Sete Ideias para Atrair Usuários de Uma Biblioteca
Sete Ideias para Atrair Usuários de Uma Biblioteca
Sete Ideias para Atrair Usuários de Uma Biblioteca
O que atrai os usurios para a biblioteca hoje? A ascenso da cultura e da sociedade mvel de smartphones
trouxe uma mudana dinmica de expectativas sobre como, quando e onde acessar as informaes. O escritor e
bibliotecrio Lisa Thomas Carlucci inclui sete fatores importantes a considerar bibliotecrios para competir na
atual sociedade da informao e atrair usurios biblioteca, em um artigo para o texto de um bibliotecrio.
De acordo com Lisa Thomas Carlucci, diretora e fundadora do Projeto Pense Do, uma empresa que presta
servios de consultoria em tecnologia e inovao em bibliotecas e editoras, os canais de mdia, infinitas opes
de busca interativa de contedo sindicado e autnomos oferecem inmeras maneiras de facilitar a procurar
informaes do usurio.
por isso que, em sua opinio, que as bibliotecas devem se adaptar s mais recentes tecnologias e tem que levar
em conta uma srie de fatores que favorecem seu uso por usurios:
1. Convenincia. Os utilizadores de telemveis usam mensagens de texto constantemente e manter vrias
conversas ao mesmo tempo. Lisa Thomas Carlucci diz que as bibliotecas que oferecem servios de SMS para
gerenciar informaes so perfeitamente adequados para essa troca de informaes e podem interagir
diretamente com os usurios, conforme necessrio.
2. Comunidade. Em sua opinio, as bibliotecas desempenham um papel essencial como uma provedora lder de
programas educativos, eventos locais, atividades escolares e centros de recursos da famlia e de negcios
emprego. De acordo com Thomas Carlucci, a publicao de anncios, avisos, listas de discusso, boletins de
notcias e redes sociais so opes eficazes para a interao da comunidade, marketing e promoo biblioteca.
3. Imediatismo. De acordo com Carlucci, diz Thomas, bibliotecas colaborando com outras bibliotecas da cidade,
regio, estado ou pas, utilizando estas redes estabelecidas para ligar para os leitores e pesquisadores com as
informaes necessrias.
4. Preciso. O autor argumenta que os bibliotecrios apoio experiente, qualificado e intuitiva para os leitores e
pesquisadores interessados em contedos especficos. Por exemplo, afirma Thomas Carlucci, bibliotecas com
acervos valiosos foram aprimoradas pelo conhecimento histrico de um conservador, e questes de pesquisa
mais detalhados a serem gerenciados por especialistas na rea. Em sua opinio, os servios da biblioteca
oferecidos atravs de mensagens instantneas permitem que os bibliotecrios para responder a perguntas
detalhadas e fornecer acesso direto aos recursos e documentao on-line.
5. Personalizao. O bibliotecrio diz que, depois de identificar o contedo exato, os bibliotecrios tm de
oferecer sua experincia e conhecimento, sntese, anlise, comentrios e referncias, sem preconceito ou
prejuzo no contexto da investigao.
6. Poltica de Privacidade. Thomas Carlucci, disse que as prticas de privacidade de bibliotecas no so
negociveis. Segundo ele, os registros particulares no deve ser tornado pblico, ou ser vendido para empresas
de publicidade ou compartilhados com outras agncias.
7. Servio. O autor diz que os usurios regulares da biblioteca reconhecer o valor das ajudas diretas, o contexto
local e ateno pessoal. Thomas Carlucci diz que estas qualidades so o que fazem uma biblioteca tem uma
posio forte contra a sua concorrncia.
A falta de hbito de leitura um grave problema para os brasileiros: lem-se em mdia no pas apenas quatro
livros por ano, sendo que apenas dois so inteiramente lidos. o que mostrou a terceira edio da pesquisa
Retratos da Leitura no Brasil, de 2012. Este nmero ainda menor do que o apresentado pela edio anterior
da pesquisa, feita em 2007, quando foi constatado que se lia em mdia 4,7 livros por ano.
Embora 67% dos brasileiros saibam que existe uma biblioteca perto de seus lares, apenas um em cada quatro
cidados as freqentam, de acordo com o Retratos da Leitura. A m condio dos estabelecimentos um dos
principais fatores que contribuem para esse distanciamento do pblico. O Retratos da Leitura mostra que 20%
dos leitores do pas no vo s bibliotecas por causa da precariedade dos estabelecimentos.
Prdios velhos, falta de acervo, verba curta, m administrao, entre outros, so alguns dos motivos que afastam
o pblico das bibliotecas, e, consequentemente, da leitura. Se os brasileiros lem pouco, uma das causas
certamente a falta de acesso que a populao tem aos livros.
Fazer com que as bibliotecas tenham maior alcance e sejam disseminadoras do conhecimento um desafio e
tanto, mas, possvel, como mostram experincias bem-sucedidas pelo Brasil. Conhea a seguir algumas aes
que contribuem para a valorizao das bibliotecas e estimulam o prazer da leitura.
E voc: o que acha que deveria mudar nas bibliotecas de sua cidade e ou escola? Opine em nosso frum.
1. Levar a biblioteca at a populao
Dados do Ministrio da Cultura mostram que no Brasil existem 331 municpios que ainda no possuem
bibliotecas. Pode parecer pouco, considerando o total de 5.562 municpios brasileiros, mas no . Se a cidade de
So Paulo - com mais de 50 bibliotecas pblicas - ainda possui reas carentes de bibliotecas (caso das zonas sul
e leste) imagine o problema que ter acesso a livros no resto do Brasil?
Na impossibilidade de construir novas unidades, uma boa opo so as bibliotecas itinerantes, como a
Biblioteca Volante e o nibus Biblioteca (tambm ganhadoras do Prmio Viva Leitura 2008, na categoria
Bibliotecas pblicas, privadas ou comunitrias), das capitais de Rio de Janeiro e So Paulo, respectivamente.
"O nibus biblioteca tem uma freqncia altssima. As comunidades que no tm bibliotecas por perto sentem
muita falta disso, e quando chega o nibus a procura alta", diz Maria Zenita Monteiro, Coordenadora do
Sistema Municipal de Bibliotecas do municpio de So Paulo.
H ainda uma variao inusitada e bem regional das bibliotecas itinerantes: o jegue-livro. Em algumas
cidadezinhas do nordeste, como Panelas (PE) e Alto Alegre do Pindar (MA), livros para emprstimo so
levados populao no lombo de um jegue. "O jegue um bichinho simptico e faz uma boa propaganda. A
populao adora", diz Christine Fontelles, diretora do Instituto Ecofuturo, que ajuda comunidades a montar sua
prpria biblioteca. Ela conheceu o projeto na cidade de Panelas.
2. Tornar o espao agradvel
O ambiente da biblioteca tem de ser agradvel para atrair as pessoas. Alm de oferecer condies bsicas de
higiene e segurana, o espao precisa ser confortvel. Quanto mais ldico for o contato com a biblioteca, maior
o aproveitamento do pblico.
Christine Fontelles, diretora do Ecofuturo, instituto que coordena o projeto das Bibliotecas Comunitrias "Ler
Preciso", concorda com essa percepo. "Incentivamos que o ambiente das bibliotecas comunitrias seja um
ambiente animado, colorido e bem iluminado", explica.
Se mantiver um aspecto sisudo, a biblioteca dificilmente ser aproveitada pela comunidade. "Ela no pode ser
O diretor de bibliotecas de Londrina, Rovilson Jos da Silva - responsvel pelo Projeto de Leitura Bibliotecas
Escolares: Palavras Andantes, vencedor do Prmio Viva Leitura 2008, na categoria Escolas Pblicas e Privadas
- d a dica: "Quando a criana vir biblioteca ela tem de se sentir atrada. A biblioteca tem de ser um espao
adequado e educativo para a criana e estar integrada viso de ensino e aprendizagem das escolas", diz.
6. Oferecer uma programao diversificada
Hoje, internet, televiso e videogames competem com os livros. Por isso, as bibliotecas precisam oferecer algo
alm dos livros nas estantes. Sees de leitura e de cinema, contao de histrias para crianas, telecentros,
teatro, oficinas, entre outros, so algumas das opes para tornar a biblioteca um ambiente mais atrativo para
jovens leitores. A biblioteca Infantil Monteiro Lobato, por exemplo, tem um grupo de teatro, o TIMOL (Teatro
Infantil Monteiro Lobato), feito pelas crianas e jovens que a frequentam. A diretora Rita Pisniski garante ser
um sucesso. "A princpio, o Timol para crianas e jovens dos 10 aos 18 anos. Mas, muitos, quando ficam mais
velhos, gostam tanto que no querem ir embora. Acabam ficando para fazer direo, figurino, cenografia, essas
coisas e deixam a encenao para os mais novos", diverte-se a diretora.
7. Adequar o horrio necessidade do pblico
A biblioteca tem de funcionar de acordo com a necessidade do pblico que a freqenta. Para isso, preciso se
adequar aos horrios em que os usurios tm maior disponibilidade para visitar as bibliotecas. Em sua
reformulao pedaggica, o Palavras Andantes, de Londrina, fez com que a maioria das bibliotecas das 80
escolas do municpio permanecessem abertas para leituras e emprstimos durante o horrio de recreio. Do que
adiantaria uma biblioteca escolar fechada no nico perodo em que a criana no est em sala de aula, no
mesmo?
Outro problema na maioria das cidades a falta de bibliotecas abertas aos domingos. Em Belo Horizonte
nenhuma biblioteca pblica abre nesse dia, Em So Paulo, apenas quatro, das mais de 50, e no Rio de Janeiro
seis das 29 bibliotecas pblicas funcionam aos domingos. O nmero reduzido de funcionrios e a falta de
pagamento da prefeitura por horas extras de trabalho costumam ser os maiores obstculos na hora de funcionar
aos domingos. Mas, se existe procura da populao pelas bibliotecas aos domingos possvel atend-la, mesmo
com tantos empecilhos.
A Biblioteca Infantil Monteiro Lobato, uma das quatro bibliotecas que atendem aos domingos na cidade de So
Paulo, funciona graas ao esforo de seus funcionrios. "Para funcionar aos domingos no precisamos de todos
os funcionrios, apenas alguns. Para no sobrecarreg-los fazemos um rodzio", explica a diretora Rita Pisniski.
O atendimento no fim de semana no igual ao dos dias teis: funcionam apenas a sala de leitura e a Gibiteca,
em horrio reduzido, das 10h s 14h. "Mas se algum precisar muito usar a sala de pesquisa a gente d um
jeito", diz Rita.
8. Envolver a comunidade na criao e manuteno
Boas bibliotecas so feitas por e para a populao das cidades onde funcionam. Para atender as verdadeiras
necessidades do pblico, nada melhor do que envolver a comunidade em todo o processo de criao das
bibliotecas. Se a comunidade participar da escolha das obras, da decorao do ambiente, da programao das
oficinas, etc., as bibliotecas sero mais envolventes e tero a cara do pblico que as frequenta. o que acontece
nas Bibliotecas Comunitrias, do Programa Ler Preciso, do Instituto Ecofuturo. "A participao da
comunidade fundamental. So as pessoas que tm de escolher quais gneros a comunidade precisa. muito
importante compartilhar com a comunidade todo o processo das bibliotecas.", diz Christine Fontelles, diretora
do programa.
Christine tambm destaca a importncia da comunidade se engajar para conseguir maior representatividade
poltica. "Nosso programa visa potencializar projetos de leitura j existentes. A participao da comunidade
fundamental para conseguir o apoio da prefeitura e do Estado. Em Mogi das Cruzes, por exemplo, graas ao
engajamento, a populao conseguiu apoio do Instituto C&A e do Ministrio da Cultura para a melhoria de uma
das bibliotecas comunitrias", diz a diretora.
9. Investir na divulgao
De acordo com a pesquisa "Retratos da Leitura no Brasil", de 2008, 3 em cada quatro brasileiros no vo s
bibliotecas. O nmero assustador. Uma das principais causas dessa baixa frequncia pode ser a falta de
informao sobre os estabelecimentos. "A maior fragilidade das bibliotecas a divulgao. Tem muita
biblioteca na cidade de So Paulo que existe h anos e a populao no sabe de sua existncia. Trabalhamos
muito infraestrutura e acervo, mas temos que trabalhar mais a divulgao nos bairros", afirma a Coordenadora
do Sistema Municipal de Bibliotecas do municpio de So Paulo, Maria Zenita Monteiro.
10. Usar diferentes abordagens para estimular a leitura
Na impossibilidade de construir bibliotecas para atender a todos, ou de abrir todas as unidades aos domingos,
preciso procurar outras formas de atender ao pblico. Livros pendurados em rvores, leituras no bosque, e at
mesmo o Jegue-livro, vale tudo para estimular a leitura.
A Secretaria Municipal de Cultura de So Paulo conta com seis pontos de leituras em parques da cidade,
conhecidos como "Bosque da Leitura". Ao todo, so seis unidades nos parques do Ibirapuera, Piqueri, do
Carmo, da Consolao, do Anhanguera e no parque da Luz. Todos funcionam aos domingos.
Em algumas cidades do Nordeste, a criatividade dos moradores para incentivar a leitura vai alm de atividades
nas praas e do jegue-livro: alguns chegam a pendurar livros nos galhos de uma rvore para divulgar a
biblioteca, como acontece na Biblioteca Comunitria Ler Preciso em Barroso, MG. "Algumas pessoas, por
conta prpria, renem e fazem ofertas de livros o que valoriza muito a leitura. E assim que deve ser, pois a
biblioteca um meio de encantamento", diz Christine Fontelles, diretora do Instituto Ecofuturo.
11. Trabalhar as bibliotecas escolares
Ter acesso a livros fundamental na idade escolar, no apenas para pesquisas, mas para o desenvolvimento de
habilidades relacionadas leitura e para a formao de futuros leitores. Portanto, preciso fazer com que as
bibliotecas das escolas tenham bom acervo, infraestrutura adequada e atendimento de qualidade.
Desde 2002, a prefeitura de Londrina (PR) vem investindo nas bibliotecas das escolas do municpio por meio do
projeto de leitura Bibliotecas Escolares: Palavras Andantes, vencedor do Prmio Viva Leitura, que visa
reconhecer as melhores experincias de estmulo leitura no Brasil. A premiao da iniciativa de Londrina
ocorreu em 2008, na categoria de Escolas Pblicas e Privadas.
O programa Palavras Andantes, que tem como principal meta estimular a leitura entre os alunos, passa por
quatro eixos fundamentais: a formao do mediador de leitura (bibliotecrio ou professor); a instituio do
horrio de leitura em todas as escolas; a reorganizao arquitetnica da biblioteca (organizar e reformar o
espao: pintar as paredes com cores agradveis, colocar cadeiras e mesas adequadas para crianas, etc.) e a
ampliao contnua dos acervos.
"No acredito em processo de aprendizagem que no tenha como centro a biblioteca. A biblioteca uma
representao da histria da humanidade, do conhecimento artstico, histrico e literrio. Se no valorizarmos
esse arcabouo humano, que tipo de Educao estaremos oferecendo?", questiona Rovilson Jos da Silva,
diretor de bibliotecas do municpio de Londrina.