Perfil Geral Do Técnico em Educação
Perfil Geral Do Técnico em Educação
Perfil Geral Do Técnico em Educação
Presidente da Repblica
Luiz Incio Lula da Silva
Ministro da Educao
Fernando Haddad
Secretrio Executivo
Jos Henrique Paim Fernandes
Secretrio de Educao Bsica
Francisco das Chagas Fernandes
Diretor do Departamento de Articulao e Desenvolvimento
dos Sistemas de Ensino
Horcio Francisco dos Reis Filho
Coordenadora Geral do Programa Nacional de Valorizao
dos Trabalhadores em Educao
Sirlene Alves dos Santos Pacheco
Coordenao Tcnica do Profuncionrio
Eva Socorro da Silva e
Ndia Mara Silva Leito
Apoio Tcnico
Adriana Cardozo Lopes
2 edio atualizada
Apresentao
Prezado(a) participante do Profuncionrio,
O Ministrio da Educao MEC, por meio da Secretaria de
Educao Bsica SEB, instituiu o Programa Nacional de Valorizao dos Trabalhadores em Educao que tem como objetivo
desenvolver aes capazes de criar estruturas promotoras da valorizao, visando contribuir para reverter a dvida histrica do Estado
brasileiro para com o segmento de funcionrios da educao.
O MEC props ao Conselho Nacional de Educao CNE a incluso, nas
atuais Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educao Profissional Tcnica de Nvel Mdio, uma rea especfica de educao, no s para a aquisio
das competncias necessrias para o bom desenvolvimento das atividades
educacionais, mas tambm como instrumento importante para a construo
da identidade dos funcionrios da educao e sua valorizao. Em ateno
solicitao do MEC, o Conselho Nacional de Educao optou por incorporar s
Diretrizes Curriculares Nacionais uma 21 rea Profissional: a de Servios de
Apoio Escolar, com habilitaes em Gesto Escolar, Alimentao Escolar, Multimeios Didticos e Meio Ambiente e Manuteno da Infra-estrutura Escolar.
O Parecer CNE/CEB n 16/2005, aprovado em 03/08/2005 e homologado pelo
Ministro da Educao em 26/10/2005, contribuiu efetivamente para a realizao
do Profuncionrio Curso Tcnico de Formao para os Funcionrios da Educao, e busca unir as dimenses tcnicas e pedaggicas imprescindveis para a
formao humana, comprometida tica e profissionalmente, com a construo
de uma educao de qualidade para todos.
A implantao do Profuncionrio acontece em regime de colaborao com os
sistemas de ensino e com a participao de entidades como o CONSED, a Undime, CNTE e CEE.
Como em todo curso, ou em qualquer situao nova, haver momentos desafiadores. Mas no tenha dvida: todos encerram experincias que foram longamente pensadas e planejadas para gerar um efeito positivo e direto na sua
atuao como educador.
Esperamos que o desenvolvimento do Profuncionrio, o convvio com as equipes
de trabalho e os materiais propostos tragam momentos proveitosos a voc.
Um excelente curso!
Fernando Haddad
Ministro de Estado da Educao
Sumrio
INTRODUO 11
UNIDADE 1 ORIENTAES CONTEXTUAIS 13
1.1
Outras experincias com formao profissional dos
funcionrios da educao 15
1.2
Fundamentao legal: legislao e normatizao 18
1.3
Construo da proposta do Profuncionrio 24
UNIDADE 2 ORIENTAES SOBRE OFERTA A DISTNCIA 29
2.1
Aprender a distncia 31
2.2
Atores envolvidos: compromissos e atribuies 34
2.3
Certificao: instituio certificadora, diploma e histrico escolar 37
2.4
Perfil e atribuies dos tutores 37
2.5
Orientaes para os cursistas 39
UNIDADE 3 ORIENTAES PEDAGGICAS 41
3.1
Objetivos 43
3.2
Princpios filosficos, polticos e pedaggicos 43
3.3
Perfil geral do Tcnico em Educao 48
3.4
Estrutura curricular 50
3.4.1 Eixo da Prtica Profissional Supervisionada 52
3.4.2 Eixo da Formao Pedaggica 55
3.4.3 Eixo da Formao Especfica 57
3.4.3.1 Perfil especfico do Tcnico em Gesto Escolar 59
3.4.3.2 Perfil especfico do Tcnico em Multimeios
Didticos 61
3.4.3.3 Perfil especfico do Tcnico em Alimentao Escolar 65
3.4.3.4 Perfil especfico do Tcnico em Meio Ambiente e
Manuteno de Infra-Estrutura Escolar 68
3.5
Processo de avaliao 72
3.6
Sugesto para estudo dos mdulos 76
UNIDADE 4 EMENTRIO 79
4.1
Eixo da Formao pedaggica 81
4.2
Eixo da Formao especfica 82
4.2.1 Mdulos comuns 82
4.2.2 Tcnico em Gesto Escolar 83
4.2.3 Tcnico em Multimeios Didticos 84
4.2.4 Tcnico em Alimentao Escolar 85
4.2.5 Tcnico em Meio Ambiente e Manuteno de InfraEstrutura Escolar 86
REFERNCIAS 88
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Currculo para formao do Tcnico em
Gesto Escolar 61
Quadro 2 - Currculo para formao do Tcnico em
Multimeios Didticos 64
Quadro 3 - Currculo para formao do Tcnico em
Alimentao Escolar 67
Quadro 4 - Currculo para formao do Tcnico em
Meio Ambiente e Manuteno de InfraEstrutura Escolar 70
Quadro 5 - Quadro geral dos mdulos conforme
formao especfica 71
Quadro 6 - Resumo do processo de avaliao 75
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 -
Figura 2 -
Figura 3 -
Figura 4 -
LISTA DE SIGLAS
AFUSE - Sindicato dos Funcionrios e Servidores da Educao de So Paulo
CEAD - Centro de Educao a Distncia
CEB - Cmara da Educao Bsica
CEE - Conselho Estadual de Educao
CEFET - Centro Federal de Educao Tecnolgica
CNE - Conselho Nacional de Educao
CNTE - Confederao Nacional dos Trabalhadores em Educao
CONSED - Conselho Nacional dos Secretrios Estaduais de
Educao
Dase - Departamento de Articulao e Desenvolvimento dos
Sistema de Ensino
EAPE - Escola de Aperfeioamento dos Profissionais da Educao
FE - Faculdade de Educao/UnB
INEP - Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
Ansio Teixeira
LDB - Lei de Diretrizes e Bases
11
INTRODUO
Este documento foi construdo com o objetivo de situar todos
os sujeitos envolvidos com o Profuncionrio na sua proposta
poltico-pedaggica.
Proposta poltico-pedaggica refere-se aos princpios que
orientam as escolhas conceituais e metodolgicas feitas para
o planejamento do processo de formao profissional dos
funcionrios da educao. Abrange a concepo de tcnico
em educao, isto , o objetivo que se pretende alcanar, bem
como as concepes de todos os elementos envolvidos no
processo formativo, tais como: competncias, valores, conhecimentos, habilidades, aprendizagem, currculo, experincia prtica, avaliao.
Portanto, a proposta poltico-pedaggica um plano de formao orientado por certos princpios, concepes e mtodos. Sendo um plano, a proposta orienta, constitui-se em referncia, mas no determina as aes a serem realizadas nem
as experincias a serem vividas a partir dele.
Esta proposta, claro, no foi elaborada do nada. Ela foi construda em certas condies contextuais em relao s quais
se situa, envolvendo aspectos sociais, polticos, econmicos,
culturais e legais.
Ter notcias sobre o contexto de construo ajuda a compreender a proposta. As orientaes contextuais do Profuncionrio constituem, assim, a primeira parte deste documento.
Em relao ao contexto, a modalidade em que o Profuncionrio oferecido, educao a distncia EAD, um elemento
que o diferencia. Ter noo sobre o que a EAD, como funciona e que atores esto envolvidos e organizados em torno da
proposta, tambm importante para compreend-la. Essas
noes so encontradas na segunda parte do documento.
Na terceira e a na quarta partes, encontra-se a proposta poltico-pedaggica propriamente dita.
Na terceira, situam-se os objetivos da proposta, quais so os
princpios que a orientam, que competncias e conhecimentos
esto previstos para uma formao consistente e coerente com
os objetivos, como se pensa o processo de aquisio e construo de competncias e conhecimentos, por meio de que material e como esse material foi elaborado. Alm disso, claro, encontram-se na terceira parte os princpios e orientaes sobre o
17
b) Cursos Profissionais da Rede Municipal de Cuiab, que formaram cerca de 1.000 funcionrios entre 1995 e 2005;
c) Cursos Profissionais da Rede Estadual do Acre, que habilitaram cerca de 300 funcionrios entre 2000 e 2002;
d) Cursos Profissionais da Rede do Distrito Federal, que tiveram
uma verso coordenada pelo SAE em 1996-97-98, que habilitaram cerca de 100 funcionrios em trs cursos tcnicos, e
outra, coordenada pela EAPE, interrompida no final de 1998,
quando foi oferecida para 600 funcionrios.
18
O Mdulo I composto por: Psicologia Aplicada, Informtica, Gesto de Pessoal, Gesto Financeira, Teorias da Administrao e Redao. O Mdulo II por: Escriturao Escolar,
Informtica, Gesto de Pessoal, Gesto Financeira, Teorias
da Administrao, Sociologia e Filosofia. Por fim, o Mdulo III constitudo por: Escriturao Escolar, Teorias da Comunicao, Gesto de Biossegurana, Histria da Educao,
Polticas Educacionais e Tecnologia de Informao e Comunicao TICs.
Esse acmulo de experincias se desenvolve sobre uma base
que prev trs momentos diferentes na formao: a formao
pedaggica inspirada nos fundamentos da educao do curso
normal para formao de professores; a formao especfica conforme a habilitao profissional, sempre orientada por
uma teoria; e a parte de prtica profissional supervisionada.
Em relao a essa base curricular, a proposta de formao do
19
Esse curso j formou 90 profissionais. oferecido na modalidade presencial e seu currculo est organizado em trs mdulos, com uma carga horria total de 800h, para habilitao de
Tcnico em Gesto Escolar, ou 520h para qualificao como
Assistente em Gesto Escolar, no prevendo carga horria
para prtica supervisionada.
Profuncionrio um novo momento, de acmulo e diferenciao, no processo de construo das referncias para a formao profissional e de reconstruo1 das identidades profissionais. Processo no qual tanto o Ministrio da Educao quanto
o Conselho Nacional de Educao se inspiraram para propor
e definir as Diretrizes Curriculares da rea 21, como ser visto
na seqncia deste documento.
20
V valorizao dos profissionais da educao escolar, garantidos, na forma da lei, planos de carreira
com ingresso exclusivamente por concurso de provas e ttulos, aos das redes pblicas;
VI gesto democrtica do ensino pblico, na forma da lei;
VII garantia de padro de qualidade.
VIII piso salarial profissional nacional para os profissionais da educao escolar pblica, nos termos
da lei federal .
A palavra reconstruo usada neste documento com inspirao em Habermas (1983). Tratase, aqui, de um processo de desmontar para depois remontar de modo novo. Esse processo
possibilita tanto a conservao como a transformao do que existe, alm de possibilitar a
criao de algo novo.
1
21
de modo a atender aos objetivos dos diferentes nveis e modalidades de ensino e s caractersticas de
cada fase do desenvolvimento do educando, ter
como fundamentos:
I a associao entre teorias e prticas, inclusive
mediante a capacitao em servio;
II aproveitamento da formao e experincias anteriores em instituies de ensino e outras atividades.
[...]
Art. 64 A formao de profissionais de educao
para administrao, planejamento, inspeo, superviso e orientao educacional para a educao
bsica, ser feita em cursos de graduao em pedagogia ou em nvel de ps -graduao, a critrio da
instituio de ensino, garantida, nesta formao, a
base comum nacional.
J no Plano Nacional de Educao - PNE, encontram-se as
seguintes metas e objetivos:
22
23
Do Parecer pode-se extrair trs pequenas passagens que resumem o pensamento sobre o currculo da educao profissional, aplicvel inicialmente a vinte reas de trabalho, s quais
se somou a 21 rea, a dos Tcnicos em Educao, criada
pela Resoluo n 5/2005. Seguem as passagens:
24
Finalmente, o norte que orienta a organizao e o desenvolvimento das quatro habilitaes propostas pelo Profuncionrio, a qualidade da educao pblica, feita pela valorizao
dos educadores, pela participao democrtica de toda a comunidade escolar e pela construo de novas competncias
dos tcnicos que sero formados.
As bases legais do Profuncionrio derivam, portanto, dos preceitos constitucionais (art. 205 a 214), dos dispositivos da Lei
de Diretrizes e Bases da Educao Nacional, n 9.394/1996, do
Decreto n 5.154/2004, bem como das Diretrizes Curriculares
Nacionais emanadas da Cmara de Educao Bsica do Conselho Nacional de Educao, em especial:
25
c) Relativas Educao de Jovens e Adultos
Parecer CNE/CEB n 11, aprovado em 10 de maio de 2000:
Dispe sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educao de Jovens e Adultos;
26
Resoluo CNE/CEB n 5, de 22 de novembro de 2005: Inclui, nos quadros anexos Resoluo CNE/CEB n 4/99, de
22/12/1999, como 21 rea Profissional, a rea de Servios de
Apoio Escolar.
que ainda no terminou e que merece ser conhecida e construda com a participao de todos. Porm, infelizmente, no
cabe cont-la em detalhes agora2.
importante, entretanto, conhecer os acontecimentos mais
recentes para que se fique bem situado em relao ao Profuncionrio e ao contexto em que cada um est inserido como
participante protagonista.
Em 2004, o Ministrio da Educao MEC, por meio do Departamento de Articulao e Desenvolvimento dos Sistemas
de Ensino Dase, tomou como uma de suas polticas a valorizao dos funcionrios da educao.
Essa poltica significa a conquista dos trabalhadores em negociao com os poderes pblicos e com suas entidades representativa, acolhida e levada a srio pelo MEC, que passou a
concretiz-la a partir do Seminrio Nacional sobre Poltica de
Valorizao de Trabalhadores em Educao em cena os funcionrios de escola, que foi o acontecimento que possibilitou
a elaborao de um documento orientador das aes dessa
poltica de abrangncia nacional. 3
A poltica de valorizao dos funcionrios da educao constitui um programa de aes articuladas em trs frentes:
a) reconhecimento das novas identidades funcionais;
27
28
Essa equipe responsvel pela produo de materiais didticopedaggicos do Profuncionrio, nas quatro habilitaes, alm de
realizar a capacitao didtico-pedaggica com as equipes de
Coordenao Estaduais.5
A Coordenao Pedaggica, durante meses, junto com o
Dase, profissionais especialistas nas mais diversas reas envolvidas no curso (enfermeira, nutricionista, engenheiro, arquiteto, fisioterapeuta, artista, entre outros) e funcionrios da
educao articularam e desenvolveram discusses, anlises
e reflexes sobre princpios filosficos e pedaggicos desta
formao profissional, sobre os contedos e competncias a
At aqui foram realizados trs seminrios: em 2004, definio da poltica; em 2005,
apresentao e formalizao do Projeto Piloto, para cinco estados da federao (cerca de 5
mil funcionrios), do Curso Tcnico de Formao para os Funcionrios da Educao; em 2006,
apresentao e formalizao do Projeto de Expanso para mais doze estados da federao
(cerca de 18 mil funcionrios).
5
Mais adiante, nas Orientaes sobre a oferta a distncia, haver informaes mais
detalhadas sobre as entidades e atores que participam da construo, oferta e realizao do
curso.
4
serem construdos e adquiridos pelos funcionrios, o que resultou no conjunto de dezesseis mdulos para cada um dos
espaos profissionais (gesto, multimeios, alimentao e meio
ambiente e infra-estrutura), sendo seis da formao pedaggica e dez da formao especfica, incluindo sugestes para
atividades de prtica profissional supervisionada.
Por meio de reunies de trabalho entre a Coordenao Nacional de Valorizao dos Trabalhadores em Educao e as
Coordenaes Estaduais, formadas por Secretaria Estadual de
Educao, CEE, Undime e Sindicatos, fomentou-se iniciativas
para que os estados assumissem essa poltica concreta de valorizao dos trabalhadores da educao, o que de fato est
acontecendo.
Depois disso, organizaram-se e realizaram-se as capacitaes
das equipes estaduais com a finalidade de desconstruir e reconstruir vises, imagens e concepes sobre a identidade
profissional dos funcionrios da educao e as novas demandas exigidas para os tcnicos em educao.
Com essa postura de desconstruo e reconstruo, espera-se
provocar um deslocamento de atitudes, de certezas, de prioridades e de possibilidades para inventar alternativas de formao e de construo das novas identidades profissionais,
com desdobramentos sociais, educativos, polticos e culturais
para os trabalhadores da educao, para as escolas, para as
comunidades, para o pas.
29
Por meio da figura que segue, procura-se apresentar esquematicamente o processo de construo da poltica e da proposta de curso acima descrito.
Dado o primeiro passo, o de se situar no contexto de construo da proposta do Profuncionrio, pode-se apresentar as
condies da oferta a distncia, sobretudo aquelas relativas
aos aspectos pedaggicos, de acesso, organizacionais e estruturais.
O que se pretende, primeiro, esclarecer em que consiste a
Educao a Distncia - EAD e que diferenas fundamentais ela
apresenta em relao educao presencial, tanto do ponto
de vista pedaggico quanto da acessibilidade. Depois, apresenta-se a estrutura da oferta, mostrando como os atores se
relacionam e que atribuies cabem a cada um. Mais adiante,
indica-se que instituio, e em que condies, emitir o certificado de concluso do curso. Na quarta parte, apresenta-se o
perfil desejvel para o tutor, responsvel pela permanncia do
cursista no curso e, por fim, orienta-se o cursista sobre como
estudar a distncia.
33
A educao a distncia - EAD, nesse sentido, torna mais acessvel a educao formal e ajuda a repensar a tradio pedaggica, configurando-se como inovao na oferta do Profuncionrio.
34
Estudos mostram que o adulto apresenta determinadas caractersticas que devem ser levadas em considerao para obter
um aprendizado mais efetivo.
35
Ento, com isso que foi considerado at agora, pode-se entender melhor a escolha de realizar o Profuncionrio na modalidade a distncia, pois o cursista do Profuncionrio um
adulto que j tem experincia de vida e profissional, identificado com uma funo dentro da escola e da educao, que
quer ampliar seu campo de conhecimentos e identificar-se em
alguma funo, bem como quer ver garantida a sua oportunidade de acesso profissionalizao.
Nessa direo, a modalidade a distncia a mais adequada,
pois permite a flexibilizao daqueles dois elementos j citados no incio, ou seja, poder aprender em diferentes espaos
Uma outra caracterstica ainda a de que o adulto busca conseqncias prticas associadas sua realidade para dar sentido ao seu aprendizado. No Profuncionrio mesmo, quem o
cursa deve estar interessado em aprender mais para poder
pensar e fazer de outra forma aquilo que j vem fazendo ao
longo de sua experincia profissional. Alm, claro, de melhorar as suas condies de existncia.
e em diferentes tempos.
A idia a de que o cursista trabalhador no precise se deslocar constantemente a um espao especfico para ter contato
com o professor e aprender.
Dentro do Profuncionrio, condies esto sendo criadas para
que um adulto autnomo possa aprender da melhor forma
possvel. Para isso, foram produzidos materiais didticos adequados, haver acompanhamento a partir do trabalho de um
tutor e de um calendrio de encontros presenciais estabelecido dentro do processo.
No incio do curso, no primeiro encontro presencial com colegas e tutor, haver um tempo para compreender a proposta e
e se preparar para aprender na modalidade a distncia.
36
A Universidade de Braslia UnB, por meio do Centro de Educao a Distncia CEAD, responsvel pela produo do
curso: elaborao do material didtico, orientao presencial
de professores orientadores e tutores.
Cada estado organiza sua coordenao. Secretaria de Educao cabe designar o coordenador executivo. Professores
orientadores e tutores so selecionados e designados pela
prpria coordenao estadual. Dependendo da participao
de funcionrios da educao das redes municipais, tambm
as prefeituras podero indicar tutores.
A Coordenao Estadual formada pela Secretaria de Estado da Educao, por representaes da Undime Estadual, do
Conselho Estadual de Educao CEE, do Sindicato dos Trabalhadores da Educao e de outros atores sociais envolvidos
no processo.
O Coordenador Executivo, que deve ter a dedicao de 40h
semanais, encarregado de gerenciar o curso no estado, desde seu planejamento at a certificao dos alunos. Para isso,
dever fazer as mediaes necessrias: coordenar o trabalho
dos professores orientadores, elaborar relatrios peridicos de
suas atividades e da equipe, promover a avaliao institucio-
37
Entretanto, no planejamento do curso, pode-se prever que alguns mdulos sejam desenvolvidos em concomitncia com
outros, em particular, os mdulos de Informtica Bsica, de Produo Textual na Educao Escolar e de Direito Administrativo
e do Trabalho, cujos saberes so imprescindveis s atividades
do curso e formao profissional.
38
Para fazer jus certificao final, o cursista dever ter integralizado todas os estudos dos dezesseis mdulos e as 300
horas da Prtica Profissional Supervisionada, bem como deve
ter entregue o Memorial e o Relatrio Final concludo, com o
parecer do tutor, que encaminhar os resultados finais coordenao estadual que, por sua vez, tomar as providncias
para a emisso do certificado de concluso do curso.
39
40
41
saber estudar de forma independente e autnoma, reconhecendo seu ritmo e estilo de aprendizagem;
ser curioso e saber pesquisar informaes que complementem, aprofundem ou, at mesmo, contradigam conhecimentos trabalhados pelo Profuncionrio em outras fontes;
saber transformar as informaes, obtidas nos mdulos e
em materiais complementares, em conhecimentos;
ter iniciativa prpria para apresentar idias, questionamentos e sugestes;
ser capaz de trabalhar em grupo, de forma colaborativa e
cooperativa, sempre que necessrio;
ser disciplinado, a fim de cumprir com os objetivos que estabeleceu para si mesmo;
ser responsvel por seu prprio aprendizado;
estar consciente da necessidade de aprendizagem constante;
O Profuncionrio prev, alm do material impresso, a utilizao do computador e da internet para realizar algumas atividades do curso. Assim, tambm desejvel que o cursista:
42
saiba ou aprenda a enviar e receber e-mails, bem como trabalhar com anexos nas mensagens.
O que se pretende a construo e aquisio de conhecimentos e de competncias que permita ao cursista, por meio das
habilitaes do Profuncionrio, construir sua identidade profissional. Portanto, a metodologia, a organizao e a oferta do
curso visam aprendizagem autnoma, com auxlio de tutores, professores orientadores, coordenadores e professoreselaboradores, formando uma equipe que busca, na combinao de tecnologia, meios de comunicao e material didtico,
um processo pedaggico eficiente e eficaz.
A partir daqui entra-se na proposta poltico-pedaggica propriamente dita, que pressupe o contexto histrico e a modalidade de oferta apresentados, anteriormente, nas partes 1 e 2.
Encontram-se nesta terceira parte, portanto: os objetivos; os
princpios orientadores; as competncias e os conhecimentos
previstos para uma formao consistente e coerente; como foram elaborados os mdulos; alm dos princpios, dos instrumentos e das orientaes sobre o processo de avaliao da
aprendizagem do cursista.
3.1 Objetivos
Objetivo geral
Oferecer formao profissional, em nvel mdio a distncia,
aos funcionrios que atuam nos sistemas de ensino da educao bsica pblica.
Objetivos especficos
1. Formar tcnicos em Gesto Escolar.
2. Formar tcnicos em Multimeios Didticos
45
Entende-se, no Profuncionrio, que a formao tcnica consiste em um conjunto de atividades terico-prticas, investigativas e reflexivas. Tais atividades apontam para a aquisio
e construo crtica de conhecimentos, habilidades e valores
que podem contribuir para que os funcionrios da educao
se tornem educadores competentes e se qualifiquem como
pessoas, como cidados e como gestores de um determinado
espao escolar, definido em novos perfis profissionais, segundo a proposta poltico-pedaggica aqui apresentada e luz do
Parecer CNE/CEB n 16/2005.
para chegar l.
Diz-se que os princpios so filosficos porque expressam
conceitualmente o sentido da proposta. So polticos porque
expressam escolhas feitas entre alternativas possveis. Por
fim, so pedaggicos porque expressam uma inteno e um
planejamento educativos.
46
Mas, preciso compreender que se aprende a usar um conhecimento, por exemplo, quando se o constri. Logo, a aquisio
de competncia (saber usar) acontece na justa medida da construo do conhecimento que lhe necessrio.
Nesse sentido, a aquisio de competncia no se reduz ao
mero saber fazer tcnico, como, por exemplo, instalar e desinstalar um computador. Essa atividade est relacionada a fins
educativos que envolvem aspectos polticos, ticos, estticos
e cientficos, relativos compreenso do sentido do uso pedaggico/educativo do computador na escola. Ser competente
aquele profissional que souber planejar e potencializar o uso
educativo do computador na escola.
Essa relao entre competncia e conhecimento remete ao
princpio da indissociabilidade entre teoria e prtica.
Dizer que teoria e prtica so indissociveis, significa dizer que
a teoria tem duplo valor: por meio dela que se pode compreender e, ao mesmo tempo, reconstruir criticamente a prtica
que, por sua vez, se caracteriza como saber fazer planejado.
A prtica, portanto, s acontece com teoria, mas no neces-
47
Por isso, entende-se que no com uma lista de competncias definida de antemo que se determinar a profisso de
tcnico em educao. Muito menos se formaro profissionais
qualificados para exercerem-na, embora essa lista seja importante como referncia na busca e planejamento formativo/
transformador que se prope aqui.
Nesse sentido, para planejar a busca de competncias preciso considerar pelo menos trs elementos.
lhes d uma identidade atual, precisa ser desconstrudo e reconstrudo para que uma nova identidade profissional possa
ser criada, se for o caso.
A desconstruo e reconstruo a que se prope o Profuncionrio supe o princpio da construo de conhecimentos e
competncias pela problematizao, investigao e reflexo
como prtica profissional.
Em outras palavras, os conhecimentos historicamente produzidos a serem apropriados nos estudos do Profuncionrio devem ser reconstrudos pelos cursistas com base nas necessidades situacionais deles prprios e dos projetos pedaggicos
dos locais em que trabalham. problematizando sua vivncia
e as prticas escolares que o cursista poder sentir e perceber
os conhecimentos de que precisa para compreender e fazer
de outro jeito o que faz todos os dias.
48
A transversalidade temtica diz respeito ao modo de compreender competncias e conhecimentos que no se encontram
isolados na realidade escolar. Significa que o profissional,
educador, co-gestor e cidado, o tcnico em educao, deve
compreender as competncias e conhecimentos de que precisa relativamente a outras competncias e conhecimentos.
Por exemplo, no Profuncionrio entende-se que as competncias do tcnico em educao exigem conhecimentos sobre a
escola. Contudo, conhecer a escola implica em problematizla e refletir sobre a sua funo social, sobre o seu trabalho
educativo, sobre a produo de cultura e de identidade, sobre
a formao da cidadania, sobre a participao, sobre a conservao ambiental e do prprio prdio, sobre o projeto polticopedaggico, entre muitos outros elementos.
Assim, esses temas se atravessam uns aos outros no estudo da escola e exigem conhecimentos tcnico-cientficos que
possam ajudar a compreend-los. Da mesma maneira, tambm os conhecimentos so atravessados uns pelos outros:
sociolgicos, psicolgicos, filosficos, antropolgicos, histricos, pedaggicos, polticos, ambientais, arquitetnicos, administrativos, nutricionais, etc.
Por fim, o terceiro elemento a ser considerado na compreenso, aquisio e construo das competncias profissionais
do tcnico em educao refere-se s relaes entre as competncias individuais e as competncias profissionais.
49
Entende-se, no Profuncionrio, que as competncias individuais so aquelas que constituem a condio humana. So
aquelas que constituem o humano como ser capaz de produzir, refletir, modificar, aprender, inventar, decidir e sonhar.
Esto relacionadas ao existir, vida. De cada um e do gnero
humano.
50
coletar, organizar e analisar dados referentes secretaria escolar, alimentao escolar, operao
de multimeios didticos e manuteno da infraestrutura material e ambiental;
redigir projetos, relatrios e outros documentos
pertinentes vida escolar, inclusive em formatos legais, para as diversas funes de apoio pedaggico
e administrativo.
Acrescentam-se, na tentativa de tornar mais especfica a profisso, as seguintes competncias:
identificar e reconhecer a escola como uma das instituies
sociais e nela desenvolver atividades que valorizem as funes da educao;
descrever o papel do tcnico em educao na educao pblica do Brasil, de seu estado e de seu municpio;
atuar e participar como cidado, tcnico, educador e gestor
em educao nas escolas pblicas, seja da Unio, dos estados, do Distrito Federal ou dos municpios;
compreender que na escola todos os espaos so espaos de
vivncia coletiva, nos quais deve saber atuar como educador;
participar e contribuir na construo coletiva do projeto poltico pedaggico da escola em que trabalha de maneira a
fazer avanar a gesto democrtica;
51
investigar e refletir sobre o valor educativo das suas atividades no contexto escolar, para poder criar melhores e mais
consistentes condies para realiz-las;
transformar o saber fazer da vivncia em prtica educativa,
para a construo de outras relaes sociais, mais humanizadas.
Contudo, para no esquecer, no desejo e na busca de alcanar
essa utopia, muitas outras competncias entram em jogo e precisam ser valorizadas. Algumas delas j adquiridas pelos cursistas na sua longa experincia nas escolas e outras que sero
criadas e adquiridas no percurso deste curso e depois dele.
52
53
O trs eixos, ento, so os da Prtica Profissional Supervisionada, da Formao Pedaggica e da Formao Especfica, que
esto articulados em mdulos, o que significa que conhecimentos e competncias so adquiridos, construdos e experimentados por meio da problematizao terico-prtica de
temas e situaes, que constituem os contedos do curso.
Os mdulos no so livros, mas, no Profuncionrio, esto expressos em livros. Os mdulos problematizam temas, trazem conhecimentos historicamente produzidos, orientam a leitura e as atividades a serem realizadas tanto para compreender os conceitos
como para faz-los funcionar na experincia. Ou seja, a leitura dos
mdulos remete investigao emprica, analtica e reflexiva, tanto para compreenso de conhecimentos e de experincias como
para propor outras formas de se posicionar nas prticas: sugere
atividades de Prtica Profissional Supervisionada.
O que so os mdulos?
54
55
56
57
Por isso, no Profuncionrio, procura-se olhar a escola, nos diversos mdulos, de forma articulada e no sobreposta, muito
embora algumas questes sobre ela sejam retomadas em mdulos diferentes, com diferentes perspectivas.
so atravessados e problematizados por temas que constituem a formao pedaggica. Os temas so estudados luz
das cincias e da filosofia da educao, na perspectiva de contextualiz-los na escola e de contextualizar a escola em relao a eles. So os seguintes temas:
- identidade do tcnico em educao como educador, gestor,
profissional, cidado e humano;
- educao, como prtica social, como formao, como transmisso cultural, como endoculturao, como ato poltico, como
ao poltica, como desenvolvimento da personalidade;
- cidadania, como pertena e participao em um Estado,
como direito, como conquista, como projeto social e como
valor poltico;
- trabalho, como elemento central na organizao social e
como prtica cultural na qual e pela qual se educa, como autoproduo humana;
58
- gesto democrtica, como co-gesto, gesto coletiva e participativa, de uma participao qualificada e competente que
se constri com acesso informao e a conhecimentos, com
problematizao, investigao e reflexo da realidade e no dilogo com o outro.
Tais temas esto problematizados transversalmente (atravessam-se e chocam-se, ligam-se) no estudo e na investigao das
vivncias e rotinas escolares, de modo que a compreenso (terica) do seu sentido possa acontecer criticamente (na prtica).
59
Conforme a especificidade da formao (gesto escolar, multimeios didticos, alimentao escolar, meio ambiente e manuteno de infra-estrutura escolar), portanto, conhecimentos
diferentes sero exigidos, sobretudo aqueles relacionados
com as tcnicas de trabalho e uso das tecnologias.
O que isso quer dizer? Quer dizer que os mdulos que constituem o eixo da formao especfica continuam a problematizar a
escola. Porm, so elaborados de modo a introduzir saberes de
outras reas, que no da pedagogia, em perspectiva educativa
intencional. Os mdulos no so simples manuais que orientam,
passo a passo, como aplicar uma tcnica ou como usar um equipamento, muito embora em alguns momentos o faam.
Os mdulos procuram criar condies para que o cursista possa refletir sobre o sentido pedaggico, histrico, social, poltico e cultural do uso desses conhecimentos em processos
educativos. H um esforo, portanto, de que os contedos do
eixo da formao especfica possam ser apropriados reflexiva
e criticamente pelo cursista de modo a que contribuam com a
resignificao da rotina e do saber fazer da vivncia escolar.
60
Eles esto construdos de maneira a continuar a problematizao da escola em relao queles temas transversais citados no
eixo da formao pedaggica (identidade, educao, cidadania,
trabalho e gesto), alm de incluir outros temas ao estudo da escola, tais como: gesto democrtica e participao na formao
em gesto escolar; mdia, linguagem e tecnologia na formao
em multimeios didticos; alimentao saudvel e sustentvel
na formao em alimentao escolar; espao e meio ambiente,
espao educativo e manuteno tcnica na formao em meio
ambiente e manuteno de infra-estrutura escolar.
No eixo da formao especfica, portanto, a nfase no dada
pelas cincias e filosofia da educao, mas por outros saberes
que envolvem nutrio, biologia, qumica, comunicao, administrao, cincias contbeis, arquitetura, engenharia, meio
ambiente, informtica, direito, entre outros.
Com esses outros saberes e temas, so indicadas as especificidades da gesto de espaos educativos diferentes na escola.
O eixo da formao especfica composto por dez mdulos,
equivalentes a 600h. Trs deles, equivalentes a 180h, relativos a
contedos de Informtica Bsica, de Produo Textual na Educao Escolar e de Direito do Trabalho e Administrativo, so comuns s quatro formaes propostas, trazendo saberes importantes tanto para a atuao profissional como para os estudos
no Profuncionrio. Por isso podem ser estudados concomitantemente aos mdulos do eixo da formao pedaggica.
Assim, para formao especfica propriamente, o Profuncionrio est constitudo por sete mdulos que equivalem a
420h, como sero especificados, juntamente com as competncias, nas sees a seguir.
Antes, porm, preciso notar que, como os eixos que constituem a estrutura curricular do Profuncionrio so flexveis,
podem ser flexionados em formas circulares, o que torna o
trnsito de um para o outro mais intenso, conforme a figura a
seguir deixa claro:
Figura 4 Esquema das relaes entre os eixos na constituio do currculo
61
62
j) compreender e analisar a legislao educacional nas Constituies, nas Leis de Diretrizes e Bases, no Plano Nacional
de Educao e nos Conselhos de Educao;
k) dominar, analisar, refletir, fazer relaes e mediaes entre
as normas emanadas dos conselhos de educao e o regimento escolar;
l) ler, compreender e produzir com autonomia, registros e escritas de documentos oficiais, relacionando-os com as prticas educacionais;
Carga
horria
total
Carga Horria
360h
60h
60h
60h
60h
60h
60h
600h
7 Informtica Bsica
60h
60h
60h
60h
60h
12 Legislao Escolar
60h
60h
14 Contabilidade na Escola
60h
15 Administrao de Materiais
60h
60h
63
1260h
64
65
66
60h
60h
60h
60h
60h
60h
600h
7 Informtica Bsica
60h
60h
60h
10 Teorias da Comunicao
11 Biblioteca Escolar
12 Audiovisuais
13 Laboratrios
14 Oficinas Culturais
360h
Carga
horria
total
Carga
Horria
60h
60h
60h
60h
60h
60h
60h
1260h
67
f) ter conhecimento crtico dos desvios na oferta de alimentos, principalmente em suas verses industriais e superfaturamentos;
h) escolher e planejar cardpios escolares a partir da elaborao das alternativas criadas pelos nutricionistas, quando
houver;
i) conhecer o mercado local de oferta de alimentos industriais,
semi-elaborados e in-natura; e, ser capaz de efetuar compras dos insumos para a preparao semanal da merenda
na escola;
j) ter conhecimento terico e prtico do manejo de hortas domiciliares e escolares, como suporte parcial dos insumos
da merenda escolar;
g) conhecer vrias opes de receitas e de preparao de alimentos compatveis com as refeies escolares, a partir da
oferta regional e das estaes do ano;
68
q) ter a habilidade para dialogar com os profissionais das diversas reas da educao e esforar-se para praticar a interdisciplinaridade na educao alimentar e na oferta de merenda escolar;
r) compreender as estaes do ano e interpretar a sua influncia na produo de alimentos e carnes;
Carga
horria
total
Carga
Horria
360h
60h
60h
60h
60h
60h
60h
600h
7 Informtica Bsica
60h
60h
60h
60h
60h
60h
60h
60h
60h
16 Cardpios Saudveis
60h
69
1260h
MDULOS
70
e) dominar o histrico da evoluo do espao geogrfico do municpio, de suas zonas urbanas e rurais, na perspectiva da legislao ambiental e do plano diretor de ocupao territorial;
f) gerenciar, do planejamento execuo, os servios de higiene e limpeza da escola, solidariamente com os outros
trabalhadores e estudantes;
71
Quadro 4 Currculo para formao do Tcnico em Meio Ambiente e Manuteno de Infra-Estrutura Escolar
Tcnico em Meio Ambiente e Manuteno de Infra-Estrutura Escolar
MDULOS
72
Carga
horria
total
Carga
Horria
360h
60h
60h
60h
60h
60h
60h
600h
7 Informtica Bsica
60h
60h
60h
60h
60h
60h
60h
60h
60h
16 Tcnicas de Construo
60h
1260h
MULTIMEIOS
DIDTICOS
420h
ALIMENTAO
ESCOLAR
420h
10 Teorias da
Comunicao
11 Biblioteca
Escolar
12 Audiovisuais
13 Laboratrios
14 Oficinas
Culturais
15 Informtica
Aplicada Educao
16 Informtica
Aplicada s Artes
10 Alimentao e
nutrio no Brasil
11 Alimentao
Saudvel e
Sustentvel
12 Polticas de
Alimentao Escolar
13 Produo e
Industrializao de
Alimentos
14 Organizao
e Operao de
Cantinas
ou Cozinhas
Escolares
15 Planejamento
e Preparo de
Alimentos
16 Cardpios
Saudveis
MEIO AMBIENTE
E INFRAESTRUTURA
ESCOLAR
420h
10 Teorias do
Espao Educativo
11 Meio Ambiente,
Sociedade e
Educao
12 Higiene e
Segurana nas
Escolas
13 Equipamentos
Hidrulicos e
Sanitrios
14 Equipamentos
Eltricos e
Eletrnicos
15 Equipamentos e
Materiais Didticos
16 Tcnicas de
Construo
73
74
nesse ltimo sentido que a avaliao proposta no Profuncionrio. Significa dizer que os procedimentos, os materiais,
as relaes, os processos de aprendizagem, as experincias
vivenciadas individual e coletivamente, a interao social, as
dificuldades, as conquistas, os desafios assumidos e as gotas
de esperanas devem ser valorizados, levados em conta na
avaliao. No para julgar, mas para poder ser e fazer diferente.
75
As situaes de estudo e de trabalho, que remetem dos mdulos a atividades terico-prticas, que vo desde a manipulao de ferramentas ou execuo de cardpios at a participao em conselhos e em seminrios, constituem objeto para
registro no Memorial, mediado por reflexes e idias prprias
do cursista, que o conduziro auto-avaliao: percepo
de si no processo de formao.
76
O Relatrio Final, de autoria do cursista, por sua vez, documenta descritivamente a realizao das atividades da PPS e
os resultados alcanados (aquisio e construo de competncias previstas) em processo e propostas. Este documento
pode ser construdo passo a passo, conforme a realizao das
atividades de PPS.
O Formulrio, por fim, serve para o registro dos locais onde
foram realizadas as atividades, do nmero de horas previstas
para as atividades, do tipo de atividade terico-prtica realizada e outros registros a serem definidos pelas equipes estaduais.
O Relatrio Final e o Formulrio so documentos/instrumentos que comprovao do cumprimento integral da carga horria da PPS, a serem tratados conforme legislao estadual.
Nesse sentido, as descries e concluses do Relatrio, po-
77
percepo
das
dificuldades com vistas a reconstruir
No curso: memorial reflexivo da e criar outras possibilidades de
trajetria do cursista.
compreenso e prtica.
Na PPS: relatrio final, descritivo Participativa/Dialgica coletiva
e conclusivo, e registro das interativa.
horas em formulrio adequado.
Emancipatria auto-avaliao.
INSTRUMENTOS
78
Observando-se os princpios filosficos, polticos e pedaggicos do Profuncionrio, todos os mdulos seguem um desenho
educativo expresso por uma iconografia que orienta o cursista
na leitura, indicando atividades investigativas e reflexivas, atividades complementares e destacando passagens importantes
do texto escrito, alm de sugerir materiais alternativos e complementares de estudo, como ser mostrado a seguir:
As atividades propostas por meio dos cones Pratique, assim como algumas atividades propostas por meio dos cones
Reflexo, Saiba Mais e Internet, que exigem pesquisa
fora dos mdulos, so, ao mesmo tempo, sugestes para o
plano de Prtica Profissional Supervisionada, conforme deci-
79
so a ser tomada entre cursista e tutor e devem ser registradas reflexivamente no memorial.
Alm dessa iconografia, os mdulos apresentam tambm figuras e fotografias ilustrativas e educativas, que permitem
ao leitor visualizar e conhecer objetos e equipamentos importantes na formao profissional Tambm por meio das figuras e fotografias o leitor tem a possibilidade de visualizar e
conhecer objetos e equipamentos importantes na formao
profissional, como no exemplo a seguir:
Antonio Gramsci (1891-1937) foi um dos maiores pensadores marxistas. Italiano, natural da
Sardenha, funda o Partido Comunista Italiano
em 1921. Eleito deputado em 1924, perseguido juntamente com outros membros do PCI
pelo governo fascista de Mussolini. Preso em
novembro de 1926, permanece encarcerado at
as vsperas de sua morte, em 1937.
80
Ementa
1 - Funcionrios de Escolas:
cidados, educadores,
profissionais e gestores
2 - Educadores e
Educandos:
tempos histricos
Elaboradora:
Maria Abdia da Silva
3 - Homem, Pensamento
e Cultura: abordagens
filosfica e antropolgica
Elaborador:
Dante Diniz Bessa
83
Unidade 4 Ementrio
Elaborador:
Joo Antnio Cabral de
Monlevade
4 - Relaes Interpessoais:
abordagem psicolgica
Elaboradora:
Regina Lcia Sucupira
Pedroza
84
7 - Informtica Bsica
Elaborador:
Joo Kerginaldo Firmino do
Nascimento
8 - Produo Textual na
Educao Escolar
Elaboradora:
Olga Cristina Rocha de Freitas
Unidade 4 Ementrio
Ementa
Curso Bsico de Informtica. Descobertas e criaes do homem
na sua relao com a natureza e o trabalho. Industrializao no
Brasil. O que tecnologia. Tecnologias da Informao. Internet e
acesso tecnologia da informao no Brasil. Tecnologias e mercado
de trabalho. O que informtica. A informtica na formao do
trabalhador. Sistema operacional Windows XP. Editor de texto Word
XP. Navegador Internet Explorer. Linux. O editor de texto no KWord.
Navegador Mozila Firefox.
9 - Direito Administrativo e do
Trabalho
Conceitos fundamentais de Direito. O mundo do trabalho. A
Constituio Federal e a conquista da cidadania. Os direitos do
Elaborador:
trabalhador brasileiro. Elementos de Direito Administrativo. Os
Walter Candido Borsato de
funcionrios da educao como sujeitos de sua prpria histria.
Moraes
Ementa
10 - Trabalho Escolar e
Teorias Administrativas
Elaborador:
Jos Vieira de Sousa
85
Elaboradora:
Olga Cristina Rocha de
Freitas
16 - Estatstica Aplicada
Educao
Elaborador:
Carlos Augusto de
Medeiros
Unidade 4 Ementrio
15 - Administrao de
Materiais
Ementa
13 - Laboratrios
Elaboradora:
Joelma Bomfim da Cruz
86
14 - Oficinas Culturais
Elaboradores:
Maria das Graas Pimentel,
Liliane Bernardes Carneiro e
Jacinto Guerra
15 - Informtica Aplicada
Educao
Elaborador:
Joo Kerginaldo Firmino do
Nascimento
16 - Informtica Aplicada s
Artes
Elaboradores:
Suzete Venturelli e
Lcio Teles
Unidade 4 Ementrio
10 - Alimentao e
Nutrio no Brasil
Elaboradora:
Clara Terko Takaki
Brando
11 - Alimentao
Saudvel e Sustentvel
Elaboradora:
Clara Terko Takaki
Brando
12 - Polticas de
Alimentao Escolar
Elaboradoras:
Lorena Gonalves
Chaves e Rafaela
Ribeiro de Brito
13 - Produo e
Industrializao de
Alimentos
Elaboradoras:
Carla Maria Cartocci
e Sabrina Burjack
Neuberger
14 - Organizao e
Operao de Cantinas
ou Cozinhas Escolares
Elaboradoras:
Renata Bernadon
e Gabriela Tavares
Cardoso
15 - Planejamento e
Preparo de Alimentos
Elaboradora:
Clara Terko Takaki
Brando
16 - Cardpios
Saudveis
Elaboradora:
Clara Terko Takaki
Brando
Ementa
Alimentao e nutrio no Brasil. Homem gabiru. Conferncia
Nacional de Sade. Significado da alimentao. Formao da cozinha
brasileira. Fome oculta. Anemia. Vitamina A. Bcio. Zinco. Transio
nutricional. Memria do comer. Alimentao da criana. Criana
para criana. Plano rotativo e recreao orientada. Sal de cozinha.
Alimentao saudvel x Constipao. Comensalidade. Estilo de
vida x novas doenas. Ciclos da vida. Atividade fsica e sade.
Projeto poltico-pedaggico: exerccio de democracia e participao
na escola.
Alimentao Saudvel. Influncia da propaganda nos hbitos
alimentares. Obesidade. Sade bucal. Comparao de cardpios.
Comer bem e barato. Experincias de sucesso. Hortas perenes.
Diferentes tipos de contaminao. Aditivos qumicos nos alimentos.
Dieta, crime e delinqncia. Grficos: comparao de valores
nutritivos. Conquistas de uma alimentao saudvel.
A ao do Estado brasileiro como regulador e provedor da alimentao
escolar. Alimentao escolar e seus benefcios: fundamentos para a
educao de qualidade. A Entidade executora: estados, municpios,
Distrito Federal e escolas federais. A gesto da alimentao escolar:
centralizao, descentralizao, semi-descentralizao, escolarizao
e terceirizao. O nutricionista na alimentao escolar. Da(o)
merendeira(o) educadora alimentar. Cozinhas e cantinas nas escolas
pblicas. Alimentao escolar no contexto internacional.
Contextualizao da produo e industrializao de alimentos a
partir da ocupao dos portugueses. Anlise da importncia regional
da cultura e meio ambiente para a segurana alimentar do povo
brasileiro e sua contribuio para a merenda escolar. Evoluo
da populao brasileira. Da geopoltica da fome ao celeiro do
mundo. Brasil auto-suficiente na produo de alimentos. Dados da
produo, industrializao e distribuio de alimentos nos anos 2000.
Comercializao no atacado e no varejo. Produo familiar e escolar:
hortas, pomares e criaes.
87
Unidade 4 Ementrio
Mdulo
10 - Teorias do Espao
Educativo
Elaboradores:
Antnio Carlos Cabral
Carpintero e Jaime
Gonalves Almeida
11 - Meio Ambiente,
Sociedade e Educao
Elaborador:
Ivan Dutra Faria
12 - Higiene e Segurana
nas Escolas
88
Elaborador:
Ivan Dutra Faria
13 - Equipamentos
Hidrulicos e Sanitrios
Elaboradora:
Chnia Rocha Figueiredo
14 - Equipamentos Eltricos
e Eletrnicos
Unidade 4 Ementrio
Elaboradora:
Chnia Rocha Figueiredo
Ementa
Conceito de espao. Histria dos espaos escolares como
expresso de diferentes culturas e pedagogias. Espao natural,
espao arquitetnico e espao educativo. O colgio jesutico
nas cidades e nas misses. O espao escolar na educao
pombalina. Os prdios escolares do Imprio e da Primeira
Repblica. O enxugamento dos espaos escolares nas dcadas
de massificao: salas de aula e dependncias administrativas.
O papel dos funcionrios em cada modelo de escola. O currculo
como modelador dos espaos: salas-ambiente. Educao e
entorno socioambiental. Teorias de manuteno da qualidade
material das edificaes e dos equipamentos.
Noes bsicas de ecologia, meio ambiente e sua preservao.
Contribuies da fsica, qumica e biologia. Equilbrio ecolgico.
A ocupao da natureza do territrio brasileiro e do municpio
pelo homem em suas atividades econmicas: os impactos
ambientais. Educao escolar e meio ambiente. Preservao dos
mananciais hdricos. Manejo do lixo na comunidade e na escola.
Desenvolvimento social e ambiental.
A higiene como expresso material da sade humana. Construo
social do conceito de higiene e de sua realidade na escola. Cidade
limpa, bairro limpo, escola limpa. O uso higinico dos espaos
escolares. O uso da gua como bem escasso da natureza, da
comunidade e da escola. Hbitos de higiene dos estudantes e
limpeza do ambiente escolar. Coleta seletiva de lixo. O papel do
funcionrio como gestor da limpeza e higiene na escola. Conceitos
de segurana. Relaes sociais e educativas na comunidade e
na escola: separao e integrao. Cidade segura, bairro seguro,
escola segura. Segurana no interior da escola: o funcionrio
como agente repressor ou mediador de conflitos. O adolescente
infrator e a reeducao. O Estatuto da Criana e do Adolescente.
O planeta gua. Captao, distribuio e consumo de gua nas
escolas. Acesso gua potvel. Bebedouros e refrigeradores:
estrutura, funcionamento e reparos. Equipamentos hidrosanitrios
nas cozinhas, cantinas e sanitrios. Leitura de plantas dos
projetos hidrosanitrios. Estrutura e funcionamento da rede de
esgotamento sanitrio, prprio ou integrado cidade. Prtica de
reparos nos equipamentos hidrulicos e sanitrios
Eletricidade como fonte de energia. Fundamentos tericos e
aplicaes na escola. Iluminao de ambientes externos e internos
ao prdio escolar. Equipamentos e gasto de energia: estrutura
e funcionamento. Ventilao e condicionamento artificiais do
ar. Instalaes eltricas. Manuteno e reparo de instalaes e
equipamentos. Aparelhos eletrnicos: manuseio, manuteno e
reparos. Progresso cientfico e impacto ambiental da produo
de energia.
Elaboradora:
Olga Cristina Rocha de
Freitas
16 - Tcnicas de
Construo
Elaborador:
Jaime Gonalves Almeida
89
Unidade 4 Ementrio
15 - Equipamentos e
Materiais Didticos
REFERNCIAS
AZEVEDO, Janete. Educao como poltica pblica. So Paulo: Autores Associados, 1997.
BESSA, Dante Diniz. Produo de conhecimentos e de sujeitos crticos em educao: reflexes sobre a Teoria da Ao
Comunicativa de Habermas. In: MUNHOZ, A.; FELDENS, D.;
SCHUCK, R. Aproximaes sobre o sujeito moderno: traando algumas linhas. Lajeado: Univates, 2006.
BRASIL. Conselho Nacional da Educao. Secretaria da Educao Bsica. Diretrizes Curriculares Nacionais: Educao Bsica. Braslia: MEC, 2004.
BRASIL. Conselho Nacional de Educao. Secretaria de Educao
Bsica. Proposta de Diretrizes Curriculares Nacionais para a rea
de profissional de Servios de Apoio Escolar. Parecer CNE/CEB n
16/2005. Aprovado em 3 de agosto de 2005. A ser homologado
pelo Ministro da Educao. Proposta de Diretrizes Curriculares Nacionais para a rea profissional de Servios de Apoio Escolar.
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional. Lei
n 9394/1996. Estabelece as diretrizes e bases da educao
nacional.
90
REFERNCIAS
FREITAS, Olga. Por uma poltica de valorizao dos trabalhadores em educao: em cena, funcionrios de escola. Ministrio da Educao: Secretaria de Educao Bsica. Braslia:
MEC/SEB, 2004.
HABERMAS, Jrgen Para a Reconstruo do Materialismo
Histrico. So Paulo: Brasiliense, 1983.
MENDONA, Erasto Fortes. A Regra e o Jogo. Campinas/SP:
Lapplane, 2000.
MONLEVADE, Joo Antonio C. Funcionrios das escolas pblicas: educadores profissionais ou servidores descartveis.
Braslia: Idea, 2000.
NASCIMENTO, Francisco das Chagas Firmino e LIMA, Manoel
C. Terceirizao na educao: a face moderna do retrocesso.
Braslia: SAE/DF, 2001.
OLIVEIRA, Dlila Andrade; ROSAR, Maria de Ftima Felix. Poltica e gesto da educao. Belo Horizonte: Autntica, 2002.
PACHECO, Ricardo Gonalves. Bolsa escola e renda minha:
renda minha e educao na viso das mes. Braslia, 2005.
Dissertao de Mestrado, FE/UnB.
PEDROZA, Regina L. S. ; YOKOV, T. Psicologia escolar em educao infantil: reflexes de uma atuao. Psicologia Escolar e
Educacional, Campinas, v. 9, n 1, 2005.
91
REFERNCIAS
VEIGA, Ilma Passos Alencastro; FONSECA, Marlia. As dimenses do projeto poltico-pedaggico. Campinas: Papirus, 2001.