PROJETO ASAS: Tecnologia Social Pelo Design Gráfico e Artesanato
PROJETO ASAS: Tecnologia Social Pelo Design Gráfico e Artesanato
PROJETO ASAS: Tecnologia Social Pelo Design Gráfico e Artesanato
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Luiz C
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Prof.((a) Orienttadora : Ju
uliana Ponttes Ribeiro
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Belo Horizonte
Julho / 2013
2
PROJETO ASAS:
Tecnologia social pelo design grfico e artesanato.
Belo Horizonte
Julho / 2013
AGRADECIMENTOS
Ningum caminha sozinho. Agradeo a Deus, ao meu pai e minha me, pelo incentivo e
apoio em todos o tempos. toda minha famlia e aos amigos, que compreenderam a minha
ausncia em muitos momentos. Aos colegas da ACS Medicina e ao Gilberto Carvalho, que foi
generoso
complacente
aos
meus
atrasos
horrios
malucos
de
trabalho.
Em especial agradeo a todos os bons professores que me ensinaram nesses quatro anos,
principalmente minha orientadora Juliana Pontes, que com grande generosidade e pacincia
me acompanhou e ensinou nos ltimos seis meses. Natacha Rena, pois se no fosse a sua
fala apaixonada e todo esse amor pelo poder da multido, em suas aulas da disciplina
Artesanato e Design, talvez esse trabalho no existiria. Gostaria de agradecer tambm a todas
as artess do projeto ASAS que me ajudaram direta e indiretamente a concluir esse estudo.
Aprendi
muito
Muito obrigado.
com
vocs,
ensinamentos
que
no
esto
nas
salas
de
aula.
RESUMO
O atual projeto de monografia para a concluso de curso em design grfico, trata da busca do
entendimento a cerca da criao de Tecnologia social a partir do design grfico. A proposta
analisar e apontar possveis diretrizes e metodologias desenvolvidas por Designers Grficos
que unidas ao fazer artesanal, dentro do projeto ASAS(Artesanato Solidrio do Aglomerado
da Serra), possam consolidar o conceito de tecnologia social surgidas pela interveno do
design grfico no artesanato. Assim sendo, o projeto objetiva tambm abrir possibilidades
para uma nova atuao no mercado para esses profissionais e gerar uma expanso do
conhecimento acadmico na rea do design, que possui ainda um pensamento por demais
industrial acerca do design, com outras formas de conhecimentos mais inventivas.
Palavras Chaves: Artesanato, Design Grfico, Tecnologia Social, Projeto ASAS
Abstract
The current draft of the monograph for the completion of course in graphic design, is the
search for understanding about the creation of social technology from the graphic design. The
proposal is to analyze and identify possible guidelines and methodologies developed by
Graphic Designers who joined the craftsmanship within the project ASAS (Craft Outreach
Cluster of the Serra), to consolidate the concept of social technology emerged by the
intervention of graphic design in handicrafts. Therefore, the project also aims to open up
possibilities for a new operation in the market for these professionals and generate an
expansion of academic knowledge in design, which still has a thought too about the industrial
design, with other forms of knowledge more inventive.
Key Words: Crafts, Graphic Design, Social Technology, Project ASAS
LISTA DE FIGURAS
35
35
36
43
44
46
47
50
51
52
54
56
60
62
72
74
LISTA DE TABELAS
67
68
83
SUMRIO
1. INTRODUO ................................................................................................... 12
2. PROBLEMA E HIPTESE .................................................................................. 18
3. FUNDAMENTAO TERICA ......................................................................... 20
3.1 Design Grfico: uma possibilidade de atuao interdisciplinar ...................... 20
3.2 Design Grfico e Metodologia : fundamentos do design ................................ 22
3.3 Design Grfico e Artesanato: uma unio possvel? ......................................... 24
3.4 Design Grfico e Artesanato Urbano: a referncia cultural
como mtodo criativo ..................................................................................... 28
3.5 Design Grfico e Tecnologia Social: um novo caminho ................................. 30
4. FUNDAMENTAO METODOLGICA .......................................................... 32
4.1 Objetos de estudo ............................................................................................. 32
4.2 Critrios para a escolha do objeto de estudo .................................................... 37
4.3 Tcnicas de anlise ........................................................................................... 38
4.3.1
8. REFERNCIAS ...................................................................................................... 80
9. ANEXO A ................................................................................................................. 83
1 INTRODUO
O design uma rea de conhecimento e origem interdisciplinar, que cada vez mais possui
vrias ramificaes e reas de atuao. Uma das reas que vem ganhando grande crescimento
o design social, tornando-se uma alternativa, entre tantas para atuao do profissional de
design grfico. Essa alternativa tem como viso, projetos que possuem a motivao do
processo social do design, ou seja, o designer interage no contexto do projeto inserindo
metodologias prprias do design, a fim de gerar resultados que modifiquem a realidade social
do grupo onde ele est trabalhando. Isso permite ao profissional ser um agente de
transformao do quadro de vulnerabilidade social no Brasil e no mundo.
Neste sentido, um conceito muito utilizado nesses tipos de projetos o de tecnologia social,
que definido por Juara Lassance e Antnio Pedreira (2004), especialistas em Polticas
Pblicas, do Ncleo de Pesquisa em Polticas Pblicas da Universidade de Braslia, como
sendo, o conjunto de tcnicas e procedimentos associados a formas de organizao coletiva,
que representam solues para a incluso social e melhoria da qualidade de vida. Assim, esse
tipo de projeto orientado pelo entendimento a materializao de uma ideia que prope um
processo de transformao na sociedade. So projetos que podem e devem contribuir para o
exerccio da responsabilidade social.
O foco desse tipo de projeto est na gesto de processos de mudanas comportamentais,
visando uma alterao no cenrio social onde o projeto est inserido e, a partir disso, atuar no
processo de criao de produtos, otimizao de performance, inovao, qualidade, durabilidade, aparncia e custos dos produtos, entre outras aes.
Segundo Lassance e Pedreira (2004), tecnologia social um conceito que faz referncia a
uma ideia inovadora de desenvolvimento que leva em conta a coletividade em todo o seu
processo de organizao, desenvolvimento e implementao. O design social atravs da
aplicao dessa tecnologia capaz de unir saberes, conhecimentos populares, conceitos
tcnicos cientficos e organizao social tornando-se assim uma arma eficaz para o objetivo
de incluso social. Um ponto chave que este conhecimento gerado possa ser reaplicvel.
Dessa maneira qualquer outro grupo ou profissional que queira desenvolver um projeto
semelhante ao utilizar essa metodologia como base em suas aes, obter resultados similares.
Porm preciso levar em considerao as caractersticas e singularidades do local onde esse
profissional for aplicar essas metodologias. Lassance e Pedreira (2004) consideram ainda que
adaptaes inteligentes e esprito inovador expliquem por que se fala em reaplicao e no em
replicao de tecnologias sociais. O socilogo Silvio Caccia Bava fala sobre o propsito das
tecnologias sociais e como elas influenciam no desenvolvimento sustentvel de grupos
produtivos.
Essa definio que busca o desenvolvimento sustentvel ope-se ao modelo
de desenvolvimento dominante, que promove a fuso de empresas, a
concentrao do capital e da renda, o aumento da desigualdade social, a
excluso social, a segregao urbana, (...). Mesmo nas pocas em que houve
crescimento, no se reduziu a desigualdade. (...) queremos um
desenvolvimento que beneficie a grande maioria da populao; queremos
um desenvolvimento com distribuio de renda; queremos um
desenvolvimento que seja um projeto identificado com as aspiraes da
populao e sustentado por ela. (BAVA, 2004, p. 110)
importante dizer que esse tipo de projeto no est relacionado com assistencialismo, e sim
com processo de via dupla, em que a troca de experincias mutua. importante que os
profissionais envolvidos no processo de formao de projetos que pretendem trabalhar essa
relao do design com o artesanato, estejam atentos s demandas reais vindas das
comunidades com as quais pretendem trabalhar. Dessa forma, haver uma legitimao do
processo por parte dos artesos envolvidos, no sendo, portanto uma imposio ou induo de
aes e atividades. Assim sendo, o projeto precisa se construir a partir de uma capacitao e
fundamentao de uma equipe que esteja integrada nestes conceitos do incio ao fim do seu
desenvolvimento.
O presente projeto tem como foco a investigao das metodologias utilizadas junto ao projeto
Artesanato Solidrio do Aglomerado da Serra (ASAS), programa de ao extensionista,
programa de extenso da Universidade FUMEC. A anlise tem como base a
interdisciplinaridade entre as reas do design grfico e o artesanato, e a combinao dos
conceitos abordados nessa relao. Tudo isso atravs das aes desenvolvidas durante as
oficinas de capacitao do projeto, que refletem resultados nos produtos produzidos pelas
artess, a fim de legitimar aes desenvolvidas e gerar mtodos que possam ser reconhecidos
como tecnologias sociais.
O ASAS nasceu em 2007 da vontade de integrao entre academia e a comunidade que est
no entorno da Universidade FUMEC. Nesse sentido escolheu-se o Aglomerado da Serra,
conjunto de vilas e favelas localizado dentro da regio sul da cidade de Belo Horizonte, em
um dos setores residncias de maior valorizao imobiliria e com um alto poder aquisitivo,
onde tambm est localizada a Universidade FUMEC. O projeto conta com dois grupos
produtivos: ASAS_modalaje 1 e ASAS_aglomeradas. A capacitao multidisciplinar
elaborada com intuito de gerar renda por meio do desenvolvimento de produtos com alto
valor agregado, que incorporem aspectos do design contemporneo ao artesanato urbano, em
uma tentativa de melhoria de renda e aumento da qualidade de vida dos beneficirios do
projeto. As anlises feitas por este projeto de concluso tero foco no grupo produtivo
ASAS_aglomeradas, que apresenta maior integrao com o design grfico, pois nele foram
desenvolvidas oficinas que utilizavam recursos diretos dessa rea, como por exemplo: a
estamparia, mtodos para processos criativos, o texto como imagem, a encadernao e a
manipulao de imagens.
O objetivo do ASAS estabelecer um processo sustentvel de gerao de renda a partir do
conceito de autonomia criativa e produtiva, com foco no empoderamento dos artesos e na
comunidade. Dentro de um conceito expandido de artesanato solidrio, o projeto vem
desenvolvendo metodologias especficas de criao em artesanato e design com o intuito de
capacitar grupos de artesos para o desenvolvimento de objetos inventivos singulares.
O grupo desenvolve diversos produtos como cadernos, camisas, lenos, almofadas, aventais e
toys, inspirados no cotidiano da prpria favela. Desta forma, a relao do design de superfcie
aplicado aos produtos torna-se uma forma de expresso de sua cultura e territrio.
Durante o desenvolvimento desse trabalho de concluso foi realizada uma avaliao do ncleo produtivo ASAS_modalaje
e o mesmo foi incorporado ao ASAS_aglomeradas, pois percebeu-se que a campo de atuao do grupo no garantia
possibilidades de uma variedade de produtos, no entanto uma possibilidade de atuao para o grupo produtivo
ASAS_aglomeradas.
Esse um exem
mplo de ferraamenta do ccampo do design
d
grficco que conttribui para a criao dee
uma identidade local, fortaalecendo o rreconhecim
mento dos arrtesos e oss seus produ
utos em um
m
territtrio difereente do qu
ual eles vivvem, visto que essess objetos sso vendido
os fora doo
aglom
merado da serra. Essee um doss pontos im
mportantes do
d uso da ttecnologia social poiss
reflette e fortalece o territ
rio onde a comunidad
de ou grupo
o de artesoos est inclludo e trazz
mais autonomiaa e empoderramento parra os indivduos que see beneficiam
m do projeto. Podendoo
assim
m, ser adotaadas para o desenvolvim
d
mento susteentvel local, principalm
mente ondee a exclusoo
sociaal se faz evidente.
O obbjetivo geraal dessa mo
onografia see concentra na possibilidade de iddentificar e relacionarr
metoodologias desenvolvid
d
as por proofissionais do design grfico qu
que possam
m servir dee
norteeadores paraa futuros prrojetos aos moldes do projeto AS
SAS. Uma vvez relacion
nadas essass
aes, que tm como origeem a ligao entre o design
d
e o artesanato,
a
possvel identificar e
t
sociais
consoolidar a geerao de tecnologias
reaplicveis
r
s e, assim, promover autonomiaa
apresentao dos conceitos tericos abordados no projeto de concluso de curso que so bases
para esta anlise, alm de uma melhor apresentao do Projeto ASAS e dos produtos gerados
por ele.
2 PROBLEMA E HIPTESE
3 FUNDAMENTAO TERICA
Pelo fato do estudo de caso tratar de conceitos de outros campos aplicados rea do design
grfico, se faz necessrio uma abordagem geral desses conceitos para que possam ser
esclarecidas algumas questes que fortalecem a multidisciplinaridade desse projeto,
principalmente no que diz respeito relao proposta entre design, artesanato e tecnologia
social.
So apresentados conceitos que mostram a origem interdisciplinar do design e tambm
fundamentos metodolgicos do design grficos. Aps essa apresentao, h o cruzamento
terico do design grfico com o artesanato e a tecnologia social, fundamentando teoricamente
essas aproximaes.
3.1
DESIGN
GRFICO:
UMA
POSSIBILIDADE
DE
ATUAO
INTERDISCIPLINAR
O design grfico como o conhecemos uma atividade que nasceu interdisciplinar, expressiva
e comunicacional, e inicialmente pensada para um ambiente de massa, ligada a valores
simblicos que so expressos visualmente. H vrias definies para a palavra design, e
vrios autores brasileiros se dedicam a pesquisar a origem do nome design, entre eles Andr
Villas-Boas (1997), Luiz Vidal Negreiros Gomes (1998), Rodrigo Eppinghuas (2000) e Lucy
Niemeyer (2007).
Lucy Niemeyer (2007), em seu livro Origens e significados do design considera que, o design
ao longo do tempo tem sido entendido por meio de trs tipos distintos de prticas e
conhecimento. No primeiro o design visto de maneira artstica na qual o profissional
valorizado pelo seu compromisso como artfice preocupado com a esttica, a concepo
formal e a fruio do uso, no segundo, percebido como um invento, um planejamento em
que o designer tem o compromisso principal com a produtividade do processo de fabricao e
com a atualizao tecnolgica. Por fim, no terceiro tipo, o design visto como coordenao,
em que o designer tem a funo de integrar a contribuio de diferentes especialistas, desde a
especificao da matria prima, passando pela produo, utilizao e o destino final do
produto. Levando-se em conta essa viso ampla da formao do design possvel perceber
que a interdisciplinaridade a nfase dos projetos de design.
Pensando em um nvel de possibilidades de atuao do designer, a palavra inglesa design tem
sido a mais adequada para ser usada quando se quer dimensionar essa atuao. Ribeiro (2013)
considera que esta palavra consegue reunir em sua raiz os significados atrelados atividade
do designer: projeto, desenho e inteno. Indicando assim a origem interdisciplinar do design,
um propsito ligado ao campo da comunicao (Inteno), o planejamento vindo da
arquitetura (projeto) e a execuo de representaes vindas das artes plsticas (desenho).
Segundo Villas-Boas (2009), no livro Identidade e Cultura, trs o pensamento que o design
um discurso e, como tal, espelha a condio cultural na qual e para a qual foi concebido, ao
mesmo tempo em que contribui para produzir, realimentar ou transformar esta mesma
condio cultural. Tratando de um tempo contemporneo, o design grfico, como prtica
comunicativa, historicamente determina textualidades prprias do seu tempo, sendo, portanto,
uma maneira capaz de compreenso da cultura contempornea. Barroso Neto (1981)
considera que o design uma profisso de sntese
Uma atividade contempornea que nasceu da necessidade de estabelecer uma
relao entre diferentes saberes e diferentes especializaes. Design o
equacionamento simultneo de fatores sociais, antropolgicos, ecolgicos,
ergonmicos, tecnolgicos e econmicos, na concepo de elementos e
sistemas materiais necessrios vida, ao bem-estar e cultura do homem.
(NETO apud NIEMEYER, 2007, p.28)
para fazer interlocues e abranger outras reas de atuao. o que acontece com a ligao
entre o design grfico, o artesanato e a tecnologia social, da qual este projeto trata.
Dessa forma o uso dos elementos visuais, atravs de combinaes de elementos no espao,
serve para que encontremos caminhos prprios criando iconografias que nos represente. A
percepo das formas grficas e suas relaes na composio um dos agentes que est
envolvido no processo de criao em design. Ribeiro (2013) afirma que o contraste,
equilbrio, ritmo, escala, luz e sombra so algumas das relaes que esto presentes no
pensamento metodolgico do design enquanto exerccio de linguagem numa concepo ampla
de um espao de criao, onde o fator principal est na distribuio de formas e cores em
relaes de sentido.
Outro conceito que abordaremos o de autonomia projetual, Villas-Boas, examina que essa
autonomia.
parte de uma interpretao e uma operacionalizao - poltica dos prprios
fundamentos da metodologia do design: tal como o projeto deve ser
elaborado a partir dos requisitos e das restries apresentadas pela situao
do projeto, o prprio design grfico deve ser praticado, conceituado,
organizado e desenvolvido a partir de sua insero histrica. (VILLASBOAS, 2009, p.84)
Sendo assim, dentro desse pensamento, a base de herana do design surge de um fazer
artesanal que comeou a utilizar a metodologia projetual e criativa, diferenciando-se do fazer
artesanal de antes, que era feito atravs de um processo de bricolagem2, que primava por
escolher e fazer a partir de uma tradio e do que est mo. Considerando esse vis histrico
que sustenta o surgimento do design a partir da transposio de um fazer artesanal para um
industrial, numa poca de pr-revoluo industrial, possvel perceber uma localizao
2
Por bricolagem aqui se entende o trabalho ou conjunto de trabalhos manuais feitos em casa, na escola etc., como
distrao ou por economia HOUAISS (2001). Bricolagem tem origem termo no francs bricolage (trabalho intermitente)
que deriva de bricoler (movimento de ir e vir). O termo aqui aplicado para designar o trabalho de pequenas oficinas, hoje
em dia mais por passatempo que por obrigao, onde se fundem os diversos elementos ao alcance da mo para criar um
novo produto. (Cf. LEVI-STRAUSS, 2007; PINHEIRO, 1991 apud EUGIN E PINHEIRO, 2008, p. 3).
histrica do surgimento de uma prtica que futuramente viria a ser design, ligando
historicamente o artesanato ao design. Dessa maneira, possvel perceber que o que
diferencia o design do artesanato o modo de produo que determina novos mtodos, isso
reflexo de um novo contexto social que gera tambm um novo repertrio cultural.
Existem outros indcios da presena do artesanato na origem do design dentro da histria do
design. Um deles acontece em 1907, na Alemanha, quando foi fundada a escola de Werkbund,
cujo pensamento era de unir a cooperao entre arte, indstria e artesanato para a melhoria da
atividade comercial. Ali, pela primeira vez comeou a se utilizar uma padronizao de
conduta e planejamento de aes principalmente por parte das empresas e ou clientes dos
artesos.
A relao entre design e artesanato estava presente tambm na primeira fase da Bauhaus, em
Weimar, durante um turbulento perodo revolucionrio que se seguiu primeira guerra
mundial. princpio, o programa da Bauhaus parecia-se com o ensino em vrias outras
escolas de arte reformadas antes da guerra. Esse momento histrico era justamente quando a
Bauhaus estava florescendo e, nesta que viria a ser a escola que mais influenciaria o design no
mundo o artesanato considerado um alicerce. No incio da Bauhaus eram os mestres
artesos que lecionavam, repassando os seus conhecimentos das tcnicas para os alunos.
a Bauhaus validou a noo de que a cultura artesanal constitutiva da cultura
industrial. Ou melhor, no h indstria sem artesanato. At hoje, muitos dos
produtos cuja fabricao automatizada passam por um estgio de construo
que resulta dos mtodos do arteso.(KANDISKY, 1991, p. 44).
Os alunos deveriam receber uma formao artesanal, uma de desenho e outra cientfica. A
novidade residia, contudo, no objetivo global que Walter Gropius, fundador da Bauhaus e
nesta primeira fase seu diretor, estabeleceu para a escola: um estrutura construda em conjunto
na qual o todo deveria ter contribuio do artesanato. Gropius diz: poder-se-ia acabar com a
barreira arrogante entre o artista e o arteso, e abrir caminho para a nova estrutura do futuro.
(GROPIUS apud DROSTE, 2011,p.15)
Os primeiros anos da Bauhaus foram caracterizados por um forte esprito de comunidade em
substituio aos tradicionais professores: o ensino era ministrado por mestres. O estudante era
ensinado por um mestre da forma e um mestre arteso, um modelo de ensino bipolar. Aulas
paralelas com um artista e um arteso ofereciam aos estudantes a possibilidade de receber
uma educao mais vasta. Para isso era necessrio trabalhar com dois professores diferentes,
pois no havia arteso com imaginao suficiente para resolver os problemas artsticos e nem
artistas com conhecimento tcnicos suficientes para se responsabilizar por trabalhos oficinais.
Uma nova gerao tinha que ser treinada, primeiro de forma a poder aliar os dois talentos.
Porm, por volta de 1921, os professores comearam a desenvolver um novo estilo que
procurava um denominador comum com a arquitetura, utilizando as formas elementares e as
cores primrias, influncias que vinham dos construtivistas, que aceleraram a Bauhaus na
busca de um novo estilo de design. Hurlburt (2002) considera que o problema das dcadas
seguintes Bauhaus foi a dificuldade de incorporar as ideias dinmicas dessa escola
estrutura da produo comercial, nem sempre propensa cooperao. De incio os
movimentos que pretendiam uma organizao mais livre e informal cederam gradualmente
lugar a um design ordenado e estruturado. (HURLBURT, 2002, p.42). Dessa maneira a
ligao do artesanato com o design foi diluda com o tempo, at que houvesse uma grande
separao.
Esse cenrio vem mudando com a contemporaneidade, assim como aponta Borges (2011), as
fronteiras entre reas do conhecimento e atividades em geral esto diluindo-se com a
contemporaneidade. Isso acontece mais especificamente entre aquelas que, por natureza, tm
mltiplas facetas, como o artesanato e o prprio design.
Esse breve retorno na histria mostra que por muito tempo artesanato e design estavam lado a
lado, e a mudana desse panorama se deu por meio de alterao na viso de produo e
sistematizao da produo, reduzindo o artesanato a uma produo mais local, e em baixa
escala e o design a uma produo seriada e de alta tiragem.
Atualmente h uma tendncia ao retorno dessa ligao, principalmente no meio acadmico,
por intermdio de projetos de pesquisa e extenso de universidades que, segundo SOUZA
NETO, :
processos educativos, que envolvem aes de carter cientifico, cultural e
artstico, voltadas para a integrao da instituio universitria, possibilitando,
assim, uma efetiva participao da universidade na sociedade, reconhecendo
em ambas as possibilidades de aprendizagem e desenvolvimento do saber
popular e cientfico. (SOUZA NETO, 2005, p.11)
H vrias dessas iniciativas espalhadas pelo Brasil, e o que se v, que os que obtm os
melhores resultados so os que consideram o designer como um agente facilitador e ou
multiplicador e no como um impositor de um contedo ou uma verdade. A relao ao do
designer e sua influncia na formao de uma identidade cultural, mesmo que mestia, das
comunidades envolvidas em projetos capacitao em artesanato e design, est no fato dele ser
um agente multiplicador e ou ampliador da realidade vivida por essas pessoas.
Essas aes de capacitao em artesanato e design, em geral, envolvem o fortalecimento de
uma identidade e o reforo do territrio, objetivando deixar clara a relao entre os artesos e
o seu contexto cotidiano.
a relao com o espao a forma bsica com que as pessoas vo construindo
suas identidades, vo produzindo alteridade, vo se reconhecendo enquanto
partes de espao global, num ambiente local. Enfim, o lugar em si
fomentador da identidade/ alteridade.
(SILVA; SOUZA, 2002, p.162)
Isso surge atravs de oficinas e aulas tericas, em que so apresentados contedos e conceitos
dos quais, muitas vezes, os artesos nunca tiveram contato antes. Isto, usualmente, vem
atrelado a metodologias que tornam o olhar dos envolvidos mais atentos para sua prpria
realidade. Esse tipo de ao refora a capacidade do design grfico de acionar os aspectos
subjetivos e objetivos na relao entre os homens, o seu entorno e os objetos.
3.1.3
DESIGN
GRFICO
ARTESANATO
URBANO:
REFERNCIA
Termo de Referncia Atuao no Artesanato do Sistema SEBRAE de maro de 2010, um documento de referncia para
aes a serem realizadas no segmento do artesanato, o que d parmetros que vo do planejamento execuo com o
objetivo de garantir eficincia e eficcia. Este termo divide o artesanato de quatro formas diferentes: Artesanato indgena,
Artesanato Tradicional, Artesanato de referncia cultural ou artesanato urbano e artesanato conceitual.
Dar um novo formato a caractersticas locais permite uma nova viso no que diz respeito
busca de uma identidade e entendimento do seu prprio territrio, como referncia pessoal
que contm um universo iconogrfico no qual o arteso e o designer podem mergulhar no
somente no passado como tambm no presente.
Esse tipo de estratgia faz com que a carga cultural do participante do projeto se amplie
fazendo esse conhecimento reverberar em suas criaes e no desenvolvimento dos produtos,
fortalecendo assim o grupo produtivo, o profissional que est sendo formado e a prpria
universidade.
O resultado disso so produtos carregados de significados culturais relevantes, que trazem
caractersticas do territrio dos artesos, porm resignificadas atravs da ao dos designers,
ganhando assim mais espao no mercado consumidor, j que alm da qualidade com
caractersticas sustentveis, o produto carrega o modo de ser e viver dos participantes do
projeto.
Boa parte da literatura existente que estuda as aes interdisciplinares entre o design e o
artesanato diz respeito relao do artesanato tradicional e ou popular com as aes dos
profissionais do design, trazendo tona conhecimentos, metodologias e parmetros para a
atuao destes profissionais dentro desse campo do saber.
O intuito deste trabalho de concluso de curso trazer a discusso sobre um campo de
atuao do designer que ainda no comum dentro das Universidades. Essa relao entre o
profissional de design grfico com o artesanato urbano amplia a rea de atuao do design
grfico e mostra que este profissional capaz de atuar como um facilitador em questes
estratgicas do design.
Ampliar culturalmente o repertrio dos participantes do projeto diz respeito a coloc-los em
um lugar capaz de escolhas, no qual eles podem aceitar ou no esses conhecimentos e os
inserir em seu dia a dia, gerando assim, o fortalecimento da sua noo de territrio e de
valorizao do meio em que vivem, fazendo esse conhecimento reverberar em suas criaes e
no desenvolvimento dos produtos. Esse pensamento vai de acordo com o que Maffesoli
(2001) diz a respeito da formao da identidade passar a ser uma escolha pessoal: cada
indivduo escolhe estilos de vida a que deve pertencer, atitudes a tomar, aspiraes e
modismos que querem seguir, reconfigurando a sociedade.
Segundo Barroso Neto (1999), diante dessa nova pespectiva de formao da identidade e na
perspectiva de ao em um projeto de capacitao em artesanato e design, deve-se estimular
que os beneficirios redirecionem os olhares para dentro de si mesmos e do prprio territrio,
buscando na prpria cultura material e iconogrfica as bases para a criao de novos produtos,
fortalecendo, assim, a identidade cultural dos objetos gerados, uma vez que seu olhar, pouco
contaminado por modismos, oferece novas ideias, despojadas de vcios e referncias
exgenas.
Dessa maneira, um produto bem desenvolvido, carregado de significados culturais relevantes,
traz caractersticas do territrio dos beneficirios, porm ressignificadas com a ao dos
designers.
Seria possvel avanar mais no conhecimento da cultura e do popular se
abandonasse a preocupao sanitria em distinguir o que teriam a arte e o
artesanato de puro e no contaminado e se os estudssemos a partir das
incertezas que provocam seus cruzamentos. Assim como a anlise das artes
cultas requer livrar-se da pretenso de autonomia absoluta do campo e dos
objetos, o exame das culturas populares exige desfazer-se da suposio de que
seu espao prprio so comunidades indgenas autossuficientes, isoladas dos
agentes modernos que hoje constituem tanto quanto suas tradies: as
indstrias culturais, o turismo, as relaes econmicas e polticas com o
mercado nacional e transnacional de bens simblicos. (CANCLINI, 1998, p.
245)
da
tecnologia
social
esto
presentes
neste
tipo
de
projeto.
possvel perceber ento que no h receitas para a interveno do design no artesanato e sim
apontamentos de metodologias que podem ser consideradas tecnologias sociais e que por
meio da reaplicao dessas possvel conseguir resultados considerados satisfatrios no que
diz respeito a agregar valor aos produtos de um grupo de artesos sem descaracteriz-lo
culturalmente e territorialmente, e ainda auxiliar no desenvolvimento sustentvel dando
autonomia ao grupo tornando-o forte e vivo culturalmente. Esse tipo de projeto como o ASAS
mostra que possvel que o design torne-se um agente transformador da sociedade por meio
da incluso social e melhoria da qualidade de vida de pessoas, diminuindo assim a
vulnerabilidade de pessoas em risco social.
4 FUNDAMENTAO METODOLGICA
4.1 OBJETOS DE ESTUDO
Foi eleita como objeto de estudo a metodologia de capacitao em artesanato e design,
desenvolvida durante o Projeto de Extenso ASAS_Artesanato Solidrio no Aglomerado da
Serra da Universidade FUMEC.
Com incio em 2007 e com aes desenvolvidas at hoje, o projeto ASAS por muito tempo
teve uma parceria com a Escola Municipal Padre Guilherme Peters, situada dentro do
conjunto de vilas e favelas denominado Aglomerado da Serra. Essa parceria era tambm uma
forma de integrar a comunidade nas aes desenvolvidas no projeto. Num primeiro momento
os alunos do projeto participavam de oficinas e aulas, ministradas na prpria Universidade
FUMEC, que possui infraestrutura para o desenvolvimento dos contedos das oficinas.
A capacitao inicial dos beneficirios envolvidos no projeto ASAS era toda baseada na
tcnica de estamparia, que permite a impresso de imagens em produtos variados, alm de
possibilitar agilidade para a produo por conseguir uma reproduo em srie mesmo que por
processos
artesanais.
Essa
tcnica
tornou-se
especialidade
do
grupo
produtivo
ASAS_aglomeradas, sendo utilizada at hoje nos seus produtos, que so reconhecidos pela
utilizao da estamparia aliada a outras tcnicas artesanais.
de
experincias
com
grupos
extensionistas
de
todo
Brasil
via
Criado pelo Banco Real, em parceria com a Universidade Solidria UniSol, um programa que tem como objetivo
estimular a extenso universitria e a formao cidad do futuro profissional. E alm disso, visa disseminar o conhecimento
das universidades a favor de comunidades com condies socioeconmicas desfavorveis. Hoje o Projeto ASAS ainda conta
com o apoio do UniSol, pois foi contemplado mais uma vez na 13 edio viabilizando assim o inicio da rede produtiva do
Projeto ASAS.
5
Prmios recebidos pelo projeto ASAS_AGLOMERADAS: Finalista no Concurso Planeta CASA da Editora Abril na
Categoria Ao Social em 2010; Vencedor do Primeiro lugar nacional no Prmio Objeto Brasileiro na Categoria Ao Social
em 2010; Vencedor duas vezes no Concurso de Projetos de Extenso Nacional UNISOL/SANTANDER com o Projeto Rede
de produo artesanal no Aglomerado da Serra em 2007 e novamente em 2010; Vencedor em primeiro lugar nacional
do Prmio Top Educacional Professor Mrio Palmrio 2010.
Prim
meira coleo do ASAS
S: Naturezza na favela
a
Essa primeira coleo
c
teve como poonto inicial oficinas dee percepoo visual co
om objetivoo
expaandir o olharr das artess do projetoo ASAS parra o seu ento
orno, atravs de um lev
vantamentoo
iconoogrfico poor meio de fotos e ddesenhos feitos por caada uma daas artess. Aps essee
levanntamento icconogrfico surgiram iddeias de alg
guns temas naturais doo ambiente e dia a diaa
do A
Aglomerado da Serra co
omo: barrac os, gansos, becos e perrsonagens dda favela.
- Proodutos inspirrados no paaralelo entree a aglomeraao de barrracos e rvoores no morrro.
FIGU
URA 02 Proodutos da coleo natureza dda favela . Coleo
C
inspiraados no paraleelo entre a agllomerao de
barrracos e rvorees no morro.
Fonte: Acervo
o ASAS
F
FIGURA
03 Produtos da ccoleo natureeza da favela. Coleo inspiirada nos
ganssos que vivem
m no asfalto.
Fonte: Acervo
o ASAS
F
FIGURA
04 Produtos da ccoleo natureeza da favela. Coleo inspiirada nos
m
muros e cercas da favela.
Fonte: Acervo ASAS
FIGURA 05 Produtos
P
da co
oleo naturezza da favela. Coleo inspirada em perssonagens da faavela e nas
foormas das casaas e becos
Fonte: Acervo
o ASAS
Segu
unda coleo do ASAS
S: Territriios Aglomeerados
Os pprodutos forram criados a partir de processos criativos
c
en
nvolvendo uuma pesquissa realizadaa
ndo o olharr
com as refernccias iconogrficas coleetadas pelos prprios beneficirioos, resgatan
deless para seu teerritrio, regio e cultuura. O valorr agregado das peas pproduzidas em
e tcnicass
diverrsas (estamppas, bordad
dos e encaddernao maanual) mosttram as com
mplexidades que estoo
FIGUR
RA 06 Proddutos da coleo Territrios Aglomeradoss
Fonte: Acervo
o ASAS
projeto, desenvolvimento de material didtico para oficinas, agregao de valor aos produtos,
gesto de marca e muitas outras formas que durante o processo de pesquisa sero descobertas.
Ou seja, o design grfico uma rea de conhecimento que garante vrias alternativas para a
construo de metodologias de trabalhos para a criao de tecnologias sociais, pois
conseguem adequar seus mtodos criativos e produtivos s condies do fazer artesanal em
comunidades e grupos produtivos. Grande parte dessas aes possvel perceber dentro do
projeto ASAS.
Portanto o objetivo desse projeto de concluso de curso mapear e apontar as aes e
metodologias de design grfico utilizadas no projeto ASAS que interliguem o artesanato e o
design grfico de modo que sustente o conceito de tecnologia social. Alm disso, verificar a
sua forma utilizao e resultados apontando tambm uma possibilidade de ser reaplicada em
outros projetos como metodologia norteadora de aes semelhantes.
O ASAS_pesquisa foi um ramo do projeto criado a partir da necessidade de se embasar o projeto ASAS com pesquisas de
iniciao cientfica. Ele teve inicio em 2010, atravs da aprovao de um projeto de pesquisa com base nas atividades do
projeto ASAS, pelo Programa de Iniciao Cientifica da Universidade FUMEC (ProPIC), contando tambm com o apoio da
Fundao de Amparo Pesquisa do estado de Minas Gerais (FAPEMIG). A pesquisa investiga o desenvolvimento de
tecnologia social para realizao de projetos de capacitao em artesanato e design, enfatizando o processo criativo
colaborativo desenvolvido durante oficinas de capacitao em artesanato e design, oferecidas pelo Projeto ASAS (Artesanato
Solidrio no Aglomerado da Serra), atravs do Setor de Extenso da Universidade FUMEC. A pesquisa parte da hiptese de
que possvel identificar caractersticas e procedimentos criativos, coletivos e colaborativos que contribuam para empoderar,
capacitar e formar multiplicadores do conhecimento adquirido na comunidade onde o projeto de capacitao em artesanato e
design foi desenvolvido.
Assim
m como noo processo de
d criao dde um proffissional de design, os beneficiriios coletam
m
mateeriais, objetos e imageens no agloomerado. Caada arteso era incenttivado a reg
gistrar suass
experincias com
m o territrio atravs dde desenhoss e colagens, em um caaderno de prrocesso quee
d oficinass de criao
o. Essas ano
otaes, reggistros e esttudos feitoss
era uutilizado no momento das
nos cadernos de
d processo
o, foram bbase para a escolha dos elemeentos grficcos para a
compposio dass estampas da coleo,, trazendo assim
a
um fortalecimen
f
nto de umaa identidadee
cultuural e o reforo do territtrio onde oos artesos vivem.
v
FIG
GURA 08 Proocesso criativo da primeira coleo do prrojeto ASAS. Coleta de elem
mentos iconogrficos dos
rregistros dos artesos.
a
Fonte: livrro - Asas: arteesanato Solidrio no Aglom
merado da Serra, pginas 1044 a 107, 110 e 111
FIGURA
F
10 Anlise dos cadernos de processo
p
Fonte: htttp://projetoassas.org/blog/ppage/6/?s=cadeerno+de+proccesso acessadoo em 30/03/20
013
neste momentto que o deesigner grffico torna-see um agentee facilitadorr e multipliicador, poiss
cabe a ele demoonstrar por critrios tccnicos j daados nas ofiicinas quaiss as melhorres escolhass
de elementos grficos
g
parra as compposies, po
orm essa ao deve ser feita de
d modo a
capaccitar o arteeso, no seendo, portaanto uma im
mposio. Pois
P
preciiso dotar o arteso dee
autonnomia sobbre as deccises e m
metodologiaas utilizadaas no proocesso de criao e
desennvolvimento de novoss produtos. Dessa man
neira eles no se tornam
am dependentes de um
m
profiissional paraa tomar deccises desennvolvendo, portanto
p
um
ma autonomiia projetuall.
FIGU
URA 11 Proocessos de criaao coletivo colaborativo
F
Fonte:
http://prrojetoasas.orgg/blog/tag/coleetivamente/ accessado em 300/03/2013
A vaalorizao das
d dinmiccas de trab alho coletiv
vo colaboraativo retirouu o carterr de autoriaa
indivvidual dos produtos,
p
leevando o peensamento de
d que cadaa desenho e estampa presente noss
produutos finais, foram prod
duzidos a vvrias moss sendo, portanto, umaa autoria co
oletiva e doo
grupoo promovenndo assim a coeso. F
Fatores com
mo esses traazem o forrtalecimento
o do objetoo
criaddo por essaas artess do
d projeto A
ASAS e geeram alto valor
v
agregaado nos prrodutos. H
tambbm um refforo nos processos dee aumento de autoestima, j que os artesos passam a
enxergar qualidaades positiv
vas e singulaares no seu cotidiano.
FIGURA
A 12 Alguns produtos criaados a partir dee desenhos feiitos
durante os proceessos de criao coletivo co
olaborativo
Fonte: Acervo
o ASAS
O processo de criao
c
coleetivo colaboorativo troux
xe resultado
os para o A
ASAS_aglom
meradas e
utilizzado at hoje,
h
sendo
o usado tam
mbm nas atividadess conjuntass com outrros gruposs
produutivos da rede
r
ASAS.. Como o caso de atividades
a
com
c
o ASA
AS_modalaje, onde foii
aliaddo a esse proocesso outraas tcnicas dde represen
ntao como
o o bordado e croch.
FIG
GURA 13 Processos de criiao coletivoo colaborativo com novos ellementos de reepresentao realizada
r
na
atividaade conjunto ddo ASAS_aglomerada e AS
SAS_modalajee
F
Fonte:
http://prrojetoasas.orgg/blog/tag/coleetivamente/ accessado em 300/03/2013
FIG
GURA 14 Au
ulas tericas dde estamparia ministrada peelo tcnico de estamparia
do atelli da Universidade FUMEC
C
F
Fonte:
Livro ASAS:
A
Artesannato Solidrio no Aglomeraado da Serra ppgina 57.
im
mportante leembrar que as estamppas finalizad
das durantee as oficinaas de serigrrafia foram
m
confe
feccionadas nas oficinaas de processsos criativo
os, onde os beneficiriios utilizaraam todos oss
conhhecimentos sobre os fu
undamentoss do design
n para essas composies e no decorrer
d
daa
oficinna de estam
mparia elas foram
f
finaliizadas de accordo com o processo dde impresso.
Os aartesos tam
mbm conheeceram o prrocesso de montagem
m
da
d matriz dde impresso
o, qual tipoo
de m
malha usar, como
c
emulssionar a telaa e os tipos de emulso
o existentess, como utilizar a mesaa
de ggravao e as formas de gravar a tela, ap
prenderam ainda a revvelao da matriz dee
imprresso.
FIG
GURA 15 Aulas
A
prtica de
d montagem dda matriz de impresso
i
min
nistrada pelo ttcnico de estaamparia do
ateli da Universid
dade FUMEC
F
Fonte:
Livro ASAS:
A
Artesannato Solidrio no Aglomeraado da Serra ppgina 58.
F
FIGURA 16 Beneficiriass montando a matriz de imp
presso na aula prtica miniistrada pelo tcnico de
estamparia ddo ateli da Un
niversidade FU
UMEC
F
Fonte:
Livro ASAS:
A
Artesannato Solidrio no Aglomeraado da Serra ppgina 58.
FIGU
URA 17 Rettoque da tela gravada,
g
aula sobre
s
tintas e
pigmenntao, prticaa da estamparia.
F
Fonte:
Livro ASAS:
A
Artesannato Solidrio
o no Aglomeraado da Serra ppgina 58.
A caapacitao da
d oficina dee estampari a foi plena, os beneficiirios tiveraam contato com todo o
conteedo teriico e tcn
nico, podeendo assim
m exercer a prticaa da estam
mparia noo
desennvolvimento dos produ
utos das coleees do ASAS, gerando autonom
mia para o grupo.
Em 22008, com a seleo no
o concurso UniSol/Ban
nco Real, ofereceu um
m avano nos trabalhos,,
pois foi construuda uma officina de serrigrafia com
mpleta no Aglomerado
A
o. Isso possiibilitou quee
os beneficirioss capacitados durante as oficinas no ateli de estampparia da Un
niversidadee
FUM
MEC, passasssem a serem
m multipliccadores do conhecimen
c
nto adquiriddo, pois queem passou a
capaccitar os novvos artesos que entram
m no projeto
o foram os beneficirios
b
s j capacitaados.
FIGU
URA 18 Esppao do ASAS
S_aglomeradaas onde funcio
onava a oficina de estamparria financiada pelo prmio
Unisol/bancco real
Fontee: http://projetoasas.org//blog/tag/viisitas/page/2
2/ acessado em
m 12/04/2013
3
Esse um exem
mplo claro de
d autonomiia projetual que, segund
do Vilas-Booas (2009), quando o
desiggner passa a ter controle das solues para o projeto j que no h um modelo
o pronto dee
prontto a ser seguuido. No caaso dos artessos eles paassaram a ex
xercer esse papel de so
olucionar oss
probllemas e dessenvolver allternativas a partir de cada projeto que era dessenvolvido.
Senddo assim um
m bom pro
ojeto de innterveno de design sobre o arrtesanato urrbano devee
ofereecer formas de autonom
mia projetuual, que sign
nifica dotar o arteso dde autonom
mia sobre ass
decisses e metoodologias utilizadas
u
nno processo de criao
o e produo para quee haja umaa
manuuteno do projeto e deesenvolvimeento de nov
vos produtoss sem o auxxilio direto do
d designerr
grfico.
FIGU
URA 19 Exem
mplo de gerao de autonom
mia. Beneficirias repassan
ndo os conheccimentos da caapacitao em
m
estam
mparia para no
ovas artess.
Fonnte: http://pro
ojetoasas.orrg/blog/?s=estamparia acessado em 12/04/2013
FIGURA 20
2 Apostila de estampariaa desenvolvidaa para o ncleo proditivo A
ASAS_aglomeradas
Fonte: Material
M
do pro
ojeto E as graavurinhas? Material
M
didtiico para as ofi
ficinas do ASA
AS
A appostila est seendo desenvollvida por um pprojeto de exttenso E as gravurinhas? Material did
dtico para ass
oficinnas do ASAS que participa da rede A
ASAS. Essa ao
a
foi criad
do para dar ssuporte ao prrojeto, com o
desennvolvimento de
d material did
dtico para ass oficinas oferrtadas pelo AS
SAS, afim dee facilitar o ap
prendizado. A
oficinna de estampaaria foi a prim
meira a ser coontemplada po
or esse materrial pois a ooficina mais antiga
a
e maiss
utilizaada.
Essa apostila foi criada basicamente com a linguagem visual, visto que grande parte dos
beneficirios do projeto ASAS analfabeta. O uso da imagem foi um recurso que visa
facilitar o entendimento de cada etapa do processo, utilizando uma linguagem prxima dos
manuais de montagem de produtos, assim o aprendizado acontece de forma mais intuitiva.
5.4 Oficina de pinhole
Seguindo o pensamento do design grfico, que alm de outras coisas inclui, criar
possibilidades de expresso atravs de imagens, optou-se por trabalhar a oficina de imagem e
movimento como forma de ampliao do referencial iconogrfico dos beneficirios do
projeto.
As oficinas de pinhole acontecem com o intuito de ampliar o olhar esttico dos beneficirios.
Dessa forma, intenciona para a busca de referncias estticas dentro do seu prprio territrio,
atravs de trabalhos de campo no aglomerado da serra, a fim de que haja reflexo nas criaes
autorais dos produtos das colees.
Esse processo passa por um momento de apresentao terica sobre a histria da fotografia,
passando pelo desenvolvimento da cmera escura e seus desdobramentos at a concepo da
maquina fotogrfica. Essa introduo terica importante para fundamentar a metodologia da
fotografia e dar subsdios para o entendimento da tcnica escolhida para o desenvolvimento
dos trabalhos de campo.
Dentro das possibilidades da fotografia optou-se por trabalhar com a tcnica do pinhole. Um
dos motivos dessa escolha o fato de ser uma tcnica conhecida como uma espcie de
fotografia artesanal que necessita de poucos recursos para a obteno da imagem. Os aparatos
fotogrficos foram produzidos pelos prprios artesos, com caixas de fsforos e filmes
fotogrficos.
FIGURA 22
2 Beneficiri
rias suzaninha e Shirley, min
nistrando oficcina no
Festival Ciddade Eletronik
ka Novas Tend
dncias
Fonnte: http://projjetoasas.org/bblog/tag/pinho
ole/ acessado em 3/5/2013 s 19 horas
A anlise da oficina de pinhole, permite dizer que ela potencialmente uma tecnologia social,
visto que trata-se do uso de uma tcnica que pode ser reaplicvel, como aconteceu nas
oficinas realizadas pelo ncleo produtivo ASAS_aglomeradas no Festival Eletronika. Outro
fator que sustenta essa ideia que as maquinas de pinhole podem ser produzidas a partir da
adaptao de materiais locais, gerando resultados semelhantes. Esse processo de assimilao
da oficina como uma possvel tecnologia social no aconteceu dentro do projeto ASAS, talvez
pelo fato de que alguns processos dessa oficina depende de outras pessoas, como por
exemplo, a revelao das fotografias. O fato de ter uma etapa que no esta sobre o controle
dos artesos, seja por falta de conhecimento ou ate mesmo equipamentos necessrios para
realizao dessa etapa, faz com que os artesos no se apropriem dessa tcnica como um
processo instrumental para novos processos criativos. Isso foi o que aconteceu com o grupo
do ASAS_aglomeradas, eles aprenderam a tcnica do pinhole, repassaram o conhecimento,
porm no utilizam ela como uma possibilidade para ampliar o processo criativo.
Portanto, conclui-se que possvel trabalhar uma tcnica e ela a ser uma tecnologia social, no
entanto, preciso que todos os seus processos de realizao, se possvel, estejam ao alcance
dos artesos para que eles possam se apropriar desse fazer como uma tecnologia social e
dessa forma reaplicar em outros grupos ou ate mesmo dentro do seu grupo produtivo para
ampliar as possibilidades de criao de novos produtos.
A m
metodologiaa utilizada nas oficinnas passavaa por um momento de explicaao sobree
termiinologias como
c
lingustica e sem
mitica, porr meio de analogias
a
e exemplos ligados aoo
cotiddiano dos arrtesos, ou seja,
s
tornanddo o olhar dos
d participaantes mais aatento para sua prpriaa
realiddade. Dessaa forma os artesos
a
tiveeram contatto com a noo de signno do verbo,, metforas,,
polisssemias e reedes semnticas das pallavras.
mbm atrav
vs de um resumo hiistrico doss primeiross
Esses conceitoss eram mostrados tam
regisstros feitos pela
p human
nidade, at o surgimento
o da escritaa, o estabeleecimento de um padroo
de tipos e comoo o homem
m desconstri esse padrro na atuaalidade. Esssa parte da oficina eraa
exem
mplificada com
c
diverssas refernccias da paalavra usad
da como im
magem em
m diferentess
conteextos da arte: futurismo
o, dadasmoo e arte conttemporneaa.
Em ooutro momeento os artessos eram inncentivadoss a criar um
ma rede semntica com as palavrass
partinndo de um
ma primeira letra que era sortead
da, dai ento cada arttes escrev
via palavrass
aleattrias em um
u papel. Aps
A
esse m
momento, o grupo selecionava ass palavras que faziam
m
partee do cotidianno do aglom
merado, a ppartir dai oss beneficiriios criavam
m um texto-iimagem, dee
form
ma coletiva colaborativa
c
a, colando aas palavras em
e um papeel.
FIGURA 23 Apresentao de conceitos tericos sobre texto e imagem, desenvolvimento da dinmica de texto
e resultado do trabalho coletivo colaborativo do texto como imagem.
Fonte: http://projetoasas.org/blog/?s=texto+como+imagem+ acessado em 4/5/2013
A inteno da oficina de texto dar subsdios para possibilidades criativas com a palavra,
para que os artesos pudessem perceber em quais projetos era coerente utilizar essa forma
expressiva. Assim os beneficirios podiam exercer a autonomia projetual e perceber em qual
produto poderiam usar o texto como imagem e expresso, criando subjetividades nos produtos
finais.
O aprendizado, entendimento, assimilao e utilizao de recursos prprios do design grfico,
como o uso do texto como recurso esttico e conceitual por parte dos artesos fortalece o
artesanato produzido por eles, podendo classificar como artesanato urbano, visto que utiliza
recursos que no so tradicionais, prprios dos centros urbanos diferentemente do artesanato
tradicional.
No que diz respeito formao de tecnologia social a partir dessa oficina, percebe-se que
plenamente possvel. A metodologia utilizada cumpre bem o conceito de tecnologia social,
pois rene procedimentos de trabalho que so associados a uma forma de fazer coletivo,
porm o resultado desse processo s consegue solues para a incluso social quando
realizado em conjunto com outras metodologias que geraram produtos de artesanato urbano
com um alto valor agregado, gerando renda para seus artesos.
FIGUR
RA 24 Exem
mplos de tipos de encadernaaes japonesaa,
costuraa exposta com
m couro e coptaa.
Fonnte:http://projjetoasas.org/blog/page/5/?s=
=oficina+Enccaderna%C3%
%A7%C3%A33o acessado em
m 7/5/2013
O Encontro Nacional dos Estudantes de Design um evento poltico, acadmico, cientfico, cultural, anual, itinerante, sem
fins lucrativos e sempre vinculado a uma entidade base formada por estudantes de design. Tem por funo promover o
compartilhamento de conhecimento atravs de produes acadmicas e trabalhos diversos dos futuros (e) profissionais de
Design. Fonte do texto: http://2013.ndesign.org.br/ndesign
FIIGURA 25 Oficina
O
ministtrada pelas arttess Shirley e Suzana do ncleo
n
produtivvo ASAS_agllomeradas
F
Fonte: http://pprojetoasas.org
g/blog/2012/007/31/participaacao-do-asas-n
no-n-design/ aacessado em 7/5/2013
7
A paarticipao nesse
n
evento
o serviu parra consolidaar os conhecimentos addquiridos pelas artesss
e principalmente para elas mostrarem que cada dia
d mais estam tendo au
autonomia com
c
relaoo
s metodologiass desenvolviidas durantee o processo
o de capacittao do proojeto ASAS
S.
Outroo ponto poositivo desssa oficina a questto da validao desssa prtica como umaa
tecnoologia sociaal, pois por
p meio daa reaplicao dela quee possvell medir o quanto
q
essaa
metoodologia dee trabalho eficaz e ggarante resu
ultados sem
melhantes aoos experim
mentados noo
ncleeo produtivvo do ASA
AS_aglomerradas. Dian
nte disso possvel di
dizer que a oficina dee
encaddernao pode ser con
nsiderada uuma tecnolo
ogia social visto que possui resu
ultados quee
compprovam seuus resultadoss.
Para que esse processo se consolide necessrio avaliaes do alcance das aes
desenvolvidas pelo projeto e consequentemente seus resultados. O Projeto ASAS vem
realizando seus trabalhos em parceria com o UNISOL/SANTANDER desde sua origem em
2007 e para sua avaliao foi utilizado o Guia de referncia do UNISOL, que baseado nos
seguintes conceitos: Avaliao que o ato de medir a eficincia dos trabalhos realizados no
projeto e acontece auxiliado por indicadores; Indicadores so elementos claros, quantitativos e
qualitativos, que indicam medida de sucesso ou fracasso em relao aos resultados esperados.
Esse processo avaliativo importante para o aperfeioamento das atividades do projeto. Por
isso, necessrio que a avaliao seja constante, sendo planejada na fase inicial, incorporada
em todas as etapas do projeto, utilizado na implantao das aes e medindo a melhoria de
seus resultados.
As ferramentas de coleta de dados para a avaliao tanto quantitativa como qualitativa podem
contemplar diferentes procedimentos e metodologias, mas fundamental que sejam aplicados
no decorrer de todo o projeto: questionrios aps as atividades; pesquisa de opinio;
dinmicas de grupo; reunies com coleta de informao; questionrios de auto avaliao
entrevistas; anotaes; entrevistas de grupo; entrevistas com grupos-chave; observao
participante para identificar comportamentos novos e adotados; Encontros.
O Unisol possui uma lista de indicadores para esse processo de avaliao, dividida em trs
reas:
produtividade. Por meio dessas perguntas pretende-se medir o quanto o projeto tem se
desenvolvido economicamente.
Indicadores Ambientais este ponto de avaliao possuiu uma nica pergunta que
sobre: ampliaes da conscincia socioambiental. Pretendendo-se assim medir o
quanto o projeto tem iniciativas sustentveis.
Visto que o Unisol apoia projetos de naturezas diferentes por todo o Brasil esses indicadores
tem o carter mais genrico, pois assim possvel medir o avano ou o fracasso de projetos
diversos.
No processo de desenvolvimento da metodologia voltada para tecnologia social, os
indicadores avaliativos so considerados como um dos meios mais satisfatrios para se
obtiver um diagnstico dos resultados obtidos pelas aes de um projeto de capacitao em
design e artesanato. Nesse sentido, o projeto ASAS em 2011, por meio de projeto de iniciao
cientifica intitulado, Desenvolvimento de Tecnologia Social para realizao de projetos de
capacitao em artesanato e design tendo o Projeto ASAS como estudo de caso buscou-se o
desenvolvimento de indicadores de avaliao especficos voltados para essa rea.
A formulao desses indicadores especficos passou por uma reviso bibliogrfica ampla,
vrias discusses e anlises pelo grupo de pesquisa. Escolheu-se, ento, ter como base de
trabalho a lista de indicadores do Unisol.
A partir da experincia vivida no projeto ASAS, elencaram-se cinco categorias que so
importantes eixos temticos para avaliao de projetos de interesse social, sendo elas: criao
colaborativa, economia solidria, autonomia, territrio e identidade e sustentabilidade
socioambiental. Todos os indicadores de avaliao especficos esto sob estes cinco eixos
temticos e tm um objetivo claro de estudar o grau de empoderamento da comunidade.
Entende-se empoderamento, segundo Rena e Menezes (2011), como sendo o processo
contnuo que fortalece a autoconfiana da comunidade e a capacita para a articulao de seus
interesses e que lhes facilita o acesso aos recursos disponveis e o controle sobre estes. Tratase, na prtica, de dotar os beneficirios de autonomia e transferir o poder sobre a soluo dos
problemas sociais para ele.
A m
metodologia utilizada para a criaao dessess indicadorres especfi
ficos de av
valiao foii
baseaada na pessquisa quan
ntitativa e qualitativa,, realizada durante o projeto de iniciaoo
cienttfica do AS
SAS. Essas pesquisas vvisavam com
mpreender, como os beeneficirioss do projetoo
ASA
AS, entendiaam e vislum
mbravam eessas cinco reas, j citadas,
c
no desenvolvimento dass
atividdades do prrojeto. Prod
duzido o queestionrio ele
e foi separrando nos ttemas e apliicado. Umaa
vez aaplicadas esstas entrevisstas aos benneficirios e passadas por
p uma anlise crtica pelo grupoo
da ppesquisa, ass respostas obtidas fooram utilizadas como
o norteadora
ras para a criao dee
indiccadores espeecficos para esse tipo dde projeto. Exemplos:
TA
ABELA 01 Formao do indicador avaaliativo para processos
p
coleetivos criativos
Indicadoor de sustenttabilidade
TABELA 02
0 Formaoo do indicadorr avaliativo paara sustentabillidade
FIGU
URA 27 Jog
gos de cozinhaa e cadernos produtos
p
da co
oleo Naturezza na Favela.
Fonte: Acerv
vo ASA
Assim
m depois de
d pronto essse tecido sserviu para a produo dos produ
dutos. (FIG. 28) Nessaa
etapaa a utilizao dos elementos coomposicion
nais do dessign grficoo, mais um
ma vez foii
impoortante. O uso
u de con
nhecimento s de hierarrquia, equillbrio, enquuadramento
o, textura e
outroos foi necessrio paraa a seleo,, organizao e escolh
has das meelhores alternativas dee
estam
mpas para que
q o conceiito trabalhaddo fosse forrtalecido.
FIGURA 29 Estojo,
E
porta copos,
c
jogo am
mericano e pap
pelaria e caderrnos, produtoss com a serigrrafia como
tcnica priincipal de imp
presso de imaagem
Fonte: Acervo
o ASAS
Saber
S
geren
nciar as esccolhas dos elementoss
7 CONCLUSO
Levando-se em conta a vertente interdisciplinar do design foi possvel perceber, atravs deste
projeto de concluso, que a ligao entre o design grfico e o artesanato real e que essa
unio favorece o surgimento de tecnologias sociais. No entanto algumas questes devem ser
consideradas e acompanhadas de perto, pois o processo de formao de uma tecnologia social
a partir do design grfico e o artesanato envolve variveis, entre elas, a relao do designer e
o arteso, o uso de metodologias de projeto vindas do design e o uso da tcnicas para dar
fora as tecnologias sociais criadas.
A preocupao da relao entre o designer e o arteso deve girar em torno de como ela
conduzida, ou seja, de como a relao de poder acontece entre esses dois agentes, para que
no haja problemas de relacionamento e nem mesmo uma descaracterizao dos produtos dos
artesos. Uma relao eficaz baseada na preocupao em estabelecer uma rede de trocas
desierarquizadas e na compreenso de que todos aprendem e ampliam os seus horizontes ao
longo destas experincias. No caso do projeto ASAS, possuir um planejamento mais malevel
e aes menos engessadas, foi fundamental para uma melhor relao com os artesos, pois
assim foi possvel criar um campo de negociao que reflita uma melhor relao entre os
designers que habitam a cidade formal e os artesos que habitam uma cidade totalmente
informal, importante para o desenvolvimento de projetos de capacitao em design e
artesanato nesse contexto.
Muitas vezes a relao do design grfico com o artesanato se d na utilizao de tcnicas,
processos e mtodos do design e no na execuo de um produto grfico. o que acontece
especificamente no projeto ASAS, no qual os produtos feitos pelas artess no so
considerados produtos grficos, mas o seu processo de criao e produo utiliza-se de
recursos do design grfico.
A utilizao das metodologias do design est presente nas oficinas de capacitao do projeto
ASAS, refletindo diretamente nos produtos criados pelos artesos, como mostrado nas
anlises. Mtodos e prticas como: sensibilizao esttica, tcnicas de processos criativos,
uso do caderno de processo, representao por meio de desenhos, colagens, uso do texto
como imagem, processo de seleo de cores e imagens, uso de tcnica serigrafia e
encadernaes feitas a mo, so alguns exemplos de recursos do design grfico utilizados
8 REFERNCIAS
BAVA, Silvio Caccia. Tecnologia Social e Desenvolvimento Local. In: Tecnologia social
uma estratgia para o desenvolvimento. Fundao Banco do Brasil, Rio de Janeiro, 2004.
Borges, Adlia. Design+artesanato: o caminho brasileiro. Editora Terceiro
Nome, 2011.
BRAGA, Marcos da Costa.(Org.) O papel social do design grfico: histria, conceitos e
atuao profissional. So Paulo: Editora Senac So Paulo, 2011.
CANCLINI, M. Culturas Hbridas. So Paulo: Edusp, 1998.
CARNEIRO, F. Parmetros para a atuao do designer junto a projetos de
desenvolvimento artesanal: uma proposta de metodologia. In. P&D CONGRESSO
BRASILEIRO DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO EM DESIGN 2006. , 2006.
CIPINIUK, A. Design e artesanato: aproximaes, mtodos e justificativas. In. P&D
CONGRESSO BRASILEIRO DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO EM DESIGN
2006. , 2006.
CERTEAU, M. A inveno do cotidiano. Petrpolis: Vozes, 1994.
DENIS, Rafael Cardoso. Uma introduo histria do Design. SP: Ed. Edgard Bluche,
2000.
EGUCHI, Haroldo Coltri; e PINHEIRO, Olympio Jos; Design versus Artesanato:
Identidades e contrastes P&D/ 2008 8 CONGRESSO BRASILEIRO DE PESQUISA E
DESENVOLVIMENTO EM DESIGN., 2008
Guia de referencia do Unisol www.unisol.org.br/press/uploadArquivos/11729304629.doc
HALL, Stuart. A identidade cultural na ps-modernidade.- 11. ed. - Rio de Janeiro:
DP&A, 2006
HOUAISS, Antnio. Dicionrio Houaiss da Lngua Portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva,
2001. 2925p.
Anexo A
Criao Colaborativa
Empoderamento
Eixos
Temticos
Fonte de Informao
da Pesquisa
Fala Indicatria
Indicador
Especfico
Beneficirio 5
Voc gosta do
produto individual,
criado apenas por
voc sem a ajuda ou
colaborao de outra
pessoa?
Elisangela: Olha,
quando o processo
de colaborao o
produto tem mais
valor porque um
grupo de pessoas que
fez aquilo ento no
fica somente a arte de
uma pessoa, ento ali
a variedade cada
Beneficirio 5
quando o processo
de colaborao o
produto tem mais
valor porque um
grupo de pessoas
que fez aquilo ento
no fica somente a
arte de uma pessoa,
ento ali a
variedade cada
um colocando o que
tem de melhor
naquela arte.
Importncia da
Criao
Colaborativa
Sentimento
de Posse Pela
Autoria do
Produto
Consolidao do
Grupo
Macro
indicador
Consolidao
de Prticas
Colaborativas
CRIAO COLABORATIVA
Beneficirio 5
Voc se sente parte
criadora deste
produto produzido de
forma coletiva e
colaborativa, gosta e
o admira do mesmo
jeito que os
produzidos
individualmente?
Elisangela: Dentro do
processo
colaborativo, voc
tem a questo das
relaes interpessoais
que elas se
intensificarem e na
medida em que elas
vo se intensificando
o processo criativo se
torna muito mais
produtivo que os
individuais
Voc acha que os
processos coletivos
colaboram
individualmente na
sua criatividade e
aprendizado?
Elisangela:
Colaboram sim!
Beneficirio 5
Dentro do
processo
colaborativo, voc
tem a questo das
relaes
interpessoais que
elas se
intensificarem e na
medida em que elas
vo se
intensificando o
processo criativo se
torna muito mais
produtivo que os
individuais
Estabelecimento
s de Processos
Criativos
Melhoria da
Qualidade dos
Produtos
ECONOMIA SOLIDRIA
EMPODERAMENTO
Eixos
temticos
Fonte de informao
Da pesquisa
Fala indicatria
Indicador
especfico
Macro
indicador
Beneficirio 5
Voc aprendeu a
identificar o publico
ao qual vai produzir e
oferecer seus
produtos?
Elisangela : Com
certeza! um publico
altamente descolado
que no compra
produto compra o
conceito.
Com certeza! um
publico altamente
descolado que no
compra produto
compra o conceito.
Capacidade de
Identificar o
Pblico Alvo
Concretizao
de Novas
Oportunidades
de Negcios
Beneficirio 5
ento assim nessa
questo de
precificao, eu j
tenho uma
formao mesmo
emprica, de
experincia que eu
vivi e me favoreceu
a contribuir nas
primeiras colees
pra fazer o preo
junto com as
meninas
Capacidade de
Precificar os
Produtos
Utilizao dos
Conceitos de
Gesto
Beneficirio 5
Antes do projeto voc
sabia como precificar
um produto ? e agora
voc sabe?
Elisangela: Olha. eu
j tenho experincias
em outras ONGS,
ento assim eu j
trabalhei com outros
grupos de mulheres,
em outros tipos de
oficinas, artesanatos
que no tem tanto
conceito como o
artesanato produzido
pelo projeto ASAS,
ento assim nessa
questo de
precificao, eu j
tenho uma formao
mesmo emprica, de
experincia que eu
vivi e me favoreceu a
contribuir nas
primeiras colees
pra fazer o preo
junto com as
meninas.Mas a
questo , o que eu
aprendi mais foi dar
valor ao conceito no
somente ao produto,
isso foi o ponto
chave!
Fonte de informao
Da pesquisa
Fala indicatria
Indicador
especfico
Macro
indicador
Beneficirio 5
Voc se sente capaz
para administrar os
relacionamentos
comerciais com os
lojistas parceiros,
fornecedores e etc.?
Elisangela : Ainda
no, eu acho que esse
ponto a FUMEC
precisa mandar
alguns
administradores de
empresa pra ajudar
nisso.
Beneficirio 5
Ainda no, eu
acho que esse ponto
a FUMEC precisa
mandar alguns
administradores de
empresa pra ajudar
nisso.
Gerenciamento
do Processo de
Distribuio
Utilizao dos
Conceitos de
Gesto
ECONOMIA SOLIDRIA
EMPODERAMENTO
Eixos
temticos
Melhoria na
Comercializa
o (Distribuio
e Precificao)
Beneficirio 5
Como vocs dividem
a renda gerada pelos
produtos?
Elisangela : Olha, no
momento a renda
dividida por
produo, voc
costurou, voc
bordou uma
porcentagem. O
bordado sempre vai
custar mais caro
porque ele exige mais
Olha, no momento
a renda dividida
por produo, voc
costurou, voc
bordou uma
porcentagem.
ento cada
processo um
percentual, ento
dividido por
produo."
Distribuio
Justa de Renda e
Formao de
Rede Positiva
Fonte de informao
Da pesquisa
ECONOMIA SOLIDRIA
ECONOMIA SOLIDRIA
Eixos
temticos
BENEFICIARIO 5
Voc se sente
motivado e capaz
para ensinar o que
voc aprendeu para
outras pessoas?
Elisangela: Sim, sim.
Eu trabalho tambm
com outra
organizao do
terceiro setor, e j
levei parte da questo
do processo
colaborativo numa
oficina que eu dei em
Gois , em Anpolis ,
Brincando na
diversidade cultural
. Ns criamos um
mapa com as crianas
que trabalhavam no
lixo e foram criadas
estampas e vender
atravs da
cooperativa do lixo.
Fala indicatria
Beneficirio 5
Sim, sim. Eu
trabalho tambm
com outra
organizao do
terceiro setor, e j
levei parte da
questo do processo
colaborativo numa
oficina que eu dei
em Gois , em
Anpolis ,
Indicador
especfico
Macro
indicador
Capacidade de
Gerenciar a
Renda
Utilizao dos
Conceitos de
Comercializa
o
Melhoria na
Infra-estruturar
para a Produo
Utilizao dos
Conceitos de
Produo
Capacidade de
Repassar o
Conhecimento
Gerado Durante
a Participao
no Projeto
Beneficirios
do Projeto
Atuam na
Capacitao
de Outros
Participantes
do Projeto; No
envolvimento
de Outros
Atores da
Comunidade
para
Desenvolvime
nto do Projeto
AUTONOMIA
EMPODERAMENTO
E com isso ns
comeamos um
programa l em
Anpolis, para tirar as
crianas do lixo,
atravs de processos
criativos das crianas
criarem estampas
daquele mundo
cotidiano ali que eles
vivem mesmo, mas
fazendo do cotidiano
a arte pra que eles
no pudessem mais
ficar naquele lugar
ali, e tambm
colaborando para que
os pais entendessem
que aquilo ali no
lugar de criana, e os
pais entendendo que
ali no era lugar de
criana eles tem voz
ativa de reclamar das
autoridades publicas
a darem condies
para as crianas
estudarem.
Brincando na
diversidade
cultural . Ns
criamos um mapa
com as crianas que
trabalhavam no
lixo e foram
criadas estampas e
vender atravs da
cooperativa do
lixo. E com isso
ns comeamos um
programa l em
Anpolis, para tirar
as crianas do lixo,
atravs de
processos criativos
das crianas
criarem estampas
daquele mundo
cotidiano ali que
eles vivem mesmo,
mas fazendo do
cotidiano a arte
Capacidade de
Repassar o
Conhecimento
Gerado Durante
a Participao
no Projeto
Beneficirios
do Projeto
Atuam na
Capacitao
de Outros
Participantes
do Projeto; No
envolvimento
de Outros
Atores da
Comunidade
para
Desenvolvime
nto do Projeto
AUTONOMIA
EMPODERAMENTO
Eixos
temticos
Fonte de informao
Da pesquisa
Beneficirio 5
Alm do aprendizado
sobre como produzir
os objetos, o que
mais voc aprendeu?
Elisangela : O que
mais me chamou
ateno no
aprendizado, foi
questo das redes
colaborativas, com a
formao dos outros
ncleos produtivos o
Modalage, Bambu,
ento essa questo de
sempre ter que
trabalhar em rede
porque hoje o mundo
ele globalizado
mais o
individualismo ele
uma linha . a questo
da globalizao e do
individualismo uma
linha muito tnue
ento assim esse
processo essa rede
social e solidaria
permite romper com
esse individualismo
que essa sociedade
ps-moderna traz
hoje.
Fala indicatria
Beneficirio 5
O que mais me
chamou ateno no
aprendizado, foi
questo das redes
colaborativas, com
a formao dos
outros ncleos
produtivos o
Modalage, Bambu,
ento essa questo
de sempre ter que
trabalhar em rede
porque hoje o
mundo ele
globalizado
Indicador
especfico
Macro
indicador
Crescimento
Resultante do
Processo
Colaborativo
Aprimorament
o das
Habilidades
Profissionais
Reconheciment
o da
Importncia de
Prticas
Coletivas
Formalizao
das Iniciativas
(Em
Iniciativas,
Associaes,
etc.)
TERRITRIO / IDENTIDADE
EMPODERAMENTO
EIXOS
TEMTICOS
Beneficirio 5
Qual era sua viso da
favela antes de
participar do projeto
e qual agora?
Elisangela: Olha,
minha viso era a
viso do asfalto
mesmo. era a viso
do asfalto que favela
perigosa, a
favela...que no tinha
como tirar alguma
coisa da favela , ai
aps o primeiro
processo e depois do
primeiro processo eu
vi n ,
Alterao do
Olhar Sobre o
Territrio
Dimenso
Poltica e
Afetiva Sobre
o Territrio
FONTE DE
INFORMAO
DA PESQUISA
FALA
INDICATRIA
INDICADOR
ESPECFICO
MACRO
INDICADOR
ai aps o primeiro
processo e depois
do primeiro
processo eu vi n ,
no primeiro
processo criativo
que foi individual,
cada um fez a sua
criao, os
personagens da
favela criados pela
Suzaninha, e. cercas
pela Shirley,
natureza na favela...
Alterao do
Olhar Sobre o
Territrio
Dimenso
Poltica e
Afetiva Sobre
o Territrio
no primeiro processo
criativo que foi
individual, cada um
fez a sua criao, os
personagens da favela
criados pela
Suzaninha, e. cercas
pela Shirley, natureza
na favela... Ento
atravs da viso das
artess, ai eu pude
ver... ai eu falei
assim... interessante
ento voc pode tirar
arte de onde nem se
espera. Ai voc pode
ver o filme do Vik
Muniz que
extraordinrio
mesmo!
Beneficirio 5
Voc acha importante
que as caractersticas
do aglomerado
apaream de alguma
forma nos
produtos?Por qu?
Elisangela: Sim
Talita: Por qu?
Elisangela: Porque
uma forma de voc
mostrar a viso que a
gente tem hoje para
as outras pessoas que
no conhecem.
Porque o asfalto tem
uma viso que na
favela somente tem
traficantes,
tem...pessoas ruins,
que na favela no se
tem cultura.Uma
viso meio
imperialista diante do
que a favela pode
oferecer.
Beneficirio 5
Qual que a sua
opinio sobre os
produtos serem
produzidos aqui e
vendidos em lojas
chiques? Elisangela:
Isso muito
interessante, e uma
questo social
tambm
Elisangela: Porque
uma forma de
voc mostrar a
viso que a gente
tem hoje para as
outras pessoas que
no conhecem.
Porque o asfalto
tem uma viso que
na favela somente
tem traficantes,
tem...pessoas ruins,
que na favela no se
tem cultura.Uma
viso meio
imperialista diante
do que a favela
pode oferecer.
Isso muito
interessante, e
uma questo social
tambm . Ai a gente
tem que entrar em
outras questes e.
Representao
do Territrio no
Produto
Dimenso
Poltica e
Afetiva Sobre
o Territrio
Identificao
Com os
Produtos
Gerados
Dimenso
Poltica e
Afetiva Sobre
o Territrio
TERRITRIO / IDENTIDADE
EMPODERAMENTO
Eixos
temticos
Fonte de informao
Da pesquisa
Fala indicatria
porque a identidade
da favela ela
muito forte e
quando voc fala :
olha aqui um
produto produzido
por artess no
Aglomerado da
Serra em Belo
Horizonte , um
aglomerado que
tem uma fama que
no muito boa,
agora, voc
trazendo e mesmo a
gente no
percebendo muito a
ao do projeto
hoje j muita gente
j comenta ... que o
projeto j
conhecido atravs
do face book do
twiter ento tem
muita gente
entrando, n ento
no tem nem
controle de quem
est
entrando tornando
seguidor no face
book no twiter
ento eu acho assim
a identidade precisa
ir para outras
camadas sociais,
porque ai a gente
pode fazer uma
contra cultura n? A
contra cultura, a
fora daquele que
est ali a margem
, vamos dizer
assim, isso ai e. um
termo meio
polemico... mas
assim voc trazer
a tona uma cultura
que nunca foi
reconhecida.
Indicador
especfico
Macro
indicador
Identificao
Com os
Produtos
Gerados
Dimenso
Poltica e
Afetiva Sobre
o Territrio
Identificao
Com os
Produtos
Gerados
Dimenso
Poltica e
Afetiva Sobre
o Territrio
Fonte de informao
Da pesquisa
Sustentabilidade Scio-Ambiental
EMPODERAMENTO
Eixos
temticos
Beneficirio 5
A participao no
projeto ASAS mudou
de alguma forma sua
atitude em relao ao
meio . nas oficina ou
no desenvolvimento
dos produtos
preocupaes- como
economia ou
reaproveitamento de
materiais e gua, ou
outro qualquer tipo
de preservao do
meio ambiente?
Elisangela: Porque
hoje fala de meio
ambiente. com tanta
coisa a gente fala ai
j chover no
molhado n? Quando
voc fala em
sustentabilidade voc
tem que pensar em
trs eixos , social ,
pessoal e o ambiental
ento esse eixo
pessoal quando
voc traz
autoestima a vontade
de viver pra pessoa
que s vezes passava
o dia inteiro nos
postos de sade
pegando remdios pra
depresso nos postos
de sade. Isso ai
sustentabilidade.
Social, voc levar pra
outros lugares a arte
que produzida aqui,
e ambiental porque
voc reaproveita
materiais, voc se
relaciona atravs de
rede colaborativas
que doam materiais,
ento isso
reaproveitamento ,
isso muito mais do
que sustentabilidade.
Fala indicatria
Elisangela: Porque
hoje fala de meio
ambiente. com tanta
coisa a gente fala ai
j chover no
molhado n?
Quando voc fala
em sustentabilidade
voc tem que
pensar em trs
eixos , social ,
pessoal e o
ambiental ento
esse eixo pessoal
quando voc traz
autoestima a
vontade de viver
pra pessoa que s
vezes passava o dia
inteiro nos postos
de sade pegando
remdios pra
depresso nos
postos de sade.
Isso ai
sustentabilidade.
sustentabilidade.
Social, voc levar
pra outros lugares a
arte que produzida
aqui, e ambiental
porque voc
reaproveita
materiais, voc se
relaciona atravs de
rede colaborativas
que doam materiais,
ento isso
reaproveitamento ,
isso muito mais
do que
Indicador
especfico
Macro
indicador
Clareza da
Abordagem do
Conceito de
Sustentabilidade
nas Oficinas
Melhores
Condies de
Segurana e
Salubridade
Eixos
temticos
Fonte de informao
Da pesquisa
Fala indicatria
Indicador
especfico
Macro
indicador
Sustentabilidade Scio-Ambiental
EMPODERAMENTO
Adequao dos
Locais nas
Oficinas
Aplicao dos
Conceitos de
Economia
Energtica e
Gesto da gua
nas Oficinas
Implementao
e
Desenvolviment
o de Gesto de
Resduos.
(Reciclagem,
Reaproveitamen
to, Reutilizao
Mudana de
Hbitos Consumo de
Produtos Fruto
das Atividades
do Projeto