A Questao Do Humanismo
A Questao Do Humanismo
A Questao Do Humanismo
Cunha, 1991
Lalande, 1956
3
Jaspers, 1949 : 187
4
Lalande, 1956 : 421
2
11
Brun, 1982 : 41
Brun, 1982 : 41
13
Durant, 1988.
14
Brhier, 1962.
12
Husserl, 1976.
Nogare, 1985.
19
Etcheverry, 1975.
18
Etcheverry, 1975 : 8
Marques, 1989. Convm assinalar que esta posio deriva da excessiva tecnologizao da
sociedade, oriunda fundamentalmente do deslumbramento do homem advindo da Revoluo
Industrial que modificou sobremaneira a perspectiva socioeconmica da cultura ocidental. Por
Revoluo Industrial entendemos o movimento, iniciado na Inglaterra, resultante do emprego
de novas tcnicas e mtodos de produo, que ocasionaram um desenvolvimento econmico
demasiado acelerado. Este perodo iniciou-se em fins do sculo XVIII, sendo marcante no
sculo XIX. A pedra fundamental deste movimento foi a inveno, por James Watt em 1769,
da mquina vapor. A mudana da fora motriz para o vapor, impulsionou decisivamente o
progresso industrial, em direo eficcia e rentabilidade.
22
Heidegger, 1957.
21
homem, o prprio homem se viu diante de seu dilema: esquecer-se para poder
recordar-se, retirar-se para poder perceber-se, de fora, destacado, isolado, sob
condies rigidamente controladas, como se esta tarefa fosse possvel de ser
determinada.
Neste ponto se insere a crtica husserliana cincia europia. Afinal,
haveria uma crise desta cincia, reflexo de uma crise do homem europeu, pela
perda do sentido da cincia para a vida humana.
A maneira exclusiva que a viso global do mundo
que a do homem moderno foi deixada, na segunda
metade do sculo XIX, determinar e cegar pelas cincias
positivas e pela prosperity, significava que nos voltvamos
com indiferena s questes que para a humanidade
autntica so questes decisivas.25
O esforo cartesiano, embora estivesse voltado para a filosofia enquanto
estudo da sabedoria, para a explicao dos fenmenos em sua totalidade,
destinou-se aplicao prtica, atravs da tcnica, o que serviu de esteio para
uma compreenso da realidade que, preocupada com a utilizao e o domnio
da natureza, afirma o homem como agente criador, descobrindo-lhe segredos
antes interditados. Isto determina um certo deslumbramento do homem consigo
mesmo e, paradoxalmente, o afasta de sua prpria vivncia em comunho e
encontro com esta natureza.26
Esta filosofia racionalista, calcada na acentuao do poder da razo, na
tentativa de apreender as verdades substanciais do mundo, constituiu sistemas
mecanicistas deste mundo. Sobre isto nos alerta Marques que:
preciso, pois, que tenhamos claro que o
mecanicismo nasce da defesa que cientistas e filsofos
empreenderam pela liberdade do homem contra o
determinismo das coisas naturais.27
Esta reao parece ter gerado, contrariamente, outro determinismo,
desta feita antropocntrico, no sentido de exacerbao de um lado desta
liberdade humana, a de criar e gerar sob a forma de um mecanicismo autoreforador, negligenciando aspectos dinmicos da natureza humana.
Deve-se assinalar a autntica revoluo copernicana empreendida por
Descartes no seio da cincia em vigor na poca. Esta revoluo trouxe, sem
dvidas, elementos que posteriormente puderam ser retomados e reavaliados,
permitindo inclusive esta discusso.
Mesmo dentro de sua concepo mecanicista de mundo, surge uma
noo de homem, cujo elo central o cogito, fundamento de sua antropologia,
que instaura o primado da subjetividade enquanto ente pensante, sujeito
criador de seu universo. Contudo, seu mtodo, embora de fundamental
importncia para a determinao do carter de cientificidade da sociedade
moderna, no explorou a questo fundamental do ser, aquela que o interroga
no seu sentido.
25
Husserl, 1992
Grifos do original. Husserl, 1992: 46 47.
30
31
Heidegger, 1988 : 40
Heidegger, 1957 : 72
5. A PSICOLOGIA HUMANISTA
A Psicologia adotou, em determinado momento histrico, o modelo das
cincias exatas, caracterizado pelo posicionamento do observador face ao
objeto, numa atitude empirista cujo objetivo era o estabelecimento das leis
gerais do psiquismo.
32
Amatuzzi, 1989.
interessante observar neste sentido que os representantes mais significativos do
movimento humanista em psicologia passaram ou por um ou por outro dos dois modelos que
mais criticam. Adler, Fromm e Rank foram dissidentes psicanalistas. Carl Rogers admite ter
recebido muita informao da Psicanlise e das Teorias da Aprendizagem (Rogers, 1961).
Frederick Perls, criador da Gestalt-terapia, na sua formao, sofreu influncia direta da
Psicanlise e da anlise Reichiana, inclusive tendo escrito seu primeiro livro como uma
reviso da teoria psicanaltica; e Maslow chega a fazer anlise pessoal e a considerar, em
1955, a Psicanlise como a melhor psicoterapia (Fadiman e Frager, 1979). Von Gebsattel,
Medard Boss e Bally (expoentes da Anlise Existencial) so analistas freudianos; Biswanger foi
membro da Sociedade Psicanaltica de Viena por recomendao do prprio Freud e outros
terapeutas existencialistas sofreram influncia de Jung (May, 1967).
38
Arnold, Eysenck & Meili, 1982.
37
o
e
a
o
39
Justo, 1978.
Justo, 1978 : 148
41
Roges, in Evans, 1975 : 16
40
59
Esta expresso mais coerente do que a usual psicologia existencial-humanista, visto que,
parafraseando Sartre, o existencialismo um humanismo, e como tal, uma expresso
diferente se constituiria numa redundncia lgica, ao passo que o seu inverso apenas reflete
uma considerao diversa.
60
Arnold, Eysenck & Meili, Vol.2, 1982:189.
BIBLIOGRFIA
Holanda A. F, (1997) Dilogo e Psicoterapia Cap. I. So Paulo: Lemos Editorial.
61
Matson, 1978:69