Proposta de Tratamento Fisioterapêutico Na Reabilitação Vest
Proposta de Tratamento Fisioterapêutico Na Reabilitação Vest
Proposta de Tratamento Fisioterapêutico Na Reabilitação Vest
UNIVERSIDADE DA AMAZNIA
CENTRO DE CINCIAS BIOLGICAS E DA SADE
CURSO DE FISIOTERAPIA
Belm - Par
2008
Belm Par
2008
Sade
Amaznia
da
como
Universidade
requisito
da
para
Banca Examinadora
________________________
Prof.
________________________
Prof.
Apresentado em: __ / __ / __
Conceito: ___________
BELM
2008
6
AGRADECIMENTOS
Gostaria de agradecer primeiramente a Deus por todas as oportunidades da minha vida. Aos
meus pais Lda Ganin e Gilberto Pontes e ao meu irmo Leonardo pelo apoio que sempre
precisei. Minha me principalmente por sempre lutar por mim e por minhas causas.
Ao meu querido av e minha querida tia Lucy que me proporcionaram mais esta realizao
na minha vida e tenham certeza que serei sempre grata.
Ao meu super parceiro, amigo, companheiro de tcc e de todos os momentos da vida, meu
amor Diego.
E todos aqueles que estiveram presente durante todo o longo perodo de graduao, muito
obrigada.
Natlia Ganin Pontes
Meus profundos agradecimentos aos meus pais Washington e Maria do Socorro, minha
irmzinha Larissa e toda minha famlia por todo suporte durante estes quatro anos na
universidade.
Agradeo de corao minha amiga, companheira e namorada Natlia Pontes por todos os
momentos ao meu lado.
Meus sinceros agradecimentos a todos os nossos professores pela pacincia e pelos
ensinamentos que levaremos conosco durante toda nossa vida.
Aos nossos pacientes que nos tornaram mais humanos durante todos nossos atendimentos.
Agradeo meus amigos pelos timos momentos juntos dentro e fora da universidade.
Nossos agradecimentos a nossa orientadora Ft.Carla Cristina Alvarez Serro por todo o
suporte cientifico e motivacional.
Diego de Castro
7
RESUMO
8
ABSTRACT
In this study, we point out not only to present a treatment proposal of the vestibular
rehabilitation, based on worldwide literature data, on patients accommited by the benign
paroxistic posicional vertigo (BPPV), but also to attempt a larger divulgation about this
thematic, among physical therapists. To achieve this aim, it was made an analytical and a
descriptive research and a bibliographical revision, between the period of August-2007 to
May-2008. In this research, were cataloged books and scyentifical articles in this rea,
collected in the Universidade da Amaznia (UNAMA), Universidade do Estado do Par
(UEPA), Universidade Federal do Par (UFPA) libraries and also in virtual libraries. We
come to a conclusion that the vestibular rehabilitation is a correct manner of treatment in
patients carrying that disease and other periferal and central pathologies of the vestibular
system, as it is a treatment without collateral and physiological effects, since applyed with na
appropiate care, as suggested in this study. We can say that it is the best therapeutic to be
applied in patients who suffer this pathology, in order to restore them to a healthy life.
9
LISTA DE FIGURAS
Pginas
10
LISTA DE SIGLAS
VPPB
AVD
AVP
RVO
RVE
CSC
Canais Semicirculares
DHI
CSA
CSP
CSH
RV
Reabilitao Vestibular
UNAMA
Universidade da Amaznia
UEPA
UFPA
11
SUMRIO
1. INTRODUO
12
2. OBJETIVOS
14
3. REFERENCIAL TERICO
15
15
24
25
26
29
35
36
4. METODOLOGIA
39
5. PROTOCOLO DE ATENDIMENTO
40
6. DISCUSSO
47
7. CONSIDERAES FINAIS
49
8. REFERENCIAS BIBLIOGRFICAS
50
53
54
12
1 - INTRODUO
13
otorrinolaringolgicos e auditivos encontram-se sem alteraes. Muitas vezes a VPPB
est associada a outras afeces, em um estudo realizado com idosos realizado por
Simoceli et al (2003) verificou-se a associao da VPPB com outras patologias
vestibulares e/ou osteomioarticulares.
Herdman (2002) afirma que fisioterapia tem um papel fundamental na
reabilitao dos pacientes com alteraes no aparelho vestibular em especial a VPPB
atravs da reabilitao vestibular que constitui uma parte importante do tratamento da
tontura, obtendo um conseqente incremento na qualidade de vida dos pacientes. Os
objetivos da reabilitao vestibular so a recuperao do equilbrio, melhora das
vertigens e dos nistagmos.
Ganana (2003) destaca a reabilitao vestibular como a opo teraputica que
utiliza os mecanismos fisiolgicos que estimulam o sistema vestibular, pelo ganho de
confiana do paciente na realizao das atividades de vida diria (AVDs) e
profissionais (AVPs). A reabilitao vestibular tambm se destaca por no apresentar
efeitos colaterais como os medicamentos e pela sua praticidade.
Devido pouca divulgao da atuao fisioteraputica na reabilitao vestibular
no paciente com VPPB, justifica-se a realizao deste trabalho que apresenta uma
proposta de tratamento baseado em dados da literatura mundial em pacientes
acometidos pela VPPB e objetivando uma maior divulgao entre profissionais
fisioterapeutas.
14
2 OBJETIVOS
15
3 - REFERNCIAL TERICO
Segundo Herdman et al, (2002) o sistema vestibular humano constitudo por trs
componentes: um sistema sensorial perifrico formado pelo aparelho vestibular, um
processador central constitudo pelos ncleos vestibulares e um mecanismo de resposta
motora. O aparelho perifrico constitudo por um conjunto de sensores de movimento que
enviam informaes para o sistema nervoso central onde se encontra o processador central
sobre a velocidade angular da cabea, a acelerao linear e a orientao ceflica em relao ao
eixo gravitacional. As informaes so processadas e levadas desde os msculos extraoculares at a medula espinhal para desencadear dois reflexos, o reflexo vestbulo-ocular
(RVO) e o reflexo vestbulo-espinhal (RVE). O primeiro responsvel pela nitidez da viso
durante a movimentao da cabea e o outro tem como objetivo a manuteno da estabilidade
ceflica e o controle do equilbrio corporal a fim de evitar quedas.
Estes dois reflexos so monitorados pelo sistema nervoso central e se necessrio so
reajustados por um processador adaptativo, o cerebelo.
16
espao peritico, compreendido entre o labirinto membranoso e o sseo, preenchido por
outro lquido, a perilinfa ou humor de Cotugno, que se assemelha aos lquidos extracelulares
(ricos em sdio e pobre em potssio), importante para a funo auditiva.
Segundo Lundy (2000) & Bear (2001) o labirinto sseo consiste em uma estrutura
enrolada que compreende trs canais semicirulares (CSC), a cclea e uma cmara central, o
vestbulo onde esto encontrados os rgos otolticos.
17
Para Herdman (2002) o labirinto membranoso est suspenso dentro do labirinto sseo
por fludo e pelo tecido conjuntivo de suporte. Ele contm cinco rgos sensoriais, as pores
membranosas dos trs canais semicirculares pelos dois rgos otolticos, o utrculo e o sculo.
Uma das extremidades de cada canal semicircular tem o dimetro mais largo formando a
ampola.
De acordo com Caovilla (1999) as clulas ciliadas ou pilosas esto presentes em cada
ampola dos canais semicirculares e tambm nos rgos otolticos. Essas clulas so
consideradas sensores do movimento ceflico, pois convertem o deslocamento provocado por
este movimento em descarga neural que ser direcionada ao tronco enceflico e ao cerebelo.
As clulas ciliadas das ampolas apresentam cristas denominadas ampulares que tm
em sua terminao fibras nervosas. Revestindo cada uma das cristas encontramos uma
membrana gelatinosa chamada de cpula. No sculo e utrculo as clulas ciliadas so
18
denominadas mculas e sobre as elas encontramos a membrana otoltica que contm as
otocnias que so cristais de clcio.
As mculas atuam como receptores sensoriais que orientam a cabea em relao a
gravidade e acelerao. Isso ocorre devido a massa da membrana otoltica, que deixa as
mculas mais sensveis. Apesar de a cpula apresentar a mesma densidade que a endolinfa,
insensvel gravidade.
19
3.1.2.4 - Inervao Labirntica
Para Eyzaguirre & Fidone apud Lima (2003), o labirinto inervado pelo VIII par de
nervo craniano (nervo vestibulococlear) que se divide no fundo do meato acstico interno em
dois ramos, o vestibular e o coclear, destinados respectivamente ao vestbulo membranoso e
canais semicirculares e ao ducto coclear. O nervo vestibular possui dois ramos, o superior
proveniente do utrculo e dos canais semicirculares superior e horizontal, e o inferior,
originrio do sculo e do canal semicircular posterior.
20
Para Herdman (2002), os CSCs so em nmero de trs para cada labirinto, sendo dois
verticais e um horizontal: anterior ou superior (CSA), posterior ou inferior (CSP) e o
horizontal ou lateral (CSH), respectivamente. Tm o formato de arco, que equivale a dois
teros de um crculo com uma extremidade dilatada ou ampular e outra no ampular, pelas
quais se abrem no vestbulo sseo por cinco orifcios, uma vez que os canais anterior e
posterior se fundem na poro no ampular, denominada cruz comum.
Estes esto dispostos em ngulo reto, englobando os trs planos espaciais. Os canais
superiores fazem um ngulo de 55 graus com o plano sagital, aberto anteriormente, os
posteriores fazem um ngulo 45 graus com o mesmo plano e aberto posteriormente. J os
laterais esto inclinados 30 graus anteriormente em relao ao plano horizontal, estando
paralelo a este quando a cabea est fletida em 30 graus. Os CSCs trabalham sinergicamente
dois a dois, sendo que o CSC horizontal direito par sinrgico com o CSC posterior esquerdo
e o CSC posterior direito par sinrgico com CSC anterior esquerdo.
Para Lundy (2004) cada canal semicircular tem uma tumefao, chamada ampola,
contendo uma crista. Esta por sua vez possui clulas de sustentao e clulas pilosas
sensitivas. Os plos ficam imersos em massa gelatinosa, a cpula. Se a cabea comear a
rodar, a inrcia far com que o lquido no canal fique para trs, resultando em curvatura da
cpula e dos plos das clulas pilosas. Essa curvatura dos plos resulta na excitao ou
inibio das terminaes nervosas vestibulares, dependendo da direo da curvatura. Os
receptores dos canais semicirculares so sensveis somente acelerao ou desacelerao
rotacional.
21
Segundo Herdman (2002), os canais semicirculares fornecem informaes sensoriais
sobre velocidade, permitindo que o RVO produza um movimento ocular cuja velocidade seja
igual do movimento ceflico. Espera-se que o olho permanea imvel no espao durante o
movimento ceflico, possibilitando uma viso clara.
22
acelerao linear em relao ao seu plano, ao longo do eixo occipitocaudal e tambm o
movimento linear ao longo do eixo ntero-posterior. O utrculo percebe a acelerao no plano,
incluindo a acelerao lateral ao longo do eixo mdio-lateral e tambm novamente o
movimento ntero-posterior.
Lundy (2004) ressalta que as informaes dos canais semicirculares e dos rgos
otolticos so transmitidas pelo nervo vestibular aos ncleos vestibulares no bulbo e ponte e
tambm ao lobo flocolonodular do cerebelo. Os corpos celulares das aferentes vestibulares
primrias esto no gnglio vestibular, dentro do canal auditivo interno.
23
Cooke (1996) & Brandt (1994) apud Sullivan dizem que os ncleos vestibulares tm
conexes extensivas com o cerebelo, formao reticular, tlamo e crtex cerebral (crtex
vestibular). As conexes com formao reticular, tlamo e crtex vestibular possibilitam ao
sistema vestibular contribuir para a integrao da viglia e sensao de conscincia do corpo,
assim como para discernir entre o movimento do corpo e o movimento do ambiente. As
conexes cerebelares ajudam a modular o reflexo vestbulo-ocular (RVO), manter a postura
durante atividades ativas e estticas e coordenar os movimentos dos membros.
24
3.2 CONTROLE MOTOR
3.2.1 Freqncia de disparos tnicos
Baloh (1990) apud Sullivan (2004) diz que o sistema vestibular tem uma freqncia de
disparos tnicos de 80 pulsos por segundo, portanto mesmo quando a cabea est parada,
como durante o sono, o sistema vestibular ainda se encontra ativo. O movimento angular ou
linear da cabea pode aumentar ou diminuir a freqncia de disparos do sistema vestibular.
Demer (1995) apud Sullivan (2004) afirma que a fixao do olhar durante um
movimento rpido da cabea garantido pelo reflexo vestbulo-ocular (RVO). Os impulsos
dos canais semicirculares vo para os ncleos vestibulares e de l vo para os ncleos
oculomotores. Os aferentes dos canais semicirculares fazem sinapse com os ncleos
oculomotores produzindo a fase de movimento lento dos olhos (RVO) no sentido oposto ao
movimento da cabea.
25
3.2.4 - Linha de Bloqueio da Inibio
Para Sullivan (2004), o sinal gerado pelo movimento da cpula breve, durando
apenas o tempo em que a cpula est defletida. A resposta mantida, contudo, por um
circuito de neurnios do ncleo vestibular medial e dura mais do que 10 segundos no sistema
vestibular normal. O propsito de manter os impulsos vestibulares pode ser de sinalizar ao
crebro que o movimento ainda est ocorrendo embora a cpula no relate mais.
26
3.4 VERTIGEM POSICIONAL PAROXSTICA BENIGNA
3.4.2 - Fisiopatologia
27
essa prevalncia se d pelo fato do canal semicircular posterior ser gravitacional dependente
tanto na posio ortosttica como na posio supina.
Conforme Herdman & Tusa (2002), existem duas teorias que visam explicar e
embasar a sintomatologia apresentada pela VPPB. A primeira teoria chamada de
cupulolitase que foi descrita por Schuknecht (1969) prope que os detritos degenerativos do
utrculo aderem cpula do canal, na maioria das vezes o semicircular posterior, tornando a
ampola sensvel gravidade. Esta teoria foi apoiada pela presena de depsitos basoflicos na
cpula do canal semicircular posterior nos pacientes com histria de VPPB.
A segunda teoria, a teoria da canalitiase foi proposta por Hall et al apud Herdman
(2002) que sugere que os detritos degenerativos no esto aderidos cpula do canal
semicircular, mas sim que flutuam livremente na endolinfa do canal. Boumans apud Herdman
(2003) salienta que os detritos que se movem livremente foram visualizados com auxlio de
microscpio, nos pacientes em que o labirinto membranoso foi exposto durante cirurgia.
Segundo Koenigkam (2005), em ambas as teorias, o movimento ceflico do paciente
promoveria a movimentao dos fragmentos que, por sua vez, acarreteriam uma estimulao
inapropriada da cpula do canal semicircular hiperestimulando-a ou permitindo que no haja
deflexo cupular adequada gerando assim um conflito sensorial sintomatologicamnete
representado pela vertigem e instablidade postural.
28
3.4.3 - Vertigem e nistagmo
Nuti apud Herdman (2003) esclarecem que se acreditava que somente o canal
semicircular posterior era acometido na VPPB, hoje se sabe que todos os trs canais
semicirculares, o anterior, o horizontal, e o posterior podem ser acometidos pela patologia.
A identificao do envolvimento canal baseada na direo do nistagmo observado
quando o paciente movimenta a cabea na posio provocadora, Herdman (2002) tambm
salienta que uma observao cuidadosa da direo da fase reversa do nistagmo quando o
paciente volta a se senta, tambm pode ser utilizada para a identificao de qual canal est
envolvido no aparecimento dos sintomas. O tratamento ser estabelecido de acordo com o
problema adjacente (cupulolitase ou canalitase) e de qual canal so originados os sintomas.
29
3.5 ATUAO DA FISIOTERAPIA NA VPPB
30
3.5.2 - DHI Dizziness Handicap Inventory
31
O acometimento do canal semicircular anterior resultar em um nistagmo de carter
torsional e com batimentos para baixo, j no caso do canal semicircular posterior o batimento
ser para cima. Para os canais semicirculares horizontais, estes apresentaro caractersticas
ageotrpicas ou geotrpicas dependendo do tipo de problema adjacente.
Segundo os mesmos autores existem tambm determinadas caractersticas de acordo
com o lado do ouvido afetado (somente nos casos de CSA e CSP). O acometimento do ouvido
do lado esquerdo resultar em nistagmo torsional horrio e o acometimento do lado direito
resultar em nistagmo torsional anti-horrio. Estas caractersticas so importantes j que para
a correta escolha do tratamento necessrio uma avaliao criteriosa.
Tabela 1 - Caractersticas do nistagmo quanto a fisiopatologia.
Fonte : Ganana, 2002
Canal semicircular
acometido
CSP esquerdo
Provvel
fisiopatologia
Canalitase
Caractersticas do nistagmo
Cupulolitase
Canalitase
Cupulolitase
Canalitase
Cupulolitase
Canalitase
Cupulolitase
CSH esquerdo
Canalitase
Cupulolitase
CSH direito
Canalitase
Cupulolitase
32
3.5.4 - Diagnstico cinesiolgico funcional quanto ao comprometimento do canal
A utilizao do movimento para a reproduo dos sintomas da VPPB importante j
que deste modo o avaliador poder verificar as caractersticas das crises vertiginosas do
paciente como a posio desencadeadora, as caractersticas do nistagmo e a durao das
crises.
Segundo Herdman (2002) uma vez que a observao da direo e da durao do
nistagmo essencial para o desenvolvimento de um plano de tratamento, importante que o
paciente entenda o que deve esperar. Como o diagnstico consiste na reproduo dos
sintomas, o paciente dever ser instrudo a permanecer calmo e explicar ao mesmo que a
vertigem ir parar ou diminuir se ele mantiver a posio, isso o torna mais seguro e o estimula
a realizar o teste. Se a histria do paciente sugere qual lado foi afetado, recomendado testar
primeiramente o lado sadio e posteriormente o lado afetado. Para pacientes com histrico de
nusea severa deve-se realizar o teste lentamente embora a reproduo do nistagmo seja
prejudicada pela lentido. Recomenda-se a utilizao das lentes ou culos de Frenzel ou de
um sistema de cmeras infravermelhas para evitar a supresso da fixao do nistagmo
horizontal e vertical (estes aparelhos aumentam a probabilidade de provocao do nistagmo).
33
O teste de deitar de lado uma manobra utilizada para o diagnstico da VPPB nos
canais semicirculares anteriores e posteriores. Segundo Herdman (2002) & Tusa (1998) neste
teste o paciente dever sentar-se na maca ou no local onde o teste ser realizado com as
pernas pendentes na borda da mesma. A cabea do paciente girada em 45 horizontalmente
na direo oposta a do lado a ser testado, logo aps o paciente deita-se rapidamente sobre o
lado oposto a direo em que a cabea est em rotao. Esta manobra coloca o canal
semicircular posterior inferiorizado pelo teste no plano de ao gravitacional e pode provocar
uma resposta de canalitase ou cupulolitase. Com o paciente na posio deitada avalia-se a
presena de vertigem e nistagmo no mesmo, logo aps o paciente colocado novamente na
posio sentada e novamente a vertigem e o nistagmo so avaliados. O teste realizado para
ambos os lados. (fig.16)
Conforme Baloh et al (1984) para a cupulolitase do canal semicircular horizontal e a
canalitase do mesmo canal, o paciente teria nistagmo e vertigem quando girasse para
qualquer um dos lados, mas a durao e a direo do nistagmo seriam diferentes nestes dois
tipos de VPPB.
Segundo o mesmo autor, na cupulolitase, o nistagmo persistente e a direo das fases
rpidas so opostos da terra sendo chamado assim de ageotrpca, j na canalitase, o
nistagmo transitrio e a direo das fases rpidas vai de encontro da terra, chamado assim
de geotrpico.
34
35
Conforme Herdman (2002), a queixa de tontura um dos motivos mais comuns pelo
qual os idosos visitam o consultrio mdico. A incidncia da tontura aumenta com a idade e
responsvel por 1,3% de todas as visitas s clinicas, por pessoas entre 45 e 64 anos de idade,
2,9% entre as com mais de 65 anos e 3,8% nas maiores de 75. Apesar de a tontura poder ser
causada por vrias condies clinicas diferentes, mas estima-se que 45% de todas as queixas
de tontura sejam devido a disfunes vestibulares. A leso vestibular pode ser a mesma dos
indivduos jovens, mas as conseqncias destas leses podem ser agravadas pelas condies
fisiolgicas devido ao processo do envelhecimento.
Ainda segundo a mesma autora as disfunes vestibulares podem piorar o quadro de
instabilidade j presente no individuo idoso. A reduo do nmero de clulas ciliadas e de
neurnios vestibulares que ocorrem com o tempo e com a reduo na capacidade do sistema
vestibular e de outros para executar uma compensao o individuo experimenta sintomas de
disfuno vestibular.
Segundo Herdman (2002) e Ganana (1998), a presena das otocnias nas mculas do
utrculo e do sculo torna essas estruturas sensveis ao da gravidade. Estes cristais so
mantidos no lugar por uma substncia aderente e em todas as pessoas existem uma
degenerao e uma regenerao normal dos cristais. O processo degenerativo das otocnias
do utrculo e do sculo aumenta com a idade. Este processo favorece o aumento da incidncia
dos casos de VPPB nos idosos. O pico de casos idiopticos da VPPB foi relatado como tendo
um pico na sexta e stima dcada de vida.
36
3.7 REABILITAO VESTIBULAR (RV)
37
4. Educao do paciente sobre estratgias de autotratamento no advento de
recorrncia;
5. Retorno s atividades de vida dirias envolvendo movimentos ceflicos.
38
Segundo Caovilla e Ganana (1998) os exerccios de habituao tm como funo
reduzir ou anular as respostas sensoriais conflitantes que so enviadas pelo aparelho
vestibular acometido pela VPPB, por meio de estmulos repetitivos prolongados nos
receptores vestibulares. Estes exerccios com estmulos repetidos produzem reaes
nistgmicas menos intensas at seu desaparecimento. Os exerccios de habituao mais
conhecidos dentro da reabilitao vestibular so os exerccios de Cawthorne e Cooksey e
exerccios de Brandt Daroff.
39
4 - METODOLOGIA
Objetivou-se uma reabilitao ampla que possibilitar o tratamento dos casos mais
simples aos mais complexos e abrangendo indivduos jovens e idosos, com uma interveno
imediata para a resoluo mais rpida da doena.
40
5 PROTOCOLO DE TRATAMENTO
O tratamento proposto ser direcionado para o canal semicircular posterior, j que foi
observado na literatura que este canal o mais acometido entre os casos de VPPB.
Antes de iniciar o tratamento deve ser realizada uma avaliao para a identificao do
problema adjacente (canaltiase ou cupulolitiase) e do canal envolvido na VPPB atravs da
anlise do nistagmo e da vertigem do paciente. A avaliao destes parmetros fundamental,
pois o tratamento inicial ser direcionado de acordo com a fisiopatologia instalada.
41
5.1 PARA O TRATAMENTO DA CANALITASE:
Esta manobra utilizada nos casos de canalitase e envolve uma nica manobra na
qual o paciente passa por uma srie de posies ceflicas para movimentar os detritos. O
paciente inicialmente colocado na posio de Dix-Hallpike na direo do ouvido afetado e
dever ficar nesta posio por um ou dois minutos, aps este perodo a cabea do paciente
dever ser movimentada lentamente com uma extenso moderada para o lado sadio e nesta
posio dever ficar por um breve perodo, antes que o paciente faa uma rotao do corpo e
deite-se de lado, com a cabea virada em 45 para baixo na direo do cho. Uma breve crise
vertiginosa e a presena de nistagmo podero ocorrer nesta ltima posio, isto significa que
os detritos esto se movendo dentro do canal. Mantendo a cabea desviada na direo do lado
no afetado e inclinada para baixo, o paciente senta-se lentamente. (fig.18)
42
5.2 PARA O TRATAMENTO DA CUPULOLITASE:
5.2.1 - Manobra de liberao (Manobra de Semont)
43
Aps a realizao das manobras adequadas o paciente dever ser orientado quanto aos
seguintes procedimentos ps tratamento:
44
c. Concentrando-se no movimento dos dedos, desde 90cm a 30 cm da face
2. Movimentos ceflicos primeiro lentos, depois rpidos; depois com os olhos
fechados.
a. Para cima e para baixo
b. De um lado para o outro
B. Sentado
1. Igual A1 e A2
2. Igual A1 e A2
3. Inclinar o tronco para frente e pegar objetos do cho
C. Em p
1. Igual A1, A2 e B3
2. Mudar a posio sentada para a de p, com os olhos abertos e fechados
3. Jogar uma bola pequena de uma mo para a outra (acima do nvel do horizonte)
4. Jogar a bola de uma mo para a outra embaixo do joelho, alternadamente
5. Levantar-se a partir da posio sentada, girando durante o movimento
D. Outros movimentos
1. Circular ao redor de uma pessoa que est no centro, que joga uma bola grande (que
deve ser devolvida)
2. Andar pela sala com olhos abertos e fechados
3. Subir e descer uma rampa com os olhos abertos e fechados
4. Subir e descer uma escada com os olhos abertos e fechados
5. Qualquer jogo que envolva a inclinao para frente e a extenso do tronco, como
boliche, acertar objetos dentro de uma cesta de basquete.
Cada srie de exerccios deve ser realizada de forma progressiva com sries de 10
repeties para cada exerccio do protocolo.
Durante o perodo de tratamento e aps o mesmo, deve-se orientar os pacientes quanto
ao uso de exerccios domiciliares e neste caso devemos indicar os exerccios de BrandtDaroff.
45
5.4 EXERCICIOS DE HABITUAO DE BRANDT - DAROFF
46
5.6 CORREO DE HBITOS
47
6 DISCUSSO
48
liberao e o protocolo de Cawthorne e Cooksey so ferramentas importantes na recuperao
de um individuo com VPPB.
Gazolla (2005) ressalta que o tratamento eficaz da VPPB em torno de 12 a 20
sesses. O tempo de tratamento e o perodo de acompanhamento so fundamentais em razo
da maioria dos pacientes com VPPB possurem um excelente prognstico se aderirem ao
tratamento de forma correta, pois este o principal motivo de insucesso do tratamento. No
presente estudo obtivemos uma media de 15 sesses o que foi adotado como indicao no
trabalho em questo uma vez que se julgou ser um tempo satisfatrio para remisso da
patologia.
O acompanhamento peridico do paciente de forma semanal progredindo para
quinzenal, mensal, bimestral, semestral e anual. Este acompanhamento necessrio para
analisar a evoluo do paciente em relao sintomatologia da doena j que a mesma possui
risco de recidiva.
A orientao quanto a prtica dos exerccios de Brandt Daroff e do protocolo de
Cawthorne e Cooksey em domicilio recomendada por vrios autores a citar Herdman (2002)
e Ganana (1998). Estes exerccios domiciliares so importantes principalmente para os
pacientes idosos, j que estes so mais suscetveis a recidiva da doena.
Os idosos necessitam de ateno especial durante o tratamento, conforme Herdman
(2002), afirma que importante considerar a possibilidade de que o paciente possa ter
disfunes cardiopulmonares e da coluna cervical. Deve-se tomar um cuidado extremo em
relao a extenso e a rotao da cabea nas manobras, para isso recomenda-se a avaliao da
amplitude de movimento da coluna cervical antes de iniciar o tratamento. Os movimentos
durante as manobras devem ser executados de forma lenta em pacientes com mais de 80 anos
de idade e em pacientes com problemas mdicos mltiplos. Orienta - se tambm a
monitorao da presso arterial nos pacientes com mais de 75 anos de idade.
49
7 CONSIDERAES FINAIS
50
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
51
BALOH, R. W., HUNRUMBIA, V. Clinical neurophysiology of the vestibular system. In:
SULLIVAN, S. B., SCHMITZ, T. J. Fisioterapia Avaliao e Tratamento. 4 ed. Barueri:
Manole, 2004.
DEMER, J. L. Evaluation of vestibular and visual oculomotor funcion. In: SULLIVAN, S.
B., SCHMITZ, T. J. Fisioterapia Avaliao e Tratamento. 4 ed. Barueri: Manole, 2004.
MANTELLO, E. B., ANDR, A. P., SANCHES, A. A vertigem postural paroxstica
benina tratada pela reabilitao vestibular Estudo de caso. Revista Fono Atual. So
Paulo, v.33, n.8, p.53-57, 2005.
GANANA, M. M. Vertigem tem cura? O que aprendemos nestes ltimos 30 anos. So
Paulo: Lemos Editorial, 1998.
CAOVILLA, H. H. et al. Princpios de Otoneurologia. 1ed. So Paulo: Atheneu, 1999.
EYZAGUIRRE, C., FIDONE, S. J. Fisiologia do sistema nervoso. In: LIMA, P. P.
AMARAL, R. O. Estudo comparativo na reeducao de pacientes adulto com leso
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Disponvel
em:
53
APNDICE A ACEITE DO ORIENTADOR
UNIVERSIDADE DA AMAZNIA
CENTRO DE CINCIAS BIOLGICAS DE DA SADE
CURSO DE FISIOTERAPIA
DECLARAO:
Eu, Carla Cristina Alvarez Serro, aceito orientar o trabalho entitulado Proposta de
tratamento fisioteraputico na reabilitao vestibular para pacientes com vertigem posicional
paroxstica benigna, de autoria dos alunos Diego Luiz Silva de Castro e Natlia Ganin
Pontes, declarando ter total conhecimento das normas de realizao de TCCs vigentes,
segundo o Manual de Orientao de Monografias da UNAMA 2008, estando ciente da
necessidade de minha participao na banca examinadora por ocasio da defesa do trabalho.
Declaro ainda ter conhecimento do contedo do trabalho ora entregue para qual dou meu
aceite pela rubrica das pginas.
Assinatura e carimbo
Rubrica
54
ANEXO 1 DHI (Dizziness Handicap Inventory)
F1
E2
O3
Por causa de seu problema voc restringe as suas viagens a negcios ou lazer?
F4
O5
Voc tem dificuldade para dormir ou sair da cama por causa do seu problema?
O6
O seu problema restringe significamente a sua participao em atividades sociais, como sair
para jantar, ir ao cinema, danar ou ir as festas?
O7
F8
A execuo de atividades mais ambiciosas como esporte, dana e tarefas domsticas aumenta o
seu problema?
E9
Voc tem medo de sair de casa sozinho por causa do seu problema?
E10
Por causa do seu problema voc se sente envergonhado na frente de outras pessoas?
F11
O14 Por causa do seu problema difcil executar tarefas caseiras ou jardinagem?
E15
Voc tem medo de que as pessoas pensem que voc est intoxicado por causa?
O16 difcil sair para uma caminhada sozinho por causa do seu problema?
F17
E18
O19 difcil andar fora de casa no escuro por causa do seu problema?
E20
Voc tem medo de ficar em casa sozinho por causa do seu problema?
E21
E22
E23