Estudo de Impacto Ambiental para Os Gasodutos de Transporte e Distribuição
Estudo de Impacto Ambiental para Os Gasodutos de Transporte e Distribuição
Estudo de Impacto Ambiental para Os Gasodutos de Transporte e Distribuição
para os gasodutos de
transporte e distribuio
Mgila Maria Agostinho
Publicado em 02/2005. Elaborado em 06/2004.
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MINRIOS
PRESERVAO DO AMBIENTE
DIREITO AMBIENTAL
1. INTRODUO
Nos ltimos anos, mais precisamente a partir da abertura do mercado de
petrleo e gs natural brasileiro s empresas privadas pela Emenda Constitucional n
9/95 e tendo em vista a poltica energtica adotada pelo governo brasileiro, a
participao do gs natural na matriz energtica brasileira tem alcanado um
percentual cada vez mais expressivo (passando dos 2,5% em 1995 aos atuais 7,5 %).
Esse crescimento demanda uma maior infra-estrutura voltada para a indstria
do gs natural, especialmente, no que se refere expanso das redes de gasodutos.
De acordo com o art. 2 da Resoluo n 001/86 do Conselho Nacional do
Meio Ambiente Conama, a construo dos dutos de gs natural considerada como
sendo potencialmente causadora de danos ambientais significativos, devendo,
portanto, sujeitar-se ao prvio Estudo de Impacto Ambiental.
Analisando esse instrumento de avaliao de impacto ambiental,
pretendemos, no trabalho em questo, verificar se a presuno de potencialidade de
causar danos ambientais significativos das atividades previstas no rol do art. 2 da
Resoluo Conama n 001/86 absoluta ou relativa.
A partir das concluses obtidas, passaremos a analisar a exigibilidade do
Estudo de Impacto Ambiental para os gasodutos de transporte e para os gasodutos de
distribuio, haja vista que cada um possui suas prprias peculiaridades, causando
mais ou menos impactos ambientais.
TEXTOS RELACIONADOS
Impacto Ambiental. So elas: estradas de rodagem com duas ou mais faixas; ferrovias;
portos e terminais de minrio, petrleo e produtos qumicos; aeroportos;
oleodutos, gasodutos, minerodutos, troncos coletores e emissrios de esgotos
sanitrios; linhas de transmisso de energia eltrica, acima de 230Kw; obras
hidrulicas para explorao de recursos hdricos; extrao de combustvel fssil;
extrao de minrio; aterros sanitrios; usinas de gerao de eletricidade; complexo e
unidades industriais e agro-industriais; distritos industriais e zonas estritamente
industriais; explorao econmica de madeira ou de lenha, em reas acima de 100
hectares; projetos urbansticos; qualquer atividade que utilize carvo vegetal, em
quantidade superior a dez toneladas por dia.
O rol elencado por essa resoluo no taxativo, mas apenas exemplificativo,
de forma que sempre que se estiver diante de uma obra ou atividade que seja
considerada potencialmente causadora de significativa degradao do meio ambiente,
conforme dispe a Constituio Federal, art. 225 1, IV, deve ser exigido o Estudo de
Impacto Ambiental, mesmo que no esteja prevista nessa resoluo.
Para se concluir pela necessidade ou no da realizao de um Estudo de
Impacto Ambiental, conforme dispe Lus Filipe Sanches de Souza Dias Reis (2002,
p.6) devem ser consideradas, isolada ou conjuntamente, as seguintes questes: tipos
de Indstrias (listadas na Resoluo Conama n 1/86); localizao da atividade ou
empreendimento (verificar se h proximidade com uma rea ecologicamente frgil
como mangues e reas de entorno de Unidades de Conservao, por exemplo) e o
porte da atividade, obra ou empreendimento.
Considerando, no entanto, que cabe apenas ao Poder Pblico exigir o Estudo
de Impacto Ambiental, o rgo ou a entidade pblica responsvel pelo licenciamento
ambiental dever ser sempre consultado.
Acerca da aplicao do princpio da obrigatoriedade para as hipteses
previstas na citada resoluo, temos duas correntes doutrinrias.
Uma parte da doutrina sustenta que apesar de exemplificativo este rol
encontra-se regido pelo princpio da obrigatoriedade, que estabelece a vinculao do
poder pblico em relao exigncia o Estudo de Impacto Ambiental para as
atividades ali mencionadas, ou seja, h uma presuno absoluta de que tais atividades
tm potencial de causar impactos ambientais significativos.
Outra corrente doutrinria entende que h discricionariedade do poder
pblico, que poder dispensar o EIA se verificar que as atividades, apesar de
constarem na Resoluo do Conama, no tm potencial de causar significativa
degradao ao meio ambiente. Podendo, ento, o EIA ser substitudo por outros
instrumentos de avaliao de impacto ambiental de menor complexidade.
7. CONCLUSO
Tendo em vista tudo o que foi acima exposto, podemos extrair as seguintes
concluses:
As atividades constantes no rol art. 2 da Resoluo Conama n 001/86, so
consideradas como sendo potencialmente causadoras de danos ambientais
significativos por presuno relativa, podendo o Estudo de Impacto Ambiental ser
substitudo por outro instrumento de avaliao de impacto ambiental menos complexo,
se ficar comprovado o contrrio.
A aplicao do raciocnio acima aos gasodutos de distribuio de baixa
presso, dependendo da localizao dos mesmos, se ficar demonstrado que no
causam danos ambientais significativos.
REFERNCIAS
BEZERRA, Fabiano Csar Petrovich; CABRAL, Indhira de
Almeida. Responsabilidade Civil pelo Licenciamento Ambiental na Indstria do
Petrleo e Gs Natural. Direito do Petrleo em Revista. Natal: UFRN, v.1,. n. 1,
jan./jul. 2003.
BUGALHO, Nelson R. Estudo Prvio de Impacto Ambiental. Revista de
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1999.
FIORILLO, Celso Antnio Pacheco. Curso de Direito Ambiental Brasileiro.
4. ed. So Paulo: Saraiva, 2003.