal, Grober e Masur afirmando que habilidades como essa so
as ltimas memrias a serem perdidas. Assim, percebe-se a importncia da prtica de
atividades com contedos musicais para esses idosos, uma vez que estas podem possuir um
significado e valor relevante para os mencionados, e ajudar a preservar traos de memria,
ainda que de fatos e fatores especficos.
Contato: [email protected]

188

4.50 - A ATUAO DA NEUROPSICOLOGIA NA DEMNCIA DE ALZHEIMER


Las Nadai Tavares, Sandra Cristina Catelan-Mainardes
Centro Universitrio Cesumar (Unicesumar)
Eixo Temtico: Transtornos Neuropsiquitricos e Doenas Neurolgicas
Palavras-chave: demncia de Alzheimer, neuropsicologia, preveno, reabilitao,
orientao.
A demncia de Alzheimer (DA) a principal causa de declnio cognitivo em
adultos, principalmente em idosos, representando mais da metade dos casos de demncia. A
DA um distrbio progressivo da memria e outras funes cognitivas que afeta o
funcionamento ocupacional e social, alm dos processos de aprendizado, evocao e a
diminuio da aquisio de novas informaes (FORLENZA, 2005). De acordo com
Andrade, Santos e Bueno (2004), a prtica regulamentada da neuropsicologia engloba o
diagnstico, acompanhamento, reabilitao e pesquisa. Esta cincia tem papel importante no
processo teraputico da DA, pois contribui na avaliao do tratamento medicamentoso e de
tcnicas reabilitadoras. A avaliao neuropsicolgica permite identificar os dficits
cognitivos e as alteraes do comportamento do pacientes com demncia, permitindo
tambm obter uma estimativa quanto progresso da doena em reavaliaes. Desta forma o
objetivo deste trabalho foi identificar como se d a atuao da neuropsicologia na DA,
assinalando como a mesma auxilia na preveno, identificao e tratamento desta demncia.
Tambm mostrar a importncia do cuidador no trabalho da reabilitao. Para isto foram
realizadas entrevistas com duas neuropsiclogas que atenderam casos de DA, e dois
cuidadores de pacientes com DA possibilitando levantar dados para compreender como se
a atuao da neuropsicologia na demncia de Alzheimer e confirmando a importncia do
cuidador no trabalho da neuropsicologia. Conclu-se que a neuropsicologia tem uma atuao
importante frente demncia de Alzheimer possibilitando um diagnstico diferencial, que
delimita as dificuldades apresentadas e potencialidades preservadas do paciente,
possibilitando o planejamento de uma reabilitao adequada e orientao a famlia baseada
nas demandas especficas do paciente. Uma das atuaes do profissional neuropsiclogo
junto ao paciente demenciado a reabilitao neurospicologica, objetivando um retardo da
evoluo desta demncia, que infelizmente continuar progredindo, mas com a reabilitao,
de forma mais lenta. O neuropsiclogo atua tambm com o papel de orientador familiar,
acolhendo as angstias desencadeadas pelo diagnstico, orientando os cuidados dirios com
tal paciente, apresentando estratgias frente s delimitaes da doena e orientaes
singulares diante das funes afetadas e das ainda preservadas de cada paciente, alm de
realizar encaminhamentos. Foi possvel compreender tambm a viso preventiva da DA nos
discursos das neuropsiclogas, considerando que este um tema controverso e complexo,
considerando que a etiologia de tal demncia ainda no comprovada, existindo muitos
estudos, entretanto nenhum conclusivo, ento como prevenir a DA sem conhecer suas
causas? Seria possvel? Essas questes foram respondidas nas entrevistas com as
neuropsiclogas.
Contato: [email protected]

189

4.51 - AVALIAO DA MEMRIA DE CURTO PRAZO DE IDOSOS


ATENDIDOS EM UNIDADES BSICAS DE SADE DA CIDADE DE PARNABAPI
Paloma Cavalcante Bezerra de Medeiros , Samya Regina Lustosa Silva, Matheus
Barbosa da Rocha, Francisco de Assis Nunes, Emerson Digenes de Medeiros,
Natanael Antnio dos Santos
Universidade Federal do Piau, Universidade Federal da Paraba
Eixo temtico: Processos Cognitivos
Palavras-chave: envelhecimento, memria, declnio cognitivo.
O envelhecimento um fenmeno mundial que tem crescido nas ltimas dcadas.
A linha que separa o declnio cognitivo considerado normal no processo de envelhecer de
uma possvel demncia muito tnue, salienta-se assim a importncia de estudos para
compreender as mudanas dessa fase do desenvolvimento e as variveis que podem
influenciar positivamente para o retardo desse declnio. O presente trabalho teve como
objetivo avaliar a memria de curto prazo dos idosos atendidos nas Unidades Bsicas de
Sade localizadas na cidade de Parnaba - PI. Participaram da pesquisa 100 idosos, sendo 50
do sexo feminino e 50 do sexo masculino. Foi utilizado como instrumento o Teste Pictrio
de Memria (TEPIC-M). Os resultados alcanados no TEPIC-M foram corrigidos segundo o
manual do instrumento, em seguida foram aplicadas estatsticas inferenciais atravs do
SPSS. A maioria dos participantes apresentou baixa pontuao no teste (80%). O Teste t de
Student no revelou diferena significativa (t (100) = 0,54, p > 0,05) entre homens e
mulheres quanto a pontuao alcanada no TEPIC-M. No que diz respeito a comparao de
grupos que praticam e no praticam de atividades (fsica e/ou lazer) foi evidenciada
diferena significativa (t (88) = 2,06, p < 0,05), pontuando mais alto aqueles que praticam de
atividades. A Anlise de Varincia (ANOVA) foi utilizada para verificar se h diferena
entre os participantes no teste de memria considerando o nvel escolar e evidenciou
diferena significativa entre os grupos (F (100) = 13,9, p < 0,05), ou seja, aqueles com maior
nvel escolar pontuaram mais alto. Considera-se que no decorrer do processo de
envelhecimento ocorre um declnio na memria, e este no se apresenta de forma
diferenciada entre homens e mulheres, no entanto os anos de escolaridades podem est
implicados num declnio mais tardio, assim como a prtica de atividades.
Contato: [email protected]

190

4.52 - AVALIAO DA MEMRIA HPTICA


RECONHECIMENTO EM ADULTOS E IDOSOS

PARA

TAREFAS

DE

gina Karoline Gonalves da Fonsca1, Maria Jos Nunes Gadelha1, Cyntia Digenes
Ferreira1, Andr Alexandre de Jesus Marques2, Joenilton Saturnino Caz da Silva1, Natanael
Antonio dos Santos1, Bernardino Fernndez-Calvo3
1
3

Universidade Federal da Paraba, Joo Pessoa-PB; 2 Universidade do Algarve, Portugal;


Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal-RN

Eixo Temtico: Neuropsicologia Clnica e Experimental


Palavras-chave: envelhecimento, memria hptica, reconhecimento, esquecimento.
A memria apresenta um declnio significativo ao longo do envelhecimento
saudvel, com efeitos diferenciados em seus componentes. Foram encontrados poucos
estudos relacionando tarefas de reconhecimento a longo prazo para a memria hptica em
idosos saudveis. Neste sentido, o objetivo desse trabalho foi comparar as taxas de
esquecimento da informao processada na modalidade hptica para tarefas de
reconhecimento aps os intervalos de 1, 10 ou 20 minutos em adultos e idosos. Participaram
do estudo 36 pessoas, sendo 18 adultos com idade entre 20 e 30 anos e 18 idosos a partir de
60 anos, de ambos os sexos, com estado cognitivo preservado e com capacidade de leitura e
escrita. O presente estudo obteve aprovao do Comit de tica para Humanos sob nmero
de parecer 722.049 (CCS-UFPB). Foram estabelecidos 6 grupos, compostos por 6 pessoas,
considerando a idade e os intervalos de tempo. Para a realizao das tarefas de
reconhecimento foi utilizada uma caixa de madeira para estmulos hpticos, com 50 cm de
altura e 40 cm de comprimento, possuindo duas aberturas frontais para as mos com
seguimentos at o interior da caixa, e com abertura do lado oposto ao participante. Foram
utilizados 45 objetos divididos em 3 conjuntos de 15, distribudos aleatoriamente e
contrabalanceados ao longo dos 3 intervalos de tempo, de forma que cada participante teve
acesso a conjuntos de estmulos diferentes ao longo das condies experimentais. O
procedimento consistiu em duas fases. Durante a primeira, o participante colocava as duas
mos no interior da caixa para fazer a explorao hptica dos 15 objetos, cada objeto
permanecia na mo do participante por 5 segundos. Na segunda fase, foram apresentados os
15 objetos que haviam sido explorados na fase de estudo juntamente com mais 15 objetos
que no haviam sido apresentados anteriormente. Os participantes tiveram que identificar
quais objetos estavam na fase de estudo. Os dados foram agrupados a partir das mdias de
objetos reconhecidos para os trs diferentes intervalos. O teste Kruskal-Wallis no
apresentou diferenas significantes (p >.05) para as comparaes entre as tarefas de
reconhecimento aps os trs intervalos de tempo quando comparados intra grupos, tanto
para os adultos como para os idosos. J o teste Mann-Whitney U mostrou diferenas
significantes (p < .05) quando comparadas as taxas de reconhecimento entre adultos e idosos
aps o intervalo de 10 minutos e entre adultos e idosos aps o intervalo de 20 minutos. Os
resultados sugerem que a informao processada na modalidade hptica sofre algumas
alteraes quando recuperada aps os intervalos de 1, 10 ou 20 minutos, tanto para adultos
como para idosos. Porm, perdas significativas podem acontecer aps os intervalos de 10 e
20 minutos quando se trata de idosos, indicando que a memria hptica para reconhecimento
pode ser afetada pelo envelhecimento saudvel.
Contato: [email protected]
Fomento: CNPq

191

4.53 - SISTEMAS DE MEMRIAS: ADULTOS DE IDADE INTERMEDIRIA


DIFERENCIAM-SE DE ADULTOS IDOSOS?
Renata Kochhann1, Maila Rossato Holz1, Michael Zanchet2, Jacqueline Germano Trindade2,
Ana Paula Vicari Rojas Lima2, Mariela de Oliveira Silveira2, Rochele Paz Fonseca1
1

Pontifcia Universidade Catlica do Rio Grande do Sul,


Longevidade e Spa

Kurotel Centro Mdico de

Eixo Temtico: Neuropsicologia Clnica e Experimental


Palavras-chave: memria de trabalho, memria episdica, memria prospectiva, funes
executivas, envelhecimento.
Muitos pacientes chegam para a avaliao neuropsicolgica a partir de queixas
associadas dificuldade em codificar, evocar, armazenar, ou manipular informaes j
aprendidas. A partir da avaliao de sistemas de memrias possvel estimar qual a
dificuldade de acesso aos processamentos das unidades mnemnicas que acabam
influenciando na rotina dos pacientes. Contudo, a maioria dos estudos compara adultos mais
jovens com idosos, no parecendo haver um consenso sobre como as memrias so
processadas em adultos de 40 a 59 anos de idade (de modo semelhante ou distinto de
idosos). Assim o objetivo deste estudo foi verificar se h diferenas no desempenho entre
adultos e idosos em testes que avaliam a memria prospectiva, semntica, episdica e de
trabalho. Participaram 19 adultos de idade intermediria, com idade entre 41 e 59 anos e
com mdia de escolaridade de 18,47 (DP=3,77) e 18 idosos, com idade entre 61 e 82 anos e
com mdia de escolaridade de 17,50 (DP=3,93) que foram atendidos no programa de
avaliao neuropsicolgica da memria em um Centro Mdico de Longevidade e Spa do Rio
Grande do Sul. Os instrumentos utilizados foram subteste Dgitos ordem direta (OD) e
ordem indireta (OI) da Escala de Inteligncia Wechsler para Adultos (WAIS III); os
subtestes de memria prospectiva, semntica, episdica (imediata e tardia) do Instrumento
de Avaliao Neuropsicolgica Breve NEUPSILIN; e o Teste de Aprendizagem Auditivoverbal de Rey (RAVLT) trials A1, A6 e A7. Foi conduzida anlise de Mann-Whitney para
avaliar o desempenho das memrias e a distribuio da escolaridade entre os dois grupos
etrios; e de Qui-quadrado para avaliar a distribuio de gnero e de queixas de memria
entre os dois grupos etrios. No houve diferena na distribuio de gnero (p=0,515), de
escolaridade (p=0,425) e na queixa de memria (p=0,658) entre adultos e idosos. Observouse que os adultos tiveram um desempenho melhor que os idosos na tarefa de memria
imediata do NEUPSILIN (p=0,031), no trial A1 do RAVLT (p=0,004), na memria de curto
prazo do Dgitos OD (p=0,011) e na memria de trabalho do Dgitos OI (p=0,013). No
houve diferenas entre grupos quanto memria prospectiva, semntica e episdica tardia
do NEUPSILIN e RAVLT trials A6 e A7. Estes resultados sugerem um maior
comprometimento do grupo de idosos em componentes de memria imediata, de curto prazo
e memria de trabalho, quando comparados a grupos de adultos, o que pode sugerir alguma
participao inferior esperada do funcionamento executivo e atencional, em comorbidade
com dficits mnemnicos. Sugere-se a realizao de estudos que avaliem a relao do
desempenho das memrias com medidas atencionais (concentrada/ seletiva), porque esta
tende a estar intrinsecamente relacionada primeira etapa de memria, a codificao; e com
medidas de funes executivas, principalmente inibio e flexibilidade cognitiva.
Contato: [email protected]
Fomento: CAPES/FAPERG; CNPq

192

4.53A - RECORDAES DE EVENTOS ARMAZENADOS NA MEMORIA


AUTOBIOGRAFICA VIVENCIADOS POR IDOSOS
Simone Alves da Silva, Byanca Eugnia Duarte Silva, Jayro Edran Monteiro, Daline Delfino
Faculdade Santa Maria Cajazeiras
Eixo Temtico: Processos Cognitivos
Palavras-chave: memria autobiogrfica, emoes, cognies.
O presente trabalho visa perceber a interao e o grau de lucidez do idoso, tendo
princpio de fundamentao de estudo a memria autobiogrfica. O ato de recordar os fatos
traz aos presentes emoes vividas outrora, isto , as pessoas ao lembrar-se de
acontecimentos, relembram situaes de alegrias, tristezas, ou seja, sentimentos que se
tornam visveis. Assim podendo identificar quais partes de sua vida ficou mais marcantes
nas suas lembranas. Ento at que ponto as lembranas molda o individuo? Como? E at
quando? Entende-se que a memria autobiogrfica se define a partir do ciclo vital, que se
processa especificamente e so auto-relacionada. Com os objetivos de identificar os eventos
que foram marcantes na trajetria de vida, destacando os aspectos que contriburam para
seus engrandecimentos, no mbito pessoal, social e cultural. Verificar o nvel de lucidez, em
relao aos fatos ocorridos na sua existncia; Descrever aspectos vivenciados em pocas
remotas que marcaram em sua historia de vida; Perceber as emoes relacionadas aos fatos
acontecidos no decorrer de sua vida; identificar como esses fatos ajudaram na transformao
de suas subjetividades. Para compreender os eventos histricos que foram marcantes na vida
do idoso, foi utilizada uma entrevista fazendo referencia aos aspectos pessoais, sociais e
culturais. A pesquisa foi realizada em outubro do ano de 2012, especificamente do tipo
qualitativa, com uma pequena amostra de idosos do abrigo Lucas Zord do municpio de
Cajazeiras - PB. A amostra foi composta por homens e mulheres com mais de 76 anos, que
tinham lucidez. Foi utilizado como base para a pesquisa da memria autobiogrfica um
questionrio de 10 (dez) perguntas focadas na vida e experincias passadas onde os mesmos
responderam em forma de entrevista oral a esse questionrio. Desenvolvendo o contexto
estudado sobre memria autobiogrfica, houve a compreenso conceitual como a qual a
mesma definida. De acordo com o autor Baddeley (2011), memria autobiogrfica passa
pelo ciclo de uma vida, tanto de eventos especficos quanto de informaes autorelacionadas. No so apenas certos tipos de eventos que esto sujeitos distoro;
perodos especficos da vida so lembrados mais facilmente que outros. De modo similar,
embora as primeiras memrias que a maior parte dos adultos tem dos eventos que ocorreram
quando era beb, as crianas muito pequenas apresentam evidencias da lembrana de
eventos que ocorreram quando tinham apenas seis meses de idade. As memrias
autobiogrficas englobam as memrias episdicas que mantemos nosso respeito. E
influenciada por processos construtivos decorrentes de nossas experincias obtidas em toda
nossa vida.
Contato: [email protected]

193

4.54 - ESTUDO DOS EFEITOS DA SNDROME METABLICA SOBRE AS


QUEIXAS SUBJETIVAS DE MEMRIA PROSPECTIVA EM IDOSOS
Izabela Alves de Oliveira Bezerra1, Elaine Maria Guedes da Silva1, Giullyan Nobrega
Primo1, Morgana do Nascimento Andrade1, Nelson Torro Alves1, Bernardino Fernndez
Calvo2
1

Universidade Federal da Paraba, 2Universidade Federal do Rio Grande do Norte


Eixo Temtico: Neuropsicologia Clnica e Experimental
Palavras-chave: sndrome metablica, memria prospectiva, idosos.
Pesquisas atuais evidenciam a relao a Sndrome Metablica (SM) e Queixas
Subjetivas de Memria (QSM), entretanto pouco, entretanto, no foram encontrados estudos
que avaliem diferentemente a memria prospectiva da retrospectiva sob o efeito de fatores
de risco vascular. Diante disso, o objetivo dessa pesquisa consistiu em investigar se idosos
sem demncia e com a SM apresentam mais QSM prospectiva, em comparao com idosos
sem demncia, que no apresentam a SM. A amostra foi selecionada por convenincia em
nosso campo de investigao, abrangendo grupos de convivncia, Unidades de Sade da
Famlia e o Centro de Ateno Integral Sade do Idoso (CAISI). Os critrios de
elegibilidade da amostra foram: idade maior ou igual a 60 anos; no possuir diagnstico de
demncia ou enfermidades psiquitricas graves; no possuir comprometimento cognitivo
moderado ou grave, acusado pelo Mini Exame do Estado Mental (MMSE) (adaptado de
acordo com a idade e escolaridade); no apresentar dificuldades de comunicao ou
compreenso (afasias); no possuir deficincias sensoriais que interfiram na realizao dos
instrumentos de pesquisa; no serem institucionalizados. O procedimento constou de duas
fases. A 1 fase consistiu em um estudo piloto contendo 10 idosos, visando avaliar a
adequao da entrevista e dos questionrios populao amostral. Na 2 Fase foram
aplicadas as entrevistas scio demogrficas e clnicas, o MMSE e a Escala Hospitalar de
Ansiedade e Depresso, para selecionar os entrevistados segundo os critrios de incluso. A
anlise dos dados foi procedida da seguinte maneira: a) Estatstica descritiva: mdia e
desvio-padro (DP) das caractersticas clnicas e sociodemogrficas dos grupos (idosos com
e sem fatores vasculares). A comparao das variveis nominais foi realizada mediante Qui
quadrado; b) O teste t de Student foi utilizado para comprovar se existiram diferenas
significativas entre os grupos em cada uma das variveis quantitativas. Em todos os testes
estatsticos, o nvel de significncia estabelecido foi de p < .05. Foram estudados 50 idosos
com idade a partir de 60 anos (M=70,32; DP=5,49), com nvel de escolaridade em que
83,1% dos entrevistados ou tinham o primeiro grau completo ou eram analfabetos. A
maioria da amostra era feminina (70,6%). Em relao memria atual, 87% acreditam ter a
memria boa ou regular. Quando solicitados a comparar o desempenho atual com o do ano
passado, 63,2% dizem ter a memria mais ou menos igual; 59,8% relataram que sua
memria tem interferido na vida cotidiana particular. 67,5% apresentam problemas
cardiovasculares atestados por um mdico. Foi observado que 57,6% dos entrevistados no
apresentam diabetes; j o sintoma de hipertenso est presente em 59,9% dos idosos. 46,2%
ou no apresentam hipercolesterolemia ou no se recordam; o mesmo ocorre para a
hipertrigliceridemia com porcentagem de 56,5%. 64,5% dos entrevistados j foram tratados
por hipertenso arterial sistmica, 41,7% por colesterol alto. 71% no apresenta depresso.
76,4% apresentavam um, dois, ou trs fatores de risco vascular; e 79,4% apresentam IMC
dentro do padro no obeso. Conclui-se que as queixas de memria prospectivas em uma
populao idosa em geral, sem distrbio cognitivo, parecem associar-se mais a presena de
SM.
Contato: [email protected]
Fomento: CNPq

194

4.55 - AVALIAO COGNITIVA BREVE DE PACIENTES COM DOENA DE


HUNTINGTON: DADOS PRELIMINARES
Ana Paula Bresolin Gonalves, Renata Kochhann, Patrcia dos Santos Bopsin, Elisangela
Souza, Raphael Machado de Castilhos, Laura Jardim, Carlos Rieder, Rochele Paz
Fonseca
Pontifcia Universidade Catlica do Rio Grande do Sul, Universidade Federal do Rio
Grande do Sul, Universidade Federal de Cincias da Sade de Porto Alegre
Eixo Temtico: Neuropsicologia Clnica e Experimental
Palavras-chave: doena de Huntington, rastreio cognitivo, MOCA.
A doena de Huntington (DH) uma doena autossmica dominante,
neurodegenerativa, caracterizada por distrbios do movimento, transtornos psiquitricos e
demncia. Pacientes com DH apresentam importantes alteraes neuropsicolgicas, podendo
anteceder em at 10 anos o incio clnico da doena. Essas alteraes podem gerar prejuzos
significativos no funcionamento laboral e social destes pacientes. Deste modo, o objetivo
deste estudo foi avaliar a cognio de pacientes com Huntington atravs da escala de rastreio
cognitivo MOCA, buscando-se avaliar se h associao com tempo de sintomas, prejuzo
motor, grau de independncia e desempenho cognitivo. Participaram 14 pacientes com
diagnstico de DH, dentre eles sete homens e sete mulheres, com idade mdia de 52,71 anos
(dp= 9,36), com tempo de sintomas mdio de 8,64 (dp= 5,37) e com escolaridade mdia de
8,08 anos (dp=3,9). Foi conduzida anlise Mann-Whitney para amostras independentes e
no paramtricas; e correlao de Spearman com grau de significncia de 95%. No houve
diferena na distribuio de idade (p=0,902), anos de estudo (p=0,731), tempo de sintomas
(p=0,948), prejuzo motor (p=0,165), grau de independncia (p=0,805) e desempenho
cognitivo avaliado pelo MOCA (p=0,710) entre homens e mulheres. Quanto maior o grau de
independncia do paciente, maior o desempenho cognitivo na MOCA (rho=0,572, p=0,033).
Alm disso, quanto menor o prejuzo motor do paciente maior o desempenho cognitivo na
MOCA (rho=-0,550, p=0,041). Esses resultados indicam que um melhor desempenho
cognitivo est associado a um menor prejuzo motor e a um maior grau de independncia do
paciente. Sugerem-se estudos futuros com uma maior amostra, na qual sejam avaliados os
subcomponentes da cognio em avaliao mais ampla de funes executivas, sistemas de
memria e componentes atencionais, em busca de possveis marcadores neuropsicolgicos
para diagnstico precoce do impacto funcional desta doena.
Contato: [email protected]
Fomento: CAPES/FAPERGS; CNPq

195

4.56 - ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL DIREITO: SINTOMAS DEPRESSIVOS,


NVEL DE FUNCIONALIDADE E FUNES EXECUTIVAS
Morgana Scheffer1, Chrystian Kroeff1, Bibiana Gallas Steigleder1, Lidiane Andreza Klein2,
Rosa Maria Martins de Almeida1
1

Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), 2Universidade do Vale do Rio dos
Sinos (UNISINOS)
Eixo temtico: Neuropsicologia Clnica e Experimental
Palavras-chave: leso vascular, sintomas depressivos, funcionalidade, funes executivas.

A depresso secundria a leses neurolgicas como o Acidente Vascular Cerebral


(AVC) a complicao psiquitrica mais frequente. Este quadro pode chegar a uma
prevalncia de 80% dos casos. A literatura aponta alteraes emocionais, como a depresso,
aps leses no hemisfrio direito do crebro em um perodo de at trs meses Entre os
domnios cognitivos que podem ser afetados em pacientes com depresso est o controle
executivo e essa alterao implica na distribuio do circuito neural composto por setores
mltiplos do crtex pr-frontal em interao com regies subcorticais como o tlamo, por
exemplo. O objetivo do estudo foi verificar a associao entre sintomas depressivos
somticos, cognitivos, o nvel de funcionalidade ps-AVC, o desempenho nas funes
executivas e tempo de leso. A amostra foi constituda por 44 indivduos que sofreram AVC
no hemisfrio direito, com idade mdia de M=60,50(11,22) anos, anos de estudos
M=9,93(5,41) anos; tempo de leso M=31,09(29,27) meses; nvel de funcionalidade
M=0,89(1,20) e sintomas depressivos M=13,11(11,29). Nove por cento fazia uso de
benzodiazepnicos e 20,5% de antidepressivos, sendo que 11,4% eram diagnosticados com
depresso em pronturio. Treze participantes apresentavam leso restrita regio frontal,
sendo que o restante (31) apresentavam leso no frontal. Os instrumentos utilizados foram:
Escala de Rankin; Inventrio Beck de Depresso-BDI; Behavioral Assessment Dysexecutive
Syndrome-BADS; Teste Wisconsin de classificao de cartas-verso reduzida e adaptada de
48 cartas; Five Digits Task. Foi utilizado o teste de correlao de Pearson e medidas
descritivas para a anlise dos dados. O nvel de significncia aceito foi de 5%. Os resultados
mostraram associao negativa fraca entre nvel de funcionalidade aps o AVC e
desempenho em planejamento, resoluo de problemas, e capacidade de julgamento (r=0,33, p=0,026). Sugere-se que mais que a presena de sintomas depressivos, o nvel de
dependncia parece prejudicar o desempenho das funes executivas em pacientes com
leso vascular crnica. Este resultado pode ter sido influenciado pelo baixo nvel de
sintomas depressivos, evidenciados pela mdia do grupo, assim como, a presena de
depresso em apenas 5 de 44 participantes. Estudo futuro, controlando o tamanho da leso
torna-se necessrio para melhor compreenso da gravidade do AVC e nvel de dependncia
associado ao desempenho das funes executivas.
Contato: [email protected]

196

4.58
ACIDENTE
VASCULAR
CEREBRAL
E
ALTERAES
NEUROPSICOLGICAS EM IDOSOS: UM ESTUDO TRANSVERSAL COM
GRUPO CONTROLE
Camomila Lira Ferreira, Francisco Wilson Nogueira Holanda Jnior, Maria Emanuela
Matos Leonardo, Eullia Maria Chaves Maia
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Eixo Temtico: Transtornos Neuropsiquitricos e Doenas Neurolgicas
Palavras-chave: idosos, AVC, alteraes neuropsicolgicas.
O Acidente Vascular Cerebral (AVC) considerado uma patologia incapacitante
devido alta prevalncia de incapacidades fsicas, comprometimento neuropsicolgico e
transtornos psiquitricos ocasionados ps-AVC. A prevalncia de dficits neuropsicolgicos
pode chegar a mais de 50% dos casos, principalmente em idosos. A fim de determinar o
impacto clnico desse quadro neurolgico no idoso, fundamental a realizao de uma
avaliao neuropsicolgica que possa identificar as alteraes presentes para o planejamento
das intervenes necessrias. Nessa perspectiva, torna-se fundamental compreender essas
consequncias e implicaes do AVC na velhice, tendo em vista a ocorrncia de problemas
crnicos e debilitantes de sade, sua associao com o aumento da mortalidade, prejuzos na
linguagem, nas funes fsicas e sociais, problemas de memria e de raciocnio, e reduo
da qualidade de vida. Assim, objetivou-se examinar a ocorrncia de alteraes
neuropsicolgicas em 30 idosos, com idade superior a 60 anos, acometidos pelo AVC, que
se encontram em fase crnica desta condio e em processo de reabilitao fsica,
comparando-os com um grupo controle de 30 idosos sem ocorrncia deste evento. Para isso,
foi aplicado um questionrio estruturado com questes scio-demogrficas e de sade, o
Inventrio de Alteraes Neuropsicolgicas para Adultos (SZC) e o Mini-Exame do Estado
Mental como teste de rastreio cognitivo. Observou-se que, entre os idosos com AVC, 60%
so do gnero feminino, com idade mdia de 72 anos (DP=6), e escore mdio obtido atravs
do Inventrio SZC de 59,839,15. J no grupo controle, 73% so do gnero feminino, com
idade mdia de 71 anos (DP=6), e escore mdio do Inventrio SZC de 74,111,88. Tais
dados sinalizam a presena de mais alteraes neuropsicolgicas entre os idosos que
apresentaram AVC, estando em conformidade com dados de que o AVC frequentemente
pode resultar em alguns dficits cognitivos, sendo os principais domnios afetados ps-AVC
a memria, a ateno, a linguagem, a orientao e o clculo. Percebe-se, portanto, que o
AVC uma condio que significativamente afeta a vida do paciente idoso em vrias
dimenses, podendo resultar em consequncias negativas que comprometem sua
reabilitao, recuperao, funcionamento cognitivo e qualidade de vida, bem como a sade
de seus cuidadores. Por isso, faz-se necessrio construir uma teraputica que abranja os
domnios fsicos, cognitivos e psicossociais, com o objetivo de minimizar os efeitos
negativos dessas consequncias - quando no se pode evit-las.
Contato: [email protected]

197

4.59 - ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL E ENVELHECIMENTO: UM ESTUDO


DA SINTOMATOLOGIA DEPRESSIVA E DA CAPACIDADE FUNCIONAL EM
UM MUNICPIO DO NORDESTE BRASILEIRO
Camomila Lira Ferreira, Maria Emanuela Matos Leonardo, Francisco Wilson Nogueira
Holanda Jnior, Eullia Maria Chaves Maia.
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Eixo Temtico: Transtornos Neuropsiquitricos e Doenas Neurolgicas
Palavras-chave: envelhecimento, AVC, depresso, capacidade funcional.
O envelhecimento envolve o acometimento de condies causadoras de
incapacidades fsicas e mentais, dentre as quais h o Acidente Vascular Cerebral (AVC), um
evento agudo que tem grande potencial para gerar dficits no funcionamento fsico, sensorial
e cognitivo. Assim, este estudo objetiva avaliar a sintomatologia de depresso e a
capacidade funcional de 30 idosos, com 60 anos ou mais, que apresentam AVC em fase
crnica e que realizam acompanhamento interdisciplinar em um Centro de Reabilitao de
Adultos de uma cidade do nordeste brasileiro. Para isso, foi realizado um estudo transversal
com grupo controle de 30 idosos que no apresentaram AVC e que so igualmente usurios
do SUS, com a utilizao de questionrio estruturado, Escala de Depresso Geritrica,
Escalas de Lawton (AIVD) e de Katz (ABVD), e o Mini-Exame do Estado Mental como
teste de rastreio cognitivo. Observou-se que, entre os idosos com AVC, 60% so do gnero
feminino, com idade mdia de 72 anos (DP=6), 80% no permanecem sozinhos ao longo do
dia e 67% necessitam de alguns cuidados realizados, em 50% dos casos, por seus filhos, j
que 83% dos idosos residem em domiclios multigeracionais. Quanto morbidade referida,
93% apresentam alguma outra doena crnica, sendo hipertenso (80%) e diabetes (30%) as
patologias mais citadas. Quanto escala de depresso, obteve-se o escore mdio de 5,73,3,
o que indica um quadro depressivo leve. Quanto ao instrumento que avalia as ABVDs, o
escore mdio foi de 4,12,1, indicando dependncia parcial dos idosos, e para as AIVDs,
obteve-se o escore mdio de 18,85,5, o que tambm indica dependncia parcial. No grupo
controle, 73% so do gnero feminino, com idade mdia de 71 anos (DP=6), 70% no
permanecem sozinhos ao longo do dia e 77% no necessitam de auxlio na realizao de
seus cuidados dirios, mesmo 67% residindo em domiclios multigeracionais. Quanto
morbidade referida, 73% apresentam alguma doena crnica, sendo a hipertenso (60%) e as
doenas msculo-esquelticas (40%) as mais citadas. Quanto escala de depresso, obtevese o escore mdio de 4,03,3, indicando a ausncia de um quadro depressivo. Em relao s
ABVDs, o escore mdio obtido na escala foi de 5,90,6, indicando dependncia parcial, e
quanto s AIVDs, obteve-se o escore mdio de 25,03,2, o que tambm indica dependncia
parcial. Percebe-se, portanto, a presena de sintomas depressivos nos idosos que tiveram
AVC, embora de natureza leve, enquanto o grupo controle no apresentou sintomas
depressivos ou estes foram menos intensos, o que possivelmente sugere que o AVC pode ser
um indicador da ocorrncia dos sintomas depressivos. Estes idosos que tiveram AVC
tambm apresentaram um dficit maior em sua capacidade funcional, exigindo maior
necessidade por cuidados. Sabe-se, tambm, que a senescncia e patologias associadas
podem levar ao dficit na capacidade funcional, interferindo na mesma. Desta forma,
verifica-se a importncia de lanar um olhar sobre a presena de sintomas depressivos psAVC e sobre os prejuzos nas AIVDs e ABVDs, tendo em vista as consequncias negativas
dessas variveis de humor e de funcionalidade para com a sade e qualidade de vida dos
idosos.
Contato: [email protected]

198

4.60 - RELAO ENTRE MEMRIA E QUALIDADE DE VIDA EM VTIMAS DE


AVC
Kamila Maria de Albuquerque Fernandes Santos, Andr Alexandre de Jesus Marques,
Maria Jos Nunes Gadelha2
1

Universidade do Algarve, Portugal; 2Universidade Federal da Paraba, Joo Pessoa-PB

Eixo Temtico: Neuropsicologia Clnica e Experimental


Palavras-chave: AVC, memria, qualidade de vida.
Os dficits de memria constituem uma das caractersticas marcantes aps um
Acidente Vascular Cerebral (AVC). Inmeras investigaes mostram uma relao causal
entre a memria e o AVC. Os estudos encontrados na literatura, nomeadamente os que se
centram no estudo da qualidade de vida, tm evidenciado algumas controvrsias. Assim, esta
pesquisa teve como principal objetivo investigar uma provvel relao entre memria e
qualidade de vida em pessoas vtimas de AVC, apresentando de modo diferencial os
diferentes preditores de dimenses especficas da qualidade de vida. A amostra foi
constituda por 21 adultos com AVC em regime de internamento num Centro de Medicina e
Reabilitao de Portugal. A bateria de instrumentos para a coleta dos dados foi constituda
pela Escala de Memria de Wechsler (WMS-III) e pelo questionrio de qualidade de vida da
Organizao Mundial de Sade, verso abreviada (WHOQOL-BREF). Efetuaram-se
anlises de regresso linear mltipla com a finalidade de predizer a varincia das variveis
dependentes (domnios de qualidade de vida) a partir de combinaes lineares das variveis
independentes (sub-testes de memria), examinando assim o contributo na predio dessas
variveis. Dentre os resultados destaca-se (1) a correlao positiva estatisticamente
significativa entre todos os domnios da WMS-III e os domnios do WHOQOL-BREF e (2)
os modelos preditores encontrados explicam entre 43,4% e 71,9% da varincia nos domnios
de qualidade de vida. Nesse sentido, foi identificada a memria lgica como varivel dos
domnios: Geral (F [1,19] = 16.32; p <0.01), Fsico (F [1,19] = 43.409; p <0.001),
Psicolgico (F [1,19] = 52.106; p <0.001) e Relaes Sociais (F [1,19] = 22.518; p <0.001);
e a memria de dgitos como varivel preditora do domnio Ambiente (F [1,19] = 24.244; p
<0.001). Estes resultados sugerem que a memria possui uma influncia considervel na
qualidade de vida das pessoas vtimas de AVC, tendo efeitos diferenciados de acordo com o
grau da leso.
Contato: [email protected]

199

4.61
ALTERAES
NEUROPSICOLGICAS
AUTORRELATADAS,
SINTOMATOLOGIA DEPRESSIVA E DE ANSIEDADE EM IDOSOS
ACOMETIDOS POR ACIDENTE VASCULAR ENCEFLICO
Francisco Wilson Nogueira Holanda Jnior, Camomila Lira Ferreira, Maria Emanuela
Matos Leonardo, Eullia Maria Chaves Maia
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Eixo Temtico: Transtornos Neuropsiquitricos e Doenas Neurolgicas
Palavras-chave: acidente vascular enceflico, alteraes neuropsicolgicas, depresso,
ansiedade.
As doenas cerebrovasculares representam a segunda maior causa de mortalidade
no mundo e a primeira causa no Brasil. Os acidentes vasculares enceflicos (AVEs) so os
tipos mais comuns de doenas cerebrovasculares e podem resultar em uma alta prevalncia
de incapacidades fsicas, de comprometimento neuropsicolgico e de condies
psicopatolgicas. Neste trabalho, objetivou-se examinar a relao entre alteraes
neuropsicolgicas autorrelatadas, sintomas de depresso e de ansiedade em uma amostra de
30 idosos acometidos por AVE com idade mnima de 60 anos (M=72,23; DP=6,07) aliada a
uma comparao com um grupo controle de mesmo nmero de idosos saudveis (M=71,30;
DP=6,56). Os resultados indicam que a medida de alteraes neuropsicolgicas
autorrelatada no se relacionou com as sintomatologias de depresso e ansiedade, embora
estas duas tenham se correlacionado. Os idosos acometidos por AVE apresentaram
alteraes neuropsicolgicas autorrelatadas e sintomatologia depressiva significativamente
maiores do que os idosos do grupo controle. No houve diferena estatisticamente
significativa de ansiedade entre os dois grupos. Este estudo apoia outros trabalhos que
evidenciam alteraes cognitivas no contexto das doenas cerebrovasculares e que a
depresso particularmente uma condio possvel aps a ocorrncia do AVE. Tendo em
vista o espectro de prejuzos que tal condio cerebrovascular pode causar, importante que
os profissionais da sade construam teraputicas que abranjam os domnios fsicos,
cognitivos e psicossociais com o objetivo de amenizar essas consequncias.
Contato: [email protected]

200

4.62 - ANLISE DA INTERVENO NEUROFUNCIONAL SOBRE A


QUALIDADE DE VIDA EM INDIVDUOS ACOMETIDOS DE AVC ASSISTIDOS
NA CLNICA ESCOLA DE FISIOTERAPIA UEPB
Salete Maria Freire Ramos, Mara Lopes da Costa, Adryanne Dannyele Macdo de Oliveira,
Layane Sobreira Bento, Jussara Mirella Victor Pereira, Carlcia Ithamar Fernandes Franco
Universidade Estadual da Paraba (UEPB)
Eixo Temtico: Transtornos Neuropsiquitricos e Doenas Neurolgicas
Palavras-chave: AVC, qualidade de vida, interveno fisioteraputica.
A Organizao Mundial de Sade define o Acidente Vascular Cerebral como um
sinal clnico de desenvolvimento rpido de uma perturbao focal da funo cerebral, de
possvel origem vascular com mais de 24 horas de durao. Trata-se de uma afeco nos
vasos sanguneos no Sistema Nervoso Central. As sequelas do AVC podem limitar de modo
significativo o desempenho funcional, com consequncias negativas nas relaes pessoais,
familiares, sociais e, sobretudo na qualidade de vida. Objetivo: Evidenciar a importncia da
Fisioterapia Neurofuncional na qualidade de vida de indivduos acometidos de AVC.
Metodologia: Estudo de carter longitudinal, analtico e qualitativo, cuja amostra foi
composta por 19 usurios do Sistema nico de Sade com AVC crnico com idade acima
de 30 anos, atendidos na Clnica Escola da Universidade Estadual da Paraba atravs do
Projeto de Extenso Grupo de Assistncia Interdisciplinar ao Paciente Hemipartico
(GAIPH). Foram utilizados os seguintes instrumentos: fichas de avaliao sociodemogrfica
e clnica para obteno dos dados sociodemogrfico e clnicos, e a escala EQVE AVC para
anlise da percepo da qualidade de vida. A interveno neurofuncional, na qual a amostra
foi submetida foi composta de circuitos que envolviam atividades da vida diria como:
colocar a roupa no varal, levar a comida at a boca, vestir uma pea de roupa com o mnimo
de auxilio possvel, pentear o cabelo, entre outros; tornando esses indivduos mais
independentes ao executar suas funes no dia a dia, otimizando assim a qualidade de vida.
Os dados foram analisados atravs do programa estatstico SPSSStatistics22.0. Esse estudo
foi submetido e aceito pelo Comit de tica e Pesquisa da UEPB, sob n 6.46.081.08.
Resultados: Mediante a anlise dos dados verificou-se que os indivduos acometidos de
AVC apresentaram idade mdia de 58,89 anos, variando entre 30 e 71 anos, a maioria do
sexo masculino (52,63%), com predominncia do dimdio afetado direito (68,4%) sob o
esquerdo (31,6%) e predominncia do tipo isqumico (84,2%) sob o hemorrgico (15,8%).
De acordo com a escala especfica para o AVC utilizada, observou-se significativa melhora
da qualidade de vida nos hemiparticos, uma vez que, a mdia alcanada antes da
interveno foi de 134,05 no score total da EQVE-AVC e aps a interveno (4 meses), foi
atingida a mdia de 154,84 no score total, evidenciando assim influncia positiva sobre a
qualidade de vida desses indivduos. Concluso: Com base nos dados obtidos possvel
sugerir que a conduta neurofuncional intervm de maneira positiva no que se diz respeito
qualidade de vida desses indivduos portadores de AVC.
Contato: [email protected]
Fomento: PROABEX/UEPB

201

4.63 - PERFIL NEUROPSICOLGICO DE UMA AMOSTRA BRASILEIRA DE


PACIENTES COM ESCLEROSE MLTIPLA REMITENTE-RECORRENTE
Tania Maria Netto1, Tiago Arruda Sanchez1, Denise V. Greca1, Rochele P. Fonseca2, Soniza
V. Alves-Leon1, Emerson L. Gasparetto1
1

Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), 2Pontifcia Universidade Catlica do Rio


Grande do Sul (PUC-RS)
Eixo temtico: Neuropsicolgica Clnica e Experimental
Palavras-chave: esclerose mltipla, dficits cognitivos, avaliao neuropsicolgica.
Comprometimentos cognitivos na Esclerose Mltipla so comuns e tem influncia
negativa na vida diria dos pacientes. No entanto, a manifestao destes comprometimentos
tem uma grande variabilidade, tornando-se dificil a identificao de um padro tpico destas
manifestaes at mesmo em pacientes com Esclerose Mltipla Recorrente-Remitente. O
presente estudo teve como objetivo apresentar o perfil neuropsicolgico de uma amostra
brasileira de pacientes com Esclerose Mltipla Recorrente-Remitente. Trinta e sete pacientes
com Esclerose Mltipla Recorrente Remitente (29 do sexo feminino e 8 do sexo masculino,
com mdia de idade = 37,89 anos/DP=8,51 e media de escolaridade=15,23/DP=4,68)
passaram por uma avaliao neuropsicolgica que consistiu dos seguintes testes: Dgitos
Ordem Direta e Indireta (WAIS III), Teste de Hayling, Stroop, Aprendizagem Auditiva
Verbal de Rey e Fluncia Verbal Ortogrfica. A frequencia de dficit foi calculada de
acordo com as mdias dos z escores de que compuseram cada dimenso - ateno
concentrada verbal e visual, aprendizagem e memria episdica, memria de
trabalho,funes executivas (inibio e flexibilidade cognitiva) e velocidade de
processamento. Sintomas de depresso foram verificados pela Escala de Depresso de Beck.
Os resultados apontaram maior frequencia de deficits nas dimenses inibio e flexibilidade
cognitiva (51,43%), ateno concentrada visual (48,57%) e velocidade de processamento
(47,71%) do que nas dimenses aprendizagem e memria episdica (37,14%), ateno
concentrada verbal (25,00%) e memria de trabalho que apresentou ausencia de dficit. No
que se refere aos sintomas depressivos a frequencia de escores limitou-se a um grau leve,
podendo assim no ter interferido nos dficits cognitivos apresentados. Acima da metade da
presente amostra mostrou ausncia de compromentimentos cognitivos. Os apresentados
esto de acordo com a literatura, principalmente aqueles decorrentes de alteraes no lobo
frontal como ateno e funes executivas e aqueles decorrentes do processo de
desmielinizao, caracteristica fundamental desta doena, como comprometimento na
velocidade de processamento. Tais comprometimentos so importantes a serem
considerados devido manifestao heterogenea desta condio.
Contato: [email protected]

202

4.64 - ENCEFALITE AUTOIMUNE: ESTUDO DE CASO A PARTIR DE


AVALIAO INTERDISCIPLINAR
Renata Trefiglio Mendes Gomes2, Lilian Del Poz1, Tania Augusto Nascimento1, Renata
Pereira Garzi1, Verena Larm Hermann1, Mauro Muszkat2, Claudia Berlim de Mello2,
Orlando Francisco Amodeo Bueno2
1

Centro Paulista de Neuropsicologia (CPN),


(UNIFESP)

Universidade Federal de So Paulo

Eixo Temtico: Neuropsicologia Clnica e Experimental


Palavras-chave: encefalite autoimune, avaliao interdisciplinar, memria.
Encefalite um processo inflamatrio do parnquima cerebral, causada muitas
vezes por infeces virais ou bacterianas, ou ainda como um fenmeno imunomediado.
Essas inflamaes cerebrais podem ser gerais ou focadas, e podem ocasionar sequelas
cognitivas, comportamentais e epilepsias sintomticas. Os sintomas geralmente observados
em pacientes contemplam alterao de nvel e contedo de conscincia, irritabilidade,
alterao da personalidade e/ou letargia. Cerca de 60% dos pacientes evoluem com
transtorno grave de memria chegando ao diagnstico de demncia. Atualmente os casos de
encefalite autoimune esto sendo cada vez mais diagnosticados e as causas especficas de
cada tipo ainda esto sendo descritas na literatura. A incidncia anual dos quadros de
encefalite de aproximadamente 5 - 10 ocorrncias a cada 100.000 habitantes,
especialmente entre a populao de jovens e idosos, sendo os casos autoimunes os mais
raros. Este estudo tem por objetivo descrever os achados de avaliao interdisciplinar em um
caso de encefalite autoimune. B. R. A., 16 anos e 11 meses, sexo feminino, cursando 1 ano
do ensino mdio em escola particular regular, dominncia manual esquerda, recebeu o
diagnstico de encefalite autoimune aos 14 anos, aps situao de desorientao, confuso,
episdios de convulso e alteraes de comportamento. Na alta hospitalar, B. apresentava
dificuldades motoras para caminhar, no falava e apresentava dificuldades para recordao
de fatos. Seguiu-se ento um perodo de recuperao de funes comprometidas de forma
gradual. Foi submetida a avaliao interdisciplinar mediante queixas de dificuldades de
memria. Verificou-se desempenho intelectual global dentro da mdia esperada para a faixa
etria, com adequado funcionamento das habilidades verbais e executivas. Apresentou
alteraes em relao ao funcionamento atencional, com prejuzo na ateno seletiva e
sustentada. Em relao s habilidades perceptuais, apresentou leve dificuldade na
identificao de figuras incompletas ou sobrepostas e desempenho adequado em relao s
habilidades visoconstrutivas. Considerando as funes executivas, notou-se que a habilidade
de planejamento encontra-se em desenvolvimento. Observaram-se alteraes quanto
flexibilidade, controle inibitrio e alternncia. Alm disso, foram observadas dificuldades
significativas em relao compreenso de textos, elaborao oral e escrita e de matemtica.
Como principal achado da avaliao, identificou-se prejuzo em relao ao funcionamento
dos mecanismos de memria, possivelmente devido alterao do funcionamento de reas
mesiais temporais cerebrais e reas lmbicas. B. apresenta um prejuzo de memria
operacional, episdica, retrgrada e antergrada. A partir desses achados, foram propostas
estratgias de estimulao e compensao, assim como realizados os encaminhamentos para
acompanhamentos teraputicos, alm de orientaes sobre o uso de estratgias inclusivas no
ambiente escolar. Ressalta-se a importncia do olhar interdisciplinar para garantir o
diagnstico diferencial e proporcionar encaminhamentos e orientaes adequadas.
Contato: [email protected]

203

4.65 - COMPARAO DE PERFIS COGNITIVOS DE IDOSOS UTILIZANDO A


ESCALA MATTIS DE DEMNCIA (DRS) E A BATERIA BREVE DE RASTREIO
COGNITIVO (BBRC)
Eduarda Naidel Barboza e Barbosa, Helenice Charchat Fichman, Camila de Assis Faria
Pontifcia Universidade Catlica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)
Eixo Temtico: Neuropsicologia Clnica e Experimental
Palavras-chave: comprometimento cognitivo leve, envelhecimento, Mattis, bateria breve de
rastreio cognitivo.
O Comprometimento Cognitivo Leve (CCL) caracterizado por ser o estgio
intermedirio entre envelhecimento saudvel e o envelhecimento com prejuzos cognitivos,
podendo ser considerada pr-demencial. Atualmente, esta entidade clnica pode ser dividida
em CCL amnstico de nico domnio, CCL amnstico de mltiplos domnios, CCL noamnstico de nico domnio, CCL no-amnstico de mltiplos domnios, CCL disexecutivo
e demncia. O objetivo do estudo foi comparar os perfis cognitivos de idosos utilizando a
Escala Mattis de Demncia (DRS) e a Bateria Breve de Rastreio Cognitivo (BBRC), sendo
utilizados os testes Mini Exame do Estado Mental (MEEM), Memria para Figuras,
Desenho do Relgio e Fluncia Verbal categoria animais. Foram submetidos avaliao
neuropsicolgica e a exame clinico por neurologistas ou geriatras de um ambulatrio de
hospital publico do Rio de Janeiro, 51 idosos com idade mdia de 78,49, escolaridade de
5,57 anos, sendo 84,3% do sexo feminino. Realizou-se o teste estatstico qui-quadrado para
comparar as classificaes. Observou-se que a Bateria Breve e a Escala Mattis (DRS)
classificaram os idosos de forma diferente, (1, N=51) = 22,87, p=0,029. As classificaes
geradas a partir da BBRC foram, em sua maioria, CCL amnstico mltiplos domnios
(31,4%) e CCL disexecutivo (31,4%). As classificaes geradas a partir da Escala Mattis
(DRS) foram na maioria CCL amnstico mltiplos domnios (45,1%) e demncia (33,3%).
Os resultados sugerem que as duas baterias podem ser usadas como rastreio de dficit
cognitivo no envelhecimento, porm, como os resultados mudaram de acordo com os testes
neuropsicolgicos utilizados, levanta-se a questo sobre a existncia real das varias
classificaes do CCL.
Contato: [email protected]

204

4.66 - CPIA E REPRODUO DA FIGURA COMPLEXA DE REY EM UM


GRUPO DE IDOSOS COM DIFERENTES NVEIS DE ESCOLARIDADE
Fabola Freire Lauria Cavalcanti, Ikla Lima Cavalcante, Taciana Elaine de Moura Dias,
Monyque de Souza Melo, Andr dos Santos Costa, Erick Francisco Quintas Conde
Universidade Federal de Pernambuco
Eixo Temtico: Neurocincia Comportamental
Palavras-chave: ateno, memria, idosos, escolaridade.
O crescimento exponencial da populao idosa tem ampliado a demanda por
maiores estudos e avanos na assistncia a essa populao, uma vez que passam a ter maior
envolvimento no desenvolvimento do pas. Assim, as tarefas realizadas por essa parte da
populao merecem no s ateno, mas tambm maior investigao. Esse estudo buscou
caracterizar o desempenho de idosos no Teste da Figura Complexa de Rey enquanto
comparavam-se as possveis diferenas entre eles a partir dos diferentes nveis de
escolaridade. Participaram 29 idosos saudveis entre as idades de 59 e 79 anos. A aplicao
do Teste foi realizada em trs etapas, nas quais o participante deveria inicialmente fazer a
cpia da figura A. Ao final deste primeiro momento, os participantes aguardaram trs
minutos para a segunda etapa, que foi a reproduo imediata da figura inicial. A seguir,
aguardaram cerca de 20 minutos e novamente a reproduo da figura foi solicitada para
investigar capacidades mais tardias da memria visuo-espacial. A figura Complexa de Rey
A composta por 18 itens e pontuada de 0 a 36 pontos. Os pontos foram atribudos de
acordo com a preciso e o bom posicionamento de cada item, seja na cpia da figura ou em
sua reproduo. Foi aplicado o teste t de Student para comparar o desempenho em 3 grupos
com diferentes nveis de escolaridade: superior, ensino fundamental e ensino mdio
completos. Para o desempenho na tarefa de cpia, obteve-se diferenas significativas
(p=0.05) entre os grupos com ensino superior (35 pontos) e ensino mdio (29 pontos), bem
como do superior para o ensino fundamental (27 pontos) (p= 0.015). No entanto, o grupo
com nvel superior demonstrou uma drstica reduo na pontuao nas tarefas de reproduo
imediata (14 pontos) e tardia (12 pontos), fazendo com que as diferenas entre os grupos
desaparecessem. Foi possvel observar que o aprimoramento escolar teve efeitos positivos
no desempenho de idosos em uma tarefa cognitiva que demandou exclusivamente a ateno
espacial. No entanto, na populao pesquisada, tal varivel se mostrou indiferente para as
capacidades de memria imediata e tardia mensuradas.
Contato: [email protected]

205

4.67 - PARADIGMA DE FLUNCIA VERBAL E ALTERAES CEREBRAIS EM


PACIENTES COM EM: UM ESTUDO DE FMRI
Tania Maria Netto1, Tiago Arruda Sanchez1, Bernardo Bizzo1, Lucas N. de Faria1, Lucas R.
Ramos1, Letcia Fzer1, Fabola R. Malfetano1, Denise V. Greca1, Rochele P. Fonseca2,
Soniza V. Alves-Leon1, Emerson L. Gasparetto1
1

Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ),2Pontifcia Universidade Catlica do Rio


Grande do Sul (PUC-RS)
Eixo temtico: Neuroimagem

Palavras-chave: esclerose mltipla, fMRI, dficits cognitivos, fluncia verbal, teste de


hayling.
Esclerose Mltipla (EM) uma doena autoimune que afeta o sistema nervoso
central e perifrico. Esta condio compromete vrias redes neuronais e consequentemente o
desempenho cognitivo de pacientes com EM. Testes de fluncia verbal semntica e
fonmica tm sido reportados frequentemente como medidas sensveis ao comprometimento
das funes executivas. No entanto, h escassez de evidncias, empregando o paradigma de
fluncia verbal para verificar alteraes nas redes cerebrais de pacientes com EM. O
presente estudo teve como objetivo verificar por meio do paradigma de fluncia verbal de
ressonncia magntica funcional, possveis correlaes entre alteraes de redes neurais e
desempenho em testes neuropsicolgicos de pacientes com EM. Dezenove pacientes com
EM (14 mulheres, mdia de idade=35,47 anos, DP +/- 9,01) foram submetidos a uma
avaliao neuropsicolgica incluindo: Mini Exame do Estado Mental que foi utilizado como
critrio de excluso; Teste de Fluncia Verbal Ortogrfica e Semntica que mensurou
iniciao e inibio verbal e Teste de Hayling (Parte B tempo) que mediu velocidade de
processamento da iniciao e inibio verbal. No perodo de um ms a sesso da ressonncia
magntica funcional foi realizada. Todos os exames de ressonncia magntica funcional
foram realizados em um 3T Siemens Trio, usando fMRI EPI seqncias, enquanto os
pacientes respondiam a tarefa de fluncia verbal. O processamento de imagens e anlise foi
efetuado por meio do Software BrainVoyager usando GLM. Durante a anlise do crebro
como um todo (FDR <0,05, corrigido para comparaes mltiplas) encontramos um
aumento da resposta BOLD para a tarefa de fluncia verbal nas reas de Wernicke, Broca e
giro frontal inferior (rea 9 de Brodmann) no hemisfrio esquerdo do crebro. Em uma
anlise de ROI, esta ativao teve uma correlao inversa (r = - 0,61, p <0,01) entre os
resultados dos testes Hayling (mdia = 69,99, DP = 45,39) e rea de Wernicke na resposta
do fMRI durante a tarefa de Fluncia Verbal (mdia = 2,05, DP = 1,17). Estes resultados
revelaram que os pacientes que apresentaram velocidades de processamentos reduzidas para
evocar palavras tiveram escores mais altos no teste de Hayling e respostas cerebrais mais
baixas na rea de Wernicke, refletindo assim dificuldades nos componentes das funes
executivas iniciao e inibio da linguagem fonolgica e semntica. Este comprometimento
pode ter relaes funcionais com alteraes cerebrais associadas indiretamente aos processos
crnicos de desmielinizao axonal da substncia branca cerebral difusa da doena.
Contato: [email protected]

206

4.68 - GAMETERAPIA NO TREINAMENTO COGNITIVO DE IDOSOS ATIVOS:


UMA REVISO SISTEMTICA.
gina Karoline Gonalves da Fonsca1, Miriam Lcia da Nbrega Carneiro1, Natanael
Antnio dos Santos1, Bernardino Fernandz Calvo2
1

Universidade Federal da Paraba, 2Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Eixo Temtico: Processos Cognitivos


Palavras-chave: gameterapia, reviso sistemtica, cognio, envelhecimento.
A cognio caracterizada como um conjunto de capacidades mentais que
permitem a aquisio, o acesso e a manuteno de conhecimentos. O envelhecimento
acarreta um declnio significativo sob tais capacidades e, portanto, existem vrias iniciativas
para facilitar a sade cognitiva a exemplo das tecnologias virtuais. Estas tecnologias podem
ser definidas como uma simulao dinmica e tridimensional que unem jogos com atividade
fsica, a exemplo do Nintendo Wii e do Microsoft Xbox 360 Kinect. Neste sentido, este
estudo teve como objetivo agregar evidncias de pesquisas cientficas anteriores; averiguar
na literatura a cognio de idosos ativos; compreender o uso dos jogos virtuais em sade,
bem como a sua aplicao na sade do idoso. Este estudo trata-se de uma reviso sistemtica
realizada no perodo de junho a agosto de 2013, utilizando as palavras-chaves: Jogos
virtuais, Gameterapia, Cognio e Sade do Idoso com o buscador booleano AND. Foram
includos nesta pesquisa artigos completos, publicados nas bases de dados Scielo, Lilacs e
Peridicos CAPES, a partir do ano de 2003, nos idiomas portugus, espanhol e ingls.
Inicialmente foram encontrados 361 artigos. Na primeira seleo, considerando o ttulo e o
resumo, restaram 45 artigos. Na segunda seleo, com a leitura do artigo na ntegra, restaram
15 artigos. Foram classificados como critrios de excluso artigos que no obedecessem aos
critrios de incluso mencionados; trabalhos que apesar de contemplar a temtica do estudo,
fazem apenas reviso do perfil sociodemogrfico de sua amostra e artigos que correlacionam
o idoso a alguma patologia (esquizofrenia, demncia, Alzheimer). Os cientistas cognitivos
descrevem que os principais fatores de risco para aspectos cognitivos so: fatores biolgicos,
fatores psicolgicos e comportamentais, fatores ambientais e fatores sociais. Descrevem
ainda que os principais fatores de proteo para a cognio so: participao em atividades
fsicas e de lazer, escolaridade e redes sociais. Os estudos tambm apontam que o uso de
tecnologias virtuais so considerados uma opo apropriada para treinamento cognitivo e
sensrio-motor, pois estimulam competncias pessoais, sociais e as capacidades cognitivas.
Neste sentido, esses jogos servem como interveno educativa e de preveno as demncias,
pois estimula-se ao mesmo tempo exerccios fsicos (cardiovasculares) e cognitivos (ateno
visual, memria de trabalho, orientao espacial). Foram apontadas evidncias de que estas
atividades diminuem o estresse e a dor, alm de facilitar o processo de socializao. Assim,
conclui-se que essa nova ferramenta tecnolgica apresenta vrios benefcios evidenciados,
principalmente sobre as habilidades cognitivas em idosos, por resultar em um
funcionamento mais eficiente das redes neurais.
Contato: [email protected]

207

4.69 - DIFICULDADES NO MANEJO CLNICO DA SNDROME NEUROLPTICA


MALGNA
Arlindo Felix da Costa Neto1, Jayana Ramalho Ventura1, Silvana Queiroga da Costa
Carvalho2
1

Universidade Federal da Paraba, 2Faculdade Santa Maria

Eixo Temtico: Transtornos Neuropsiquitricos e Doenas Neurolgicas


Palavras-chave: Sndrome Neurolptica Maligna, SNM, emergncia clnica.
A Sndrome Neurolptica Maligna (SNM) uma condio rara e potencialmente
fatal resultante de uma reao idiossincrtica medicamentosa dose-independente. Est
associada ao uso de neurolpticos, principalmente os antipsicticos de primeira gerao,
com bloqueio de neurnios dopaminrgicos em gnglios de base e profunda reduo da
funo dopaminrgica. Ocorre principalmente com o incio do tratamento ou aps aumento
de dose. Em consequncia, o paciente deve apresentar, impreterivelmente para o seu
diagnstico, rigidez muscular intensa (em cano de chumbo) e hipertermia, que no cede
com antipirticos. Tambm deve apresentar dois dos seguintes sintomas: sudorese
abundante, disfagia, tremor, incontinncia, alterao do nvel de conscincia, mutismo,
taquicardia/taquipnia, presso arterial elevada/instvel, leucocitose ou evidncia
laboratorial de leso muscular (CPK elevada). Como esta rigidez muscular leva a leso
tecidual, devem ser avaliadas tambm funo renal e funo heptica, alm dos eletrlitos. O
tratamento se d atravs de medidas de suporte clnico, uso de relaxantes musculares
(benzodiazepnicos, dantrolene), agonistas dopaminrgicos (bromocriptina, Levodopa) e
promotores de liberao de dopamina (amantadina). Mesmo com o tratamento sendo feito de
forma adequada, ainda assim esta sndrome apresenta cerca de 20% de mortalidade. Quando
se apresenta em sua forma moderada ou grave, h a necessidade de ocupao de leito de
UTI. A principal dificuldade encontrada quando um mdico clnico se depara com um caso
de SNM a falta de conhecimento sobre sua fisiopatologia e a maneira como proceder ao
seu tratamento. Normalmente acaba sendo tratada como um quadro infeccioso ou uma
impregnao neurolptica simples, o que aumenta a morbidade e mortalidade do quadro.
Faz-se necessrio treinamento de equipe para reconhecimento precoce desta condio, a fim
de evitar maiores danos para o paciente, aumentando a sua sobrevida.
Contato: [email protected]

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4.70 - DISLEXIA EM ADULTOS: ASPECTOS CHAVE DA HISTRIA CLNICA


COMO AUXILIARES NO DIAGNSTICO
Hosana Alves Gonalves1, Ana Bassoa1, Sonia Moojen2
1

Pontifcia Universidade Catlica do Rio Grande do Sul (PUC-RS),


Vento

Hospital Moinhos de

Eixo Temtico: Transtornos Neuropsiquitricos e Doenas Neurolgicas


Palavras-chave: dislexia, preditores, avaliao.
A dislexia um transtorno especfico nas operaes envolvidas no reconhecimento
das palavras que compromete, em maior ou menor grau, a compreenso da leitura e a escrita
ortogrfica. A investigao deste quadro torna-se complexa por envolver variveis
biopsicossociais que podem contribuir para diagnsticos falso-positivos. Embora seja sabido
que as dificuldades se mantem durante a adultez, a maioria dos estudos tem se detido na
investigao de crianas em idade escolar. Neste contexto, o presente estudo investigou
quais fatores da histria clnica de adultos dislxicos so mais comuns e relevantes
diferenciando-os de controles saudveis. Foram avaliados 32 dislxicos (G1), com idade
mdia de 32,97 (DP=12,99) comparados a 24 controles (G2; idade mdia 34, 75, DP=13,28).
Ambos os grupos responderam um questionrio de dados de sade e sociodemogrficos,
tarefas de leitura, escrita e nvel intelectual que auxiliaram na caracterizao da amostra.
Para este estudo, investigou-se histrico familiar de dificuldades de aprendizagem,
dificuldade atual em leitura e escrita, em acompanhar filmes legendados, em realizar leitura
de livros de literatura, em aprender lnguas estrangeiras e histrico de repetncia escolar. O
percentual de presena de cada um destes fatores nos grupos foi investigado por anlise de
frequncias e o nmero de repetncias foi analisado atravs do teste T de Student do SPSS
17.0. Os resultados demonstraram diferenas significativas entre os grupos em todas as
variveis (p< 0,001), com exceo do histrico de repetncia escolar (p=0,12). Quanto
aprendizagem de lnguas estrangeiras, 68,8% dos dislxicos referiu no conseguir aprender,
enquanto apenas 20% dos controles relataram dificuldades. Em relao ao histrico familiar
de dificuldades de aprendizagem, 68,8% dos dislxicos tinham certeza e 9,4% tinham
dvidas de ter algum na famlia nestas condies. Entre os controles, 16% identificaram
familiares com dificuldades de aprendizagem. Para ler livros de literatura 87,5% dos
dislxicos e 44% dos controles referiram dificuldades. Quanto ao histrico de repetncia
escolar, 62,5% dos dislxicos e 40% dos controles relataram ter repetido o ano. Neste caso
as diferenas foram no nmero de repetncias de cada grupo, tendo o G1 maior nmero de
repetncias (p=0,005). Quanto presena de dificuldades atuais, 71% dos dislxicos
referiram dificuldades em mais de um domnio (leitura e escrita), 25% em apenas um
domnio e apenas 3,1 no apresenta dificuldades atualmente. J os controles, 4,2%
apresentam dificuldades em apenas um domnio, enquanto 95,8% no tem dificuldades
atualmente. Por fim, 43,8% dos dislxicos referem muita dificuldade para acompanhar
filmes legendados, enquanto 25% apresentam pouca dificuldade e 31,3% no tem
dificuldades. 4,2% dos controles relataram muita dificuldade nesta varivel e os demais
(95,8%) disseram no ter dificuldades. A identificao de possveis indicadores de quadros
de dislexia, para alm daqueles presentes no DSM V, baseados em estudos empricos com
rigor metodolgico pode auxiliar e complementar entrevistas diagnsticas.
Encaminhamentos mais adequados podero ser feitos a partir do conhecimento de clnicos e
educadores destes provveis preditores. A observao clnica feita com base nestes
indicadores servir como ferramenta que favorecer a interveno precoce e,

209

consequentemente, prevenir a evoluo das dificuldades de aprendizagem para transtornos


mais graves, como a dislexia.
Contato: [email protected]

210

4.71 - EFEITOS NEUROPROTETORES DE UM PROGRAMA DE TREINAMENTO


FSICO NA COGNIO DE IDOSOS: UM ESTUDO COM O TESTE DE SIMON
Ikla lima Cavalcante, Fabola Freire Lauria Cavalcanti, Taciana Elaine de Moura Dias,
Monyque de Souza Melo, Andr dos Santos Costa, Erick Francisco Quintas Conde
Universidade Federal de Pernambuco
Eixo Temtico: Neurocincia Comportamental
Palavras-chave: neuroproteo, envelhecimento, Teste de Simon, exerccio fsico.
O teste de Simon uma ferramenta utilizada pela neurocincia cognitiva para
estudo da ateno espacial. O referido teste baseia-se na medida do Tempo de Reao
Manual (TRM), tarefa na qual os participantes devem selecionar a resposta de acordo com
uma caracterstica intrnseca ao estmulo visual (como forma ou cor). A relao entre a
localizao do estmulo e da resposta pode ser compatvel (estmulo e tecla de resposta
situados do mesmo lado) ou incompatvel (resposta executada do lado oposto ao surgimento
do estmulo). Tradicionalmente, os TRMs mais rpidos so observados na condio
compatvel. Estudos demonstram a existncia de efeitos neuroprotetores do exerccio fsico
na cognio de idosos, porm apenas um artigo recente estudou os efeitos agudos do
exerccio fsico no desempenho de idosos em uma tarefa de Simon, exibindo que a prtica
do exerccio fsico (ciclismo) no interferiu no desempenho atencional. Este estudo buscou
investigar possveis efeitos crnicos do exerccio fsico, comparando o desempenho de um
grupo de idosos sedentrios com um grupo submetido a treinamento fsico periodizado.
Participaram 32 pessoas, 16 compuseram o grupo de atividade fsica, com prticas
supervisionadas de musculao (8 pessoas) e caminhada (8 pessoas) durante o perodo de 3
meses. Estes realizaram 3 prticas por semana com durao aproximada de 1 hora. Os outros
16 participantes formaram o grupo de idosos sedentrios. O teste foi realizado numa sala
com atenuao luminosa e sonora, suporte de fronte e queixo a fim de manter a posio dos
participantes confortvel, estvel e padronizada, obtendo campo de viso centralizado na
distncia de 57cm. As anlises revelaram a ocorrncia do efeito Simon para o grupo de
atividade fsica, onde os TRMs na condio compatvel (762ms) foram mais rpidos (p=
0.03) em relao a condio incompatvel (818ms). Observou-se tambm diferenas
significativas entre o TRM mdio dos dois grupos de idosos, sendo as respostas do grupo de
sedentrios (1045ms) mais lentas (p=0.00) que as respostas obtidas pelo idosos fisicamente
ativos (790ms). Concluindo, os resultados corroboram as evidncias da existncia de efeitos
neuroprotetores do exerccio fsico nos circuitos cognitivos de idosos.
Contato: [email protected]

211

4.72 - SISTEMA NERVOSO ENTRICO: O SEGUNDO CREBRO E A SUA


INFLUNCIA NA QUALIDADE DE VIDA DO SUJEITO
Diana Cristina Silva Laurentino
Faculdade de Cincias Humanas de Olinda
Eixo Temtico: Neurocincia Comportamental
Palavras-chave: sistema nervoso entrico, neurnios, neurotransmissores, intestinos.
Com as demandas do estilo complexo da sociedade moderna, as pessoas passaram a
no ter tempo para uma alimentao saudvel em famlia ou fazer uma refeio de melhor
qualidade, resultando em novas formas de comportamento alimentar. A questo aponta para
uma investigao e discusso da relao do sistema nervoso-sistema nervoso entrico
(segundo crebro) e os problemas de ordem emocional/psicolgicos que associados. As
paredes do trato gastrintestinal tm total autonomia sobre todas as etapas do processo
digestivo e quaisquer alteraes fsicas ou mentais podem interferir diretamente no seu
funcionamento. Neste trabalho buscou-se fazer um estudo documental com reviso de
literatura acerca das pesquisas que apontam para relao entre o sistema digestrio/nervoso
entrico e sua relao com a sade fsica e mental e na qualidade de vida do sujeito. A m
qualidade da alimentao e o sedentarismo por vezes levam o indivduo ao adoecimento e
ele no compreende que as respostas para o seu sofrimento podem estar em simples
mudanas de hbitos e na observao do que ele consome diariamente, optando muitas vezes
por alimentos de alto teor calrico e agradvel ao paladar que do um prazer momentneo,
mas que no correspondem ao ideal. Como toda doena mental, somtica ou
comportamental - apesar de seu carter desviante e regressivo , ainda, uma tentativa de
estabelecimento de um equilbrio do organismo, que no consegue enfrentar as tenses
internas ou externas s quais est submetido por intermdio de recursos mais evoludos. A
adaptao ao modelo industrializado, pobre em nutrientes e ricos em substncias artificiais,
pode ser umas das causas do rompimento em muitas pessoas dos mecanismos importantes
da digesto e absoro Um sintoma gastroenterolgico tem uma ampla possibilidade de
simbolizar situaes emocionais, ansiedades e conflitos e uma dieta desequilibrada por si s
no capaz de interferir na qualidade de vida de um indivduo, mas existem fatores que
associados podem aumentar as probabilidades de transtornos orgnicos como tambm aos
mais variados transtornos mentais. Optando por aprofundar os estudos sobre o sistema
nervoso entrico, considerado o segundo crebro, localizado trato gastrintestinal e
responsvel no s pela absoro dos nutrientes em uma dieta, mas pelo controle dos
movimentos e secreo gastrintestinais, como tambm do fluxo sanguneo local, regido
principalmente pelo neurotransmissor serotonina, responsvel pela produo e
armazenamento de aproximadamente 95% da produo da serotonina produzida pelo no
corpo. Ao longo deste estudo, observou-se que o conhecimento do sistema nervoso entrico
de fundamental importncia na compreenso dos diversos transtornos do trato
gastrintestinal, mas de todos os sistemas.
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212

4.73 - PROPORO DE PROPAGANDAS DE ALIMENTOS NO SAUDVEIS NA


TV BRASILEIRA
Reinaldo A. G. Simes, Keitiline R. Viacava, Ricardo R. Santolim, Gibson J.
Weydmann,Betina V. Damasceno, Arthur W. Tietze, lvaro Vigo, Lisiane Bizarro
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
Eixo Temtico: Neurocincia Comportamental
Palavras-chave: propagandas de alimentos, televiso, no saudveis.
A exposio propaganda de alimentos na TV tem sido associada ao aumento de
consumo desses produtos. Levantamentos realizados em diversos pases indicaram que mais
de 50% das propagandas de alimentos costumam promover produtos com baixa contribuio
nutricional. O objetivo desse estudo foi avaliar a proporo de propaganda de alimentos no
saudveis anunciados na TV brasileira e comparar com dados anteriores da literatura. A
coleta dos dados consistiu na gravao de 14 horas dirias de programao em trs dos
canais abertos com maior audincia da TV brasileira, sendo Globo, Record e SBT (378h no
total), entre 8h e 22h. As gravaes foram realizadas durante uma semana e dois finais de
semana, na segunda quinzena de maio de 2013. Para a avaliao da qualidade nutricional, os
rtulos dos alimentos divulgados foram selecionados e classificados individualmente por 10
estudantes de nutrio, com base nos critrios indicados na Resoluo RDC 24/2010 da
Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria (ANVISA). Discordncias foram analisadas e
eliminadas em reunio de consenso. Para a anlise dos dados, o teste de homogeneidade de
propores foi utilizado para comparar as propores de tipos de propagandas e tipos de
alimentos. A anlise de regresso logstica foi aplicada para estimar qual das trs emissoras
poderia ser preditora de anncios de alimentos no saudveis. As anlises foram realizadas
no programa Statistical Analysis System (SAS), verso 9.3, ao nvel de significncia 5%. As
propagandas de alimentos foram a segunda categoria com maior frequncia de divulgao,
720 (9,8%), ficando atrs apenas das divulgaes de programao da prpria emissora, 1958
(26,6%). A comparao entre turnos mostrou que a proporo de alimentos slidos menor
pela manh (59,9%) em relao aos turnos da tarde (72,0%) e noite (73,2%) (p<0,005). No
h evidncia de diferenas entre turnos nas propores de propagandas de alimentos durante
os dias da semana (p=0,2672), mas no final de semana a proporo de propagandas de
alimentos maior pela manh e tarde (12,4%) do que pela noite (7,5%) (p<0,001). A
porcentagem de propagandas de alimentos no saudveis foi de 75,6%, indicando um
aumento de 15,6% em relao a estudo anterior (Almeida et al (2002). Rev. Sade Pblica
36(3)). A emissora Record preditora de divulgao de propagandas de alimentos no
saudveis (p=0,0383). Esses resultados podem apoiar no desenvolvimento de planos de
contingncias orientados reduo da exposio propaganda de alimentos no saudveis
na TV.
Contato: [email protected]
Fomento: CAPES

213

4.74 - OS INSONES APRESENTAM DIFICULDADES EM TOMAR DECISES?


COMPARATIVO ENTRE MEDICADOS E NO MEDICADOS
Olvia Dayse Leite Ferreira, Francisco Wilson Nogueira Holanda Jnior, Maria Emanuela
Matos Leonardo, Katie Moraes de Almondes
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)
Eixo temtico: Processos Cognitivos; Transtornos Neuropsiquitricos e Doenas
Neurolgicas
Palavras-chave: transtorno da insnia, tomada de decises, Iowa Gambling Task.
O Transtorno da Insnia (TI) corresponde a um distrbio do sono que tem por
caracterstica tratar-se de uma dificuldade em iniciar ou manter o sono ou acordar antes do
esperado e no conseguir retornar ao sono, seguido por uma sensao de sono no reparador
e de m qualidade. Alguns estudos tem mostrado que a insnia crnica provoca uma srie de
prejuzos nas habilidades cognitivas, principalmente no que se refere ao controle atencional,
a memria e a concentrao. Em virtude desses prejuzos surge o seguinte questionamento:
ser que os insones apresentam dificuldades para tomar decises? A tomada de deciso
representa um dos processos cognitivos que faz parte das chamadas funes executivas, e
corresponde a um processo que envolve planejamento, flexibilidade cognitiva, controle
inibitrio, e memria operacional. O presente estudo, portanto, teve por objetivo mensurar a
tomada de decises de pessoas com TI. Para tanto, participaram da pesquisa 29 adultosjovens com idade variando de 20 a 55 anos, de ambos os sexos que foram subdivididas em
trs grupos, sendo um composto por 10 pessoas com TI que faziam uso de medicamentos
para dormir (GIM), um outro comporto por nove pessoas com TI que no utilizava
medicao para dormir (GInM) e um terceiro composto por 10 pessoas que no apresentava
evidencias de distrbios do sono, o qual foi chamado de Grupo Controle (GC). A
participao foi mediada pela assinatura de Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
(CAAE n: 07868412.5.0000.5537). Os participantes foram diagnosticados com TI de
acordo com os critrios estabelecidos pelo DSM-V e pela CIDS-3, sendo que o GIM
utilizava como medicao para dormir principalmente ansiolticos e hipnticos. A tomada de
deciso foi avaliada por meio do Iowa Gambling Task (IGT), o qual corresponde a um jogo
de cartas envolvendo ganho e perda de dinheiro fictcio. Os resultados demonstraram que o
grupo de insones (GIM e GInM) retiraram mais cartas dos baralhos A e B (desvantajosos) e
menos do C e D (vantajosos), j o GC retirou mais cartas do baralho B e D e menos do A e
C. O teste Kruskal-Wallis, por sua vez, no encontrou diferenas significativas entre os
grupos (H = 2,408, p = 0,30), demonstrando que, apesar do grupo de insones (GIM e GInM)
ter escolhido as cartas menos vantajosas, sua capacidade de tomar decises se encontrava
semelhante ao do GC. Alm disso, pode-se observar na curva de aprendizagem que o GIM
foi o grupo que exibiu maior evoluo no seu comportamento de escolhas, ou seja, os
insones medicados demonstraram maior aprendizado ao longo da tarefa. Portanto, a tomada
de deciso dos insones, principalmente dos que se encontravam medicados, parecia melhorar
com o avanar do teste.
Contato: [email protected]
Fomento: CAPES; CNPq

214

4.75 - AVALIAO DA FLEXIBILIDADE COGNITIVA E DO CONTROLE


INIBITRIO EM PESSOAS COM O TRANSTORNO DE INSNIA
Francisco Wilson Nogueira Holanda Jnior, Olvia Dayse Leite Ferreira, Maria Emanuela
Matos Leonardo, Katie Moraes de Almondes
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)
Eixo temtico: Processos Cognitivos; Transtornos Neuropsiquitricos e Doenas
Neurolgicas
Palavras-chave: transtorno da insnia, flexibilidade cognitiva, controle inibitrio.
O Transtorno da Insnia (TI) pode ser definido como sendo uma dificuldade em
iniciar ou manter o sono ou acordar antes do esperado e no conseguir retornar ao sono,
seguido por uma sensao de sono no reparador e de m qualidade. Pesquisas tm revelado
que o TI provoca uma srie de prejuzos no funcionamento cognitivo das pessoas, podendo
dificultar a execuo de atividades que envolvam os processos de flexibilidade cognitiva
(capacidade de mudar o curso de uma ao ou pensamento) e controle inibitrio (capacidade
de inibir respostas no adaptativas a uma situao especfica). Em virtude disto, o presente
trabalho teve por objetivo avaliar a flexibilidade cognitiva e o controle inibitrio de pessoas
com e sem TI. Participaram deste estudo 19 pessoas, divididas em dois grupos, um
composto por nove pessoas com o diagnstico de TI que no fazia uso de nenhuma
medicao para dormir, com idade mdia de 35,78 anos (DP = 11,9), sendo a maioria
mulheres (oito). O outro foi composto por 10 pessoas sem diagnstico de TI, com idade
mdia de 30,7 anos (DP = 10,1), sendo a maioria (seis) tambm mulheres. Inicialmente, os
participantes foram submetidos a uma avaliao diagnstica para o TI, atravs de uma
entrevista clnica e da aplicao dos seguintes protocolos: Escala de insnia de Atenas,
ndice de Gravidade da Insnia, Dirio do sono, ndice da Qualidade do Sono de Pittsburgh,
do Teste de sonolncia de Stanford, Inventrios de depresso e ansiedade de Beck e o
Inventrio de sintomas de stress para adultos de Lipp. Em seguida, mensurou-se a
flexibilidade cognitiva e o controle inibitrio, atravs do Teste de Trilhas Coloridos TTC
(formas 1, 2 e medida de interferncia 2-1) e do Teste de Stroop (verso Vitria),
respectivamente. Os participantes com TI foram diagnosticados levando em considerao os
critrios do DSM-V e da CIDS-3. No que concerne avaliao da flexibilidade cognitiva e
do controle inibitrio, o teste estatstico no paramtrico Mann-Whitney demonstrou que
no houve diferenas estatisticamente significantes entre o grupo de insones e o grupo
controle em nenhuma das formas do TTC: TTC1 (U = 38, p > 0,05); TTC 2 (U = 40, p >
0,05) e medida de interferncia TTC 2-1 (U = 39, p > 0,05). Tambm no foram encontradas
diferenas estatisticamente significantes em nenhuma das etapas do Teste de Stroop: Carto
1 (U = 31, p > 0,05) Carto 2 (U = 33, p > 0,05) e Carto de interferncia (U = 42, p > 0,05).
Portanto, as pessoas com TI que no faziam uso de medicamentos para dormir se encontram
com a capacidade de flexibilidade cognitiva e de controle inibitrio semelhante a das
pessoas sem insnia. Este fato pode ser explicado devido s caractersticas advindas da
prpria insnia, pois o TI um distrbio marcado pelo desenvolvimento de uma
hiperestimulao cognitiva, fisiolgica e cortical. Essa hiperexcitao pode ser umas das
possveis explicaes elucidadas para compreender o desempenho satisfatrio dos insones.
Contato: [email protected]
Fomento: CAPES; CNPq

215

4.76 - A DIREO DA AMEAA CAPAZ DE MODULAR A RESPOSTA DE


CONDUTNCIA DA PELE?
Rita de Cssia Alves1, Liana Catarina L. Portugal1, Izabela Mocaiber1, Orlando Fernandes
Jr1, Gabriela Guerra L. Souza2, Mateus Joffily3, Isabel A. David1, Eliane Volchan4, Leticia
de Oliveira1 e Mirtes Garcia Pereira1
1

Universidade Federal Fluminense, 2Universidade Federal de Ouro Preto, 3Universita di


Trento, 4Universidade Federal do Rio de Janeiro

Eixo Temtico: Neurocincia Comportamental


Palavras-chave: emoo, condutncia da pele, ameaa humana, direo da ameaa e
respostas defensivas.
O processamento privilegiado de pistas de perigo permite uma rpida deteco e
inicializao de respostas defensivas essenciais para a sobrevivncia. Reaes defensivas
adaptativas so evocadas de acordo com a percepo do contexto da ameaa. O
direcionamento da ameaa parece ser importante para modular esta percepo e as respostas
defensivas evocadas. Por exemplo, estudo tem demonstrado que quando a ameaa est
direcionada ao voluntrio o impacto dos estmulos sobre a reatividade autonmica
aumentado. Nosso objetivo investigar se a direo da ameaa atravs de fotos de ataque
humano (armas de fogo) capaz de modular as respostas eletrodrmicas. A hiptese deste
trabalho que estmulos de ameaa direcionada ao indivduo promovero respostas
defensivas mais intensas, que sero reveladas por uma maior ativao simptica. Utilizamos
32 fotos de ataque humano (sendo 16 fotos direcionadas para o voluntrio e 16 nodirecionadas) e 32 neutras pareadas (16 direcionadas e 16 no-direcionadas). A sequncia de
imagens foi pseudo-aleatria e cada imagem foi apresentada durante 6s, com intervalo de 6 a
8s. Foram coletados registros eletrodrmicos ao longo de todo o experimento em 61
voluntrios (42 mulheres, mdia de 20,8 anos, 2,8). A anlise da resposta de condutncia
da pele foi realizada em uma janela temporal de 1 a 3s depois do aparecer da foto,
contabilizando-se o nmero de respostas com amplitudes maiores que 0,02 S para cada
conjunto de fotos. Em seguida, fizemos uma anlise de varincia para medidas repetidas
(ANOVA) utilizando direo (direcionado e no-direcionado) e valncia (neutra e
negativa) como fatores intra-sujeitos. Os resultados mostraram efeito principal de valncia
(F(1,60) = 17,191, p=0,0001), ou seja, as fotos de ataque humano apresentaram um maior
nmero de respostas eletrodrmicas em comparao s neutras pareadas (ataque
humano=1,56 e neutra=1,03, p=0,002). Houve tambm uma interao significativa entre
valncia e direo (F(1, 60)=4,4419, p=0,039). A anlise post-hoc (Newman-Keuls) revelou
que as fotos de ataque humano direcionado apresentaram um nmero de respostas
eletrodrmicas (1,82, dp=1,68) significativamente maior que o de todas as outras condies.
Este resultado revela que as fotos de ameaa direcionada aos voluntrios promoveram uma
maior ativao do sistema simptico, o que sugere a ativao mais intensa do sistema
defensivo. Assim, a direo da ameaa parece ser um fator crtico na intensidade da ativao
das respostas defensivas.
Contato: [email protected]
Fomento: FAPERJ; CNPq; CAPES

216

4.77 - A REATIVIDADE EMOCIONAL INTERFERE EM UMA TAREFA DE


MEMRIA DE TRABALHO.
Jessica Sanches Braga Figueira1, Isabela Villarinho de Paula Lobo1, Erick Francisco Quintas
Conde2, Mirtes Garcia Pereira1, Leticia de Oliveira1, Isabel de Paula Antunes David1
1

Universidade Federal Fluminense, 2 Universidade Federal de Pernambuco


Eixo Temtico: Neurocincia Comportamental
Palavras-chave: memria de trabalho, emoo, LPP, desempenho cognitivo, cognio.

As informaes sensoriais atingem os indivduos de forma constante e simultnea,


o que torna improvvel dar o mesmo nvel de processamento cerebral para todas. De fato,
alguns estmulos so processados de modo especial em relao aos outros, especialmente os
que possuem contedo emocional. Evidncias convergentes sugerem que os estmulos
emocionais tm o privilgio de capturar preferencialmente a ateno e, conseqentemente,
acessar a memria de trabalho. Uma maneira de se estudar o processamento cerebral de
estmulos emocionais atravs da utilizao da tcnica de eletroencefalografia, com a
metodologia de potenciais relacionados a eventos (ERP Event Related Potential) como,
por exemplo, o potencial positivo tardio (LPP - Late Positive Potential). A LPP reflete a
reatividade emocional ao estmulo. Portanto, participantes mais reativos a uma imagem
emocional apresentariam uma LPP de maior amplitude para estas imagens em comparao
s imagens neutras. De fato, a reatividade emocional indexada pela LPP pode representar
um trao importante para determinar o impacto emocional de um estmulo para cada
indivduo. O objetivo deste trabalho foi investigar se diferenas individuais na reatividade
cerebral s imagens emocionais (indexada pela LPP) se correlacionam com diferenas de
desempenho em uma tarefa de memria de trabalho. 28 voluntrios (20 mulheres)
assinaram o Termo de Consentimento (CAAE n 0251.0.258.000-10) concordando em
participar do experimento no qual deveriam realizar uma tarefa de memria de trabalho
(deteco de mudana), precedida por uma imagem neutra (imagem de corpos intactos) ou
negativa (imagem de corpos mutilados), enquanto o dado eletrofisiolgico era registrado. Na
tarefa de deteco de mudana, eram apresentados, seqencialmente, dois arranjos de
estmulos (contendo 2 ou 4 quadrados coloridos, delineando condies de baixa e alta
demanda cognitiva) e os indivduos deveriam responder se um dos quadrados mudou de cor.
Um ndice que reflete o nmero de itens representados na memria de trabalho (k) foi
calculado a partir dos dados comportamentais dos voluntrios. Considera-se que quanto
maior este valor, melhor o desempenho na tarefa de deteco de mudana. Alm disto,
para cada indivduo foi computada a reatividade cerebral s imagens emocionais pela
subtrao da amplitude mdia da LPP na condio neutra daquela na condio negativa
(efeito emocional). Observou-se que este efeito emocional se correlaciona com ndice k (4
quadrados - 2 quadrados) na condio em que as tarefas so precedidas pela imagem neutra
(rho= 0,44; p<0,05) nos eletrodos centro-parietais. Interessantemente, este efeito emocional
no se correlaciona com o ndice k (4 quadrados - 2 quadrados) na condio em que as
tarefas so precedidas pela imagem negativa (rho= 0,07; p=0,71). Os resultados mostram
que indivduos com maior reatividade cerebral s imagens emocionais possuem um melhor
desempenho na tarefa de memria de trabalho quando esta tarefa precedida pela imagem
neutra, sugerindo que indivduos que reagem com maior alerta cerebral para imagens
emocionais tendem a ter melhor desempenho. Entretanto, aps a visualizao de imagens
negativas a associao entre reatividade cerebral e desempenho desaparece, possivelmente
porque a visualizao destas imagens causa um efeito comportamental homogneo e diminui
a variabilidade individual no desempenho da tarefa.
Contato: [email protected]
Fomento: CNPq; CAPES

217

4.78 - INFLUNCIA DOS LEOS ESSENCIAIS E SEUS COMPONENTES


VOLTEIS NA MINIMIZAO DE NVEIS DE ANSIEDADE
Raynero Aquino de Arajo, Anna Alice Figueiredo Almeida
Universidade Federal da Paraba (UFPB)
Eixo temtico: Neuropsicofarmacologia
Palavras-chave: aromaterapia, ansiedade, leos essenciais, efeito ansioltico.
Uma Reviso Sistemtica uma ferramenta de estudo por levantamento de
literatura cientfica, tendo por objetivo reunir estudos semelhantes, por meio de descritores e
estratgias de busca delineadas anteriormente. No panorama mundial atual, o uso das
terapias complementares tem recebido destaque. As Terapias Complementares
compreendem a Aromaterapia, que uma prtica que se utiliza de concentrados volteis,
conhecidos como leos essenciais. Estes so extrados das plantas aromticas pelo processo
de destilao ou prensagem de partes desses vegetais, como flores, folhas, sementes, frutos
ou razes e diludos em diversas concentraes, que dependem da inteno do uso. So
substncias empregadas com a finalidade de equilibrar as emoes. Atravs de sua
administrao o leo essencial (OE) ativa o sistema do olfato pelo bulbo e nervos olfativos,
que propiciam uma ligao direta com o Sistema Nervoso Central, levando o estmulo ao
Sistema Lmbico, responsvel pelo controle da ansiedade, memria, emoo, sexualidade,
impulsos e reaes instintivas. O objetivo desta reviso sistemtica teve como objetivo
verificar se h a influncia dos leos essenciais e seus componentes volteis na minimizao
de nveis de ansiedade. Para atingir o objetivo proposto foram utilizados como descritores
combinados desta reviso Anxiety and Essential Oil, nas bases de dados PubMed;
SciELO e LILACS. Como critrios de incluso foram adicionados artigos publicados entre
julho de 2008 at julho de 2013, estudos pr-clnicos e clnicos. Como critrios de excluso,
apresentou-se: no atenderem aos critrios de incluso e serem artigos replicados na
indexao das trs bases de dados. Selecionou-se 40 estudos para anlise aps critrios de
incluso e excluso. Apresentou-se 17 tipos de leos essenciais na amostra dos artigos
revisados. Encontrou-se um maior nmero (55%) de estudos que tinha como amostra
animais, prioritariamente ratos e camundongos, sobretudo machos, logo 45% foram estudos
com humanos. Pde-se observar que a administrao por inalao e ingesto via oral
correspondem a 30%, cada uma, respectivamente, dos mtodos de administrao. Os
modelos de avaliao da ansiedade mais utilizados com animais foi o Labirinto em Cruz
Elevado (18,52%), o Teste de Campo Aberto (14,82%), juntas totalizam 33,34%. Em
humanos, apresentou-se como mtodos mais utilizados o Inventrio de Ansiedade TraoEstado IDATE (Spielberg et al, 1970) (8,64%) e Parmetros Fisiolgico e/ou hormonais
(12,35%), ambos corresponderam a 20,99% do mtodos de avaliaes da ansiedade em
humanos. Como concluso desta reviso sistemtica, obtivemos que 17 tipos de leos
essenciais ou componentes destes apresentaram efeitos ansiolticos em animais e/ou seres
humanos.
Contato: [email protected]

218

4.79 - EVIDNCIAS DE ASSINATURAS ELETROFISIOLGICAS NO


TRANSTORNO OBSESSIVO-COMPULSIVO: REVISO SISTEMTICA DA
LITERATURA
Gerson Siegmund1, Juliana Amaral Medeiros2, Gustavo Gauer1
1

Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2Faculdade de Desenvolvimento do Rio


Grande do Sul
Eixo Temtico: Psicologia Clnica e Neurocincias

Palavras-chave: Transtorno Obsessivo-Compulsivo, TOC, eletroencefalograma, EEG, ErrorRelated Negativity.


Pesquisas utilizando eletroencefalograma (EEG) tm demonstrado que pessoas com
TOC apresentam alteraes na atividade eltrica no crebro quando comparados a controles
saudveis. Contudo, existe diversidade em relao aos paradigmas utilizados, os processos
investigados e os resultados obtidos. O presente trabalho buscou revisar a literatura
internacional dos ltimos cinco anos quanto a estudos sobre TOC com utilizao de EEG. O
objetivo foi organizar os estudos no que diz respeito a seus mtodos e resultados, de forma
que seja possvel orientar pesquisas futuras na rea, alm de identificar lacunas no
conhecimento sobre o transtorno e seus potenciais indicadores eletrofisiolgicos. A busca foi
realizada nas bases de dados PubMed e PsycInfo, com os seguintes descritores: OCD e
Obsessive-Compulsive,
combinados
com
EEG,
Eletroencephalogram
e
Eletroencephalography. Os critrios de incluso foram: a) artigos empricos, b) escritos em
lngua inglesa; c) contendo resultados de EEG sobre TOC, e d) tendo o TOC como
diagnstico primrio dos participantes da pesquisa. A busca retornou 119 estudos. Destes,
foram excludos 24 por serem repetidos, 58 porque no se encaixaram nos critrios de
reviso e um artigo no foi encontrado. Restaram 36 artigos, que foram organizados em uma
planilha de acordo com os elementos de interesse. Os resultados da reviso indicam que dois
processos cognitivos se repetiram em grande parte dos estudos sobre eletrofisiologia no
TOC: monitoramento de performance e processamento de feedback. Outros fatores
manipulados ou controlados com certa frequncia so o aprendizado, o controle inibitrio e
o vis atencional de ameaa. Os paradigmas mais utilizados so o Eriksen Flanker Task e
tarefas de aprendizagem a partir de feedback. Alm das tarefas, o estado de descanso
tambm usado como condio para diferenciar entre assinaturas de atividade eltrica. Os
componentes de EEG que apresentam dados mais consistentes so o Error-Related
Negativity (ERN) e o Correct Response Negativity (CRN). Estes componentes tendem a
apresentar uma maior amplitude em pacientes com TOC, ainda que nem sempre se
encontrem diferenas significativas em funo da gravidade dos sintomas. Nas atividades de
estado de descanso, indivduos com TOC apresentam maior ativao eletrofisiolgica
quando comparados a controles. A presente reviso permite concluir que existe diferena
nas assinaturas eletrofisiolgicas correlatas deteco de erro entre indivduos com TOC e
controles saudveis. Pessoas com TOC parecem ter hiperativao no monitoramento da
performance juntamente com falha no processamento de feedback. No entanto, algumas
dessas assinaturas podem estar relacionadas mais a um componente de trao do que de
sintoma. Esses dados tem relevncia terica e clnica. A relevncia terica diz respeito
identificao de um fator neurocognitivo bsico de deteco de erro, ligada ao
monitoramento de conflito entre respostas, fomentando a investigao da sua influncia
sobre a emergncia e/ou a manuteno do transtorno. Clinicamente, a tecnologia de
eletrofisiologia representa um acrscimo de recurso diagnstico e potencialmente aplicvel
como feedback nas estratgias de tratamento cognitivo-comportamental. Os resultados aqui

219

apresentados fazem parte de um projeto em andamento, e a reviso ser expandida para


incluir estudos dos ltimos 10 anos com visando a uma metanlise dos indicadores
eletrofisiolgicos do TOC.
Contato: [email protected]
Fomento: CAPES

220

4.80 - LCUS DE CONTROLE E SENSO DE AGNCIA EM MULHERES COM


COMPULSO ALIMENTAR E OBESIDADE NA TAREFA DA MO ALIENGENA
Marcelle Matiazo Pinhatti, Thiago Gomes de Castro, Isadora Ligrio, William B. Gomes
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Eixo Temtico: Percepo e Psicofsica
Palavras-chave: alien-hand, agncia, lcus de controle, compulso alimentar, obesidade.
Estudos vm investigando as provveis causas e consequncias da obesidade. Nos
ltimos anos, a compulso alimentar ganhou espao nessas investigaes. Pesquisas
apontam que pessoas com o diagnstico de Transtorno da Compulso Alimentar Peridica
(TCAP) esto sujeitas ao incio mais precoce da obesidade, maior gravidade da doena e
m resposta aos programas de tratamento. A compulso alimentar apontada na literatura
como relacionada ao lcus de controle, definido como a percepo das pessoas sobre quem
ou o qu detm o controle sobre sua vida, podendo ser interno ou externo. No entanto,
existem divergncias quanto ao conceito na obesidade. Enquanto alguns estudos no
aprovam a relao de predio entre o lcus de controle e a adeso a mudanas alimentares,
outros revelam que pessoas obesas com lcus de controle interno obtm melhores resultados
em programas para reduo de peso. O lcus de controle tambm caracterizado como um
dos aspectos do construto agncia, isto , a habilidade de atribuir de forma correta as aes a
sua verdadeira fonte de execuo. Em vista da falta de clareza do conceito sobre o fenmeno
da obesidade e da compulso alimentar, o presente estudo buscar investigar, atravs do
modelo experimental da mo aliengena, o lcus de controle e o senso de agncia em
mulheres eutrficas, com obesidade, e com TCAP. O experimento consiste em uma
condio de engano visual induzido aos participantes e ser dividido em duas situaes: uma
em que as participantes visualizaro a prpria ao na tarefa manual, e outra em que elas
visualizaro o reflexo da ao reproduzida pelo pesquisador atravs de um espelho.
Participaro do estudo 30 mulheres, divididas em trs grupos diferentes: eutrficas, com
obesidade e TCAP e com obesidade sem TCAP. Alm do aparato experimental, os
instrumentos incluiro a Escala de Compulso Alimentar Peridica, a Escala
Multidimensional de Lcus de Controle de Levenson e um Protocolo para Entrevista. Os
dados passaro por trs nveis de anlise: 1) anlise fenomenolgica dos relatos verbais; 2)
anlise de varincia para comparao das mdias das escalas nos trs grupos; 3) anlise
comparativa e interpretativa entre dados de primeira e de terceira pessoa. Espera-se que
pessoas com obesidade ou com TCAP apresentem menor habilidade para atribuir
corretamente as aes fonte de execuo (agncia) e um lcus de controle externo,
atribuindo erros e acertos produzidos pelo experimento a causas como sorte e ambiente,
mesmo que em alguns momentos elas sejam responsveis pela ao.
Contato: [email protected]
Fomento: CNPq

221

4.81
ESTUDO
DOS
ASPECTOS
NEUROPSICOLGICOS DA BULIMIA NERVOSA

NEUROBIOLGICOS

Jenniffer Katherinne de Arajo Freire Vieira1, Andresa Ventura Marques2


1

Centro Mdico e Odontolgico de Caruaru (CEMOC),


Pernambuco (UFPE)

Universidade Federal de

Eixo Temtico: Transtornos Neuropsiquitricos e Doenas Neurolgicas


Palavras-chave: bulimia nervosa, transtornos alimentares, neurobiologia, neuropsicologia.
O comportamento alimentar humano marcado por um delicado equilbrio entre
fatores biolgicos, neuropsicolgicos, econmicos e socioculturais. Esta intricada rede de
fatores pode ser afetada de diversas formas dando origem aos denominados transtornos
alimentares. A Bulimia Nervosa (BN) um transtorno alimentar severo, caracterizado pela
ingesto compulsiva e exagerada de grandes quantidades de alimentos, seguida de mtodos
compensatrios inadequados para evitar o ganho de peso, tendo dois tipos clnicos bsicos:
Purgativo e no purgativo, a depender do mtodo usado para eliminao das calorias
adquiridas pela compulso. Na busca de compreender melhor a Bulimia Nervosa e oferecer
um estudo profundo e atualizado sobre o tema, esta pesquisa teve como objetivo geral o
estudo dos aspectos neurobiolgicos e neuropsicolgicos envolvidos no quadro geral do
transtorno, partindo da hiptese central de que existem alteraes biolgicas e
neuropsicolgicas que contribuem para a manifestao do quadro geral da Bulimia Nervosa.
Como objetivos especficos, realizou-se uma descrio da Bulimia Nervosa com base em
manuais diagnsticos internacionais, bem como uma anlise do comportamento alimentar
humano em seus aspectos biolgicos e socioculturais, bem como os fatores influentes neste
comportamento. Como mtodo de pesquisa realizou-se um percurso bibliogrfico,
exploratrio e descritivo atravs de bancos de dados em sites especializados em ingls e
portugus, a exemplo do Medline, Scielo, Pubmed, Revista Brasileira de Psiquiatria e Jornal
Brasileiro de Psiquiatria com a busca sendo realizada atravs do descritor, Bulimia
Nervosa e sendo analisadas apenas as pesquisas publicadas aps o ano 2000 a fim de
delimitao do espao de busca, sendo pesquisados tambm livros especializados na rea de
neurocincias. Os resultados encontrados indicam fortemente diversas alteraes
neurobiolgicas afetando o sistema de neurotransmissores, em especial a dopamina, devido
a seu papel no sistema de recompensa e associao ao prazer. Leses ou alteraes
funcionais no sistema dopaminrgico, hipotalmico e cortical so achados importantes em
relao alteraes neurobiolgicas do transtorno, que cursam juntamente com quadros
neuropsicolgicos especficos, a exemplo de: Alteraes perceptivas em relao forma e
peso do corpo, que se manifestam atravs de distoro da imagem corporal; Alteraes da
ateno, com exagerado foco em palavras que remetem peso e forma corporal; Distores
do raciocnio, com crenas equivocadas em relao ao valor pessoal, peso e forma do corpo.
Ao final da pesquisa a hiptese inicial do estudo foi comprovada, no entanto, enquanto
reflexo final deve-se considerar aspectos multifatoriais que atuam em conjunto para a
gnese e manifestao do transtorno.
Contato: [email protected]

222

4.82 - ANAIS DAS REUNIES ANUAIS DO IBNeC: REVISO SISTEMTICA DE


RESUMOS PUBLICADOS SOBRE TRANSTORNOS MENTAIS
Lanna Cristyna do Rego e Silva1, Ana Paula de Castro Arajo1, Jayana Ramalho Ventura2,
Silvana Queiroga da Costa Carvalho1
1

Faculdade Santa Maria, 2Universidade Federal da Paraba

Eixo temtico: Transtornos Neuropsiquitricos e Doenas Neurolgicas


Palavras-chave: transtornos mentais, CID-10, IBNeC, anais.
No intuito de integrar o conhecimento cientfico da Neurocincias e
Neuropsicologia Comportamental, o Instituto Brasileiro de Neuropsicologia e
Comportamento (IBNeC) promove desde 2009 Reunies Anuais com a participao de
profissionais, pesquisadores, docentes e discentes do pas. O presente trabalho tem como
objetivo principal fazer um levantamento dos resumos publicados nos anais das Reunies
Anuais do IBNeC (2010-2013) sobre transtornos mentais. Especificamente, pretende-se
verificar qual foi a metodologia mais utilizada nos referidos resumos e comparar os
resultados obtidos da primeira e da ltima edio. A metodologia utilizada trata-se de uma
reviso sistemtica com dados quantitativos obtidos a partir dos supracitados anais. Foram
includos os resumos que continham em seus ttulos a nomenclatura de um ou mais
transtorno mental das classes F-20 a F-49 e F-84 a F-90 da CID-10. Os descritores/palavraschave no foram includos porque no foram obrigatrios nas publicaes da quarta edio.
Os quatro anais obtiveram um total de 841 publicaes, dos quais foram encontrados 170
resumos sobre transtornos mentais. Verificou-se, contudo, que alguns resumos abordavam
mais de um transtorno mental, contabilizando, assim, o total de 185 transtornos. De acordo
com os critrios de incluso, 15 tipos de transtornos foram identificados, entre eles 3 com
subtipos, classificados da seguinte forma: Transtorno Global do Desenvolvimento (1,08%);
Transtorno de Estresse Ps-Traumtico (5,40%); Transtorno do Pnico (1,62%); Transtorno
de Ansiedade (20%); Transtorno Depressivo (22,16%); Transtorno de Dficit de Ateno e
Hiperatividade (10,81%); Transtorno de Humor (2,70%); Transtorno Bipolar (6,48%);
Esquizofrenia (6,48%); Reaes ao Estresse Grave (11,89%); Transtornos de Ateno
(0,54%); Transtorno Obsessivo-Compulsivo (1,62%); Transtornos Mentais (sem indicao
de classe) (2,16%); Autismo (5,94%); e Transtorno Psictico Agudo Polimorfo, sem
sintomas esquizofrnicos (1,08%). Quanto metodologia, os mtodos mais utilizados nos
resumos foram quase-experimental (54,11%), experimental (19,4%) e reviso
bibliogrfica/terica (7,05%). Diante do exposto, os transtornos mentais mais pesquisados
foram respectivamente: Transtorno Depressivo, Transtorno de Ansiedade, Transtorno de
Reaes ao Estresse Grave e Transtorno de Dficit de Ateno e Hiperatividade. Percebe-se
um declnio progressivo em relao s publicaes sobre Transtorno de Estresse PsTraumtico, variando de 7,89% a 0%, e um aumento progressivo das publicaes referentes
ao Autismo, que vai de 0% a 15,78%. Verificou-se que o Transtorno de Ateno e o
Transtorno Psictico Agudo Polimorfo, sem sintomas esquizofrnicos aparecem apenas na
quarta edio do evento. Por fim, ao comparar os resultados obtidos da primeira e da ltima
edio, notou-se um declnio de 21,05% nas publicaes sobre Transtorno Depressivo,
mesmo sendo o mais pesquisado, e um aumento de 15,78% nas publicaes sobre Autismo.
Contato: [email protected]

223

4.83 - REVISO SISTEMTICA DE RESUMOS PUBLICADOS NAS REUNIES


ANUAIS DO IBNeC SOBRE DEPRESSO
Lanna Cristyna do Rego e Silva1, Ana Paula de Castro Arajo1, Jayana Ramalho Ventura2,
Silvana Queiroga da Costa Carvalho1
1

Faculdade Santa Maria, 2Universidade Federal da Paraba

Eixo temtico: Transtornos Neuropsiquitricos e Doenas Neurolgicas


Palavras-chave: depresso, Transtorno Depressivo, CID-10, IBNeC, anais.
Estudos epidemiolgicos colocam a Depresso como Transtorno Psiquitrico mais
prevalente, presente possivelmente de forma universal e registrada desde tempos remotos. A
depresso considerada pelo CID-10 como um transtorno mental que pode ser classificado
em trs nveis: leve, moderada ou grave. Como critrio para o diagnstico so considerados
dois dos trs sintomas principais: humor deprimido, perda de interesse ou prazer e energia
reduzida, provavelmente acompanhado de outros sintomas. Em virtude desta prevalncia,
pretende-se, no presente trabalho, analisar a quantidade de resumos publicados sobre a
Depresso nos anais das Reunies Anuais do IBNeC (2010-2013) e a metodologia mais
utilizada. Trata-se, ento, de uma reviso sistemtica com dados quantitativos coletados nos
referidos anais. Foram includos os resumos que continham em seus ttulos a nomenclatura
de Transtornos Depressivos enquadrados nas classes F-32 e F-33. Os descritores foram
excludos por no serem elementos obrigatrios na quarta edio dos Anais. Foi encontrado
um total de 841 resumos publicados, destes 41 de referem-se aos Transtornos Depressivos,
equivalente a 4,88%. Onze citavam outros transtornos, alm dos Transtornos Depressivos,
tais como: Transtorno de Ansiedade, Transtorno Bipolar e Estresse. De acordo com os
critrios de incluso, foram encontrados 8 resumos no primeiro Anais, 10 no segundo, 18 no
terceiro e 5 no quarto. Referindo-se metodologia mais utilizada nos resumos, a pesquisa
quase-experimental obteve maior predominncia (26 resumos 63,41%), seguida pela
pesquisa experimental (7 resumos 17,07%). Tendo em vista a totalidade dos trabalhos
publicados nos Anais, pode-se compreender 4,88% como uma quantidade considervel de
trabalhos sobre Transtornos Depressivos, uma vez que h uma grande variedade de
transtornos psiquitricos. Analisando de forma progressiva os Anais, percebe-se um
aumento de 2 resumos entre o primeiro e o segundo; 8 do segundo para o terceiro; e um
declnio considervel de 18 resumos para 5 do terceiro para o quarto. Por fim, em todos os
anais, foram presentes as publicaes sobre a Depresso, sendo possvel perceber que houve
uma nfase durante as duas primeiras edies e nas posteriores houve o predomnio de
outros transtornos.
Contato: [email protected]

224

4.84 - A RELAO ENTRE CORTEX PR-FRONTAL E O NCLEO


ACUMBENTE NA CAPACIDADE DE SUSTENTAO DE EMOES POSITIVAS
NA DEPRESSO
Simone Ayres Mendes do Nascimento
Faculdade de Cincias Humanas ESUDA
Eixo Temtico: Transtornos Neuropsiquitricos e Doenas Neurolgicas
Palavras-chave: depresso, crtex pr-frontal, ncleo acumbente, dopamina, emoes
positivas.
A depresso considerada uma doena grave, que acomete indivduos
indistintamente e os seus sintomas so numerosos e variados. Estados emocionais com a
presena de afetos negativos e ausncia de afetos positivos so caractersticos. A
neurocincia considera a depresso como um transtorno resultante de um mau
funcionamento de grande parte do sistema cerebral. O aumento de atividade no crtex prfrontal esquerdo estaria relacionada com as emoes positivas e que uma maior atividade no
crtex pr-frontal direito associado s emoes negativas. Nesse sentido, realizaram-se
pesquisas bibliogrficas com a inteno de elucidar os mecanismos cerebrais envolvidos
nessa grave doena, destacando as ligaes entre o crtex pr-frontal e o ncleo acumbente.
.Pois, tais estruturas so importantes para uma melhor compreenso de alguns processos
emocionais depressivos. Assim, este estudo tem com objetivo discutir o papel do ncleo
acumbente e sua conexo com o crtex pr-frontal na gerao e capacidade de sustentar
emoes positivas na depresso. O ncleo acumbente uma regio importante nos estudos
das emoes positivas, j que est relacionado aos mecanismos de gratificao e processos
motivacionais. nele que tambm se observa uma das mais importantes interaes e
reservas de dopamina no crtex cerebral. Sendo assim, em alguns quadros depressivos
observou-se a incapacidade de sustentar emoes positivas, e no de senti-las. Isso
provavelmente ocorre devido a uma disfuno nas conexes entre o crtex pr-frontal e o
ncleo acumbente. Esses achados sugerem a possibilidade de induzir o crebro a manter as
emoes positivas por mais tempo no combate a depresso.
Contato: [email protected]

225

4.85 - TRANSTORNO BIPOLAR TIPO I VERSUS II: H DIFERENAS QUANTO


APRENDIZAGEM DE TOMADA DE DECISO AFETIVA?
Marcelo Klock Bujak, Laura Damiani Branco, Charles Cotrena, Rochele Paz Fonseca
Pontifcia Universidade Catlica do Rio Grande do Sul (PUC-RS)
Eixo Temtico: Transtornos Neuropsiquitricos e Doenas Neurolgicas
Palavras-chave: transtorno bipolar, funes executivas, tomada de deciso, avaliao
neuropsicolgica.
O Transtorno Bipolar (TB) est, em geral, associado a importantes prejuzos
sociais, laborais e funcionais. Caracteriza-se por perodos distintos de humor classificados
como episdios depressivos, hipomanacos e/ou manacos. Estudos apontam prejuzo
neurocognitivo em portadores de TB acometendo especialmente funes executivas (FE),
que consistem em um conjunto de processos cognitivos orientados a metas. Um dos
componentes executivos mais afetados no TB, segundo alguns estudos, a tomada de
deciso (TD), particularmente a tomada de deciso afetiva (TDA), em que o indivduo faz
escolhas que envolvem riscos ou incerteza das consequncias ps-deciso, com presena
marcada de componentes emocionais. Com o intuito de avaliar a TDA foi criado o Iowa
Gambling Task (IGT). O IGT se baseia na hiptese do marcador somtico (HMS), segundo
a qual o processo de TDA seria facilitado por impresses viscerais acerca da potencial
consequncia da TD. Esse instrumento foi criado originalmente para avaliar pacientes com
leses no crtex pr-frontal ventromedial, que tinham dificuldade para tomar decises que
envolviam risco ou incerteza, ou mesmo para postergar recompensas, esta ltima sendo,
tambm, uma das principais disfunes executivas no TB. Este estudo visou a averiguar se
h diferenas entre TB I, TB II e participantes saudveis emparelhados quanto ao
desempenho quantitativo e qualitativo curva de aprendizagem em TDA no IGT. Dez
bipolares do tipo I (TB I), 10 bipolares do tipo II (TB II) e 20 controles foram avaliados
clinicamente pelo IGT (n total = 40). Os grupos se diferenciaram por idade e escolaridade e
os escores foram comparados entre os grupos por Mixed Ancova, seguida de pos-hoc
Bonferroni, controlando-se o efeito de escolaridade e idade. Houve diferenas entre grupos
no nmero de cartas selecionadas do baralho C, em que controles selecionaram mais essas
cartas em relao aos pacientes TB I e TB II. Alm disso, o grupo controle apresentou uma
melhor curva de aprendizagem em relao aos pacientes TB, com diferenas entre os dois
grupos clnicos: pacientes TB I tiveram uma aprendizagem mais ascendente no incio porm
no conseguiram mant-la, enquanto pacientes TB II no apresentaram sinais de
aprendizagem na tarefa. Estes achados contribuem para a neuropsicologia clnica na
tentativa de busca por especificidade para diferenciar componentes executivos entre
subgrupos clnicos. Sugere-se que novos estudos se baseiem em amostras maiores, efetuem
controle dos efeitos medicamentosos para o grupo clnico, alm de relacionarem achados
com demais marcadores fisiolgicos e de neuroimagem e de utilizarem outras medidas bi ou
tripartides para melhor exame de possveis dissociaes na aprendizagem de TDA.
Contato: [email protected]

226

4.86 - ALUCINAO DA ESQUIZOFRENIA POR UMA PERSPECTIVA


FISIOLGICA E COGNITIVA
Ana Paula de Castro Arajo1, Lanna Cristyna do Rego e Silva1, Jayana Ramalho Ventura1,
Silvana Queiroga da Costa Carvalho1, Arlindo Felix da Costa Neto2
1

Faculdade Santa Maria, 2Universidade Federal da Paraba

Eixo temtico: Processos Cognitivos


Palavras-chave: alucinao,
esquizofrenia, memria.

alteraes

dopaminrgica,

alteraes

glutamatrgicas,

Esta pesquisa tem por intuito apresentar e esquematizar os processos fisiolgicos e


cognitivos para a formao da alucinao na Esquizofrenia. Pretende-se expor os processos
cognitivos dos sistemas de pensamento, percepo visual e auditiva, memria icnica e
ecoica no desenvolvimento da alucinao, atravs de esquemas. O processo cognitivo da
percepo acontece da seguinte forma: o estmulo recebido do ambiente, os quais so
captados pelos termos sensoriais, e transmitido para os sistemas cognitivos, que codificam e
constroem a percepo. O estudo foi realizado de forma qualitativa por meio da reviso de
literatura. Foram includos os artigos cientficos da base de dados do Scielo e Peridicos
Capes no perodo de 2004 a 2014 sobre a Esquizofrenia na viso da Teoria CognitivoComportamentale as possveis causas do transtorno. Verificou-se um total de 52 artigos
encontrados, dentre eles 13 relacionando-se aos objetivos desse estudo.Para a patologia em
estudo, o processo de codificao dos estmulose aconstruo da percepo feita,
supostamente, de maneira errnea, provocando a alucinao. Evidncias sugerem que este
fato decorrente de alteraes dopaminrgicas nas fendas sinpticas localizadas na via
mesolmbica, sendo estas alteraes tambm relacionadas s alteraes glutamatrgicas
encontradas nas vias corticais. Tendo em vista que ocorrem essas alteraes, v-se que o
processo normal para a formao de uma situao real interrompido nos sistemas
cognitivos na Esquizofrenia. Sendo assim, os processos de pensamento e memria
funcionam de maneira errtica, recebendo informaes certas e reproduzindo-as de maneira
distorcida, criando uma percepo que transforma a realidade. Supe-se que h uma
evocao deturpada da memria provocando uma transformao de imagens e/ou sons na
ao de perceber em pessoas com uma memria pr-existente. Para isso, o esquizofrnico
ter que pensar e este far com resgate imagens ou sons da memria para construir algo
novo, que influenciar na sua percepo audiovisual durante o episdio de alucinao.A
partir da compreenso desses processos em uma situao patolgica, possvel ter um maior
entendimento de um erro inicial que dar subsdio a uma interveno de maneira prtica.
Nesse sentido, passa-se a entender como funciona cada processo e sistema cognitivo na
alucinao, dando uma perspectiva de compreenso do mundo do acometido. Assim, tem-se
espao para que surjam novos questionamentos tericos a respeito deste assunto que sirvam
para entender no s essa patologia, como outras, atravs de um sinal: a alucinao. Os
dados coletados apresentam tambm relato de pessoas surdas afirmando estar ouvindo algo,
sendo comprovada a ativao das reas corticais responsveis pela audio. Essa percepo
considerada umaalucinao auditiva, embora essas pessoas no possuam memria ecoica
proveniente das informaes captadas pelos termos sensoriais. Isso pode ser explicado pela
hiptese de capacidade criativa do crebro que possibilita a criao de uma memria
auditiva antes inexistente.
Contato: [email protected]

227

4.86A - COMPROMETIMENTO DA ATENO NO TRANSTORNO BIPOLAR


COMPARADO A DEPRESSO UNIPOLAR E ESQUIZOFRENIA: UMA REVISO
SITEMTICA
Evelyn V. M. Camelo1, Tnia Netto1, Elie Cheniaux1,2
1

Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), 2Universidade do Estado do Rio de Janeiro


(UERJ)
Eixo Temtico: Neurocincia Comportamental
Palavras-chave: ateno, cognio, testes neuropsicolgicos, transtorno bipolar.
A ateno est entre as funes cognitivas mais alteradas em todas as fases do
transtorno bipolar. Afetando possivelmente outras funes como a aprendizagem, memria e
habilidades visuoespaciais. O presente estudo teve como objetivo revisar a literatura
cientfica sobre o desempenho de pacientes com transtorno bipolar em testes de ateno e
compara-los com pacientes com depresso unipolar e esquizofrenia. Foi realizada uma
reviso sistemtica de estudos controlados que utilizaram testes neuropsicolgicos para
avaliar a ateno em pacientes com transtorno bipolar, unipolar e esquizofrenia. Foram
utilizadas as bases de dados Medline, Lilacs, PubMed, ISI e Scielo entreo perodo de 2008 a
2013. Apenas estudos com amostra mnima de dez pacientes foram includos. Quanto aos
resultados do estudo, 110 artigos preencheram os critrios de seleo. Na comparao com
controles normais, os pacientes bipolares mostraram um desempenho inferior nos testes de
ateno na grande maioria dos estudos. Na comparao com outros transtornos mentais, o
transtorno bipolar esteve associado a um pior desempenho do que a depresso unipolar, mas
a um melhor desempenho do que a esquizofrenia. Quando bipolares em diferentes fases da
doena foram comparados entre si, observou-se que os pacientes eutmicos tiveram um
desempenho melhor que os manacos, e um desempenho igual ou melhor do que os
deprimidos. Pode-se concluir que a ateno , de fato, significativamente afetada no
transtorno bipolar. O prejuzo na ateno no transtorno bipolar menor do que na
esquizofrenia, porm maior do que na depresso unipolar, e parece ser mais grave nas
fases de mania e depresso do que na eutimia.
Contato: [email protected]

228

4.87 - DEFICINCIA DE B12 E CORRELAES NEUROPSIQUITRICAS


Kamila Maria de Albuquerque Fernandes Santos, Jayston W. J. Soares Neves, Melyssa K.
Cavalcanti Galdino, Giuseppe Gianini F. Leite
Universidade Federal da Paraba
Eixo temtico: Transtornos Neuropsiquitricos e Doenas Neurolgicas
Palavras-chave: vitamina B12, cianocobalamina, manifestaes neurolgicas.
A vitamina B12, ou cianocobalamina, uma vitamina hidrossolvel absorvida pelo
leo terminal, tendo como principal reservatrio o fgado. Utilizada como cofator em reaes
bioqumicas do sistema nervoso como a sntese de neurotransmissores, de mielina e
produo de energia. A principal causa do dficit desta vitamina a anemia perniciosa, as
outras causas esto relacionadas a m absoro. Objetivou-se evidenciar as principais
manifestaes neurolgicas e psiquitricas relacionadas com a deficincia de B12 no
organismo, atravs de estudo de reviso, com os descritores: vitamina B12, sinais clnicos,
cobalamina e manifestaes neurolgicas, nas bases de dados:ScientificElectroniclibrary
Online (SCiELO), National Center for BiotechnologyInformation (NCBI), American
PsychologicalAssociation (APA). As manifestaes neurolgicas e psiquitricas dessa
deficincia so variadas, porm, as comumente relacionadas nos 12 artigos encontrados,
tendo como principais manifestaes neuropsiquitricas melancolia, ansiedade, demncia
(semelhante a Alzheimer), esquecimento, parestesia, encefalopatia, mielopatia, neuropatia
perifrica, neuropatia ptica, psicose, distrbio de marcha e ataxia. As sintomatologias mais
comumente apresentadas foram parestesias, dormncia, perda de sensao e perda de noo
temporo-espacial. O tratamento consiste na administrao de B12 por via parenteral que
promove reverso dos sintomas, desde que o paciente no tenha comorbidades. Os
resultados apontam que a deficincia de B12 pode estar relacionada a sinais
esintomassemelhantes a outras doenas que envolvem o sistema nervoso central, como,
demncias e distrbios de humor. Tais semelhanas dificultam o diagnstico, e
consequentemente o tratamento e prognstico. Sugere-se que na presena de sinais e
sintomas neuropsiquitricos, exames laboratoriais mais aprofundados sejam utilizados com
mais frequncia na investigao que antecede o diagnstico.
Contato: [email protected]

229

4.88
IMPACTO
DESENVOLVIMENTO
INFANTIL

DE
UM
PROGRAMA
DE
FORMAO
EM
COGNITIVO PARA PROFISSIONAIS DO ENSINO

Tatiana G. Freitas, Andr L. Sousa, Nelma Assis, Maria Cristina A. C. R. Oliveira, Claudia
B. Mello, Orlando F A Bueno, Mnica C. Miranda
Universidade Federal de So Paulo (UNIFESP)
Eixo Temtico: Neuropsicologia Clnica e Experimental
Palavras-chave: desenvolvimento cognitivo, educao infantil, formao continuada,
neuropsicologia do desenvolvimento.
O objetivo do presente estudo contribuir para o conhecimento sobre as
necessidades formativas de professores, trazendo uma avaliao, cientificamente embasada,
sobre o impacto de um Programa de Formao Continuada em Desenvolvimento
Cognitivo, com base nas Neurocincias, para professores da Educao Infantil. O
programa foi composto por aulas tericas com temas acerca do desenvolvimento cognitivo
da criana e o processo de alfabetizao. Alguns exemplos de temas abordados foram
crescimento e desenvolvimento, desenvolvimento motor, linguagem, ateno e funes
executivas, e temas relacionados ao comportamento, como birra, choro, agressividade e
indisciplina. A fim de analisar a percepo dos professores, acerca da adequao e da
aplicabilidade do contedo do curso, foram utilizados dois instrumentos. O primeiro,
contendo duas questes, era respondido por todos os participantes antes e ao trmino de cada
encontro. As questes seguiam o modelo: (1) Como voc descreveria, em poucas linhas, o
seu conceito sobre o tema: (ttulo do tema do encontro) e (2) Quais atividades voc
considera que j realiza em sala de aula relacionada ao (ttulo do tema do encontro). Ao
final de cada encontro os professores tambm responderam ao questionrio Avaliao de
Satisfao, adaptado por Viacava (2013), a partir do modelo proposto por Kirkpatricks
(1996). Trata-se de um questionrio de 10 itens, utilizando uma escala de 5 pontos (ruim,
regular, neutra, boa, excelente), cujos critrios avaliados foram reao (ex. como voc avalia
essa aula); aprendizagem (ex. a carga horria suficiente); comportamento (ex. possvel
realizar a transferncia direta de algum contedo dessa aula para a sua prtica) e resultado
(ex. como voc avalia a possibilidade de o contedo abordado nessa aula gerar resultados
em sua prtica). Os resultados parciais dos 4 primeiros encontros mostram que houve mdia
de pontuao alta (4,6 0,51), para quase todos os critrios avaliados, exceto para
Aprendizagem 6 (a carga horria suficiente para atingir os objetivos propostos), com
mdia de 4,00 0,89. Os resultados completos sero apresentados, mas se sugere que o
curso de Formao Continuada em Desenvolvimento Cognitivo bem estruturado e com
temticas pertinentes a prtica do Professor da Educao Infantil.
Contato: [email protected]
Fomento: FAPESP; Fundao Maria Ceclia Souto Vidigal (FMCSV); Associao Fundo
de Incentivo a Pesquisa (AFIP)

230

4.89 - CONCEPES DE PROFESSORES DA EDUCAO INFANTIL A


RESPEITO DO DESENVOLVIMENTO COGNTIVO E PROCESSO DE
APRENDIZAGEM.
Daniele Souza, Juliana C. Ferreira, Carolina Nikaedo, Carolina T. Piza, Orlando F A Bueno,
Mnica C. Miranda.
Universidade Federal de So Paulo (UNIFESP)
Eixo Temtico: Neuropsicologia Clnica e Experimental
Palavras-chave: primeira infncia, neuropsicologia do desenvolvimento, aprendizagem,
educao infantil.
Alguns estudos tm indicado que identificar necessidades formativas dos
profissionais de educao infantil constitui passo essencial na tentativa de melhorar a
formao profissional que lhes vem sendo oferecida, principalmente em decorrncia das
propostas de Formao Continuada de Professores. Esses estudos ressaltaram que h
necessidade de compreenso adequada dos educadores das teorias psicolgicas sobre o
desenvolvimento infantil. No entanto, com o avano das neurocincias alia-se o
conhecimento do desenvolvimento cerebral, uma varivel indissocivel na compreenso do
crescimento e desenvolvimento da criana. O presente trabalho refere-se ao estudo
intituladoDesenvolvimento de um Programa de Formao em Desenvolvimento Cognitivo
para Profissionais da Educao Infantil: O modelo de Resposta Interveno. Na etapa
inicial deste projeto, foi realizado um levantamento de necessidades formativas do educador
infantil com 24 professores e educadores infantis de CEIs e EMEIs da cidade de So Paulo.
Os procedimentos se basearam em uma entrevista semi-estruturada coletiva realizada por
unidade escolar, na qual os conceitos de Criana, Educao Infantil, Desenvolvimento da
Criana, Processo de Aprendizagem e Prtica Pedaggica foram abordados. Aps a
transcrio e anlise dos discursos, as respostas dos educadores a esses conceitos serviram
de base para a escolha e desenvolvimento posterior dos temas de formao. Foi observado,
de modo geral, que os participantes apresentam concepes diversas acerca do
desenvolvimento infantil, da concepo de prtica pedaggica e o processo de aprendizagem
da criana, que pouco se aproximam do que preconizado pela Lei de Diretrizes e Bases da
Educao (2009), pelo Currculo da Educao Bsica (2008) e mais ainda dos
conhecimentos da Neuropsicologia do Desenvolvimento. Tais concepes podem interferir
na sua prtica pedaggica e demonstram a importncia de se realizar formaes continuadas
em desenvolvimento cognitivo para professores.
Contato: [email protected]
Fomento: FAPESP; Fundao Maria Ceclia Souto Vidigal FMCSV; Associao Fundo
de Incentivo a Pesquisa (AFIP)

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4.90 - DIFERENAS MORFOLGICAS CEREBRAIS EM PACIENTES COM


LPUS ERITEMATOSO SISTMICO COM E SEM PREJUZOS COGNITIVOS
Nicolle Zimmermann1, Diogo Goulart Correa1,2, Tadeu Kubo2, Tania Maria Netto1, Denis
Pereira1, Rochele Paz Fonseca3, Emerson Leandro Gasparetto1,2
1

Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2 Centro de Diagnstico por Imagem, 3 Pontifcia


Universidade Catlica do Rio Grande do Sul
Eixo Temtico: Neuroimagem

Palavras-chave: volumetria, lpus eritematoso sistmico, avaliao neuropsicolgica,


critrios diagnsticos.
De acordo com o Colgio Americano de Reumatologia, o diagnstico de lpus
eritematoso sistmico neuropsiquitrico (LESNP) feito por exames neurolgicos
multimodais clnicos e avaliao neuropsicolgica. Estudos comparativos com amostras
LESNP e pacientes com lpus eritematoso sistmico sem sintomas neuropsiquitricos (noLESNP) no se diferenciam na manifestao de alguns sintomas neuropsiquitricos, como
comprometimento cognitivo e atrofia cerebral. Apesar da relao aparentemente inerente
entre os transtornos neuropsiquitricos e a presena de dficit cognitivo, os estudos
mostraram que esta nem sempre ocorre no LES. Por esta razo, no possvel inferir
causalidade entre essas manifestaes. Este estudo teve como objetivo investigar se h
diferenas de volume de regies cerebrais de pacientes com LES com dficits cognitivos
(SLE-CD) e pacientes com LES com desempenho cognitivo normal (SLE-CN), ambos com
frequncia equivalente de sintomas LESNP. Participaram 40 pacientes que foram divididos
em dois grupos e pareados por idade, escolaridade, tempo de doena e distribuio por sexo.
Indivduos com escore Z -2.0 em pelo menos uma das oito dimenses avaliadas foram
classificadas como SLE-CD (n=20). Os critrios de excluso foram apresentar condies
clnicas prvias que poderiam influenciar a atrofia cerebral, como uma histria de acidente
vascular cerebral, epilepsia, afasia ou miastenia, declarar uso de drogas ilcitas,
contraindicaes de ressonncia magntica e os achados anormais de ressonncia magntica
cerebral nas sequncias convencionais. Todos os participantes foram examinados em um
scanner de ressonncia magntica de 1,5 Tesla. O software FreeSurfer verso 4.0.5 foi
utilizado para a reconstruo volumtrica cortical e segmentao. Os grupos foram
comparados com o teste ANCOVA, sendo a covarivel o tempo de diagnstico. Foram
encontradas diferenas significativas de volume no hipocampo bilateralmente e no crtex
parietal superior; precuneus direito, tlamo e amgdala esquerda. A convergncia dos
resultados cognitivos e de ressonncia magntica ressalta/refora a relevncia da anlise de
resultados neuropsicolgicos como fator ligado diminuio do volume de estruturas
cerebrais no LES, independentemente da presena de outros sintomas de LESNP.
Contato: [email protected]
Fomento: CAPES

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