Plano de Acção para A Criança 2013-2019 (PNAC II) - MMAS
Plano de Acção para A Criança 2013-2019 (PNAC II) - MMAS
Plano de Acção para A Criança 2013-2019 (PNAC II) - MMAS
REPBLICA DE MOAMBIQUE
ndice
Lista de Abreviaturas .................................................................................................. 3
Sumrio executivo ........................................................................................................ 5
I. INTRODUO E ANTECEDENTES ................................................................... 7
II. QUADRO DE PROGRAMAO .................................................................................... 9
3.
PROTECO ..................................................................................................... 23
Objectivos .......................................................................................................................... 26
4.
PARTICIPAO ............................................................................................... 29
Objectivos .......................................................................................................................... 29
Lista de Abreviaturas
APE:
AR:
Assembleia da Repblica
CDC:
CEDAW:
Conveno Sobre a Eliminao de Todas as Formas de Descriminao
Contra a Mulher
CFMP:
CNAC:
COV:
DICIPE:
EFT:
EI:
Educao de Infncia
GM:
Governo de Moambique
HIV:
IAF:
IDS:
IHAC:
InSAN:
Insegurana alimentar
LOA:
MDM:
MEC:
MIC
MICS:
MIJUS:
MISAU:
MMAS:
Ministrio da Justia
Ministrio da Sade
Ministrio da Mulher e da Aco social
3
MTRAB:
Ministrio do Trabalho
MOPH:
ODM:
OE:
Oramento do Estado
OIT:
ONG's:
Organizaes No Governamentais
PARP:
PACOV:
PEN:
PES:
PNAC:
PRE:
RN:
Recm - Nascido
SA:
Segurana Alimentar
SAAJ:
SAN:
SETSAN:
SIDA:
SMI:
SSR:
TARV:
Tratamento Anti-Retroviral
UNICEF:
US:
Unidade Sanitria
Sumrio executivo
O Plano Nacional de Aco para as Crianas (PNAC II) 2013-2019, baseado no
princpio fundamental A Criana em Primeiro Lugar, reitera o compromisso de
Moambique a garantir todos os direitos para todas as crianas at os 18 anos de
idade.
O plano baseia-se nas polticas e planos dos diferentes sectores tendo em vista o bemestar das crianas e identifica as reas-chave, objectivos e as principais aces
promovendo a sua implementao atravs de uma abordagem multissectorial e
coordenada com o envolvimento das famlias, comunidades, sociedade civil e das
prprias crianas.
Para facilitar o desenvolvimento sistmico e a implementao dessas polticas, o
plano se concentra em quatro reas prioritrias de ateno criana, nomeadamente:
1) Sobrevivncia da Criana
2) Desenvolvimento da Criana
3) Proteco
4) Participao da Criana
Com a implementao do PNAC II assume-se o compromisso de se alcanar, entre
outras, as seguintes metas:
Meta 1:
Meta 2:
Meta 3:
Meta 4:
Meta 5:
Meta 6:
Meta 7:
Meta 8:
Meta 9:
Meta 10:
Meta 11:
Meta 12:
Meta 13:
I. INTRODUO E ANTECEDENTES
A populao Moambicana estimada em 23.700.715 de habitantes, dos quais
cerca de 13.200.000 tm idades compreendidas entre 0-19 anos1. Perante estes
dados, pode se concluir que cerca de metade da populao de Moambique
constituda por crianas2.
Moambique tem estado a registar avanos significativos em termos de
desenvolvimento socioeconmico. Estes progressos foram impulsionados pela
estabilidade macroeconmica e crescimento acelerado da economia, que se traduziu
num crescimento mdio anual do PIB na ordem de 7.6%, e um rendimento per
capita mdio anual de 5%, no perodo 2005-2009.
Os dados sobre o desenvolvimento humano, indicam melhorias no acesso aos
servios de sade, educao (tanto a nvel primrio como secundrio),
particularmente nas reas rurais, bem como a posse de bens durveis pelas famlias
e qualidade de habitao melhoraram, o que atestam as tendncias positivas
importantes do desenvolvimento o longo prazo, assim como o sucesso no alcance
de prioridades governamentais estratgicas, tal como testam alguns indicadores
alcanados, nomeadamente:
Apesar dos progressos alcanados, ainda prevalecem prticas que impedem o pleno
gozo dos direitos da criana entre elas a violncia, o trfico, abusos, os casamentos
prematuros e tabus a nvel da famlia e da comunidade.
Neste contexto, com o segundo Plano Nacional de Aco para Criana (PNAC II)
para o perodo 2013-2019, o Governo de Moambique reitera o seu compromisso na
implementao dos direitos e para o bem-estar das crianas baseado no princpio
fundamental: A Criana em Primeiro Lugar.
O PNAC II assenta nos princpios e direitos estabelecidos na Constituio da
Repblica de Moambique, na Lei sobre a Promoo e Proteco dos Direitos da
Criana (Lei 7/2008 de 9 de Julho) e demais Legislao em vigor no Pais, assim
como na Conveno sobre os Direitos da Criana, Carta Africana sobre os Direitos
e Bem-Estar da Criana, a Conveno Internacional dos Direitos das Pessoas com
Deficincia, e Conveno sobre a Eliminao de todas as Formas de Discriminao
contra a Mulher (CEDAW) e a Declarao Um Mundo propcio para as Crianas,
o Plano de Aco sobre uma frica Digna para as Crianas e os Objectivos do
Desenvolvimento do Milnio e demais instrumentos de proteco a criana,
designadamente:
1. No discriminao: Os direitos devem ser usufrudos por todas as crianas,
incluindo as refugiadas, independentemente da raa, cor, sexo, origem tnica,
lugar de nascimento, religio, grau de instruo, posio social, estado civil dos
seus pais condio fsica e psquica.
2. Interesse superior da criana: Todas as decises relativas a crianas, adoptadas
por instituies pblicas ou privadas devem ter em conta o interesse superior da
criana.
3. Sobrevivncia e desenvolvimento: Todas as crianas tm o direito inerente
vida e as instituies de Estado asseguram na mxima medida possvel a
sobrevivncia e o desenvolvimento da criana.
4. Participao: Todas as crianas tm o direito de expressar opinies sobre
questes que as afectam, em funo da sua idade e maturidade.
O PNAC II estabelece metas e define reas prioritrias de interveno das aces a
ser realizadas por todos os intervenientes no mbito da promoo e proteco dos
direitos da criana.
Assegurar o acesso das crianas a alimentao adequada para que tenham uma
vida saudvel.
10
11
1.
SOBREVIVNCIA DA CRIANA
1.1. SADE
A sade da criana sempre mereceu ateno e prioridade por parte do Estado
Moambicano. A Constituio estabelece que todos os cidados tm direito a cuidados
mdicos e de sade. A legislao contem disposies que garantem o tratamento
mdico e cirrgico gratuito para todas as crianas menores de cinco anos,
incluindo cuidados preventivos de sade, exames de diagnstico, consultas
ambulatrias, hospitalizao e tratamento mdico ou cirrgico. Mediante o pagamento
de uma taxa simblica para as consultas e para os medicamentos, as crianas com
mais de cinco anos de idade so isentas do pagamento de todos os outros
cuidados mdicos e cirrgicos e exames laboratoriais.
Uma das metas globais dos Objectivos do Desenvolvimento do Milnio (ODMs)
reduzir a mortalidade de menores de um ano e de cinco anos em dois teros entre 1990
e 2015. Apesar de uma evoluo satisfatria na reduo das taxas de mortalidade
neonatal, infantil e em crianas menores de 5 anos em Moambique, estas continuam
altas e com grandes disparidades entre as provncias do pas. O IDS 2011 indica a
malria como a principal causa de mortalidade infantil no pas, com cerca de um tero
das mortes em crianas menores de cinco anos de idade, e as mortes neonatais, com
cerca de 16% das mortes em crianas menores de cinco anos.
A exiguidade de infraestruturas de sade e de conhecimentos sobre cuidados bsicos
de sade entre os pais constitui um constrangimento adicional sobrevivncia infantil.
Em relao cobertura de vacinao, foi alcanada uma cobertura de 72% de crianas
vacinadas. No que se refere expanso sanitria, no perodo de 2006 a 2010, houve
um aumento em 37% Unidades Sanitrias com maternidade, 54.4% das quais, dispe
de casa de espera, o que propiciou condies para a melhoria da assistncia mulher e
garantia de maternidade segura. Como resultado, os partos institucionais tiveram um
crescimento de 55% para 64%.
O acesso gua potvel e ao saneamento adequados so vitais para a sobrevivncia e
desenvolvimento saudvel da criana e pode melhorar a ateno que as mes prestam
aos seus filhos. A cobertura da rede de abastecimento de gua nas zonas rurais passou
de 42.1%, em 2006, para 59.6%, em 2010 e, nas zonas urbanas passou de 38% em
2006, para 60% em 2009. A cobertura de saneamento do meio nas zonas urbanas
passou de 47.7%, em 2006 para 50.2% em 2010 com participao comunitria atravs
dos Comits de gua nas aldeias.
Conforme acima mencionado, o Inqurito sobre Indicadores Mltiplos (Multiple
Indicator Cluster Survey) - MICS, 2008), mostra que 12% das crianas so rfs e 5%
so vulnerveis. As zonas urbanas, em particular as das regies sul e centro do pas,
apresentam taxas mais altas (20%) em relao s rurais (16%). O referido inqurito
mostra ainda que em cada 1000 crianas que nascem no pas, 95 morrem antes de
atingir o primeiro ano de vida. A mortalidade em menores de 5 anos atinge os 138 por
cada mil nascidos.
12
Objectivos
No mbito das polticas e programas existentes em Moambique, o objectivo geral do
PNAC na rea da Sade Promover a Sade Materna, Neo-Natal, Infantil e do
Adolescente, facilitando o acesso da populao a intervenes efectivas e aos
Servios de Sade de qualidade, no contexto dos cuidados contnuos, com
especial ateno s populaes mais desfavorecidas, atravs do reforo do
Sistema de Sade, de forma integrada e coordenada com a Comunidade.
De acordo com os compromissos assumidos no Plano Estratgico do Sector Sade
2007-2015 nas reas de Sade do Recm-Nascido, Criana Menor de 5 anos, Sade
Materna, e Sade Escolar e do Adolescente, foram definidas as seguintes metas por
grupos alvo:
5
6
13
gua e saneamento:
15
1.2 NUTRIO
Em Moambique cerca de 35% da populao vive em situao de insegurana
alimentar crnica. Metade da populao moambicana sofre das consequncias da
desnutrio crnica, e o preocupante que esta situao no tem melhorado
significativamente nos ltimos anos. As provncias de Cabo Delgado e Nampula
apresentam as taxas mais elevadas do pas (> 50%) e as taxas para Zambzia, Niassa,
Tete e Manica so intermedirias (> 45%). As provncias com menores taxas (<40%)
so Inhambane, Gaza, Maputo Provncia e Maputo Cidade.
Em relao situao nutricional de crianas menores de 5 anos, os dados do
Inqurito Demogrfico de Sade (IDS - 2003 e 2011) indicam que houve uma reduo
significativa na prevalncia da subnutrio crnica (baixa altura para idade) de 48%
para 43% em 2011).
Porm, o nvel de subnutrio crnica nas crianas menores de cinco anos continua a
ser muito elevado7. A percentagem de crianas menores de cinco anos com baixo peso
para a idade tambm diminuiu significativamente de 22% em 2003 para 18% em 2008
e 15% em 2011 (IDS).
Em relao prevalncia da desnutrio aguda (baixo peso para altura), apesar de se
ter notado uma reduo de 5% em 2003 para 4% em 2008 e 6% em 2011 (IDS). Alm
disso, necessrio considerar que os nveis de desnutrio aguda podem variar
significativamente durante um ano, devido a variaes sazonais e de segurana
alimentar. importante tambm mencionar a taxa de baixo peso a nascena (menos
do que 2.500 gramas) porque um beb com baixo peso a nascena tem maior
probabilidade de sofrer de desnutrio crnica quando atingir os cinco anos de idade.
Para o caso de Moambique, os dados do MICS 2008 mostram que 58% dos recmnascidos foram pesados ao nascer e 15% dos quais, teve um peso inferior a 2.500
gramas.
As deficincias em micro nutrientes mais comuns em Moambique so: a deficincia
de vitamina A, anemia por deficincia de ferro e deficincia de iodo. A deficincia de
iodo endmica, afectando mais de metade da populao em idade escolar. A
deficincia de iodo abrange 68% da populao em idade escolar.
Tal como nos inquritos anteriores realizados em Moambique, o MICS 2008 mostra
que perto de dois teros dos recm-nascidos foram amamentados ao peito dentro do
perodo recomendado (na primeira hora aps o nascimento) e cerca de 90% foram
amamentados no primeiro dia de vida. No entanto, apesar do nmero de crianas
menores de seis meses que recebeu aleitamento materno exclusivo nas ltimas 24
horas ter aumentado de 30% em 2003 para 37% em 2008 e 41% em 2011 (IDS), esta
proporo continua extremamente baixa, j que as orientaes e de providenciar o
aleitamento materno de todas as crianas at aos 6 meses de idade. Em relao
alimentao complementar, os resultados do MICS mostraram que 64% das crianas
De acordo com a classificao padro da OMS, as taxas de desnutrio crnica entre os 20 e os 30% so consideradas
"mdias", as taxas entre 30 e 40% so consideradas "elevadas" e as taxas acima de 40% so considerados' muito altas'
(World Health Organisation, Technical report series number 854)
7
16
dos 6-8 meses receberam pelo menos duas refeies durante o dia e 37% das crianas
dos 9-11 meses de idade receberam pelo menos trs refeies durante o dia. Esta a
frequncia diria mnima necessria, contudo, as recomendaes de um cenrio ideal
para Moambique indicam que as crianas dos 6-9 meses precisam de pelo menos trs
refeies principais mais dois lanches durante o dia em complemento ao aleitamento
materno.
As principais causas imediatas da desnutrio crnica em Moambique so a ingesto
inadequada de nutrientes, os nveis elevados da infeco e a gravidez precoce. As
dietas so montonas, com deficincias de micro nutrientes, afectando a maioria da
populao. A malria e os parasitas gastrointestinais afectam metade da populao,
sendo que igual nmero de mulheres que so atendidas nas consultas pr-natais
apresentam doenas sexualmente transmissveis, para alm de metade destas
engravidarem ainda crianas.
As causas subjacentes da desnutrio crnica so a insegurana alimentar
(especialmente no acesso limitado e no uso dos alimentos nutritivos), pobreza e
prticas inadequadas em relao aos cuidados das meninas adolescentes, mes e
crianas, bem como o acesso insuficiente sade, gua e aos servios de
saneamento. As causas bsicas da desnutrio crnica, para alm da pobreza, incluem
o baixo nvel de educao e a desigualdade do gnero (este ltimo responsvel pelos
casamentos e gravidezes precoces).
Recentemente o Governo aprovou o Plano de Aco Multissectorial para a Reduo
da Desnutrio Crnica em Moambique 2011-2015 (20). Este Plano apresenta um
pacote de actividades/intervenes com objectivos estratgicos prioritrios e sectoriais
que, ao longo de um perodo de 10 anos, dever contribuir para reduzir at 20% os
ndices da prevalncia actual da desnutrio crnica. O presente plano objectiva
reduzir a desnutrio crnica em menores de 5 anos de 44% em 2008 at 30% em
2015 e 20% em 2020.
Objectivos
No mbito das polticas e programas existentes em Moambique, o objectivo geral
deste PNAC para a rea de Nutrio Melhorar o estado nutricional de crianas e
mulheres.
Os grupos-alvo so as mulheres em idade frtil antes e durante a gravidez e lactao,
as crianas nos primeiros dois anos de vida e as raparigas na sua adolescncia. Estes
grupos devem ser priorizados por representarem a janela da oportunidade, onde a
desnutrio crnica se desenvolve e pode ser revertida.
Mulheres grvidas e lactantes:
Reduzir as taxas de anemia na gravidez de 53% em 2002 para 30% em 2015 e
15% em 2020.
Reduzir a deficincia de iodo em mulheres grvidas de 68% em 2004 para
17
Reduzir o Baixo Peso ao Nascer de 15% em 2008 (MICS) para 10% em 2015 e
5% em 2020.
Reduzir a taxa de prevalncia da Desnutrio Crnica em crianas menores de
dois anos dos 37.4% em 2008 (MICS) para 27% em 2015 e 17% em 2020.
Aumentar as taxas de Aleitamento Materno Exclusivo em menores de seis
meses de 37% em 2008 (MICS) para 60% em 2015 e 70% em 2020.
Reduzir a taxa de anemia em crianas de 74% em 2002 para 30% em 2015 e
15% em 2020.
Adolescentes:
Reduzir as taxas de anemia em adolescentes dentro e fora da escola de 40%
(estimado) em 2010 para 20% em 2015 e 10% em 2020.
Mulheres em Idade Reprodutiva:
Reduzir as taxas de anemia em mulheres em idade reprodutiva de 56% em 2010
para 30% em 2015 e 15% em 2020.
Os Objectivos especficos na rea da nutrio so os seguintes:
Objectivo Especifico 1: Fortalecer as intervenes com impacto na sade e nutrio
das mulheres em idade frtil antes e durante a gravidez e lactao.
Objectivo Especifico 2: Fortalecer as actividades nutricionais dirigidas s crianas
nos primeiros dois anos.
Objectivo Especifico 3: Fortalecer as actividades com impacto no estado nutricional
dos adolescentes.
Objectivo Especifico 4: Fortalecer as actividades dirigidas aos agregados familiares
para a melhoria do acesso e utilizao de alimentos de alto valor nutritivo.
Objectivo Especifico 5. Fortalecer a capacidade dos Recursos Humanos na rea de
nutrio.
Objectivo Especifico 6: Fortalecer o sistema de vigilncia alimentar e nutricional.
18
19
2. DESENVOLVIMENTO DA CRIANA
2.1. EDUCAO E LAZER
A Constituio da Repblica e demais legislao em vigor na Repblica de
Moambique estabelecem que a educao um direito e dever de cada cidado e que
o Estado promove a extenso da educao e da formao profissional contnua e a
igualdade de acesso para todos cidados, especialmente crianas. Dentro deste
quadro, a educao bsica concedida a todos os cidados atravs da introduo
gradual de ensino obrigatrio e acesso formao profissional. O direito educao
alcanado atravs da Sistema Nacional de Educao, com os seus princpios
estabelecidos na Lei n 6/92, de 6 de Maio.
A educao universal gratuita primria ocupa um lugar central nos esforos do
Governo de Moambique para o desenvolvimento social. O desafio para o Pais
aumentar o nmero de crianas que frequentam a escolas, especialmente meninas e
atingir uma melhor qualidade e Educao para Todos. Recentemente foi aprovado o
Plano Estratgico do Sector da Educao 2012-20168, que promove a educao como
um direito humano e um instrumento eficaz para a afirmao e integrao do
indivduo na vida social, econmica e poltica, indispensvel para o desenvolvimento
do Pas e para o combate a pobreza.
A importncia dos primeiros anos de vida reconhecida internacionalmente como
sendo crucial para o desenvolvimento equilibrado de uma criana: a maior parte do
crebro formada ao longo dos primeiros trs anos de vida. Nesta rea, assiste-se a
uma grande preocupao do Governo e da sociedade em geral em providenciar
servios de educao pr-escolar, estando em curso vrias aces com resultados
assinalveis, no aumento de centros infantis e escolinhas comunitrias (Ministrio da
Mulher e Aco Social, 2011).
Recentemente o Governo de Moambique aprovou A Estratgia do desenvolvimento
integral da Criana em Idade Pr-escolar (DICIPE) 2012-2021 que visa coordenar as
aces dos vrios intervenientes na rea da educao pr-escolar com finalidade de
assegurar maior acesso e qualidade aos servios prestados.
A partir de 1992 o nmero de alunos do Ensino Primrio passou de 1,2 milhes para
4,4 milhes em 2011 no EP1 e de 130 mil para 871 mil no EP2 (2011). A taxa de
escolarizao das crianas entre os 6 e 12 anos estimada em 93% (2011) contra 88%
em 2007. Anualmente, um nmero crescente de alunos conclui a 7 classe. A taxa de
concluso aumentou de 34% em 2004 para 49% em 2010. A paridade de gnero
melhorou de 0,83 em 2004 para 0,90 em 2011.
Foram feitos grandes investimentos para assegurar que o aumento do nmero de
alunos fosse acompanhado pelos recursos necessrios em termos de proviso de
professores, livros escolares, materiais didcticos e o apoio financeiro directo s
escolas.
O plano sectorial enquadra-se nos instrumentos de planificao, oramentao e monitoria do sistema nacional de
planificao do governo.
8
20
Objectivos
No mbito das polticas e programas existentes em Moambique no sector de
Educao e Lazer, o objectivo para o PNAC Melhorar o acesso, reteno e a
qualidade da educao das crianas.
21
Pr- escolar:
Promover o acesso das crianas Educao Pr-escolar.
Meta 2019: 15% das crianas em idade pr-escolar com acesso a Educao Prescolar.
Primrio:
Assegurar que todas as crianas tenham oportunidade de concluir uma educao
bsica de 7 classes com qualidade.
Meta 2016: Taxa bruta de concluso total de 54%, raparigas 51%
Secundrio:
Expandir, de forma controlada equitativa e sustentvel o acesso ao ensino secundrio
profissionalizante com enfoque na sua qualidade e relevncia.
Meta 2016: Taxa bruta de escolarizao ESG1 total 50%, raparigas 47%.
Os Objectivos especficos da rea da educao e lazer so os seguintes:
Objectivo Especifico 1: Aumentar a rede de Educao Pr escolar.
Objectivo Especifico 2: Assegurar que todas as crianas ingressem no ensino na
idade certa (6 anos) e que permaneam at completar a stima classe;
Objectivo Especifico 3: Melhorar o desempenho escolar dos alunos, sobretudo no
que tange s competncias crticas de leitura, escrita, clculo numrico e habilidades
para a vida;
Objectivo Especifico 4: Diversificar as modalidades do ensino secundrio,
assegurando o acesso equitativo, do ensino secundrio dando ateno especial s
raparigas.
Objectivo Especifico 5: Melhorar a qualidade e relevncia do ensino secundrio
geral atravs do desenvolvimento e implementao de um currculo
profissionalizante.
Objectivo Especifico 6: Adopo de Medidas e Mecanismos para a prtica do
desporto e massificao desportiva.
Objectivo Especifico 7: Consolidar o associativismo infanto-juvenil como forma
mais efectiva de organizao, fonte de aprendizagem participativa da Juventude e de
criao e desenvolvimento de programas de desporto, turismo, arte e cultura para
jovens.
Objectivo Especifico 8: Formular e Implementar Polticas na rea do Desporto.
22
23
3.
PROTECO
10
24
25
27
28
4. PARTICIPAO
Um dos direitos consagrados na Conveno sobre a Promoo dos Direitos da
Criana a participao das crianas nos processos de tomada de decises de
assuntos que, de algum modo, possam afectar o seu futuro formando-as para o
exerccio da cidadania. Para tal, necessrio que se assegure que as crianas tenham,
no s acesso informao, mas tambm proteco contra a informao que possa
ser prejudicial ao seu desenvolvimento. necessrio que sejam criadas, tambm,
oportunidades para que as crianas possam, em fruns apropriados, debater e
decidirem sobre assuntos que lhes dizem respeito.
O Parlamento Infantil, que promove a participao das crianas no contexto dos
direitos, continua a funcionar. As crianas que participam nos Parlamentos Infantis
so eleitas atravs de um processo participativo realizado nas Escolas, nos Centros de
Acolhimento ou nas comunidades.
Durante as sesses, as crianas participantes tm a oportunidade de interagir e de
dialogar com membros do Governo, Parlamentares e representantes da sociedade civil
e fazer recomendaes sobre questes que afectam suas vidas.
Como resultado da Lei da Famlia, as decises judiciais sobre a guarda, a
regulamentao do poder parental, justia juvenil e colocao de crianas em
famlias de acolhimento, deve levar em considerao o ponto de vista das prprias
crianas. O Comit do CDC recomenda a incorporao, facilitao e implementao
do princpio do respeito pelas opinies das crianas no seio da famlia, Escolas e a
comunidade, bem como nas instituies e nos procedimentos administrativos e
judicial processo.
O Comit recomenda ainda a incorporao e estabelecimento de mecanismos e
directrizes claras sobre como as opinies expressas por crianas nos Parlamentos
Infantis devem ser tidas em conta pelos rgos polticos e garantir que s crianas
sejam fornecidas respostas adequadas s suas propostas. O Comit recomenda
tambm que todas as crianas, sem discriminao, sejam representadas nos
Parlamentos Infantis e sejam capazes de eleger livremente os seus representantes.
Objectivos
No mbito das polticas e programas existentes em Moambique, o objectivo geral
deste Plano na rea da Participao Assegurar criana o acesso informao e
participao na tomada de decises sobre questes que afectam as suas vidas.
O Objectivo especifico na rea da participaro : Promover e facilitar o respeito
pelas opinies das crianas e sua participao em todos os assuntos que lhes digam
respeito.
Nesta rea sero implementadas as seguintes aces:
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V. MONITORIA E AVALIAO
O CNAC assumir a liderana no desenvolvimento e gesto de um sistema para
avaliar o desempenho e o impacto (monitoria e avaliao) do PNACII. Os principais
subprodutos sero os relatrios anuais e duas avaliaes de meio-termo (2015 e 2017)
e uma final em 2020. O tal sistema deve assegurar que:
30
4. Uma reviso dos processos existentes de recolha de dados, que podem ser
utilizados pelo CNAC para medir o bem-estar e os direitos das crianas. Ser
necessrio e oportuno usar sistemas de informao existentes tais como MICS,
IDS, os sistemas que cada sector utiliza para recolher a informao sobre os
prprios planos assim como adaptar o sistema de recolha de dados prprios do
Ministrio de Planificao e Desenvolvimento, em particular o Balano do
Plano Econmico e Social. Estes esforos sero tomados para evitar a
duplicao de esforos e minimizar os custos.
5. O CNAC coordenar os esforos de recolha de dados com as outras partes
interessadas quando apropriado.
6. E necessrio definir o nvel de detalhe necessrio para relatar com preciso
sobre o andamento do PNAC II. Recomenda-se que o nvel de detalhe seja
mantido to baixo e to geral quanto possvel, a fim de concentrar-se mais
sobre a relevncia, o impacto e sustentabilidade da programao e menos sobre
eficcia e eficincia da sua entrega.
7. Um sistema de recolha, anlise e elaborao de relatrios necessrio para
definir quais informaes sero recolhidas, como (metodologia), de onde, por
quem e quando (tempo e frequncia). Para este fim, um plano de monitoria e
avaliao deve ser desenvolvido.
8. necessrio desenvolver os resultados esperados e os indicadores
quantificveis para a proteco da criana. Faltando um conhecimento exacto
da extenso do abuso, explorao e violncia contra as crianas, o foco deve
ser colocado na medio da cobertura das crianas vulnerveis por meio de
programas, a adopo de polticas, legislao e regulamentos, e sobre a
represso dos autores de actos lesivos contra as crianas.
9. Os dados devem ser desagregados por sexo e idade, e sempre que possvel,
pela situao scio econmica e por regio.
31
BIBLIOGRAFIA
Estatsticas
Polticas Nacionais
Lei que altera alguns artigos do Cdigo Penal, Lei no. 8/2002 (Artigos 365,
367, 372, 405, e 406)
Lei de Proteco das Pessoas que Vivem com HIV SIDA, Lei no. 5/2002
Lei que aprova o Estatuto orgnico do Procuradoria Geral da Repblica, Lei no.
22/2007 (- Artigos 4.(d)(l) e 6)
Lei que Cria o Instituto de Patrocnio Jurdico, Lei no. 6/1994 (Artigo 1)
33
Lei que Organiza os Servios da Polcia Judiciria, Decreto-lei no. 35.042 / 45 Artigo 22 (7)
Lei que Regula o Acesso de menores a Recintos Pblicos, Lei no. 6/1999
Protocolo Carta Africana dos Direitos do Homem e dos Povos relativo aos
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