Boletim Pedagogico Lingua Portuguesa 1 Ano EMSAERS
Boletim Pedagogico Lingua Portuguesa 1 Ano EMSAERS
Boletim Pedagogico Lingua Portuguesa 1 Ano EMSAERS
2008
ISSN 1983-0149
B O L E T I M P E D A G G I C O D E AVA L I A O D A E D U C A O
LNGUA PORTUGUESA
o
ANO
ISSN 1983-0149
BOLETIM PEDAGGICO
DE LNGUA PORTUGUESA DO
1 ANO DO ENSINO MDIO
Ficha Catalogrfica
Coordenao Geral
Lina Ktia Mesquita Oliveira
Consultor Tcnico
Manuel Fernando Palcios da Cunha e Melo
Coordenao Estatstica
Tufi Machado Soares
Coordenao de Divulgao dos Resultados
Anderson Crdova Pena
Equipe de Banco de Itens
Vernica Mendes Vieira (Coord.)
Mayra da Silva Moreira
Equipe de Anlise e Medidas
Wellington Silva (Coord.)
Ailton Fonseca Galvo
Clayton Vale
Rafael Oliveira
Equipe Responsvel pela Elaborao do Boletim
Lina Ktia Mesquita Oliveira (Org.)
Manuel Fernando Palcios da Cunha e Melo (Org.)
Anderson Crdova Pena
Equipe de Lngua Portuguesa
Hilda Aparecida Linhares da Silva Micarello (Coord.)
Josiane Toledo Ferreira Silva (Coord.)
Ana Letcia Duin Tavares
Maika Som Machado
Edson Munck
Jane Graeff de Oliveira
Equipe de Matemtica
Lina Ktia Mesquita Oliveira (Coord.)
Denise Mansoldo Salazar
Maringela de Assumpo de Castro
Tatiane Gonalves de Moraes
Alexandre Rodrigues Soares
Equipe de editorao
Hamilton Ferreira (Coord.)
Clarissa Aguiar
Marcela Zaghetto
Raul Furiatti Moreira
Vinicius Peixoto
Sumrio
7
Apresentao
Linha de Chegada!
10
Travessia
13
19
A Matriz de Referncia
27
O Diagnstico
77
A Mudana
85
Apresentao
Prezado(a) Professor(a),
O objetivo central da Secretaria de Estado da Educao garantir uma escola de
qualidade para todas as crianas e jovens gachos. Para isso, preciso assegurar
prdios em condies de funcionamento, equipamentos, professores capacitados,
uma poltica de valorizao do magistrio que articule qualificao e desenvolvimento
profissional com melhoria da qualidade do ensino e um sistema para avaliar
constantemente a aprendizagem dos alunos.
No que se refere avaliao, aplicamos, em 2008, pela terceira vez, testes cognitivos
de Matemtica e de Lngua Portuguesa aos alunos da 2 srie/3 ano e 5 srie/6
ano do ensino fundamental e 1 ano do ensino mdio. com grande satisfao que
entregamos a voc o resultado dessa avaliao por meio do Boletim Pedaggico do
SAERS Sistema de Avaliao do Rendimento Escolar do Rio Grande do Sul.
Por meio da anlise detalhada das informaes contidas neste boletim, voc poder
entender melhor todas as etapas do processo de avaliao, identificando os nveis de
aprendizagem alcanados pelos alunos e as competncias e habilidades que precisam
ser desenvolvidas. Nesse processo, sua ao fundamental.
A partir dos resultados do SAERS no Estado e em suas diferentes regies, a
Secretaria da Educao pode aprimorar suas polticas, buscando apoiar as escolas
para a melhoria da qualidade do ensino e, assim, reverter a perda de posio do
Rio Grande do Sul, frente aos demais estados da Regio Sul e, tambm, ao Pas,
no que se refere educao bsica. Para isso, indispensvel a mobilizao da
comunidade escolar pais ou responsveis, alunos, professores, funcionrios e
equipe de direo da escola. Garantir uma BOA ESCOLA PARA TODOS uma tarefa
de todos ns.
Mariza Abreu
Secretria de Estado da Educao
Linha de Chegada!
Professor,
Em 2008, a sua escola participou do Sistema de Avaliao do Rendimento Escolar do Rio Grande
do Sul. Para voc se apropriar dos resultados dessa avaliao em larga escala, especfica do nosso
Estado, ns, da Comisso Coordenadora do SAERS, em conjunto com o Centro de Polticas Pblicas
e Avaliao da Educao da Universidade Federal de Juiz de Fora, o CAEd/UFJF, elaboramos este
Boletim.
Com o Boletim Pedaggico pretendemos promover a discusso dos resultados, possibilitando a
todos conhecer o desempenho da escola, identificando as habilidades fundamentais que foram, e
as que ainda no foram, adequadamente desenvolvidas pelos alunos. Esse um passo importante
para o reconhecimento de boas prticas pedaggicas e para a construo de novas aes capazes
de elevar os nveis de aprendizagem dos alunos.
O SAERS, ao eleger a escola como unidade bsica de anlise, permite diagnosticar o quanto o sistema
escolar se aproxima ou se distancia de uma educao de qualidade. A partir desse diagnstico,
possvel definir, alm de novas prticas pedaggicas, polticas pblicas voltadas para a melhoria da
qualidade do ensino e para a reduo das desigualdades educacionais.
Neste boletim, convidamos voc, professor, para uma interessante caminhada que comea pela
chegada dos resultados da avaliao de sua escola.
Nossa caminhada est quase comeando...
O Passaporte:
O Dirio
de Bordo: interessante que voc tenha um caderno para anotar as suas dvidas,
opinies e sugestes sobre este Boletim e o Portal. Com esse caderno, voc poder redefinir
a trajetria, rever as direes; enfim, refletir sobre seu percurso. Isso ajudar voc a aproveitar
melhor a viagem, repensando constantemente o caminho percorrido e o que voc ainda
percorrer. Essas anotaes so muito importantes e, portanto, devem ser compartilhadas com
todos os colegas de viagem.
Os viajantes: Voc no deve viajar sozinho. Forme um grupo de colegas em sua escola, converse
e troque informaes sobre o Boletim com a direo e a equipe pedaggica, com a sua
Coordenadoria Regional de Ensino (CRE) ou Secretaria Municipal de Educao.
Travessia
Roteiro da viagem
Professor, como em toda viagem, antes de seguir a caminhada,
preciso estruturar bem o roteiro a seguir. ele que garante a
permanncia no percurso traado, evita desvios e perda de tempo.
Em nosso roteiro, esto previstas quatro Estaes nas quais temos
muito a conhecer!
Leia atentamente o Roteiro, siga as instrues e aproveite ao
mximo, para que juntos possamos fazer uma excelente viagem.
J est quase na hora da partida!
Vejamos em quais estaes voc dever passar.
Conhecer a histria do
Trilhas a percorrer:
A Histria e os Objetivos
Passaporte:
Consultar o
Compreender a Matriz de Referncia para Avaliao e suas relaes com a Matriz Curricular de
Ensino.
Estabelecer
Estao: O DIAGNSTICO
Objetivo a alcanar:
Trilhas a percorrer:
Estao: A MUDANA
Objetivo a alcanar:
Entrar em contato com outros professores para o debate dos resultados do SAERS.
O Sistema de Avaliao
do Rendimento Escolar
do Rio Grande do Sul
Trilha 1
O SAERS tem como finalidade fornecer subsdios para a implementao de aes de formao
continuada de professores, divulgao das boas prticas de escolas com melhores resultados e
identificao das escolas com resultados insuficientes para receber apoio e realizar o replanejamento
de sua gesto e ao pedaggica. O SAERS, alm de contribuir para a melhoria da qualidade do
ensino e para a reduo das desigualdades educacionais, visa ao desenvolvimento de uma cultura
de avaliao que envolva toda a comunidade escolar.
A realizao de avaliaes sistemticas do sistema de ensino do Estado do Rio Grande do Sul
est garantida pela lei 10.576/95, que versa sobre a Gesto Democrtica do Ensino Pblico. A lei
determina que seja feita uma avaliao de todos os estabelecimentos da rede pblica, coordenada
e executada pela Secretaria da Educao do Estado. A meta analisar o desempenho de todo o
sistema educacional, gerando informaes que subsidiem decises sobre o processo de ensino e de
aprendizagem.
Participam do SAERS as escolas da rede pblica estadual, urbanas e rurais, independente do
nmero de alunos, alm de escolas municipais e particulares cujas mantenedoras aderirem ao
SAERS. So diagnosticadas, mediante a aplicao de testes, as habilidades cognitivas desenvolvidas
pelos alunos da 2 srie/3 ano e 5 srie/6 ano do ensino fundamental e do 1 ano do ensino
mdio, nas reas de Lngua Portuguesa e de Matemtica, entendidos como momentos decisivos
Professor, o Sistema de Avaliao do Rendimento Escolar do Rio Grande do Sul --- SAERS --- uma
iniciativa da Secretaria da Educao, em parceria com a Unio Nacional dos Dirigentes Municipais
de Educao (Undime/RS) e com o Sindicato dos Estabelecimentos do Ensino Privado do Rio Grande
do Sul (Sinepe/RS). O sistema, institudo por meio do decreto estadual n 45.300, de 30 de outubro
de 2007, visa a avaliar, de forma objetiva e sistemtica, a qualidade da educao bsica oferecida
nas escolas gachas, para formular, com base nos seus resultados, polticas pblicas, estratgias e
aes, com vista ao estabelecimento de padres de qualidade para a educao no Estado.
15
no percurso escolar dos alunos, de forma a permitir a interveno pedaggica para a correo
dos problemas de aprendizagem detectados pelo processo de avaliao. No mesmo perodo, so
aplicados questionrios a alunos, professores e diretores ou supervisores das unidades escolares
com o objetivo de identificar fatores externos e internos s escolas que influenciam nos resultados
de aprendizagem dos alunos.
Em 1996, foram avaliados os alunos da 2, 5 e 7 sries do ensino fundamental e 2 srie do ensino
mdio. Tanto em 1997 como em 1998, em parceria com a FAMURS*, aplicaram-se testes de Lngua
Portuguesa, Redao e Matemtica para os alunos de 4 e 8 sries do ensino fundamental e 3 srie
do ensino mdio.
No perodo entre 1999 e 2004, o Estado deixou de realizar avaliaes. Em 2005, o SAERS foi
realizado pela primeira vez, aplicando testes a 4.531 alunos das 223 escolas da rede estadual da
25 e da 32 Coordenadoria Regional da Educao, e a 41.894 alunos de 1.243 escolas de 77 redes
municipais de ensino que aderiram ao processo de avaliao. Os testes de Lngua Portuguesa e
Matemtica foram aplicados a alunos da 2 srie/3 ano e 5 srie/6 ano do ensino fundamental
e 1 ano do ensino mdio.
Em 2007, o SAERS aplicou testes de Lngua Portuguesa e de Matemtica a alunos da 2 srie/3
ano e 5 srie/6 ano do ensino fundamental e 1 ano do ensino mdio de todas as escolas da rede
estadual, de escolas municipais de 56 municpios, de 18 escolas da rede particular, e uma federal,
num total de 288.734 alunos avaliados. Alm disso, alunos, professores e diretores preencheram
questionrios que coletaram dados contextuais e informaes sobre as condies de infraestrutura
de cada escola.
Dessa forma, o SAERS/2007 constituiu, por um lado, continuidade do processo retomado em 2005
e, por outro lado, ponto de partida para a reconstruo da avaliao externa de carter censitrio,
no apenas por amostra. Para a Secretaria de Estado da Educao, alm de acompanhar os
resultados obtidos nas escolas estaduais avaliadas em 2005, tratava-se, em 2007, de implementar
processo avaliativo do desempenho acadmico dos alunos no primeiro ano de gesto, com carter
universal, de forma a possibilitar a reorientao das polticas pblicas de educao nos quatro
anos subsequentes correspondentes execuo do Plano Plurianual elaborado em 2007. Para os
Municpios que participaram do SAERS/2005, com a implementao de processo avaliativo do
desempenho acadmico dos alunos no primeiro ano de gesto, tratava-se, em 2007, de verificar se
as polticas adotadas reverteram-se em melhoria dos nveis de aprendizagem dos alunos.
No SAERS/2008, foram avaliados 243.584 alunos das 2.690 escolas da rede estadual e alunos das
escolas municipais de 5 Municpios que aderiram ao processo de avaliao, alm de 15 escolas
privadas e uma federal que tambm aderiram.
Escolas
Alunos
2.706
243.584
SAERS 2008
16
Passaporte:
1. Consulte o Portal da Avaliao no site www.caed.ufjf.br
e/ou tambm www.educacao.rs.gov.br e identifique os
marcos legais que instituem o sistema nacional de avaliao
do rendimento escolar. Registre em seu dirio de bordo.
2. Contextualize o SAERS em relao s avaliaes da educao
realizadas no pas, apontando suas semelhanas e diferenas.
Para isso, consulte o Portal e registre no seu dirio de
bordo.
3. Debata com os colegas: Para que avaliar em larga escala?
E por falar em avaliao, voc sabe o que deu origem aos testes de proficincia que seus alunos
fizeram? Falaremos disso na prxima Estao.
At l!
17
A Matriz de Referncia
19
20
SAERS 2008
Nesta Estao, voc conhecer o que foi avaliado nos testes do SAERS do 1 ano do EM de Lngua
Portuguesa e a composio dos testes e sua metodologia de anlise.
21
Trilha 2
SAERS 2008
Agora, vamos conhecer a Matriz de Referncia para Avaliao em Lngua Portuguesa do SAERS
2008, 1 ano do EM.
22
D3
D4
D6
D14
Interpretar texto com auxlio de material grfico diverso (propagandas, quadrinhos, foto,
etc.).
D12
D21
Reconhecer posies distintas entre duas ou mais opinies relativas ao mesmo fato ou
ao mesmo tema.
D7
D8
D9
D10
D11
D15
D17
D18
D19
D13
23
Passaporte:
1. Professor, para avanar em seu trajeto de compreenso de
uma Matriz de Referncia para Avaliao, fundamental que
voc estabelea as relaes entre o que proposto na Matriz
de Referncia para Avaliao e os Parmetros e Diretrizes
Curriculares.
2. hora de utilizar novamente seu Dirio de Bordo! Escreva o
que um descritor e qual a relao entre Matriz Curricular
de Ensino e Matriz de Referncia. A resposta a essa atividade
essencial para voc prosseguir em sua caminhada.
3. Debata com seus colegas: Como desenvolvemos
competncias, habilidades e contedos na nossa escola?
COMPETNCIAS
DESCRITORES
Identifica letras
APROPRIAO DO SISTEMA
DA ESCRITA
L palavras
ESTRATGIAS DE LEITURA
Localiza informao
D1
Identifica tema
D6
Infere
Identifica gnero, funo e destinatrio de um texto
Estabelece relaes lgico-discursivas
PROCESSAMENTO DO
TEXTO
D10
D20
Distingue posicionamentos
Identifica marcas lingusticas
D14, D21, D7 e
D8
D13
SAERS 2008
24
Trilha 3
Entender como so montados os testes de proficincia que foram aplicados a seus alunos.
Montamos os testes seguindo o modelo denominado Blocos Incompletos Balanceados BIB, no
qual os itens so organizados em blocos, com itens de diferentes graus de dificuldade, os quais
compem cadernos diferentes, de forma a contemplar todas as habilidades essenciais para cada
perodo de escolaridade avaliado.
Dessa forma, possvel comparar as respostas aos itens do SAERS e identificar se houve avano do
desempenho dos alunos nos diferentes anos de escolaridade, analisar se esse desenvolvimento
o desejvel, bem como verificar se o desempenho da escola melhorou, o que indica melhoria de
aprendizagem e avano na qualidade do ensino.
Passaporte:
1. Voc pode saber mais sobre a elaborao de itens buscando
no Portal da Avaliao o Documento Guia de Elaborao de
Itens de Lngua Portuguesa. Registre os resultados de seus
estudos em seu Dirio de Bordo e depois discuta com outros
professores.
25
Trilha 4
SAERS 2008
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O Diagnstico
ESTAO - O DIAGNSTICO
Nesta Estao, voc ter acesso aos resultados de sua escola em Lngua Portuguesa e aprender
como a Escala de Proficincia pode ser til para a melhoria da aprendizagem de seus alunos.
29
Trilha 5
Parabns por ter chegado at aqui! Esta uma trilha bem especial, no tenha pressa em percorr-la.
Para voc aproveitar da melhor forma possvel esta trilha, os resultados de sua escola so apresentados
de trs diferentes formas nas prximas pginas.
sua escola. Esse quadro tambm permite que voc compare as mdias e avalie a participao
da sua escola na realizao do teste. Com essa informao, voc poder saber o nmero
estimado de alunos para a realizao do teste e quantos, efetivamente, participaram da
avaliao, bem como poder comparar a mdia de sua escola e a mdia do Municpio, da
CRE, do Estado e do Pas. Como os resultados so construdos tendo por base a mesma
escala do Sistema Nacional de Avaliao da Educao Bsica (SAEB)*, voc tambm pode
comparar a proficincia da sua escola com as mdias do Brasil e do Estado no SAEB. Esse
quadro bem interessante para voc localizar sua escola em relao a todas essas instncias.
A apresentao do Quadro das Mdias Comparadas de Proficincia possibilita identificar a
evoluo do desenvolvimento de habilidades e competncias de seus alunos.
Grfico da Evoluo das Mdias: permite que voc avalie a evoluo das mdias de Proficincia
de sua escola e da rede estadual ao longo das ltimas avaliaes do SAERS.
Esses dados so muito relevantes, mas apenas com a anlise das mdias no possvel determinar o
real panorama de desempenho dos alunos da escola. Assim, nos dois grficos seguintes, Percentual
de Alunos por Nvel de Proficincia, voc encontrar a distribuio dos alunos ao longo das faixas de
proficincia no Estado e na sua escola. Esses grficos permitiro a voc identificar a quantidade de
alunos que esto nos nveis de Desempenho Abaixo do Bsico, Bsico, Proficiente e Avanado. Essa
informao ser importantssima para quando voc estudar os Perfis de Desempenho.
SAERS 2008
30
* O SAERS avalia a 1 srie do EM utilizando as matrizes de referncia da 8 srie do SAEB. Isso permite a comparabilidade
entre os dois programas de avaliao.
Compare a mdia de sua escola com as outras mdias. Como voc interpreta a posio de sua
escola? Quais os fatores que podem ter contribudo para esse resultado?
E a participao de sua escola? Caso voc considere essa posio pouco satisfatria, como modificar
essa situao para as prximas avaliaes?
Registre suas respostas no Dirio de Bordo.
Voc viu, nesse grfico, uma comparao entre a evoluo das mdias de proficincia de sua
escola e da rede estadual. Sua escola tem melhorado ao longo do SAERS? A que voc atribui essa
evoluo?
ESTAO - O DIAGNSTICO
31
SAERS 2008
Em sua escola:
Agora que voc j conhece o percentual de alunos em cada nvel de proficincia e a evoluo
da proficincia de sua escola, preciso identificar quem so esses alunos. Para isso, temos que
conhecer as caractersticas que determinam os nveis de proficincia.
Prepare-se, vamos entrar em mais uma trilha!
32
Trilha 6
ESTAO - O DIAGNSTICO
33
34
0
25
Legenda:
Identifica marcas
lingusticas
Distingue posicionamentos
Estabelece relaes
entre textos
Identifica elementos
de um texto narrativo
Estabelece relaes
lgico-discursivas
Realiza inferncia
Identifica tema
Localiza informao
L palavras
Manifesta conscincia
fonolgica
Identifica letras
COMPETNCIAS
Processamento
do Texto
Estratgias
de Leitura
Apropriao
do Sistema
de Escrita
DOMNIOS
INTERVALOS
50
75
100
125
150
175
200
225
250
LNGUA PORTUGUESA
275
300
325
350
375
Educao Bsica
SAERS 2008
400
Escola
425
450
475
500
Passaporte:
Consulte no Portal da Avaliao a Escala de Proficincia. A forma
como a escala est apresentada no Portal permite uma interao
muito maior com o texto. Voc far grandes descobertas.
Esperamos que goste!
Como voc viu, a Escala de Proficincia em Lngua Portuguesa composta por trs domnios:
Apropriao do Sistema de Escrita, Estratgias de Leitura e Processamento do Texto.
Cada um dos domnios se divide em competncias que, por sua vez, renem um conjunto de
habilidades que so apresentadas por meio dos descritores da Matriz de Referncia. As cores, que
vo do amarelo ao vermelho, representam a gradao das habilidades desenvolvidas, pertinentes a
cada competncia apresentada na escala.
Vejamos, ento, as competncias e as habilidades presentes nos domnios da Escala Nacional de
Proficincia em Lngua Portuguesa.
ESTAO - O DIAGNSTICO
35
25
50
75
100
125
150
175 200
225 250
275
300
325
350
375
400 425
450
475
500
COMPETNCIAS
Identifica letras
Uma das primeiras hipteses que as crianas formulam com relao lngua escrita a de que escrita
e desenho so uma mesma coisa. Sendo assim, quando solicitada a escrever, por exemplo, casa,
a criana pode simplesmente desenhar uma casa. Quando comea a ter contatos mais sistemticos
com textos escritos, observando-os e vendo-os ser utilizados por outras pessoas, a criana comea
a perceber que escrita e desenho so coisas diferentes, reconhecendo as letras como os sinais que
devem ser utilizados para escrever. Para chegar a essa percepo, ela dever, inicialmente, diferenciar
as letras de outros smbolos grficos, como os nmeros, por exemplo. Uma vez percebendo essa
diferenciao, um prximo passo ser o de identificar as letras do alfabeto, nomeando-as e sabendo
identific-las, mesmo quando escritas em diferentes padres.
Alunos que se encontram em nveis de proficincia at 125 pontos esto em processo de desenvolvimento
dessa competncia, e esse fato indicado na Escala de Proficincia pelo amarelo-claro.
Alunos com nvel de proficincia acima de 125 pontos j so capazes de diferenciar as letras
de outros sinais grficos e identificar as letras do alfabeto, mesmo quando escritas em diferentes
padres grficos. Esse dado est indicado na Escala de Proficincia pela cor vermelha.
Veja, a seguir, um exemplo de um item que os alunos realizam com sucesso.
EXEMPLO
(D03N3)
SAERS 2008
Felixlndia MG
GYC 9493
36
Lista de compras
5 kg arroz
4 kg feijo
5 kg acar
2 pacotes macarro
PESQUE E PAGUE
R$ 7,00 o quilo
25
50
75
100
125
150
175 200
225 250
275
300
325
350
375
400 425
450
475
500
COMPETNCIAS
Manifesta conscincia
fonolgica
Alunos com proficincia acima de 125 pontos j consolidaram essa habilidade, e esse fato est
representado na Escala de Proficincia pela cor vermelha.
ESTAO - O DIAGNSTICO
37
COMPETNCIA: L palavras
INTERVALOS
25
50
75
100
125
150
175 200
225 250
275
300
325
350
375
400 425
450
475
500
COMPETNCIAS
L palavras
Para ser capaz de ler, com compreenso, palavras, o alfabetizando precisa desenvolver algumas
habilidades. Uma delas, bastante elementar, a de identificar as direes da escrita: de cima para
baixo e da esquerda para direita. Em geral, ao iniciar o processo de alfabetizao, o alfabetizando
l com maior facilidade as palavras formadas por slabas no padro consoante/vogal, isso porque,
quando esto apropriando-se da base alfabtica, as crianas constroem uma hiptese inicial de
que todas as slabas so formadas por esse padro. Posteriormente, em funo de sua exposio a
um vocabulrio mais amplo e a atividades nas quais so solicitadas a refletir sobre a lngua escrita,
tornam-se hbeis na leitura de palavras compostas por outros padres silbicos.
Na Escala de Proficincia, o amarelo-claro indica que os estudantes que apresentam nveis de
proficincia de at 125 pontos esto em processo de consolidao dessa competncia. Podem, por
exemplo, j ter desenvolvido a habilidade de ler palavras no padro consoante/vogal, mas encontrar
dificuldades com relao a palavras que apresentam outros padres silbicos, decodificando-as
mais lentamente, o que pode comprometer o processo de compreenso.
A cor vermelha indica que alunos com proficincia acima de 125 pontos j consolidaram as
habilidades que concorrem para a construo da competncia de ler palavras.
Veja, a seguir, um exemplo de um item que os alunos realizam com sucesso.
EXEMPLO
(P030139A8)
SAERS 2008
A) ABACATE.
B) ABACAXI.
C) ABELHA.
D) COELHA
38
25
50
75
100
125
150
175 200
225 250
275
300
325
350
375
400 425
450
475
500
COMPETNCIAS
Localiza informao
A competncia de localizar informao explcita em textos pode ser considerada uma das mais
elementares, uma vez que seu desenvolvimento torna o leitor capaz de, para atender a seus
propsitos comunicativos, recorrer a textos de diversos gneros, buscando neles informaes de
que possa necessitar. Essa competncia pode apresentar diferentes nveis de complexidade --- desde
localizar informaes em frases, por exemplo, at fazer essa localizao em textos mais extensos --- e
se consolida a partir do desenvolvimento de um conjunto de habilidades que devem ser objeto de
trabalho do professor em cada perodo de escolarizao. Isso est indicado, na Escala de Proficincia,
pela gradao de cores.
Alunos que se encontram num nvel de proficincia de at 125 pontos so capazes de localizar
informaes em pequenos avisos, bilhetes curtos, um verso. Essa uma habilidade importante,
porque mostra que o leitor j capaz de estabelecer nexos entre as palavras que compem uma
sentena, produzindo sentido para o todo, e no apenas para as palavras isoladamente. Na Escala de
Proficincia, o desenvolvimento dessa habilidade est indicado pelo amarelo-claro.
Os alunos que apresentam proficincia entre 125 e 175 pontos j so capazes de localizar
informaes em textos curtos, de gnero familiar e com poucas informaes. Esses leitores so
capazes de, por exemplo, a partir da leitura de um convite, localizar o lugar onde a festa acontecer,
ou ainda, a partir da leitura de uma fbula, localizar uma informao relativa caracterizao de
um dos personagens. Essa habilidade est indicada, na escala, pelo amarelo-escuro.
Os alunos com proficincia entre 175 e 225 pontos so capazes de localizar informaes
em textos mais extensos, portanto os que apresentam mais informaes, desde que o texto se
apresente em gnero que lhes seja familiar. Esses leitores so capazes de selecionar, dentre as vrias
informaes apresentadas pelo texto, aquela(s) que lhes interessa(m). Na Escala de Proficincia, o
laranja-claro indica o desenvolvimento dessa habilidade.
ESTAO - O DIAGNSTICO
Os alunos com proficincia entre 225 e 250 pontos j so capazes de, alm de localizar
informaes em textos mais extensos, localiz-las mesmo quando o gnero e o tipo textuais lhes
so menos familiares. Isso est indicado, na Escala de Proficincia, pelo laranja-escuro.
39
EXEMPLO
Leia o texto abaixo.
Se muita
umidade
escapar,
o milho
perde a
habilidade
de estourar
e apenas
fica ali
indispensvel uma
excelente estrutura de
casca para que o milho
vire pipoca. Se muita
umidade escapar, o milho
perde a habilidade de
estourar e apenas fica ali,
explica Bruce Hamaker,
um professor de qumica
alimentar da Purdue.
Bruce Hamaker,
professor de qumica
alimentar
Estado de Minas. 25 de abril de 2005.
(P09107SI) Para
25
50
75
100
125
150
175 200
225 250
275
300
325
350
375
400 425
450
475
500
COMPETNCIAS
Identifica tema
SAERS 2008
40
Alunos que apresentam um nvel de proficincia entre 150 e 175 pontos so capazes de
identificar o tema de um texto, desde que esse venha indicado no ttulo, como no caso de textos
informativos curtos, notcias de jornal ou revista, textos instrucionais. Esses alunos comeam a
desenvolver a competncia de identificar tema de um texto, fato indicado na Escala de Proficincia
pelo amarelo-claro.
Alunos com proficincia entre 175 e 225 pontos j so capazes de fazer a identificao do tema
de um texto, valendo-se de pistas textuais. Na Escala de Proficincia, o amarelo-escuro indica esse
nvel mais complexo de desenvolvimento da competncia de identificar o tema de um texto.
(P09157SI)
Alunos com proficincia entre 225 e 275 pontos so capazes de identificar o tema de um texto,
mesmo quando esse tema no est marcado apenas por pistas textuais, mas deve ser inferido a
partir da conjugao dessas pistas com a experincia de mundo do leitor. Justamente por mobilizar
intensamente a experincia de mundo, alunos com esse nvel de proficincia conseguem identificar
o tema em textos que exijam inferncias, desde que os mesmos sejam de gnero e tipo familiares.
O laranja-claro indica esse nvel de complexidade mais elevado da competncia.
J os alunos com nvel de proficincia a partir de 275 pontos so capazes de identificar o tema
em textos de tipo e gnero menos familiares que exijam a realizao de inferncias nesse processo.
Esses alunos j consolidaram a competncia de identificar tema em textos, o que est indicado na
Escala de Proficincia pela cor vermelha.
INTERVALOS
25
50
75
100
125
150
175 200
225 250
275
300
325
350
375
400 425
450
475
500
COMPETNCIAS
Realiza inferncia
Fazer inferncias uma competncia bastante ampla e caracteriza leitores mais experientes, que so
capazes de ir alm daquelas informaes que se encontram na superfcie textual, atingindo camadas
mais profundas de significao. Para realizar inferncias, o leitor deve conjugar, no processo de
ESTAO - O DIAGNSTICO
41
produo de sentidos para o que l, as pistas oferecidas pelo texto aos seus conhecimentos prvios,
sua experincia de mundo. Esto envolvidas na construo da competncia de fazer inferncias
as habilidades de: inferir o sentido de uma palavra ou expresso a partir do contexto no qual ela
aparece; inferir o sentido de sinais de pontuao ou outros recursos morfossintticos; inferir uma
informao a partir de outras que o texto apresenta ou, ainda, o efeito de humor ou ironia num
texto.
O nvel de complexidade dessa competncia tambm pode variar em funo de alguns fatores:
se o texto apresenta linguagem no-verbal, verbal ou mista; se o vocabulrio mais ou menos
complexo; se o gnero textual e a temtica so mais ou menos familiares ao leitor, dentre outros.
Alunos com proficincia entre 125 e 175 pontos apresentam um nvel bsico de construo dessa
competncia, sendo capazes de realizar inferncias em textos no-verbais, como, por exemplo,
tirinhas ou histrias sem texto verbal, e, ainda, de inferir o sentido de palavras ou expresses a partir
do contexto em que elas se apresentam. Na Escala de Proficincia, o amarelo-claro indica essa etapa
inicial de desenvolvimento da competncia de realizar inferncias.
Aqueles alunos que apresentam proficincia entre 175 e 225 pontos j so capazes de inferir
informaes em textos no-verbais e de linguagem mista, desde que a temtica e o vocabulrio
empregados no texto sejam familiares. Esses alunos so capazes, ainda, de inferir o efeito de
sentido produzido por sinais de pontuao e o efeito de humor em textos como piadas e tirinhas.
Na Escala de Proficincia, o desenvolvimento dessas habilidades pelos alunos est indicado pelo
amarelo-escuro.
Alunos com proficincia entre 225 e 275 pontos realizam tarefas mais sofisticadas, como:
inferir o sentido de uma expresso metafrica ou efeito de sentido de uma onomatopeia; inferir o
efeito de sentido produzido pelo uso de uma palavra em sentido conotativo e pelo uso de notaes
grficas; e, ainda, o efeito de sentido produzido pelo uso de determinadas expresses em textos
pouco familiares e/ou com vocabulrio mais complexo. Na Escala de Proficincia, o desenvolvimento
dessas habilidades est indicado pelo laranja-claro.
Alunos com proficincia a partir de 275 pontos j consolidaram a habilidade de realizar
inferncias, pois, alm das habilidades relacionadas aos nveis anteriores da escala, so capazes de
inferir informaes, em textos de vocabulrio mais complexo e temtica pouco familiar, valendo-se
das pistas textuais, de sua experincia de mundo e de leitor e, ainda, de inferir o efeito de ironia em
textos diversos. A consolidao das habilidades relacionadas a essa competncia est indicada, na
Escala de Proficincia, pela cor vermelha.
SAERS 2008
42
EXEMPLO
Leia o texto abaixo.
Defenestrao
Certas palavras tm o significado errado. Falcia, por exemplo, devia
ser o nome de alguma coisa vagamente vegetal. As pessoas deveriam criar
falcias em todas as suas variedades. A Falcia Amaznica. A misteriosa
Falcia Negra [...]
Mas nenhuma palavra me fascinava tanto quanto defenestrao. A
princpio foi o fascnio da ignorncia.
Eu no sabia o seu significado, nunca me lembrava de procurar no
dicionrio e imaginava coisas. Defenestrar devia ser um ato extico praticado
por poucas pessoas. Tinha at um certo tom lbrico. Galanteadores de
calada deviam sussurrar no ouvido das mulheres:
Defenestras?
A resposta seria um tapa na cara. Mas algumas... Ah, algumas
defenestravam.
Tambm podia ser algo contra pragas e insetos. As pessoas talvez
mandassem defenestrar a casa. Haveria, assim, defenestradores
profissionais.
Ou quem sabe seria uma daquelas misteriosas palavras que encerravam
os documentos formais? Nestes termos, pede defenestrao [...]
Era uma palavra cheia de implicaes. [...]
Um dia, finalmente, procurei no dicionrio. E a est o Aurelio que
no me deixa mentir. Defenestrao vem do francs defenestration.
Substantivo feminino. Ato de atirar algum ou algo pela janela. [...]
Acabou a minha ignorncia, mas no a minha fascinao. Um ato
como este s tem nome prprio e lugar nos dicionrios por alguma razo
muito forte. Afinal, no existe, que eu saiba, nenhuma palavra para o ato
de atirar algum ou algo pela porta, ou escada abaixo. Por que, ento,
defenestrao? [...]
VERSSIMO, L.F. O analista de Bag. 12. ed. Porto Alegre: L&PM, 1981, p.30.
(P08351SI)
25
50
75
100
125
150
175 200
225 250
275
300
325
350
375
400 425
450
475
500
COMPETNCIAS
ESTAO - O DIAGNSTICO
43
Alunos que apresentam um nvel de proficincia de 100 a 175 pontos j so capazes de identificar
a finalidade de textos de gnero familiar, como receitas culinrias, bilhetes, poesias. Essa identificao
pode ser feita em funo da forma do texto, quando ele se apresenta na forma estvel em que o gnero
geralmente, encontra-se em situaes da vida cotidiana. Por exemplo, no caso da receita culinria, quando
ela traz, inicialmente, os ingredientes, seguidos do modo de seu preparo. Na Escala de Proficincia, esse
incio de desenvolvimento da competncia est indicado pelo amarelo-claro.
Veja, a seguir, um exemplo de um item que os alunos realizam com sucesso.
EXEMPLO
Leia o texto abaixo e responda s questes.
MOLHO VERDE
1/2 colher de ch de sal.
Uma pitada de acar.
6 colheres de sopa de azeite.
4 colheres de sopa de vinagre.
1 colher de sopa de cheiro-verde picadinho.
Misture todos os ingredientes e guarde num recipiente
na geladeira, pois esse molho pode ser usado umas
3 ou 4 vezes.
Sirva com saladas.
(P04534SI) Esse texto serve para
A) anunciar produtos.
B) ensinar como fazer uma comida.
C) informar a composio de um alimento.
D) vender ingredientes.
Aqueles alunos com proficincia de 175 a 250 pontos j so capazes de identificar o gnero e o
destinatrio de textos de ampla circulao na sociedade, valendo-se, para realizar essa identificao,
alm da forma estvel do gnero, das pistas oferecidas pelo texto, tais como o tipo de linguagem
e o apelo que faz a seus leitores em potencial. Na Escala de Proficincia, uma maior complexidade
dessa competncia est indicada pelo amarelo-escuro.
Os alunos que apresentam proficincia a partir de 250 pontos j consolidaram a competncia de
identificar gnero, funo e destinatrio de textos, ainda que esses se apresentem em gnero pouco
familiar e com vocabulrio mais complexo. Esse fato est representado na Escala de Proficincia pela
cor vermelha.
SAERS 2008
Neste domnio, esto agrupadas competncias cujo desenvolvimento tem incio nas sries iniciais
do ensino fundamental, progredindo em grau de complexidade at o final do ensino mdio. Para
melhor compreendermos o desenvolvimento dessas competncias, precisamos lembrar que a
avaliao tem como foco a leitura, no se fixando em nenhum contedo especfico. Na verdade,
diversos contedos trabalhados no decorrer de todo o perodo de escolarizao contribuem para
o desenvolvimento das competncias e habilidades associadas a este domnio.
44
25
50
75
100
125
150
175 200
225 250
275
300
325
350
375
400 425
450
475
500
COMPETNCIAS
Estabelece relaes
lgico-discursivas
No laranja-claro, intervalo de 250 a 300 pontos na escala, os alunos atingem um nvel maior
de abstrao na construo dos elos que do continuidade ao texto, pois mostram-se capazes de
reconhecer relaes de causa/consequncia, sem que haja marcas textuais explcitas indicando essa
relao semntica. Esses alunos mostram-se capazes tambm de reconhecer, na estrutura textual,
os termos retomados por pronomes pessoais oblquos e por pronomes demonstrativos.
ESTAO - O DIAGNSTICO
A) avozinha.
B) Ceci.
C) Moreninha.
D) filha.
EXEMPLO
Leia o texto abaixo.
Essas meninas
As alegres meninas que passam na rua, com suas pastas escolares,
s vezes com seus namorados. As alegres meninas que esto sempre
rindo, comentando o besouro que entrou na classe e pousou no vestido
da professora; essas meninas; essas coisas sem importncia.
O uniforme as despersonaliza, mas o riso de cada uma as diferencia.
Riem alto, riem musical, riem desafinado, riem sem motivo; riem.
Hoje de manh estavam srias, era como se nunca mais voltassem a
rir e falar coisas sem importncia. Faltava uma delas. O jornal dera notcia
do crime. O corpo da menina encontrado naquelas condies, em lugar
ermo. A selvageria de um tempo que no deixa mais rir.
As alegres meninas, agora srias, tornaram-se adultas de uma hora
para outra; essas mulheres.
ANDRADE, Carlos Drummond de. Contos plausveis. Rio de Janeiro: Record, 1998, p. 72.
(P08331SI)
Os alunos com proficincia acima de 300 pontos na escala demonstram ser capazes de
estabelecer relaes lgico-semnticas mais complexas, pelo uso de conectivos menos comuns
ou mesmo pela ausncia de conectores. A cor vermelha indica a consolidao das habilidades
associadas a essa competncia.
importante ressaltar que o trabalho com elementos de coeso e coerncia do texto deve ser
algo que promova a compreenso de que os elementos lingusticos que constroem uma estrutura
sinttica estabelecem entre si uma rede de sentido, o qual deve ser construdo pelo leitor.
COMPETNCIA: Identifica elementos de um texto narrativo
INTERVALOS
25
50
75
100
125
150
175 200
225 250
275
300
325
350
375
400 425
450
475
500
COMPETNCIAS
Identifica elementos
de um texto narrativo
SAERS 2008
Os textos com sequncias narrativas so os primeiros com os quais todos ns entramos em contato
e com os quais mantemos maior ligao, tanto na oralidade, quanto na escrita. Da observarmos
a consolidao das habilidades associadas a essa competncia em nveis mais baixos da Escala
de Proficincia, ao contrrio do que foi visto na competncia anterior. Identificar os elementos
estruturadores de uma narrativa significa ser capaz de dizer onde, quando e com quem os fatos
ocorrem, bem como sob que ponto de vista a histria narrada. Essa competncia envolve, ainda,
a habilidade de reconhecer o fato que deu origem histria (conflito ou fato gerador), o clmax e o
desfecho da narrativa. Esses elementos dizem respeito tanto s narrativas literrias (contos, fbulas,
crnicas, romances...), como s narrativas de carter no-literrio, uma notcia, por exemplo.
46
Os alunos cuja proficincia se encontra entre 150 e 175 pontos na escala, nvel marcado pelo
amarelo-claro, esto comeando a desenvolver essa competncia. Esses alunos mostram-se capazes
de identificar o fato gerador de uma narrativa curta e simples, bem como reconhecer o espao em
que transcorrem os fatos narrados.
Entre 175 e 200 pontos na escala, h um segundo nvel de complexidade, marcado pelo
amarelo-escuro. Nesse nvel, os alunos reconhecem, por exemplo, a ordem em que os fatos so
narrados.
A partir de 200 pontos, os alunos agregam a essa competncia mais duas habilidades: o
reconhecimento da soluo de conflitos e o do tempo em que os fatos ocorrem. Nessa ltima
habilidade, isso pode ocorrer sem que haja marcas explcitas, ou seja, pode ser necessrio fazer uma
inferncia. A faixa vermelha indica a consolidao das habilidades envolvidas nessa competncia.
Veja, a seguir, um exemplo de um item que os alunos realizam com sucesso.
EXEMPLO
Leia a tirinha abaixo.
ESTAO - O DIAGNSTICO
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25
50
75
100
125
150
175 200
225 250
275
300
325
350
375
400 425
450
475
500
COMPETNCIAS
Estabelece relaes
entre textos
Essa competncia diz respeito ao estabelecimento de relaes intertextuais, as quais podem ocorrer
dentro de um texto ou entre textos diferentes. importante lembrar, tambm, que a intertextualidade
um fator importante para o estabelecimento dos tipos e gneros, na medida em que os relaciona
e os distingue. As habilidades envolvidas nessa competncia comeam a ser desenvolvidas em nveis
mais altos da Escala de Proficincia, revelando, portanto, tratar-se de habilidades mais complexas,
que exigem do leitor uma maior experincia de leitura.
Os alunos que se encontram no intervalo entre 225 e 275 pontos na escala, marcado pelo
amarelo-claro, comeam a desenvolver as habilidades dessa competncia. Esses alunos so capazes
de reconhecer diferenas e semelhanas no tratamento dado ao mesmo tema em textos distintos,
alm de identificar um tema comum na comparao entre diferentes textos informativos.
O amarelo-escuro, 275 a 325 pontos, indica que os alunos com uma proficincia que se encontra
nesse intervalo j conseguem realizar tarefas mais complexas ao comparar textos, como, por
exemplo, reconhecer, na comparao entre textos, posies contrrias acerca de um determinado
assunto.
Veja, a seguir, um exemplo de um item que os alunos realizam com sucesso.
EXEMPLO
Leia o texto abaixo.
Horas a mais, horas a menos
Est em tramitao no Senado, o projeto de Emenda Constitucional que
prope a reduo da jornada de trabalho das atuais 44 horas para 40
horas semanais.
Texto 1
A Central nica de Trabalhadores e a Fora Sindical estimam
a gerao de 3 milhes de postos de trabalho a partir da alterao da
legislao. Para o professor de Sociologia da Unicamp, Ricardo Antunes,
o projeto ampliaria as oportunidades de quem ainda no conseguiu
emprego formal.
Texto 2
O professor Jos Pastori disse ao portal GI que a reduo da
jornada de trabalho pode acelerar a automatizao das linhas de produo
e provocar demisses.
Revista Semana. Ano 2, n. 24. 26 de junho de 2008. p. 34. Adaptado.
(P090307A8)
SAERS 2008
A) complementares.
B) contrrias.
C) favorveis.
D) semelhantes.
48
A partir de 325 pontos, temos o vermelho, que indica a consolidao das habilidades relacionadas
a essa competncia. Os alunos que ultrapassam esse nvel na Escala de Proficincia so considerados
leitores proficientes.
INTERVALOS
25
50
75
100
125
150
175 200
225 250
275
300
325
350
375
400 425
450
475
500
COMPETNCIAS
Distingue posicionamentos
Distinguir posicionamentos est diretamente associado a uma relao mais dinmica entre o leitor e o texto.
Essa competncia comea a se desenvolver entre 200 e 225 pontos na Escala de Proficincia.
Os alunos que se encontram no nvel indicado pelo amarelo-claro so capazes de distinguir fato de
opinio em um texto narrativo, por exemplo.
No intervalo amarelo-escuro, de 225 a 275 pontos, encontram-se os alunos que j se relacionam
com o texto de modo mais avanado. Nesse nvel de proficincia, encontram-se as habilidades de
identificar trechos de textos em que est expressa uma opinio ou a tese de um texto.
Veja, a seguir, um exemplo de um item que os alunos realizam com sucesso.
EXEMPLO
Leia o texto abaixo.
Infncia
Carlos Drummond de Andrade
Meu pai montava a cavalo, ia para o campo.
Minha me ficava sentada cosendo.
Meu irmo pequeno dormia.
Eu sozinho menino entre mangueiras
lia a histria de Robinson Cruso,
comprida histria que no acaba mais.
No meio-dia branco de luz uma voz que aprendeu
a ninar nos longes da senzala e nunca se esqueceu
chamava para o caf.
Caf preto que nem a preta velha
caf gostoso
caf bom.
Minha me ficava sentada cosendo
olhando para mim:
- Psiu... No acorde o menino.
Para o bero onde pousou um mosquito.
E dava um suspiro... que fundo!
L longe, meu pai campeava
no mato sem fim da fazenda.
E eu no sabia que minha histria
era mais bonita que a de Robinson Cruso.
http://www.memoriaviva.com.br/drummond/poema002.htm. Acesso em: 19/07/2008.
opinio em
O laranja-claro, 275 a 325 pontos, indica uma nova gradao de complexidade das habilidades
associadas a essa competncia. Os alunos cujo desempenho se localiza nesse intervalo da Escala de
Proficincia conseguem reconhecer, na comparao entre textos, posies contrrias acerca de um
determinado assunto.
ESTAO - O DIAGNSTICO
(P090303A8)
49
O vermelho, acima do nvel 325, indica a consolidao das habilidades envolvidas nessa
competncia.
importante lembrar que so habilidades mais complexas, exigindo uma maior capacidade de
abstrao, pois a opinio pode manifestar-se pelo uso de um adjetivo, de um advrbio ou de um
certo verbo, por exemplo.
COMPETNCIA: Identifica marcas lingusticas
INTERVALOS
25
50
75
100
125
150
175 200
225 250
275
300
325
350
375
400 425
450
475
500
COMPETNCIAS
Identifica marcas
lingusticas
SAERS 2008
50
EXEMPLO
Leia o texto abaixo.
O alho bento
Man Frajola no tinha um centavo. Jurou que ia dar jeito na vida. E
deu. Catou uma rstia de alho e saiu pro mundo, apregoando:
Alho bento! Olha o alho bento!
Parou uma velha.
Alho bento? Serve pr que?
Isso aqui tira quebranto, olho gordo, az de 7 anos. s mord, com
metade e pass a outra metade em cima do corao!
A velha levou um dentinho, a peso de ouro. Depois veio um velho.
Repetiu a pergunta, ouviu a mesma resposta. Levou! De crdulo em
crdulo, Man Frajola vendeu a rstia toda, at o final da manh. Estava
com os cobres. Mas a veio o Conde Drcula, chegado da Transilvnia
e no gostou da histria. Aquela cidade toda cheirava a alho. Resultado:
Man Frajola foi contratado como copeiro do Conde para ganhar dinheiro
e parar de vender alho bento. Milagre s acontece quando a prosa do
contador de causo padece!
http://eptv.globo.com/caipira/
(P06187SI) O modo como falam indica que os personagens dessa histria so
pessoas que
A) vivem no campo.
B) vivem em outro pas.
C) falam trocando letras.
D) falam grias de jovens.
Os estudantes que apresentam uma proficincia de 275 a 325 pontos, laranja-escuro, identificam
marcas de coloquialidade que evidenciam o locutor e o interlocutor, as quais so indicadas por
expresses idiomticas.
ESTAO - O DIAGNSTICO
51
Nvel de Proficincia
Abaixo de 210
Bsico
Adequado
Avanado
Acima de 335
SAERS 2008
52
Neste nvel, os estudantes da 5 srie/6 ano do ensino fundamental e 1 ano do ensino mdio:
Reconhecem letras, diferenciando-as de outros sinais grficos.
Reconhecem letras do alfabeto.
Reconhecem diferentes formas de grafar uma mesma letra.
Identificam rimas.
Contam slabas de uma palavra.
Identificam slabas em palavras.
Identificam slabas de palavra ouvida.
Identificam as direes da escrita.
Estabelecem relao grafema-fonema.
Leem palavras no padro consoante-vogal.
Identificam o espaamento entre palavras na segmentao da escrita.
Leem frases com estrutura sinttica cannica.
Localizam informaes em frases.
Identificam o gnero e a finalidade de textos familiares.
Localizam informaes explcitas que completam literalmente o enunciado da questo.
Inferem informaes implcitas, a partir do seu sentido global.
Reconhecem elementos como o personagem principal.
Interpretam o texto com auxlio de elementos no-verbais.
Estabelecem relao de causa/consequncia, em textos verbais e no-verbais.
Conhecem expresses prprias da linguagem coloquial.
Identificam, em uma histria em quadrinhos, o espao ou o cenrio em que ocorre a
narrativa.
Interpretam textos com material grfico diverso e com auxlio de elementos no-verbais
em histrias em quadrinhos, tirinhas e poemas, identificando caractersticas, estados
psicolgicos e aes dos personagens.
Localizam informaes explcitas em textos narrativos mais longos, em textos poticos,
informativos, em textos curtos anedticos, ficcionais, alm de identificar informaes,
a partir da comparao entre anncios classificados e pela associao entre imagem e
linguagem verbal, em histrias em quadrinhos.
Inferem o sentido de palavra em texto potico (cantiga popular).
Inferem informaes que tratam de sentimentos, impresses e caractersticas pessoais
das personagens, identificando o comportamento e os traos de personalidade de uma
determinada personagem, a partir de texto do gnero conto de mdia extenso, de texto
verbal e no-verbal ou expositivo curto.
Identificam o tema de um texto expositivo longo, de um texto informativo (simples),
que contm vocabulrio tcnico simplificado, e de um texto potico a partir de pistas
evidenciadas nos versos.
Localizam informaes explcitas, identificando as diferenas entre textos da mesma
tipologia (convite).
Inferem o sentido de uma expresso, mesmo na ausncia do discurso direto, de uma
expresso metafrica e o efeito de sentido de uma onomatopeia.
Interpretam fbulas e histrias em quadrinhos de maior complexidade temtica, reconhecendo
o conflito gerador, sua soluo, o tempo e a ordem em que ocorre um determinado fato.
Identificam a finalidade de um texto jornalstico, informativo longo e de estrutura
complexa, caracterstico de publicaes didticas.
Identificam o efeito de sentido produzido pelo uso da pontuao.
Distinguem e identificam efeitos de humor e o significado de uma palavra pouco usual
decorrente do uso dos sentidos literal e conotativo das palavras e de notaes grficas.
Identificam o emprego adequado de homonmias.
Estabelecem relaes entre partes de um texto, identificando substituies pronominais
(pronome pessoal) ou lexicais que retomam um antecedente.
Reconhecem as relaes semnticas expressas por advrbios ou locues adverbiais e por
verbos.
ESTAO - O DIAGNSTICO
53
SAERS 2008
54
Item P08351SI
Leia o texto abaixo.
Defenestrao
Certas palavras tm o significado errado. Falcia, por exemplo, devia ser o nome
de alguma coisa vagamente vegetal. As pessoas deveriam criar falcias em todas as
suas variedades. A Falcia Amaznica. A misteriosa Falcia Negra [...]
Mas nenhuma palavra me fascinava tanto quanto defenestrao. A princpio foi
o fascnio da ignorncia.
Eu no sabia o seu significado, nunca me lembrava de procurar no dicionrio
e imaginava coisas. Defenestrar devia ser um ato extico praticado por poucas
pessoas. Tinha at um certo tom lbrico. Galanteadores de calada deviam sussurrar
no ouvido das mulheres:
Defenestras?
A resposta seria um tapa na cara. Mas algumas... Ah, algumas defenestravam.
Tambm podia ser algo contra pragas e insetos. As pessoas talvez mandassem
defenestrar a casa. Haveria, assim, defenestradores profissionais.
Ou quem sabe seria uma daquelas misteriosas palavras que encerravam os
documentos formais? Nestes termos, pede defenestrao [...]
Era uma palavra cheia de implicaes. [...]
Um dia, finalmente, procurei no dicionrio. E a est o Aurelio que no me deixa
mentir. Defenestrao vem do francs defenestration. Substantivo feminino. Ato de
atirar algum ou algo pela janela. [...]
Acabou a minha ignorncia, mas no a minha fascinao. Um ato como este s
tem nome prprio e lugar nos dicionrios por alguma razo muito forte. Afinal, no
existe, que eu saiba, nenhuma palavra para o ato de atirar algum ou algo pela porta,
ou escada abaixo. Por que, ento, defenestrao? [...]
VERSSIMO, L.F. O analista de Bag. 12. ed. Porto Alegre: L&PM, 1981, p.30.
(P08351SI) De
Brancos
e Nulos
75,1%
8,5%
7,5%
8,0%
0,9%
ESTAO - O DIAGNSTICO
Esse item avalia a habilidade de localizar uma informao que se encontra na base textual, ou seja,
uma informao explcita.
55
SAERS 2008
56
Item P09008RS
Leia o texto abaixo.
Leituras
No, no te recomendo a leitura de Joaquim Manuel de Macedo ou de Jos de
Alencar. Que idia foi essa do teu professor? Para que havias tu de os ler, se tua
avozinha j os leu? E todas as lgrimas que ela chorou, quando era moa como tu,
pelos amores de Ceci e da Moreninha ficaram fazendo parte do teu ser, para sempre.
Como vs, minha filha, a hereditariedade nos poupa muito trabalho.
QUINTANA, Mrio. Poesia Completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2006, p. 239.
(P09008RS) No fragmento E todas as lgrimas que ela chorou, a expresso destacada
refere-se
A) avozinha.
B) Ceci.
C) Moreninha.
D) filha.
Brancos
e Nulos
80,9%
5,3%
4,4%
8,3%
1,1%
Esse item avalia a habilidade de estabelecer relaes entre partes de um texto, identificando-se
repeties ou substituies que contribuem para a sua continuidade. A compreenso de informaes
e ideias apresentadas pelo autor ultrapassa a simples decodificao e depende da devida percepo
dessas relaes para o efetivo entendimento da leitura.
Nesse item, foi destacado o pronome pessoal reto feminino e singular ela no trecho: E todas
as lgrimas que ela chorou... Para recuperar o sentido desse pronome, o aluno deveria reler o
contexto maior em que a frase se insere, para poder perceber que a palavra feminina e singular
capaz de dar significado a ela avozinha. Portanto, a resposta correta (A).
Os alunos que optaram pela alternativa A (80,9%) j consolidaram essa habilidade, pois conseguem
fazer relaes entre as partes do texto e identificar que o pronome pessoal ela est retomando
avozinha, que se encontra na orao anterior.
Os alunos que optaram pela alternativa D (8,3%) demonstram que ainda no consolidaram essa
habilidade, pois filha no se relaciona ao pronome pessoal ela dentro do contexto apresentado.
A palavra filha aparece na ltima orao do texto, isso mostra a sua no-conexo com o pronome
pessoal ela presente logo no incio.
ESTAO - O DIAGNSTICO
A escolha das alternativas B (5,3%) ou C (4,4%) pode indicar que o aluno associou, indevidamente,
a expresso lgrimas que ela chorou com a histria de ambas as heronas de Joaquim Manuel de
Macedo e Jos de Alencar, Ceci e Moreninha.
57
Item P090303A8
Leia o texto abaixo.
Infncia
Carlos Drummond de Andrade
Meu pai montava a cavalo, ia para o campo.
Minha me ficava sentada cosendo.
Meu irmo pequeno dormia.
Eu sozinho menino entre mangueiras
lia a histria de Robinson Cruso,
comprida histria que no acaba mais.
No meio-dia branco de luz uma voz que aprendeu
a ninar nos longes da senzala e nunca se esqueceu
chamava para o caf.
Caf preto que nem a preta velha
caf gostoso
caf bom.
Minha me ficava sentada cosendo
olhando para mim:
- Psiu... No acorde o menino.
Para o bero onde pousou um mosquito.
E dava um suspiro... que fundo!
L longe, meu pai campeava
no mato sem fim da fazenda.
E eu no sabia que minha histria
era mais bonita que a de Robinson Cruso.
http://www.memoriaviva.com.br/drummond/poema002.htm. Acesso em: 19/07/2008.
(P090303A8)
Brancos
e Nulos
33,0%
34,6%
20,1%
10,8%
1,5%
Esse item avalia a habilidade do aluno distinguir um fato de uma opinio relativa a esse fato. Essa habilidade
fundamental para que os alunos se tornem leitores crticos das informaes que lhes so apresentadas.
Os alunos que optaram pela alternativa B (gabarito) (34,6%) j desenvolveram essa habilidade, pois
foram capazes de perceber que o emprego dos adjetivos gostoso e bom expressa a percepo
do autor com relao ao caf, ou seja, sua opinio.
SAERS 2008
Os alunos que marcaram a alternativa A (33,0%) parecem no distinguir o fato de uma opinio com
relao a esse fato, visto que, no verso Meu irmo pequeno dormia, veem, erroneamente, a opinio
expressa do autor. Nesse verso, o autor no emite nenhum juzo sobre o fato de seu irmo dormir.
58
Os alunos que assinalaram a alternativa C (20,1%) parecem enxergar no verso [...] No acorde o
menino uma opinio, ao invs de uma ordem. Provavelmente, esses alunos podem ter confundido
as noes de ordem e opinio, ou, ainda, no so capazes de identificar as opinies nos textos.
Aqueles alunos que escolheram a alternativa D (10,8%) atribuem um posicionamento do autor
ao verso E dava um suspiro.... Esse verso uma constatao que, possivelmente, baseou-se nas
observaes que o eu-lrico fazia na infncia. Dessa forma, ao dizerem que h opinio do autor no
referido trecho do poema, os alunos se equivocam.
ESTAO - O DIAGNSTICO
59
SAERS 2008
60
Item P08331SI
Leia o texto abaixo.
Essas meninas
As alegres meninas que passam na rua, com suas pastas escolares, s vezes
com seus namorados. As alegres meninas que esto sempre rindo, comentando o
besouro que entrou na classe e pousou no vestido da professora; essas meninas;
essas coisas sem importncia.
O uniforme as despersonaliza, mas o riso de cada uma as diferencia. Riem alto,
riem musical, riem desafinado, riem sem motivo; riem.
Hoje de manh estavam srias, era como se nunca mais voltassem a rir e falar
coisas sem importncia. Faltava uma delas. O jornal dera notcia do crime. O corpo
da menina encontrado naquelas condies, em lugar ermo. A selvageria de um tempo
que no deixa mais rir.
As alegres meninas, agora srias, tornaram-se adultas de uma hora para outra;
essas mulheres.
ANDRADE, Carlos Drummond de. Contos plausveis. Rio de Janeiro: Record, 1998, p. 72.
(P08331SI)
Brancos
e Nulos
11,9%
6,2%
11,4%
69,5%
1,0%
Esse item avalia a habilidade do aluno estabelecer relao de causa/consequncia entre partes e
elementos do texto. Pretende-se verificar, portanto, se o aluno percebe o motivo pelos quais os fatos
so apresentados no texto.
Ao analisarmos o quadro de percentual de opo de resposta, constatamos que 69,5% dos alunos
avaliados demonstram j ter desenvolvido essa habilidade, uma vez que foram capazes de perceber
o fato que leva ao amadurecimento das meninas, optando, assim, pela letra D (gabarito).
ESTAO - O DIAGNSTICO
Os alunos que escolheram a alternativa A (11,9%) ainda no desenvolveram essa habilidade, pois
no conseguem identificar a relao de causa/consequncia presente no texto. Esses alunos parecem
ter sido induzidos pelo fato de haver, no texto, trechos que se referem aos efeitos da passagem
do tempo, como ...meninas...tornaram-se adultas de uma hora para outra; essas mulheres,
ou, ainda, ter-se apoiado em um fato verdadeiro apresentado na alternativa: o tempo gera o
envelhecimento...
61
Item P090042A8
Leia o texto abaixo.
(P090042A8) No
sentido de
A) autoridade.
B) conhecimento.
C) competncia.
D) pacincia.
Brancos
e Nulos
50,7%
16,8%
17,0%
14,5%
1,0%
Esse item avalia a habilidade do aluno inferir o sentido de uma palavra ou expresso no contexto
em que ela foi empregada.
Os alunos que marcaram a alternativa A, (gabarito) (50,7%), foram capazes de entender que a
palavra fora foi empregada no sentido conotativo, significando para alm da noo fsica. Assim,
nesse contexto, a palavra fora adquire o sentido de autoridade, pois, na sua fala, a criana
responde me, que a autoridade sobre a menina.
SAERS 2008
62
Item P090067A8
Leia o texto abaixo.
Domingo em Porto Alegre
(Fragmento)
Enquanto Luiza termina de pr a crianada a jeito, ele confere o dinheiro que
separou e o prende num clipe. Tudo em ordem para o grande dia. Passa a mo na
bolsa das merendas e se apresenta na porta do quarto.
T na hora, pessoal.
J vai, j vai, - diz a mulher.
Mariana quer levar o bruxo de pano, Marta no consegue afivelar a sandalinha,
Marietinha quer fazer xixi e Luiza se multiplica em torno delas.
Espero vocs l em baixo.
Luiza se volta.
Por favor, vamos descer todos juntos.
Todos juntos, como uma famlia, papai e mame de braos dados frente do
pequeno cortejo de meninas de tranas.
Chama um carro o passeio de txi tambm faz parte do domingo. As
meninas vo com a me no banco de trs. Na frente, ele espicha as pernas,
recosta a nuca, que conforto um automvel e o chofer no como o do nibus,
mudo e mal-humorado, e at puxa conversa.
Dia bonito, no?
Pelo menos isso.
, a vida t dureza...
Dureza apelido e do Alto Petrpolis ao Bom Fim viajam nesse tom, tom de
domingo e na sua opinio no verdade que esse pas j t com a vela?
Na calada, Luiza lhe passa o brao e comenta que o choferzinho era meio
corredor. Ele concorda e acha tambm que era meio comunista.
E caminham.
Nas vitrinas do Bom Fim vo olhando os ternos da sala, as mesinhas de centro,
os quartos que sonham comprar um dia. Luiza se encanta num abajur dourado, que
lindo, ficaria to bem ao lado da poltrona azul. E caminham. [...]
FARACO, Srgio. Majestic hotel. Porto Alegre: L&PM, 1991, p. 47.
(P090067A8)
A) confiana.
B) desprezo.
C) intimidade.
D) nervosismo.
Brancos
e Nulos
20,8%
38,1%
26,4%
13,7%
1,0%
Esse item avalia a habilidade do aluno inferir o efeito de sentido decorrente da explorao de
recursos ortogrficos e morfossintticos. Nesse caso, o efeito do emprego do diminutivo na palavra
choferzinho, o qual, nesse contexto, traduz a ideia de desprezo, ressalta que o comentrio de
Luiza possua teor crtico com relao postura do motorista.
Os alunos que escolheram a alternativa B gabarito (38,1%), reconheceram o sentido que o sufixo
diminutivo -inho confere ao substantivo chofer, no contexto. Esses alunos perceberam que o
comentrio de Luiza tem tom de desprezo, de desconsiderao pelo motorista. E essa concluso se
sustenta pelas pistas textuais encontradas ao longo do texto.
ESTAO - O DIAGNSTICO
63
SAERS 2008
Os alunos que marcaram a alternativa D (13,7%) leem choferzinho como uma palavra que
expressa o nervosismo da personagem Luiza. Essa inferncia poderia ocorrer em um outro contexto
lingustico, contudo, nesse caso, a nica possibilidade aquela indicada pela letra B.
64
Item P050072A8
Leia o texto abaixo.
gua: uma questo de sobrevivncia
Ao mesmo tempo que precisamos evitar a poluio dos mananciais, devemos
tambm economizar a gua tratada. Deixar a torneira aberta, enquanto escovamos
os dentes, nos coloca no rol dos responsveis.
Atitudes de respeito e preservao do meio ambiente, em particular o uso racional
da gua, podem ser desenvolvidas a partir de atitudes em sala de aula.
Monitorar o hidrmetro (medidor do consumo de gua), calcular o consumo
de gua por pessoa e promover campanhas de reduo de gasto so caminhos
interessantes para atingirmos tais objetivos.
Revista Nova Escola maro/2007, pg. 17
(P050072A8) Qual
Brancos
e Nulos
6,9%
11,5%
5,0%
75,4%
1,2%
Esse item avalia a habilidade do aluno identificar o tema de um texto. Para chegar resposta
correta, o aluno precisa relacionar as diferentes informaes para construir um sentido global e
chegar identificao do tema.
Os 75,4% dos alunos avaliados demonstram ter desenvolvido essa habilidade, pois foram capazes
de realizar uma leitura mais abstrata, identificando os tpicos frasais e palavras-chave que permitem
chegar ao tema do texto: O consumo racional da gua, letra D (gabarito), revelando, assim, serem
leitores maduros.
A escolha da alternativa B (11,5%) pode ser atribuda localizao imediata da palavra poluio,
no incio do texto, em ...precisamos evitar a poluio dos mananciais... ou, ainda, ao fato de a
expresso A poluio do planeta Terra ter-se tornado to familiar, quase um lugar comum ou um
mote, atraindo o respondente menos atento.
Aqueles alunos que optaram pela alternativa C (5,0%), a qual, por conter uma proposta original
O monitoramento do hidrmetro, pode chamar a ateno do aluno pelo fato de, no texto,
aparecer a informao calcular o consumo de gua por pessoa..., ainda no desenvolveram a
habilidade requerida pelo item, pois tomaram uma informao, que apenas um aspecto pontual
presente no texto, como sendo o seu assunto.
ESTAO - O DIAGNSTICO
Os alunos que optaram pela alternativa A (6,9%) podem ter sido levados pela prpria condio
de aluno, enquadrando-se ao que se refere a iniciativas da escola, ou a medidas adotadas por ela,
quanto preservao do meio ambiente e ao uso racional da gua.
65
SAERS 2008
Neste nvel, os estudantes da 5 srie/6 ano do ensino fundamental e 1 ano do ensino mdio:
Identificam marcas lingusticas da linguagem informal em uma narrativa ficcional em forma de
carta, assim como o uso de grias em uma poesia.
Identificam marcas lingusticas que evidenciam o locutor e o interlocutor do texto, caracterizadas
por expresses idiomticas.
Percebem traos de ironia em fbulas, crnicas e anedotas simples.
Interpretam a hierarquia entre as ideias e os elementos no texto humorstico verbal e no-verbal.
66
ESTAO - O DIAGNSTICO
67
Item P090307A8
Leia o texto abaixo.
Horas a mais, horas a menos
Est em tramitao no Senado, o projeto de Emenda Constitucional que prope a
reduo da jornada de trabalho das atuais 44 horas para 40 horas semanais.
Texto 1
A Central nica de Trabalhadores e a Fora Sindical estimam a gerao de
3 milhes de postos de trabalho a partir da alterao da legislao. Para o professor
de Sociologia da Unicamp, Ricardo Antunes, o projeto ampliaria as oportunidades
de quem ainda no conseguiu emprego formal.
Texto 2
O professor Jos Pastori disse ao portal GI que a reduo da jornada de trabalho
pode acelerar a automatizao das linhas de produo e provocar demisses.
Revista Semana. Ano 2, n. 24. 26 de junho de 2008. p. 34. Adaptado.
(P090307A8)
opinies
A) complementares.
B) contrrias.
C) favorveis.
D) semelhantes.
Brancos
e Nulos
12,0%
60,9%
12,1%
13,9%
1,1%
Esse item avalia a habilidade do aluno reconhecer posies distintas com relao ao mesmo fato. Nos
exemplos apresentados, h duas opinies distintas sobre a reduo da carga horria de trabalho.
No Texto 1, o professor de Sociologia da Unicamp, Ricardo Antunes, v com otimismo essa reduo,
pois possibilitaria o aumento do nmero de empregos. Mas, no Texto 2, Jos Pastori afirma que essa
reduo geraria desemprego, porque haveria tendncia automatizao.
Os alunos que assinalaram a alternativa B (gabarito) (60,9%) compreenderam que Ricardo Antunes
tem uma opinio diferente daquela de Jos Pastorini. Esses alunos foram capazes de perceber que a
opinio do Texto 1 aponta o lado positivo da reduo da carga horria, enquanto a do Texto 2 foca
o lado negativo do mesmo fato.
SAERS 2008
Os alunos que marcaram a alternativa A (12,0%) parecem vincular as ideias do Texto 1 s do Texto 2, vendo
nelas uma relao de complementaridade. No entanto, as opinies expressas so divergentes, apontando
consequncias distintas para a reduo da carga horria de trabalho de 44 para 40 horas semanais.
68
Os alunos que optaram pela alternativa C (12,1%) classificaram as opinies dos textos 1 e 2 como
favorveis reduo da jornada de trabalho. Ao que parece, esses alunos no distinguiram que o
posicionamento de Jos Pastori , implicitamente, contrrio mudana, posto que ela traria consigo
desemprego. Ao classificarem ambas as opinies como favorveis, os alunos se equivocam,
demonstrando no dominar essa habilidade de distinguir opinies.
Aqueles alunos que marcaram a alternativa D (13,9%) se equivocaram, ao entenderem que as opinies
expressas nos textos 1 e 2 so semelhantes. Possivelmente, esses alunos no conseguem distinguir
que uma diferente da outra por verem consequncias bem diferentes para a implementao da
mudana da jornada de trabalho.
Item P090262A8
Leia o texto abaixo.
O gentil passarinho que divertiu nossos avs
Essa do tempo do pai do seu pai (seu av). Ou talvez do pai do pai do seu
pai (seu bisav). Foi em 1905, h mais de 100 anos, que surgiu a primeira revista
para crianas no Brasil: O Tico-Tico. Durante quase 60 anos ela trouxe quadrinhos,
charadas, adivinhaes, curiosidades, histria, cincia. Divertiu e ensinou vrias
geraes de brasileirinhos que se tornaram brasileires. S para citar alguns:
Maurcio de Souza, Ruth Rocha, Ziraldo. E Carlos Drummond de Andrade, que
escreveu: O Tico-Tico pai e av de muita gente importante. Se alguns alcanaram
importncia, mas fizeram bobagens, o Tico-Tico no teve culpa. E da remota infncia,
esse passarinho gentil voa at ns, trazendo no bico o melhor que fomos um dia.
Obrigado, amigo!.
Por isso tudo, O Tico-Tico a principal inspirao para esta nova seo dirigida
especialmente para os pequenos viajantes do Almanaque ou para qualquer
grandalho que preserve pelo menos uma pitadinha da infncia. hora de embarcar.
Todos a bordo!
Revista TAM nas nuvens. Brasil, Almanaque de cultura popular. Ano 10, abril 2008, n 108.
(P090262A8)
refere-se
A) revista.
B) histria.
C) inspirao.
D) cincia.
Brancos
e Nulos
41,7%
46,5%
7,3%
3,5%
1,0%
Esse item avalia a habilidade do aluno reconhecer as partes do texto, identificando repeties ou
substituies que contribuem para sua continuidade. Nesse caso, avalia-se se o aluno capaz de
identificar o referente que se encontra implcito no texto, do pronome demonstrativo essa.
No ambiente lingustico em questo, apenas a informao apresentada na alternativa A (41,7%)
revista capaz de dar sentido a essa. Essa tarefa considerada complexa, pois esse um caso
de prolepse, ou seja, o referente aparece aps o pronome que o substitui.
ESTAO - O DIAGNSTICO
Os alunos que optaram pela alternativa B (46,5%) entenderam que o pronome essa faz referncia
palavra histria, presente na terceira linha do texto, no trecho: ...adivinhaes, curiosidade,
histria..., por essa palavra aparecer prxima do pronome.
69
SAERS 2008
70
Item P08306SI
Brancos
e Nulos
26,1%
43,1%
22,8%
6,7%
1,3%
Esse item tem o objetivo de avaliar a habilidade de identificar marcas lingusticas. Avalia-se,
especificamente, se o aluno capaz de perceber a qual registro lingustico pertence uma certa
palavra presente no texto. Nesse caso, o aluno precisa saber que o verbo ter, no sentido de
existir, revela um registro informal.
Os alunos que marcaram a alternativa B (43,1%) revelam a capacidade de reconhecer marcas
lingusticas evidentes no texto e identificar o nvel de linguagem a que ela pertence.
ESTAO - O DIAGNSTICO
71
SAERS 2008
72
Passaporte:
ESTAO - O DIAGNSTICO
73
74
Acima de 335
285 a 335
210 a 285
At 210
INTERVALO
Mdia da Escola:__________
QUAIS HABILIDADES OS
ESTUDANTES J DESENVOLVERAM?
EM CADA
INTERVALO (%)
AVANADO
ADEQUADO
BSICO
ABAIXO DO BSICO
EM CADA
CATEGORIA DE
DESEMPENHO (%)
Acima da Mdia:
Na Mdia:
Abaixo da Mdia:
PERCENTUAL DE ESTUDANTES
EM RELAO
MDIA DA
ESCOLA (%)
SAERS 2008
Professor, com as informaes dos Quadros Diagnsticos da sua escola, nas diferentes sries,
possvel identificar, e at mesmo nomear, os alunos com maiores dificuldades de aprendizagem e
que podem ter a sua permanncia na escola ameaada pelos fantasmas da evaso, reprovao e
excluso.
Mas isso s um diagnstico. E um diagnstico tem por objetivo apenas apontar a situao em que
uma dada realidade se encontra.
ESTAO - O DIAGNSTICO
75
76
SAERS 2008
A Mudana
ESTAO - A MUDANA
77
78
SAERS 2008
Professor, temos certeza de que, depois de ler este Boletim, vencer os desafios
propostos at aqui e interagir com as informaes do Portal, voc, agora,
sabe mais sobre a avaliao que foi realizada em nosso Estado.
Mas conhecimento implica em responsabilidades. Sabemos que no existem
frmulas mgicas que faam desaparecer os problemas da educao e que
muitos desses problemas so decorrentes da prpria estrutura social, como a
pobreza, o desemprego, a violncia e a falta de apoio familiar. Essa realidade
transcende os muros da escola, mas seus efeitos na aprendizagem so
sentidos em cada sala de aula.
Alm disso, sabemos que os resultados das avaliaes dos alunos no decorrem apenas do que eles
aprenderam naquele ano, mas dependem, tambm, de sua trajetria escolar.
Ainda assim, a escola capaz de fazer a diferena na vida de nossos alunos, elevando o nvel de
aprendizagem por meio do trabalho realizado coletivamente na escola. Por isso, toda e qualquer
ao direcionada melhoria da prtica pedaggica fundamental!
Agora que o diagnstico j est definido, o que fazer com essa informao?
Nesta altura da viagem, reflita sobre algumas aes que permitam melhorar a realidade de sua
escola.
Trilha 7
Professor, voc aprendeu, neste Boletim, a identificar as habilidades que j foram desenvolvidas
por seus alunos e aquelas que ainda esto em fase de desenvolvimento em Lngua Portuguesa ao
final do 10 ano de escolarizao.
ESTAO - A MUDANA
Nossa proposta, agora, que voc reflita sobre algumas sugestes de atividades que podem ser
trabalhadas em sala de aula, a fim de desenvolver habilidades importantes, para que os alunos,
nesse nvel de ensino, prossigam em seu processo de escolarizao.
79
Sabemos que ler um texto vai alm de simplesmente decifrar as palavras que o constituem. Para
interagir com textos de diferentes gneros, o leitor deve aprender a mobilizar certos conhecimentos
e a estabelecer certos procedimentos de leitura. Assim, o trabalho do professor consiste, justamente,
em trazer para a sala de aula textos de diferentes gneros, em situaes comunicativas reais,
levando o aluno a mobilizar os conhecimentos necessrios para interagir com eles. Nesse sentido,
todos os professores, e no apenas aqueles responsveis pela disciplina de Lngua Portuguesa, tm
um importante papel a desempenhar, para que os alunos desenvolvam competncias de leitura.
Apresentamos, a seguir, algumas sugestes, a fim de que voc, professor, contribua para que seus
alunos desenvolvam as habilidades agrupadas em cada um dos domnios da Escala de Proficincia
em Leitura.
Explorar textos que sejam do interesse dos alunos, como, por exemplo, manchetes de jornais,
tirinhas, charges, matrias de revistas voltadas ao pblico jovem e, a partir deles, trabalhar no
apenas o contedo das mensagens, mas realizar uma reflexo sobre a escrita das palavras.
Solicitar que contem as letras que compem uma palavra, que localizem uma determinada
slaba em outras palavras, que pesquisem palavras que apresentem semelhanas entre sons
iniciais e/ou finais, dentre outras.
Trabalhar com letras de msicas, explorando as rimas, de modo que os alunos percebam o que
se repete tanto na pauta sonora, quanto na escrita das palavras.
Oferecer modelos de leitura para esse aluno, lendo para ele em voz alta, a fim de que ele
consiga perceber a importncia de diferentes entonaes e as paradas prprias aos sinais de
pontuao.
Realizar
SAERS 2008
80
Criar, por exemplo, um varal de contos ou poesias, organizado pelo professor e pela turma,
e um momento na rotina diria, para que os alunos recorram ao varal para ler e expor o que
leram turma.
Manter uma biblioteca de sala de aula, que pode reunir livros, revistas, jornais e gibis.
Utilizar, alm do livro didtico, revistas de curiosidades cientficas voltadas ao pblico jovem
Escrever,
ler e discutir com a turma os textos que circulam na escola e que se destinam
comunicao com as famlias, tais como circulares, bilhetes, avisos, dentre outros, ao invs de
simplesmente entreg-los.
Ler e discutir com a turma matrias jornalsticas que estejam mobilizando o grupo, incentivando
um posicionamento crtico dos alunos com relao a elas. Realizar debates sobre as temticas
lidas.
Solicitar aos alunos que formulem hipteses com relao ao texto antes de l-lo, baseando-se
em pistas tais como: suporte de onde foi extrado (Livro? Panfleto? Revista? Jornal?), ttulo do
texto, diagramao na pgina, dentre outras possveis. Aps a leitura, comparar as concluses
a que se pode chegar, tendo em vista as hipteses levantadas inicialmente.
Discutir com os alunos as interpretaes possveis para textos que conjugam linguagem verbal
e no-verbal, como, por exemplo, textos de propaganda, tirinhas, etc.
Explorar
Mesmo quando um texto que ser explorado com os alunos for reproduzido em cartaz ou
cpia xrox, o professor deve trazer para a sala o suporte original de onde o texto foi retirado
livro, jornal, revistas ou outro ---, para que os alunos percebam a relao entre o suporte e o
tipo de texto que ele veicula.
Criar um jornal para circulao na escola, responsabilizando diferentes turmas e/ou sries por
sees do jornal, de acordo com o gnero textual que mais se adeque s especificidades de
cada faixa etria dos alunos.
linguagem utilizada, levando-os a observar a forma do texto e de que modo ela pode
contribuir para a interpretao de seu contedo.
ESTAO - A MUDANA
Questionar os alunos quanto finalidade dos textos que leem, ao pblico ao qual se dirigem,
81
Relacionar
Produzir uma narrativa a partir de um conflito gerador, para o qual o aluno dever elaborar
um desenvolvimento e um desfecho.
Identificar,
Propor atividades nas quais os alunos devam recuperar os referentes de elementos de coeso,
tais como pronomes, elipses, substituies lexicais, sinonmias, hiperonmias, dentre outros.
Essas atividades devem ser propostas a partir de textos de diferentes gneros poesias, textos
de divulgao cientfica, histrias.
Incentivar a comparao entre textos de diferentes gneros que abordam uma mesma temtica.
Por exemplo, a questo sobre avanos da medicina pode ser abordada por um texto legal,
por um texto jornalstico e um pequeno artigo. Ler, discutir e comparar a forma como esses
diferentes textos tratam da temtica um importante exerccio de leitura e interpretao.
Montar juntamente com seus alunos uma pequena pea de teatro, pedindo para que cada
aluno represente algum que tem caractersticas especficas na sua forma de falar. Por exemplo:
um senhor de idade, um adolescente, um pai, uma me, etc.
Pedir aos alunos que se dividam em dois grupos. Um grupo fica responsvel em registrar por
meio de gravaes ou textos um tipo de linguagem monitorada, aquela em que a pessoa fala
ou escreve utilizando a forma adequada do uso da lngua naquela situao. Por exemplo,
um telejornal, um artigo cientfico, etc. O segundo grupo fica responsvel pela gravao ou
registro de textos que estejam na forma no monitorada, situaes em que o falante utiliza
a lngua na forma no padro. Por exemplo, um programa de rdio destinado a um pblico
jovem, revistas para adolescentes, etc. Aps isso, voc pode intervir mostrando por que e
como a lngua foi utilizada nas diferentes formas e qual foi o propsito comunicativo dos
exemplos que os alunos mostraro.
As atividades, aqui, sugeridas so algumas dentre muitas possveis para favorecer a formao
de leitores que encontrem no texto no apenas informaes, mas possibilidades de ampliao
de sua experincia de mundo. Entretanto, o fundamental, para que isso se torne uma realidade,
que o professor seja ele prprio um leitor assduo, capaz de transmitir aos seus alunos a
importncia da leitura em nossas vidas.
SAERS 2008
82
Passaporte:
Com base nas sugestes que voc viu aqui, desenvolva algumas
atividades com seus alunos. Registre em seu Dirio de Bordo
essa experincia e divulgue-a em sua escola.
Trilha 8
Professor, a avaliao realizada pelo SAERS permite acompanhar o desempenho de sua escola em
relao s habilidades e competncias fundamentais para o sucesso escolar de seus alunos em
Lngua Portuguesa. Mas, para que o diagnstico que voc elaborou se torne efetivamente um
instrumento de transformao de sua realidade escolar, necessria a participao de todos da
escola, a comear pelos gestores, desenvolvendo, assim, uma cultura de avaliao.
Os gestores tm um papel muito importante na disseminao e anlise dos resultados da escola.
Seu diretor dever propor momentos especficos no calendrio escolar para o estudo do Boletim
Pedaggico.
Participe dessas reunies e discuta com os professores de todas as disciplinas os tpicos que voc
anotou em seu Dirio de Bordo.
Para ajudar, sugerimos alguns assuntos a serem debatidos nas reunies com a equipe. So eles:
ESTAO - A MUDANA
Lembramos que essas so algumas questes para orientar o debate sobre a avaliao externa em
sua escola. Mas elas no se esgotam aqui. Elabore outras e crie grupos de estudo para envolver cada
vez mais sua escola em uma cultura de avaliao.
83
Criar projetos de recuperao para os alunos identificados com baixo desempenho, de modo
Professor, como dissemos no incio de nossa caminhada, preciso garantir o direito a uma educao
de qualidade. Para isso, no basta apenas o esforo de professores, gestores, especialistas.
necessrio tambm envolver os alunos e suas famlias na discusso sobre os resultados do SAERS.
Este debate precisa romper os limites da escola e chegar s famlias de nossos alunos.
Divulgar os resultados do SAERS para os alunos, de uma forma que eles possam compreender
Promover
reunies com os pais dos alunos ou responsveis, dando uma ateno especial
na explicao dos Quadros de Diagnstico, deixando claro que eles tm uma importante
participao na aprendizagem e desempenho escolar de seus filhos.
SAERS 2008
84
LINHA DE PARTIDA:
O COMEO...
Professor,
Vencemos uma importante etapa de nossa viagem.