Apostila Sdee 01 UNESP
Apostila Sdee 01 UNESP
Apostila Sdee 01 UNESP
1. Consideraes Gerais
Os sistemas eltricos de potncia tm a funo essencial de fornecer energia eltrica
aos usurios, com qualidade adequada, no instante em que for solicitada.
Os sistemas eltricos de potncia podem ser subdivididos em trs grandes blocos:
- Gerao: que perfaz a funo de converter alguma forma de energia em energia
eltrica.
- Transmisso: que responsvel pelo transporte de energia eltrica dos centros de
produo aos de consumo.
- Distribuio: que distribui energia eltrica recebida do sistema de transmisso aos
grandes, mdios e pequenos consumidores.
Tenses Usuais em Sistemas de Potncia
Os valores eficazes das tenses com freqncia de 60 Hz, utilizados no Brasil esto
fixados por decreto do Ministrio de Minas e Energia, as quais so apresentadas
seguir, na Tab.1.1.
Apresenta-se tambm algumas tenses no padronizadas, ainda em uso.
Tab.1.1 Tenses Usuais em Sistemas de Potncia
Tenses Usuais em Sistemas de Potncia
Tenso (kW)
Padronizada
Existente
0,220/0,127
0,110
0,380/0,220
0,230/0,115
13,8
11,9
34,5
22,5
Campo de
Aplicao
rea do
Sistema de
Potncia
Distribuio
Secundria (BT)
Distribuio
Primria (MT)
Distribuio
34,5
69,0
88,0
Subtransmisso
(AT)
138,0
138,0
230,0
345,0
500,0
440,0
750,0
Transmisso
Transmisso
2. Tipos de Sistemas
O sistema de subtransmisso o elo que tem a funo de captar a energia em grosso
das subestaes de subtransmisso e transferi-las s SEs de distribuio e aos
consumidores, em tenso de subtransmisso, atravs de linhas trifsicas operando em
tenses, usualmente de 138kV ou 69kV, ou mais raramente em 34,5kV, com
capacidade de transporte de dezenas de MW por circuito. Os consumidores em tenses
de subtransmisso so representados por grandes instalaes industriais, estaes de
tratamento e bombeamento de gua.
- segurana do sistema;
- flexibilidade de operao;
- habilidade na reduo de correntes de curto-circuito;
- simplicidade dos dispositivos de proteo;
- facilidade de manuteno e seu efeito na segurana;
- facilidade de expanso;
- rea total;
- custo.
So apresentados, a seguir, alguns dos arranjos de subestaes mais usuais, que vo
desde a barra simples e disjuntor singelo at barra dupla e disjuntor duplo.
2.1.1 - Barra Simples (um circuito de suprimento)
O arranjo designado Barra Simples, apresenta um custo bastante baixo, utilizado para
suprir regies de baixa densidade de carga. Normalmente, o transformador da SE
apresenta potncia nominal de 10MVA. Este tipo de SE pode contar com uma nica
linha de suprimento. Este arranjo conta, na alta tenso de um nico dispositivo para a
proteo do transformador. Sua confiabilidade baixa, pois quando ocorre uma
contingncia na subtransmisso, h a perda de suprimento da SE.
3. Tipos de Redes
As redes de distribuio primria, emergem das SEs de distribuio. Elas podem ser
tanto areas como subterrneas, sendo as primeiras de uso mais difundido, pelo seu
menor custo, e as segundas, encontrando grande aplicao em reas de maior
densidade de carga, por exemplo:zona central de uma metrpole, ou onde h restries
paisagsticas.
As redes areas so construdas utilizando-se postes, de concreto, em zonas urbanas,
ou de madeira tratada, em zonas rurais. Suportam em seu topo a cruzeta, usualmente
de madeira, com cerca de dois metros de comprimento, na qual so fixados os
isoladores de pino ou de disco. Utilizam-se condutores de alumnio com alma de ao
CAA, ou sem alma de ao CA, nus ou protegidos.
Este tipo de rede aplicado em reas com caractersticas urbanas e rurais. Estas redes
apresentam um melhor desempenho face as adversidades e condies ambientais
quando comparadas s redes com condutores nus. Elas minimizam e podem at mesmo
eliminar problemas com congestionamentos de estruturas, arborizao, segurana, etc.,
garantindo uma melhoria no desempenho, na confiabilidade e na qualidade de energia
eltrica distribuda.
Este tipo de rede, pela sua prpria configurao e por utilizar cabos protegidos que
permitam eventuais contatos dos condutores energizados com galhos e folhas de
rvores, permite uma melhor convivncia do circuito eltrico com a arborizao pois
requerem uma menor rea de podas, possibilitando assim, que sejam menos rigorosas
e intensas.
A rede protegida compacta emprega cabos protegidos numa configurao compacta,
separados por espaadores polimricos em formato losangular e sustentados por um
cabo mensageiro. O cabo de alumnio o mesmo usado em redes com cabos
protegidos.
- ser projetado de forma que exista certa reserva de capacidade em cada circuito, para
a absoro de carga de outro circuito na eventualidade de defeito;
- limita o nmero de clientes interrompidos por defeitos e diminui o tempo de
interrupo em relao ao sistema radial simples.
usual instalar-se num mesmo circuito ou entre circuitos diferentes, chaves que
operam abertas, chaves normalmente abertas (NA), que podem ser fechadas em
manobras de transferncia de carga.
O critrio usual para fixao do carregamento de circuitos, em regime normal de
operao, o de se definir o nmero de circuitos que iro receber a carga a ser
transferida. Usualmente dois circuitos socorrem um terceiro, e estabelece-se que o
carregamento dos circuitos que recebero carga, no exceda o correspondente ao limite
trmico. Assim sendo:
S term = S reg +
S reg
n
onde :
n nmero de circuitos que iro absorver carga do circuito em contingncia;
Sterm carregamento correspondente ao limite trmico do circuito;
Sreg carregamento do circuito para operao em condies normais.
O carregamento do circuito dado por:
S reg =
n
S term.
n +1
D i (t )
D div
onde:
= i =1
(4.1)
Di (t )
1
Dmax (i )
Dmax nc =
i =1
, onde:
(4.2)
D
f d = max
Pinst
(4.3)
D
xn
f d = max
Pinst
O fator de demanda geralmente menor que a unidade, podendo, no entanto, ser
maior que 1, nos casos de sobrecarga.
Em cada caso, o fator de demanda correto seria obtido medindo-se a demanda mxima
do consumidor e conhecendo-se a sua potncia instalada. Na maioria dos casos, no
entanto, os consumidores ainda no esto ligados e para o projeto de rede se faz
necessrio arbitrar um fator de demanda, com base em valores estatsticos. Na
caracterizao do fator de demanda influem inmeros fatores como: classe de
consumidor, magnitude de sua carga, n de mquinas ou aparelhos ligados, poca do
ano, etc.
4.2.7 Fator Diversidade:
O fator diversidade de um conjunto de cargas a relao entre a soma das demandas
mximas das cargas e a demanda mxima do conjunto.
Dmax (i )
f div = i =1
Dmax
, onde
(4.4)
f coinc . =
1
f div
Ddiv ,max
Dmax,i
i =1,n
(4.5)
Dmax,i . f contr ,i
i =1,n
(4.6)
Este fator, que adimensional, sempre no maior que um. Seu valor unitrio
quando, no instante considerado, sua demanda coincide com a demanda mxima.
Portanto, o fator de contribuio importante para o instante de demanda mxima do
conjunto, quando definido como fator de contribuio para demanda mxima.
4.2.10 Fator de Utilizao:
O fator de utilizao de um sistema, em um determinado perodo de tempo, a relao
entre a mxima demanda, do perodo referido e a capacidade nominal do sistema.
fu =
Dmax
, onde :
C
(4.7)
C
fu
= capacidade do sistema;
= fator de utilizao do sistema.
t Energia absorvida em t
D
D
=
f c arg a = mdia = mdia
Dmx
Dmax t
Dmax t
(4.8)
Dmdia =
p dt
t0
t1 t 0
t1
p dt
t1
p dt
Dmdia
t1 t 0
t0
fC =
fC =
fC =
Dmax
Dmax
Dmax (t1 t 0 )
t0
Nota-se, portanto que o fator de carga pode ser expresso pela relao entre o consumo
real de energia e o consumo que haveria se a carga solicitasse durante todo o tempo
uma potncia constante e igual a demanda mxima
Como o custo da energia eltrica funo dos custos fixos, que por sua vez
independem da quantidade de energia que est sendo consumida, o custo por kWh cai
quando o custo fixo rateado em uma quantidade maior de kWh vendido. Desta forma
nota-se que o fator de carga deve ser o mais prximo possvel da unidade.
Para melhorar o fator de carga, algumas concessionrias fornecedoras de energia
eltrica oferecem tarifas mais baixas nas horas de off-peak (fora do perodo de ponta
da carga). A figura a seguir, mostra uma melhor utilizao de energia eltrica, com a
melhoria do fator de carga do sistema, pela instalao de um consumidor industrial no
perodo de off-peak.
fP =
fP =
dada por:
D1 t1 + D2 (T t1 )
D t + D2 (T t1 ) t1 D2 t1
T
= 1 1
= +
fc =
1
D1
D1 .T
T D1 T
Considerando que no intervalo T, a tenso e o fator de potncia da carga mantenhamse constantes e considerando que em sistemas trifsicos simtricos e equilibrados, as
perdas so dadas pelo triplo do produto de (I2 x R), onde I a intensidade de corrente
pela resistncia hmica do trecho em questo, pode-se afirmar que as perdas p(t), so
proporcionais ao quadrado da demanda:
p(t ) = K D 2 (t )
onde o valor de K, em funo da natureza da demanda apresentado a seguir:
Tab.4.1 - Fator K
Natureza da demanda
Equao da constante K
Corrente
3R
Potncia Aparente
R/V2
Potncia Ativa
R/(V.cos )2
Potncia Reativa
R/(V sen )2
Onde:
R resistncia hmica do trecho;
V tenso de linha na carga;
Considerando:
t
t = 1
T
d=
D2
,
D1
Pode-se escrever:
f c arg a = t + d (1 t ) = (1 d )t + d
f perda = t + d 2 (1 t ) = 1 d 2 t + d 2
Em um sistema de coordenadas cartesianas, as curvas dos fatores de carga e fatores de
perdas, em funo de t , parametrizadas em d , so retas, conforme figura a seguir,
para as quais destacam-se trs casos:
1 quando
se :
t e demanda
f perdas = f c arg a = t
3 quando t tende a 0, representando curva de carga com ponta de durao muito
pequena, tem-se:
f c arg a = d
f perda = d 2
ou seja:
f perdas = f c2arg a
Assim, o valor do fator de perdas deve estar compreendido entre aqueles dois valores
limites e, a quaisquer outros valores dos parmetros, t e d . Este corresponder a um
valor interno a este intervalo, assegurado pela equao do tipo:
5. Tipos de Cargas
A finalidade do consumo de energia feito por um usurio pode servir de critrio para
classificao das cargas, destacando-se:
- cargas residenciais: iluminao, carga resistiva (chuveiro e ferro de passar roupa),
carga indutiva(eletrodomsticos).;
- cargas comerciais: iluminao e ar condicionado em prdios, lojas, edifcios de
escritrios, lojas, etc;
- cargas industriais: com predomnio de motores de induo, em geral so trifsicas;
- cargas de Iluminao Pblica: iluminao
- cargas rurais: irrigao, agroindstrias, etc.
Dentro de uma composio de curvas de cargas, apresenta-se a seguir, a proporo de
uso de cada tipo de carga.
6. Modelagem da Carga
Diagrama Unifilar
Circuito Equivalente
Z = R + jX
z = r + jx, ohms / km
alimenta uma carga monofsica concentrada que absorve uma corrente I, em A, podese calcular a queda de tenso V,
,
e perda de demanda , , em termos de potncia
ativa e reativa, por:
v = z l I
s = r l I 2 + j x l I
dx
SE
i
Ix = i . x
onde i a densidade linear de corrente, dada em A/km.
Supondo que a rede apresente uma impedncia por unidade de comprimento,z=r+jx
em /km, a queda de tenso e a perda de demanda em um elemento de comprimento
dx da rede so calculadas por:
dV = z dx Ix = z dx (i . x ) = z i . x dx
2
2
2
ds = z dx Ix = z dx (i . x ) = z i dx
Para calcular estas grandezas, para todo trecho da rede, integra-se as equaes acima
resultando em:
V = dV = z i . x dx = z i
2
0
0
s = ds = z i
0
x dx = z i
2
3
3
Sendo: I = i , I = I , Z = z ; R = r e X = x , resulta em :
i Z I
=
e
V = z
2
2
2
i 3
I2
=( R + j X )
s= z
3
3
A partir destes resultados pode-se concluir que numa rede com carga uniformemente
distribuda, a queda de tenso pode ser calculada concentrando-se a metade da carga
total no fim do trecho, ou concentrando-se a carga total no ponto mdio do trecho.
A perda de demanda, em termos de potncia ativa e reativa, pode-se calcular
concentrando-se a carga total a um tero do comprimento do trecho.
6.1.3 Carga representada por Demanda mxima:
Uma das formas usuais de representao da carga consiste na obteno de estimativas
de sua demanda mxima.
A determinao de demanda mxima de um consumidor feita a partir da energia
consumida em um determinado intervalo de tempo e de uma estimativa do fator de
carga, avaliado em funo de seu consumo ou do tipo de atividade desenvolvida.
A metodologia usada em algumas concessionrias, consiste em obter uma funo
estatstica para a demanda mxima, funo kVAs, que correlaciona com o consumo de
energia em um transformador.
Esta funo obtida para um conjunto de
transformadores de mesma potncia ou de mesmo padro de consumo.
As medies registram o consumo e a demanda mxima verificada num dado intervalo
de tempo. Com os pontos obtidos, ajusta-se uma curva que ajuda estabelecer a
demanda mxima em um transformador, com probabilidade de no ser excedida
normalmente de 90% ou 95% a partir do consumo de energia.
O seno desta metodologia que no fornece informaes quanto aos fatores de
diversidade, bem como informes da demanda dos demais instantes da curva da carga
diria.
6.1.3 Carga representada por Curvas de Carga Tpica:
As curvas de carga geralmente esto disponveis nas concessionrias. Atravs delas
tem-se o conhecimento do perfil da carga de cada consumidor e a considerao da
diversidade da carga quando se analisa um conjunto de consumidores.
Uma curva de carga tpica deve representar uma parcela de sua classe de consumidores
e faixa de consumo. Estas curvas so representadas em valores p.u., com base na
demanda mdia. Isto permite com que possam ser avaliadas curvas de carga, em W,
de um dado consumidor, desde que sejam conhecidos a sua classe e faixa de consumo
e sua demanda mdia, o que tambm pode ser obtido do seu consumo em determinado
perodo.
A demanda mdia de um dado consumidor pode ser calculada atravs de seu consumo
mensal, da seguinte forma:
Dmedia =
1
d i dt =
kW ,
24 30 720 h
720
O valor da demanda D(t), em qualquer instante t do dia, pode ser obtido pela
expresso:
D ( t ) = d ( t ) Dmdia ,
onde d(t) representa a demanda, em p.u., da curva de carga tpica.
A curva de carga tpica representa uma mdia de valores de demanda em cada instante
do dia, extrada de uma amostra de medio de consumidores, ao longo de vrios dias.
Portanto, a curva mdia de um consumidor pode no coincidir com a curva real medida,
porm um agregado de consumidores deve ter sua representao da curva agregada
muito prxima da curva acumulada mdia. Alm da curva de carga mdia, em alguns
estudos, so disponibilizados dados de disperso da mdia (desvio padro), para cada
instante do dia, com mostra a figura a seguir:
A potncia eltrica absorvida por uma carga depende de sua natureza e pode variar
em funo da tenso a ela aplicada.
Esta dependncia pode ser descrita por
expresses do tipo:
P = f1 (V )
Q = f 2 (V )
Onde tem-se:
P = Potncia ativa absorvida pela carga;
Q = Potncia reativa absorvida pela carga;
V = Mdulo da tenso aplicada carga;
S NF = S NF = PNF + j Q NF
A corrente absorvida pela carga, quando alimentada com uma tenso qualquer
VF = VF 1
, obtida por:
S * NF S
IF = NF * = NF
V F 1
VF
S
S NF
1
VF
Pode-se citar como exemplo motor eltrico de induo, cuja potncia eltrica ativa
absorvida pelo motor deve, obrigatoriamente, ser igual potncia mecnica exigida
pela carga aplicada em seu eixo, acrescida das perdas eltricas e mecnicas. Em
quanto o motor continuar funcionando, a potncia ativa que absorve deve ser
praticamente constante e independente do valor da tenso.
Exemplo de aplicao da carga de potncia constante em problemas de queda de
tenso:
Fig.6.5: Fonte UnB- Algoritmo para clculo da queda de tenso para carga de
Potncia Constante
6.2.2 Carga de corrente constante com a tenso:
As cargas que apresentam este tipo de comportamento so os fornos a arco e as
lmpadas de descarga: fluorescentes, vapor de mercrio, vapor de sdio. Este tipo de
carga ser modelado como carga de corrente constante com a tenso.
Para estas cargas, os valores da intensidade de corrente e do ngulo de rotao de
fase da corrente em relao tenso so aqueles obtidos para carga suprida com
tenso nominal ou tenso de referncia. Portanto a corrente absorvida por uma carga
monofsica, que absorve a potncia
por uma tenso nominal
INF =
VF = VF
S NF = S NF = PNF + j Q NF
, quando suprida
dada por:
*
S NF
S
= NF
*
V NF
VNF
S NF
= I NF
V NF
O mdulo da corrente (INF=SNF/VNF) e a rotao de fase entre a tenso e a corrente (), permanecem constantes.
Para qualquer valor de tenso
VF = VF
por:
IF = I NF 1
A potncia absorvida ser dada por:
S F = V F I *F = V F 1 I NF ( 1 ) =
= V F I NF = V F I NF cos + j V F I NF sen
Conclui-se que a potncia absorvida pela carga varia linearmente com a tenso a ela
aplicada:
SF =
VF
S NF
VFN
Fig. 6.6- Fonte UnB- Algoritmo para o clculo de queda de tenso para carga de corrente
constante
S NF = S NF = PNF + j Q NF
VNF = V NF
A potncia absorvida pela carga quando suprida por tenso nominal, resulta para
impedncia:
Z CTE
2
2
V NF
V NF
= * =
= R + jX ,onde :
S NF
S NF
2
V NF
R=
cos
S NF
VF = VF
dada por:
2
V NF
X =
sen
S NF
V
V *
V2
S F = VF I = VF *F = F2 = F
Z Cte V NF
V NF
S NF
*
S NF
Fig. 6.7- Fonte UnB- Algoritmo para o clculo de queda de tenso para carga de impedncia
constante
96
= 1560 = 1560 2
1
96
() =
= (96) 2
24
1
1
() =
2
96
2
96
1
( )2
96
1
( )2 =
=
96
96
1
2 24
96
1
1
( )2 24 = 24
96
1
Probabilidade
(D D1) = t1
24
t
Probabilidade (D D 2 ) = 2
24
Normalmente estes valores so representados numa curva, como mostrada a seguir:
() = () =
1 ()
t = 1......96
O valor
2 ()
1 () ()
=
1
24
96
() ()
1
15
60
24 30
onde pode ser usada para normalizar os valores das curvas mdia e dos desvios.
()
2 ()
2 () =
2
() =
()
()
Segue-se pois, que o consumidor ou transformador passa a ser definido pelas suas
curvas mdia e de desvios em pu (m,s)
(2430)
t=1.....96
Sj(t) = s(t)Pbasej
t=1.....96
3 Passo:
Define-se uma curva diria estatstica (admitindo-se uma distribuio gaussiana)
Pdj(t,k) =Mj(t) + k Sj(t)
As seguintes probabilidades (%) de no serem excedidas so associadas aos valores k:
K
1,0
1,3
1,96
2,0
3,0
84,0
90,0
95,0
98,0
99,9
2 2
2
20
Conclui-se, que a amostra no qual ser avaliada a mdia, deve ter 300 a 400 elementos
(95% confiana, L0=0,5; S=5). Entretanto como no se conhece a priori o valor S,
nem como sero agrupados os dados, pode-se partir com este objetivo e efetuar
verificaes aps terminada cada fase de medio.
Para os transformadores, a amostra necessria menor, visto ser tambm menor o
desvio padro.
7.4.3.- Escolha dos locais de medio e estratos
A ttulo de exemplo, foram tomados como referncia estratos de consumidores
residenciais, das concessionrias CPFL e CESP, e partiu-se inicialmente com a
proposio de dividir os consumidores em estratos de consumos quais sejam:
Tabela 7.2 Agrupamento de estratos de consumo
kWh/ms
0-50
51-100
101-150
151-200
201-300
301-400
401-500
501-1000
>1001
= ( )2
1
-a curva i ser alocada no cluster para o qual obteve-se a menor distncia. A curva
tpica do cluster(semente) passa a ser substituda pela mdia das curvas alocadas no
cluster.
-o processo repetido para toda a amostra quando finda a primeira iterao. Como a
escolha do cluster(semente) arbitrria, sem um critrio de espaamento entre as
curvas, procura-se reiniciar o processo (2 iterao) alocando as n curvas nos clusters
porm partindo como cluster inicial as curvas mdias no final da iterao 1.
- o processo finaliza quando entre duas iteraes sucessivas, as curvas permanecem
nos mesmos clusters, ou quando se atinge o nmero mximo de iteraes. Desta
forma, ficam em cada cluster as curvas que tem a mesma forma e esto prximas
entre si.
cluster 1
cluster 2
rea carente
Fig.7.9 Clusters
Para as curvas do mesmo cluster, so calculadas as curvas mdias e de desvios, bem
como a porcentagem de incidncia de elementos da amostra. Portanto com esta
anlise pode-se procurar tendncias nas formas das curvas e sua representatividade.
- Anlise das mdias e dos desvios padres
No estudo das mdias e dos desvios, procede-se o clculo com todas as curvas dirias,
ou todas as curvas de um estrato ou de uma concessionria, tentando assim
estabelecer um subconjunto (por exemplo: consumidores num estrato), que ser
caracterizado pelas suas curvas mdias e dos desvios.
Nesta
Fig.7.12-a- Mdia
A partir dos passos anteriores, gerou-se uma lista com a ordem de classificao, sendo
que no foram includos nestes passos os consumidores de faixa de consumo maior que
5000 kWh/ms.
Realiza-se uma comparao entre listagens de atividades comerciais classificadas por
nmero de consumidores e por energia mdia.
A partir desta comparao, permite-se selecionar como primeiro grupo para anlise as
50 primeiras atividades comerciais classificadas por energia mdia, cujo conjunto
contempla tambm as 46 primeiras classificadas por nmero de consumidores, que ser
apresentado somente uma pequena parte, em forma de tabela.
Tabela 7.6 Principais atividades- Classificao quanto ao n e energia consumida dos
consumidores comerciais
onde,
=1
100
Modelo Aglutinado:
No modelo aglutinado, procurou-se agrupar curvas semelhantes (de atividades
diferentes) em 4 tipos de curvas tpicas, tratando os dados na seguinte seqncia:
- clculo das mdias (M) e dos desvios padres (S) para todos os 96 pontos da curva
diria da carga, referente a cada unidade consumidora medida, determinando assim a
sua curva diria mdia e dos desvios padres;
- calculo da energia mdia diria (E), pela integrao da curva diria mdia, e clculo
da potncia mdia diria (Pb=E/24);
- clculo das curvas dirias de carga (mdia e desvio), em pu, (m,s)utilizando-se como
valor de base a potncia mdia (Pb) para cada consumidor em questo.
Do conjunto de medies foram retirados os dados de todos os sbados e domingos.
A grande utilidade desses conjuntos que permite que se observe, alm dos valores
mdios e desvios, os valores de mdia mxima por atividade.
Com este tipo de modelo, na realizao dos agrupamentos, no por atividade, mas por
semelhana de curvas, estabeleceu quatro tipos de curva tpica:
Estas atividades pela sua descrio no permitem uma definio clara do tipo de
consumidor.
II- Atividades industriais cujas unidades consumidoras devem ser medidas: Prioridade
I
III- Atividades industriais cujas unidades consumidoras devem ser medidas Prioridade
II. Tratam-se de 18 atividades que comparada s demais e em funo do pequeno
nmero de aparelhos disponveis para medio tiveram que ser colocadas em segunda
prioridade.
Consumidores.
Para atingir os objetivos citados acima, ser utilizada a Anlise de Regresso, que se
constitui um conjunto de mtodos e tcnicas para estabelecimento de frmulas
empricas que interpretem a relao funcional entre variveis com boa aproximao.
Supondo Y, seja uma varivel a se estudar o seu comportamento. Os valores da
varivel Y (dependente) sofrem influncias dos valores de um n finito de variveis: X1,
X2,......,Xn (independentes), e existe uma funo g que expresse esta dependncia, ou
seja:
= (1 , 2 , . , ).
= + +
a CONCEITO
+ X,o modelo de
Y=+X+U
onde o valor de Y formado por dois componentes funcional ou regresso f(x), que
representa a influncia da varivel independente X sobre o valor de Y e define o eixo da
nuvem de pontos, que neste caso uma reta, o componente aleatrio U representa a
influncia de outros fatores, bem como os erros de medio da varivel Y. Este
componente surge devido variabilidade dos valores de Y para cada valor de X.
Dada uma amostra de n pares (Xi, Yi) I=1,2,3,...,n, deseja-se obter uma reta Y to
prxima quanto possvel do conjunto de pontos marcados, equivalente a se minimizar a
discrepncia total entre os pontos marcados e a reta estimada. O grfico abaixo ilustra
tal situao:
Como se observa, para um dado Xi, existe uma diferena D entre o valor Y observado e
o seu correspondente , dado pela reta estimada. Os valores Di so erros ou desvios.
Simbolicamente, tem-se:
D = Y-, ou D=Y-(a+bX)
O Mtodo dos Mnimos Quadrados um mtodo pelo qual determinam-se os valores de
a e b de tal forma que a soma dos desvios ao quadrado seja mnima, isto :
12 + 22 + + 2 =
= 2 = =
=1
=1
= ( )2
=1
+
; =
Onde
= =1
= =1 2
=1 =1
=1
= =1 2
= =1
=
=1
=1
H0 : =0 (inexistncia de regresso)
H1 = 0
Fixar (nvel de significncia)
Concluso:
Se F(calculado) > F (1,n-2), rejeita-se H0 e existe regresso
d ESTIMATIVA DE VARINCIA
u2 ou y2 dada por:
onde
2 =
=1( )2
2 =
2.
2 =
( )( )
( )2
( )2
2
mquina
de secar
Exemplo:
Para o consumidor 1, tem-se os seguintes dados retirados do questionrio:
Dados:
Consumo mdio: 196kWh (mensal)
rea do terreno: 110m2
rea construda: 50m2
Aparelhos eltricos: 1 chuveiro, 1 televiso, 1 maquina de lavar roupa, 1 ferro de
passar roupa, 1 aparelho de som, 1 aspirador de p, 1 geladeira
de uma porta, 1 maquina de costura, 1 secador de cabelo.
N de cmodos: 7
N de habitantes: 4
Renda familiar: entre 3 e 5 salrios mnimos (SM)
Potncia instalada:
- carga de tomadas: para S=50m2, resulta 2400W;
- pontos de luz: considerando 100W por cmodo, resulta 700W;
- aparelhos eletrodomsticos com potncia igual ou superior a 1000W:
1 chuveiro eltrico = 3500W
1 ferro de passar roupa = 1000W
1 secador de cabelo = 1000W
Total = 5500W
Potncia total instalada do consumidor 1 = 2400+700+5500=8600W
= 44,9
Onde :
X carga instalada (kWi);
Y valor mdio do consumo mensal (kWh);
Fig. 7.24 Correlao entre Consumo mensal e carga instalada Cons.Residencial 1062 pontos
Fig. 7.25 Correlao entre Consumo mensal e carga instalada Cons.Industrial Serralheria
Para caracterizar o consumidor, prefere-se utilizar a curva diria mdia e uma outra dos
correspondentes desvios padro.
Na figura a seguir, apresenta-se para um consumidor, as curvas dirias das mdias e
dos desvios padro.
Nota-se que os valores de desvio padro so altos devido a aleatoriedade das cargas.
Em particular o chuveiro responsvel pelo alto desvio padro nos horrios de seu uso,
em particular no horrio de ponta.
Fig. 7.27 Curvas Dirias de Carga das Mdias e dos Desvios Padro de um Consumidor
Residencial
() =
() =
Ou de outra forma:
4
1
()
= + 3000
1000
15 1000
720
720
() = +
Sendo:
3000
4 1
15
0,72
Fig. 7.33b Demanda mxima coincidente Estrato II: 101 a 200 kWh/ms
Fig. 7.33c Demanda mxima coincidente Estrato III: 201 a 300 kWh/ms
8. Tarifao
8.1. Sistema de Tarifao de Energia Eltrica
O sistema tarifrio de energia eltrica vigente no Brasil um conjunto de normas e
regulamentos que tem por finalidade estabelecer o preo da eletricidade para os
diversos tipos de consumidores. A ANEEL (Agncia Nacional de Energia Eltrica), alm
de suas atribuies especficas, incorpora tambm as funes de rgo regulador do
extinto DNAEE (Departamento Nacional de guas e Energia Eltrica).
Segundo o conceito moderno, a tarifa de energia eltrica visa tanto prover um retorno
financeiro satisfatrio para os agentes que realizam investimentos e operam o sistema,
como para passar sinais econmicos para os consumidores, indicando onde e quando o
fornecimento de energia eltrica mais barato.
As tarifas podem ser, basicamente, de dois tipos:
Monmias: quando somente o consumo efetivo de energia cobrado ou ;
Binmias: quando acrescenta-se um componente que remunera a capacidade colocada
a disposio dos consumidores e ainda incorporado preos diferenciados de energia,
dependendo da hora do dia e poca do ano.
Alm da tarifa propriamente dita, o preo final da energia pago pelo consumidor inclui
ainda parcelas referentes a encargos e aos impostos e independem do consumo. Os
impostos dependem da poltica tributria vigente.
Os usurios de energia eltrica so enquadrados nestas estruturas em funo de suas
caractersticas predominantes de consumo.
A Potncia Total ou Aparente dada em KVA, e a soma vetorial das potncias ativa e
reativa, como mostra a figura acima. A energia reativa capacitiva medida no perodo
de 0h a 6h, a indutiva das 6h s 24h.
O Clculo do fator de potncia pode ser feito por avaliao horria ou mensal. O
fator de potncia sempre um nmero entre 0 e 1 e pode ser capacitivo ou indutivo,
dependendo se o consumo de energia reativa for capacitivo ou indutivo. Para
faturamento de energia, o fator de potncia registrado de hora em hora. Assim como
no caso da demanda, os mecanismos de tarifao levaro em conta o pior valor de fator
de potncia registrado ao longo do ms.
kVArh
FP = cos arctg
kWh
VF = (CA TC + DF TD )
1 ICMS
onde:
VF = valor da fatura;
CA = consumo de energia
TC = tarifa convencional
DF = demanda faturada
TD = tarifa de demanda
ICMS = imposto sobre circulao de mercadorias e prestaes de servio.
Para o clculo da parcela de ajuste de fator de potncia, o dia dividido em duas
partes: horrio capacitivo e o restante.
- Se o fator de potncia do consumidor estiver fora dos limites estipulados pela
legislao, haver penalizao por baixo fator de potncia;
- Se o fator de potncia do consumidor estiver dentro dos limites pr-estabelecidos,
esta parcela no cobrada.
8.4.3-Tarifao Horo-Sazonal (Azul e Verde)
Na tarifao horo-sazonal (azul ou verde), os dias so divididos em perodos fora de
ponta e de ponta para faturamento de demanda, e em horrio capacitivo e o restante,
para faturamento de fator de potncia. Alm disto, o ano dividido em um perodo seco
e outro perodo mido.
Assim, para o faturamento do consumo, acumula-se o total de kWh consumidos em
cada perodo: fora de ponta seca ou fora de ponta mida, e ponta seca ou ponta mida.
Para cada um destes perodos, aplica-se uma tarifa de consumo diferenciada, e o total
a parcela de faturamento de consumo.
A tolerncia de ultrapassagem de demanda dada aos consumidores das tarifas horosazonais de:
Na tarifa verde, o consumidor contrata apenas dois valores de demanda, um para o perodo mido e
outro para o perodo seco. No existe contrato diferenciado de demanda no horrio de ponta, como
na tarifa azul.
Assim, o faturamento da parcela de demanda ser composto uma por parcela apenas, relativa ao
perodo seco ou ao perodo mido, usando o mesmo critrio acima.
8.4.4-Clculo do Ajuste do Fator de Potncia.
Para o clculo da parcela de ajuste de fator de potncia, o dia dividido em trs partes:
horrio capacitivo, horrio de ponta, e o restante.
Se o fator de potncia do consumidor, registrado de hora em hora ao longo do ms,
estiver fora dos limites estipulados pela legislao, haver penalizao por baixo fator
de potncia.
Se o fator de potncia do consumidor estiver dentro dos limites pr-estabelecidos, esta
parcela no ser cobrada.
9. Faturamento
9.1 Consideraes Gerais
A RESOLUO N. 456, de 29 de novembro de 2000, da ANEEL, estabelece de forma
atualizada e consolidada, as Condies Gerais de Fornecimento de Energia Eltrica.
Considerando a convenincia e oportunidade de consolidar e aprimorar as disposies
vigentes relativas ao fornecimento de energia eltrica, com tarifas diferenciadas para a
demanda de potncia e consumo de energia, conforme os perodos do ano, os horrios
de utilizao e a estrutura tarifria horo-sazonal;
Estabelecer, na forma que se segue, as disposies atualizadas e consolidadas relativas
s condies gerais de fornecimento de energia eltrica a serem observadas tanto pelas
concessionrias e permissionrias quanto pelos consumidores.
As definies mais usuais nesta Resoluo, so as seguintes:
I - Carga instalada: soma das potncias nominais dos equipamentos eltricos instalados
na unidade consumidora, em condies de entrar em funcionamento, expressa em
quilowatts (kW).
II - Concessionria ou permissionria: agente titular de concesso ou permisso federal
para prestar o servio pblico de energia eltrica, referenciado, doravante, apenas pelo
termo concessionria.
III - Consumidor: pessoa fsica ou jurdica, ou comunho de fato ou de direito,
legalmente representada, que solicitar a concessionria o fornecimento de energia
eltrica e assumir a responsabilidade pelo pagamento das faturas e pelas demais
obrigaes fixadas em normas e regulamentos da ANEEL, assim vinculando-se aos
contratos de fornecimento, de uso e de conexo ou de adeso, conforme cada caso.
IV - Consumidor livre: consumidor que pode optar pela compra de energia eltrica junto
a qualquer fornecedor, conforme legislao e regulamentos especficos.
V - Contrato de adeso: instrumento contratual com clusulas vinculadas s normas e
regulamentos aprovados pela ANEEL, no podendo o contedo das mesmas ser
modificado pela concessionria ou consumidor, a ser aceito ou rejeitado de forma
integral.
VI - Contrato de fornecimento: instrumento contratual em que a concessionria e o
consumidor responsvel por unidade consumidora do Grupo A ajustam as
caractersticas tcnicas e as condies comerciais do fornecimento de energia eltrica.
VII - Contrato de uso e de conexo: instrumento contratual em que o consumidor livre
ajusta com a concessionria as caractersticas tcnicas e as condies de utilizao do
sistema eltrico local, conforme regulamentao especfica.
VIII - Demanda: mdia das potncias eltricas ativas ou reativas, solicitadas ao sistema
eltrico pela parcela da carga instalada em operao na unidade consumidora, durante um
intervalo de tempo especificado.
IX - Demanda contratada: demanda de potncia ativa a ser obrigatria e
contnuamente disponibilizada pela concessionria, no ponto de entrega, conforme valor
e perodo de vigncia fixados no contrato de fornecimento e que dever ser
integralmente paga, seja ou no utilizada durante o perodo de faturamento, expressa
em quilowatts (kW).
9.2
Tipos de Tarifas
9.2
onde:
FDpr = Faturamento proporcional da demanda;
DF = Demanda Faturvel;
TD = Tarifa de Demanda;
DC = Demanda Contratada;
P = Perodo excedente a 30 (trinta) dias;
b) unidade consumidora faturada na estrutura tarifria horo-sazonal: utilizar a demanda
faturvel verificada no perodo inicial de 30 (trinta) dias e, para o perodo excedente,
proporcionalizar a demanda faturvel verificada nesse perodo, com aplicao da tarifa
de ultrapassagem em ambos os perodos, se for o caso, conforme frmula indicada a
seguir:
onde:
FDpr = Faturamento proporcional da demanda;
DF1 = Demanda Faturvel no perodo inicial;
TD = Tarifa de Demanda;
DF2 = Demanda Faturvel no perodo excedente;
P = Perodo excedente a 30 (trinta) dias.
A concessionria poder realizar a leitura em intervalos de at 12 (doze) ciclos
consecutivos, para unidades consumidoras do Grupo B localizadas em rea rural,
desde que haja concordncia do consumidor e que sejam disponibilizados os
procedimentos necessrios com vistas a efetivao da autoleitura.
A concessionria dever realizar a leitura no terceiro ciclo, sempre que o consumidor
no efetuar a autoleitura por 2 (dois) ciclos consecutivos.
Ocorrendo reajuste tarifrio durante o perodo de fornecimento, ser aplicada, ao
faturamento desse perodo, a tarifa proporcional calculada pela seguinte frmula:
onde:
onde:
FBRe = Faturamento do consumo de energia eltrica ativa excedente de unidade
consumidora Residencial Baixa Renda;
CAe = Consumo de energia eltrica ativa excedente ao LBR;
LBR = Limite de consumo caracterstico da unidade consumidora Residencial Baixa
Renda autorizado para a concessionria;
Bi = Blocos de consumos faturveis, variando da seguinte forma:
B1 = Bloco inicial correspondente a 30 kWh;
B2 = Bloco intermedirio, correspondente a 70 kWh;
B3 = Bloco final correspondente diferena entre o limite de consumo caracterstico da
unidade consumidora Residencial Baixa Renda (LBR) e 100 kWh;
Ti = Tarifa de energia eltrica ativa referente ao Bloco i, com o respectivo imposto.
A realizao da leitura e/ou do faturamento em intervalo diferente dos estabelecidos,
depender de autorizao prvia da ANEEL, excetuado quando houver concordncia por
escrito do consumidor.
O faturamento de unidade consumidora do Grupo B ser realizado com base no
consumo de energia eltrica ativa, e, quando aplicvel, no consumo de energia eltrica
reativa excedente, devendo, em ambos os casos, ser observada as disposies
especficas estabelecidas nesta Resoluo.
100
2
A tabela a seguir, mostra a diminuio das perdas anuais em energia eltrica de uma
instalao com consumo anual da ordem de 100 MWh, quando se eleva o fator de
potncia de 0,78 para 0,92
Tabela 9.1 Diminuio das Perdas, devido ao alto Fator de potncia
FATOR DE POTNCIA
PERDAS GLOBAIS
Situao Inicial
Situao Atual
0,78
0,92
5%
3,59%
5MWh/ano
3,59MWh/ano
28,1%
b Quedas de Tenso:
O aumento da corrente devido ao excesso de reativo leva a quedas de tenso
acentuadas, podendo ocasionar a interrupo do fornecimento de energia eltrica e a
sobrecarga em certos elementos da rede. Este risco sobretudo durante os perodos
nos quais a rede fortemente solicitada.
As quedas de tenso podem provocar, ainda, diminuio da intensidade luminosa nas
lmpadas e aumento da corrente nos motores.
c Implicaes na Capacidade Instalada:
A energia reativa, ao sobrecarregar uma instalao eltrica, inviabiliza sua plena
utilizao, condicionando a instalao de novas cargas a investimentos que seriam
evitveis se o fator de potncia apresentasse valores mais altos. O espao ocupado
pela energia reativa poderia ser ento utilizado para o atendimento a novas cargas.
POTNCIA TIL
ABSORVIDA - KW
800
FATOR DE POTNCIA
0,50
1600
0,80
1000
1,0
800
( )2
Situao Inicial
Situao Final
Fator de potncia
0,80
0,92
Potncia disponvel kW
252
290
Aumento de potncia kW
38
potncia
tm
custo
maior
que
capacitores
Embora o preo por kVAr dos capacitores seja menor para tenses mais elevadas, este
tipo de compensao, em geral, s encontrada nas unidades consumidoras que
recebem grandes quantidades de energia eltrica e dispem de subestaes
transformadoras.
Neste caso, a diversidade da demanda entre as subestaes pode resultar em economia
na quantidade de capacitores a instalar.
f.5 Compensao com Regulao Automtica :
Nas formas de compensao geral e por grupos de equipamentos, usual utilizar-se
uma soluo em que os capacitores so agrupados por bancos controlveis
individualmente.
Um rel varimtrico, sensvel s variaes de energia reativa, comanda
automaticamente a operao dos capacitores necessrios obteno do fator de
potncia desejado.
f.6 Compensao Combinada :
Em muitos casos, utilizam-se, conjuntamente, as diversas formas de compensao.
onde:
FER(p) = valor do faturamento, do consumo de energia reativa excedente quantidade
permitida pelo fator de potncia de referncia fr, no perodo de faturamento;
CAt = consumo de energia ativa medida em cada intervalo de 1 (uma) hora t, durante
o perodo de faturamento;
fr = fator de potncia de referncia igual a 0,92;
Onde:
FDR(p) = valor do faturamento, da demanda de potncia reativa excedente
quantidade permitida pelo fator de potncia de referncia fr no perodo de
faturamento;
DAt = demanda medida no intervalo de integralizao de 1 (uma) hora t, durante o
perodo de faturamento;
DF(p) = demanda faturvel em cada posto horrio p no perodo de faturamento;
TDA(p) = tarifa de demanda de potncia ativa aplicvel ao fornecimento em cada posto
horrio p;
MAX = funo que identifica o valor mximo da frmula, dentro dos parnteses
correspondentes, calculada de hora em hora;
t = indica intervalo de 1 (uma) hora, no perodo de faturamento;
p = indica posto horrio, ponta ou fora de ponta, para as tarifas horo-sazonais ou
perodo de faturamento para a tarifa convencional; e
n = nmero de intervalos de uma hora, por posto horrio no perodo de faturamento.
Nas frmulas FER(p) e FDR(p) sero considerados:
a) durante o perodo de 6 horas consecutivas, compreendido, a critrio da
concessionria, entre 23 h e 30 min e 06h e 30 min, apenas os fatores de potncia ft
inferiores a 0,92 capacitivo, verificados em cada intervalo de 1 (uma) hora t; e
b) durante o perodo dirio complementar ao definido na alnea anterior, apenas os
fatores de potncia ft inferiores a 0,92 indutivo, verificados em cada intervalo de 1
(uma) hora t.
onde:
Onde:
FER = valor do faturamento total correspondente ao consumo de energia reativa
excedente quantidade permitida pelo fator de potncia de referncia, no perodo de
faturamento;
CA = consumo de energia ativa medida durante o perodo de faturamento;
fr = fator de potncia de referncia igual a 0,92;
fm = fator de potncia indutivo mdio (mensal) das instalaes eltricas da unidade
consumidora, calculado para o perodo de faturamento;
TCA = tarifa de energia ativa, aplicvel ao fornecimento;
10. Medidores
10.1 Consideraes Gerais
A medio da energia eltrica empregada, na prtica, para possibilitar entidade
fornecedora o faturamento adequado da quantidade de energia eltrica consumida por
cada usurio, dentro de uma tarifa estabelecida. Atualmente o medidor o do tipo de
induo devido sua simplicidade, robustez, exatido e desempenho ao longo dos anos.
A potncia uma quantidade instantnea, ao passo que a energia considera o tempo de
funcionamento, ou seja, quanto tempo a potncia foi aplicada.
A energia equivale potncia mdia multiplicada pelo tempo. Assim, quando se deseja
medir a energia, necessrio ter um medidor que mea a quantidade de potncia
durante todo o perodo de tempo.
A unidade bsica de medida da energia eltrica o watt-hora e o instrumento usado
para medir a energia eltrica chamado de medidor de quilowatt-hora. Na prtica, a
energia eltrica medida em quilowatt-hora (representada por kWh e equivalente a
1000 watt-hora). Os instrumentos utilizados para medir a energia eltrica (medidores
de quilowatt-hora) so integradores, ou seja, somam a potncia consumida ao longo do
tempo.
A concessionria, entidade fornecedora de energia eltrica, tem grande interesse no
perfeito e correto desempenho deste medidor, pois nele que repousam as bases
econmicas da empresa. Os litgios entre consumidores e fornecedores podem ser
bastante reduzidos se os cuidados necessrios forem dispensados correta medio da
energia eltrica consumida.
A energia eltrica comercializada, tendo a sua comercializao algumas implicaes
de ordem prtica:
- O consumidor somente a paga aps o trmino do perodo de consumo, em geral um
ms;
- O medidor fica na casa do consumidor, o que requer cuidados especiais por parte da
concessionria;
- Muitos consumidores olham diariamente o medidor, enquanto que a concessionria
somente o olha uma vez por ms, quando o seu empregado leiturista faz a leitura
do consumo mensal na residncia do usurio.
Tudo isso fez com que a tcnica tomasse certas precaues especiais na concepo e
construo destes medidores.
Cada uma dessas partes componentes, as quais foram agrupadas em dois grupos
(principais e demais), tem as seguintes caractersticas/funes:
a)
dos
maiores
motivadores
do
Fonte de alimentao
Processador
Porta ptica
Processado
r
Medio
Sensores de
corrente
Condicionamento
Sensores de
tenso
Sensores
Anti-tampering
Anti-tampering
Display
Alm destas funes, tambm podem ser encontradas funes adicionais, especficas
para alguns mercados e aplicaes, como por exemplo, sistemas avanados de
deteco de fraude, o que inclui o medidor e o circuito eltrico ao qual ele est
conectado, pr-pagamento e sistemas avanados de segurana de informao, com a
adio de algoritmo de certificao digital.
esperado que o medidor inteligente apresente a mesma vida til especificada para os
medidores eletrnicos de energia, (em torno de 15 anos).
Comparativamente a um medidor eletrnico comum, e de acordo com suas
funcionalidades avanadas, o diagrama em blocos de um medidor inteligente pode ser
descrito, conforme a seguir:
Sensores e
Condicionamento
Protocolo de
Comunica
o
Porta ptica
Interface de
Comunicao
Medio
Relgio de tempo
real
Processamento
Memria de
massa
Corte/Religa
Detectores de
violao
Criptografia/
certificao digital
Mostrador