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outubro/2001

Revitalizao de Rios
- orientao tcnica -

Semads / Serla

Revitalizao de rios
- orientao tcnica -

Projeto Plangua Semads / GTZ de Cooperao Tcnica Brasil / Alemanha

outubro/2001
outubro/2001

Revitalizao de Rios
- orientao tcnica -

Depsito legal na Biblioteca Nacional conforme decreto no 1.825,


de 20 de dezembro de 1907.

Ficha catalogrfica
R454
Revitalizao de rios - orientao tcnica / Ignez Muchelin Selles,
[et al.] - Rio de Janeiro: SEMADS 2001.
78p.: il.
ISBN 85-87206-12-05
Cooperao Tcnica Brasil - Alemanha, Projeto PLANGUASEMADS / GTZ
1. Recursos Hdricos. 2. Meio Ambiente. 3. Engenharia Ambiental. 4.
Obras Hidrulicas. 5. Saneamento. I. PLANGUA. II. Selles, Ignez Muchelin. III.
Riker, Fernando. IV. Rios, Jorge Paes. V. Binder, Walter.
CDD 620.85

Editorao
Jackeline Motta dos Santos
Raul Lardosa Rebelo
Projeto grfico e diagramao
Luiz Antonio Pinto

Colaboraram na elaborao desta publicao:


Alan V. Vargas ( Serla )
Fernando Riker ( Serla )
Giselle Bahiense ( Plangua - Consultora )
Ignez Muchelin Selles ( Serla )
Jorge Paes Rios ( Serla )

Leonardo Cunha ( Plangua - Consultor )


Sabina Campagnani ( IEF )
Vernica da Matta ( Serla )
Walter Binder ( Plangua - Consultor )
Zeferino Arajo ( Serla )

Coordenao:
Antnio da Hora
( Subsecretrio Adjunto de Meio Ambiente )
Wilfried Teuber
( Planco Consulting - GTZ )

O Projeto Plangua Semads/GTZ, de Cooperao Tcnica Brasil-Alemanha, vem apoiando o Estado do Rio
de Janeiro no gerenciamento de recursos hdricos com enfoque na proteo de ecossistemas aquticos.

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Sumrio

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Apresentao
Introduo
Caracterizao dos rios e crregos no
Estado do Rio de Janeiro

Revitalizao de rios e crregos em


reas rurais

Revitalizao de rios e crregos em


reas urbanas

Mata ciliar
Tcnicas de
engenharia ambiental

Estudos de casos de revitalizao

Zona rural

Zona urbana

reas midas

Glossrio
Bibliografia
Anexo 1- Lista de espcies recomendadas para

recomposio de mata ciliar


Anexo 2 - Projeto de
revitalizao
Anexo 3 - Projeto paisagstico Vargem Pequena

Projeto Plangua Semads / GTZ

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Revitalizao de Rios
- orientao tcnica -

Revitalizao de Rios
- orientao tcnica -

Apresentao

presente trabalho, mais um da srie recursos hdricos, em busca de conhecimento


realizada no mbito do projeto mais profundo de projetos j realizados com
Plangua Semads/GTZ, de Cooperao Tcnica xito e para discusso do tema junto a
Brasil Alemanha, pretende dar apoio ao especialistas alemes.
Resultado dos novos conhecimentos
Estado do Rio de Janeiro na gesto dos
recursos hdricos. A revitalizao de rios e assimilados, este trabalho apresenta
crregos, a partir de exemplos europeus, o orientaes sobre procedimentos para
tema prioritrio. conservao e revitalizao de rios e crregos
Experincias realizadas na Europa fluminenses, indicando caminhos que, sob uma
demonstram que factvel a recomposio de nova abordagem, possibilitem a adoo de
rios, ou seja, o restabelecimento de seu estado novas tcnicas de engenharia ambiental que
primitivo, o mais natural possvel, no contribuam para a preservao e
obstante as restries e obstculos impostos desenvolvimento da biodiversidade e para que
ao processo no meio rural e urbano. se obtenha uma mais saudvel integrao das
Anteriormente, para mostrar a atividades humanas com o rio.
A nossa expectativa que esta
viabilidade do processo de revitalizao,
publicao
tenha uma ampla divulgao no s
publicou-se o trabalho intitulado Rios e
Crregos Preservar, Conservar, no Estado do Rio de Janeiro como em todo o
pas, de tal
Renaturalizar,
modo que
que em
conseqncia da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e funcione como
instrumento
grande
Desenvolvimento
Sustentvel
prtico para
demanda, em
esferas do poder
todo o Brasil,
pblico,
exigiu vrias
edies. Seguiu-se ainda uma srie de palestras sobretudo pelas prefeituras e a populao, que
em diversos municpios e universidades do podero encontrar nestas pginas
Estado do Rio de Janeiro, alm de estgios, na esclarecimentos para o trato da questo
Alemanha, de tcnicos da rea de gesto de ambiental e das guas.
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Revitalizao de Rios
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Agradecimentos
Estagirios da Cefet-RJ:
Adriane Vieira Fonseca
Igor Santos Santana
Tiago Belmont
Jorge Pio
A todos os participantes das palestras e dos seminrios
na Serla, nas universidades e nos municpios, pelas
contribuies e pelas crticas.
Os colegas da Alemanha agradecem muito pelo
acolhimento cordial, pela troca de idias e pela
cooperao amigvel.

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Revitalizao de Rios
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Introduo

Foto: Plangua

ios e crregos envolvem muito


mais que gua, so espaos
vitais para muitas espcies da flora
e fauna e permitem mltiplos
aproveitamentos pelo homem. No
incio dos ncleos urbanos, foram
determinantes para o
desenvolvimento das diversas
atividades humanas, assim como,
fundamentais na composio
paisagstica e urbanstica.
Nos dois ltimos sculos,
muitos rios e crregos foram
modificados com o objetivo de
acelerar o transporte das guas de
cheias, drenar baixadas midas para
incremento das culturas agrcolas e
ampliar reas para assentamento
das populaes. Tambm, muitas
vezes, as construes de vias
frreas e estradas foram motivo para
a retificao de rios. Pode-se
observar essas tendncias, em
muitos rios e crregos no Estado do
Rio de Janeiro. Na maior parte das
intervenes s foram considerados
os aspectos setoriais e
negligenciados os aspectos

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Rio canalizado

culturais, sanitrios, ecolgicos,


urbansticos e paisagsticos.
Uma ameaa para o homem
e para o meio ambiente o
lanamento de esgotos no-tratados
em rios e crregos, que os
impossibilitam de serem
aproveitados como reas de
recreao e lazer, entre outros usos
mais nobres.
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Revitalizao de Rios
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Atualmente, a gesto de
recursos hdricos inclui,
obrigatoriamente, os usos mltiplos
da gua . Para este fim, revitalizar
rios fundamental, para que haja
possibilidade de outros usos serem
(re)introduzidos e no apenas utilizlos como meio drenante e de
transporte de esgotos, lixo e das

guas de enchentes. Neste sentido,


a conservao e revitalizao de
cursos dgua, em reas urbanas e
rurais, e a proteo de guas
subterrneas se constituem,
tambm, em instrumento integral da
Gesto de Recursos Hdricos. Para
essas finalidades importante
reconhecer que:

. Rios e crregos so mais que simples transportadores de gua


. Rios e crregos devem ser protegidos contra lixo e esgotos com vistas sade
pblica
. Rios e crregos necessitam de seu espao natural de escoamento, suficiente
para evitar os danos provocados pelas enchentes
. Rios e crregos so reas de recreao, esporte, lazer e contemplao
. Rios e crregos tm influncia determinante nas paisagens, onde se torna
importante a preocupao com o bem estar e o equilbrio emocional do homem
. Rios e crregos tm papel decisivo no processo histrico de desenvolvimento
dos ncleos urbanos e de comunidades rurais
. Rios e crregos so ecossistemas complexos
. Rios e crregos apresentam mltiplos usos, mas precisam de quantidade e
qualidades mnimas para sua sobrevivncia
. Rios e crregos necessitam da assistncia e do envolvimento da populao na
sua preservao
. Rios e crregos no so somente reas de explorao econmica para o homem
. Rios e crregos so essenciais vida
Foto: Plangua

Rio Mambucaba ( Municpio de Angra dos Reis )

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Revitalizao de Rios
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Caractersticas dos rios


e crregos no estado

Paisagens de
guas superficiais

o Estado do Rio de Janeiro,


existem algumas regies que
possuem os mais elevados ndices de
precipitao do Brasil. Isto explica a
grande quantidade de guas
superficiais. A Serra do Mar, as
paisagens de colinas e as baixadas
costeiras com suas lagunas se
integram aos principais sistemas
ecolgicos, hidrolgicos, geolgicos e
climticos. A morfologia dos rios e
crregos e sua dinmica dependem da
combinao de diversos fatores, entre
os quais o clima, a geologia e a
geomorfologia. O maior rio do Estado,
o Paraba do Sul, se desenvolve parte
no Estado de So Paulo, corre ao
longo da divisa do Rio de Janeiro com
Minas Gerais e desgua no Oceano
Atlntico, no Municpio de Campos
dos Goytacazes, apresentando
diferentes paisagens ao longo de toda

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a extenso de seu curso, nas


cidades e na zona rural.
No trecho das montanhas e
colinas, os rios menores e os crregos
formam bacias alongadas muitas
vezes bem estreitas. Em muitos,
Foto: Plangua

Cascata Taunay, na Floresta da Tijuca ( Municpio do


Rio de Janeiro )

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Revitalizao de Rios
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Foto: Plangua

o leito se situa direto na rocha ou


formado por mataces. As inmeras
cachoeiras e quedas dgua nas
montanhas so atrativos tursticos por
sua paisagem e como espaos
adequados ao lazer.
Nos trechos mdios, com
paisagem de colinas, os cursos e as
velocidades das correntes so
comparveis aos da montanha, sendo
que o material constituinte do leito e
das margens , na maioria das vezes,
mais fino. Com a diminuio da
velocidade da corrente, os rios
formam meandros e espaos vitais
para diversas espcies, ampliando a
zona de contato gua-leito-margemmata ciliar.

Rochedos e seixos rolados formam leito dos rios e


crregos ( rio Preto, em Visconde de Mau,
Municpio de Resende, Rio de Janeiro )

Foto: Plangua

Originalmente, o Estado do Rio


de Janeiro esteve quase totalmente
coberto de mata. Quase todos os rios
e crregos apresentavam densas
florestas nas margens. Estas
florestas foram destrudas com o
avano do cultivo do caf e,
posteriormente, com a extenso das
pastagens para a agropecuria.
Atualmente as matas ciliares so
quase inexistentes. Diversas
comunidades biticas fluviais foram
extintas com a retificao dos rios,
principalmente nos vales com baixa
velocidade.

Trecho de rio com curso natural na


Serra do Mar com floresta de Mata Atlntica
( Parque Nacional de Itatiaia, Rio de Janeiro )

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Foto: Plangua

Curso natural de rio com blocos de


rocha no leito ( Municpio de Maca,
Rio de Janeiro )

Foto: Plangua

Trecho de rio com grupos de arbustos


e rvores ( Municpio de Casimiro de
Abreu, Rio de Janeiro )

Foto: Plangua

Curso natural com pouca


vegetao ( Municpio de Angra
dos Reis, Rio de Janeiro )

Foto: Plangua

Curso natural de rio acompanhado de mata


ciliar ( rio Santa Catarina, Fazenda
Carrapeta, Municpio de Conceio de
Macabu, Rio de Janeiro )

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Foto: Plangua

Foz natural de rio, no Oceano


Atlntico, ( Municpio de Paraty,
Rio de Janeiro )

Foto: Plangua

Rio com depsitos rochosos


( rio Muria, Municpio de
Itaperuna, Rio de Janeiro )

Foto: Plangua

Rio Paraba do Sul


( Municpio de Trs Rios,
Rio de Janeiro )

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Revitalizao de Rios
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Revitalizao de rios e
crregos em reas rurais

s rios e crregos, que passam


por plancies, formam curvas
bem caracterizadas ( meandros ) por
causa de sua baixa velocidade.
Ampliam o potencial ecolgico e
melhoram a qualidade ambiental por
oferecer condies naturais ao
desenvolvimento das espcies.
A partir da primeira metade do
sculo XX, alguns rios foram
retificados e suas extenses
diminuram. O objetivo foi baixar o

nvel fretico, drenar as guas e


aproveitar as terras para a agricultura,
a pecuria e expanso urbana. Com
a perda da mata na bacia contribuinte
e ao longo dos rios e crregos, as
vazes naturais se modificaram. As
guas passaram a escoar com maior
velocidade e a eroso aumentou. As
guas correntes se aprofundaram,
formando-se terraos nas margens.
Como decorrncia dessas
transformaes, verificaram-se grandes
Foto: LfW, Munique

Retificao de meandros de rios ( iniciado em 1900, na Alemanha )

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Revitalizao de Rios
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prejuzos aos ecossistemas e o


rebaixamento do leito do curso dgua.
A retirada da mata ciliar causou a
perda da estrutura do solo e dos
organismos, afetando bastante os
lugares propcios alimentao,
desova e s condies de vida da
fauna aqutica e ribeirinha, alm de
potencializar a eroso. As retiradas de
areia tambm afetaram o ecossistema
aqutico. O leito do rio se aprofundou
de modo significativo e obras, como

pontes e travessias, passaram a


correr riscos de desabamento.
A recuperao dos cursos
dgua at a sua forma original, quase
sempre, necessita de grandes reas e
isso pode tornar muito onerosa e
praticamente impossvel de se realizar.
Entretanto, sempre h possibilidades
de melhorar a situao ecolgica de
rios retificados, atravs de projetos de
revitalizao com as seguintes
medidas:

. Permitir que o rio desenvolva um curso mais natural e volte a formar meandros.

Depois de um certo tempo, os processos erosivos fluviais se estabilizariam e assim,


facilitariam o ressurgimento da biota, e conseqentemente a revitalizao do rio. Em
comparao situao anterior (rio retificado), necessita-se de mais reas marginais

. A mata ciliar melhora as condies ecolgicas, hidrolgicas e morfolgicas. Por isso,

nesses trechos de rios deve-se proteger ou plantar mata de espcies nativas. Em geral,
utiliza-se uma faixa com largura mnima de 30 metros, nas reas rurais, para
atendimento ao disposto no Cdigo Florestal

. Suspender as retiradas de areia para deter o aprofundamento do leito do rio. Esse

rebaixamento responsvel pela escavao das infra-estruturas de pontes e outras


obras, tornando-as instveis

Foto: Plangua

Rio retificado. O leito arenoso, pobre em estruturas fluviais tpicas, baixa oferta de bitipos para plantas e animais (
rio Maca, Rio de Janeiro )

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Revitalizao de Rios
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Foto: Plangua

A retirada de areia causou o aprofundamento do leito ( rio So Joo )

Foto: Plangua

Aprofundamento do leito, em conseqncia o bloco no meio foi escavado com risco para a ponte

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Revitalizao de Rios
- orientao tcnica -

As possibilidades para uma


revitalizao de rios e crregos em
zonas rurais so muito maiores, ao
contrrio dos rios e crregos em zonas
urbanas, pela facilidade de se obter
maiores reas e por suas guas
serem menos poludas.
A idia da recuperao dos rios
com mata ciliar deve ser propagada e
realizada com a cooperao de todos
os atores: populao local, fazendeiros,

pequenos produtores e especialistas


das entidades pblicas de recursos
hdricos, florestais e agrcolas.
Fazendeiros interessados devem ser
motivados para participarem dos
estudos de recuperao de rios e
formar base para a gesto integrada
dos recursos hdricos da bacia, assim
como os municpios, Comits de
Bacia e os Consrcios
Intermunicipais.

Foto: Plangua

Crrego retificado com leito aprofundado. A eroso das margens poderia ser detida com o plantio de mata ciliar
contnua

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Revitalizao de Rios
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Foto: Plangua

Calha retificada e brao morto ( calha antiga )

Foto: Plangua

O curso do crrego foi retificado para fins de drenagem do vale

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Revitalizao de Rios
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Foto: Plangua

3.7

Situao inicial
(retificado)

- Dispor de faixas marginais


(compra de terreno pelo poder pblico);
- Retirar as construes das margens
(muros, enrocamentos, etc.);
- Transformar o uso do solo
na faixa marginal de proteo.

aumento da calha atravs


de obras transversais

obras longitudinais
plantao
de mudas
matas nas
baixadas inundveis
(terras midas, brejos)

Fase I

Promover o desenvolvimento prprio atravs


de medidas de manuteno

Fase II

- Observar o desenvolvimento natural;


- Permitir uma sucesso natural;
- Intervir com mtodos da engenharia
ambiental quando necessrio.

Fase III

Rio sinuoso nas plancies de


inundao

Incentivos de processos fluviais desenvolvem trechos de rios e crregos mais naturais as calhas retificadas se transformam em calhas mendricas
( sistema de formao do leito )

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Revitalizao de Rios
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Revitalizao de rios e
crregos em reas urbanas

Situao inicial

istoricamente os rios e
crregos das reas urbanas
foram muito mais modificados do que
os das reas rurais.
Com a urbanizao e a
impermeabilizao de pequenas
bacias contribuintes, as vazes nos
cursos dgua aumentaram. A
urbanizao desenfreada vem
ocupando reas naturais de
alagamento e atingindo diretamente
as funes naturais dos cursos dgua
e assim prejudicando as prprias
populaes. Esta ocupao com
casas, indstrias e vias de transportes
vem estreitando as reas naturais de
escoamento e ampliando o perigo das
enchentes. Com isso, as freqncias
de inundaes e os danos causados
aumentaram e ainda aumentaro se
permanecer esta situao.
Ao longo do processo de
ocupao urbana as sucessivas
administraes vm negligenciando a

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necessidade de espao ao longo


dos rios, autorizando ocupaes
inadequadas ao longo das faixas
marginais de proteo.
O lanamento de esgotos in
natura agrava a situao ecolgica e
Foto: Plangua

Crrego em zona urbana estrangulado pela urbanizao


ribeirinha e poludo por esgotos

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Revitalizao de Rios
- orientao tcnica -

sanitria dos rios e crregos. Existem


zonas urbanas onde os rios e crregos
deixam de cumprir suas mltiplas
funes e usos e passam a ser
somente receptor de dejetos. A
populao ribeirinha, que lana seus
esgotos diretamente nas guas, sofre
com o mau cheiro e com o perigo de
doenas de veiculao hdrica.
Essas guas no podem ser
aproveitadas para lazer, pois o contato
torna-se um risco sade pblica.
Com isso, verifica-se que a primeira
etapa para a recuperao de rios e
crregos, tornando-os mais naturais,
sanear e tratar os efluentes antes de
lan-los. As inmeras fontes de
esgotos devem ser coletadas, tratadas
e depois lanadas corretamente aos
cursos dgua.
Assim sendo, conclui-se que,
quando houver planejamento de novos
empreendimentos, dever ser previsto
logo na primeira etapa, o tratamento
de esgotos, visando a melhoria da
qualidade da gua.
Tambm tem sido prtica
comum utilizar rios e crregos como
transportadores de lixo, sobretudo em
Foto: Plangua

Foto: Plangua

Rio canalizado

locais onde no h coleta de lixo


regular. A coleta eficiente em zonas
urbanas outra etapa para o
saneamento desses cursos dgua.
Mesmo com a coleta ainda se
observa grande quantidade de material
plstico flutuante, indicando
claramente que a gua superficial tem
sido o lugar preferido pela populao
para se livrar do lixo. Torna-se
portanto indispensvel implementar a
coleta e ao mesmo tempo
conscientizar a populao ribeirinha da
necessidade de dispor o lixo
corretamente.
Muitos dos rios e crregos, em
reas urbanas, so estrangulados pela
urbanizao e vias de transportes,
prejudicados pelos esgotos sem
tratamento e pelo grande volume de
lixo, que geram mau cheiro,
transmitem doenas e causam
enchentes. Isso pode levar, mais
tarde, os administradores a

Muitos crregos so utilizados como depsito de lixo.


Em pocas de enchentes, o lixo se acumula
causando inundaes

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Revitalizao de Rios
- orientao tcnica -

canalizados at a dcada de 70, com


transformar os leitos dos rios em
implantao de galerias, construdas
perfis regulares de concreto, em
para esconder as guas poludas e
forma de caixa, com margens
afast-las do convvio da populao.
revestidas, isto , construir canais ou
galerias de concreto. A meta, nesses Entretanto, atualmente se reconhece
que esta no foi a soluo mais
casos, transportar as guas rio
abaixo o mais
rpido
possvel, para
resolver
problemas
locais, sem
observar o
aumento do
problema a
jusante. Seu
destino a
galeria de
concreto.
Canalizados e
enterrados,
desaparecem
da superfcie,
correm por
Lixo retido junto a um pilar de ponte
debaixo das
ruas e no
existem mais para a populao.
adequada, pois outros problemas
Somente as enchentes e as doenas foram criados. Com programas de
lembram a sua existncia quando as revitalizao podem-se recuperar a
galerias no conseguem mais
morfologia natural dos rios, de forma
transportar as guas excedentes.
criteriosa e de modo a libert-los do
Embora o processo de
concreto e exercer as suas mltiplas
ocupao urbana da Europa tenha
funes.
sido diferenciado do Brasil, as guas
dos rios e crregos tambm foram
Foto: Plangua

Foto: Plangua

A urbanizao ocupa
parte do leito do rio

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Revitalizao de Rios
- orientao tcnica -

Tentativas de solues
Rios e crregos adaptados
natureza, com guas limpas e
salubres, valorizam as regies
urbanas e contribuem para melhoria
da qualidade de vida da populao.
Estes cursos dgua so
importantes, principalmente para a

recreao em zonas densamente


povoadas. Quando integrados em
parques naturais ou reas verdes,
acessveis a todos, sua importncia
aumenta. As guas dispem de
espao suficiente, onde as enchentes
podem ocorrer sem causar maiores
danos populao.
Para a recuperao de rios e
crregos em reas urbanas seguem-se
as seguintes diretrizes:

. Proporcionar uma evoluo dos cursos dgua com reas adicionais para recuperao
de uma morfologia mais natural, dentro do possvel

. Impedir o lanamento de esgotos sem tratamento em rios e crregos


. Impedir a disposio de lixo nas margens e nos leitos de rios e crregos
. Promover a melhoria dos rios j canalizados, buscando a valorizao da paisagem e

adaptando-os para seu aproveitamento, principalmente como rea de recreao e lazer


Foto: Plangua

Esboo de sees
tranversais de cursos
dgua cujo tipo de
recuperao depende da
rea disponvel

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O rio est sendo


canalizado com
concreto: a natureza
est morrendo

Revitalizao de Rios
- orientao tcnica -

Foto: Plangua

Foto: Plangua

Esquema de
revitalizao de
crregos

Foto: Plangua

A recuperao de rios e
crregos necessita da
preservao de reas
livres disponveis para
sua evoluo natural

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Revitalizao de Rios
- orientao tcnica -

Para isso, so necessrias as


seguintes medidas:

Foto: LfW, Munique

. Proporcionar a evoluo natural


dos cursos dgua com mais
criatividade e menos concreto

Na fase de planejamento urbano devese dispor de reas suficientes nas


margens de rios e crregos a fim de
propiciar mais reas verdes ao longo
destes. Se esta medida for adotada,
pelo menos nas zonas urbanas em
expanso, contribuir bastante para a
conservao dos cursos dgua, sem
necessidade de grandes investimentos.
Este planejamento exige mais
criatividade e torna suprfluo
investimento com canalizao. Exige
ainda ativa fiscalizao das populaes
locais e das prefeituras para se evitar
invases.

Uso da gua para recreao infantil

Princpios para o remodelamento de rios e crregos adaptados natureza:

. Buscar a morfologia mais natural dos rios


. Prever sees transversais amplas e variadas, respeitando o perfil suficientemente
adaptado s enchentes naturais
. Arborizar e/ou restabelecer a vegetao espontnea marginal com tcnicas de
engenharia ambiental
. Restabelecer a continuidade dos cursos dgua para a fauna migratria
( piracema )
. Restabelecer locais para a desova e bitopos aquticos, sempre que possvel,
lembrando a importncia da evoluo natural e a dinmica dos rios e crregos
. Modelar bitopos e sua interligao
. Facilitar acesso da populao gua e s margens para efeito de lazer e recreao
. Impedir o lanamento de esgotos
sem tratamento em rios e crregos

O tratamento de esgotos condio


inicial para recuperar rios e crregos.
A meta no deixar que esgotos no26

tratados ou insuficientemente tratados


sejam lanados em rios e crregos.
Para isso necessrio coletar os
efluentes em tubulao especfica e
transport-los para uma estao de
tratamento. S depois de tratados
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Revitalizao de Rios
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Foto: Plangua

podem ser lanados nos rios e


crregos. Quanto melhor o tipo de
tratamento, melhor a qualidade dos
cursos dgua. A melhor tcnica de
tratamento desses efluentes vai
depender das condies locais. Se
houver rea disponvel, os esgotos
podem ser tratados em lagoas
artificiais ou com mtodos
combinados ou ainda outros tipos de
tratamento.

. Impedir a disposio de lixo s

margens e no leito dos rios e crregos


A degradao de rios e crregos pelo
lixo um grave problema
principalmente nas reas urbanas
sem coleta de lixo regular. A soluo
importante visando a melhoria da
sade pblica e da qualidade dos
rios e crregos. A dimenso do
problema pode ser observada
principalmente depois de enchentes
pela abundncia de materiais
diversos acumulados. tarefa das
comunidades e da administrao
pblica encontrar solues para evitar
estes costumes e estabelecer a
coleta regular de lixo. As
comunidades podem e devem
participar na limpeza e manuteno.

Um rio com calha de concreto no atende s suas


mltiplas funes

. Promover a melhoria dos rios j


canalizados

Mesmo com as restries,


inquestionveis, que levaram ao
emprego macio de obras hidrulicas,
h possibilidades de mitigao dos
impactos e de melhoria ambiental. No
caso de construo de uma estrada de
via urbana, por exemplo, pode-se
aproveitar a oportunidade para
remodelar trechos de rios e crregos
canalizados, adaptando-os s
condies naturais.
Foto: Plangua

Um trecho de crrego em zona urbana,


canalizado, com recuperao
espontnea da feio natural
( Itanhang, Rio de Janeiro )

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Revitalizao de Rios
- orientao tcnica -

Foto: Plangua

Trecho de rio com margens


modeladas

Foto: Plangua

Restam reas disponveis para a


remodelao do crrego. Coletandose os esgotos, a gua se torna mais
limpa e pode servir como zona de
recreao para a populao ribeirinha

Foto: Plangua

O homem utiliza as margens de rios


e crregos como reas verdes
valorizando a paisagem

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Revitalizao de Rios
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Mata ciliar

Foto: Plangua

riginalmente, grande parte do


Estado do Rio de Janeiro era
coberta de florestas, inclusive nas
margens dos rios, onde so chamadas
de matas ciliares. Com o
desenvolvimento da agricultura e
pecuria, as matas ciliares foram
cedendo espao para pastagens ou
culturas agrcolas que se estendem
at a beira dos rios e corpos dgua,
influenciando negativamente a fauna
local.

Trecho de rio com matas ciliares

Foto: Plangua

As matas ciliares tm
importante papel na ecologia
e na hidrologia de uma bacia
hidrogrfica, pois auxiliam na
manuteno da qualidade da
gua, na estabilidade dos
solos das margens, evitando
a eroso e o assoreamento,
no desenvolvimento e
sustento da fauna silvestre
aqutica e terrestre ribeirinha
e na regularizao dos
regimes dos rios atravs dos
lenis

Trecho do rio sem arborizao

outubro/2001

29

Revitalizao de Rios
- orientao tcnica -

30

freticos. Elas
absorvem ainda
quantidades de
adubos e
defensivos
agrcolas
excedentes das
lavouras, que de
outra forma iriam
poluir os rios, pois
estas matas
funcionam como
um filtro do
escoamento
superficial das
As margens de rio sem arborizao sofrem eroso
chuvas.
Para
conservao dos solos e dos
colonizadoras de solos sem
recursos hdricos, imprescindvel a
cobertura ( pioneiras ), assim como
recomposio das matas ciliares com de espcies que necessitam de
espcies adequadas a esta
sombreamento ou so mais frgeis
( secundrias e clmaxes ), de forma
finalidade. Muitas vezes, so
espcies adaptadas a excessos
a induzir a dinmica de
peridicos de gua. Tambm
desenvolvimento natural e a
recomendado o uso de uma mistura
formao de uma floresta como a
de espcies mais agressivas e
original do local.
A recomposio de mata ciliar
se d em faixas ao longo dos rios e
Foto: Plangua
reservatrios, utilizando sempre uma
mistura de espcies nativas em
geral. O espaamento pode variar
entre, 2m x 2m a 3m x 3m. Para o
bom desenvolvimento das mudas,
necessrio o controle do capim, com
duas ou trs roadas por ano ao
redor das mudas, isto nos primeiros
anos. Nesta fase podem ser
plantadas culturas agrcolas nas
faixas entre as mudas; depois de
certo tempo, o sombreamento
impede que esta prtica continue.
Tambm deve ser realizado nos
primeiros anos o controle de
formigas cortadeiras, atravs da
utilizao de iscas apropriadas.
importante o cercamento
das reas de mata ciliar, para que o
gado no danifique as mudas, mas
sempre deixando um caminho
cercado para que este possa saciar
Pastagens substituem as florestas naturais, causando eroso

Foto: Plangua

outubro/2001

Foto: Plangua

Revitalizao de Rios
- orientao tcnica -

Outra medida imprescindvel


a abertura de aceiros, que so uma
faixa de trs metros de largura,
mantida limpa, principalmente na
poca de seca, de modo a formar uma
barreira corta-fogo que evita a
propagao de incndios de pastagens
ou culturas agrcolas para a mata ciliar.
No anexo 1, esto listadas
algumas espcies recomendadas para
a recomposio da mata ciliar no
Estado do Rio de Janeiro.

Mata ciliar hospeda


mltiplas espcies de
plantas

Foto: Plangua

Margem de rio com vegetao


marginal. A vegetao protege a
margem contra processos
erosivos da gua

Foto: Plangua

Trecho de rio com grupos de


arbustos e rvores

outubro/2001

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Revitalizao de Rios
- orientao tcnica -

Foto: Plangua

Mata ciliar, proteo


da margem e
bitopo especial

Foto: Plangua

Mata ciliar
enriquece o complexo
ecolgico fluvial

Foto: Plangua

Faixa de
mata ciliar

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Revitalizao de Rios
- orientao tcnica -

Foto: Plangua

Evoluo da implantao da mata ciliar. Pr-requisito: rea disponvel e protegida contra o pastoreio

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Revitalizao de Rios
- orientao tcnica -

Foto: LfW, Munique

A plantao de mudas
necessita de assistncia,
como por exemplo a retirada
de ervas daninhas, a poda e
a proteo contra o gado

Foto: LfW, Munique

Faixa marginal com grupos de


rvores, com cerca de 5 anos
aps o plantio, esquerda.
direita, faixa de proteo no
utilizada pela agricultura, para
reduo da entrada de nutrientes
e agrotxicos no rio e para a
reduo de eroso

Foto: Plangua

A mata ciliar, interligando


gua e terra, hospeda
mltiplas espcies de
plantas: suas frutas so
alimentos para os animais
silvestres

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outubro/2001

Revitalizao de Rios
- orientao tcnica -

Tcnicas de
engenharia ambiental

engenharia ambiental utiliza


tcnicas apropriadas a fim de
compatibilizar obras e interesses tais
como: proteo contra enchentes,
drenagem, irrigao, recreao,
esportes aquticos, aproveitamento
hidreltrico e a proteo das espcies;
minimizando, desta maneira, os
impactos ambientais nos sistemas

fluviais.
Um planejamento adequado
que integre a preservao dos corpos
hdricos naturais e valorize a
paisagem, incluindo a proteo das
reas marginais necessrias
dinmica dos rios e crregos
imprescindvel para um projeto de
revitalizao.
Foto: Plangua

Proteo de margem
com entranamento de
salgueiros

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Revitalizao de Rios
- orientao tcnica -

Para o sucesso deste


empreendimento, tambm essencial
o saneamento dos esgotos sanitrios e
a prtica de tcnicas adaptadas
natureza de modo a reduzir as
interferncias e os impactos ao
mnimo nas funes dos cursos
dgua, como por exemplo:

. Emprego de degraus transversais em

substituies aos vertedouros para permitir


o fluxo migratrio das espcies

. A utilizao combinada de pedras com

vegetao, reduzindo ao mximo o uso de


concreto

A engenharia ambiental utiliza


a tcnica de proteo de margens com
grama, arbustos e rvores,
amplamente empregada na Europa,

Proteo das
margens com
entranamento
de varas

36

pelo grande valor esttico e


importante funo ecolgica. O
plantio de galhos de rvores, que
promove o crescimento de brotos,
constitui uma boa tcnica de combate
a eroso, juntamente com a utilizao
de troncos e ramos de rvores, bem
como uso de gramneas e juncceas.
Os materiais utilizados na
engenharia ambiental so
provenientes, quase sempre, de locais
muito prximos do rio. Isto proporciona
a reduo de custos de transporte e do
empreendimento. importante
considerar, tambm, que a
implantao dessas medidas, em
geral, no necessita de grandes
volumes de obras como nas
construes convencionais. Todavia,
exige uma boa manuteno, limpeza
permanente das reas circunvizinhas,
preservao de rvores antigas,
fortalecimento e
Foto: LfW, Munique
desenvolvimento de
plantas com
assistncia de
agrnomos,
paisagistas e outros
profissionais
envolvidos.
O sucesso da
engenharia
ambiental so a sua
fcil aplicabilidade e
custos reduzidos. A
engenharia
ambiental tem por
princpio: o uso
racional de materiais
simples, como
madeira e pedras,
utilizados de forma
mais natural, a
interdisciplinaridade
e o concurso da
experincia de
profissionais
qualificados para o
trato dos ambientes
naturais.
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Entranamento
de varas

Revitalizao de Rios
- orientao tcnica -

Foto: LfW, Munique

Foto: UM Baden-Wrtt

Proteo de margem
com estacas de
madeira

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Revitalizao de Rios
- orientao tcnica -

Foto: LfW, Munique

Troncos de rvores ancorados com estacas para proteo da margem

Foto: LfW, Munique

Proteo de margem com troncos de rvores ancorados

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Revitalizao de Rios
- orientao tcnica -

Foto: LfW, Munique

Posicionamento dos espiges e eroso das margens

Obs.: Os espiges de madeira ou de pedra devem considerar as diferentes


condies de variao da vazo: situao ( de cheias guas baixas ) para
evitar a eroso das margens

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Revitalizao de Rios
- orientao tcnica -

Foto: UM Baden-Wrtt

Proteo de margem
com faxinas no
p do talude e estacas
no talude

Foto: LfW, Munique

Proteo de margem
com galhos e
plantao de mudas

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Revitalizao de Rios
- orientao tcnica -

Foto: UM Baden-Wrtt

Proteo de margem com faxina cilndrica e estacas


Foto: LfW, Munique

Proteo de margem com faxinas

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Revitalizao de Rios
- orientao tcnica -

Foto: LfW, Munique

Pedras envolvidas com faxinas de vime ou piaava

Foto: LfW, Munique

Proteo de margem com instalao de uma faxina de tela de arame, tecido de coco, pedras, terra e plantas vivas

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Revitalizao de Rios
- orientao tcnica -

Foto: LfW, Munique

Proteo de margem com instalao de faxinas de salgueiros

Foto: LfW, Munique

Proteo de margem depois do crescimento dos brotos

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Revitalizao de Rios
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Foto: UM Baden-Wrtt

Proteo de margem com fixao de rvores cortadas

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Razes e pedras grandes


para a proteo localizada
de margem

Revitalizao de Rios
- orientao tcnica -

Foto: LfW, Munique

Foto: LfW, Munique

Vertedor de concreto
forma barreira para
espcies migratrias

Foto: LfW, Munique

Vertedor substitudo por


degraus transversais,
permite o fluxo migratrio
das espcies

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Revitalizao de Rios
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Foto: Plangua

Vertedor substitudo por degraus transversais

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Revitalizao de Rios
- orientao tcnica -

Estudos de casos de
revitalizao

Zona rural ( rio So Pedro )


Situao inicial

rio So Pedro nasce no Pico


do Frade e modifica sua
declividade, a jusante do povoado de
Glicrio, no municpio de Maca, num
trecho de colinas. Grandes blocos de

rocha e cascalho caracterizam seu


curso mdio. Este rio de montanha
tem forte declive e corre por entre
blocos de rocha existentes.
Aps cruzar a estrada de
Glicrio, o rio apresenta um curso com
declive mais suave e uma grande
deposio de seixos grossos. O rio se
ramifica em vrios braos formando
Mapa: Plangua

Bacia do rio So Pedro (


Municpio de Maca )

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Revitalizao de Rios
- orientao tcnica -

ilhas cobertas de vegetao. Em


poca de enchentes, parte das ilhas
so levadas e novas ilhas se formam
modificando a posio do leito, dos
braos e forma dos meandros.
Depois dessa transio, o rio
apresenta-se mendrico, devido
baixa declividade e leito arenoso. A
jusante, o rio se desenvolve em solo
arenoso, escavando seu leito maior e
formando terraos fluviais tpicos.
Esse processo se iniciou com o
desmatamento na segunda metade do
sculo XIX, para a lavoura do caf e
ainda no terminou. Pode-se observar
nos taludes sem vegetao a gua
escavando sua base e o material
deslizando, tornando impossvel a
fixao de vegetao nas suas
margens. Se reas de cultivo no
forem afetadas, no se deve influir
nesse processo, isto , no se deve
revestir as margens. Em alguns
trechos, da estrada para Glicrio, que
se desenvolve junto ao rio, existem
riscos de danos e, apenas nesse caso,
se recomenda proteger as margens.

Sugestes
Na rea urbana de Glicrio, o rio
corre no seu leito natural de rochas
e seixos. Se houver problemas com
os imveis construdos junto s
margens, ser mais econmico a
remoo dos mesmos para um novo
local afastado do rio do que revestir
a margem para proteo destas
construes, que so invases
faixa marginal de proteo.
Na zona de transio entre o
trecho de montanha e o de plancie,
o rio apresenta grande largura e
condies naturais mais preservadas.
Se a urbanizao for permitida muito
prxima do rio e o seu curso ficar
limitado com obras hidrulicas, ele
escavar e aprofundar seu leito,
deslocando seu trecho de transio,
com assoreamentos para jusante.
Uma possvel interveno
nesses sistemas fluviais, acarretar
grandes custos para implantao de

Foto: Plangua

Rio So Pedro, na zona urbana de Glicrio, Municpio de Maca. O leito rochoso, com mataces, bem natural e estvel

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Revitalizao de Rios
- orientao tcnica -

Foto: Plangua

Rio So Pedro, a jusante de Glicrio. O rio entra na plancie, reduz seu declive e comea a depositar areia, seixos e
cascalhos

obras hidrulicas. Alm disso, os


problemas a serem solucionados
transferem-se para jusante, onde os
moradores reivindicaro os mesmos
tipos de obras hidrulicas. A soluo
mais econmica ser, portanto, deixar
espao suficiente para o
desenvolvimento natural do rio, isto ,
sem urbanizao e no influenciando o
desenvolvimento prprio do curso
dgua. Os moradores que
construram, ou que iro construir suas
casas perto do rio, devero ser
advertidos dos riscos que esto
sujeitos com as enchentes ordinrias.
A soluo mais econmica, eficaz e
segura para o municpio e seus
moradores garantir espao suficiente
para o rio e construir as casas
guardando distncia suficiente das
margens. Os municpios devero
definir estas reas como non
aedificandi e exercer a devida
fiscalizao. Obras hidrulicas locais
no so convenientes, por causarem,
a longo prazo, o revestimento total das
margens do rio, com altos custos
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diretos e indiretos.
A situao do rio no trecho da
estrada Maca - Glicrio diferente.
O rio retira material dos taludes e a
estrada corre risco de desmoronar.
Como a estrada no pode ser
deslocada, face ao alto custo de
relocao, necessrio proteger a
base do talude contra os processos
erosivos da gua e cobrir os mesmos
com vegetao.
Em virtude do substrato
arenoso existente, deve-se utilizar,
nesse caso, tecnologia adaptada a
natureza, de preferncia com galhos e
troncos de rvores. Troncos de
rvores salientes das margens,
utilizados como espiges, desviam a
correnteza, construes com materiais
de galhos protegem a base do talude e
promovem sua arborizao
simultaneamente. A vegetao que
cresce assumir a proteo contra os
processos erosivos e estabilizar
assim a margem e o talude. Exemplos
de tcnicas de engenharia ambiental
foram apresentados anteriormente.
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Revitalizao de Rios
- orientao tcnica -

Foto: Plangua

Na zona de transio
entre serras e colinas, o
rio So Pedro deposita
um cone de aluvio e
forma ilhas e braos

Foto: Plangua

O rio So Pedro se
aprofundou no vale
arenoso e formou
terraos

Foto: Plangua

Na zona de transio, depositamse grandes materiais rochosos


nas curvas de rios. Observa-se
os terraos que o rio formou em
tempos recentes ( a partir do
desmatamento )

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Revitalizao de Rios
- orientao tcnica -

Foto: Plangua

Trecho de rio escavado no talvegue

Foto: Plangua

Onde h vegetao, h estabilidade dos taludes nas margens

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Revitalizao de Rios
- orientao tcnica -

Foto: Plangua

Margem erodida. Com


vegetao, estas
margens podem ser
protegidas

Foto: Plangua

Eroso dos taludes fluviais.


Acima desses taludes
passa a estrada MacaGlicrio, por isso o talude
deve ser protegido

Mapa: Plangua

Construo de
engenharia ambiental
prevista no rio So
Pedro

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Situao inicial
O rio Vargem Pequena nasce nas
montanhas da Serra do Mar no
macio da Pedra Branca, no
municpio do Rio de Janeiro e quase
no apresenta poluio ou lixo nas
cabeceiras.
No povoado de Mont Serrat,
situado ao p das montanhas, o rio
atravessa a rea urbana, com seo
em forma de trapzio, leito com
cerca de 1m de largura,
profundidade em relao ao terreno
adjacente de at 3m e taludes de
aproximadamente 1:1, cobertos com
arbustos e algumas rvores,
incluindo bananeiras.
H inmeros lanamentos de
efluentes de esgotos domsticos das
casas ribeirinhas, poluindo o rio,
sendo o leito coberto por uma
camada de lodo preto-cinza.

Revitalizao de Rios
- orientao tcnica -

rea urbana ( crrego VVargem


argem Pequena )
Canalizao do
esgoto
O planejamento prev a
implantao de coleta de esgotos,
que sero tratados em tanques
spticos e depois lanados no rio a
jusante da comunidade. O
tratamento de esgotos prrequisito para o saneamento e a
revitalizao do rio.
No anexo 3 apresenta-se o
projeto elaborado para valorizar a
faixa marginal remanescente e
propiciar a melhoria da qualidade
ambiental de vida da populao
local.

Revitalizao do
trecho do rio
Para o saneamento e a recuperao
do trecho do rio junto comunidade de
Mont Serrat necessrio:
Foto: Plangua

Bacia do rio
Vargem Pequena

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Revitalizao de Rios
- orientao tcnica -

. Implantar a rede coletora e tratar os efluentes dos esgotos


. Retirar o assoreamento do leito
. Planejar e implantar calha suficiente para transportar as guas de enchentes
. Possibilitar o acesso da populao ao rio
. Complementar a vegetao ciliar e plantar rvores ao longo7.2.0
da estrada
. Retirar o lixo e o entulho de obras das margens e no leito do rio
.esgotos
Implantar educao ambiental na comunidade para evitar o lanamento de lixo e
.equipamentos
Urbanizar toda a rea, valorizando o aspecto esttico do rio, implantando
de lazer e reas verdes

Foto: Plangua

Foto: Plangua

O rio Vargem Pequena


na comunidade de
Mont Serrat

Foto: Plangua

Foto: Plangua

Leito do rio com


lodo de esgoto e
vegetao marginal
alterada

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As rvores antigas no talude merecem preservao

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Revitalizao de Rios
- orientao tcnica -

Foto: Plangua

Taludes com
bananeiras

Foto: Plangua

Lanamento de
esgotos das
casas lindeiras

Foto: Plangua

Tubulao de
esgotos e
leito lodoso

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Revitalizao de Rios
- orientao tcnica -

Foto: Plangua

Leito do rio com


vegetao
abundante

Ilustrao: Plangua

Foto: Plangua

Plano de saneamento do rio Vargem Pequena

A recuperao de trechos de rios adaptados natureza


requer boa cooperao e compreenso de todos os
participantes

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Revitalizao de Rios
- orientao tcnica -

Ilustrao: Plangua

Plano de plantio do rio Vargem Pequena ( ver projeto paisagstico no anexo 3 )

reas midas ( recuperao de bitopos midos na zona do cultivo da cana-de-acar


cana-de-acar,, em Campos dos Goytacazes )
Na plancie de Campos, o cultivo da
cana de acar foi intensivo depois de
1940. As reas midas nas
depresses da plancie foram
drenadas para obteno de novas
reas de plantio.
Para compensar a falta de
gua na estiagem, as culturas de cana
so irrigadas. Como a oferta de gua
restrita, pensa-se em represar as
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depresses, a fim de se obter gua


para a irrigao e recuperar os
bitopos midos.
Em princpio, a recuperao de
bitipos midos demanda a conteno
de guas e pode ser avaliado
positivamente, do ponto de vista
ecolgico e paisagstico. Com a
construo de barragens de pouca
altura formam-se lagos que, com a
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Revitalizao de Rios
- orientao tcnica -

evaporao e a captao de gua


para irrigao, secam
temporariamente. Isto pode ocorrer
tambm com lagoas naturais em
tempos de seca. Os animais e as
plantas tpicos desses bitopos esto
adaptados a essas

condies extremas e sobrevivem.


Mesmo assim, aconselha-se manter
uma quantidade mnima de gua para
garantir, por exemplo, a sobrevivncia
de peixes devoradores de larvas de
mosquitos e de outros insetos.

Dados tcnicos propostos para o caso de Campos:

. Altura das barragens: aproximadamente 1,5m sobre o terreno


. Taludes: Inclinao no lado da gua: 1:3 e no lado de jusante entre 1:6 at 1:10.
Os taludes devem ser estabilizados com gramneas

. Largura de crista do dique: cerca de 3m


. Represa-se a gua e implanta-se, para controlar o nvel de montante, uma

estrutura vertedoura do tipo tulipa ou de pranchas de madeira, tipo stop-logs. Nos


perodos de chuvas intensas, a gua pode ultrapassar a crista da barragem e correr
pelo talude suave de jusante, sem causar maiores danos barragem de terra,
sendo necessrias pequenas manutenes
Ilustrao: Plangua

Esquema de barragem com vertedor tulipa ( corte A - B )

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Revitalizao de Rios
- orientao tcnica -

Ilustrao: Plangua

Detalhe da estrutura vertedoura com stop-log

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Ilustrao: Plangua

Detalhe da estrutura vertedoura com stop-log

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Revitalizao de Rios
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Glossrio

Assoreamento Processo de elevao de uma superfcie por deposio de


sedimentos.
Biota Conjunto de plantas e animais existentes dentro de uma determinada rea.
Bitipo Conjunto de indivduos cujos patrimnios genticos muito se assemelham.
Bitopo Componente fsico do ecossistema, lugar onde vivem os bitipos.
Cone de aluvio Depsito de material detrtico que aparece no leito a jusante do
escoamento.
Enchente ordinria Enchente com tempo de recorrncia entre 1 e 5 anos.
Eroso Desgaste do solo por gua corrente, geleiras, ventos ou vagas.
Estiagem Abaixamento mximo da gua em rios, fontes, lagos e lagoas devido a
diminuio ou cessao de chuvas.
Faxina Feixe de ramos de rvores ou de galhos utilizados para diversos tipos de obras,
para proteo de taludes e para construo em pntanos.
Jusante Sentido do escoamento, rio abaixo.
Limtrofe Contguo fronteira de uma regio; confinante.
Mata ciliar Faixa de mata na margem da gua.
Mataco Enorme pedra solta, proveniente da decomposio de uma rocha.
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Revitalizao de Rios
- orientao tcnica -

Meandro Sinuosidade
Mitigao Abrandamento, suavizao.
Montante Sentido contrrio ao escoamento, rio acima.
Non aedificandi reas com proibio de construo.
Recurso hdrico guas superficiais ou subterrneas, disponveis numa determinada
regio ou bacia.
Seixo Fragmento de rochas arredondadas pelo transporte fluvial com dimenso superior
da areia grossa.
Talude Superfcie inclinada do terreno, de uma margem de rio ou do paramento de uma
barragem.
Talvegue Linha que segue a parte mais baixa do leito de um rio, de um canal ou de um
vale.
Vertedor Estrutura hidrulica que verte, desgua ou despeja gua.

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Revitalizao de Rios
- orientao tcnica -

Bibliografia

1. Bayerisches Landesamt fr Wasserwirtschaft, 1996: kologisch begrndetes


Sanierungskonzept kleiner Fliessgewsser, Fallbeispiel Vils, srie n 26, Mnchen, Alemanha.
2. BINDER, W., e WAGNER, J., 1994: Rckbau von Fliessgewssern. In UmweltschutzGrundlagen und Praxis, Schutz der Binnengewsser, volume 5, editores Buchwald, K. und
Engelhardt, W., Economica Verlag, Bonn, Alemanha.
3. CESP, 1989. Consideraes sobre as matas ciliares e a implantao de reflorestamento
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8. HINTERMANN, U., BROGGI, M. F., LOCHNER, R. e GALLANDOT, J. - D, 1995: Mehr
Raum fr die Natur. Schweizerischer Bund fr Naturschutz, Basel: Ott Verlag, Thun, Sua.
9. Landesanstalt fr Umweltschutz Baden - Wrttemberg, 1996: Bauweisen des
naturnahen Wasserbaus, no.25, Karlsruhe, Alemanha.
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10. LAWA - Lnderarbeitsgemeinschaft Wasser, 1997: Water Bodies as Habitats Sustainable Water Protection in the 21th Century. Wasserwirtschaftsverband BadenWrttemberg, Heidelberg, Alemanha.
11. PATT, H., JRGING, P. e KRAUS, W., 1998: Naturnaher Wasserbau. Entwicklung und
Gestaltung von Fliessgewssern,. Springer Verlag, Berlin, Alemanha.
12. RIOS, J. L. P., 1974: Poluio e Autodepurao dos Cursos Dgua. LNEC, Lisboa,
Portugal.
13. RODRIGUES, R. R.;de FREITAS., LEITO L. F. H. 2000: Matas Ciliares, Conservao e
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Anexos

Lista de algumas espcies recomendadas


para recomposio de mata ciliar

Espcie
Myracroduon urundeuva
Tapirira guianensis

Aroeira
Peito de pombo

Duguetia lanceolata

Pindaba

Tabebuia avellanedae

Ip roxo

Tabebuia ochracea
Zeyhera tuberculosa
Chorisia speciosa

Ip do campo
Bolsa de pastor
Paineira

Bauhinia forticata

Pata de vaca

Cssia ferruginea

Canafstula

Pterogyne nitens
Senna alata
Lonchocarpus muehlbergianus
Cryptocaria moschata
Nectandra megapotamica
Ocotea elegans
Cabralea canjerana
Trichilia elegans
Siparuna guianensis

Amendoinzeiro
Cssia
Embira de sapo
Canela batalha
Canelinha
Canela
Cajarana
Cafezinho
Limo bravo

Ficus aff. guaranitica

Fiigueira

Campomanesia guazumaefolia

Gabiroba

Eugenia hiemalis

Goiabeira do mato

Psidium guajava

Goiabeira

Myrcia tomentosa
Syzigium jambolana

Cambu
Jambo

Gallesia gorazema

Pau dalho

Genipa americana

Genipapo

Balfourodendron riedelianum

outubro/2001

Nome vulgar

Fonte: Rodrigues, R.R.;


de Freitas L.F.H., 2000

Pau marfim

65

Revitalizao de Rios
- orientao tcnica -

2
Espcie
Bauhinia forticata Link.

Nome vulgar

Grupo ecolgico

Pata-de-vaca, Unha-de-vaca, Pata-de-boi,

III

Unha-de-boi

Bixa orellana L.
Cabralea canjerana ( Vell ) Mart
Ceasaalpina ferrea var leiostachaya

Urucum, Urucu

II

Canjerana, Canjarana

III

Pau-ferro

Pau-mulato, Mulateiro, Mulateiro-de-vrzea

II

Embaba, Emabava, Imbauva, rvore-

II

Benth.
Calycophyllum spruceanum Benth
Cecropia spp

da-preguia

Cedrella fissilis Vell.

Cedro, Cedro-Rosa, Cedro-vermelho,

III

Cedro-de-vrzea

Ceiba pentrada ( L. ) Gaertn.

Sumama, Sumama-da-vrzea,

II

Sumama verdadeira, Paina-lisa, rvoreda-seda

Choprisia speciosa St. Hil.


Couropita guianensis Aubl.
Erythrina spp
Euterpe edulis Mart.
Ing spp
Lecythis pisonis Camb.

Paineira, Paineira rosa

II

Abric-de-macaco

II

Mulungu, Suin, Eritrina-candelabro

II / I *

Palmito-doce, Palmito-juura

II / I *

Ing-do-brejo

Sapucaia, Castanha-sapucaia, Cambuca-

III

de-macaco

Pachira aqutica Aubl.


Parapiptadenia rigida ( Benth. )
Brenan
Salix humboldtiana Wild.
Schizolobium parahyba ( Vell. ) Blake

Munguba, Castanheira-da-gua

I, II, III

Angico, Angico-vermelho, Angico-da-

III

mata, Angico-verdadeiro
Salseiro, Salgueiro, Choro

II

Guarupuvu, Ficheira, Bandarra, Faveira

II

I - Espcies para solos permanentemente midos


II - Espcies para solos temporria, ou permanentemente midos, sujeitos a inundaes peridicas
III - Espcies de boas condies hdricas, mas sem excesso de gua
* - Tolerncia a solos muito midos e encharcados

Local de plantio dos grupos de espcies


Sub-faixa de plantio

Baixa declividade
( at 15% )

Mdia declividade
( 15 a 25% )

Alta declividade
( > 25% )

A - Prximo a margem

I e menos II

I e menos II

I e menos II

II e menos I

II, pouco I e pouco III

III e outras

III e menos II

III

---

B - Faixa intermediria
C - Recuada da margem
Fonte: IEF

66

outubro/2001

Revitalizao de Rios
- orientao tcnica -

Projeto de Revitalizao
- Resumo -

Impactos decorrentes da implantao de obras hidrulicas


sem consideraes da engenharia ambiental
Vegetao:

. Remoo de plantas
. Alteraes na paisagem
. Danos fauna e flora

Solo:

. Modificaes na drenagem
. Modificao na morfologia
. Impermeabilizao do solo
. Eroso do solo

Recursos hdricos:
Modificao do regime hdrico
Assoreamento dos corpos hdricos
Enchentes ( aumento de danos )

.
.
.

Princpios bsicos do projeto de revitalizao


Qualidade das guas

fundamental a qualidade das guas. Para rios com poluio o processo de revitalizao inicia-se
com a implantao do saneamento bsico atravs de tratamento dos esgotos sanitrios e
regularizao do sistema de coleta e disposio de lixo

Leito Natural

O rio dever percorrer preferencialmente seu leito natural, respeitando sua sinuosidade original de
forma a recuperar seus ecossistemas. Na maioria dos casos prev-se desapropriaes nas faixas
marginais visando ampliar os espaos para o desenvolvimento dos meandros do rio

Vegetao

imprescindvel a recomposio da mata ciliar com espcies nativas adequadas pela importncia na
manuteno da qualidade e quantidade de gua e estabilidade dos solos nas faixas marginais de
proteo ( FMP ).

Paisagem

Os corpos hdricos e a vegetao so partes integrantes da paisagem e so essenciais ao


equilbrio ambiental e ao bem estar do homem. Tem funo subjetiva de grande valor para a vida.

Educao ambiental participativa

Orientao e participao da comunidade nas tomadas de decises.

Etapas do projeto de revitalizao

. Inspeo local
. Avaliao das variveis ambientais
. Plano de trabalho
. Estudos topogrficos
. Estudos hidrolgicos
. Estudo da qualidade da gua
. Projeto de saneamento guas pluviais, esgotamento sanitrio e lixo
. Projeto de engenharia ambiental hidrulico e geotcnico
. Projeto de paisagismo
. Projeto florestal ( reas rurais )
. Projeto urbanstico ( reas urbanas )
outubro/2001

67

Revitalizao de Rios
- orientao tcnica -

Revitalizao do crrego VVargem


argem Pequena
- Projeto paisagstico ( Memorial Descritivo ) Este projeto tem como meta principal
a recuperao ambiental e
paisagstica do crrego Vargem
Pequena. Nossa inteno porm, foi
fazer que as alteraes por ns
propostas nas caractersticas fsicas e
biticas da rea no ficassem
restritas a mudanas no aspecto
cnico, mas que tambm fossem
capazes de gerar na comunidade
mudanas na forma como o crrego
e suas margens so vistos, deixando
de ser locais destinados ao
lanamento de esgotos e lixo, para
se tornarem aptos ao desfrute de
vivncias positivas, pelo menos no
sentido contemplativo. Para que isto
ocorra procuramos usar espcies,
que alm de adaptadas s condies
ambientais encontradas,
desempenhando funes ecolgicas
especficas, tivessem ainda forte
apelo visual, tanto em relao s
espcies arbreas, quanto em
relao as caractersticas dos
arbustos e forraes. Por conta desta
inteno, boa parte das espcies
propostas apresentam florao
temporria ou permanente. Tivemos
o cuidado porm, de indicar para
todas as reas de nosso projeto,
espcies rsticas e que exigissem
baixa ou nenhuma manuteno.
Em razo das condies
bastante diferenciadas que
encontramos em relao as margens
do crrego ( declividade, estabilidade,
cobertura vegetal e ocupao do
entorno ), entendemos que no
deveramos criar um modelo nico,
mas sim um conceito geral que
pudesse ser adaptado s diversas
condies existentes. Em razo
disto, mas tambm para facilitar a
apresentao de nossas propostas,

68

dividimos as margens e o entorno do


crrego em duas partes, que sero
chamados de Trechos 1 e 2,
representadas respectivamente nas
pranchas 2 e 3 do projeto. Sendo,
Trecho 1: poro das margens
delimitada pelo prtico projetado junto
ao acesso na Estrada dos
Bandeirantes e pelo muro da primeira
casa situada na margem esquerda do
crrego; Trecho 2: poro situada a
montante da referida casa e os limites
que marcam as entradas do crrego
na rea da comunidade.
A seguir, apresentaremos uma
breve descrio das condies
encontradas e nossas propostas para
cada trecho.

Trecho 1
M a r g e m
esquerda

Nesta poro encontramos a


margem com declividade suavizada,
recoberta por espcies herbceas
cuja presena aparentemente
espontnea, no apresentando
grande interesse visual. O talude
apresenta boas condies de
estabilidade na maior parte do trecho.
Registramos a presena de algumas
rvores e de uma cerca-viva que
marca o limite do terreno vizinho com
a margem do crrego.
Nesta margem, optamos por
adensar a massa arbrea, que
deixar de apresentar indivduos
isolados ou em pequenos
agrupamentos de dois ou trs
espcimes, para se constituir numa
linha contnua de rvores, que tero,
entretanto, portes, caractersticas
outubro/2001

margem, decidimos utilizar


prioritariamente espcies que
apresentassem floraes marcantes,
fosse em razo das cores e/ou pelas
caractersticas estruturais das flores.
Procuramos ainda utilizar espcies
cujas floradas se dessem em pocas
diversas do ano, como forma de
garantir a presena de flores junto ao
crrego em boa parte do ano.
Optamos ainda por no especificar
espcies herbceas ou arbustivas
para a maior parte deste trecho, por
entendermos que ele deveria ter um
aspecto mais natural ou selvagem,
deixando por conta da natureza a
conformao do sub-bosque. A nica
exceo justamente na rea limtrofe
ao Trecho 2, onde em razo da
declividade, que se torna acentuada e
da instabilidade do talude propusemos

Revitalizao de Rios
- orientao tcnica -

da florao e estruturas
diferenciadas. Com isso tivemos a
inteno de reforar o fechamento
visual em relao ao terreno vizinho e
garantir que as diversas espcies
propostas possam ser observadas
em sua totalidade. Para tal, optamos
pela implantao das espcies de
maior porte e/ou com copas de
grandes dimenses nas pores
mais elevadas do talude; as de porte
mediano nas faixas intermedirias,
enquanto que as de pequeno porte
seriam posicionadas em faixas mais
prximas ao crrego.
Alm disso,
procuramos escolher espcies aptas
a se desenvolverem nas condies
de umidade e de declividade
caractersticas de cada faixa.
Para despertarmos o interesse
visual dos moradores para esta

Ilustrao: Plangua

outubro/2001

69

Revitalizao de Rios
- orientao tcnica -

o uso de bambus ( Bambusa


vulgaris ) para ajudar na proteo e
estabilizao do talude, e tambm, de
uma trepadeira com inflorescncias de
grande beleza, o cip-de-so-joo
( Pyrostegia venusta ), com a
inteno de proteger o talude e de
melhorar o aspecto do muro, que
invade a faixa de proteo do crrego.
Margem direita

Esta margem apresenta uma


situao muito mais complexa, em
razo das altas declividades do
talude, da deficincia de cobertura
arbrea e da quase inexistncia de
cobertura herbcea. Tais
caractersticas, associadas a um solo
arenoso, trazem srios problemas de
eroso e conseqentemente de
instabilidade para o talude, que pode
vir a sofrer desmoronamentos.
Por conta destes problemas,
nossa preocupao principal foi com a
estabilizao desta margem.
Para atenu-los, propusemos o
uso de herbceas e arbustivas que
favorecessem o recobrimento e a
fixao do solo e nos ajudassem a
estabilizar o talude. O que fez com
que nossas preocupaes estticas
fossem atenuadas, embora no
suprimidas, j que procuramos
escolher espcies que alm de
cumprir as funes desejadas e
fossem capazes de se adaptar s
condies do meio, tivessem ainda
qualidades estticas.
As espcies arbreas foram
utilizadas com maior parcimnia, em
razo das condies de declividade do
talude, pois na maior parte desta
margem sua implantao s se
mostrava possvel nas reas planas
contguas s cristas do talude. Sendo
que nestes casos, a proposio de
rvores poderia por em risco a fiao
70

area j existente. Alm disso no


queramos criar barreiras visuais que
impedissem a visualizao da outra
margem. Propusemos rvores
somente onde j existissem espcimes
isolados ou pequenos agrupamentos
de rvores, criando reas de
sombreamento que teriam contato com
as rvores situadas na outra margem,
funcionando como corredor de fauna.
Nos trechos mais
problemticos que j apresentam
alguns sinais de desmoronamento,
como no trecho prximo ao muro da
entrada, propusemos o uso de um
bambu ( Bambusa multiplex ),
diferente do anteriormente citado por
possuir menor porte e caractersticas
ornamentais mais definidas,
alastrando-se com menos facilidade.
Nos outros trechos propusemos um
mix de espcies, todas adaptadas s
difceis condies impostas pelo
terreno, onde destacamos a vedlia
( Wedelia paludosa ), espcie de
forrao extremamente rstica, muito
adequada ao recobrimento de taludes,
mas que alm disso floresce durante
todo o ano, garantindo assim um
aspecto visual tambm bastante
agradvel. O plantio das espcies
herbceas e arbustivas se daria
apenas em alguns trechos, com a
finalidade de diminuir os custos,
prevendo que tais espcies por conta
de suas caractersticas, acabariam por
desenvolver-se espontaneamente,
recobrindo, futuramente, toda a margem.

Trecho 2
M a r g e m
esquerda

No incio deste trecho encontramos a


margem com pouca vegetao e com
acmulo de lixo, sendo imprescindvel
a limpeza de todo o talude antes do
outubro/2001

processo de revegetao das


margens.
O tratamento desse trecho,
devido a presena de edificaes no
entorno das margens, teve a inteno
de privilegiar o contato com o crrego,
criando reas de convivncia com
bancos e mesas ao longo do calado
projetado junto s casas, sendo
possvel promover o rebaixamento do
talude, preservando as rvores
existentes, at a bifurcao do
crrego, onde foi includa uma escada
de acesso ao rio.
Para esse trecho foi proposta
arborizao nos moldes definidos
( quanto as espcies ) para a margem
esquerda do Trecho 1, criando uma
faixa de sombra ao longo do calado
e das reas de convivncia, porm de
outubro/2001

Revitalizao de Rios
- orientao tcnica -

Ilustrao: Plangua

forma menos adensada, preservando


os visuais das ruas.
Margem direita

Nesta margem encontramos, at a


ponte de comunicao com as ruas
internas, as mesmas caractersticas da
margem direita do Trecho 1, onde a
preocupao principal foi a conteno
da eroso do talude, sendo proposta
alm da utilizao da vedlia como
forrao o plantio em trechos
alternados de espcies trepadeiras
semi-herbceas como a dama da noite
( Ipomoea alba L. ), de florao
perfumada, tambm bastante rstica e
adequada a barrancos, tolerando
lugares encharcados, contribuindo
71

Revitalizao de Rios
- orientao tcnica -

para estabilizao do talude.


A partir da bifurcao do
crrego repetem-se as
mesmas linhas de
projeto em ambas as
margens, com o
calado contornando
as casas e a criao de
reas de convivncia
nos trechos em frente
aos fins de rua, com a
arborizao
emoldurando as
margens e em alguns
pontos se comunicando
com a margem oposta, a
exemplo dos corredores
de fauna propostos para
o Trecho 1, procurando
valorizar o rio como
paisagem e trazendo um
novo paradigma para a
populao local, que
estimule a preservao
do rio como elemento de
valorizao da qualidade
de vida atingida a partir
do saneamento da
regio.

Praa 1
A Praa 1 foi concebida como um
ponto de encontro da comunidade,
com atrativos para crianas, adultos e
idosos, onde foram propostos playgrounds para faixas etrias distintas
equipados com brinquedos rsticos de
troncos de eucalipto, bancos e mesas
de jogos.
Foram adotadas espcies
arbustivas rsticas com exigncia
mnima de manuteno, formando
barreiras para evitar o trnsito de
crianas para a rua e espcies arbreas
caducifleas, evitando o
72

Ilustrao: Plangua

sombreamento das edificaes no


inverno.

Praa 2
A Praa 2 foi concebida como rea
dedicada ao lazer ativo, com quadra
de esportes, equipamentos de
ginstica e reas de estar para lazer
contemplativo e jogos.
A arborizao existente foi em
sua maioria mantida, sendo
acrescentadas novas espcies para
favorecer o sombreamento do local.
outubro/2001

Revitalizao de Rios
- orientao tcnica -

Projeto
Plangua Semads / GTZ

Secretaria de Estado de Meio Ambiente e


Desenvolvimento Sustentvel

Projeto Plangua Semads/


GTZ, de Cooperao Tcnica
Brasil Alemanha, vem apoiando o
Estado do Rio de Janeiro no
gerenciamento de recursos hdricos
com enfoque na proteo de
ecossistemas aquticos. A
1 fase
2 fase

coordenao brasileira compete


Secretaria de Estado de Meio
Ambiente e Desenvolvimento
Sustentvel Semads, enquanto a
contrapartida alem est a cargo da
Deutsche Gesellschaft fr Technische
Zusammenarbeit ( GTZ ).
1997 - 1999
2000 - 2001

Principais Atividades

. Elaborao de linhas bsicas e de diretrizes estaduais para a gesto de recursos

hdricos
Capacitao, treinamento (workshops, seminrios, estgios)
Consultoria na reestruturao do sistema estadual de recursos hdricos e na
regulamentao da lei estadual de recursos hdricos n 3239, de 2/8/99
Consultoria na implantao de entidades regionais de gesto ambiental ( comits de
bacias, consrcios de usurios )
Conscientizao sobre as interligaes ambientais da gesto de recursos hdricos
Estudos especficos sobre problemas atuais de recursos hdricos

.
.
.
.
.

outubro/2001

73

Revitalizao de Rios
- orientao tcnica -

Seminrios e W
orkshops
Workshops
Seminrio Internacional ( 13 e 14/10/1997 )
Gesto de Recursos Hdricos e de Saneamento A Experincia Alem
Workshop ( 5/12/1997 )
Estratgias para o Controle de Enchentes
Mesa Redonda ( 27/5/1998 )
Critrios de Abertura de Barra de Lagoas Costeiras em Regime de Cheia no
Estado do Rio de Janeiro
Mesa Redonda ( 6/7/1998 )
Utilizao de Critrios Econmicos para a Valorizao da gua no Brasil
Srie de palestras em Municpios do Estado do Rio de Janeiro
( agosto/setembro1998 )
Recuperao de Rios Possibilidades e Limites da Engenharia Ambiental
Visita Tcnica sobre Meio Ambiente e Recursos Hdricos Alemanha
12 26/9/1998 ( Grupo de Coordenao do Projeto Plangua )
Estgio Gesto de Recursos Hdricos Renaturalizao de Rios
14/6 17/7/1999, na Baviera/Alemanha ( 6 tcnicos da Serla )
Visita Tcnica Gesto Ambiental/Recursos Hdricos Alemanha
24 31/10/1999 ( Semads, Secplan )
Seminrio ( 25 e 26/11/1999 )
Planos Diretores de Bacias Hidrogrficas
Oficina de Trabalho ( 3 5/5/2000 )
Regulamentao da Lei Estadual de Recursos Hdricos
Curso ( 4 6/9/2000 ) em cooperao com Cide
Uso de Geoprocessamento na Gesto de Recursos Hdricos
Curso ( 21/8 11/9/2000 ) em cooperao com a Seaapi
Uso de Geoprocessamento na Gesto Sustentvel de Microbacias
Encontro de Perfuradores de Poos e Usurios de gua Subterrnea no Estado do Rio de
Janeiro ( 27/10/2000 ) em cooperao com o DRM
Srie de Palestras em Municpios e Universidades do Estado do Rio de Janeiro
( outubro/novembro 2000 )
Conservao e Revitalizao de Rios e Crregos
Oficina de Trabalho ( 8 e 9/11/2000 )
Resduos Slidos Proteo dos Recursos Hdricos
Oficina de Trabalho ( 5 e 6/4/2001 ) em cooperao com o Consrcio Ambiental Lagos So
Joo
Planejamento Estratgico dos Recursos Hdricos nas Bacias dos Rios So Joo,
Una e das Ostras

74

outubro/2001

Revitalizao de Rios
- orientao tcnica -

Oficina de Planejamento ( 10 e 11/5/2001 ) em cooperao com o Consrcio Ambiental


Lagos So Joo
Programa de Ao para o Plano de Bacia Hidrogrfica da Lagoa de Araruama
Oficina de Planejamento ( 21 e 26/6/2001 ) em cooperao com o Consrcio Ambiental
Lagos So Joo
Plano de Bacia Hidrogrfica da Bacia das Lagoas de Saquarema e Jacon
Seminrio em cooperao com Semads, Serla, IEF ( 30/7/2001 )
Reflorestamento da Mata Ciliar
Workshop em cooperao com SEMADS, IEF, SERLA, SEAAPI/SMH, EMATER-RIO,
PESAGRO-RIO (30.08.2001)
Reflorestamento em Bacias e Microbacias Hidrogrficas e Recomposio da
Mata Ciliar

Publicaes da 1a fase ( 1997 1999 )

. Impactos da Extrao de Areia em Rios do Estado do Rio de Janeiro ( julho/1997,

novembro/1997, dezembro/1998 )

. Gesto de Recursos Hdricos na Alemanha ( agosto/1997 )


. Relatrio do Seminrio Internacional Gesto de Recursos Hdricos e Saneamento
( fevereiro/1998 )

. Utilizao de Critrios Econmicos para a Valorizao da gua no Brasil ( maio/1998,


dezembro/1998 )

Rios e Crregos Preservar, Conservar, Renaturalizar A Recuperao de Rios,


Possibilidades e Limites da Engenharia Ambiental ( agosto/1998, maio/1999, abril/2001 )

. O Litoral do Estado do Rio de Janeiro Uma Caracterizao Fsico Ambiental


( novembro/1998 )

. Uma Avaliao da Qualidade das guas Costeiras do Estado do Rio de Janeiro


( dezembro/1998 )

. Uma Avaliao da Gesto de Recursos Hdricos do Estado do Rio de Janeiro ( fevereiro/


1999 )

. Subsdios para Gesto dos Recursos Hdricos das Bacias Hidrogrficas dos Rios
Macacu, So Joo, Maca e Macabu ( maro/1999 )

outubro/2001

75

Revitalizao de Rios
- orientao tcnica -

Publicaes da 2a fase ( 2000 2001 )

. Bases para Discusso da Regulamentao dos Instrumentos da Poltica de Recursos


Hdricos do Estado do Rio de Janeiro ( maro/2001 )

. Bacias Hidrogrficas e Rios Fluminenses Sntese Informativa por Macrorregio


Ambiental ( maio/2001 )

. Bacias Hidrogrficas e Recursos Hdricos da Macrorregio 2 Bacia da Baa de


Sepetiba ( maio/2001 )

. Reformulao da Gesto Ambiental do Estado do Rio de Janeiro ( maio/2001 )


. Diretrizes para Implementao de Agncias do Estado do Rio de Janeiro ( maio/2001 )
. Peixes de guas Interiores do Estado do Rio de Janeiro ( maio/2001 )
. Poos Tubulares e outras Captaes de guas Subterrneas Orientao aos
Usurios ( junho/2001 )

. Peixes Marinhos do Estado do Rio de Janeiro ( julho/2001 )


. Enchentes no Estado do Rio de Janeiro ( agosto/2001 )
. Manguezais do Estado do Rio de Janeiro Educar para Proteger ( setembro/2001 )
. Ambiente das guas no Estado do Rio de Janeiro ( outubro/2001 )
. Revitalizao de Rios Orientao Tcnica ( outubro/2001 )

76

outubro/2001

SEMADS
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimetno Sustentvel
Rua Pinheiro Machado, s/n
Palcio Guanabara - Prdio Anexo - 2 andar / sala 210
Laranjeiras - RJ
22 238 - 900
Home page: www.semads.rj.gov.br
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentvel
e-mail: [email protected]

SERLA
Fundao Superintendncia Estadual de Rios e Lagoas
Campo de So Cristvo, 138 / 3 andar
So Cristvo - RJ
20 921 - 440
Home page: www.serla.rj.gov.br
e-mail: [email protected]

IEF
Fundao Instituto Estadual de Florestas
Avenida Presidente Vargas, 670 / 18 andar
Centro - RJ
20 071 - 001
Home page: www.ief.rj.gov.br

outubro/2001

Fundao
Instituto Estadual de Florestas

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